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ISSN 1646-6977
Documento produzido em 20.07.2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO


DE PACIENTES QUE SERÃO SUBMETIDOS
À CIRURGIA BARIÁTRICA
2014

Nara Saade de Andrade


Psicóloga graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

Charlisson Mendes Gonçalves


Mestrando em Psicologia pela PUC-Minas. Psicólogo graduado pelo
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Brasil)

Stela Maris Bretas


Psicóloga, Mestre em Processos Psicossociais e Docente no
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Brasil)

E-mail de contato:
nara_saade@hotmail.com

RESUMO

A obesidade tem sido considerada um dos principais problemas de saúde pública. Na busca
por um corpo magro, a cirurgia bariátrica aparece como possibilidade de intervenção. Diante
deste contexto, esta pesquisa objetivou verificar o papel da psicologia junto a pacientes que serão
submetidos a cirurgia bariátrica. Para a realização da mesma, optou-se por uma pesquisa
exploratória e descritiva. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário, tendo
como amostra cinco pessoas que se preparavam para referida cirurgia. Para tratamento dos dados
optou-se pela análise de conteúdo. Como resultados, foi possível observar que a aparência física
relacionada a obesidade é o principal motivo por optar pela cirurgia bariátrica e os pacientes
consideram a psicologia como uma forma de apoio.

Palavras-chave: Cirurgia bariátrica, obesidade, acompanhamento psicológico.

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INTRODUÇÃO

De acordo com Björntorp (2003 apud OLIVEIRA, LINARDI e AZEVEDO, 2004) o


número de pessoas que apresentam obesidade tem aumentado no mundo, com graves
consequências, sendo um dos problemas de saúde que mais preocupam as autoridades. Os
pesquisadores têm acordado que este é um fenômeno que resulta de uma interação de múltiplos
fatores que envolvem elementos genéticos, socioeconômicos, culturais, psicológicos,
comportamentais, metabólicos, entre outros.
Atualmente a obesidade tem sido considerada um dos principais problemas que são
enfrentados na saúde pública, constituindo-se em uma epidemia mundial que tem sido
responsável pelo aumento substancial da morbimortalidade (TAVARES, NUNES e SANTOS,
2010).
Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (2009), as
pessoas acometidas de obesidade mórbida são portadoras de uma doença que ameaça a vida e
precisam de algo que seja eficiente para redução do peso. Neste sentido, são consideradas
candidatas à cirurgia bariátrica.
Ressalta-se que esta cirurgia é a última opção de abordagem para o tratamento da obesidade
mórbida. Segundo dados do Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (2008), o
tratamento da obesidade envolve como primeiro cuidado o tratamento clínico, composto por
medidas não medicamentosas, que se baseiam em três pilares: dieta, atividade física e a terapia.
Somente quando o tratamento clínico não apresenta o sucesso esperado, ou seja, a perda de peso
e a melhora das co-morbidades (como isquemia, insuficiência cardíaca, entre outras), a cirurgia
bariátrica pode ser considerada como tratamento terapêutico por obesos mórbidos.

Rocha (2012) afirma que a avaliação e o trabalho psicológico pré e pós-operatório são
essenciais. Ressalta ainda, que o papel do psicólogo é avaliar se o indivíduo está
apto emocionalmente para a realização da cirurgia, além de auxiliá-lo na compreensão dos
aspectos relacionados ao pré e pós–cirúrgico: conhecimentos sobre a cirurgia, riscos e
complicações, benefícios esperados, exames e efeitos requeridos em longo prazo, consequências
emocionais, sociais e físicas e responsabilidades esperadas.

Assim, diante do exposto acima e a partir de leituras e estudos fomentados no curso de


Psicologia, o interesse pelo tema investigado nesta pesquisa foi delineado. A participação da
pesquisadora em um curso de Psicologia Hospitalar contribuiu para que esta percebesse o quanto
a atuação do psicólogo na área hospitalar ainda é recente e necessária, aumentando o desejo pelo
tema de pesquisa. Associando o interesse na área hospitalar com as questões relativas à

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obesidade mórbida, é que surgiu a importância em conhecer as possibilidades de atuação do


psicólogo junto a pacientes que serão submetidos à cirurgia bariátrica, sendo este também, um
tema com poucas pesquisas no Brasil.
Deste modo, a partir desta discussão que apresenta o paciente com obesidade mórbida
como possível candidato a cirurgia bariátrica, e ainda, da possibilidade de atuação do psicólogo
no atendimento do paciente que irá ser submetido ao tratamento cirúrgico, que se propõe o
problema do presente trabalho: Qual o papel da psicologia junto aos pacientes que serão
submetidos à cirurgia bariátrica?

