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Módulo I

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INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
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Índice

MÓDULO I

I. Apresentação
II. Introdução
III.Qualidades de um bom detetive
IV.Como perseguir criminosos e suspeitos
V. Coleta de Informações
VI.Fontes de Informações Sigilosas
VII.Informações Cadastrais
VIII.Investigação em Equipe
IX.Métodos Investigativos
X.Lei do Grampo
XI. Grampo de telefones e monitoramento de computadores
dentro de uma empresa
XII.Código de Ética do Detetive Particular

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I.Apresentação

Prezado amigo:

Você começa agora uma das mais fascinantes profissões exercidas pelo
homem em todos os tempos – a de detetive profissional. E como o seu objetivo é
integrar-se nessa profissão, você travará o conhecimento seguindo um método cuja
eficiência já foi suficientemente provada em anos de prática. Queremos louvar,
antes de tudo, o seu interesse em aprender – através desse curso – galgar novas e
vantajosas posições na vida. Mas antes de ministrar as primeiras lições do método
que você escolheu para isso, gostaríamos de falar sobre o tipo de trabalho que,
terminada a última lição do seu curso, você estará perfeitamente capacitado a
exercer.

Ainda há quem pense que a atividade dos detetives profissionais se resume à


perseguição de mulheres de maridos ciumentos e desconfiados. Mas a verdade é que
a velha e caricata imagem do detetive disfarçado com barbas e bigodes postiços, a
acompanhar os passos de uma mulher, está mais que ultrapassada. Primeiro,
porque o trabalho dos detetives hoje se concentra muito mais na área industrial,
empresarial e financeira do que na investigação de adultérios. E segundo porque,
em vez do faro, esses profissionais utilizam hoje uma infinidade de aparelhos, que
chegam aos requintes da sofisticação e cujo uso você irá aprender no decorrer deste
curso.

É verdade que as pessoas costumam reagir à profissão que você escolheu com
certa dose de romantismo, e nós, detetives não fazemos muita questão de desiludi-
las; afinal, a imagem romântica é a que mais convém a esse trabalho, que requer
discrição e sigilo absoluto. O que não se pode dizer, hoje em dia, é que a investigação
particular seja uma tarefa marginal. No Brasil, por exemplo, ela é essencial, devido
à falta de investimento do governo na área de segurança pública, pois com o
aumento da criminalidade, os nossos órgãos policiais tornaram-se incapazes de
resolver inúmeros crimes em razão do acúmulo de serviço e da falta de estrutura
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técnica, administrativa e de pessoal para desenvolver investigações. Atualmente, a


Polícia Militar, encarregada do policiamento ostensivo, é quem leva as ocorrências
para as delegacias, e a Polícia Civil encarrega-se de efetuar os procedimentos em
cartórios para autuação dos flagrantes policiais. Na realidade os nossos órgãos
policiais mal conseguem dar conta dos flagrantes policiais e quando algum inquérito
necessita que se proceda a uma investigação há a falta de pessoal qualificado,
equipamentos técnicos e até mesmo viaturas descaracterizadas. É, então, que o
trabalho do detetive profissional cresce de importância.

Atualmente a sociedade começa a descobrir o valor da nossa profissão. Com o


aumento da violência urbana nas grandes cidades, é cada vez maior a procura pelos
bons profissionais desta área para elucidar os mais diversos crimes, tais como:
homicídios, furtos, roubos, estelionatos, golpes financeiros, falsificações de
produtos, fraudes em empresas, etc. Na razão direta que nossa sociedade se
desenvolve, cada vez mais ela necessitará do auxílio de bons profissionais de
investigações para resolver seus problemas particulares. Baseado nesse princípio,
nós resolvemos reciclar nossos cursos, atendendo o grande número de pessoas que
todos os dias nos procuram, querendo obter conhecimentos técnicos para poder
iniciar nesta fascinante profissão.

Parabéns, você está dando os primeiros passos para se tornar um desses


ousados profissionais. Nosso curso lhe garantirá a melhor orientação possível para
que você se torne um ótimo profissional; o resto depende de você e do seu esforço
pessoal, da sua dedicação aos estudos das matérias e das lições que lhe enviaremos.
Esperamos no final do curso, poder aprová-lo com louvor, desejando que em breve
se torne mais um brilhante profissional do ramo.

Boa sorte!

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II.Introdução

Para começar vamos nos estender, agora de forma mais didática, sobre o assunto
da apresentação: vejamos o que é realmente a profissão de detetive profissional, e o
que ela exige daqueles que pretendem exercê-la com a maior eficiência possível.

Como é fácil compreender, a complexa atividade investigatória abrange um vasto


setor que vai desde a tranquila e discreta observação de alguém (chamada campana
ou sombreagem, na gíria profissional) até a estarrecedora apuração dos mais
variados tipos de atentados contra a vida humana; não só o homicídio em seus
diferentes motivos – o crime passional, o latrocínio, etc. -, como os mais
monstruosos crimes cometidos contra populações, genericamente designados pelo
termo genocídio.

E nessa vasta gama de atividades não devemos esquecer os pequenos delitos – do


furto puro e simples ao estelionato e à falsificação -, e aquele setor em que, no
mundo moderno, o detetive profissional vem tendo uma ocupação cada vez maior,
não só com objetivos de prevenção como também na obtenção de informações vitais:
a espionagem industrial.

Em qualquer destes casos o detetive profissional tem uma função principal: obter
provas materiais e testemunhais. As primeiras serão quase sempre submetidas a
exames científicos em laboratório. Quanto as segundas, o investigador deverá ser
perito em entrevistar vítimas e testemunhas, bem como interrogar suspeitos. Em
nenhum caso, no entanto, o detetive profissional poderá efetuar prisões – ele não
está habilitado para isso. Sua função é muito mais a de trabalhar em favor da justiça
e da polícia – mesmo que a esta última caiba todos os trunfos.

Em países como os Estados Unidos, praticamente todos os setores


governamentais empregam investigações, e essa profissão, naquele país, está entre
as mais bem pagas do serviço civil. No Departamento de Justiça, por exemplo, cujas
atribuições são principalmente criminais, os investigadores civis são largamente
utilizados.

Comissões de serviço civil usam investigadores nos Estados Unidos para


apurar aplicações de verbas. Em todas as cidades americanas é possível encontrar

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investigadores designados para hospitais e casas de repouso, trabalhando para


conselhos de assessores, etc. Organizações semigovernamentais também são ali
providas de detetives. Sociedades de prevenção e de proteção aos animais e
crianças empregam investigadores e, sobretudo, comissões dos legislativos
estaduais recebem verbas para utilizar os serviços daqueles profissionais.
Investigadores são encontrados até nos altos postos das Nações Unidas.

No Brasil, só agora os serviços dos detetives particulares começam a ser mais


largamente utilizados no setor governamental. Antes eles praticamente eram
limitados aos departamentos policiais, já que não se procurou entre nós
desenvolver mais rapidamente essa aptidão, que só começou a ser racionalmente
ensinada a partir da expansão deste curso. Com isso a necessidade de detetives
profissionais aumentou muito, já que os poucos profissionais em atividade estão
sobrecarregados.

Qualquer pessoa que se proponha a seguir a carreira de detetive deve se


convencer, antes de tudo, de que nessa profissão, o gosto pelo trabalho é mais
importante do que qualquer outro fator. Não há, porém, barreiras nesse campo.
Todos podem explorá-lo sem distinção de cor, idade, raça ou religião. E é importante
assinalar que o especialista em outras atividades humanas pode se tornar um bom
detetive utilizando, inclusive, em sua nova profissão os conhecimentos da antiga.
Basta citar o caso de um ex-aluno do curso: ajudante de farmacêutico na Marinha,
ele se tornou eficientíssimo na vida civil.

Parece-nos demasiado importante falar, já na primeira lição, sobre o padrão ético


do detetive particular. Ele deve se situar num plano elevado, impondo respeito e
mantendo a reputação de honestidade e integridade. E não esquecer nunca que o
seu dever precípuo é proteger vidas e propriedades. Obter provas para processar
culpados e também para absolver inocentes.

É claro que, no exercício da profissão, o detetive particular muitas vezes se


defrontará com pessoas corruptas e desonestas, dispostas a tudo para manter seus
privilégios. Ele deve guardar-se contra essas influências para manter incólume o
padrão profissional. Sua palavra é uma obrigação moral perante todas as fontes de
informações confidenciais. Por isso, ele deve se guardar das traições e
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inconfidências de qualquer um que não lhe mereça inteira confiança. Não deve
desmerecer, sem justa causa, o bom conceito de ninguém. Uma vez que deixe
transparecer quem lhe contou algo de confidencial, o informante se absterá de
ajudá-lo e o investigador não mais será considerado digno de seu apreço e
colaboração.

