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Secretaria de Estado

de Educação

VIOLÊNCIAS NO CONTEXTO ESCOLAR:


PREVENIR PARA COMBATER.

Núcleo de Mediação Escolar


Núcleo de Mediação Escolar

Secretário de Estado de Educação Ana Talia Fernandes Gregolin


ALAN RESENDE PORTO Oliveira
Secretário Adjunto Executivo Jéssika da Silva Oliveira
AMAURI MONGE FERNANDES Jozielle Carolina da Silva
Marcia Cristina Verdego Gonçalves
Secretária Adjunta de Gestão Marina Auxiliadora Marques de
Regional Barros
ALCIMÁRIA ATAÍDES DA COSTA
Patrícia Simone da Silva Carvalho
Superintendência de Gestão Victor Sthéfano de Moura Queiroz
Escolar
RONAIR BATISTA MOREIRA DA Revisão Ortográfica
SILVA Waldney Jorge De Lisboa
Coordenadoria de Gestão da Rede SEDUC-MT/SAGR/SGESC/CGREDE
MAIRA NUNES SAFRA
Educação inclusiva

A escola que sabe educar na diversidade e para A educação inclusiva, ao combinar


a diversidade é aquela que acolhe as diferenças, transversalidade e disciplinaridade,
aceita-as, respeita-as e as valoriza. Ela não é boa estimula o desenvolvimento de
apenas para quem é incluído, mas também competências socioemocionais dirigidas
para todas as pessoas que ganham a à tolerância, à resiliência, à empatia, à
oportunidade de crescer e de se formar em um mediação de conflitos e ao respeito à
ambiente plural, que prepara efetivamente para diversidade.
a vida em sociedade.
Quais as consequências das violências escolares?

Para a vítima da violência escolar, as Para o agressor, o reflexo ocorre nas


consequências se notam em uma relações interpessoais com os colegas
evidente baixa autoestima, atitudes de sala, professores e até mesmo com
passivas, transtornos emocionais, familiares, repercutindo em uma
problemas psicossomáticos, depressão, conduta autoritária e violenta.
ansiedade, pensamentos suicidas, aspecto
Normalmente, o agressor se comporta
contrariado, triste, deprimido ou aflito, por
faltar frequentemente e ter medo das de uma forma irritada, impulsiva,
aulas, ou por ter baixo rendimento escolar.intolerante e exteriorizam
constantemente uma autoridade
No entanto, é importante salientar que exagerada.
isso não quer dizer que todas as crianças
que apresentam esse quadro estejam
sofrendo violência escolar.
Atuação da rede de proteção na promoção da
Cultura de Paz

O ambiente escolar é atravessado por múltiplas


expressões da vulnerabilidade social. Para
realizarmos ações mitigatórias, é necessário que a
escola estabeleça sua rede de apoio, podendo
articular com a rede de proteção disponível no
município. Nessa perspectiva, atuando
preventivamente, as demandas de violências serão
resolvidas pela gestão escolar.

“A escola tem papel importante no Sistema de Garantia de


Direitos. Cabe também a ela assegurar o cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente promovendo a prática da
cidadania e da participação dos meninos e meninas, além de
notificar, por exemplo, casos de suspeita ou confirmação de
maus-tratos ao Conselho Tutelar. Ainda hoje, no entanto, ela tem
dificuldade de se assumir como parte dessa grande rede. E o
próprio Sistema, por sua vez, em geral não a reconhece como tal”.
- UNICEF
A atuação preventiva faz toda diferença

