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FUNDAÇÃO FAUSTO PINTO DA FONSECA

FACULDADE DE NOVA SERRANA – FANS


CURSO DE PSICOLOGIA

BRUNA RAFAELA DE ARAÚJO TIENGO


ERENILCE CARLA FERNANDES

VIOLÊNCIA À MULHER: acolhimento psicológico a mulheres vítimas de


violência no Município de Nova Serrana- MG.

NOVA SERRANA - MG
2023
BRUNA RAFAELA DE ARAÚJO TIENGO
ERENILCE CARLA FERNANDES

VIOLÊNCIA À MULHER: acolhimento psicológico a mulheres vítimas de


violência no Município de Nova Serrana- MG.

Trabalho de conclusão de curso I apresentado


ao Curso de Psicologia da Faculdade de Nova
Serrana – FANS.

Orientador: Samuel Fazendeiro


Linha de Pesquisa: Psicologia Jurídica.

NOVA SERRANA - MG
2023
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AMB Associação Médica Brasileira


CFM Conselho Federal de Medicina
CFP Conselho Federal de Psicologia
CNJ Conselho Nacional de Justiça
CREAM Centro de Referência de Atendimento à Mulher
CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CREPOP Centro de Referência Técnicas em Psicologia e Políticas
Públicas
DEAM Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MP Ministério Público.
MPF Ministério Público Federal
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
SEJUSP Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
SPM Secretaria de Políticas para as Mulheres
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
SUS Sistema Único de Saúde
TJ Tribunal de Justiça
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................5
1.1. Objetivo Geral....................................................................................................7
1.2. Objetivo Específico............................................................................................7
1.3. Justificativa........................................................................................................8
1.4. Questão Norteadora..........................................................................................8
1.5. Hipóteses...........................................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................9
2.1. Políticas públicas e o acolhimento em casos de violência à mulher...............11
2.2. A Psicologia e o acolhimento em casos de violência à mulher.......................16
3. METODOLOGIA........................................................................................................18
3.1. Métodos e técnicas..........................................................................................18
4. PLANO DE DESENVOLVIMENTO............................................................................19
4.1. Cronograma de execução...............................................................................19
4.2. Recursos necessários...................................................................................20
4.3. Materiais..........................................................................................................20
4.4. Financeiros......................................................................................................20
5. REFERÊNCIAS..........................................................................................................22
6. ANEXOS....................................................................................................................26
1. INTRODUÇÃO

A violência contra a mulher é algo recorrente em todo o mundo, com isso se


faz necessário as discussões e busca de melhorias dos instrumentos de
enfrentamento do problema em questão. O Estado de Minas Gerais apresenta altos
índices de violência contra as mulheres, o que demanda uma atuação efetiva dos
profissionais que lidam com essa realidade. De acordo com o Atlas da Violência
2021, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, Minas Gerais apresentou uma taxa de feminicídios
de 2,2 por 100 mil mulheres em 2019, o que colocou o estado em 5º lugar no ranking
nacional.
Além disso, o Observatório da Mulher contra a Violência do Ministério Público
de Minas Gerais divulgou em 2021 um relatório estatístico sobre a violência
doméstica e familiar contra a mulher no estado em 2020, que indicou um aumento
de 17,6% no número de casos em relação ao ano anterior.
É importante esclarecer que a violência contra a mulher é um problema
complexo e multifacetado, e não é possível definir um único índice que reflita
completamente a sua dimensão em um estado ou país. Existem diferentes tipos de
violência, e a sua mensuração envolve a análise de diversos indicadores e fontes de
dados.
Nesse contexto, as políticas públicas do município de Nova Serrana-MG que
prestam serviços de acolhimentos para as vítimas de violência, se tornam espaços
importantes de acolhimento e apoio para mulheres que sofrem violência. Um desses
espaços é a Delegacia da Mulher, que se trata de uma unidade policial
especializada, criada para atender as mulheres em situação de violência doméstica
e familiar, oferecendo serviços de assistência social e jurídica, além de promover a
investigação e o combate a esse tipo de crime.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (2022),
a Delegacia da Mulher tem por finalidade receber e encaminhar denúncias de
violência doméstica e familiar contra a mulher, promovendo a investigação e o
combate a esse tipo de crime e garantindo o acesso das mulheres aos serviços de
assistência social e jurídica.
As Delegacias da Mulher foram criadas a partir da década de 1980, com o
objetivo de enfrentar a violência contra as mulheres. Essas unidades têm equipes
especializadas, formadas por profissionais capacitados, como delegados,
investigadores, psicólogos e assistentes sociais, que prestam atendimento
humanizado e acolhedor.
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), também
conhecido como Casa Mais Mulher, é uma política pública importante em Nova
Serrana-MG, que visa oferecer acolhimento e atendimento especializado às
mulheres em situação de violência. De acordo com a Prefeitura Municipal de Nova
Serrana (2021), o CRAM é um espaço que oferece serviços de apoio psicológico,
social e jurídico, além de orientação sobre direitos e prevenção da violência contra
as mulheres. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta por
assistentes sociais, psicólogos e advogados, que prestam atendimento humanizado
e acolhedor às mulheres vítimas de violência.
Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Nova Serrana
(2021), o CRAM tem como objetivo "garantir o acesso das mulheres em situação de
violência aos serviços especializados e às políticas públicas de promoção da
igualdade de gênero, por meio do acolhimento, atendimento e encaminhamento das
mulheres vítimas de violência, bem como pela promoção de ações educativas e
preventivas". O CRAM é uma importante iniciativa que contribui para a promoção
dos direitos das mulheres e para a prevenção e o enfrentamento da violência de
gênero em Nova Serrana.
Outra política pública presente no município é a unidade do Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) "Dona Dolores Bretas de
Lima". Que, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Nova
Serrana (2023), tem como finalidade oferecer assistência social especializada a
indivíduos e famílias que estão em situação de risco pessoal ou social, incluindo
vítimas de violência doméstica, abuso sexual, exploração sexual, negligência,
abandono, entre outros.
A atuação do psicólogo é fundamental no atendimento às mulheres vítimas de
violência, pois esse profissional está apto à oferecer um espaço de acolhimento e
escuta, contribuindo para a promoção da saúde mental e emocional dessas
mulheres. Além disso, o psicólogo pode auxiliar na identificação e no enfrentamento
dos traumas e das consequências psicológicas decorrentes da violência,
possibilitando o resgate da autoestima e a construção de relações saudáveis.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP) em seu documento
"Psicologia e Direitos Humanos: Contribuições para a Atuação Profissional em
Saúde Mental",
a violência contra a mulher é um grave problema de saúde
pública, que tem impactos físicos, psicológicos e sociais sobre
a vida dessas mulheres. Nesse contexto, o psicólogo pode
atuar no sentido de oferecer suporte psicológico às mulheres
em situação de violência, promovendo a escuta e o
acolhimento, além de contribuir para a identificação e o
enfrentamento dos traumas decorrentes desse tipo de
violência. (CFP, 2017, p. 43).