Acredita-se que o papel da psicologia na cirurgia bariátrica seja preventivo, tendo como
finalidade evitar transtornos psicológicos futuros como, por exemplo, ansiedade e depressão.

Para tal, o presente estudo teve como objetivo, verificar o papel da Psicologia junto a
pacientes que serão submetidos à Cirurgia Bariátrica. Portanto, procurou-se identificar a
satisfação de alguns pacientes em relação ao seu corpo, bem como o motivo que os levaram a
optar pela cirurgia bariátrica. Por fim, almejou-se averiguar as possibilidades de atuação dos
psicólogos neste contexto.
Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva a partir de questionários
estruturados. A amostra foi composta por 05 pessoas que se preparam para a cirurgia Bariátrica
no ano de 2013 e fazem acompanhamento psicológico. Após a realização dos questionários, os
dados das questões fechadas foram tratados através de investigação quantitativa que atua em
níveis de realidade, com o objetivo de trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis
(SERAPIONI, 2000) e para tratamento dos resultados das questões abertas, utilizou-se a análise
qualitativa, que geralmente não emprega instrumental estatístico e não busca enumerar ou medir
eventos (NEVES,1996).
Como embasamento teórico, o artigo discute o padrão estético e sua historia, os transtornos
alimentares, a obesidade, a cirurgia bariátrica e a atuação da psicologia junto a esta.
Espera-se que esta pesquisa fomente nos pacientes e até mesmo na sociedade em geral,
conhecimentos acerca da importância e da contribuição do psicólogo frente aos transtornos
alimentares. Este tema mostra-se ainda, de grande valor acadêmico, pois se acredita na
possibilidade de abrir espaços para novas pesquisas, uma vez que a obesidade tem aumentado e o
acompanhamento psicológico às pessoas que realizarão cirurgias bariátricas é indispensável.

METODOLOGIA

Buscando atender os objetivos propostos para esse trabalho, optou-se por uma pesquisa
exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade com

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o problema visando torná-lo explícito ou a construir hipóteses, envolvendo levantamento


bibliográfico, análises dos dados e compreensão dos mesmos; enquanto a finalidade da descritiva
é estabelecer relações entre variáveis ou delinear as características de determinada população ou
fenômeno (GIL, 2002).

Como instrumento para coleta de dados foi utilizado um questionário adaptado de uma
pesquisa realizada por Vasconcelos (2006), de acordo com Marconi e Lakatos (2010),
questionário é composto por uma série ordenada de perguntas, que são respondidas sem a
presença do entrevistador.

Os questionários foram aplicados em pacientes de uma psicóloga que atua em Ipatinga-MG


no Vale do Aço e trabalha com o acompanhamento pré e/ou pós procedimento cirúrgico
bariátrico. Foram excluída da amostra pessoas que não moram na região explicitada acima e que
não fazem acompanhamento psicológico com a psicóloga referida anteriormente.

A amostra foi composta por 05 candidatos a cirurgia bariátrica, com idade entre 19 a 39
anos, sendo 01 do sexo masculino e 04 do sexo feminino; 2 participantes são casados e 3
solteiros. Ressalta-se que os nomes dos participantes apresentados na discussão são fictícios, com
as letras C e B alusivos as palavras cirurgia e bariátrica. São eles: Carolina, Beatriz, Carla,
Bernardo e Bianca.
Para a realização da técnica acima, foram utilizados os seguintes procedimentos:
Apresentação da proposta de pesquisa, convite para que os pacientes que serão submetidos à
Cirurgia Bariátrica no ano de 2013 na região do Vale do Aço respondessem ao questionário.
Ainda como procedimento, houve autorização de todos que tiveram interesse em responder os
questionários e assinaram o TCLE (Termo de Compromisso Livre e Esclarecido).
No questionário a identificação do público foi composta por idade, sexo, estado civil e
ainda informações como IMC início da obesidade, relação social e com o corpo, motivos para
realização da cirurgia bariátrica, apoio familiar, como vêem o papel da psicologia e a pretensão
de continuar o acompanhamento psicológico após cirurgia.

