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ANÁLISE CRIMINAL
(CRIMINALÍSTICA \ CRIMINOLOGIA)
I - CONTEXTUALIZAÇÃO
II - OBJETIVOS
Ter condições técnicas de isolar adequadamente um local de crime, preservan-
do os vestígios comumente encontrados naqueles cenários, possibilitando o
posterior e correto levantamento pericial, tudo consoante o disposto no Art. 6
do Decreto-lei Nr 3.689 de 03 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
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Apanhados e compilações para estudos básicos de Criminalística e Criminologial – Curso Superior de Tecnologia e Gerenciamen-
to Auxiliar de Polícia Militar (CSTGAPM/2018) – Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos (EsFAS) da Brigada Militar.
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Dar conhecimento ao aluno sobre as escolas sociológicas do crime;
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Os embasamentos teóricos serão ministrados sob a forma de Palestra (P), Exer-
cício Individual (EI) e Estudo Dirigido (ED);
A fixação da aprendizagem será sob forma de Exercícios Individuais (EI).
AVALIAÇAO DA APRENDIZAGEM
VI - Trabalho escrito e/ou prático - a critério do instrutor
TE - Trabalho escrito
TC - Prova escrita e/ou prático – (02 h/a)
BIBLIOGRAFIA
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REVISTA UNIDADE nº 48 – 2001 – A Violência do policial militar no exercício
da função;
SISTEMA PENAL & VIOLÊNCIA - ISSN 2177-6784, Revista Eletrônica da Fa-
culdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Pon-
tifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Porto Alegre, Vo-
lume 4 – Número 2 – p. 151-168 – julho/dezembro 2012. (Disponível
em:http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/sistemapenaleviolencia/
article/view/12210/8809);
Referencias web: www.mj.gov.br , www.necvu.ifcs.ufrj.br
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Parte I
CRIMINALÍSTICA
INTRODUÇÃO:
A ação investigatória se faz por abordagem técnico-científica das evidências
subjetivas e objetivas do crime.
Voltada para este último campo, a Criminalística vem incrementando o seu
desenvolvimento pela crescente incorporação de conhecimentos e tecnologias sobre a
repercussão físico-químico-biológica do fato investigado.
O impressionante avanço das ciências materiais no correr do século XX alargou as
possibilidades de êxito das pesquisas de laboratório, ampliando a capacidade de
formulação de hipóteses e construção de teorias explicativas para o fenômeno da
realidade objetiva. Neste sentido, os benefícios para os sistemas de investigação da
prática criminosa são muitos, em termos de qualidade e quantidade.
Historicamente, desde a profissionalização do trabalho investigatório como forma
organizada de iniciar o enfrentamento ao delito consumado e submeter os responsáveis
ao devido processo legal, a Criminalística tornou-se atividade indispensável à tarefa de
qualificar as informações sobre a trama subjetiva de cada evento, mediante comprovação
das respectivas evidências materiais. Assim, definida a sua condição essencial de disci-
plina interposta na tarefa investigatória, a Criminalística deve se oferecer ao intercâmbio
metódico e sincronizado com a técnica de apuração da trama subjetiva, consolidando–se
o processo de demonstração científica da autoria e da materialidade do crime.
Os avanços mais notáveis estão nas áreas da genética molecular, da informática, da
balística e da autenticidade de documentos.
Ainda é importante destacar a Medicina Legal como marco de referência científica
dentro do processo de investigação policial.
Na medida em que os crimes mais perturbadores da sensibilidade histórica e social
são os que atentam contra a pessoa, afetando diretamente o corpo humano - homicídios
em especial – têm-se a partir daí a afirmação e o desenvolvimento da disciplina, que sin-
tetizou uma gama de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a dar suporte às
instituições operadoras do Direito, sobretudo as do Sistema de Justiça Criminal.
No Brasil, concorrem esforços de estudiosos de ambas as áreas, Direito e Medicina,
sobretudo pelo trabalho de Oscar Freire de Carvalho e Flaminio Fávero.
- CRIMINALÍSTICA -
- Conceito de Criminalística:
Nos primórdios da fase técnico científica, a partir do século XIX, cabia à medicina
legal, além dos exames de integridade física do corpo humano, toda a pesquisa, busca e
demonstração de outros elementos relacionados com a materialidade do fato penal, como
o exame dos instrumentos do crime e demais evidências extrínsecas ao corpo humano.
