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PROJETO “Cultura da paz”

1-INTRODUÇÃO

Cada vez os valores de convivência como respeito, educação, diálogo,


cooperação e ética são deixados de lado, comprometendo as relações humanas.
Na escola constantemente vivencia-se situações onde é preciso a intervenção
de professores, equipe pedagógica e direção, para auxiliar os educandos na
mediação de atos de desrespeito e violência. Situações de violência ao outro são
vivenciadas diariamente no cotidiano escolar. Seja ela agressão física, verbal,
simbólica (bullying) e a violência silenciada (indiferença ao outro) e a violência
estrutural.

E a escola é local importante e privilegiado para esses


conhecimentos. No entanto, se percebe que essa relação não ocorre. A sociedade
está passando por profundas transformações, e com elas ocorrem transições
positivas e negativas, tais como as drogas, a prostituição infantil e a violência.
Diariamente vê-se nos noticiários agressões físicas, mortes, furtos, sequestros
dentre outros. A escola está inserida nessa sociedade, e sofre também com essas
problemáticas, sendo uma delas a violência. Sabe-se que a violência não está
somente do lado de fora da escola. Ela já excedeu esses limites, pois
constantemente assiste-se noticias relacionadas à violência dentro desse ambiente.
Nesse sentido, a demanda pela ampliação na discussão sobre cultura de paz
na educação é crescente. O esgotamento de modelos voltados ao enfrentamento da
violência (cultura repressiva) faz com que haja a intenção de buscar aspectos
preventivos e educativos, nas escolas para que a violência seja contida.
Quanto mais se fala da violência, mais ela se reforça, por isso a importância
de se mudar o foco, dar ênfase na questão da cultura de paz, só assim com o
passar dos anos pode-se conseguir uma escola com clima escolar positivo em que
as pessoas se respeitem.

Para isso não se pode deixar de lado as famílias dos alunos, pois elas são

segundo Fernández (2005, p. 36), “o primeiro modelo de socialização de nossas

crianças”. Com isso se percebe que a família é responsável pelos primeiros afetos
ou desafetos, amores ou desamores, não se pode mudar somente os alunos e
deixar de lado os pais, é preciso o envolvimento dos mesmos para que haja uma
mudança significativa de cultura nas escolas e sociedade.

Preocupa-se muito com aquilo que está ocorrendo no dia a dia escolar, mas
por outro lado, se esquece de trabalhar com a prevenção, ou trabalha-se de uma
forma que ao invés de abordar e reforçar o ambiente de paz faz-se o contrário,
enfatiza a questão da violência. Por isso da importância em se trabalhar a cultura de
paz no ambiente escolar.

A escola nos últimos anos, às vezes, é o único lugar em que esse tema é
trabalhado e debatido, muitos pais inclusive incentivam seus filhos a isso, observamse
pais falarem para os filhos: “filho você não deve apanhar na escola, se baterem,
bata também” e isso está ligado a valores, hoje se vive uma crise de valores
bastante grande. Dificilmente percebe-se os pais trabalharem com seus filhos a
questão do respeito, da humildade, diálogo, cooperação, ética eles estão sendo
deixados de lado, e nas escolas, na maioria das vezes, também não se trabalha
essas questões, se preocupa muito em vencer os conteúdos de cada disciplina e se
esquece, que precisam trabalhar também as questões relacionadas aos valores os
quais devem estar presentes no cotidiano seja escolar ou social.

Todos estão preocupados com o aumento da violência, vendo a importância


de discutir e trabalhar a cultura de paz nas escolas, o Plano Nacional de Educação
através da Lei Nº 13.005, meta 7 (sete) cita a questão da melhoria da qualidade da
educação, “fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e
modalidade, com a melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem...” (Plano Nacional
de Educação, 2014). A melhoria da qualidade de ensino também passa pelas
relações pessoais, o ambiente escolar tem uma influência fundamental para que
ocorra o processo ensino e aprendizagem, não se consegue ter qualidade de ensino
em um ambiente violento, sobre isso o item 7.23, traz a seguinte redação:
Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo
desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para
detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual,
favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a
construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança
para a comunidade (Plano Nacional de Educação, Lei nº 13.005,
2014).