O questionário foi composto por questões que, primeiramente, buscavam identificar os


participantes. Havia questões de múltipla escolha, que investigavam sobre a percepção de seu
corpo, os motivos pela opção de realizar a cirurgia bariátrica e o apoio familiar para realização da
cirurgia bariátrica. Existiam também questões abertas às quais eles deveriam dizer sobre os seus
sentimentos em relação à obesidade, sobre o que já fizeram para tentar mudar o quadro de
obesidade. Outras perguntas estavam relacionadas ao papel da psicologia frente à cirurgia
bariátrica. As instruções foram anexadas ao questionário e notas explicativas, para que o
participante não tivesse dúvidas quando ao preenchimento do instrumento.

Para tratamento dos dados coletados, optou-se pela investigação quantitativa, para as
questões de múltipla escolha, que atua em níveis de realidade, com o objetivo de trazer à luz

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dados, indicadores e tendências observáveis (SERAPIONI, 2000). E para as questões abertas,


utilizou-se a análise qualitativa, que geralmente não emprega instrumental estatístico e não busca
enumerar ou medir eventos. “É frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos,
segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada, e a partir, daí situe sua
interpretação dos fenômenos estudados” (NEVES,1996).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Buscando atender os objetivos da pesquisa, os dados foram organizados nas categorias:


aspectos psicológicos e obesidade mórbida; satisfação corporal e atuações psicológicas.

Para apresentação e discussão das categorias, utilizou-se de respostas completas das


questões abertas.

• Aspectos psicológicos e obesidade mórbida

Buscando conhecer o distúrbio obesidade mórbida, os participantes foram questionados


quanto ao início do seu quadro de obesidade. Responderam, em sua totalidade, que o mesmo
começou entre 8 a 17 anos. Através das idades, compreende-se que muitas vezes a obesidade
começa na infância ou na adolescência e se estende a vida adulta. Oliveira e Fisberg (2003)
relatam que em algumas cidades brasileiras foram realizados estudos mostrando que o sobrepeso
e a obesidade já atingem 30% ou mais das crianças e adolescentes. Destacam ainda que vários
fatores contribuem para o desenvolvimento da obesidade, como por exemplo, os genéticos, os
fisiológicos e os metabólicos.

No entanto, os que poderiam explicar este crescente aumento de indivíduos obesos parecem
estar relacionados às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares. A idade entre os 13 e
os 15 anos são as faixas etárias em que se detectam prevalências significativamente mais
elevadas de pré-obesidade e obesidade (FERREIRA, MOTA e DUARTE, 2012). Percebe-se que
hoje crianças e adolescentes estão mais expostos a alimentos ricos em açúcar, alimentos
congelados e outras iguarias hipercalóricas estão espalhados pela sociedade facilitando o acesso
das pessoas a uma alimentação que não é saudável. Sem contar com o progresso da tecnologia
que contribui para que as pessoas se movimentem cada vez menos (ZAMBOLIM, 2007;
OLIVEIRA e FISBERG, 2003).
Recentemente a obesidade tem sido considerada uma epidemia mundial e vem sendo
considerada um dos principais problemas enfrentados na saúde pública (TAVARES, NUNES e
SANTOS, 2010). Para comprovar a obesidade, a medicina propõe que o IMC de uma pessoa
obesa seja maior que 30kg/m², sendo que IMC maior ou igual a 40kg/m² já é considerado obeso

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mórbido (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA


SINDROME METABÓLICA; s/d). Quanto aos IMC dos componentes da amostra, 3
participantes estão com IMC grau II (acima de 35,0), sendo então consideradas obesas e 2 com
IMC grau lll (40,0 acima), classificados como obesos mórbidos.

Buscando os aspectos psicológicos relacionados à obesidade, investigou-se as alternativas


já realizadas para tentar mudar o quadro de obesidade. Todos os sujeitos investigados afirmaram
que já fizeram algo, como:

“Já tentei fazer dietas, mas não consegui emagrecer.” (Bernardo)


“Já tomei remédio para emagrecer.” (Carolina)
“Fiz. Dietas restritivas, academia, corrida, dieta acompanhada por nutricionista e
remédios.” (Carla)
“Varias dietas, endocrinologista, nutricionista, fórmulas malucas, tratamento
psiquiátrico, vigilantes do peso.” (Beatriz)
“Fiz varias tentativas para tentar perder peso, mas sem sucesso e agora optei pela
cirurgia pela minha saúde.” (Bianca)

Percebe-se pelas respostas acima, que os participantes ao se sentirem obesos buscam varias
alternativas para solucionar o excesso de peso. Neste sentido, Rocha, Vilhena e Novaes (2009)
vão afirmar que o depósito excessivo de gordura no corpo adquire status de doença, por meio da
preocupação excessiva com a beleza, a saúde e ainda a importância em permanecer jovem e ter
boa forma no mundo atual.