Com o advento de novos conhecimentos e desenvolvimento das áreas técnicas, como
física, química, biologia, matemática, toxicologia, etc., tornou-se necessidade real a cria-
ção de uma nova disciplina para a pesquisa, análise, interpretação dos vestígios materi-
ais encontrados em locais de crime, tornando-se, assim, fonte imperiosa de apoio à polí-
cia e à justiça. Eis que surgiu a criminalística, como uma ciência independente em sua
ação, como as demais que a constituem.
Muitos estudiosos da matéria, durante o desenrolar das pesquisas técnico-
científicas, com a finalidade de personalizar essa nova disciplina, utilizaram as mais va-
riadas denominações, tais como: antropologia criminal, psicologia criminal, polícia técni-
ca, policiologia, polícia criminal, técnica policial, polícia judiciária, criminalística e polícia
científica.
Os que se filiam à escola alemã preferem o nome de criminalística, que foi utilizado
pela primeira vez por Hans Gross, considerado o pai da criminalística, juiz de instrução e
professor de direito penal, em 1892, na Alemanha, ao publicar seu livro como sistema de
criminalística, Manual do Juiz de instrução.
O próprio Hans Gross, em 1898, ao publicar a 3a edição de seu livro, deu o subtítu-
lo: Sistema de Criminalística.
O conceituado Professor, mestre e perito criminalístico do Rio Grande do Sul - Eral-
do Rabello, conceitua criminalística como sendo: disciplina autônoma, integrada pelos
diferentes ramos do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa das ativida-
des policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por objetivo o estudo dos vestí-
gios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à prova das
infrações penais e, ainda, à identificação dos autores respectivos.
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Segundo a ENCICLOPÉDIA SARAIVA DE DIREITO (v. 21, 1997:486), criminalís-
tica é um conjunto de conhecimentos que, reunindo as contribuições das várias
ciências, indica os meios para descobrir crimes, identificar os seus autores e en-
contrá-los, utilizando-se de subsídios da química, da antropologia, da psicologia,
da medicina legal, da psiquiatria, da datiloscopia, etc., que são consideradas ci-
ências auxiliares do Direito penal.
A Criminalística trata da análise de vestígios materiais extrínsecos relativos ao
local periciado, relacionando o modus operandi aplicado à dinâmica descrita, vi-
sando pelo auxílio ao direcionamento interpretativo da fenomenologia criminal
inerente ao local do sinistro, oferecendo fundamentação material à instrução pe-
nal.
Centra-se, portanto, no exame, verificação, reconhecimento, ou confronto quanto
à existência, exatidão ou qualificação de um fato, embasado pela prova material,
em suas diversas modalidades, traduzindo-se como uma ciência que aplica vários
ramos do conhecimento científico, com fim precípuo à Justiça, de tal forma que
podemos dizer: a Criminalística aponta o criminoso, e diz como se deu a perpe-
tração do delito.
IGP – ORGANOGRAMA
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Ao DC compete realizar exames periciais, pesquisas e experiências no campo da
Criminalística (informática, engenharia, reconstituições, balística, documentoscopia, im-
pressões latentes, disparo, ambiental e fonética), levantamentos topofotográficos e papi-
loscópicos nos locais de crime e em sinistros envolvendo patrimônio público. Há ainda,
postos do DC em Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria e Pelotas.
Ao DML compete realizar exames periciais, clínicos e radiológicos, pesquisas e expe-
riências no campo da Medicina Legal e da Odontologia Legal e nas necropsias pós-
exumação, atuando na capital e em 36 postos no interior do Estado.
Ao DI compete processar a identificação civil, criminal, post-mortem e elaborar e
expedir as carteiras de identidade, contando com 52 postos de Identificação em 49 cida-
des, interligados on line. Existem ainda cerca de 350 postos ―off line‖ no interior.
Ao LP compete realizar exames periciais e laboratoriais, pesquisas e experiências no
campo da Química Toxicológica (exames de drogas e venenos), da imunoematologia
(exames de sangue) e da Genética Forense (exames de DNA) em Porto Alegre.
As atividades-meio do IGP são desenvolvidas pelo Departamento Administrativo ao
qual compete o gerenciamento do pessoal, das finanças, do material e do patrimônio.
O IGP é um dos órgãos vinculados a Secretaria de Segurança Pública, ao
lado da Brigada Militar, Polícia Civil e Susepe, ao qual compete, além de
outras atribuições, especialmente:
- I as perícias médico-legais e criminalísticas;
- II os serviços de identificação;
- III o desenvolvimento de estudos e pesquisas em sua área de atuação.