Diante desse cenário, é importante compreender as dificuldades enfrentadas


pelos psicólogos na Delegacia da Mulher de Nova Serrana-MG, , a fim de propor
soluções para melhorar a qualidade do atendimento nas políticas públicas DEAM,
CRAM e CREAS.

1.1. Objetivo Geral:

Investigar as dificuldades enfrentadas pelos psicólogos (as) e demais


profissionais que atuam no acolhimento de mulheres vítimas de violência no
município de Nova Serrana-MG.

1.2. Objetivos Específicos:

Ao cumprir esses objetivos específicos citados abaixo, a pesquisa pode


fornecer informações valiosas sobre as dificuldades enfrentadas pelos psicólogos
(as) e profissionais que atuam no acolhimento de mulheres vítimas de violência nas
políticas públicas em Nova Serrana-MG.
• Identificar as dificuldades relatadas pelos psicólogos e profissionais que
atuam no acolhimento de mulheres vítimas de violência nas políticas
públicas em Nova Serrana-MG.
• Analisar os recursos e infraestrutura para a realização do trabalho dos
psicólogos e profissionais que atuam nas políticas públicas em Nova
Serrana-MG.
• Conhecer a jornada de trabalho dos psicólogos e profissionais que atuam
nas políticas públicas em Nova Serrana-MG.
• Avaliar as políticas públicas e programas de capacitação para a atuação
dos profissionais no acolhimento de mulheres vítimas de violência em
Nova Serrana-MG.

1.3. Justificativa

O intuito da pesquisa visa à compreensão e a importância de superar as


dificuldades enfrentadas pelos profissionais que atuam diretamente com o
acolhimento das mulheres vítimas de violência, a fim de garantir um atendimento
mais humanizado e assertivo. Portanto, os resultados desta pesquisa poderão
contribuir para a melhoria do acolhimento de mulheres vítimas de violência,
ajudando a garantir que essas mulheres recebam o apoio necessário para superar
suas dificuldades e reconstruir suas vidas. Além disso, esses resultados também
poderão ser úteis para outras instituições que prestam atendimento às mulheres
vítimas de violência em todo estado de Minas Gerais e todo o país.
Contudo, o presente trabalho acadêmico irá favorecer para o desenvolvimento
de novas estratégias e políticas públicas que melhorem a atuação dos psicólogos no
acolhimento das mulheres vítimas de violência em Nova Serrana-MG, bem como
para a ampliação do acesso a serviços de proteção e atendimento de qualidade para
essas mulheres.

1.4. Questão norteadora

Quais as dificuldades de atuação do Psicólogo (a) e demais profissionais que


atuam no acolhimento de mulheres vítimas de violência no município de Nova
Serrana-MG?

1.5. Hipóteses

Algumas possíveis dificuldades que podem ser investigadas na pesquisa


incluem:
• Como são as infraestruturas onde são realizados os atendimentos às vítimas
de violência?
• Nos locais de atendimento há profissionais suficientes para a demanda do
município?
• Há formação continuada para capacitação dos profissionais a fim de
desenvolver habilidades de escuta ativa e empatia nos atendimentos
realizados?

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Para compreendermos melhor sobre a situação das mulheres vítimas de


