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Paulo Henrique Pessoa Borges 18417312
Paulo Henrique Pessoa Borges 18417312
Dezembro/2018
Resumo
1. Introdução
Na atualidade a Psicologia se tornou uma área muito procurada por acadêmicos. E esse
interesse foi conquistado graças ao trabalho realizado pelos profissionais que já atuam no
segmento e pelas pesquisas realizadas pelos mesmos. Juntando-se a isso, há também a
necessidade em entender o comportamento humano e ajudar a resolver as muitas questões que
envolvem e afligem os indivíduos.
Dessa forma, o profissional de psicologia se preocupa com o bem estar de cada pessoa, e
busca sempre por métodos eficazes e que auxiliem na resolução de conflitos. Para ajudar o
Psicólogo a entender melhor sobre o que se passa com cada indivíduo (em relação à
personalidade, anseios, conflitos, entre outros), ele pode utilizar-se da Avaliação Psicológica.
Essa avaliação pode ser realizada em várias situações, como por exemplo, numa
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entrevista de emprego, em testes para adquirir Carteira de Habilitação, ou pode ser solicitada
pelo próprio paciente, caso sinta necessidade de pedir ajuda ao Psicólogo para resolver alguma
questão.
Mas para que a avaliação seja eficaz é preciso que o profissional tenha conhecimento dos
instrumentos e técnicas que o auxiliam nesse processo e, além disso, é necessário que o
Psicólogo não se deixe levar por questões pessoais, ou se influenciar por alguma outra coisa,
mas que seja prudente, e consiga realmente enxergar a situação, para ao final, apresentar um
diagnóstico acertado.
Apesar da importância que possui, a avaliação psicológica é muitas vezes temida pelos
profissionais, principalmente quando eles elaboram os documentos psicológicos. Ao serem
escritos, esses documentos requerem muito cuidado do psicólogo, pois todas as informações
contidas são de inteira responsabilidade do profissional. É importante destacar que esse
profissional deve conhecer os limites de sua competência, ou seja, o mesmo não deve se
exceder, devendo sempre respeitar o paciente e as leis e normas que regem essa atividade.
Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é discutir e demonstrar a importância da
Avaliação Psicológica e dos Documentos Psicológicos(definindo quais são eles, incluindo
seus conceitos e em que situações são utilizados) e sua importância para os profissionais da
área de Psicologia.
Para tal, será utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica, com a análise de obras de
diversos autores, como: Primi (2010), Noronha et al. (2014), Noronha, Primi e Alchieri
(2005), Lago, Yates e Bandeira (2016), entre outros, além do Manual de Elaboração de
Documentos Escritos (Conselho Federal de Psicologia, 2003) e periódicos de revistas da
internet.
Os dados coletados no decorrer da pesquisa serão analisados e demonstrarão o quanto essa
área da Psicologia tem sido benéfica para as pessoas em geral.
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Para Hutz, Bandeira e Trentini (2015:11), “no Brasil, a história da avaliação psicológica se
confunde com a própria história da psicologia”. Os autores explicam que desde o século XX já
haviam laboratórios no país que desenvolviam pesquisas relacionadas a essa área da
psicologia. O primeiro registro de laboratório fundado consta com data de 1907, mas somente
em 1924 é que Medeiros Costa publica o primeiro livro sobre testes psicológicos no país
(HUTZ, BANDEIRA E TRENTINI, 2015).
Noronha e Alchieri (2002)ressaltam que a avaliação psicológica inicialmente estava voltada
para o exame da inteligência (principalmente relacionada a criança), e da aptidão para o
trabalho. Os mesmos autores relatam que entre as décadas de 40 e 50 houve uma maior
preocupação quanto ao uso e aplicação de testes psicológicos. E após 1950 houve interesse
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Figura 1 – Número de artigos em periódicos por ano com as palavras chaves avaliação ou teste
Fonte: Primi (2010)
De maneira geral essa área da Psicologia tem caminhado de forma positiva, mas há muito o
que melhorar, principalmente no que se refere a formação de profissionais. Por esse motivo, é
importante que se continuem as pesquisas na área, a fim de buscar melhorias e desenvolver
novas técnicas, e que se verifique os instrumentos utilizados durante o processo de avaliação
psicológica, para que de fato, esse processo seja eficaz e confiável.
