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NATAL – RN
2017
DAYANE DO NASCIMENTO CAETANO
NATAL – RN
2017
Dedico este trabalho a minha mãe e minha
Agradeço a Deus pelo dom da vida, e por não me permitir fraquejar quando me
deparei com as adversidades que a vida nos impõe.
A minha mãe. Pois sem sua garra, coragem, força, escolhas, determinação e
amor por mim e meus irmãos, o sonho de concluir essa graduação não seria
possível.
Aos minhas sobrinhas Maria Cecília, Sofia e Ana Helena e ao meu sobrinho
Heitor, pelos momentos de amor, brincadeiras e alegrias nas lutas diárias.
Ao meu noivo, Leandro, pelo amor, carinho, apoio, dedicação e por sua
compreensão em todo decorrer da minha graduação.
A minha tia Zefa, que sempre me apoiou e ajudou de todas as formas que
pôde, para que os meus objetivos fossem alcançados.
Gráfico 8 – Escolaridade....................................................................................58
Gráfico 9 – Renda..............................................................................................59
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO................................................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................68
REFERÊNCIAS.................................................................................................71
ANEXOS............................................................................................................76
APÊNDICES......................................................................................................82
12
1. INTRODUÇÃO
que esses sujeitos têm desse momento particular em suas vidas. Sendo
relevante social e academicamente à medida que, contribui para o debate e
apreensão da temática a partir do entendimento da adolescente e na produção
de novos conhecimentos sobre a temática.
15
1
De acordo com o Estatuto da Criança e do adolescente (1990), entende-se por família
extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou unidade do
casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou o adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade.
19
de produção.
O modo de produção capitalista possui um alto nível de desenvolvimento
das forças produtivas e de riqueza, porém, essa riqueza é concentrada nas
mãos de poucos e seu desenvolvimento gera exploração, pobreza,
desigualdades e exclusões sociais.
pelo ponto de vista dos direitos do cidadão, não mais como súdito e não mais
pelo ponto de vista dos direitos do soberano.
Um dos fatos marcantes na construção histórica dos direitos humanos é
o movimento iluminista, no século XVIII, que contribuiu para a mudança de
ideias e culturas da época, pois se partia da perspectiva da razão humana.
Nesse sentido, o debate dos direitos do homem a partir da razão, possibilitou a
ideia de respeito por parte das autoridades para aquilo que seria os direitos
naturais do homem, ou seja, direitos inatos a estes.
O processo de independência dos Estados Unidos da América - EUA e a
revolução francesa são episódios históricos que também irão dar subsídios
para as ideias de direitos humanos. Os EUA, porque em sua declaração de
independência manifesta a defesa de princípios pautados da liberdade dos
direitos naturais ao homem. Enquanto a França, em sua declaração dos
direitos do homem e do cidadão afirma a fraternidade, liberdade e igualdade
como princípios que devem nortear as ações e condutas dos homens.
A ideia de direitos naturais do homem deu subsidio para o emergir das
ideias iluministas, o qual afirma Bussinger (1997), na sua essência está à
defesa da emancipação do individuo de tudo aquilo que impede sua expansão
e a expansão de suas atividades.
artigos ela prega, mais uma vez, a igualdade e a liberdade entre os sujeitos,
destacados em seus artigos 1, 2 e 7, porém dessa vez em âmbito nacional.
Art. 2
Como também no titulo VIII, que diz respeito à ordem social, em seu
capitulo VIII, no que diz respeito à família, a criança, o adolescente e o idoso:
2
Segundo Bidarra e Oliveira (2007), o terno “menor”, somente era utilizado para aqueles que
se encontrava em situação irregular, sendo considerado irregular, segundo o código de
menores de 1927, os menores que abandonados e delinquentes.
29
liberdade mesmo sem ser averiguado se de fato ocorreu o ato infracional, não
possibilitando defesa a esses sujeitos.