violência, faz-se necessário um resgate do surgimento da palavra violência, que tem
sua origem no latim "violentia", que significa "força, impetuosidade, ímpeto,
violência". Essa palavra é derivada de "vis", que significa "força" ou "poder". (USP,
2003).
Em seu sentido mais amplo, a violência refere-se a qualquer ação que cause
danos, sofrimento, dor ou morte a uma pessoa ou grupo de pessoas. Com isso, a
violência é um problema de grande magnitude, afetando todas as sociedades,
culturas e classes sociais. Segundo o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde da
OMS, a violência é um problema de saúde pública, que causa mais mortes e
incapacidades do que muitas doenças comuns, como a tuberculose e a malária.
De acordo com a Referência para Atuação de Psicólogas (os) em Serviços de
Atenção à Mulher em Situação de Violência, do Centro de Referência Técnicas em
Psicologia e Políticas Públicas, CREPOP (CFP, 2013, p.32), segundo a referência
técnica “a violência contra a mulher remete aos primórdios da organização social
humana ocorrendo principalmente em espaços privados e não sendo divulgada
publicamente.”.
Com base nos contextos históricos a referência técnica em questão, mostra
que as mulheres estavam confinadas ao espaço doméstico, com papéis socialmente
definidos como esposa e mãe. Elas enfrentaram processos de exclusão social,
discriminação e violência dentro de suas próprias residências, muitas vezes
incapazes de reconhecer o caráter agressivo dessas ações. (CFP, 2013, p.32). A
referência técnica em questão nos alerta à importância de enfatizar que a violência é
um elemento intrínseco à experiência de vida de muitas mulheres, iniciando-se
desde a infância, principalmente por parte de familiares do sexo masculino, e sendo
posteriormente reiterada pelos parceiros. (CFP, 2013, p.32).
De acordo com a Referência para Atuação de Psicólogas (os) em Serviços de
Atenção à Mulher em Situação de Violência, (CREPOP, 2013, p.32), “o patriarcado é
um conceito utilizado por algumas vertentes feministas para se referir a um sistema
de dominação e exploração das mulheres”. De acordo (SAFIOTTI, 2004 apud CFP,
2013, p.32) com essa visão, a violência contra as mulheres ocorre devido à
influência de uma sociedade culturalmente favorável ao machismo. Isso acontece
tanto em lugares públicos quanto privados, especialmente quando as mulheres
desafiam o comportamento submisso esperado delas.
A partir de 1930, as mulheres começaram a trabalhar fora de casa e enfrentar
violência tanto em público como em casa. Isso as tornou mais vulneráveis e
incentivou a luta por direitos, com a exposição das mulheres fora de casa geraram-
se conflitos internos nos relacionamentos, levando a brigas e violência doméstica
devido ao questionamento dos papéis tradicionais de gênero. (CFP, 2013, p.32).
Do ponto de vista da saúde, as mulheres se tornaram mais vulneráveis a
doenças que antes eram mais comuns em homens. Somente nos anos 80, o Brasil
implementou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), (CFP,
2013, p.33), “o objetivo maior do PAISM é atender a mulher em sua integralidade,
em todas as fases da vida, respeitando as necessidades e características de cada
uma delas”. (BRASIL, 1984, apud CFP, 2013, p.33).
De acordo com Louro, 1997, p.10:
Em suas relações sociais, atravessadas por
diferentes discursos, símbolos, representações e práticas, os
sujeitos vão se construindo como masculinos ou femininos,
arranjando e desarranjando seus lugares sociais, suas
disposições, suas formas de ser e de estar no mundo. Essas
construções e esses arranjos são sempre transitórios,
transformando-se não apenas ao longo do tempo,
historicamente, como também transformando-se na
articulação com as histórias pessoais, as identidades
sexuais, étnicas, de raça, de classe...

Como também, no Brasil a violência é um problema complexo e multifacetado,


que afeta diversas áreas da sociedade, como a segurança pública, a saúde, a
educação, dentre outras. De acordo com o Atlas da Violência 2021, elaborado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, o país registrou em 2019 uma taxa de homicídios de 21,2 por
100 mil habitantes, o que representa cerca de 43,8 mil mortes violentas. Dentre os
diversos tipos de violência, destaca-se a violência contra a mulher, que é uma das
formas mais graves e frequentes de violência no Brasil e no mundo. Segundo dados
da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), em 2020 foram registrados mais
de 105 mil casos de violência doméstica e familiar contra mulheres no país com um
aumento de 36% nos casos de feminicídio em relação ao ano anterior.
Podemos frisar então que violência contra a mulher é um problema complexo
e multifatorial, que envolve questões culturais, sociais, econômicas, psicológicas e
políticas. Portanto, para enfrentar esse problema é fundamental adotar uma
abordagem interseccional e integrada, que considere as diversas dimensões da
violência contra a mulher e envolva diferentes áreas de atuação, como saúde,
educação, justiça, segurança e assistência social.

2.1. Políticas públicas e o acolhimento em casos de violência à mulher

A Lei número 11.340 (Lei Maria Penha), criada no ano de 2006, se trata de
uma Lei específica para proteção da mulher, o objetivo principal dessa Lei é
combater a violência doméstica e familiar garantido às vítimas desse tipo de
violência a validação efetiva dos direitos humanos. É importante que a sociedade
esteja ciente do problema da violência doméstica e trabalhe para combatê-lo. Essas
ações envolvem a criação de serviços de apoio adequados para vítimas de violência,
e a designação de recursos suficientes para apoio de outras condutas que operam
com soluções para esta problemática. A violência doméstica pode ocorrer em
qualquer tipo de relacionamento e pode assumir várias formas, desde insultos
verbais, humilhações, agressão física grave e até assassinato.
A Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, entrou em vigor em 22 de setembro
de 2006. Trata-se de uma legislação especial cujo objetivo é “criar mecanismos para
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher”...

...(artigo 1º). A legislação está adequada à Convenção


Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher (Convenção de Belém de Pará, OEA, 1994), a
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, ONU, de 1979) e a
Constituição Federal (Brasil, 1988). Pode-se dizer que a nova
legislação tem como paradigma o reconhecimento da violência
contra as mulheres como uma violação dos direitos humanos
(artigo 6º da Lei 11.340/2006).