A Constituição Estadual de 1989, ao dar ênfase ao capítulo referente à Segurança
Pública, dedicou especial atenção a área da perícia, criando a Coordenadoria-Geral de
Perícias, órgão autônomo, subordinada diretamente à Secretaria da Justiça e da Segu-
rança, com quadro de pessoal organizado em carreira, com a incumbência de realizar as
mesmas atividades que os Institutos anteriormente denominados de Instituto Médico-
Legal, Instituto de Criminalística e Instituto de Identificação, vinham efetuando, ou seja,
perícias médico-legais, criminalísticas e os serviços de identificação civil e criminal.
Posteriormente, a Emenda Constitucional nº 19, de 17.07.1997, alterou os artigos
124 e 136 da Constituição Estadual de 1989, passando a Coordenadoria-Geral de Perí-
cias a denominar-se Instituto-Geral de Perícias – IGP.
A Lei Complementar nº 10.998, de 18.08.97, por ordem da EC nº 19, alterou, por
sua vez, também a denominação dos Institutos para Departamentos, passando a vigorar,
desde então, o nome de Departamento Médico-Legal.
Atualmente o DML é composto da Divisão de Perícias da Capital, da Divisão de Perí-
cias do Interior, da Seção de Clínica Médico e Odonto-Legal, da Seção de Ensino e Pes-
quisa, da Seção de Perícias Diversas, da Seção de Tanatologia e do Laboratório de Ana-
tomia Patológica.
A Divisão de Perícias da Capital conta com Serviços de Recepção Administrativa e
Recepção da Clínica, Secretaria Administrativa e Secretaria do Necrotério, Serviço de Di-
gitação de Laudos e Serviço de Reprografia, Arquivo.
A Seção de Clínica também é responsável pelo Serviço Psicossocial, composto por
Psiquiatria Forense, Psicologia e Serviço Social, bem como pelo DML no Centro de Refe-
rência no Atendimento da Criança e do Adolescente – CRAI, situado no Hospital Presi-
dente Vargas.
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Divisão de Perícias do Interior é responsável por 36 Postos Médico-Legais, locali-
zados nas cidades de Alegrete, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Camaquã, Ca-
noas, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Lagoa
Vermelha, Lajeado, Novo Hamburgo, Osório, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelo-
tas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento,
Santo Ângelo, São Borja, São Gabriel, São Jerônimo, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga,
Santiago, Soledade, Taquara, Três Passos, Uruguaiana e Vacaria.
*** ***
Utilidade: “ PRML de SANTA MARIA (REGIONAL) “Câmara Fria e raio X”: Rua
Marechal Floriano Peixoto, 1750 – Centro CEP 97015-372 Fone (55): 3217-1282
PML,(Fax – DRP) 3221-6668, (Fax) 3222-3444; Ramal: 227 Universidade; ramal
228(fax).”
*** ***
OBJETIVOS DA CRIMINALÍSTICA
A Criminalística é uma ciência que tem por objetivos:
a) dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal;
b) verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a di-
nâmica do fenômeno;
c) indicar a autoria do delito, quando possível;
d) elaborar a prova técnica, através da indiciologia material.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzi-
da em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamen-
te nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cau-
telares, não repetíveis e antecipadas. (Alterado pela Lei 11690 de 10/06/2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as res-
trições estabelecidas na lei civil. Segundo a primeira parte deste artigo, o juiz, em regra,
deve proferir sua decisão baseando-se na prova produzida em fase judicial. Porém, dian-
te da segunda parte do aludido dispositivo, podemos concluir que, excepcionalmente, os
elementos informativos colhidos na investigação policial poderão ser utilizados pelo jul-
gador para fundamentar sua decisão, desde que não sejam os únicos, mas, para tanto,
referidos elementos devem ser colhidos e/ou produzidos sob o pálio do contraditório e da
ampla defesa, do contrário, não poderão em absoluto ser utilizados para respaldar sua
decisão. Assim, pelo princípio da ampla defesa, o juiz deverá submeter a prova colhida
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na fase policial ao contraditório durante a ação penal. Ou seja, a defesa deverá ter opor-
tunidade para se manifestar tecnicamente sobre tais provas.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, faculta-
do ao juiz de ofício: (Alterado pela Lei 11690 de 10/06/2008)
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida; (Alterado pela Lei 11690 de 10/06/2008).