É a partir do cenário de 1980, tomado pelas lutas em prol da
democracia, principalmente os setores que lutavam pelos direitos da criança e
do adolescente, que, de acordo com Bidarra e Oliveira (2007), as denuncias ao
falho sistema de intervenção aplicado pelo Estado movimentaram os vários
setores da sociedade, empenhados em consolidar uma nova politica baseada
na esfera da garantia de direitos para esse segmento populacional.
É nesse contexto de falência do código de menor e esgotamento
histórico e jurídico que emerge o Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual
estabelece a proteção integral da criança e do adolescente e reafirma o já dito
constitucionalmente, que esses indivíduos são sujeitos de direitos e estão em
situação de desenvolvimento.
Mesmo o ECA sendo um marco legal no que diz respeito aos direitos
das crianças e adolescentes e representando grandes vitorias para esses
segmento, segundo Silva (2005) ele foi uma conquista obtida tardiamente nos
marcos do neoliberalismo, nos quais os direitos estão ameaçados,
precarizados e reduzidos, criando um impasse na “cidadania de crianças”, no
sentido de tê-las conquistado formalmente, mas não existir condições reais
para ser efetiva e usufruída.
2.3 Gravidez na adolescência: até onde vai o alcance das politicas públicas?
Diante disso, de acordo com Nunes (2012, apud Silva 2012), a gravidez
na adolescência começa a ser debatida no âmbito da saúde pública, a partir da
preocupação com o aumento do número de partos realizados em hospitais
públicos em adolescentes com menos de 20 anos, que se intensificou ao longo
das duas últimas décadas.
Tendo em vista que, de acordo com Pereira (2000, apud Mioto 2005), de
acordo com dados do ministério da saúde, mais de 50% das adolescentes
brasileiras de 15 a 19 anos, com baixa escolaridade, tem pelo menos um filho,
sendo que em 1993 e 1998 houve um aumento de 31% nos partos de meninas
de 10 a catorze anos.
No que diz respeito ao contexto socioeconômico, segundo Mioto (2005),
as taxas de fecundidade nos grupos de crianças e adolescentes entre 10 e 14
anos e 15 e 19 anos aumentaram no Brasil entre os anos de 1980 e 1995,
sobretudo entre jovens de nível sócio econômico inferior, em contraste com a
redução expressiva nas demais faixas etárias.
Como também em seu capitulo VII, artigo 227, quando nos diz:
no documento por idade das mães e régios. Além disso, ressalta a importância
do atendimento e cuidados diferenciados que os profissionais da saúde devem
ter com adolescentes gestantes, do pré-natal ao puerpério, destacando a
importância de acompanhamento nutricional, do desenvolvimento e
crescimento infantil, como também o momento do parto.
Destaco nesse documento o debate sobre as consequências no campo
social, e a importância do acompanhamento assistencial para adolescentes em
situação de risco e vulnerabilidade social, numa perspectiva de promoção
desses sujeitos.
Diante do exposto até aqui, fica evidente a falta de uma legislação
específica que ampare as adolescentes gestantes, possibilitando um cuidado
desde o inicio da gestação, ao acompanhamento do desenvolvimento social
dessa adolescente e seu filho.
O que se pôde enxergar foram campanhas e documentos focalizados
que visam e prevenção de uma gravidez precoce e como os profissionais da
saúde deveriam atuar e o cuidado que devem ter com esse publico. Numa
perspectiva de desenvolvimento biológico e psicossocial desses sujeitos.
Não existindo uma preocupação em se enxergar as causas que estão
relacionadas ao grande numero de adolescentes que estão engravidando
precocemente. Como também, a inexistência de uma assistência prestada a
essas adolescentes que agora se tornaram mães, e estão tendo que lidar com
muitas transformações em suas vidas.
Nesse sentido, destaco a relevância de um acompanhamento biológico,
psicológico e social. A prevenção é um passo importante para intervir no
“problema”, porém não alcança todos os setores da sociedade, muito menos
entende as particularidades regionais e sociais do país. É preciso políticas
públicas que consigam alcançar essas adolescentes nas suas mais diversas
classes sociais, no sentido de orientar quanto seus direitos humanos, sexuais e
reprodutivos, enquanto mulher, adolescente e mãe.