Ressalta-se ainda que a criação da Lei 11.340 é considerada um marco na


violência contra a mulher, a lei foi normatizada em decorrência da luta de Maria da
Penha Fernandes, que sofreu duas tentativas de homicídio por parte de seu marido,
essa luta durou cerca de 20 anos, para que seu agressor fosse condenado.
Portanto, a lei estabelece medidas de proteção às mulheres vítimas de violência
doméstica, bem como prevê punições mais rigorosas aos agressores. Maria da
Penha se tornou um símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil e em
outros países, defendendo a importância da denúncia e da conscientização sobre o
tema. O caso ganhou grande repercussão nacional e internacional, em 2006 foi
sancionada a Lei Maria da Penha, ampliou a proteção às mulheres vítimas de
violência doméstica. (LEI 11.340/2006).
A violência contra a mulher causa diversos prejuízos, físicos, psicológicos e
sociais, é considerado pela Organização Mundial da Saúde, um problema de ordem
de saúde pública.
"A violência doméstica é um problema global de saúde pública
e direitos humanos que afeta desproporcionalmente mulheres e
meninas" (OMS, 2021).

Apesar da criação da Lei, a violência ainda é um fato contumaz e cresce


consideravelmente cada vez mais, outro fator muito comum é que muitas mulheres
não têm informações sobre seus direitos, ou não sabem como buscar essa proteção,
em outros casos mesmo tendo informações, se sentem inseguras, por diversos
fatores, como dependência econômica, questões familiares e sociais. Outro fator
relevante é o machismo arraigado na sociedade, pois muitos ainda acreditam que as
mulheres provocam essas situações, ou até mesmo as crenças de que em brigas de
casal não se deve interferir, com isso acaba por isentar a responsabilidade do
agressor e muitos ficam sem punição.
Num contexto geral a violência contra mulher assume várias formas, não
somente física, mas também psicológica, sexual e patrimonial, onde muitas vezes as
vítimas precisam abandonar suas casas de forma imediata, abandonando seus
pertences, muitas não dispõem de recursos financeiros pois dependem de seus
companheiros. Infelizmente, a violência doméstica ainda é um tabu na sociedade
atual, o que dificulta a identificação e prevenção do problema. Muitas vítimas
acreditam que a violência é justificada ou normal, ou têm vergonha de relatar abuso
aos amigos e familiares. Além disso, as vítimas muitas vezes enfrentam barreiras no
acesso a serviços de apoio, como polícia, aconselhamento, abrigo seguro e outras
formas de assistência.
Com tudo, é fundamental destacar a importância das políticas públicas de
educação e conscientização sobre a violência contra a mulher, que buscam
transformar a cultura machista e patriarcal que banalizam a violência. A Lei Maria da
Penha (LEI 11.340/2006) estabelece, por exemplo, que as escolas devem incluir em
seus currículos conteúdos voltados para a igualdade de gênero e o combate à
violência.
O não rompimento do relacionamento violento e abusivo sofridos por parte da
mulher geram prejuízos significativos para sua vida, principalmente psicológicos,
sendo comum a presença de depressão, ansiedade, transtornos de estresse pós-
traumáticos, baixa autoestima, descrença, desamparo, sentimentos de inutilidade,
insegurança dentre outros. Existem mecanismos na legislação de caráter preventivo
e protetivo, que de acordo com a Lei Maria da Penha (LEI 11.340/2006), são
medidas temporárias que protegem a mulher enquanto estiverem em situação de
risco e instituem medidas de afastamento para garantir a segurança das vítimas.
Com isso, levando em consideração todos os fatores de riscos que envolvem
a mulher, muitas mudanças precisam ser feitas, incluindo maior número de
delegacias e serviços especializados que prestem um apoio mais específico e
direcionado às vítimas. É sabido a dificuldade encontrada em se ter este serviço
especializado e principalmente implantações em muitas regiões. Para a efetivação
dessas políticas públicas, é necessário um investimento em recursos humanos e
financeiros, bem como a criação de estratégias de monitoramento e avaliação dos
resultados obtidos, para que sejam feitas expansões e melhorias nos serviços
prestados. (LEI 11.340/2006).
A rede de atendimento especializado a mulher abrange várias questões e
pode ser levado acerca de várias discussões políticas, serviços do município e do
Estado, para que haja um fortalecimento para potencializar e dispor de recursos para
que os resultados possam ser alcançados, com o acesso a mais equipamentos e
construção de serviços especializados, em mais regiões e localidades.
A cidade de Nova Serrana, localizada em Minas Gerais, conta com uma
estrutura municipal de atendimento e proteção às mulheres em situação de
violência, a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Vinculada à
Secretaria de Desenvolvimento Social do município, a rede realizou uma reunião
mensal em abril deste ano, 2023, com o objetivo de discutir o Protocolo Municipal de