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realiza-
ção de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Exige-se que a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes
se submeta a um juízo de ponderação sobre a necessidade, adequação e proporcionali-
dade da medida. Dessa forma, a produção dessas provas só poderá ocorrer quando de-
monstrada sua indispensabilidade e razoabilidade. Não só as diligências determinadas
―ex officio‖, mas também as provas requeridas pelas partes devem respeitar a razoabili-
dade.
Essa nova regra, instaurada no dispositivo em comento, é criticada, pois dá ao juiz
a possibilidade de determinar, por meio de sua iniciativa, a produção de provas durante
a investigação, ferindo o sistema acusatório, bem como outros princípios norteadores do
Direito Processual Penal, como a imparcialidade do juiz e o princípio da presunção de
inocência.
A Constituição da República de 1988 dispõe no inciso LVI, do seu art. 5º que: "são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos‖. Utilizando, assim, a
terminologia provas ilícitas de uma maneira genérica, englobando tanto as provas ilícitas
propriamente ditas, como também as provas ilegítimas. Logo, qualquer meio de prova
que não encontre respaldo nas garantias constitucionais vigentes, deverá ser expurgado
imediatamente do processo. Sendo considerada ilícita, a prova será inutilizada por deci-
são judicial.
A prova derivada da ilícita deve ser expurgada do processo, pois é inadmissível para
a formação da convicção judicial. Há duas exceções: a) inexistência de nexo causal entre
a prova ilícita e a prova acoimada de derivada da primeira. É possível que determinada
prova seja apontada por qualquer das partes como derivada de outra, considerada ilícita.
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Entretanto, feita uma verificação detalhada, observa-se que não existe nexo de causa e
efeito entre elas.
Por isso não se pode desentranhar a denominada prova derivada. Ex.: afirma-se que
a apreensão do objeto furtado somente se deu em razão da confissão do indiciado, extra-
ída sob tortura. Seria a referida apreensão uma prova ilícita por derivação. Ocorre que,
pela data do auto da apreensão, constata-se que adveio antes da medida assecuratória e,
somente depois, o indiciado confessou a prática da infração. Logo, inexiste nexo causal
entre ambas.
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Para cada perícia, um termo de compromisso, que no caso é considerado como uma
formalidade que constitui elemento essencial do ato processual.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assis-
tente técnico. (Acrescentado pela Lei 11690 de 10/06/2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perí-
cia:
I - requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responde-
rem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a se-
rem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias,
podendo apresentar as respostas em laudo complementar;
II - indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a
ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
Artigo 161/CPP – o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia
e a qualquer hora.
O texto não determina expressamente que os exames periciais sejam realizados a
qualquer dia e hora, mas admite essa possibilidade.
Artigo 162/CPP - A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbi-
to, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame exter-
no do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
Trata-se de medida de cautela, que objetiva impedir a realização do exame em um
corpo onde ainda haja possibilidade de vida. Note-se que o CPP refere-se à autópsia,
quando tecnicamente deveria indicar ―necropsia‖. Atualmente, observa-se que a expres-
são ―necropsia‖ é mais utilizada nos Institutos de Medicina Legal, enquanto que ―autóp-
sia‖ é mais adotada nos âmbito dos hospitais.
O tempo de seis horas baseia-se no fato que se evite que o exame seja realizado com
a vítima viva, tal como ocorre na catalepsia, como exemplo, ou outros estados letárgicos
similares como a ingestão de tóxicos.
Consoante dispõe o artigo 162, parágrafo único, nem sempre será necessário o
exame interno. Basta o exame externo do cadáver nos casos de morte violenta em que
não houver infração penal para apurar como é o caso de morte acidental. Considera-se
ainda desnecessária quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e
não houver exame interno para averiguar alguma circunstância relevante.
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Artigo 165/CPP - Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peri-
tos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
desenhos, devidamente rubricados.
Artigo 166/CPP - Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado,
proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reco-
nhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e
indicações.
Parágrafo único - Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os
objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Os peritos deverão lançar mão de impressões digitais, fotografias, radiografias, fi-
chas dentárias e exames de DNA. Os parentes poderão fazer o reconhecimento do de cu-
jus, assim como outras pessoas que o conheciam. Será lavrado um auto de reconheci-
mento.
Artigo 167/CPP – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Em outras palavras, não sendo possível a realização do corpo de delito por haverem
desaparecido – e não por não terem sido realizados em prazo adequado – a prova teste-
munhal poderá, então, suprir tal hipótese.