Compreende-se ainda, pelas respostas das pessoas envolvidas, uma busca constante pelo
emagrecimento, pois se verificam várias alternativas por participante. Esta análise vai ao
encontro das afirmações de Zambolim (2007) quando o mesmo afirma que o mundo pós-
moderno, cada vez mais, dita padrões de beleza. Assim, na busca por esse ideal de corpo perfeito,
que coincide com o corpo esbelto, as pessoas procuram variadas alternativas. Contudo, ao
tentarem e não conseguirem emagrecer, transtornos psicológicos podem surgir.

Guiseline (s/d) acrescenta que para alcançar tais padrões, milhões de pessoas estão
envolvidos em programas de perda de peso, sem nenhuma comprovação de eficácia. É muito
comum os exageros, como dietas restritivas, radicais, ou a prática excessiva, e até compulsiva, de
exercício físico. Ambas as condutas, sob o ponto de vista fisiológico, são inadequadas,
contrariando o que a ciência recomenda. E a maioria destes programas possui apenas finalidades
comerciais, com propostas que colocam em risco a saúde (aumento do colesterol e triglicerídeos,
aparecimento de doenças crônicas, entre outras).

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Ainda de acordo com a identificação dos aspectos psicológicos, ao serem questionados


sobre constrangimentos em relação à aparência física, 2 participantes marcaram que não e 3
responderam que sim. Nas respostas positivas, podem-se observar afirmações como:

“Sim. Porque me sinto gorda, excluída das atividades em grupo, não sinto vontade de
me arrumar, evito as pessoas” (Beatriz)
“Tinha mais disposição para sair, hoje não tenho mais.” (Carolina)
“Eu não gosto de sair de casa, pelo motivo de estar gorda, então perco muitas
oportunidades.” (Bianca)

Apesar de nem todos os participantes considerarem a obesidade como barreira social, a


maior parte da amostra relatou se constranger com a aparência física. Tais respostas estão de
acordo com resultados da pesquisa de Campos (1993 apud CATANEO, CARVALHO e
GALINDO, 2005) que identificou, entre os indivíduos obesos, características psicológicas como:
temor de não ser aceito ou amado, indicadores de dificuldades de adaptação social, bloqueio da
agressividade, dificuldade para absorver frustração, desamparo, insegurança, intolerância e culpa.

Esses resultados também vão ao encontro da afirmativa de Carvalho (2005) apud Martins,
Nunes e Noronha (2009) no qual alegam que a satisfação com a imagem corporal relaciona-se
com a percepção do peso corporal e com a aparência. A grande preocupação com o corpo e o
incômodo com a imagem corporal muitas vezes causam no sujeito obeso, pensamentos e
sentimentos negativos em relação à aparência física. Assim, é possível verificar sinais de
sofrimento psicológico, expressos por meio de alterações emocionais e comportamentais, além
de um baixo auto-conceito. Dessa forma, podemos identificar esses sinais no relato de Beatriz ao
dizer que não sente vontade de se arrumar e de evitar contatos sociais; também no de Bianca ao
dizer que não gosta de sair de casa pelo fato de estar gorda.
Quanto ao principal motivo por optar pela cirurgia bariátrica, todos responderam que o
motivo essencial para realização da cirurgia é a forma física e 2 marcaram que, além disso, são
também os problemas de saúde.