O amor-próprio do investigador profissional e sua aparência devem ficar na


lembrança dos que tenham contato com ele. Apresentar-se limpo, bem tratado, é
característica de quantos exercem esse mister. Por outro lado, um detetive
profissional deve viver dentro de suas possibilidades e manter um padrão de vida
relativo à sua média de honorários, os quais devem ser fixados com probidade e bom
senso, sem a mais remota intenção de explorar o cliente.

Essa remuneração, em geral, é estabelecida com base na natureza do caso, no


tempo e no equipamento necessário para se fazer o trabalho, na importância da
matéria sob investigação, etc. Quaisquer que sejam os honorários devem ser
devidamente discutidos e acordados com a pessoa interessada na investigação. Tal
é boa ética profissional, da qual aconselhamos fiel observância.

III. QUALIDADES DE UM BOM DETETIVE

É importante que as qualidades sensoriais de um detetive – principalmente sua


capacidade de observação - sejam intensamente treinadas e desenvolvidas. Uma vez
que tenha aprendido a ver as pessoas e as coisas como realmente são, o profissional
terá adquirido uma acurada e infalível memória. Mas isso só será possível através
da paciência, da perseverança e, também, em decorrência dos seus conhecimentos
gerais, graças aos quais, você saberá como relembrar o que já viu.

O aprimoramento de um desses atributos permite desenvolver o outro. Pelo


aperfeiçoamento do poder de observação você poderá melhorar sensivelmente sua
capacidade retentiva. Quando verificar progressos em relação à paciência, outra
grande virtude, você começará igualmente a cultivar a persistência - qualidade
imprescindível na carreira de investigador. Quando possuir amplo domínio sobre

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esses fatores positivos, você estará apto a sentir as coisas como realmente são, em
seus mínimos detalhes.

Para se construir um prédio, por exemplo – seja uma pequena casa ou um


arranha-céu -, é necessário preparar uma boa fundação. Os maiores cuidados são
exigidos nessa etapa da construção, sem a qual não haverá firmeza e segurança do
prédio, sujeitando-se a estrutura a ceder e desmoronar pela ação erosiva do tempo
ou dos elementos da natureza. Fazendo uma analogia com a engenharia, os
primeiros degraus que o aluno deste curso terá que pisar (a fundação) será
essencial para formar a argamassa de sua atividade futura como detetive
profissional. Cedo você descobrirá que quanto mais interessantes forem os lugares e
as pessoas tanto melhor poderá relembrar o que viu.

Nossos antepassados, os primitivos habitantes das cavernas eram dotados de


qualidades excepcionais que hoje ou nos faltam de todo ou então as possuímos em
grau muito deficiente. Entre elas está a memória, principalmente a visual; com o
decorrer dos tempos, o que o homem civilizado ganhou, digamos, em inteligência,
perdeu em sua capacidade para fixar lembranças. Isso para não falarmos, por
exemplo, em certa e considerável força magnética, a qual, concentrada sob uma
forma de telepatia utilitária, tornava possível comunicar-se à distância com seus
semelhantes, numa época em que ainda não se possuía uma linguagem organizada
que servisse à cabal expressão do pensamento.

Outra faculdade bastante apurada em nossos ancestrais era a visão. Hoje, em


sua grande maioria, as pessoas vêem as coisas superficialmente. Não que seus
órgãos visuais estejam afetados, mas apenas porque eles não olham para as
minúcias com a devida atenção; temos consciência do mundo que nos cerca; mas
raramente nos damos ao trabalho de examinar os detalhes com a necessária
atenção; e este é o elemento que plasma em nós uma memória duradoura, sem
qualquer esforço de nossa parte. Essa desatenção, aliada à poluição visual que é um
dos males dos nossos tempos, faz com que deixemos de observar as coisas como
fazia o homem primitivo.

Vamos propor um pequeno teste para ver com que grau de acuidade o
candidato à profissão de detetive particular pode observar as coisas. Vejamos, por
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exemplo, se você, sem retirar os olhos desta apostila, e sem recorrer a qualquer
outro expediente, é capaz de responder rapidamente às cinco perguntas seguintes:

!Qual a figura que aparece numa cédula de R$50,00?

!Você pode fazer uma descrição completa (frente, verso e borda) de uma moeda de
R$0,25?

!O algarismo seis do seu relógio é romano ou arábico?

!De que cor são os olhos de seu chefe (ou subordinado)?

!Quantos botões têm sua camisa?

Na verdade, costumamos reter bem pouco daquilo que observamos, a menos


que nos exercitemos em perscrutar minúcias. Um bom detetive necessita ser hábil e
ver de relance todos os pormenores. Deve imprimir os mínimos detalhes em sua
memória, pela associação simultânea dos objetos próximos, classificando tudo
automaticamente. Esse poder de observação, uma vez adquirido, ficará com você
para o resto da vida.

Quanto mais você praticar isso mais apurado será seu poder de análise e
melhor será a sua capacidade de fixação. Para observar qualquer coisa não é
necessário fitá-la demoradamente, fazendo esforço com os olhos. Aprenda a olhar
habilmente, vendo todos os pormenores e analisando-os, até mesmo os que lhe
pareçam de menor importância. Conte todos os objetos do local observado, do
primeiro ao último, e depois, sem olhar novamente, procure ressaltar neles o maior
número de detalhes possível. Treine até que isso se torne um hábito.

Vejamos como isso pode ser feito na prática: em sua própria casa, pare à porta
de qualquer cômodo (seu quarto, por exemplo) por um momento e observe todos os
pertences que lá se encontram. Em seguida vá para outro compartimento e faça
uma relação de tudo o que você viu a partir do que ficou fixado em sua memória. Ao
concluir, volte ao cômodo anterior para aferir o grau de sua retentiva, confrontando
os objetos que você memorizou com os que você não foi capaz de lembrar. Com a
continuação do treino, a diferença irá desaparecendo gradualmente.

Outro exercício interessante: ao caminhar por uma rua, examine com toda
atenção os transeuntes. Conte os diferentes rostos. Observe – sem despertar
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suspeitas, é claro – as particularidades individuais no andar, vestimentas ou


aparência. Depois que cada pessoa tiver passado, tente relembrar dela alguma coisa
que tornaria possível a você mais tarde reconhecê-la e identificá-la. Veja um
estranho e analise-o por alguns minutos. Tome nota mentalmente de sua raça, idade
aproximada, altura e pés, cabelos, olhos, dentes, pele, talho do nariz, orelha e barba.
Observe seu traje, começando, se possível, pelo chapéu (a cor, o modelo, se é de
feltro, tecido ou palha), o modo como é usado, e o resto da roupa, até chegar aos
sapatos. Olhe todas as peculiaridades desse indivíduo: cicatrizes, defeitos físicos,
etc., enfim, tudo o que possa servir a você como possível elemento de identificação
posterior. Essa espécie de prática será gradualmente desenvolvida graças ao hábito
de ir vendo as pessoas e coisas como realmente são a fim de gravá-las em sua
mente. Quem sabe algum dia você precisará dessas reminiscências na apuração da
verdade?

Lembre-se de que qualquer criatura de inteligência mediana, que cometer um


ato criminoso, logo se verá obrigada a desaparecer. Mas, por outro lado, não existe
delito ou simples atividade humana que possa ocorrer sem que se deixe ao menos
algum vestígio. Daí dizer-se que não há crime perfeito. Tudo é uma questão de
tempo e de persistência por parte daqueles que se dedicam ao trabalho de elucidar o
aparente mistério.

De qualquer forma, ao primeiro contato com o ocorrido, certa hesitação se


delineia na mente do detetive, dúvida essa tanto maior quanto a dificuldade que ele
sentir para responder satisfatoriamente às inúmeras perguntas que surgem no seu
espírito investigativo. Dentre essas, cinco são consideradas principais e podem ser
lembradas:

!Autor: (Quem cometeu?)

!Delito: (O que cometeu?)

!Hora: (Quando?)

!Onde: (Em que local?)

!Como: (De que modo?)

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Numa investigação honesta, geralmente, logo se verifica a descoberta de pelo


menos um suspeito. A primeira coisa para a qual o detetive se volta é para a “pista”,
que pode ser de dois tipos: material, que é o traço exterior, objetivo, palpável do
delito; moral, que é o aspecto interior, subjetivo, intangível da ação criminosa. Na
maioria das vezes, os primeiros indícios são evidentes. Só nos crimes incomuns é
que – à falta de elementos mais concretos - tem o investigador de começar pelo
“móvel” psicológico do crime.

Os vestígios materiais do caso são aqueles que são visíveis: sinais de pés,
marcas de dedos, contornos ou sugestões de rastros, janelas e portas quebradas ou
forçadas; enfim, qualquer objeto ou simples indício que revele a presença do
delinquente ou traia sua tentativa de fugir ao flagrante. O mínimo detalhe deve
merecer cuidado, sendo anotado num caderninho de apontamentos, a fim de
compor um quadro mental, estático e, posteriormente se for preciso, formar a
reconstituição dinâmica do ocorrido.