Artigo 169/CPP – Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado
das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotogra-
fias, desenhos ou esquemas elucidativos.
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Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das
coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica
dos fatos.
Artigo 178/CPP – No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autorida-
de ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Artigo 182/CPP – O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou re-
jeitá-lo, no todo ou em parte.
Artigo 183/CPP – Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no Art. 19.
Art. 19 - Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu re-
presentante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Conceituação e classificação
"Local de crime é toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração
de delito e que, portanto exija as providências da Polícia Judiciária". Neste conceito estão
compreendidos, naturalmente, os crimes de qualquer espécie, bem como, todo fato que,
não constituindo crime, deva chegar ao conhecimento da polícia, a fim de ser convenien-
temente esclarecido.
Para o Professor Carlos Kehdy, em sua obra ―Elementos de Criminalística‖ (1968),
define local de crime como ―toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as
providências da polícia‖.
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Por outro lado, para Eraldo Rabello, local de crime é a ―porção do espaço compreen-
dida num raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de
modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumivelmente,
hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou
posteriores, à consumação do delito, e com este diretamente relacionados‖.
A cena ou local de crime é o(s) ambiente(s) onde ocorreu a ação delituosa, compre-
endendo todo o espaço físico onde se encontrarem vestígios desta ação. Nele se concen-
tram os vestígios que auxiliarão a investigação policial se forem corretamente levantados
e interpretados. Desta maneira, a delimitação do espaço físico e a proteção dos vestígios
são aspectos fundamentais, todos relacionados direta ou indiretamente com o fato a ser
levantado e elucidado.
O local de crime pode ser classificado segundo diversos critérios, dentre eles:
Relacionado: São aqueles que se referem a uma mesma ocorrência, isto é quando
duas ou mais áreas diferentes se associam ou se completam na configuração do delito. É
o que ocorre, por exemplo, na falsificação, num local se prepara o material falsificado e
em outro ele é negociado.
Como exemplo há a situação de um homicídio que é perpetrado no interior de uma
casa, onde os autores executam a vítima, embalam o corpo e o transportam no interior
de um veículo para uma via pública distante da residência. Neste contexto, o local ime-
diato será o veículo, o local mediato, o trecho da via pública onde o mesmo se encontra,
e o local relacionado será a residência onde se perpetrou o homicídio.
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Quanto á natureza do fato típico:
Homicídio
Suicídio
Incêndio
Furto
Roubo
Latrocínio
Aborto, etc.
Quanto à preservação:
ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO
O Código de Processo Penal garante, no seu artigo 169, o respaldo necessário para o
isolamento e preservação da cena do crime:
“Art. 169 - Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infra-
ção, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das
coisas até a chegada dos Peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias,
desenhos ou esquemas elucidativos.
Parágrafo único – Os Peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das
coisas e discutirão, no relatório, as consequências destas alterações na dinâmica
dos fatos.
O artigo 6º do Código de Processo Penal indica as medidas que devem ser tomadas
pela autoridade policial tão logo tome conhecimento da prática de uma infração penal.
Entre as medidas preconizadas, a primeira tarefa é de ―dirigir-se ao local, providenciando
para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais‖ e em segundo lugar, ―apreender os objetos que tiverem relação com o fato,
após liberados pelos peritos criminais‖.
Os objetivos do exame do local de crime se confundem com os objetivos da crimina-
lística, ou seja: constatar o delito, qualificar a infração penal, a coleta de vestígios e per-
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petuar os vestígios constatados. Para atingir os objetivos citados, é necessária a aplica-
ção
de técnicas que registrem as características gerais e particulares de um lugar rela-
cionado com um fato presumidamente delituoso.
O isolamento e a consequente preservação do local de infração penal são garantias
que o perito terá de encontrar a cena do crime conforme fora deixado pelo (s) infrator (es)
e pela vítima (s) e, com isso, ter condições técnicas de analisar todos os vestígios. É tam-
bém uma garantia para a investigação como um todo, pois teremos muito mais elemen-
tos para analisar e carrear para o inquérito e, posteriormente, para o processo criminal.
É necessário entender que o isolamento e preservação da cena do crime não é um
processo único. Há uma sutil diferença entre isolamento e preservação. O isolamento é o
ato
de impedir o acesso de QUALQUER pessoa à cena do crime que não seja aquela
responsável pela coleta e análise dos vestígios. É importante ressaltar que o único profis-
sional que PRECISA adentrar no local do crime é o Perito Criminal, pois é o único que
sabe interpretar os tênues vestígios deixados na cena do crime. Como exemplo, pode-se
citar o formato de uma mancha de sangue como um vestígio complexo, que demanda
conhecimentos específicos, trazendo diversas informações sobre a dinâmica do fato, en-
tretanto sendo extremamente efêmero e de fácil destruição.