Atendimento às Mulheres em Situação de Violência. O encontro contou com a
presença de diversos representantes dos equipamentos da rede de proteção social,
órgãos de segurança e setor de saúde do município, como o CREAM, Casa Mais
Mulher, CREAS "Dona Dolores Bretas de Lima", Delegacia Especializada de
Atendimento à Mulher, entre outros. (PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA
SERRANA, 2023).
Durante a reunião, foram realizados debates e discussões sobre o protocolo
de atendimento às mulheres em situação de violência. A Rede de Enfrentamento à
Violência contra a Mulher de Nova Serrana tem um importante papel na garantia de
assistência e proteção às mulheres vítimas de violência no município, contando com
a participação de diversos órgãos e serviços. A iniciativa é essencial para a
promoção de uma cultura de respeito aos direitos das mulheres e combate à
violência de gênero. (PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA SERRANA, 2023).
Portanto, um dos serviços oferecidos pela rede de atendimento especializado
à mulher são os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs), que
funcionam como pontos de atendimento, acolhimento, orientação e encaminhamento
para mulheres em situação de violência. Os CRAMs são serviços especializados de
atendimento às mulheres em situação de violência que fazem parte da Rede de
Atendimento à Mulher e são coordenados pela Secretaria Nacional de Proteção
Global do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. (GOV.BR,
2020).
Os CRAMs exercem grande importância nas redes de atendimento à mulher
em situação de violência, sendo considerados espaços seguros e acolhedores para
as mulheres que buscam ajuda. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas para as
Mulheres, os CRAMs são "equipamentos públicos de acolhimento e atendimento
especializado às mulheres em situação de violência, incluindo o atendimento
psicossocial, jurídico, de orientação e encaminhamento".
De acordo com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos, em 2020 foram registrados mais de 105 mil atendimentos em CRAMs em
todo o país. O serviço é fundamental para garantir o acesso das mulheres em
situação de violência aos seus direitos e à rede de proteção social. Por isso, é
importante destacar que a existência de CRAMs está prevista na Lei Maria da
Penha, que determina a criação de serviços especializados de atendimento à mulher
em situação de violência em todos os municípios do país. Dessa forma, a presença
desses centros é fundamental para a efetivação da Lei e para a proteção das
mulheres em situação de violência.
O município de Nova Serrana conta também com uma unidade do Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) "Dona Dolores Bretas de
Lima". O CREAS tem como objetivo oferecer assistência social especializada a
indivíduos e famílias que estão em situação de risco pessoal ou social, incluindo
vítimas de violência doméstica, abuso sexual, exploração sexual, negligência,
abandono, entre outros. Contudo, a equipe do CREAS "Dona Dolores Bretas de
Lima" é formada por assistentes sociais, psicólogos, advogados e outros
profissionais que trabalham para oferecer apoio emocional, orientação jurídica e
encaminhamentos para outros serviços públicos. Além disso, o CREAS desenvolve
ações preventivas e educativas junto à comunidade, visando a conscientização
sobre a importância da prevenção e enfrentamento da violência, com isso exerce
grande influência nas garantias a proteção social e acesso. Portanto, vale ressaltar
que o atendimento do CREAS é gratuito e sigiloso, visando a proteção e privacidade
dos usuários.
Outro órgão de proteção social é a Delegacia Especializada de Atendimento à
Mulher (DEAM) que se trata de uma unidade policial destinada a atender mulheres
em situação de violência doméstica e familiar. Em Nova Serrana, existe uma
unidade da DEAM que tem como objetivo oferecer um atendimento especializado e
acolhedor para as mulheres que precisam de auxílio. Com isso, a DEAM de Nova
Serrana é uma das unidades da Polícia Civil de Minas Gerais que integra a Rede de
Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, coordenada pela Secretaria de
Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) do estado. Além de prestar
atendimento policial, a DEAM também conta com equipe multidisciplinar, composta
por psicólogos e assistentes sociais, que auxiliam as mulheres em suas demandas.
A existência dessa unidade no município é fundamental para garantir que as
mulheres que sofrem violência recebam o suporte necessário para denunciar o
agressor e buscar ajuda. É importante destacar que a existência da DEAM não é
suficiente para acabar com a violência contra a mulher, é preciso um esforço
conjunto da sociedade e dos poderes públicos para garantir a proteção das
mulheres. A denúncia é um passo importante para combater a violência, e as vítimas
podem denunciar o agressor pelo telefone 180 ou procurando a DEAM mais
próxima.