2-OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Produzir (cultivar) uma cultura de paz no ambiente escolar.

Diminuir a incidência de violência no ambiente escolar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Contribuir para melhorar a autoestima das participantes;
 Oferecer conhecimento sobre seus direitos e deveres enquanto cidadãos;
 Promover espaços de escuta e discussões sobre temas relacionados a temática do
projeto;
 Fortalecer os vínculos familiares e comunitários.
 Identificar a natureza dos focos que geram a violência.
 Analisar junto ao grupo (alunos, professores, funcionários, pais e comunidade) a
construção das relações interpessoais, desenvolvendo em conjunto medidas para
para cultivar a paz no cotidiano social.
 Buscar alternativas de paz, com ações transformadoras da realidade, acerca da
situação vivenciada no dia-a-dia escolar, propondo à família, à comunidade escolar,
e à sociedade uma nova visão frente à violência.
3-JUSTIFICATIVA
Considerando que precisamos refletir sobre as causas da violência, destacando e
estimulando ações que contribuam para a afirmação de uma cultura de paz, sendo uma
tarefa de todos ( família, escola e sociedade).
A escola vive um dilema, pois constitui-se, no imaginário coletivo, espaço
privilegiado de formação da criança, do adolescente e do jovem. Seu papel é ir além da
socialização do conhecimento. Dela se espera que socialize hábitos de relações
intersubjetivas que, ao entrelaçarem no tecido social, conferem sustentação ao exercício
dos direitos e deveres no convívio dos indivíduos e das comunidades.
O educador dentro de sua casa pode produzir a paz, agindo de tal maneira que
suas conversas estejam voltadas para o desenvolvimento daquele com quem está
falando. O educador da paz, quando anda fora de casa, não pode se omitir de opinar e
contribuir para que demonstre em seus gestos o que é democracia. As idéias e as ações
nunca podem ser absolutas, e as melhores são ainda aquelas habitadas pela instrução e
a humildade. O educador da sala de aula, de modo especial, possui um espaço
privilegiado para educar para a paz.
O debate sobre a violência escolar deve levar todos os profissionais da educação
a abdicar do hábito de se postarem como vítimas de uma “sociedade inadequada”, para
que seu compromisso com a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva e de
qualidade.
As causas para o crescimento da violência são muitas, destacando-se a conjuntura
econômica do país, o desemprego, a falta de políticas públicas para jovens.

5-CRONOGRAMA
A seguir, listamos 10 iniciativas que podem ser aplicadas em escolas públicas
visando fomentar diálogo, empatia e cultura de paz.

Metodologia

Serão realizadas ações em conjunto, com o objetivo de envolver alunos, professores e


funcionários, pais, comunidade em eventos, nos quais cada um se conscientize da
importância de vivermos numa sociedade em que reine a paz e a harmonia, melhorando
as relações sociais, diminuindo assim a violência que hoje impera em nossa família,
escola e comunidade. Na escola, existe o predomínio de um enfoque sócio-afetivo, que
visa, essencialmente, a corrigir os comportamentos violentos que ocorrem
cotidianamente, a exercitar o diálogo na solução de conflitos, a “vivenciar” com jogos de
simulação e outros recursos, problemas vinculados à vivência, como discriminação, a
intolerância, a prepotência do mais poderoso, etc.

Temas:

Mediação de conflitos

O docente coordena reuniões conjuntas ou separadas com os envolvidos em

conflitos para construir, com eles, uma solução. Para isso, é necessário se

manter imparcial e não julgar. “Não cabe ao mediador impor ou sugerir um

desfecho, mas facilitar a comunicação”, y.

