Você está na página 1de 5

Universidade Federal da Bahia

Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia


MEVC64 – Conhecendo os animais montando os esqueletos
Atividade: Roteiro de apresentação sobre Bem-Estar Animal
Integrantes: Aline Nunes Gonçalves, Gabriel Oliveira Rocha, Kelly Santos Fiais, Robson Pereira de
Freitas Junior e Thayná de Cássia Santos Lopes

Objetivo da intervenção: apresentar conceitos básicos relacionados ao bem-estar animal através de


uma dinâmica de perguntas e respostas.

Procedimentos metodológicos:
1 – Distribuição das placas “mito/verdade” para os alunos
2 – Apresentação dos subtópicos (listados e detalhados abaixo) com auxílio do banner e das placas
3 – Pergunta e respostas para uso específico das placas e distribuição de brindes para as respostas
certas

Subtópicos detalhados por ordem de apresentação:


Aline Nunes Gonçalves
1. O que é bem-estar animal / Pilares do bem-estar animal:
Olá meninos, tudo bem? Me chamo Aline e estes são meus colegas. Estamos aqui para um
bate-papo muito importante sobre os animais. Quem aqui gosta dos animais? Quem aqui possui
algum bichinho de estimação? Quem respeita os animais? Nós estamos aqui para falar sobre o bem-
estar desses seres que, assim como nós, são seres sencientes. O que vocês acham que são seres
sencientes?
Senciência é a capacidade dos seres de sentir sensações de forma consciente, isso significa
que os animais também podem sentir dor, medo, tristeza, felicidade, e muitas outras sensações que
nós também sentimos, e é aí que entra o bem-estar animal.
O bem-estar é a qualidade de vida de um animal, afinal assim como nós eles também
merecem. Pensando nisso, nós vamos abordar aqui para vocês alguns pilares do bem-estar, isso
significa que cumprindo esses cinco princípios básicos, os quais são reconhecidos mundialmente,
podemos admitir que o animal tem qualidade de vida. São eles:
A liberdade nutricional leva em conta se o animal tem acesso a comida e água na
quantidade, qualidade e frequência ideais. Caso o animal não tem uma dieta adequada e
hidratação apropriada, pode haver desequilíbrio nutricional, gerando obesidade, por exemplo.
A liberdade de dor e doença fala das questões de saúde física. No caso dos animais de
companhia, pode haver maior risco de transmissão de doenças entre animais e humanos. As
vacinações devem estar sempre em dia, segundo a Cebea, para que o bem-estar único, ou seja,
o bem-estar dos animais e seres humanos levando em conta o cuidado com o meio ambiente,
seja promovido.
O animal também deve estar livre de desconforto, em um ambiente com abrigo, com
temperaturas confortáveis para a espécie e superfícies adequadas para proporcionar conforto.
Animais selvagens colocados em recintos pequenos, como gaiolas, por exemplo, não estão
exercendo essa liberdade.
A expressão do comportamento natural da espécie deve ser sempre considerada para
medir a qualidade de vida e bem-estar do animal. É preciso um espaço que não restrinja os
comportamentos do animal, por isso é importante estimular os animais com tarefas e objetos
que permitam seus comportamentos naturais. Quando o animal não consegue fazer isso, podem
aparecer comportamentos anormais, como andar repetitivamente.
A liberdade de medo e de estresse diz que os animais devem ser livres de sentimentos
negativos, para evitar que sofram. Um exemplo é quando há incompatibilidade entre animais
domésticos, em que a família introduz um novo animal na casa, caso em que é importante a
orientação de um médico veterinário.

Thayná de Cássia Santos Lopes


2. Por que o bem-estar animal é importante? Como promovê-lo? Quais as necessidades?
Em que implica o bem-estar? O que pode acontecer quando não é respeitado o bem-estar do
animal?
O conceito de bem-estar animal refere-se a uma boa ou satisfatória qualidade de vida que
envolve determinados aspectos referentes ao animal tal como a saúde, a felicidade, a longevidade.
A implantação das boas pratica de manejo e bem-estar animal, vai além de questões ecológicas,
controle e a manutenção da qualidade sanitária, podendo refletir em questões como: qualidade da
carne – nos acasos de abate -, estresse, comportamento, alimentação, reprodução. Portanto, é cada
vez maior a aceitação das Cinco Liberdades. Os animais têm vários sistemas funcionais, os quais
controlam a temperatura corporal, o estado nutricional, as interações sociais e outros. Em conjunto,
estes sistemas funcionais permitem que o animal controle suas interações com o seu meio ambiente
e, desta forma, mantenham cada aspecto de seu estado dentro de uma variação tolerável. Quando as
necessidades não são satisfeitas, o bem-estar é mais pobre que em situações nas quais as
necessidades são satisfeitas. Existem necessidades de recursos em particular, tais como água ou
calor; entretanto, os sistemas de controle nos animais evoluíram de tal forma que o modo de
obtenção de um objetivo específico tornou-se importante. Algumas necessidades são associadas a
sentimentos, que também podem ser chamados de experiências subjetivas, e estes sentimentos
provavelmente se alteram quando a necessidade é satisfeita. Se a existência de um sentimento
aumenta as chances de realização de uma ação adaptativa por parte do indivíduo e, desta forma
aumenta as chances de sobrevivência, a capacidade de experimentar tal sentimento provavelmente
evoluiu através de seleção natural. Os sentimentos subjetivos de um animal constituem uma parte
extremamente importante de seu bem-estar. Apesar de existirem muitas formas de se medir
ferimentos, doenças e tentativas fisiológicas e comportamentais de adaptação ao ambiente, poucos
estudos relatam informações sobre os sentimentos dos animais.