Você pesquisará o caso coletando tudo o que houver de evidência vantajosa e


informação. Não aceite ávida ou precipitadamente as primeiras conclusões que lhe
aparecerem, mas use o seu raciocínio indutivo pelo apanhado de diferentes indícios,
os quais vão se ajustando até ensejar uma correta solução. Em qualquer
investigação você deve proceder dentro desse critério, arrolando diligentemente
todos os pormenores do ocorrido. Assim, as falhas podem ser reduzidas ou
eliminadas, e os dados imprestáveis substituídos por outros. Guarde sempre na
mente cada detalhe ou alusão indireta, cada sugestão, pista ou liame da sequência
de fatos esclarecedores. A cadeia será tanto mais forte quanto mais resistente forem
os elos. Feitas essas considerações preliminares, já podemos propiciar a você, nas
lições que se seguem, o contato direto com a atividade policial.

IV. COMO PERSEGUIR CRIMINOSOS E SUSPEITOS


Os criminosos são naturalmente, pessoas desconfiadas. Por isso a vigilância
em torno deles, ou a perseguição, tornam-se mais difíceis, exigindo cuidados

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especiais. Mas com argúcia, perspicácia e bom senso, as diligências são


inevitavelmente bem sucedidas.

A perseguição é geralmente conhecida pelos nomes de sombreagem, traquejo,


campana, etc. Na vigilância exercida contra suspeitos – e não contra criminosos – o
detetive segue o elemento visado a pé, com seu carro, moto ou, em alguns casos, de
avião e barco.

O investigador deve conhecer as manhas do suspeito. Este, notando ou


desconfiando de que está sendo observado, age sempre do seguinte modo: a)
modifica seu trajeto para ver se a pessoa faz a mesma coisa; b) olha pelas vitrines e
espelhos, quando a pé, para verificar se alguém o está seguindo; c) deixa cair um
pedaço de papel de sua mão, ou joga-o pela janela do carro, para ver se alguém o
recolhe; d) toma um ônibus ou um elevador e logo sai, para certificar-se de que
alguém faz o mesmo; e) a pé ou de carro, contorna a esquina e para, conseguindo,
assim, ver se alguém vem logo atrás; f) vai andando rápido, para subitamente e
verifica se alguém faz o mesmo.

Principalmente numa cidade populosa, por exemplo, como o Rio de Janeiro e


São Paulo, com o movimento das ruas é difícil a tarefa do investigador empenhado
num trabalho de campana. Se seguir um automóvel num tráfego pesado já envolve
problemas, seguir um suspeito desconfiado é missão melindrosa. Mas não
impossível. Aconselhamos, sempre que possível, que o detetive use uma moto para
efetuar a campana. Elas são utilizadas em larga escala atualmente nos grandes
centros urbanos e passam despercebidas no trânsito. Quando dois detetives
estiverem, em equipe, efetuando uma campana, o primeiro deve fazer a tarefa de
moto e o segundo de carro.

O detetive deve procurar, nas áreas abertas, repletas de gente, não tirar os
olhos de seu investigado. Nos logradouros onde há poucos transeuntes, é prudente
manter-se a alguma distância, do outro lado da rua.

A menos que tenha idéia do destino da pessoa investigada, deve o sombreador


manter-se sempre dentro do mesmo quarteirão em que seu alvo trafega. Quando o
investigador estiver no carro manter certa distância, usando sempre o espelho
retrovisor, que é um dos bons auxiliares nesse trabalho. Observar todos os sinais,
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mas fazer o possível para que o suspeito nunca fique muito distante. Em áreas
congestionadas, seguir logo atrás do perseguido. Se o suspeito não olhar ao redor,
nem fixamente pelo retrovisor, o detetive pode estar razoavelmente seguro de que
ele não desconfia de nada, e esse tipo de perseguição pode ser mantido até que o
investigado deixe a área congestionada. Então, o detetive tornará a diminuir a
velocidade para, no mínimo, um carro entre o seu e o do perseguido. Se não há
outros veículos nas proximidades a distância pode ser aumentada, mas sempre
conservando o suspeito ao alcance da vista e fora do perigo de perdê-lo.

Toda vigilância tem de ser discreta, de forma que o suspeito não note que está
sendo observado ou seguido. Se ele parecer desconfiado, a vigilância deve ser
interrompida por algum tempo e reiniciada mais tarde. Se o elemento visado está
constantemente prevenido contra vigilância policial, o detetive tem de usar seu
senso comum, observando os métodos práticos para identificar o momento em que o
investigado começa a apresentar desconfiança de estar sendo seguido.

A vigilância é um dos mais fascinantes aspectos da profissão de detetive. A


experiência ampliará a habilidade do investigador, de modo a que obtenha sempre
sucesso. A paciência e a perseverança são as melhores qualidades para assegurar
êxito na campana.

O investigador concentrará sua atenção todo o tempo e não ficará distraído


por coisa alguma na área em que atua. Deve desenvolver seus poderes de
observação e memória, assim como observar o máximo possível o investigado
durante a vigilância e reter todos os dados na memória, até que tenha oportunidade
para anotá-los. Deverá escrever datas, endereços, números de licenças, descrições
de pessoas e lugares - qualquer coisa a mais que diga respeito ao alvo de sua
investigação.

Convém ressaltar a importância da vigilância e sombreagem com aparelhos


eletrônicos. Entraremos em detalhes sobre os equipamentos eletrônicos em um
capítulo específico.

Problema muito mais sério do que a vigilância em torno de um suspeito é


perseguir um criminoso, ou seja, apurar e seguir a pista de um fugitivo. A habilidade
para obter informações sobre um criminoso em fuga sempre foi e será um elemento
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de sucesso no trabalho de um detetive profissional. Essa habilidade poderá ser


conseguida e aperfeiçoada pelo tato que o investigador profissional irá adquirir com
sua tarefa, familiarizando-se com locatários, proprietários, patrões e empregados de
estabelecimentos comerciais, gerentes de hotéis, motoristas de táxi, empregados de
escritório, porteiros, motoristas de caminhão, enfim, com pessoas de todos os tipos
do território em que estiver trabalhando.

Possuir habilidade para seguir uma pessoa sem despertar suspeitas é de


enorme valor para o detetive. Um homem perseguido se torna extremamente
desconfiado e, muitas vezes, desenvolve um grande sentido de perspicácia em
descobrir seus perseguidores. Quando seguir um criminoso, é preciso observar
estas regras:

1.Procure agir com máxima naturalidade, para que a pessoa visada não o note.
Quem não age com naturalidade, facilmente se torna alvo de suspeita e de
atenção.

2.Se vista com naturalidade, nunca trajando roupas de cores berrantes, mesmo
gravatas e lenços de cores vivas.

3.Devem ser usados disfarces, quando necessário, não à moda de novelas policiais,
mas com sobriedade. Trocar de roupa e gravata já modificará bastante sua
aparência. Um simples óculos escuros já é um ótimo disfarce.

Alguns conselhos ao perseguidor. Deve estar sempre de posse de dinheiro


trocado para tomar conduções, pagar entradas em locais (cinemas, museus, etc.)
onde o investigado possivelmente entrar. Deve sempre ter preparada uma história
de cobertura para a eventualidade de alguém abordá-lo e pedir explicação de seus
atos. O seguidor deve evitar defrontar-se face a face com o investigado, e jamais
deverá fixar-lhe os olhos. Entretanto, nunca deverá se mostrar perturbado se tiver
que encontrar face a face com ele.

Tato, cautela, distância adequada e sorte desempenham papel de relevo na


empreitada. É preferível perder de vista, temporariamente, o investigado ou

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interromper a vigilância, que deixá-lo desconfiar de alguma coisa; sempre se poderá


retomar a vigilância sem o perigo de ter a identidade descoberta.

Para o sucesso de tarefas dessa ordem - uma das mais fascinantes na vida de
um investigador – é necessário que o detetive tenha a qualidade de observação -
fundamental em todo bom profissional. Deve ter o poder, por exemplo, de examinar
o rosto da pessoa a ser seguido, a ponto de poder reconhecê-la semanas mais tarde.
Para isso, é fundamental, que as faculdades sensoriais do detetive sejam
intensamente treinadas e desenvolvidas. Esse poder é simples, mas muito
necessário. Uma vez que tenha aprendido a ver as coisas como realmente são o
investigador de vocação terá adquirido uma acurada e infalível memória. Isso é
corolário de paciência e perseverança, e decorrendo, também, dos seus
conhecimentos gerais, através dos quais saberá como relembrar o que viu.

Na busca de criminosos ou suspeitos, o investigador, logo no começo do seu


trabalho, deve se dirigir aos departamentos de identificação criminal. Se o culpado
puder ser identificado, deve-se pronunciar no sentido de a vítima e as testemunhas
serem ali levadas para examinar fotografias de suspeitos ou possíveis responsáveis
pelo crime.