3. Documentos Psicológicos
Após o processo de avaliação psicológica, o psicólogo pode redigir o documento psicológico,
que explicará a situação vivida pelo paciente, ou seja, dará o diagnóstico do problema e
indicará formas de tratamento e demais soluções. Assim sendo, para auxiliar os profissionais
quanto a produção de documentos psicológicos e também zelar para que os mesmos sejam
escritos respeitando normas e parâmetros, o Conselho de Psicologia elaborou algumas
resoluções, que foram alteradas (no decorrer do tempo), até chegar àquela que é utilizada nos
dias atuais: a Resolução nº 007/2003 do Conselho Federal de Psicologia.De acordo com Lago,
Yates e Bandeira (2016:772), “a normativa de 2003 é a referência mais atualizada de que os
psicólogos dispõem para a produção de documentos escritos”.
Além disso, as resoluções contribuíram para a criação do Manual de Elaboração de
Documentos Escritos, que é o documento que contém os princípios norteadores; as
modalidades de documentos; o conceito/finalidade/estrutura; a validade e a guarda dos
documentos.
Como princípios norteadores (definidos no Manual de Elaboração de Documentos Escritos)
estão:
As técnicas da linguagem escrita: Os documentos escritos devem ser estruturados e
apresentar linguagem clara e objetiva. Os mesmos não devem conter erros gramaticais, ou
duplos sentidos ou expressões que poderão denegrir a imagem da pessoa avaliada; E os
princípios éticos, técnicos e científicos da profissão: Com relação aos princípios éticos, é
preciso que o psicólogo respeite os pacientes, mantendo sigilo sobre as conversas e/ou
situações presenciadas. Porém, caso se faça necessário, o psicólogo poderá informar
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sobre a situação de tal paciente (à pessoa responsável, por exemplo) e até encaminhá-lo
para outro profissional, se julgar necessário que o mesmo tenha outros diagnósticos. O
psicólogo avaliador também pode orientar seu paciente, dando a ele caminhos para resolver
suas questões. Para produzirem os documentos, os profissionais devem se basear nos
instrumentos técnicos como as entrevistas, os testes, as dinâmicas, entre outros.
Com relação à validade dos documentos escritos, conforme define o Manual de Elaboração de
Documentos Escritos (Conselho Federal de Psicologia - Resolução nº 007/2003), é preciso
seguir a legislação vigente nos casos definidos. Onde não houver definição, o psicólogo
indicará o prazo de validade do documento.
Quanto à guarda dos documentos escritos e também os demais materiais que serviram como
instrumentos para a elaboração, a Resolução afirma que devem ser mantidos durante cinco
anos. Caso se faça necessário, esses documentos poderão ser guardados por maior tempo
(esses casos serão previstos em lei ou por determinação judicial). “O Manual informa, ainda,
que toda e qualquer comunicação por escrito decorrente de avaliação psicológica deverá
seguir as orientações nele dispostas; caso contrário, o psicólogo estará incorrendo em falta
ético disciplinar” (LAGO, YATES E BANDEIRA, 2016:773).
“Entretanto, apesar do Manual contribuir para que o psicólogo não incorra em falhas básicas,
ele não é suficiente para impedir erros do psicólogo em uma área em que é desconhecida a
relação dinâmica das forças institucionais em jogo. [...]” (MOURA et al., 2015:137). Com
relação aos documentos escritos, ou seja, quanto a modalidade de documentos e seu
conceito/finalidade/estrutura, a Resolução nº 007/2003 os define, e nesse artigo eles terão um
tópico específico, conforme segue abaixo.
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- Finalidade do documento (por exemplo, para fins de comprovação);
- Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo: se
faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual horário);
- Registro do local e data da expedição da declaração;
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com
as mesmas informações.(CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2003:5).
O Atestado também deve conter o nome do paciente (cliente) e explicar o motivo pelo qual o
mesmo busca atendimento (indicando os sintomas que o mesmo apresenta ou a situação
vivida). Caso a situação seja relativa a alguma doença que esteja registrada na Classificação
Internacional de Doenças – CID, o psicólogo poderá indicar o número referente no Atestado.
A data e o local onde o Atestado foi emitido também devem constar, bem como os dados do
psicólogo que fez o atendimento e a assinatura do mesmo.