Neste contexto, a preservação é conseqüência do isolamento. O objetivo da preser-
vação do local é manter os vestígios intactos até o momento em que os mesmos serão
coletados e perpetuados pelos peritos criminais, evitando alterações dos mesmos. Tais
alterações poderiam interferir e/ou destruir vestígios tais como impressões papilares,
posições de estojos ou projéteis, localização de objetos, assim como as já citadas man-
chas de sangue.
A preservação do local e de suas evidências objetiva a proteção adequada e medidas
para evitar a contaminação, e para que as alterações do local e das evidências materiais
sejam reduzidas ao mínimo. A preservação do local inicia-se logo que possível após o in-
cidente ser descoberto e denunciado às autoridades competentes. As preocupações
quanto à proteção do local encerram-se somente quando o processo de exame pericial
estiver concluído e o local for liberado.
A delimitação da área a ser preservada é uma atividade complexa e os limites do lo-
cal podem mudar de acordo com o prosseguimento da análise do local. O que parece ser
evidente no início pode mudar e precisar ser reavaliado.
Uma vez definida, a área é explicitamente isolada usando-se qualquer tipo de bar-
reira física. Qualquer pessoa não essencial que adentrou no local antes do estabeleci-
mento do cordão de isolamento deve ser retirada (e essa informação é registrada) e
quaisquer pessoas não essenciais são impedidas de entrar no local de crime durante to-
do o exame pericial.
Do início ao fim dos exames periciais do local de crime, é importante a aplicação de
medidas rígidas para evitar contaminações. Elas incluem: usar peças de vestuário prote-
toras (por exemplo, luvas e capas para calçados); empregar um único caminho ao entrar
no local (isso também é válido para o pessoal médico no atendimento à vítima); evitar o
uso de quaisquer recursos disponíveis no local (ex., banheiro, água, toalhas, telefone);
não comer, beber ou fumar; evitar mover algo ou alguém, a menos que seja absoluta-
mente necessário (se algo ou alguém for movido, a localização inicial deve estar cuidado-
samente documentada).
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Vale a pena ressaltar que a importância dos vestígios não está restrita ao que ele
representa. São de fundamental importância, também, as posições em que se encontram
e suas possíveis relações com outros vestígios, que podem não ser perceptível de imedia-
to.
O perigo da inobservância desta regra não reside apenas na possibilidade de serem
destruídos vestígios importantes, mas, também, a de serem alterados vestígios, posições
e a inclusão de novos vestígios.
VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: é todo elemento encontrado no local do crime que não es-
teja relacionado às ações dos atores da infração e desde que a sua produção não tenha
ocorrido de maneira intencional. A presença deste tipo de vestígio é devida principalmen-
te pela falta de isolamento e preservação do local.
VESTÍGIOS PERCEPTÍVEIS: são aqueles que podem ser diretamente captados pe-
los sentidos humanos (tato, visão, paladar, audição e olfato), sem a utilização de qual-
quer artifício ou aparelho, como manchas de sangue, sinais de arrastamento, armas
eventualmente deixadas no local.
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VESTÍGIOS LATENTES: necessitam da utilização de técnicas ou aparelhos especi-
ais para serem observados, como manchas esperma, resíduos provenientes de disparos
de arma de fogo, impressões digitais, etc.
VESTÍGIOS PERENES: são aqueles que não desaparecem com o tempo, sendo des-
truídos somente por evento natural incomum e de grandes proporções. Como exemplos,
as ossadas, os danos decorrentes de acidentes automobilísticos, mossas, projéteis.
VESTÍGIOS FUGAZES: são aqueles que desaparecem facilmente, exigindo que sua
coleta e análise sejam rápidas. Como exemplos, marcas de frenagens em vias públicas,
substâncias voláteis, manchas de sangue em local público.
A idoneidade dos vestígios é fator primordial no contexto de uma perícia, uma vez
que poderemos comprometer todo o trabalho e, com isso, estarmos prejudicando o con-
junto da investigação criminal e do processo judicial posterior.
Entende-se por evidência, quando o expert chega à conclusão, após análise sobre o
conjunto dos elementos coletados, que determinado vestígio está ligado, de fato, com o
caso em exames, deixando assim de ser um simples vestígio para passar a ser denomi-
nado de evidência.