Entretanto, é importante frisar que, se há chance de prisão do criminoso e


sua posterior apresentação para identificação, não devem ser mostradas fotografias
de pessoas suspeitas a uma só testemunha. Se o criminoso não puder ser
encontrado ou se apenas recaírem suspeitas sobre alguém, não há objeção a que sua
fotografia seja colocada entre muitas a fim de que a vítima ou testemunha proceda à
seleção.

Geralmente, quando um crime estiver sendo investigado, torna-se necessário,


para localizar o fugitivo ou um suspeito, ou recuperar os bens roubados, estender a
busca fora da jurisdição territorial do distrito ou zona em que o crime foi cometido,
por meio de pedidos de informações.

Atualmente existem dois organismos policiais de máxima eficiência, que


propiciam um intercâmbio entre as corporações policiais para a localização de
criminoso fora das jurisdições em que os crimes foram perpetrados. Trata-se da
Polínter – Polícia Interestadual – e Interpol – Polícia Internacional. Criminosos
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internacionais, que vão a países diferentes do seu para fugir à ação da Justiça, têm
sido recambiados com a ajuda da Interpol. E no Brasil, a Polínter tem realizado um
excelente trabalho como polícia, sem limitações distritais ou jurisdicionais, atuando
em todo território nacional.

Quando o delinquente integra alguma quadrilha e possui antecedentes


criminais, na sua ficha, nos órgãos especializados da polícia, deve constar a
informação sobre com quem estava quando foi preso anteriormente. Há necessidade
de averiguar se essas pessoas estão em liberdade. Localizando-as, o criminoso
talvez seja encontrado, mesmo que não tenha antecedentes criminais. Se os
companheiros, tanto dentro como fora da prisão, forem conhecidos é preciso
analisar a correspondência (eletrônica e física) deles, e através de escutas
autorizadas judicialmente, monitorar os seus contatos telefônicos.

V. COLETA DE INFORMAÇÕES
Na coleta de informações e sugestões das testemunhas e suspeitos, a
descrição pormenorizada das pessoas, lugares, etc., é elemento indispensável. A
riqueza de pormenores é de inestimável vantagem para a apuração de todo e
qualquer fato. Detalhes que parecem não ter importância para a média dos
informantes podem ensejar provas inestimáveis para o investigador treinado
profissionalmente.

O investigador deve apurar o comportamento, os hábitos, as inclinações e o


caráter das pessoas em torno das quais diligencia. Isso porque as peculiaridades,
idiossincrasias, fraquezas ou tiques delas podem vir a constituir pistas para a
localização, e um guia para o investigador experiente tirar conclusões sobre as
circunstâncias em que ocorreu um fato. O detetive não pode em hipótese alguma
desdenhar a coleta minuciosa de informações.

Quando se segue um criminoso ou suspeito, há maneiras próprias para


despistá-lo, quando ele, desconfiado, inverte as posições, passando a ser o
perseguidor. Podemos distribuir em três grupos essas medidas: não corra nem olhe
para trás; aja com naturalidade; não tome atitudes bruscas.

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Saltar de trens ou ônibus em movimento é algo que deve ser evitado a


qualquer custo, pois, com isso, não só estará deixando o investigado perceber que
suspeita dele, como poderá até ser detido por alguém que desconhece, e que tenha
observado suas atitudes suspeitas. Se você aparentar tranquilidade, indiferença, o
seguidor não terá meios de saber se você se desvencilhou dele intencionalmente, e
acabará se culpando por não ter sido mais atento.

Tente despistá-lo entrando em algum local por uma porta e saindo por outra,
como, por exemplo, grandes lojas cuja saída dos fundos dê para outra rua, ou
mesmo para edifícios comerciais, prédios de apartamentos, etc.; hotéis com mais de
uma entrada, edifícios de escritórios ou de apartamentos com galerias que tenham
mais de uma entrada, principalmente prédios com frente para duas ruas; dirigindo-
se aos andares superiores de grandes lojas, depois regressando de elevador até o
segundo pavimento e ganhando o térreo pela escada.

Ao chegar a uma cidade estranha, faça uma inspeção com o fim de encontrar
locais em que possa prontamente despistar um seguidor ou determinar se está
sendo seguido. Examine detidamente os hotéis, edifícios de apartamentos e de
escritórios, grandes lojas, centros de diversões, estações de trens, ônibus e outros
meios de transporte. Troque frequentemente de hotéis – por causa dos empregados,
dos detetives do hotel, dos registros telefônicos, das bagagens, etc. Cuidado com
estranhos que procuram travar conhecimento com você.

Os homens que seguem alguém em geral trabalham em duplas, mas


raramente são vistos juntos. Deverá tomar todo o cuidado em demonstrar que eles
lhe pareçam totalmente estranho. Carteiras, distintivos e qualquer outra
identificação jamais deverão ser exibidas para efeito de admissão em conduções,
centros de diversões ou outros locais.

A procura de pessoas pelos encarregados de executar a lei é sempre perigosa.


O investigador deve agir realmente com cuidado. A pessoa ameaçada de prisão, por
exemplo, sendo, naturalmente um criminoso, tudo fará para evitar ser recolhido. Às
vezes, os delinquentes trazem armas brancas consigo e fazem uso delas a caminho
da delegacia. A revista é assim um detalhe que jamais deve ser esquecido, inclusive

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Módulo I

quando se entra num lugar simplesmente à procura de uma arma denunciadora de


um delito.

A maneira de como proceder a uma revista exige engenho. Não deve o


investigador ir se abaixando à medida que for apalpando a roupa do revistado
(segundo a clássica expressão: “da cabeça aos pés”), ficando-lhe defronte, pois
assim, arrisca-se a levar um forte pontapé no rosto ou - o que é bem pior - um
violento golpe na base do crânio, que pode deixá-lo desacordado, ou mesmo, causar-
lhe a morte.

Para evitar esse desfecho, o suspeito deve ficar de costas para o agente tendo
os braços erguidos e, se possível, apoiados numa parede e as pernas bem afastadas.
O detetive com a perna direita escora a do revistado que ficar mais próxima (isto é,
dá-lhe um “calço”) enquanto durar a busca, a fim de evitar qualquer surpresa
desagradável.

Existem criminosos que usam arma até entre os cabelos e dentro dos sapatos.
Destarte, mesmo depois de revistado, o detido não pode sair do campo visual do
investigador. Este jamais pode ser um homem distraído.

Fazendo pesquisa num carro, o detetive tem de se voltar para lugares onde
normalmente jamais seria guardado qualquer objeto como estofado, motor e parte
inferior do veículo. Já houve casos de mercadorias roubadas e entorpecentes ilícitos
serem encontradas até dentro dos pneumáticos.

Nas diligências em casas e terrenos vários detetives devem entrar em ação.


Um atuará como o chefe (o de mais experiência ou mais antigo no serviço) para
orientar o trabalho. A pesquisa, nesses casos, deverá obedecer a um plano
previamente preparado, sujeito, porém, a modificações a cargo do chefe. Quando
uma arma é encontrada, o investigador deve, imediatamente, comunicar o fato ao
chefe que vai colher os dados sobre a maneira exata em que ela estava, e tomar
precauções quanto às impressões digitais e outros indícios.

III. Fontes de informações

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Módulo I

As fontes de informações incluem listas de nomes e endereços, índices,


sistemas de arquivos e pessoas, que o detetive possa acorrer, diariamente, para
obter úteis indicações no curso de uma investigação.

Ao receber uma atribuição, o investigador deverá primeiro meditar sobre a


situação. Analisar os problemas que ela envolverá e considerar o tipo de indicação
necessária. Consultar suas fontes de informação e a relação dos lugares a percorrer
e dirigir-se para os mesmos, com o mínimo de viagens. Uma meia hora gasta no
planejamento pode evitar horas, ou mesmo dias, de precipitação e insucesso. Uma
vez que o agente estabeleceu contato favorável com uma boa fonte, pode
frequentemente obter as informações necessárias pelo telefone, o que, por vezes, é
mais aconselhável que o encontro pessoal.

As melhores fontes residem nos “informantes confidenciais”. Eles serão em


sua maior parte constituídos de empregados em organizações que mantém arquivos
de informações de natureza confidencial, como bancos, serviço de trânsito,
Correios, etc. Não deverá ser necessário a um bom detetive ir a uma repartição
inspecionar arquivos e documentos. Ele deverá conhecer alguém nesses lugares em
condições de dar-lhe informações pelo telefone.

Praticamente, toda pessoa, hoje em dia, entra em contato com repartições do


governo, onde deixa dados sobre sua vida. Destarte, não faltará órgão que não
disponha de dados sobre números de licenças, estabelecimentos comerciais,
antecedentes financeiros, vida profissional, etc.

Nas grandes cidades há escritórios de crédito que mantém extensos arquivos


contendo dados sobre as atividades comerciais de cada cidadão, bem como civis,
relativamente à falência, títulos protestados, procedimentos executivos em geral.
Agências mercantis dispõem de dados completos sobre os progressos ou fracassos
comerciais de todas as pessoas estabelecidas.

