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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Diversidade de sexo, gênero e sexualidade

Sexo: características biológicas e fisiológicas. São masculinos, femininos ou intersexuais.

Gênero é um constructo social e cultural relativo às características, comportamentos, atividades e papéis que
uma sociedade considera apropriados para homens e mulheres. A identidade de gênero é o senso pessoal de
alguém sobre a própria identidade de gênero, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído ao nascimento.

A orientação sexual refere-se à atração afetiva, emocional ou sexual por indivíduos do mesmo sexo, de sexo
oposto, de ambos os sexos, ou mais, incluindo atrações que não se baseiam no gênero. Portanto, abrange
identidades como heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual, assexual, entre outras.

Ensinar sobre a diversidade de sexo, gênero e sexualidade nas escolas pode ajudar a desmantelar estereótipos e
preconceitos desde cedo. Isso promove a compreensão e o respeito pelas diferenças, além de fornecer apoio
essencial a jovens que estão explorando ou questionando suas próprias identidades.

Políticas públicas inclusivas são fundamentais para garantir os direitos e a proteção de todas as pessoas. Isso
inclui legislações contra discriminação, acesso a cuidados de saúde adequados e representação igualitária em
todos os aspectos da vida social, econômica e política.

A representação na mídia e na cultura popular também tem um papel importante na normalização e celebração
da diversidade. Quando retratados de maneira positiva e autêntica, eles ajudam a criar uma cultura mais inclusiva
e compreensiva. Outros: grupos de apoio, serviços de aconselhamento e eventos comunitários que celebram a
diversidade.

Reconhecer, respeitar e celebrar essa diversidade é essencial para a construção de uma sociedade mais justa,
igualitária e empática, onde cada pessoa é valorizada e respeitada por sua singularidade.

Diversidade étnico-racial

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza
e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Racismo Institucional – instituições e organizações. Desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e


oportunidades

Racismo Estrutural – Práticas corriqueiras. Piadas ofensivas.

Racismo Religioso – Ofensa, perseguição e intolerância.

Racismo Ambiental – Exclusão dos lugares de tomada de decisão. Aniquilação do seu espaço, deslegitimação da
fala e desqualificação dos membros.

Racismo Sexual – definido como preconceito em relações sexuais.

A lei 7.716/89 define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional.

A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberdade
religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes,
pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre
outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer
outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e
códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e
conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou
privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio,
assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas
em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;

Além disso, a abolição da escravidão causou enorme marginalização, pois não assegurou um futuro aos
libertados. Ou seja, houve grande irresponsabilidade na organização da abolição, que não se preocupou com a
inclusão dos ex-escravos na sociedade. Para tentar corrigir a desigualdade histórica, o STF julgou constitucional o
sistema de cotas, inclusive em concursos públicos:

1. É constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das vagas oferecidas nos concursos
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal
direta e indireta, por três fundamentos.

1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação promovida pela política de ação afirmativa em questão está em
consonância com o princípio da isonomia. Ela se funda na necessidade de superar o racismo estrutural e
institucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a igualdade material entre os cidadãos, por meio
da distribuição mais equitativa de bens sociais e da promoção do reconhecimento da população afrodescendente.

1.2. Em segundo lugar, não há violação aos princípios do concurso público e da eficiência. A reserva de vagas para
negros não os isenta da aprovação no concurso público. Como qualquer outro candidato, o beneficiário da política
deve alcançar a nota necessária para que seja considerado apto a exercer, de forma adequada e eficiente, o cargo
em questão. Além disso, a incorporação do fator “raça” como critério de seleção, ao invés de afetar o princípio da
eficiência, contribui para sua realização em maior extensão, criando uma “burocracia representativa”, capaz de
garantir que os pontos de vista e interesses de toda a população sejam considerados na tomada de decisões
estatais.

1.3. Em terceiro lugar, a medida observa o princípio da proporcionalidade em sua tríplice dimensão. A existência
de uma política de cotas para o acesso de negros à educação superior não torna a reserva de vagas nos quadros
da administração pública desnecessária ou desproporcional em sentido estrito.

Isso porque: (I) nem todos os cargos e empregos públicos exigem curso superior; (II) ainda quando haja essa
exigência, os beneficiários da ação afirmativa no serviço público podem não ter sido beneficiários das cotas nas
universidades públicas; e (III) mesmo que o concorrente tenha ingressado em curso de ensino superior por meio de
cotas, há outros fatores que impedem os negros de competir em pé de igualdade nos concursos públicos,
justificando a política de ação afirmativa instituída pela Lei n° 12.990/2014.