O terceiro documento citado é o Relatório/Laudo psicológico, que é definido como “uma
apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações
históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica”
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O quarto documento citado na Resolução nº 007/2003 é o Parecer, que tem como finalidade
esclarecer (por meio de avaliação) alguma “questão-problema”, de forma que o paciente
consiga enxergar melhor a situação e assim eliminar dúvidas que o impedem de tomar
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As mesmas autoras ainda ressaltam que os documentos psicológicos devem ser organizados
tanto com relação a estrutura quanto à escrita, e devem seguir uma ordem cronológica, para
que sejam compreendidos de forma correta.Assim, com todas as informações sendo colocadas
de forma correta, esses documentos estarão menos suscetíveis a erros.
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É um instrumento que avalia (mede ou faz uma estimativa) construtos (também
chamados de variáveis latentes) que não podem ser observados diretamente.
Exemplos desses construtos seriam altruísmo, inteligência, extroversão, otimismo,
ansiedade, entre muitos outros. Se conhecemos bem uma pessoa, ou se observarmos
o comportamento dela por um longo período, podemos afirmar que, na nossa
opinião, ela é (ou não) altruísta, ansiosa, otimista, e assim por diante.O psicólogo,
contudo, não tem essa informação da convivência pessoal e, na verdade, precisa de
dados mais precisos do que os gerados pela convivência.
[...] é um método que gera muitas informações. Em maior ou menor escala, está
quase sempre presente nos processos de avaliação psicológica, especialmente
quando essa avaliação é individual, embora também possa ser utilizada com grupos.
[...] A observação geralmente é utilizada em ambientes escolares, em hospitais e
clínicas e também em residências ou mesmo em laboratórios, para examinar
comportamentos de crianças e interações de pais com seus filhos. Em algumas
situações, a observação não pode ser substituída de forma adequada por testes ou
entrevistas e deve necessariamente ser empregada.
Para Cano e Sampaio (2007), a observação é uma técnica muito importante, pois auxilia
profissionais de várias áreas a tratar sobre uma mesma situação observada, com base nas
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De acordo com Noronha etal. (2010), a formação profissional do psicólogo deve ser adequada
para que o mesmo tenha as competências necessárias para atuar na área. É preciso que os
profissionais tenham conhecimento dos instrumentos, que saibam aplica-los e interpretá-los
para evitar erros no diagnóstico.
“Desse modo, convêm reconhecer a importância de uma formação sólida em avaliação
psicológica, sustentada pelo ensino que privilegie o aprofundamento teórico, as
atividadespráticas e investigativas” (PADILHA, NORONHA e FAGAN, 2007:69). Noronha et
al. (2010) afirma que para que houvesse uma melhoria na formação dos profissionais, seria
preciso rever as disciplinas ensinadas nos cursos. A autora ainda destaca que poderiam ser
feitos alguns acréscimos no curso, relacionados a conteúdos mais específicos e que
informassem mais sobre métodos e técnicas em avaliação e confecção de laudo e demais
documentos psicológicos.
Hutz e Bandeira (2003) ainda salientam que a formação referente a avaliação psicológica vai
além dos cursos de graduação. Para eles é preciso que os profissionais participem de cursos de
atualização, de pós-graduação e formação continuada, para que possam se aprimorar e
conhecer de forma mais aprofundada a área de avaliação psicológica.Desse modo, convêm
reconhecer a importância de uma formação sólida em avaliação psicológica, sustentada pelo
ensino que privilegie o aprofundamento teórico, as atividades práticas e investigativas.
Para o Conselho Federal de Psicologia (2011:17):
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Referências
AVOGLIA, Hilda Rosa Capelão. O sentido da avaliação psicológica no contexto e para o
contexto: uma questão de direito. São Paulo: Psicólogo Informação, 2012. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092012000200009>.
Acesso em 10 mar, 2018
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HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. (Org.). Psicometria. Porto Alegre: Artmed,
2015.
NORONHA, Ana Paula Porto et al. Sobre o Ensino de Avaliação Psicológica. Porto Alegre:
Avaliação Psicológica, 2010: 139-146.
NORONHA, Ana Paula Porto; PRIMI, Ricardo; ALCHIERI, João Carlos. Instrumentos de
Avaliação mais Conhecidos/Utilizados por Psicólogos e Estudantes de Psicologia. Porto
Alegre: Psicologia Reflexão e Crítica, 2005.
PADILHA, Sandra; NORONHA, Ana Paula Porto; FAGAN, Clarissa Zanchet. Instrumentos
de Avaliação Psicológica: Uso e Parecer de Psicólogos. Porto Alegre: Avaliação Psicológica,
2007.
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