2.2. A Psicologia e o acolhimento em casos de violência à mulher

A psicologia tem um papel fundamental no acolhimento das vítimas de


violência, fornecendo suporte emocional e orientação para lidar com as
consequências psicológicas e físicas desse tipo de violência. No entanto, o
acolhimento psicológico para vítimas de violência contra a mulher deve ser realizado
por profissionais treinados e capacitados, que possam fornecer um ambiente seguro
e acolhedor para as vítimas se sentirem confiantes e falarem sobre suas
experiências. Segundo a psicóloga e pesquisadora Simone Gonçalves de Assis, o
acolhimento deve envolver a compreensão do sofrimento da vítima, a escuta atenta
e o respeito às suas demandas e escolhas. (ASSIS, 2018).
De acordo com a Referência para Atuação de Psicólogas (os) em Serviços de
Atenção à Mulher em Situação de Violência, 2013 p.49, é necessário abarcar
abordagens que considerem o contexto social, ampliar as intervenções para além do
indivíduo e promover colaboração com outros profissionais. Portanto, a violência
contra mulheres demanda uma reformulação das práticas e modelos tradicionais da
Psicologia. O atendimento deve se adaptar às demandas sociais atuais, explorando
novos campos de atuação. (CFP, 2013, p.49).
Contudo, deve-se compreender o contexto da violência contra a mulher,
considerando as noções de vítima e dominação masculina. A psicologia
desempenha um papel importante no auxílio às mulheres em situação de violência,
fornecendo suporte, fortalecimento e informação sobre os serviços disponíveis. Além
disso, é fundamental questionar os padrões de gênero e promover a desconstrução
das desigualdades sociais. A ciência e a profissão devem contribuir para essas
transformações e para uma compreensão flexível das relações humanas. (CFP,
2013, p.62-65).
Portanto, as vítimas de violência precisam de um acompanhamento
psicológico constante para superar as consequências do trauma. A psicóloga Ana
Lúcia Keunecke de Oliveira afirma que o acolhimento deve ser um processo
contínuo e que é necessário fornecer à vítima informações sobre seus direitos e os
recursos disponíveis para ajudá-la a lidar com o trauma (OLIVEIRA, 2014). A
psicologia também tem um papel relevante na prevenção da violência contra a
mulher.
De acordo com a psicóloga Lívia Barbosa, é fundamental que os profissionais
da psicologia tenham conhecimento sobre as diferentes formas de violência e
estejam preparados para identificar sinais de violência em suas práticas
profissionais, como nas consultas de rotina e nos serviços de saúde (BARBOSA,
2014).
Por conseguinte, a psicologia também pode contribuir para a sensibilização da
sociedade em relação à violência contra a mulher e para a desconstrução de
crenças e valores que naturalizam esse tipo de violência. Em um estudo publicado
na Revista de Psicologia da América Latina, por exemplo, os autores Castillho,
Orellana e Jara (2019), destacam que a psicologia pode contribuir para o
desenvolvimento de políticas públicas e programas de intervenção que visem à
prevenção e ao combate à violência contra a mulher.
Contudo, a psicologia pode ajudar na sensibilização da sociedade em relação
à violência contra a mulher, como aponta um artigo publicado na Revista Brasileira
de Sexualidade Humana. Os autores Rosa, Andrade e Monteiro (2021) destacam
que a psicologia pode contribuir para que essas visões sejam extirpadas, fazendo
com que a violência contra a mulher não seja vista com naturalidade na sociedade,
promovendo a reflexão crítica sobre essas questões.
Outro estudo publicado na revista Estudos de Psicologia destaca a
importância da atuação da psicologia no atendimento às mulheres vítimas de
violência. Os autores Guimarães, Bonfim e Oliveira (2020) apontam que a psicologia
pode contribuir para o acolhimento dessas mulheres, ajudando-as a lidar com o
trauma e a reconstruir suas vidas.
3. METODOLOGIA

3.1. Métodos e técnicas

Pesquisa qualitativa com abordagem descritiva, utilizando entrevistas


semiestruturadas como técnica de coleta de dados.
Como critério de inclusão, a amostra será composta por psicólogos,
assistentes sociais e demais profissionais que atuam diretamente realiza0ndo o
acolhimento de mulheres vítimas de violência no município de Nova Serrana, MG,
nas políticas públicas seguintes: DEAM, CRAM E CREAS. Os participantes que
serão convidados a participar da pesquisa, assinarão um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. As entrevistas serão gravadas e transcritas posteriormente para
análise de dados. Portanto, as perguntas serão previamente elaboradas, mas
permitirão flexibilidade para explorar temas emergentes durante as entrevistas.
Serão considerados aspectos éticos, como a proteção da identidade dos
participantes e a confidencialidade das informações coletadas. Após a apresentação
do Trabalho de Conclusão de Curso, todo o material será destruído. A análise de
dados será realizada por meio da técnica de análise de conteúdo seguindo a
metodologia de Bardin (1977, p.38), que se trata de “um conjunto de técnicas de
análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objectivos de
descrição do conteúdo das mensagens”, ou seja, se trata de uma técnica utilizando
categorias previamente definidas e emergentes durante as entrevistas. Serão
considerados aspectos éticos, como a proteção da identidade dos participantes e a
confidencialidade das informações coletadas.
4. PLANO DE DESENVOLVIMENTO

4.1. Cronograma de execução

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Definir o tema e X
problema de
pesquisa

Elaborar projeto de X
pesquisa

Revisão X X
bibliográfica

Definir a X
metodologia de
pesquisa

Revisar o projeto X
de pesquisa

Entrega do projeto X
de pesquisa à
aprovação

Defesa do TCC I X
junto à banca
avaliadora

Obter autorização X X
das instituições
para a pesquisa
Realizar X X
entrevistas
semiestruturadas

Analisar os dados X X
coletados

Escrever o X X
relatório final da
pesquisa

Entrega TCC II à X
aprovação

Apresentar o TCC X
II

4.2. Recursos necessários

4.2.1. Materiais

4.2.2. Financeiros

Item Descrição Unidade Valor

1 Material de escritório Diversos 29,00

2 Cópias reprográficas Página 116,00

3 Alimentação Refeição 200,00


4 Transporte Deslocamento 200,00

5 Encadernação 36,00

TOTAL: 581,00
5. REFERÊNCIAS

ASSIS, S. G. (2018). Acolhimento psicológico à mulher em situação de


violência. Revista Eletrônica de Saúde Mental, Álcool e Drogas, 14(3), 1-13.

BARBOSA, L. A atuação do psicólogo na prevenção da violência contra a


mulher. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2014, 10(1), 40-50.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo: Definição e relação com as outras ciências.


Edições 70. São Paulo, 1977, p.38

BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Cria


Mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 2 mar. 2023.

CASTILLO, R. M., Orellana, R. N., & Jara, J. J. Psicología social y violencia de


género: Una revisión de literatura. Revista de Psicología de la América Latina, 2019,
11(2), 102-118.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicologia e Direitos Humanos:


Contribuições para a Atuação Profissional em Saúde Mental. Brasília, DF: CFP,
2017. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2017/07/cartilha_saude_mental_direitos_humanos.pdf>. Acesso em:
11 abr. 2023.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referência para atuação de Psicólogas


(os) em serviços de Atenção à Mulher em Situação de Violência. Conselho Federal de
Psicologia. - Brasília: CFP, 2013. p.32,33,49,62-65

GUIMARÃES, G. C., Bonfim, A. G., & Oliveira, R. A. O enfrentamento da violência


contra a mulher: contribuições da psicologia. Estudos de Psicologia. Campinas,
2000, 37, e180049.