Existem também pessoas aptas para dar informações aos investigadores. São
vizinhos ciumentos, rivais em negócios, etc. A melhor testemunha, ou o melhor
informante, no entanto, é aquele que não nutre interesse no desfecho das
investigações. O detetive, entretanto, deve valer-se de todas as fontes, uma vez lhe
pareçam idôneas.
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Um grande aliado do detetive profissional são os prestadores de informações


de pessoas físicas e jurídicas. Eles podem informar a quem pertence uma placa de
veículo, qual o quadro societário de uma determinada empresa, seu capital, sede,
antecessora e atividade comercial. Outras informações importantes que eles
fornecem são os telefones de contato de pessoas físicas, endereços vinculados a
pessoas físicas, participação em empresas, contas bancárias, telefones de vizinhos,
etc. Para adquirir estas informações o investigador credenciado nessas empresas
vai pagar um preço módico por elas. Através de pesquisa desses prestadores de
informação é possível solucionar complexos casos usando apenas a inteligência e
um computador, sem que o detetive saia de seu escritório. Alguns dos prestadores
de informações que o nosso escritório de investigação utiliza são:

www.checktudo.com.br

www.cdlrio.com.br

www.nattbrasil.com.br

Estes são os métodos mais rápidos, econômicos e lícitos que estão a


disposição de um detetive para obter informações sobre os investigados antes de ir
a campo ou até mesmo de solucionar seus casos. Muitas vezes informações e fichas
cadastrais que custam menos de R$10,00 podem gerar lucros acima de quinhentos
reais para um detetive. São ótimas ferramentas na localização de pessoas em casos
de processos, familiares desaparecidos, pessoas com quem seus clientes perderam
contato, etc. O detetive deve se informar de qual órgão de crédito exerce maior
influência em seu estado.

Existem órgãos do governo que oferecem gratuitamente consultas de


informações importantes. O primeiro é a Receita Federal em seu site
www.receita.fazenda.gov.br. Nesse website é possível inserir qualquer CPF ou CNPJ
e saber se o mesmo está válido (em dia com suas obrigações tributárias) e a quem
pertence (pessoa física ou jurídica). No caso de pessoas jurídicas sabemos ainda a
data de constituição e endereço comercial. É outra maneira rápida, gratuita e
extremamente confiável de obter informações. Outro website importante é o
www.planalto.gov.br. Neste é possível encontrar uma versão atualizada de todo o
ordenamento jurídico brasileiro. É possível também ver todos os artigos revogados
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Módulo I

em sua íntegra. É altamente confiável e uma maneira econômica de manter-se


atualizado com a legislação do ordenamento jurídico brasileiro.

Todo o profissional de investigação necessita ser uma pessoa extrovertida,


com boa conversa e facilidade de fazer amizades. Essas qualidades são
indispensáveis para que o detetive tenha sucesso em seus levantamentos, pois ao
desempenhar suas funções o profissional necessitará de se passar por diversos tipos
e personagens para obter informações sem despertar suas verdadeiras intenções.
Em razão disso, o detetive precisa elaborar uma história de cobertura para
justificar sua presença no local e disfarçar que está interessado em determinado
assunto.

Muitas vezes, o detetive precisa se disfarçar, usando roupas apropriadas


conforme o local que ele estiver desenvolvendo suas investigações. Por exemplo, se
o detetive precisar confirmar o paradeiro de alguém e se essa pessoa estiver
escondida em uma região de baixo poder aquisitivo, o investigador deve vestir-se
com roupas simples tipo bermudas, camiseta e chinelos. Depois fazer amizade em
algum bar das proximidades, passando-se por novo morador, mas observando o
esconderijo do alvo. É um trabalho difícil, que requer muita habilidade e “sangue
frio” do profissional.

Antes de realizar um levantamento em um local, o detetive deve criar e


analisar muito bem uma “história de cobertura”, pois caso ela não seja bem
articulada, poderá estragar o serviço. Em determinados locais, é prudente colocar
um profissional do sexo feminino para obter certas informações, pois a maioria das
pessoas não enxerga maldade em uma mulher fazendo perguntas. Mas quando é um
homem quem pergunta as pessoas logo acham que é cobrador, policial, fiscal, ladrão,
etc.

VII. Informações Cadastrais


O detetive profissional também é muito procurado por empresas e
estabelecimentos comerciais para efetuar levantamentos cadastrais de candidatos
a empregos e de candidatos a créditos e financiamentos de bens e serviços. A
finalidade das investigações é a de verificar se estas pessoas são idôneas social e
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Módulo I

comercialmente. Nestas investigações o detetive verificará se as pessoas possuem


antecedentes criminais, se possuem nome no Serviço de Proteção ao Crédito ou no
Banco Central como emitentes de cheques sem fundos e confirmará o endereço
residencial e seus últimos empregos, verificando sempre o perfil de comportamento
nos empregos anteriores e a razão de cada demissão.

Quando o alvo da investigação for uma pessoa jurídica (empresa) o detetive


deverá requerer certidões na Junta Comercial ou no Registro de Pessoas Jurídicas
para certificar-se da composição societária e de que a empresa está ativa e não
falida. Deve verificar se a mesma responde a protestos de títulos ou processos de
execução. Deve verificar também se faz parte do cadastro do Banco Central e do
SPC.

Muitas empresas costumam manter contratos contínuos com escritórios de


investigações para levantar a ficha cadastral de funcionários e de clientes. Este tipo
de investigação é muito útil para as empresas, pois através deste serviço prestado
pelos detetives profissionais, as mesmas têm um perfil dos candidatos a
funcionários e de seus clientes em potencial, podendo assim analisar cada um e
optar pelo mais idôneo.

Em muitos casos, o detetive encontrará estelionatários e empresas


fantasmas, que se utilizando de documentação falsa tentarão conseguir crédito em
instituições financeiras ou efetuarão compras no comércio atacado. Através de seu
serviço o detetive verificará que todos os documentos dos sócios de empresas
fantasmas são falsos, pois a numeração da empresa não é registrada nos órgãos de
origem, e sim inventada pelos falsários.

CASO VERÍDICO

Uma empresa de grande porte nos contratou para descobrir tudo a respeito
de um determinado indivíduo.

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Módulo I

O cliente já havia efetuado diversos levantamentos de fichas de crédito no


Serasa e SPC. Pelo motivo destas empresas não serem conhecidas pela sua
confiabilidade e capacidade de pesquisarem a fundo, o cliente quis uma investigação
mais detalhada.

Uma investigação meticulosa foi efetuada em mais de um estado que resultou


em um relatório de 10 páginas. Após a primeira página do relatório, todas as
páginas seguintes continham fatos que as pesquisas anteriores não divulgaram. As
fichas de créditos apontavam que o investigado era uma pessoa honesta, íntegra,
casada e sem dívidas no mercado. Nosso relatório revelou que o investigado estava
separado de sua esposa, tinha diversas empresas cuja falência havia sido decretada
e estava endividado em quantia superior à R$500.000,00.

Estas informações foram difíceis de serem obtidas, porque não estavam à


mostra nos bancos de dados do Serasa e do SPC locais onde normalmente as
empresas fazem consultas para divulgarem seus dados. Para conseguir essas
informações foi necessário o pensamento analítico e lógico que apenas um detetive
profissional treinado consegue alcançar.

Você nunca deve esquecer que sua função é conseguir todos os fatos do caso, a
verdade exatamente como ela é. Só desta maneira é que podem ser apresentados ao
cliente. O detetive tem de possuí-los da forma mais rápida e econômica possível para
o cliente. Criar atrasos ou cobranças adicionais prejudica a reputação da agência de
investigação e do detetive.

Você deve estudar seu caso com cuidado quando receber um serviço de um
cliente. Após o estudo detalhado deve elaborar um curso de ação. Efetuar
investigações sem um planejamento cuidadoso e meticuloso mostra sinais de
inexperiência.

Você deve tentar sempre estudar o local onde vai efetuar a campana. Se você
não conhecer o local, estude mapas, ruas, saídas, entradas, avenidas, ferrovias, etc.
Você deve se familiarizar com todos os aspectos que forem pertinentes à sua
investigação.

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Módulo I

Antes de ir a campo, o detetive deve sempre fazer uma verificação dos


equipamentos que serão usados no serviço; se todos estão devidamente carregados
e com espaço de armazenamento livre. Como já dissemos várias vezes nesta
apostila, deve ter histórias plausíveis para justificar sua entrada em determinados
locais para obter informações, escolher a roupa apropriada para o clima e o
contexto social onde se dará a investigação; é aconselhável que o detetive esteja
preparado para entrar em lugares onde uma mudança no disfarce será necessária.
Para despistar o investigado ou para estar de acordo com a política de vestuário do
estabelecimento que está ingressando.

É necessário que você sempre verifique as condições de seu veículo antes de


começar um caso. Ele deve estar em dia com a manutenção, em boa aparência e com
todas as obrigações tributárias pagas.