a) Convivência: promover a construção de


c) Direitos Sociais: discutir sobre a cultura da paz,
relações interpessoais entre os estudantes e
visando a construção de valores, que possam levar a
os profissionais da educação, fortalecendo o
comunidade escolar a conhecer e a desenvolver
viés da mediação de conflitos nas situações
experiências educativas com enfoque no Estatuto
de violência escolar. E por fim, consolidar o
da Criança e do Adolescente (ECA) e na propagação
protagonismo dos estudantes por meio da
da cultura da paz;
participação ativa dos grêmios estudantis e
líderes de turma; d) Inserção Social: implementar ações de
enfrentamento às exclusões, preconceitos e
b) Ética: refletir sobre a importância de
discriminações, sejam estas por diferenças sociais,
ações e discussões voltadas a uma
econômicas, físicas, religiosas, raciais, ideológicas,
educação para cultura da paz nas unidades
de orientação sexual, dentre outras. Incentivar a
escolares;
capacidade de se colocar na perspectiva do outro,
na integralidade de suas subjetividades enquanto
ser humano com fragilidades e potencialidades.
Abordagens para prevenção das violências escolares: podendo ser norteadas
pelos 10 passos listados por Rocha(2011)

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O primeiro passo é reconhecer O passo seguinte é um Fazer um diagnóstico Construir uma Buscar parcerias para
que a escola trabalha diagnóstico dos tipos do entorno da escola: cultura de proteção que seja realizado um
prioritariamente com o mais frequentes de há segurança? Existe compartilhada, uma trabalho em rede. Dá
conhecimento. Assim, é violência escolar: tráfico de drogas ou forma de atuação em para envolver órgãos
imprescindível estudar a agressão, brigas, outros tipos de que professores, da justiça,
temática das violências tanto xingamentos, ameaças, gangues? Existem trabalhadores, assistência social,
nas vertentes clássicas da bullying, depredações; bares com venda de saúde, segurança
estudantes e pais
Sociologia e Antropologia, entre cigarros, álcool, jogos?; pública, Ministério
sintam-se
outras áreas do saber, quanto Público e instituições
corresponsáveis uns
nas pesquisas acadêmicas que da sociedade civil;
pelos outros, firmem
buscam pensar sobre situações
compromisso de
mais vivenciais do fenômeno,
em um comitê que reúna autocuidado e
professores, outros cuidado coletivo;
trabalhadores das escolas,
estudantes e pais;
Abordagens para prevenção das violências escolares: podendo ser norteadas
pelos 10 passos listados por Rocha(2011)

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Trabalhar o aluno como um Fazer mediação Introduzir formas de Melhorar os espaços Entender e socializar a
multiplicador das ações é outro pedagógica intervindo, mediação pacífica de qualifica a ideia de que as
ponto importante, mesmo mesmo nas indisciplinas conflitos (inerentes a convivência. A estética diversidades humanas
porque não há consideradas menores, qualquer grupo dos ambientes são o grande
ninguém melhor que o jovem como um falar mais humano) constrói o escolares é outro fator patrimônio da escola e
para falar com outro jovem. ríspido, inicia uma dialogo como o importante. Sabe-se da sociedade. Assim,
Produzir materiais que tratem reconstrução de outro melhor condutor dos acolher, entender e
que a organização dos
da prevenção da patamar de conduta problemas; aprender com o
espaços configura a
violência tanto em sala de aula onde educação e diverso é o que faz os
mente tanto quanto
quanto em veículos de gentileza circulam mais seres humanos
os conteúdos.
comunicação interna (como do que a rispidez; melhores.
rádios, jornais ou blogs)
ajuda a combater a violência;
DEFINIÇÕES DE TIPOS DE VIOLÊNCIAS ESCOLARES

RACISMO: Forma de discriminação que leva em conta a raça como fundamento de práticas que culminam em
desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam. O preconceito racial
é o juízo acerca de um determinado grupo racial baseado em estereótipos que pode ou não resultar em práticas
discriminatórias nocivas. A forma direta do racismo é o repúdio ostensivo de indivíduos ou grupos motivados
pela condição racial.

VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A violência de gênero se divide em violências físicas, psicológicas e de cunho social.
Quando se fala em preconceito em relação ao gênero, compreende as formas ostensivas de tratamento, seja
ofensas diretas, invalidação de opiniões, etc. até a violência física motivada pelo preconceito de gênero e assédio
sexual. Crime de ódio, previsto em lei, do artigo 5º da Constituição Federal.