Gabriel Oliveira Rocha


3. Os efeitos da falta de bem-estar no comportamento animal: o que é, como se
desenvolve, exemplos e como lidar.
• O que é: O comportamento repetitivo anormal é reconhecido como um comportamento que
se demonstra invariável e aparentemente fictício. Em outras palavras, é uma ação que tipicamente o
animal não exerce no seu habitat natural. Porém, esta ação é evidente no comportamento do animal
quando ele está enclausurado.
• Como os comportamentos anormais se desenvolvem: Através da frustração motivacional
(medo e desconforto físico, por exemplo) e/ou a disfunção cerebral (causadas por stress,
principalmente). Estas são as principais consequências derivadas do confinamento e as principais
causas dos comportamentos anormais que, consequentemente, são desenvolvidas porque os animais
não encontram condições semelhantes às do habitat natural. Assim, é comum que ocorram em
cativeiros, zoológicos e centros de reprodução.
• Exemplo: gatos se lambendo excessivamente até ferir, cães mordendo os próprios rabos até
ferir, cavalos mordendo frequentemente as madeiras do estábulo.
• Como lidar: Com seleção genética (promovendo a reprodução dos que menos apresentam o
comportamento repetitivo), embora esteja em desenvolvimento e sem aplicabilidade verificada em
zoológicos. Com tratamento farmacológico, principalmente com inibidores da receptação de
serotonina, como a fluoxetina (Prozac). Por outro lado, esta pode ser uma alternativa viciante e que
não resolve a causa do problema. Com o reforço dos comportamentos alternativos, premiando o
animal quando ele não executa o comportamento repetitivo. Porém, exige tempo, pode promover o
desenvolvimento de outros comportamentos repetitivos e não resolve a causa do problema. Com
punição, com reforço sentimental negativo, com pancada, com uso de químicos amargos no corpo
de animais para prevenir auto mordedura e lambida, etc. Métodos comuns, mas de efetividade
incerta e que podem promover o aumento do stress.
• Por fim, e mais importante, há o enriquecimento ambiental que pode ser promovido
através do melhoramento do cativeiro com brinquedos, novas áreas para descanso etc., mas também
com a redução do barulho dos visitantes (nos casos de zoológicos, por exemplo), do melhoramento
da dieta e assim por diante. O objetivo é permitir que os animais realizem atividades através da
opção de escolha, seja ela interagir com o cativeiro ou se esconder.

Robson Pereira de Freitas Junior


4. Animais de carga/Alimentação adequada:
Podemos aplicar alguns tópicos do bem-estar animal também quando o assunto é animais de
grande porte, como equinos e animais destinados à produção de alimentos.
É comum pensar que os currais, onde os animais ficam confinados, não necessitam de
higiene, a justificativa que muitos dão é que, no campo, um programa de higiene é inconveniente,
visto que é uma tarefa difícil, se não impossível. Porém um curral que acumula fezes e outras
sujeiras atraem insetos e roedores, animais transmissores de doenças, descumprindo um dos pilares,
que é a prevenção de doenças nos animais.
Os comedouros, parte dos currais onde os animais se reúnem para se alimentar, nunca deve
estar vazio após uma refeição, dessa forma não há como saber se todos os animais ingeriram a
quantidade necessária de alimento para saciar a fome, ou se alguns animais, se não todos, comeram
apenas parte do necessário. O ideal é colocar um volume suficiente de comida que deixe sobras
após os animais se alimentarem totalmente. É bom também saber a rotina alimentar dos animais,
ruminantes costumam ingerir um grande volume de alimento de uma única vez, enquanto equinos
ingerem pequenas porções ao longo do dia
A doma de animais de corrida, como equinos, deve ser feita de forma humanitária. Quando
um domador profissional entende a capacidade cognitiva do animal, ele pode usar técnicas que
garantam o aprendizado do animal sem lançar mão de agressões físicas, fazendo com que o mesmo
não tenha desconfiança ou medo do domador.

Perguntas da sessão mito ou verdade:


• A castração de gatos e cachorros é uma causa desnecessária de sofrimento aos animais?
• É preciso muito dinheiro para o enriquecer o ambiente dos animais?
• Alimentação inadequada pode agravar os comportamentos repetitivos?
• A vacinação só é necessária até o terceiro mês de vida do animal.
• O reforço negativo (com pancadas) é o melhor meio para acabar com um comportamento
repetitivo?

Você também pode gostar