Constatou-se ainda que, apesar de nem todos os sujeitos deixarem de fazer algo pela
obesidade, a mesma torna-se o principal motivo para realização da cirurgia bariátrica, vindo à
frente, até mesmo dos problemas de saúde. Tais respostas fazem alusão ao Boletim Brasileiro de
Avaliação de Tecnologias em Saúde (2008) no qual afirma que o primeiro cuidado no tratamento
da obesidade é o procedimento clínico, composto por medidas não medicamentosas, que se
baseiam em três pilares: dieta; atividade física e a terapia. Deste modo, a cirurgia deve ser a
ultima opção de cuidado da obesidade mórbida. Apenas quando o tratamento clínico não
apresenta o sucesso esperado, como a perda de peso e a melhora das co-morbidades (como

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isquemia, insuficiência cardíaca, entre outras), a cirurgia bariátrica pode ser considerada como
tratamento terapêutico por obesos mórbidos.
Pode inferir ainda pela resposta dos participantes que a saúde estaria relacionada à busca da
juventude, pois ao buscar ser jovem estaria também buscando a beleza; juventude e beleza
estariam assim, correlacionadas. Neste sentido, Marchesini (2010) afirma que a cirurgia
bariátrica é um caminho da busca pela juventude, pois o discurso do candidato ao procedimento
bariátrico é a saúde, mas é na aceitação social e na dinâmica psicológica que está o centro dessa
busca da troca de corpo (MARCHESINI, 2010).

• Satisfação corporal e atuações psicológicas

Constatou-se que em relação ao corpo hoje, 4 participantes responderam que se sentem


incomodados e apenas 1 respondeu que está satisfeito com o corpo.
O resultado mostra que a maioria dos participantes estão atualmente insatisfeitos com a
forma física. Vale lembrar a revisão de literatura, onde autores (GARRINI, 2007; BRANDINI,
2007 e BUSSE, 2004) afirmaram que o padrão estético de beleza se altera de acordo com a
cultura e com o tempo. Hoje, a beleza é sintética e pré-fabricada; e de acordo com a mídia, ainda
a definem como harmonia, regularidade e estética.
Percebeu-se também, a preocupação das pessoas em se encaixar neste protótipo de beleza
(BUSSE, 2004). Por não conseguirem se adequar na forma física exigida pela sociedade, muitos
obesos podem se sentir discriminados; muitas vezes isto pode ser observado nas mais variadas e
corriqueiras situações, como programas de televisão, revistas e piadas (SEGAL, CARDEAL e
CORDAS, 2002). As exigências sociais e supostas discriminações podem ser um motivo que
fazem a maioria dos participantes não se sentirem satisfeitos com a forma física.
Com relação ao apoio familiar para realizar a cirurgia bariátrica, 04 pessoas marcaram que
a família apoia muito, somente 01 participante afirmou que o marido apoia às vezes e que a
família não apoia nunca.

Neste sentido vale lembrar que a família tem um papel importante, para desenvolver
melhores padrões de alimentação e atividade. A família pode participar ativamente do tratamento
do obeso, procurando, por exemplo, acompanhá-lo em caminhadas, auxiliá-lo na mudança de
seus hábitos alimentares (STUART, 1999 apud SOUZA, et al. 2005).

Em relação à percepção dos pacientes sobre o papel da psicologia antes da cirurgia


bariátrica, 01 participante não respondeu a questão e 4 responderam de forma positiva, como:

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“Bom” (Bernardo)
“Muito importante, peça chave” (Carolina)
“Fundamental” (Carla)
“É fundamental para você obter mais tranquilidade, mente aberta” (Bianca)

Pelas respostas, percebe-se que os participantes consideram que o papel da psicologia é


importante, mas não sabem, ou pelo menos, a maioria não disse, sobre qual é essa importância.
Dessa forma, questiona-se se as pessoas realmente sabem do papel da psicologia, ou se suas
respostas foram mais de senso comum?

Lembrando que o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina a presença de uma


equipe multiprofissional nos períodos pré e pós-operatórios (Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, s/d) e entre esses profissionais é imprescindível passar pela avaliação
psicológica no pré-cirúrgico para obter o laudo psicológico que comprova a necessidade da
intervenção cirúrgica e a liberação para a operação (PINTO, 2004). Logo infere-se que muitos
pacientes podem estar indo por uma recomendação médica, mas não tem a real dimensão do
trabalho do psicólogo.
Apesar de não ficar claro, pelas respostas dos participantes, se eles sabem/conhecem sobre
o papel da psicologia na cirurgia bariátrica, para Pinto (2004), a avaliação e o acompanhamento
psicológico são importantes. São capazes de diagnosticar tendências como: compulsividade por
drogas, álcool, jogos, trabalho ou sexo por parte dos pacientes.
Assim sendo, o pré-operatório depende de como o paciente elabora a situação vivida. A
ansiedade e o medo são reações normais. Porém se tais condições se elevam e se somam a outras
condições adversas do estado emocional (como estresse, tensão), o paciente sofre interferências
em seu organismo que podem prejudicar o processo cirúrgico (SEBASTIANI e MAIA, 2005).
Quanto à pretensão de continuar o acompanhamento psicológico após o procedimento
cirúrgico, os resultados obtidos foram positivos. Tal questionamento teve respostas como:

“Porque preciso lidar com meus medos, as mudanças, traumas, etc.” (Beatriz)
“Porque me sinto mais segura.” (Carla)
“Hoje já me faz bem, após a cirurgia vai me ajudar mais” (Carolina)
“Para que ela possa me orientar nas minhas duvidas” (Bernardo)
“Porque é uma vida nova, novos costumes e pensamentos mais leves” (Bianca)

Apesar de ter ficado lacunas na resposta anterior, quanto a real importância do


acompanhamento psicológico para esses pacientes, percebe-se que todos os participantes
pretendem, após o procedimento cirúrgico, continuar o acompanhamento psicológico; pois

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vêem nele uma forma de apoio. Neste contexto, Sebastini e Maia (2005) contribuem afirmando
que a atuação do psicólogo também é necessária no sentido de reorganizar o esquema da
consciência do paciente no mundo, ou seja, a adaptação à nova imagem corporal, que foi
modificada pela intervenção cirúrgica; visto que a imagem corporal representa a consciência da
própria individualidade. A reconstrução positiva desta nova imagem é necessária para o êxito da
reestruturação do auto-conceito.

Os autores citados acima, afirmam que existem relações entre o estado emocional do
paciente em todas as etapas da cirurgia. Portanto um bom acompanhamento psicológico no pré-
operatório influencia nas reações do paciente em todas as etapas da cirurgia, no trans (durante a
cirurgia) e pós-operatório, já que existem relações entre o estado emocional do paciente nessas
três fases da cirurgia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao buscar verificar o papel da Psicologia junto a pacientes que serão submetidos à Cirurgia
Bariátrica, os participantes demonstraram que a compreendem como importante, considerando-a
como uma forma de apoio para além da família; pretendendo ainda, continuar com o
acompanhamento psicológico após a cirurgia. Porém, deixaram dúvidas sobre o real
conhecimento que possuem a respeito da função da psicologia uma vez que em suas respostas,
não souberam detalhar sobre esta importância. Infere-se que tal fato seja sugestivo do
desconhecimento da função/papel da psicologia neste contexto específico.
Os resultados demonstraram ainda, que o quadro de obesidade foi desenvolvido entre a
infância e adolescência.
Constatou-se também que, os participantes da pesquisa, tentaram em outros momentos de
sua vida, várias formas de emagrecimento antes de optar pela cirurgia bariátrica. A obesidade
apesar de não ser considerada como uma barreira social pelos participantes da pesquisa gera, no
entanto, constrangimento em relação à aparência física. Tal situação contribuiu para que a
maioria se sentisse insatisfeita com o seu corpo. Assim, entende-se que a opção pela cirurgia
bariátrica está relacionada à aparência e não necessariamente com conflitos de ordem social. Esta
consideração confirma as pesquisas anteriores sobre esta temática e reforça as discussões sobre o
culto à beleza na contemporaneidade.
Quanto às possibilidades de atuação dos psicólogos no contexto da cirurgia bariátrica,
observou-se que há muito a se fazer, pois é uma área recente e com poucos estudos científicos.
Outra possibilidade, de atuação seria a construção de uma legislação que amparasse e sustentasse
o trabalho do psicólogo neste contexto; pois se observou que não há uma exigência de

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especialização dos profissionais que atuam no acompanhamento pré ou pós-cirúrgico, o que pode
interferir negativamente na prática profissional.
Por fim, pode-se considerar, com base nas observações realizadas no âmbito deste trabalho,
que a hipótese inicial deste artigo foi confirmada mostrando que, o papel da psicologia na
cirurgia bariátrica apresentou-se como preventivo, tendo como finalidade evitar transtornos
psicológicos futuros como, por exemplo, ansiedade e depressão.

Devido à escassez de trabalhos na área, vê-se a necessidade que mais pesquisas sejam
realizadas.

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