No planejamento de sua investigação, você deve evitar a prática de qualquer


ato antiético ou ilegal. Muitas vezes seu cliente irá insistir que você pratique uma
atitude tipificada pelo Código Penal Brasileiro. Ao se recusar a efetuar essa prática
você se mostra íntegro e honesto e evita problemas legais para seu cliente, você e
sua agência de investigação.

Sempre mantenha os dados de um caso em total sigilo. Converse o mínimo


possível sobre o caso, inclusive dentro de sua agência. Confie apenas em seus
superiores e pessoas que estão trabalhando diretamente junto com você no caso.
Além de estar protegendo o sigilo de seu cliente, estará garantindo que o serviço
será realizado da maneira desejada. Quando o caso for comentado com muitas
pessoas haverá sempre o risco da informação se propagar de maneira indesejada e
servir de alerta ao elemento que está sendo investigado. Caso o cliente tome
conhecimento do fato, ele irá atribuir total responsabilidade ao detetive profissional
que ele contratou.

VIII. INVESTIGAÇÃO EM EQUIPE


Sempre que possível o detetive profissional deve trabalhar em uma agência
com outros detetives de sua confiança e com qualificações, conhecimentos e

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Módulo I

formação igual ou superior a sua. Uma equipe de detetives deve agir como uma
família, estabelecendo sempre muita confiança e amizade entre os mesmos. Como
irão ver com a experiência, as investigações com maior índice de sucesso são
aquelas feitas em equipe. É muito importante o revezamento de agentes para o
acompanhamento do investigado em diversos ângulos.

Muitas vezes o detetive que está logo atrás do investigado não tem como
saber detalhes mais próximos do que ele está fazendo ou com quem está falando. Se
um detetive no caso vier no sentido oposto, pode visualizar perfeitamente com
quem o investigado está falando. Segue abaixo um demonstrativo de uma
investigação onde apenas um detetive efetuando a campana traria risco à
investigação.

Exemplo:

O elemento investigado é uma mulher. Ela entra em uma loja de roupas


femininas onde a presença de um agente masculino pode atrair atenção. Em casos
do tipo é vantajoso ter uma equipe trabalhando na investigação. Uma mulher da
equipe poderia entrar na loja com a investigada, acompanhando todas as pessoas
com quem ela se comunica enquanto os demais agentes vigiam as entradas e saídas
do estabelecimento. Caso ela saia da loja é possível fazer um revezamento contínuo
de agentes que a seguem para ela nunca suspeitar de um dos agentes em específico.
Caso a investigada faça contato visual com um dos detetives, o mesmo deve se
distanciar e deixar que os demais continuem a investigação.

IX. Métodos Investigativos


São vários os métodos utilizados durante uma investigação. O detetive, no
decorrer de sua vida profissional, dominará todos os métodos investigativos que são
fundamentais para o sucesso do seu trabalho. É importantíssimo o detetive saber
escolher o método certo a ser usado em cada tipo de investigação, pois se iniciar

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Módulo I

uma investigação utilizando métodos inadequados para determinado caso, ele


correrá o risco de “queimar” o serviço e não conseguir descobrir a verdade dos fatos
para o qual foi contratado.

Os métodos mais utilizados são os seguintes:

Campana

A campana ou vigilância consiste em manter uma pessoa (alvo das


investigações) sob intensa vigilância por determinado período do dia. A finalidade
deste método é acompanhar o investigado para saber os locais onde frequenta e as
pessoas com as quais se relaciona. Esse método pode ser utilizado nos mais diversos
tipos de investigações de caráter pessoal, criminal ou empresarial.

O detetive profissional ao usar esse método, deve ter boa visão, ser discreto e
cauteloso, pois com o aumento da criminalidade, as pessoas se tornaram assustadas
e desconfiadas. O investigador antes de realizar a campana, deve comparecer à
residência do “alvo”, para fazer um levantamento e escolher um local, onde possa,
com tranquilidade, ver a saída do “campanado”. Neste levantamento deve analisar
vários pontos do local: entradas e saídas do prédio; prováveis trajetos do “alvo”;
escolher um bom ponto de observação da rua, dando preferência para bares ou
comércios onde seja normal uma pessoa permanecer por várias horas; procurar
ficar sempre atrás do alvo, nunca na sua linha de visão.

Quando o detetive visualizar pela primeira vez o veículo do “campanado”,


deve memorizar todos os detalhes do carro: cor, modelo, número de portas,
decalques nos vidros, partes amassadas, etc. Tudo com a finalidade de reconhecer o
carro a distância, sem confundi-lo com outro veículo do mesmo modelo.

Quando o detetive estiver, pela primeira vez, próximo ao “campanado”, deve


observá-lo atentamente, fixar suas feições, estatura e físico. Tem que observar
também outros detalhes, tais como, relógio, óculos, anéis, etc. Tudo para reconhecê-
lo à distância, sem confundi-lo com pessoas parecidas.

O detetive tem de ser cuidadoso, principalmente no local de residência do


“campanado”, onde geralmente ele permanecerá por mais tempo. Toda pessoa
desconfiada, presta atenção quando sai de casa e, é neste momento que o detetive
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Módulo I

precisa usar muita cautela. O investigador deve vestir roupas claras e discretas,
sempre de acordo com o local. Nos fins de semana deve trabalhar de bermuda
durante o dia e à noite colocar uma roupa esporte.

Para acompanhar o carro do “campanado”, o investigador deve usar


motocicleta, pois o trânsito congestionado dificulta a perseguição de uma pessoa
com um automóvel. Usando moto não ficará preso em algum sinal, além de ser fácil
estacioná-la. Mesmo usando moto, o detetive deve manter uma distância de sua
moto em relação ao veiculo do alvo de aproximadamente dois carros. A motocicleta
e o capacete deverão ter uma cor discreta (evitar vermelho e amarelo). Em ruas
largas de mão única, o detetive deve evitar ficar na faixa do “campanado”. Em
grandes engarrafamentos deve aumentar a distância entre si e o veiculo do
investigado.

No local do trabalho do “campanado”, o detetive tem de ter cuidado igual o da


residência. Quando o alvo entrar em algum prédio comercial, o investigador tem de
acompanhá-lo para verificar em qual sala vai entrar. Caso o alvo entre em um prédio
residencial, o detetive não deverá comprometer sua posição; deve aguardá-lo sair e
saber (numa outra ocasião) informações sobre o apartamento visitado.

O método de campana requer muita atenção do detetive, pois em um piscar de


olhos ou cochilo, o alvo poderá sair sem ser visto e o detetive perder todo um dia de
trabalho. Por causa disso, se possível, o profissional deve trabalhar com um auxiliar
que alternará com ele na vigilância do alvo, além de ajudá-lo (quando o investigado
entrar em locais suspeitos) no revezamento do contato mais próximo do alvo.

Se durante uma campana, o detetive notar que o alvo mudou seu modo de
dirigir - passando a fazê-lo em baixa velocidade, olhar várias vezes pelo retrovisor,
começar a dirigir em alta velocidade, avançar sinais, dar voltas no quarteirão entre
outras atitudes suspeitas - deve suspender a campana naquele dia. No dia seguinte,
o detetive recomeçará a campana com muita cautela e mantendo a máxima
distância possível do alvo, observando se o mesmo continua desconfiado. Caso se
confirme a desconfiança do investigado, o detetive deve suspender por alguns dias a
campana, para não expor os detetives e arruinar a investigação.

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Módulo I

Atualmente em casos de campana o investigador está usando GPS para fazer


o acompanhamento. Em casos onde o cônjuge do investigado possuir acesso ao
veículo, instala-se no interior do carro um GPS com bateria de longa duração (em
média 30 horas) e solicita-se que o cônjuge, uma vez por dia, recarregue o aparelho
para três horas. Quando o cônjuge não possuir acesso ao veículo, o detetive
responsável pela investigação deve colocar o GPS acoplado a um imã de alta
potência (vendido em lojas especializadas) embaixo do automóvel do investigado, e
trocá-lo por outro GPS com carga completa de bateria quando terminar a bateria do
GPS acoplado ao carro.

Quando o alvo se deslocar a pé, o detetive deve segui-lo de preferência pelo


lado oposto da calçada para ter uma perspectiva melhor do alvo. Se a rua for muito
larga e/ou movimentada, o profissional deve, no entanto, seguir na mesma calçada
do alvo, uns cinco metros atrás.

Se no decorrer da campana o investigador notar que o alvo mudou o


comportamento passando a olhar para trás, entrar e sair de lojas, ou entrar em
ruas e, após alguns passos, voltar olhando para todos que vêm atrás, deve
suspender a campana por medida de segurança. Se isso acontecer, o detetive não
pode assustar-se e tomar qualquer atitude abrupta como dar meia volta; deve
manter-se calmo e passar pelo alvo sem olhá-lo.