GOV.BR. Canais registram mais de 105 mil denúncias de violência contra


mulher em 2020. Publicado em 08/03/2021. Atualizado em 31/10/2022. Disponível
em: <https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistencia-social/2021/03/canais-registram-
mais-de-105-mil-denuncias-de-violencia-contra-mulher-em-2020>. Acesso em: 12
abr. 2023.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA); FÓRUM BRASILEIRO


DE SEGURANÇA PÚBLICA. Atlas da Violência 2021: evidências e dados para
aprimorar políticas públicas voltadas à prevenção da violência no Brasil. Rio de
Janeiro: IPEA, 2021. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/> .
Acesso em: 13 mai. 2023.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA; FÓRUM BRASILEIRO DE


SEGURANÇA PÚBLICA. Atlas da Violência 2021. Brasília: Ipea, 2021. Disponível
em: <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/22>. Acesso em: 11 abr. 2023.

LEI 11.340/2006. Texto Integral. Observe – Observatório da Lei Maria da Penha.


2009. MONITORAMENTO DA LEI MARIA DA PENHA. RELATÓRIO PRELIMINAR
DE PESQUISA. Salvador, setembro de 2009. Disponível em:
<https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para
mulheres/arquivo/arquivos-diversos/sev/lei-maria-da-penha/20100924-relatorio-
preliminar-de-pesquisa-observatorio-2010.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2023.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós


estruturalista. Petrópolis, RJ, Vozes, 1997. p. 10

MINISTÉRIO DA CIDADANIA. Centro de Referência Especializado de


Assistência Social (CREAS). Disponível em: <https://www.gov.br/cidadania/pt-
br/navegue-por-temas/assistencia-social/protecao-social-especial/creas> . Acesso
em: 13 mai. 2023.

MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS. 2020. Rede


de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. Disponível em:
<http://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2020/novembro/rede-de-atendimento-a-
mulher-em-situacao-de-violencia>. Acesso em: 10 mai. 2023.

MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS. "CRAM -


Centros de Referência de Atendimento à Mulher". Disponível em:
<https://www.gov.br/mdh/pt-br/search?SearchableText=cram>. Acesso em 13. mai.
2023.
OBSERVATÓRIO DA MULHER CONTRA A VIOLÊNCIA. Relatório Estatístico:
Dados 2020. Belo Horizonte, 2021. Disponível em:
<http://observatoriodamulher.mpmg.mp.br/>. Acesso em: 11 abr. 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (2021). Violência doméstica. Disponível


em: <https://www.who.int/pt/news-room/fact-sheets/detail/violence-against-women>.
Acesso em: 11 abr. 2023.

PREFEITURA DE NOVA SERRANA. CREAS "Dona Dolores Bretas de Lima".


Disponível em: <http://www.novaserrana.mg.gov.br/portal/servicos/70/Centro-de-
Referencia-Especializado-de-Assistencia-Social-(CREAS).html>. Acesso em: 13 mai.
2023.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA SERRANA. Rede de enfrentamento faz


reunião sobre Protocolo Municipal de Atendimento às Mulheres em Situação
de Violência. Disponível em:
<https://www.novaserrana.mg.gov.br/portal/noticias/0/3/5104/rede-de-enfrentamento-
faz-reuniao-sobre-protocolo-municipal-de-atendimento-as-mulheres-em-situacao-de-
violencia>. Acesso em 11 mai. 2023.

ROSA, T. C., Andrade, A. R., & Monteiro, V. R. A atuação da psicologia na


promoção da igualdade de gênero e prevenção da violência contra a mulher.
Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 2014, 32, e210007.

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO.


Delegacia de Defesa da Mulher. Disponível em:
<http://www.ssp.sp.gov.br/delegaciadefesadamulher/>. Acesso em: 11 abr. 2023.

SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Balanço Ligue 180 – 2020.


Brasília: SPM, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistencia-
social/2021/03/canais-registram-mais-de-105-mil-denuncias-de-violencia-contra-
mulher-em-
2020#:~:text=Em%202020%2C%20mais%20de%20105,180%20e%20do%20Disque
%20100.&text=Do%20total%20de%20registros%2C%2072,e%20familiar%20contra
%20a%20mulher>. Acesso em: 11 abr. 2023.
VIOLÊNCIA. In: Michaelis: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 2ª ed. São
Paulo: Melhoramentos, 2006. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/> .
Acesso em: 13 mai. 2023.

VIOLÊNCIA, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021.


Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/violência>. Acesso em: 13 mai. 2023.
6. ANEXOS

ANEXO A

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

1) Como você descreveria o papel da psicologia no acolhimento das vítimas de


violência em Nova Serrana?
2) Quais as principais necessidades das mulheres que procuram o serviço de
acolhimento?
3) Como é realizado o processo de acolhimento das mulheres vítimas de
violência?
4) Quais os principais desafios que vocês enfrentam ao oferecer acolhimento às
mulheres vítimas de violência?
5) Quais são as principais dificuldades que você enfrenta no acolhimento de
mulheres vítimas de violência nas políticas públicas em Nova Serrana-MG?
6) Como é realizada a avaliação do risco de violência e segurança das mulheres
que procuram o serviço de acolhimento?
7) Quais são as principais estratégias utilizadas pelos profissionais para fornecer
suporte emocional e ajudar as mulheres a lidar com as consequências
psicológicas e físicas da violência?
8) Como é realizado o acompanhamento psicológico das mulheres que
procuram o serviço de acolhimento?
9) Como a psicologia contribui para a sensibilização da sociedade em relação à
violência contra a mulher e para a desconstrução de crenças e valores que
naturalizam esse tipo de violência?
10) Você acredita que há profissionais suficientes para atender a demanda do
município?
11) Como você avalia a formação continuada oferecida para capacitação dos
profissionais que atuam no acolhimento de mulheres vítimas de violência?
12) Quais habilidades você considera fundamentais para a atuação dos
psicólogos no acolhimento de mulheres vítimas de violência e como você as
desenvolve?
13) Você acredita que os programas de capacitação oferecidos são suficientes
para aprimorar a atuação dos psicólogos no acolhimento de mulheres vítimas
de violência? Por quê?
14) Você poderia descrever sua jornada de trabalho no atendimento às mulheres
vítimas de violência?
15) Você acredita que as políticas públicas em Nova Serrana-MG são efetivas no
combate à violência contra a mulher? Por quê?
16) Quais sugestões você teria para aprimorar as políticas públicas voltadas ao
acolhimento de mulheres vítimas de violência em Nova Serrana-MG?
17) Quais são as perspectivas para o futuro do serviço de acolhimento?
ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto

VIOLÊNCIA À MULHER: acolhimento psicológico a mulheres vítimas de violência no


Município de Nova Serrana- MG.

Prezado (a) _______________________________________________________


Este Termo de Consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça a
pesquisadora que explique as palavras ou informações não compreendidas
completamente.

1) Introdução

Você está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa que estudará sobre o
“acolhimento psicológico a mulheres vítimas de violência no Município de Nova
Serrana- MG.

Você foi selecionado (a) para ser entrevistado (a), mas a sua participação não é
obrigatória. O objetivo do projeto é investigar as dificuldades enfrentadas pelos
psicólogos (as) e demais profissionais que atuam no acolhimento de mulheres
vítimas de violência no município de Nova Serrana-MG.

2) Procedimentos do Estudo

Para participar deste estudo solicito a sua especial colaboração em responder uma
entrevista que será gravada e mantida em total sigilo sobre o que você disser.

3) Riscos e desconfortos

Os desconfortos e riscos que você poderá sentir estão relacionados ao sentimento


de relação ao tema ou mal-estar com algum assunto abordado. Nesse sentido, a
gravação das entrevistas poderá ser interrompida se você sentir necessidade ou até
mesmo encerrar a sua participação.

4) Benefícios
Espera-se que, como resultado desta pesquisa, você possa contribuir para a
realização do projeto, bem como a compreensão e clareza dos fatores relacionados
às dificuldades enfrentadas pelos psicólogos (as) e demais profissionais que atuam
no acolhimento de mulheres vítimas de violência no município de Nova Serrana-MG.

5) Custos/Reembolso

Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo e também não
receberá pagamento pelo mesmo.

6) Caráter Confidencial dos Registros

A sua identidade será mantida em sigilo. Os resultados do estudo serão sempre


apresentados como o retrato de um grupo e não de uma pessoa. Dessa forma, você
não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja para
propósitos de publicação científica ou educativa. Os registros gravados ficarão sob a
responsabilidade da pesquisadora e serão utilizados apenas para as finalidades da
pesquisa, sendo destruídas posteriormente.

7) Participação Sua participação neste estudo é muito importante e voluntária.

Você tem o direito de não querer participar ou de sair deste estudo a qualquer
momento, sem penalidades ou perda de qualquer benefício ou cuidados a que tenha
direito nesta instituição. Você também pode ser desligado do estudo a qualquer
momento sem o seu consentimento nas seguintes situações: (a) você não use ou
siga adequadamente as orientações em estudo; (b) você sofra efeitos indesejáveis
não esperados; (c) o estudo termine. Em caso de você decidir retirar-se do estudo,
favor notificar o profissional e/ou pesquisador que esteja atendendo-o.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo poderão fornecer qualquer
esclarecimento sobre o estudo, assim como tirar dúvidas, bastando contato no
seguinte telefone:
Nome do orientador de Pesquisa: Samuel Rodrigues Fazendeiro
(31) 9 9994- 5463
samuelfazendeiro@yahoo.com.br
CRP 04/28228
Nome da pesquisadora: Bruna Rafaela de Araújo Tiengo
(37) 99839-3296
tiengopsi@gmail.com
Nome da pesquisadora: Erenilce Carla Fernandes
(37) 99946-5891
claudioenice@hotmail.com

8) Declaração de Consentimento Li ou alguém leu para mim as informações contidas


neste documento antes de assinar este termo de consentimento. Declaro que toda a
linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi
satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.
Confirmo também que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer
momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo.

______________________________________________________
Iniciais do nome do participante (em letra de forma)

____________________________________________ __________________
Assinatura do participante
Data:
___________________________________________ ___________________
Bruna Rafaela de Araújo Tiengo
(Pesquisadora)
Data:
___________________________________________ ___________________
Erenilce Carla Fernandes
(Pesquisadora)
Data:

Agradecemos a sua colaboração e por merecer sua confiança.

Rua Lígia Rodrigues, 600, Fausto Pinto da Fonseca - Fone: 37 3226-8200 CEP
35.519-000 – Nova Serrana - Minas Gerais – Brasil

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