43
Foi por que eu tava pagando só duas matérias, que já era pra
eu ter ido pra o primeiro, eu tava fazendo o 9°, ai eu peguei e
desisti. Ai eu descobri minha gravidez ai também nem fui mais
pra escola. (ANASTÁCIA3, 2017)
3
Foram usados nomes fictícios para as adolescentes entrevistadas, a fim de resguardar suas
identidades dos sujeitos.
45
Para Netto (2001), a expressão questão social surgiu para dar conta do
fenômeno mais evidente da história da Europa Ocidental, que experimentava
impactos da onda industrializante que se iniciou na Inglaterra no ultimo quartel
do século XVIII: trata-se do fenômeno do pauperismo.
Com a propagação do modo de produção capitalista, a pauperização foi
à primeira consequência que foi sentida pela grande massa da classe
trabalhadora, se espalhando por toda sociedade.
Nesse sentido, à medida que o contexto de industrialização trazia
avanços tecnológicos e riquezas, estas eram centralizadas nas mãos de
apenas um aparcela da população, a classe burguesa. O que gerou
desigualdades sem procedentes na sociedade.
120
100
Julho
80
Agosto
60 Setembro
Outubro
40
Novembro
20 Dezembro
0
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
No mês de julho, como mostra o gráfico, foi o mês com o maior número
de adolescentes gravidas que deram entrada na maternidade da instituição,
chegando a 111 adolescentes. Em contrapartida, o mês seguinte teve o menor
número, chegando ao total de 67 adolescentes, como nos presenta o gráfico.
Isso representa uma superlotação na maternidade do hospital e
sobrecarga nos profissionais, e consequentemente isso irá refletir no
atendimento a essas gestantes, que acabam não sendo muitas vezes o
esperado. Tendo em vistas que, essas mulheres e adolescentes se encontram
em um momento particular de suas vidas.
Foi possível observar, a partir da experiência de estágio curricular
obrigatório, que a maternidade do HJPB não possui estrutura física e nem
condições objetivas para atender a demanda que lhe é imposta. Isso acaba
refletindo no atendimento dessas gestantes, principalmente as adolescentes,
que necessitam de um cuidado especial, além de mulheres em trabalho de
parto, são adolescentes. Pois devido à superlotação e consequentemente
sobrecarga imposta aos profissionais da maternidade, muitas vezes fica
inviável um atendimento mais atencioso a essas adolescentes.
Diante disso, vemos que é expressivo o número de adolescentes que
estão sendo mães prematuramente. Esses números ficam ainda mais
expressivos quando separamos essas adolescentes por local onde residem, ou
seja, zona norte do Estado e municípios circunvizinhos.
53
600
400
17 anos
300 16 anos
15 anos
200
14 anos
100
13 anos
0
Total 18 anos 17 anos 16 anos 15 anos 14 anos 13 anos
Foi por que eu tava pagando só duas matérias, que já era pra
eu ter ido pra o primeiro, eu tava fazendo o 9°, ai eu peguei e
desisti. Ai eu descobri minha gravidez, ai também nem fui mais
pra escola. Mas eu pretendo voltar, só quando ele tiver
maiorzinho por que ele só mama, só quer tá nos peito.
(ANASTÁCIA, 2017)
30
25
Mora com os
companheiros e
20 estudam
Mora com os
15 companheiros e não
estudam
Mora com os pais e
10 estudam
0
Mora com os Mora com os Mora com os Moram com os
companheiros e companheiros e pais e estudam pais e não
estudam não estudam estudam
Fonte: entrevista social do serviço social – HJPB/2017
Gráfico 8 – Escolaridade
60
50
Ensino fundamental
incompleto
40
Ensino Médio incompleto
30
Ensino médio completo
20
Ensino fundamental completo
10
Gráfico 9 – Renda
Formal, de 2 à 3 Salários
20
Informal, até 1 salário
15 Fornal/Informal, até 1
salário
Formal e informal, 2 à 3
salários
10 Formal e informal, 4 à 5
slários
Ajuda de terceiros
5
Sem renda fixa
0
Fonte: entrevista social do serviço social – HJPB
parte das demandas vivenciadas em todo hospital passa pelas mãos dos
assistentes socias da instituição, sendo que algumas dessas não se
caracterizam como atribuição do profissional.