Campanar pessoas do sexo masculino, geralmente, é mais difícil e o detetive


precisa tomar muitos cuidados, pois o homem é mais atento que as mulheres. Já as
mulheres são mais fáceis de seguir, pois são mais distraídas. Porém, o detetive deve
lembrar que para toda regra há exceções, logo deve encarar a campana como um
dos métodos mais difíceis da profissão. Ele não pode subestimar a inteligência e a
memória do alvo, procurando sempre executar o trabalho com discrição, a fim de
que nem o alvo nem outras pessoas desconfiem do seu serviço.

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Módulo I

X. Lei do grampo

Lei do Grampo 9.296/2006

A atual lei do grampo não prevê tempo máximo para a duração dos grampos
telefônicos. Não há dispositivo que verse sobre gravações de conversas ambientais,
pois só se aplicam a comunicações telefônicas de qualquer natureza. Não está
prevista a manifestação do Ministério Público quanto ao pedido feito ao juiz pela
autoridade policial.

Existem lacunas na lei atual como, por exemplo, não dizer a quem cabe a
responsabilidade pela interceptação, além de não dar controle sobre a pessoa que
realiza as operações de quebra de sigilo telefônico. A pena para quem cometer o
crime de grampo clandestino, sem autorização judicial, é de dois a quatro anos de
prisão. Para quem violar sigilo de comunicação sem autorização judicial ou violar o
segredo de justiça da quebra do sigilo de comunicação a lei prevê multa.

Há um projeto lei de número 3.272/2008 que visa modificar diversos


aspectos da atual lei dos grampos. Esse projeto encontra-se em tramitação legal
para a introdução de uma nova lei no ordenamento jurídico brasileiro. Não sabemos
ainda se esse projeto será aprovado, mas notificaremos todos os alunos caso haja
alguma mudança nessa lei.

XI. Grampo de linhas telefônicas, monitoramento de


computadores e e-mails dentro de uma empresa

O empregador tem não só o direito como também o dever de manter vigilância


sobre tudo o que acontece no local de trabalho. A jurisprudência predominante nos
Tribunais Superiores do país aceita como prova e motivo de dispensa por justa
causa, as informações obtidas com a monitoração de linhas telefônicas e da
utilização dos computadores da empresa, comprovando que o funcionário usou de
maneira indevida. A jurisprudência aceita também todas as informações e arquivos
salvos naquela máquina.

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Módulo I

O funcionário deve usar o computador da empresa onde trabalha como


ferramenta para executar os serviços que são repassados pelos seus superiores.
Qualquer utilização deste equipamento que não seja para fins comerciais é visto
como mau uso. Ex: e-mail pessoal, Youtube, sites de relacionamento, etc. O
empregador pode usar bloqueios como firewall e programas de monitoração para
bloquear o acesso a sites como os mencionados acima, além de monitorar o uso do e-
mail empresarial, páginas visitadas, textos digitados, arquivos salvos em unidades
de memória removíveis, etc.

Um detetive deve recomendar às empresas onde presta consultoria, que elas


não permitam que seus funcionários tenham direito a e-mails pessoais ou acesso
aos websites que mencionamos acima. A empresa que deixa seus funcionários terem
livre acesso à internet corre sérios riscos de segurança, além da queda, é claro, de
produtividade do funcionário. Os computadores da empresa podem ser
contaminados com vírus provenientes de páginas da internet que além de destruir
dados importantes da companhia, pode também copiá-los para uso mal
intencionado de terceiros. Em uma pesquisa recente, 65% dos ex-funcionários
admitiram ter roubado informações confidenciais de seu empregador ao saírem de
uma empresa.

Atualmente as empresas usam diversos programas para fazer espionagem


dos seus funcionários. São programas com função de monitorar todo o tráfego de
internet e dados que os computadores enviam e recebem de outras máquinas da
empresa. Um deles é o “Vericept Protect”. Este programa verifica toda a
correspondência do funcionário para detectar se ele está transmitindo dados
confidenciais da empresa; em caso positivo o software bloqueia essas transmissões.
Ele também analisa o “tom” de cada e-mail enviado para identificar funcionários que
estiverem insatisfeitos: na vida, em sua posição na empresa, com problemas
financeiros, etc.. Este tipo de trabalhador é mais suscetível a enviar arquivos
sigilosos da empresa.

A grande falha deste sistema, porém, é que ele só monitora os dados enviados
pela internet ligada à empresa. Se o funcionário, usando de malícia, desconectar a
internet da empresa e usar seu celular ou um modem sem fio para estabelecer uma

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Módulo I

conexão de internet, ele poderá enviar dados sigilosos da empresa para outros
interessados sem que a companhia saiba ou possa monitorar. Para combater essa
falha existe a segunda modalidade de programas de monitoração que podem ser
usados, inclusive, em conjunto com a primeira modalidade analisada.

A segunda espécie são programas instalados diretamente na máquina do


funcionário. Estes programas são mais completos e seguros. Eles monitoram a
movimentação de mensagens instantâneas, páginas visitadas, arquivos
visualizados, “pen drives” ou unidades de memória removíveis inseridos na
máquina. Além de ser mais completa a quantidade de arquivos que ele monitora, o
programa está vinculado à máquina e não à rede. Caso o funcionário tente usar
outro meio de acesso à internet, a pessoa que estiver monitorando a empresa
conseguirá ver essa mudança e será possível continuar observando o acesso do
funcionário. Um programa que possui esta função e está disponível tanto para uso
doméstico como para uso empresarial é o “BR-Monitor”.

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Módulo I

XII. CÓDIGO DE ÉTICA DO DETETIVE PARTICULAR

!Conduzir-se na profissão com honestidade, sinceridade, integridade, fidelidade,

moralidade e boa consciência, em todas as negociações com os clientes.

!Preservar sempre o segredo do cliente, em toda e qualquer circunstância, exceto

quando o interessado procurar ferir a legislação criminal.

!Conduzir-se nas investigações dentro dos ditames da legalidade, moralidade e

ética profissional, utilizando apenas os processos permitidos no estado ou país onde

opera.

!Manter em absoluto segredo todas as fontes de interesse dos clientes,

principalmente quando sua revelação implicar em publicidade, repercussão de

qualquer espécie, etc.

!Cooperar com todas as agências governamentais de execução da lei.

!Aconselhar os clientes contra quaisquer ações ilegais ou fora da ética.

!Combinar antecipadamente com o cliente todos os honorários e explicar-lhe,

pormenorizadamente, as despesas com o seu caso e entregar ao final um relatório

dos fatos.

!Manter a própria reputação profissional e a dos amigos investigadores e

associados profissionais.

!Assegurar que todos os servidores cumpram o presente Código de Ética.

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Módulo I

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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

01 - Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 (cinco)


alternativas classificadas com as letras (A), (B), (C), (D), e (E); só uma responde
adequadamente ao quesito proposto. Você deve assinalar UMA RESPOSTA: a
marcação em mais de uma alternativa anula a questão, mesmo que uma das
respostas esteja correta.

02 – No CARTÃO RESPOSTA, a marcação das letras correspondentes às respostas


certas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço compreendido
pelos círculos, a caneta esferográfica de tinta na cor preta, de forma contínua e
densa. A LEITORA ÓTICA é sensível a marcas escuras; portanto, preencha os
campos de marcação completamente, sem deixar claros.

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1) A complexa atividade de investigação abrange um vasto setor apresentados a

seguir, EXCETO:

A)Campana.

B)Rentabilidade.

C)Homicídio.

D)Espionagem.

E)Estelionato.

2) As melhores fontes de informações residem nos:

A)Bares.

B)Clubes.

C)“Informantes Confidenciais”.

D)Praças.

E)Rodoviárias e Aeroportos.

3)Ao decidir-se pela carreira de detetive, o padrão ético do profissional deve ser:

A)Colher informações e mostrá-las imediatamente à imprensa.

B)Selecionar com antecedência as informações que serão fornecidas.

C)Confidenciar a qualquer pessoa informação sigilosa.

D)Confiar em pessoas dispostas a tudo para manter seus privilégios.

E)Manter a reputação de honestidade e integridade.


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4) O relacionamento do detetive particular com o cliente dever ser pautado pela (o):

A)Afeto, já que têm relacionamento íntimo decorrente do trabalho.

B)Desconfiança, pois têm interesses opostos.

C)Interesse, já que trocam frequentes favores.

D)Distância, uma vez que trabalham independentes.

E)Respeito e confiança; elementos essências para o campo da investigação.

5) O que é fundamental para ser um bom detetive?

A)Observar de maneira casual as pessoas e as coisas.

B)Fazer investigação sem se ater muito aos detalhes.

C)Não se preocupar em memorizar as pessoas e os lugares.

D)Qualidades sensoriais treinadas e desenvolvidas.

E)Analisar superficialmente o mundo que o cerca.

6)Qual a primeira coisa para qual o detetive se volta em uma investigação?

A)Pistas.

B)Honorários.

C)Vítima.

D)Equipamentos.

E)Trajes.

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7)Enquadram-se no conceito de investigação:

I.A descoberta de pelo menos um suspeito.

II.A pista que pode ser material e moral.