2. Ademais, a fim de garantir a efetividade da política em questão, também é constitucional a instituição de


mecanismos para evitar fraudes pelos candidatos. É legítima a utilização, além da auto declaração, de critérios
subsidiários de heteroidentificação (e.g., a exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do
concurso), desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa.

3. Por fim, a administração pública deve atentar para os seguintes parâmetros: (I) os percentuais de reserva de
vaga devem valer para todas as fases dos concursos; (II) a reserva deve ser aplicada em todas as vagas oferecidas
no concurso público (não apenas no edital de abertura); (III) os concursos não podem fracionar as vagas de acordo
com a especialização exigida para burlar a política de ação afirmativa, que só se aplica em concursos com mais de
duas vagas; e (IV) a ordem classificatória obtida a partir da aplicação dos critérios de alternância e
proporcionalidade na nomeação dos candidatos aprovados deve produzir efeitos durante toda a carreira funcional
do beneficiário da reserva de vagas.
4. Procedência do pedido, para fins de declarar a integral constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Tese de
julgamento: “É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de
cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização,
além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da
pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”.

Diversidade cultural

Práticas, expressões, conhecimentos e habilidades das comunidades, grupos e indivíduos. Em um mundo cada vez
mais globalizado, onde as interações entre diferentes culturas se tornam mais frequentes, entender e respeitar a
diversidade cultural é essencial para a convivência harmoniosa e o desenvolvimento sustentável das sociedades.
São elas línguas, tradições, crenças, artes, histórias, formas de organização social, sistemas de valores e estilos de
vida. Ela é influenciada por uma variedade de fatores, como história, geografia, religião, e interações sociais e
políticas. Este respeito mútuo é fundamental para prevenir conflitos e para fortalecer a coesão social. Além disso,
a diversidade cultural é um motor essencial para a inovação e a criatividade, contribuindo para o
desenvolvimento social e econômico.

Educar as pessoas, especialmente os jovens, sobre a riqueza e a importância das diferentes culturas ajuda a
construir uma base de respeito e apreciação pela diversidade. A educação multicultural pode ajudar a
desmantelar preconceitos e estereótipos, promovendo a empatia e o entendimento entre pessoas de diferentes
origens culturais.

Políticas Públicas: apoio a linguagens minoritárias, a preservação de sítios históricos, a promoção de festivais
culturais e a proteção dos direitos de autores e criadores de diferentes contextos culturais.

A diversidade cultural também é reforçada pela mídia e tecnologias digitais, que têm um papel importante na
disseminação e no intercâmbio de expressões culturais. A internet, em particular, oferece oportunidades sem
precedentes para o acesso e a partilha de informação cultural, embora também apresente desafios relacionados à
homogeneização cultural e à preservação das identidades culturais locais.

Organizações como a UNESCO promovem a diversidade cultural e o diálogo intercultural através de convenções e
programas. Reconhecem que é uma parte essencial do desenvolvimento humano e uma necessidade para
alcançar a paz e a sustentabilidade global. A diversidade cultural é uma riqueza imensurável que contribui para a
expansão do conhecimento, da compreensão e da tolerância no mundo.

Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos vulnerabilizados

CRIANÇA E ADOLESCENTE Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe importantes preceitos quanto à proteção da infância,
devendo garantir à criança a proteção de uma infância feliz e saudável, e o seu crescimento num seio familiar
amparado pelo afeto e um ambiente seguro, garantindo também o Direito à educação, gratuita e obrigatória e a
prioridade de atendimento e socorro em caso de necessidade.

MULHERES Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;
A razão desta vulnerabilidade reside no fato de que as conquistas femininas de independência pessoal e
financeira são relativamente recentes na história da humanidade.

PESSOA COM DEFICIÊNCIA Art. 7º (...) XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios
de admissão do trabalhador portador de deficiência;

Há quatro fases históricas no desenvolvimento dos direitos humanos da pessoa com deficiência: a) Fase da
intolerância: a deficiência simbolizava impureza, pecado ou castigo divino; b) Fase da invisibilidade: ignorava-se a
existência das pessoas com deficiência e de seus direitos; c) Fase assistencialista: pautada na perspectiva médica e
biológica de que era preciso encontrar uma cura para a deficiência, que era exclusivamente vista como
enfermidade; d) Fase humanista: orientada pelo paradigma dos direitos humanos, na qual emergiram os direitos
à inclusão social, com ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio em que ela se insere, além da
necessidade de eliminar obstáculos e barreiras (culturais, físicos ou sociais) que possam ser superados.