A boa técnica pericial determina que o perito deve considerar como vestígio material
somente o que ele próprio constatar como tal, jamais aceitando que terceiros lhe apre-
sentem possíveis ―corpos de delito‖ que estariam fazendo parte de um local de crime por
ele examinado e não constatado no ato.
Dependendo do tipo de delito, os locais de crimes poderão ter conteúdo variado de
vestígios, como, por exemplo, nos crimes contra a pessoa, que possuem evidências espe-
cíficas, relacionadas à vítima. Já nos crimes contra o patrimônio, os vestígios apresenta-
dos relacionam-se à coisa. Ressalta-se que no local de crime serão pesquisados elemen-
tos físicos que configurarão as provas materiais para a tipificação do delito e a busca de
sua autoria, sendo definidos como sendo, os vestígios que determinada ação criminosa
deixa. Por outro lado, a importância dos vestígios não se encontra adstrita somente ao
que eles representam, mas, é de vital importância, também, as posições em que se en-
contram e suas possíveis relações com outros vestígios, que podem não serem analisa-
dos de imediato. Todavia, apesar de ser extremamente evitado modificar o estado das
coisas, ocorrem casos em que algumas medidas destas se fazem necessário, tais como
cobrir o cadáver, objetivando impedir que a chuva, ou outra intempérie destrua vestígios
importantes como manchas de fluídos corpóreos ou esfumaçamento.
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mento sobre o tipo de mancha avaliada e com que tipo de ação a mancha está relaciona-
da.
Um dos principais vestígios encontrados são as manchas de sangue. O estudo das
mesmas é de suma importância e visa, sobretudo, determinar a principio, se realmente
se trata de sangue humano, qual é o grupo sanguíneo e o fator RH, cujo exame será efe-
tuado no laboratório criminal, depois de adequada colheita procedida pelo Perito, quando
do levantamento do local. Cabe, entretanto, exame no próprio local, de aspecto formal da
mancha, isto é da forma como se apresenta aderida a uma determinada superfície, a
qual pode fornecer detalhes importantes para se estabelecer a possível dinâmica do
evento. Sob este aspecto, as manchas de sangue podem se apresentar sob os seguintes
modos:
Gotejamento: O sangue cai impulsionado somente pela força da gravidade, cujos
salpicos se irradiam quase regularmente pela queda perpendicular das gotas variando
seu aspecto em razão da distancia entre o foco que a desprende e a superfície em que vai
se depositar. Indicam ausência de movimento ou movimentação em baixa velocidade.
Segundo Luiz Eduardo Dórea, nas manchas por queda livre sobre planos horizon-
tais o sangue atinge o piso ou outro anteparo, impulsionado apenas pela ação da gravi-
dade.
Na dependência da altura, as manchas produzidas formarão gotas ou gotículas de
conformação circular.
Se o anteparo for oblíquo, a configuração das manchas não será circular. Inicial-
mente a gota se expande e depois o sangue desce para a parte inferior alargando-se. O
líquido concentra-se na parte mais baixa, formando uma massa ovoide que, ao descer,
vai diminuindo de espessura.
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Contato: São produzidas pelo contato de uma parte do corpo, impregnada de san-
gue, contra uma superfície qualquer, as quais se apresentam sob a forma de sangue
amassado, podendo vir da vitima ou do agressor.
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Morfologia de manchas de sangue por impregnação
Limpeza ou remoção: São feitas em tecidos, papéis ou similares, usados pele criminoso
para limpar a faca ou instrumento ou mesmo as mãos. Quando existentes na roupa da
vitima, evidenciam o estado de ânimo do criminoso, que após golpear a vitima, ainda foi
capaz de utilizar a própria veste da mesma para limpar sua arma.
Manchas de esperma
São geralmente encontradas nos locais de crime de natureza sexual, sendo pesqui-
sadas com maior incidência nos seguintes suportes:
- nas roupas de cama;
- nas vestes da vitima ou do suspeito;
- no ambiente vaginal;
- no reto;
- em outros pontos ou objetos, de acordo com a tipicidade da área.
Manchas de urina
A exemplo das manchas de fezes são comumente verificadas nos locais de crimes
contra o patrimônio. Entretanto, podem ser observadas nos locais de crimes contra a
vida, impregnando as vestes das vitimas, em determinados casos de mortes violentas.