Essa sobrecarga profissional aliada aos limites institucionais e a grande
demanda do hospital, muitas vezes acabam dificultando que esses
profissionais possam desenvolver atividades com os usuários do serviço.
Destaco aqui as adolescentes que têm seus partos na maternidade da
instituição.
Existe um trabalho desenvolvido com as mães da casa da mãe cidadã, a
qual é um espaço destinado para as mães que tiveram alta, mas seus filhos
encontram-se internados para atingir peso ideal para receber alta. Esse
trabalho é desenvolvido pelo serviço social, psicologia e um profissional
ginecologista, sendo destinado a todas as mães no geral, não tendo nada
destinado especificamente para as adolescentes gestantes.
Diante disso, é necessário que se desenvolva trabalhos junto as
adolescentes, que possam proporcionar o reconhecimento dessas
adolescentes como sujeitos de direitos, enquanto mulher, adolescente e agora
mãe. Sendo necessário acompanhar de que forma essas adolescentes estão
compreendendo esse momento tão particular em suas vidas e de que forma
podem planejar e evitar uma possível gravidez.
Além disso, é preciso trabalhar a construção do sendo critico das
crianças e adolescentes, tendo em vista que estes se encontram em
desenvolvimento. Isso pode se dar, através da realização de trabalho
pedagógico, executado por profissionais que atuem diretamente com as
crianças e adolescentes.
Nesse sentido, é preciso uma atuação do serviço social junto a uma
equipe multiprofissional, como também maior diálogo entre as diversas áreas
profissionais dentro da instituição, para que se possibilite um atendimento e
intervenção mais integral e articulada, de forma a atender às necessidades
desses sujeitos, haja vista que, estes se são considerados sujeitos peculiares
em desenvolvimento.
68
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARROCO, Maria Lucia Silva e TERRA, Sylvia Helena. Código de ética do/a
assistente social comentado. Conselho Federal de Serviço Social – CFESS,
(Organizador). – São Paulo: Cortez, 2012.
MIOTO, Célia Regina. Família, trabalho com famílias e Serviço Social. Serv.
Soc. Rev., londrina, v. 12, n.2, p. 163-176, jan./jun. 2010
ANEXOS
APÊNDICE
Instrumento utilizado objetivando a compreensão da gravidez na adolescência
sobre a ótica das adolescentes e sua realidade antes e depois da gestação.
ENTREVISTA
1. Idade?
2. Com quantos anos teve o bebê?
3. Qual a sua ocupação atual?
4. Ainda mora com seus pais? Se não, com quem mora atualmente?
5. Ainda estuda?
6. Parou ao descobrir a gestação ou continuou os estudos até o momento
do parto?
7. Se parou antes de engravidar, qual foi o motivo? Em que ano?
8. Se parou no decorrer da gestação, o que te levou a isso?
9. A escola te deu algum suporte? (para não atrasar seus estudos)
10. É o primeiro filho?
11. A gravidez foi planejada?
12. Você fez pré-natal? Se não, por quê?
13. E no pós-parto, teve acompanhamento no posto de saúde?
14. Recebeu algum tipo de apoio? (grupos de apoio psicossocial para passar
por essa fase)
15. Qual foi a sua reação ao descobrir a gestação? E da sua família e do
companheiro?
16. Você teve apoio da sua família e companheiro ao descobrir a gestação?
E hoje, ainda tem esse apoio?
17. Você acredita que a gravidez e o nascimento do seu filho trouxeram
mudanças quanto ao seu projeto de vida ou futuro? Quais mudanças?
Por quê?
18. Você já teve alguma experiência profissional/ de trabalho formal ou
outra? Qual?
19. Qual a sua renda mensal?
20. Você contribui com essa renda? De que forma?
21. Quais os seus planos agora?
22. Mas os seus planos antes de engravidar, eram o que?