LGBTQIA+FOBIA: Crime de ódio, art. 5º da Constituição Federal. Atos ilícitos ou tentativas de tais atos que incluem
insultos, danos morais e materiais, agressão física ou verbal com motivação a orientação sexual identificação de
gênero, ou por ser pertencente a uma minoria sexual.

CYBERBULLYING: É a prática de bullying por meio de ambientes virtuais, com envio de mensagens intrusivas na
intimidade, assim como enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o
objetivo de criar meios de constrangimento psicológico e social.

AUTOLESÃO: Toda conduta voluntária de agredir o próprio corpo, qualquer ação violenta sem a intenção
consciente de cometimento de suicídio. As lesões mais comuns/frequentes são cortes, queimaduras, autogolpes,
coçar até se ferir, se morder, realizar interferência na cicatrização, entre outros.
DEFINIÇÕES DE TIPOS DE VIOLÊNCIAS ESCOLARES

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: Forma de violência, física ou simbólica, que tem por objetivo a negação e a
supressão de uma religião em detrimento de outra. Ofensas e termos pejorativos acerca da religião alheia,
preconceito religioso advindo de outras violências. Violência física, danos morais ou materiais à artigos
religiosos etc.

VIOLÊNCIA FÍSICA: Qualquer ação que machuque ou agrida intencionalmente uma pessoa, por meio da força
física, arma ou objeto, provocando ou não danos e lesões internas ou externas no corpo.

VIOLÊNCIA VERBAL: Comportamento agressivo caracterizado por palavras danosas, que têm a intenção de
ridicularizar, humilhar, manipular e/ou ameaçar. Tal tipo de agressão pode causar os mais diversos danos
psicológicos.

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL: Ato de praticar ato libidinoso (de caráter sexual), na presença de alguém, sem sua
autorização e com a intenção de satisfazer lascívia (prazer sexual) próprio ou de outra pessoa. Esse crime,
incluído pela Lei nº 13.718/2018, está inserido no capítulo “Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual”.

BULLYING: Intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou


discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos
pejorativos, isolamento social consciente e premeditado, expressões preconceituosas. Além disso, o bullying
pode ser classificado como intimidação verbal, moral, sexual, social, material, entre outros.
INDISCIPLINA ATO INFRACIONAL
É compreendida como uma violação, uma É a conduta descrita como crime ou
desobediência às regras relacionadas a contravenção penal, quando praticada por
determinado espaço ou situação; no caso criança ou por adolescente (artigo 103, Lei
da escola, às regras educacionais. 8069/90)

Quando comunicar: ao constatar Contravenção penal: conduta com menor


comportamento indisciplinado do gravidade.
estudante, contínuo ou eventual, de forma Crime: transgressão imputável da lei penal por
injustificada, deverá comunicar ao dolo ou culpa, ação ou omissão, delito.
coordenador pedagógico e, no mesmo dia
(data limite) preencher a ficha de Quando comunicar: ao constatar a prática do
comunicação de Indisciplina. ATO INFRACIONAL do estudante, deverá
comunicar ao coordenador pedagógico e, no
mesmo dia (data limite) preencher a ficha de
Comunicação do aluno Infrator.
Das providências nos casos de indisciplina
Ocorrências indisciplinares
Atenção: As correções disciplinares não podem
acometer o direito do estudante ao acesso e à
permanência escolar, conforme previsto no ECA. Deve-
se, necessariamente, adotar o princípio da legalidade,
isto é, o ato de indisciplina e as correções disciplinares
devem estar previsto no Regimento Escolar.

