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REFERÊNCIAS TÉCNICAS

PARA ATUAÇÃO
DE PSICÓLOGAS(OS) NA
REDE DE PROTEÇÃO ÀS
CRIANÇAS
E ADOLESCENTES EM
SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA SEXUAL
Grupo: Ana Beatriz Martins, Paula
Montenegro, Gabriela França, Luan Falcão,
Amanda Victória Frazão e Tiago Diniz.
01
DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA
FRENTE ÀS VIOLÊNCIAS
CONTRA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
● 1979, ONU - Convenção sobre os
direitos da criança e do
Proteção à adolescente.
crianças e ● A Constituição de 1988 adota os
princípios da convenção.
adolescentes
em situação de ● Criança e adolescentes:
violência ➔ Sujeitos de direito;
Condição de pessoa em
sexual

desenvolvimento;
➔ Destinatário de proteção
especial (família, Estado e
sociedade).
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA
“A criança e o adolescente Art. 5° ECA: “Nenhuma criança ou
gozam de todos os direitos adolescente será objeto de
inerentes à pessoa humana, qualquer forma de negligência,
assegurando-se oportunidades discriminação, exploração,
e facilidades ao violência, crueldade e opressão,
desenvolvimento físico, mental, punido na forma da lei qualquer
moral, espiritual e social, com atentado, por ação ou omissão,
liberdade e dignidade.” aos seus direitos fundamentais.”
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O ECA veda ao psicólogo: Tipos de violações:


“Praticar ou ser conivente com ➔ Castigo físico e humilhante;
quaisquer atos que caracterizem ➔ Trabalho infantil;
negligência, discriminação, ➔ Exploração sexual;
exploração, violência, crueldade ou ➔ Abuso sexual;
opressão. ➔ Altas taxas de homicídio entre
jovens;
Cabe ao psicólogo: ➔ Tráfico de pessoas;
“Promover proteção integral de ➔ DEsaparecimento de crianças e
todas crianças e adolescentes.” (Art adolescentes;
1°, Lei 8069/90). ➔ Uso abusivo de álcool e outras
drogas.
DENÚNCIAS
No Brasil, o primeiro canal foi criado em 1997, Parceiros:
mais tarde denominado “Disque 100”. ➔ Conselhos tutelares;
Foi coordenado pela associação brasileira ➔ Ministério Público;
multidisciplinar de proteção à criança e ➔ Órgãos de
adolescente (ABRAPIA) até 2003, quando foi segurança pública:
delegacias de
assumido pelo Governo Federal.
proteção à crianças
Denúncias contra a criança e adolescentes e adolescentes,
são encaminhadas para serviços de Polícia Militar, Polícia
atendimento que usa proteção dos direitos da Rodoviária Federal e
infância e adolescência de Estados e Polícia Federal.
municípios.
MINISTÉRIO DA SAÚDE

Estabeleceu obrigatoriedade de notificação para todas entidades do


SUS (portaria MS/GM N° 206 de 26/10/01). Para casos de
suspeita/confirmação de violência doméstica, sexual e outras
violências. O preenchimento gera dados para o SINAN NET (Sistema
de informação de agravos e notificações).

➔ Importância de tornar visível a prática de violência.


AÇÕES PELA GARANTIA, PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DOS
DIREITOS SEXUAIS DE ADOLESCENTES E JOVENS
Plano nacional de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil -
PNEVSCA (Brasil, 2013).
Eixos estratégicos do plano nacional:
1. Análise da situação: monitoramento e levantamento de dados -
transparência.
2. Mobilização e articulação: fomentar articulações nacionais, regionais e
locais de combate. Envolve fóruns, comissões, conselhos, etc.
3. Defesa e responsabilização: atualizar legislação, combater impunidade,
disponibilizar serviços de notificação.
4. Atendimento: garantir atendimento especializado.
5. Prevenção: assegurar ações de educação, sensibilização e autodefesa.
6. Protagonismo infanto-juvenil: promover participação ativa de crianças e
adolescentes na defesa, execução e proteção de seus direitos.
DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO
SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES - 18/05
Instituído em 2000 em referência ao
sequestro da menina Araceli Cabrera
Sanchéz, sequestrada, violentada,
espancada e morta aos 8 anos em
18/03/1973 em Vitória - ES.

Os culpados não foram encontrados.


É preciso:
➔ Orçamento público;
Não bastam ➔ Fomento à pesquisa;
leis e planos! ➔ Desenvolvimento de tecnologias
sociais;
➔ Implementar monitoramento
“Se o mundo é contínuo;
bom para as ➔ Organizar sistemas de
informações;
crianças, o mundo
é bom para todo ● CONANDA - Conselho nacional dos
mundo!” direitos da criança e adolescente.
02
PSICOLOGIA E A PROTEÇÃO
DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
EM
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO

“O(a) psicólogo(a) contribuirá para a eliminação de qualquer forma de


violência, que atuará com responsabilidade social e que considerará
as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre suas atividades profissionais.”