RACISMO Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; Art. 5º (...)XLII - a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

IDOSOS - É obrigação do Estado, da sociedade e da família garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,
mediante a garantia de condições mínimas e a efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável em atenção à sua dignidade, bem como liberdade, respeito, como pessoa humana e
sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais. Em relação à normativa brasileira, destaca-se o Estatuto do
Idoso (Lei nº 10.741/2003), que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2004, em consonância com a já
manifestada preocupação brasileira em conferir proteção específica aos direitos dos idosos. Não se pode perder
de vista, ainda, o texto constitucional, que no título VII (Ordem Social) traz no capítulo VII a proteção da Família,
da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso, sem prejuízo da menção ao direito à assistência social feita
anteriormente no artigo 203, V.

Proteção da população em situação de rua e sem teto

Em termos normativos internacionais, é fraca a proteção da população em situação de rua, destacando-se


relatório sobre uma habitação adequada como elemento integrante do direito a um nível de vida adequado e
sobre o direito de não discriminação a este respeito, preparado em cumprimento à Res. nº 25/17 do aludido
Relatório propõe, inclusive, um enfoque tridimensional:

A 1ª dimensão se refere à ausência de moradia – a ausência tanto do aspecto material de uma habitação
minimamente adequada quanto do aspecto social de um lugar seguro, para estabelecer uma família ou relações
sociais, e participar da vida em comunidade.

A 2ª dimensão considera a situação de rua como uma forma de discriminação sistêmica e de exclusão social, e
reconhece que a privação de um lar dá lugar a uma identidade social através da qual as pessoas em situação de
rua formam um grupo social sujeito à discriminação e estigmatização.

A 3ª dimensão reconhece as pessoas em situação de rua como titulares de direitos que são resilientes na luta pela
sobrevivência e dignidade. Com uma compreensão única dos sistemas que negam seus direitos, deve-se
reconhecer as pessoas em situação de rua como agentes centrais da transformação social necessária para a
realização do direito a uma moradia adequada.
Proteção da população sem-terra

O Brasil é um dos países com maior concentração de terras do mundo, onde se encontram os maiores latifúndios.
A concentração de terras deriva da exploração portuguesa no Brasil, com a escravidão e a monocultura voltada à
exportação. Esse perfil de ocupação de nossas terras gerou profundas raízes de desigualdade social sentidas até
hoje. A proteção à população sem-terra tem suas bases nos valores da solidariedade e do humanismo ante ao
legado histórico da classe trabalhadora. Nacionalmente o Brasil dispõe do Estatuto da Terra, que regula os
direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e
promoção da Política Agrícola. O uso da terra decorre do direito de propriedade e da necessidade de esta atender
à sua função social. Busca-se pela reforma agrária para que as terras do Estado não permaneçam improdutivas
em grandes latifúndios, enquanto pequenos produtores se vêm privados de sua subsistência. A reforma agrária é
uma política pública que tem como objetivo principal promover a redistribuição de terras, proporcionando uma
distribuição mais justa e equitativa da propriedade fundiária.

Proteção da população indígena

No artigo 1º é trazida a fórmula genérica que garante aos indígenas, como povos ou pessoas, o desfrute pleno dos
direitos humanos e liberdades fundamentais. O ideário da igualdade de direitos e liberdades é reforçado pelo
artigo 2º e pelos artigos 3º e 4º (estes focados no direito à autodeterminação). Em seguimento, garantem-se os
direitos políticos no artigo 5º e o direito à nacionalidade no artigo 6º. Outros direitos humanos são reforçados no
artigo 7º. O artigo 8º tem o seguinte teor:

1. Os povos e as pessoas indígenas têm direito a não sofrer a assimilação forçada ou a destruição de sua cultura.
2. Os Estados estabeleceram mecanismos eficazes para a prevenção e o ressarcimento de: a) Todo ato que tenha
por objeto ou consequência privar aos povos e as pessoas indígenas de sua integridade como povos distintos ou
de seus valores culturais ou sua identidade étnica; b) Todo ato que tenha por objeto ou consequência alhear-lhes
suas terras, territórios ou recursos; c) Toda forma de mudança forçada de local de povoado que tenha por objeto
ou consequência a violação ou o menosprezo de qualquer de seus direitos; d) Toda forma de assimilação ou
integração forçadas; e) Toda forma de propaganda que tenha como fim promover ou incitar à discriminação
racial ou étnica dirigida contra eles.

O sentido do artigo 8º é aprofundado nos artigos 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 24, 25, 26, 31, 32, 33, 34, 35, que
conferem direitos específicos culturais, religiosos, medicinais, territoriais, de ensino, de autoadministração e
outros aos indígenas. No mais, enquanto no artigo 8º garante-se a cultura, no artigo 9º garante-se o direito de
pertencer a uma comunidade.