IDENTIFICAR O ESTUDANTE
INDISCIPLINADO

REALIZAR a comunicação REGISTRAR o ato praticado COMUNICAR o estudante NOTIFICAR os pais ou


pelo aluno em livros de das providências
da FICAI de indisciplina
registro/ocorrências
responsável legal.
instauradas quanto à sua
conduta

REALIZAR ações de caráter


educativo e pedagógico
Das providências nos casos de Ato Infracional:
Ocorrências de ato infracional
IDENTIFICAR O ESTUDANTE

REGISTRAR o ato
praticado pelo aluno em
livros de Ato infracional
registro/ocorrências Comunicar o
praticado por Conselho Tutelar
criança

COMUNICAR os pais ou REALIZAR a comunicação


responsável legal. da FICAI de ato
infracional

Ato infracional Lavrar boletim de


praticado por ocorrência
Atenção: Encaminhar ao Conselho Nos casos de 12 a 18 anos incompletos, a adolescente
Tutelar estudantes com idade de até delegacia de polícia que colheu a ocorrência,
12 anos incompletos, após análise do que providenciará os encaminhamentos a
caso, aplicar as medidas protetivas Promotoria de Justiça da Infância e
previstas no art. 101, i incisos I ao VII, Juventude, para aplicação das medidas
do ECA. socioeducativas previstas no art. 112 do ECA
Os atos infracionais mais frequentes nas unidades escolares:

Art. 147, CP – Ameaça;

Art.129, CP - Lesão Corporal;

Art.163, CP: Dano;

Art. 65, Lei nº 9.605/98: Pichação;

Art. 28, Lei nº 11.343 - Porte de entorpecentes;

Art. 33, Lei nº 11.343 - Tráfico de Entorpecentes;

Art. 21, Lei nº 3688/41 - Vias de fato;

Art. 1º e 20, Lei nº 7.716/89 -


Preconceito de raça ou de cor.
PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENDIMENTO DE
RELATO OU SUSPEITA DE VIOLÊNCIA CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
SEXUAL VIVENCIADO POR ALUNOS/AS SEXUAL
CRIANÇAS OU ADOLESCENTES

NOTIFICAR o Conselho Tutelar

REALIZAR o
acolhimento dos
estudantes, criança ou REALIZAR o registro em
adolescente. instrumentos próprios e
ACOMPANHAR o caso.

Relatório de atendimento

Em até 72h do ocorrido: :


REALIZAR escuta
especializada.
ENCAMINHAR para a Unidade de
Saúde/Hospital de referência.

COMUNICAR o fato à
Coordenação
pedagógica e à Direção.

ACIONAR DISQUE 100

Rede Protege: Protocolo Integrado de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Sexual.
DOCUMENTOS NORTEADORES
Estatuto da Criança e do Adolescente Prevenção às Violências escolares

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR


DOCUMENTOS NORTEADORES

Prevenção às Violências escolares


Prevenção e combate ao Bullying

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR


DOCUMENTOS NORTEADORES
Prevenção e combate ao Bullying Plano Nacional de Direitos Humanos (PNEDH) 2009

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR


DOCUMENTOS NORTEADORES
Protocolo Integrado de Atendimento à Protocolo de atenção à
criança e ao adolescente vítima ou violência praticada ou
testemunha de violência. recebida na escola.

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR


Legislação:
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996

Lei Nº 11.867, DE 31 DE AGOSTO DE 2022 - Estabelece a criação da semana dedicada à saúde mental nas escolas de
educação básica no âmbito do Estado de Mato Grosso.

Lei Nº 13.277/2016 - Institui o Dia Nacional de Combate ao Bullying e a Violência na Escola.

Lei Nº 13.185/2015: Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

Lei Nº 11.691, DE 25 DE MARÇO DE 2022, cria a Campanha Educativa de Combate ao Crime de Importunação
Sexual nas
escolas da rede pública estadual de ensino de Mato Grosso. "Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra
Crianças e Adolescentes".

Lei N° 14.344/2022 - cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar
contra a criança e o adolescente.

Lei nº 13.663, de 14 de maio de 2018, , que altera o artigo 12 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para
incluir a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, a
promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino.

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