● As medidas protetivas devem incluir não só a prevenção, mas


também o amparo das crianças, adolescentes, bem como seus
pares e família.
COMO O PSICÓLOGO DEVE ATUAR?
● Atuação profissional Caminhos do psicólogo:
comprometida com a garantia ➔ Métodos e técnicas de
de direitos humanos. escuta e entrevista;
➔ Testes psicológicos;
● Promover assistência a
➔ Atuação interdisciplinar.
superação do sofrimento,
abrangendo não apenas a Não é apenas a área da saúde
dimensão normativa das que está envolvida, mas
políticas públicas, mas também também as áreas da educação,
ética. justiça e assistência social.
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA JUSTIÇA
➔ Práticas avaliativas no direito criminal;
➔ Atuação na esfera do direito da infância e da juventude para
aplicação de medidas protetivas e socioeducativas;
➔ Realização de avaliações psicológicas para subsidiar decisões
judiciais;
➔ Considerar os impactos e as consequências de suas conclusões de
violência e as reações familiares envolvidas;
➔ Práticas interventivas: os profissionais psicólogos inseridos nas
políticas públicas devem realizar a avaliação psicológica usando a
proteção e prevenção de violência sexual contra crianças e
adolescentes.
PRÁTICAS INTERVENTIVAS
A atuação profissional no sentido protetivo e
socioeducativo é mais debatida pelos os 1. Não
profissionais inseridos nas Políticas Públicas discriminação;
municipais e estaduais de Assistência Social, 2. Melhor interesse
Saúde, Educação e Cultura e Lazer, assim como da criança;
no Terceiro setor, nos Serviços-escola e projetos 3. Direito à
de extensão de Universidades. Nestes espaços, sobrevivência e ao
prevalecem as práticas interventivas, nas quais a desenvolvimento;
avaliação psicológica é realizada com o objetivo 4. Respeito a opinião
de traçar estratégias que visem tanto a proteção da criança.
como a prevenção de situações de violência
sexual contra crianças e adolescentes
A (RE)INVENÇÃO DA ESCUTA SOB O OLHAR DA PROTEÇÃO

“Escutar significa, num primeiro momento acolher toda a queixa ou


relato do usuário, mesmo quando aparentemente não interessar
diretamente para o diagnóstico e tratamento.”

➔ Escutar passou a fazer parte das técnicas de abordagem a


pessoas em sofrimento mental ou psíquico.

Alguém Alguém
disposto a falar. disposto a
ouvir.
Situação
Antes de Depois
Antes
violência

CAMPO DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA


03
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
NOS
SERVIÇOS DA REDE DE
PROTEÇÃO
As situações de ➔ Mapear ocorrências das formas de
violência contra violências e suas particularidades no
crianças e território;
adolescentes ➔ Prevenir reiteração da violência;
➔ Promover atendimento para minimizar
requerem
as sequelas da violência;
intervenções do
➔ Responsabilizar e garantir a oferta de
sistema de garantia
atendimento ao agressor;
de direitos com a ➔ Promover a restituição integral dos
finalidade de: direitos da criança e do adolescente.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DEVE SER VOLTADA PARA:

➔ Redução de danos sofridos pelos sujeitos;


➔ Mudança de condições subjetivas que geram, mantém ou
facilitam a dinâmica e ameaças abusivas;
➔ Proporcionar condições para o fortalecimento da autoestima,
restabelecimento da proteção e da convivência em condições
dignas;
➔ Contribuir para a superação da situação de violação de direitos e
reparação da violência sofrida.
É necessário romper
com a resistência em Suspeita de violência
realizar as notificações
e denúncias aos órgãos
de proteção. O sigilo Realizar procedimentos
importantes para a proteção
profissional deve do atendido
priorizar a proteção e o
efetivo bem-estar da Acionar a rede de proteção
criança. seguindo as resoluções do
conselho profissional
PSICÓLOGO NO SUS
➔ Atenção Primária em equipes dos Realizar entrevista inicial
núcleos de apoio à saúde da família para avaliação e
(NASF). preparação da criança e
adolescente a ingressar em
➔ Ambulatórios especializados;
grupos de apoio a
➔ Prontos socorros hospitalares; depender do caso.
➔ Unidades de terapia intensiva (UTI);
➔ Enfermaria pediátrica;
➔ Clínicas diversas;
➔ Centros de referência em IST;
➔ Centro de atenção psicossocial (CAPS);
➔ Unidades de reabilitação.
DECRETO N° 9603/2018: REDE DE PROTEÇÃO:
Estabelece que crianças e
adolescentes vítimas ou ➔ Delegacia de polícia
especializada: abertura de
testemunhas de violência em
inquérito policial para
situação de risco, cujas famílias verificar a ocorrência do
ou responsáveis estejam crime e a autoria.
impossibilitados de cumprir a
função de cuidado e proteção, ➔ Delegacia especializada em
possam acessar os serviços de temas de direitos humanos.
acolhimento de modo
excepcional e provisório.
A questão deve ser Criança e adolescente
encarada sob uma
perspectiva Revelação espontânea
multidisciplinar
envolvendo diversos Atendimento seguindo o
agentes de atuação fluxo de responsabilização
protetiva (educação,
Encaminhamento para escuta
justiça, psicólogos, especializada
médicos), observadas
as peculiaridades de
cada caso.
Em decorrência da escuta, o psicólogo produz um documento técnico
com base na resolução 06/2019 - manual de elaboração de
documentos escritos produzidos pelo psicólogo - para subsidiar e
compartilhar informações com os profissionais envolvidos no sistema
de garantia de direitos, engajados na proteção da vítima que sofreu
ou testemunhou algum tipo de violência.
Referência
● Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Rede de
Proteção às Crianças e Adolescentes em Situação de Violência
Sexual. Disponível em:
<https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuaca
o-de-psicologasos-na-rede-de-protecao-as-criancas-e-adolescentes-
em-situacao-de-violencia-sexual/>.

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