Nos termos dos artigos 18, 19, 23 e 27, assegura-se a representação política, notadamente participando de
decisões que envolvam a comunidade indígena. Portanto, o desenvolvimento social também é um direito, que
deve ser garantido sem discriminações, permitindo o melhoramento das condições econômicas e sociais, em
áreas como educação, emprego, capacitação e adaptações profissionais, moradia, saneamento, saúde e
seguridade social (artigo 21, DDPI). Necessidades especiais de seus grupos vulneráveis, como idosos, mulheres e
crianças também devem ser respeitadas (artigo 22, DDPI).

A respeito da retirada de povos indígenas de suas terras originais, embora seja colocada como exceção, pode
ocorrer, caso em que o povo local deve ser ouvido e em que é preciso garantir a justa indenização (justa,
imparcial e equitativa), que poderá ser paga em terras, territórios e recursos de igual qualidade aos tomados
(artigo 28, DDPI). As comunidades indígenas não devem ficar isoladas e alheias aos acontecimentos fora de seu
âmbito, mesmo os que envolvam decisões estatais.

Neste sentido, o artigo 36 volta-se ao direito de manter e desenvolver contatos, relações e cooperação e suas
atividades; o artigo 37 reforça questões sobre a possibilidade de celebrar tratados, acordos e pactos; o artigo 39
traz o direito à assistência financeira e técnica; o artigo 40 trata dos procedimentos para solucionar controvérsias
que surjam etc. Reforça-se nos demais dispositivos a necessidade de adotar medidas para garantir todos estes
direitos.

Nacionalmente, Constituição de 1988 pode ser considerada um marco na conquista e garantia de direitos pelos
indígenas no Brasil, por garantir o respeito e a proteção à cultura das populações originárias, direitos esses
expressos em capítulo específico do Título Da Ordem Social, com preceitos que asseguram o respeito à
organização social, aos costumes, às línguas, crenças e tradições, além de estabelecer como obrigação da União, a
proteção e a demarcação das terras indígenas.

Proteção dos negros e quilombolas

O racismo é a manifestação de um preconceito racial em determinadas situações e constitui crime inafiançável e


imprescritível, previsto na Lei 7.716/1989. Diferencia-se do crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do
Código Penal brasileiro. Injúria racial ocorre quando há ofensa direcionada a uma pessoa em especifico, atingindo
sua dignidade com base em elementos referentes à sua raça, cor, religião ou origem.

Os quilombolas são pessoas das comunidades formadas por descendentes de africanos que fugiram da
escravidão durante o período colonial – os quilombos, onde ao longo dos anos conseguiram preservar algumas de
suas tradições e costumes. Assim como os indígenas, tem o seu direito à terra reconhecido na Constituição
Federal, que também prevê a obrigação do Estado de demarcar e titular as terras ocupadas por essas
comunidades. A Lei nº 12.288/2010, conhecida como Estatuto da Igualdade Racial trata especificamente dos
quilombolas e estabelece diretrizes e políticas públicas para a promoção da igualdade racial. A legislação que trata
especificamente dos quilombolas é a Lei nº 12.288/2010, conhecida como Estatuto da Igualdade Racial. Essa lei
estabelece diretrizes e políticas públicas para a promoção da igualdade racial no Brasil, incluindo medidas de
proteção e promoção dos direitos dos povos quilombolas, com o objetivo promover o desenvolvimento
sustentável dessas comunidades, garantindolhes acesso a serviços básicos, como saúde, educação, saneamento
básico e infraestrutura, além da criação de políticas de reparação para os povos quilombolas, como ações
afirmativas e programas de inclusão social e econômica. Essas medidas visam compensar os séculos de
discriminação e exclusão enfrentados por essas comunidades.

Refugiado é todo aquele que sofre algum tipo de perseguição em seu país de origem numa situação de guerra e
busca asilo em outro país. Imigrante é todo aquele que sai de seu país de origem e vai para outro em busca de
melhores condições de vida. Cabe ao Estado propiciar que imigrantes e refugiados gozem de igual proteção
jurídica aos seus direitos fundamentais.

Qualquer pessoa, em caso de necessidade, possa exercer o direito de procurar e de gozar de refúgio em outro
país, sendo altamente reconhecidos internacionalmente. O Brasil é reconhecido internacionalmente como um
país tolerante e aberto aos imigrantes e refugiados. É importante mencionar que nem todo imigrante possui o
status de refugiado e asilo político (individual) é diferente de Refúgio (coletivo).

Portanto, não se deve confundir o asilo político, direito individual, requerido e outorgado caso a caso, com o
moderno ramo do direito dos refugiados, que trata de fluxos maciços de populações deslocadas. Ambos institutos
podem ocasionalmente coincidir, já que cada refugiado pode requerer o asilo político individualmente. O asilo
político é a proteção dada por um Estado a um estrangeiro que passa a ser perseguido por seu próprio país.

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