Aplicar cultura de paz

O projeto “Cultura da Paz” aplica valores humanos; educação para direitos

humanos; mediações de conflito e práticas restaurativas; questões ligadas ao


meio ambiente e convivências escolares. “Caso contrário, corre o risco da

escola apenas chamar os alunos para desenhar pombinhas, cantar uma música

ou dar um abraço coletivo no prédio, como se a paz já se instaurasse

imediatamente a partir daí. O que não é verdade”, pondera.

Comunicação não violenta (CNV)

“A CNV abandona o universo do certo e errado, bom e ruim, concordo e

discordo, para praticar a empatia e tentar entender o universo de cada pessoa”,

resume a psicóloga.

Incentivo à afetividade

“Há na violência a necessidade de rebaixamento do outro, de menosprezá-lo e

de tirar a sua liberdade. Para o agressor, essa violência está relacionada a

buscar uma boa imagem de si diante dos outros. Uma necessidade de se sentir

pertencente e importante nesse meio. Além disso, o que leva esses meninos e

meninas a serem intimidadores é que eles não têm sentimentos de vergonha e

culpa integrados à sua identidade”.

Grupos de ajuda formados por estudantes

Formar alunos para identificar casos de bullying é eficiente na prevenção e

tratamento de violências. “Isso porque são eles que estão nos intervalos, nos

banheiros e em outros locais que os adultos não têm acesso. Eles que sabem
quem foi excluído de uma festa ou quem está sofrendo alguma agressão nas

redes sociais”.

Gestão democrática

A socióloga da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) Miram

Abramovay afirma que as escolas mais violentas são aquelas onde há pouca

participação dos alunos na dinâmica escolar. “A participação melhora os

relacionamentos entre professores, gestão, alunos e funcionários”, pontua.

Um exemplo de melhoras ocorreu na EMEF João Ramos Pernambuco

Abolicionista, de São Paulo (SP), que desde 2013 promove assembleias com os

estudantes para discutir problemas que vão do bullying à merenda.

Incentivar que alunos não sejam indiferentes ao bullying

“No bullying, 85% dos alunos presentes se comportam fingindo não ver;

retraindo-se ou aderindo ao grupo dos ‘valentões’, para não se converterem em

vítimas. Há, ainda, aqueles que incentivam e se divertem com o sofrimento

alheio”, relata o pedagogo e doutor em enfermagem pela Universidade de São

Paulo (USP-Ribeirão Preto) Cláudio Romualdo. Como nem sempre o bullying

ocorre na frente do professor, são os alunos os mais aptos a identificar a

situação entre seus colegas. “Quando eles defendem a vítima, as intimidações

na escola tendem a diminuir”, ressalta o pesquisador.


Jogos cooperativos

As aulas de educação física são um dos principais momentos em que o bullying

entre os alunos pode se manifestar, segundo pesquisa da professora do

programa de doutorado em educação física da Universidade Católica de Brasília

(UCB) Carmen Campbell. Para ela, jogos cooperativos previnem o problema. “Os

jogadores são instruídos a cooperar e ajudar uns aos outros para atingir um

objetivo comum, promovendo, assim, cooperação, integração, inclusão,

aceitação, parcerias, respeito às diferenças e o desenvolvimento de vínculos

afetivos e sociais”, lista.

Educação para direitos humanos

Coordenadora de educação do Instituto Vladimir Herzog, Neide Nogueira explica

a abordagem do projeto “Respeitar é Preciso!”, que oferece formação para

professores da rede municipal de São Paulo em direitos humanos. “O maior

desafio para educar em direitos humanos é que se trata de valores e atitudes,

não apenas aprendizagem de conhecimentos”, aponta.

Orientações da Defensoria Pública

“Defensoria Pública: Cumprindo seu papel na Educação – Dialogando sobre

prevenção e conflitos na escola” é um manual da Defensoria Pública do Rio de

Janeiro (RJ) que pode servir de referência para educadores das escolas

estaduais e municipais. O material foi preparado em linguagem simples, em


forma de perguntas e respostas, visando a esclarecer algumas dúvidas comuns

aos diretores e professores sobre diferentes situações de agressões, abusos e

maus tratos envolvendo crianças e adolescentes.

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