III.Marcas de dedos, pegadas, janelas quebradas, portas arrombadas são vestígios


materiais.

IV.Devem ser anotados no caderno os mínimos detalhes.

Estão corretos:

A)I e II, apenas.

B)I, II e III, apenas.

C)I, II e IV, apenas.

D)II, III, IV, apenas.

E)I, II, III e IV.

8)A vigilância é um dos mais fascinantes aspectos da profissão de detetive. Para que
ela atinja o seu objetivo, é necessário considerar o (a):

A)Pressa e distração.

B)Calma e prepotência.

C)Distanciamento e alegria.

D)Paciência e perseverança.

E)Descontração e nervosismo.

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9) Quando um detetive perseguir o investigado, ele deve:

A)Usar roupa, gravata e lenço de cores vivas.

B)Ignorar o local onde o investigado entrou.

C)Mostrar-se perturbado quando se encontrar face a face com o investigado.

D)Fixar os olhos nos olhos do criminoso.

E)Ter tato, cautela, distância adequada e sorte.

10) Na coleta de informações e sugestões das testemunhas e dos suspeitos, a


descrição pormenorizada das pessoas e dos lugares é indispensável. Nesse escopo,
assinale a opção que apresenta a afirmação ERRADA a respeito dos procedimentos
do investigador.

A)Detalhes que parecem sem importância para a média dos informantes podem
ensejar provas inestimáveis para o investigador treinado.

B)Deve apurar o comportamento, os hábitos, as inclinações e o caráter das pessoas


em torno das quais investiga.

C)É normal o investigador desdenhar da coleta minuciosa de informações.

D)A coleta minuciosa de informações é um guia para o investigador experiente tirar


conclusões sobre as circunstâncias em que ocorreu o fato.

E)Peculiaridades, idiossincrasias, fraquezas ou tiques das pessoas podem se


constituir em pistas valiosas para a localização de alguém.

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11) A revista de um suspeito é um detalhe importante que jamais deve ser


esquecido. Para realizá-la, é preciso agir da seguinte maneira:

A)Abaixar a cabeça e apalpar a roupa do suspeito até os pés.

B)Ficar cara a cara com o suspeito segurando as mãos dele.

C)Pedir ao suspeito para colocar as mãos na nuca.

D)Ordenar ao suspeito que fique de costas para a parede.

E)Colocar o suspeito de costas com os braços erguidos, apoiados na parede e com as


pernas afastadas.

12) Assinale a afirmação correta sobre qual deve ser a postura do detetive quando
estiver campanando o investigado.

A)Olhar fixamente no rosto do alvo, pois assim se lembrará dele mais tarde.

B)Quando o alvo desconfiar que esta sendo seguido, o investigador deve ficar muito
preocupado com isso.

C)Possuir dinheiro trocado para pegar conduções, entrar em locais como museus,
teatros, cinemas; ter uma história de cobertura quando alguém o abordar para
pedir explicações.

D)Conversar e inventar uma história qualquer quando o alvo pedir explicações


sobre o porquê de o está seguindo.

E)Não se importar com as desconfianças do alvo e persistir na sua perseguição.

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13)Nas diligências em casas e terrenos devem entrar em ação vários detetives.


Geralmente o profissional mais antigo atuará como o chefe para orientar o trabalho.
Nesse tipo de investigação quando uma arma é encontrada, o investigador deve:

A)Guardar a arma para só mais tarde comunicar o fato ao chefe.

B)Pegar a arma com as mãos e guardá-la em um saco plástico para colher dados
sobre a maneira exata em que ela estava.

C)Desmontar a arma para verificar sua procedência, suas impressões digitais e


outros indícios.

D)Comunicar o fato ao chefe, pois só este poderá pegar a arma com as mãos para
colher impressões digitais.

E)Comunicar o fato ao chefe que colherá dados sobre a maneira exata em que a
arma estava e tomar precauções quanto às impressões digitais e outros indícios.

14) O funcionário deve usar o computador da empresa onde trabalha como


ferramenta para executar os serviços que são repassados pelos seus superiores.
Qualquer utilização deste equipamento que não seja para fins comerciais é visto
como mau uso. A jurisprudência aceita como prova e motivo de demissão por justa
causa, as informações obtidas com o monitoramento de linhas telefônicas da
empresa. Em quais situações isso acontece?

A)Quando o funcionário envia e-mail para uma multinacional no exterior que é a


holding da empresa no Brasil.

B)Quando o funcionário acessa sites das empresas parceiras comerciais da empresa


onde trabalha.

C)Quando o funcionário envia vários e-mails aos clientes da empresa para manter
uma relação de intercâmbio comercial.

D)Quando o funcionário envia e-mails pessoais, acessa o Youtube e sites de


relacionamento ou envia dados sigilosos da empresa.
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E)Nenhuma das alternativas acima.

15) A empresa que deixa seus funcionários terem livre acesso à


internet corre sérios riscos de segurança, além de queda de
produtividade. Em recente pesquisa, 65% dos ex-funcionários
admitiram ter roubado informações confidenciais de seus empregos ao
saírem de uma empresa. O detetive que trabalhar como consultor de
empresa deve:

A)Orientar a empresa a contratar uma equipe de seguranças para espionar os


funcionários.

B)Municiar a empresa de equipamentos de última geração para detectar


funcionários que estejam transmitindo dados confidenciais da empresa.

C)Recomendar às empresas que não permitam a seus funcionários terem acesso


direto à internet, e orientá-los a fazer o controle das informações da empresa
através de programas instalados nos computadores dos funcionários com a função
de monitorar mensagens, páginas visitadas, arquivos acessados e unidades de
memória removíveis.

D)Comunicar ao presidente da empresa que ele não deve se preocupar com essas
mensagens que, depois de baixadas para o computador do funcionário, serão
apagadas da caixa de correio (opcionalmente, o protocolo pode ser configurado para
que as mensagens não sejam apagadas da caixa de correio).

E)Nenhuma das alternativas acima.

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16) O “Vericept Protect” é um programa que:

A)Verifica a correspondência do funcionário para detectar se ele está transmitindo


dados confidenciais da empresa; em caso positivo, o software baixa as mensagens
sigilosas.

B)Analisa o tom de cada e-mail enviado para identificar os funcionários que


enviaram vírus para o computador.

C)Verifica toda a correspondência do funcionário para detectar se ele está


transmitindo dados confidenciais da empresa; em caso positivo, o programa
bloqueia essas transmissões.

D)Faz o download da transferência de dados do computador remoto da empresa.

E)Verifica a correspondência do funcionário para detectar se ele está transmitindo


dados confidenciais da empresa; em caso positivo o software bloqueia essas
transmissões. Mas o programa tem uma falha, pois ele só monitora os dados
enviados pela internet ligada à empresa.

17) O “BR-Monitor” é um programa disponível no mercado tanto para uso doméstico


como o empresarial. Qual é o diferencial deste software em relação ao “vericept
protect”?

A)O programa está vinculado à máquina do funcionário e não à rede de


computadores.

B)O “BR-Monitor” é menos seguro e incompleto que o “Vericept Protect”.

C)O programa possui gráficos de apelo visual que detecta o momento exato em que o
funcionário envia dados sigilosos.

D)O software é uma suíte de aplicativos para escritório livre e multiplataforma.

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E)A característica deste software em relação ao outro é que ele tem um protocolo
webmail que é particularmente útil para utilizadores que se ligam à internet.

18)Uma empresa ou estabelecimento comercial contrata um detetive para fazer


levantamentos cadastrais de candidatos a emprego ou de candidatos ao crédito. A
finalidade dessa investigação é:

a)Bisbilhotar a vida das pessoas.

b)Verificar se essas pessoas são idôneas comercialmente.

c)Escolher os candidatos a emprego ou ao crédito.

d)Avaliar a família dos candidatos.

e)Convidar os candidatos para uma reunião de esclarecimento.

19) A interação dos detetives num trabalho de investigação em equipe traz ótimos
resultados. É importante o revezamento de agentes para o acompanhamento do
investigado em diversos ângulos.

Para o entrosamento entre os agentes é necessário que haja:

a)Atrito, afetividade, amor

b)Agressividade, competição, perdão.

c)Conflito, solidariedade, cooperação.

d)Confiança, qualificação, conhecimentos e formação adequada para exercer a


profissão.

e)Competição, conflito, cooperação.

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20) Muitas vezes, o próprio cliente insistirá que o profissional pratique uma atitude
em desacordo com o ordenamento jurídico brasileiro. Segundo esse princípio, qual
deve ser a atitude do detetive:

a)Aceitar e concorda com a proposta do cliente indecorosa.

b)Fingir que não entendeu e aceitar a proposta com algumas condições.

c)Recusar a proposta. Agindo assim, o profissional se mostrará íntegro e honesto,


evitando problemas legais para o cliente, para ele mesmo e para a agência.

d)Concordar com o cliente na prática de atos antiético e ilegais.

e)Negociar com o cliente a prática de atos antiéticos e ilegais.

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