Como a urina é o meio de secreção de uma grande quantidade de substâncias, no-
tadamente restos de metabolismo, medicamentos e substâncias tóxicas, sua análise as-
sume grande importância médico-legal, particularmente para a toxicologia forense.
As manchas de sangue geralmente vêm associadas a outras substâncias como es-
perma, matéria fecal e mecônio.
Manchas de vômito
Oferecem especial interesse nos casos de envenenamento, porque podem indicar a
natureza do veneno ingerido. Além disso, podem ser utilizadas na comparação entre os
resíduos de alimentos encontrados no estômago da vítima e aqueles recolhidos no local.
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O vômito pode ter sido deixado no local, tanto pela vítima, quanto pelo autor. Caso
seja comprovado que tal vestígio pertença ao autor, será possível orientar uma investiga-
ção pelos hábitos alimentares dos suspeitos.
Nos casos de envenenamento (acidental, suicídio ou homicídio), o exame das man-
chas de vômito , assim como do conteúdo gástrico da vítima, pode auxiliar a identifica-
ção da natureza da substância causadora do óbito.
Manchas de saliva
As manchas de saliva têm coloração variada que vão desde amareladas a esbran-
quiçadas ou acinzentadas, de contornos mal definidos e não oferecem fluorescência à luz
ultravioleta.
Podem estar relacionadas com uma extensa variedade de delitos e ser encontradas
sob a forma de restos deixados por beijos ou mordidas, nos crimes contra a liberdade
sexual e peças de vestuário utilizadas para amordaçar a vítima. Também são frequente-
mente encontradas em guimbas de cigarro.
Manchas de leite
As manchas têm coloração amarelo-acinzentada, mais escura nas bordas. Quando
secas, dão ao tecido um aspecto engomado, semelhante às de esperma.
O encontro de manchas produzidas por secreção mamária (leite e colostro) normal-
mente está relacionado com problemas ligados ao parto ou aborto.
Manchas de mecônio
O mecônio começa a ser eliminado de 6 a 12 horas após o nascimento e prolongado
por 2 a 3 dias, sendo possível sua excreção durante o parto, principalmente em casos
que ocorres algum trauma fetal.
A pesquisa de mecônio é importante em casos de aborto, partos clandestinos e in-
fanticídios. Com frequência este tipo de mancha vem acompanhada de sangue, líquido
amniótico e restos placentários.
Tinta: Podem ser consideradas as tintas de diversas espécies (para paredes, para
escrever, etc.);
Cera: Apresentam-se geralmente nos locais de furtos sob a forma de lagrimas (res-
pingos de velas), acompanhadas de palitos de fósforos;
Ferrugem: Podem em alguns casos apresentarem semelhança com manchas de
sangue, podendo também, se encontrada nas vestes do agente ou vitima, indicar que a
arma ou instrumento achavam-se oxidados;
Lama: Oferecem interesse porque podem indicar lugares por onde um indivíduo te-
nha passado. Podem ser encontradas nos pés descalços, calçados, nas roupas e no local
do crime sendo procedentes de terrenos, estradas, ruas sem calçamento, etc.
Pólvora: Podem ser encontradas no corpo da vitima (imediações do ferimento), nas
vestes, nas mãos do autor ou da vitima, objetos, paredes, janelas, etc.
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Pintura: Geralmente são encontradas nas vestes do suspeito, produzidos pelo atrito
contra as paredes, ou mesmo nas mãos e dedos, como conseqüência do apoio destas
contra paredes ou muros. Podem ainda ser encontradas no corpo da vítima, decorrentes
do arrastamento da mesma por superfícies recém-pintadas ou cuja tinta seja de fácil
desprendimento, como por exemplo, nas tintas à base de cal.
Pegadas: São produzidas por pés calçados ou descalços. A pegada pode ser dinâmi-
ca (ocasionada pelos pés em movimento) ou estática (causada pelos pés em repouso),
sendo também possível encontrá-las isoladas ou em conjunto. O aproveitamento das
mesmas pode ser feito através da fotografia ou da modelagem.
Pelos e cabelos: Em muitos casos encontram-se pelos e cabelos nos locais de cri-
mes.
Quando ocorre luta entre a vítima e o agente é possível existir cabelos do autor nas
mãos da vitima e até mesmo nas vestes. Outrossim, é provável o encontro de cabelos da
vítima nas roupas do autor. Conforme o tipo da arma ou instrumento utilizado, pode-se
também constatar a presença de cabelos nos mesmos.
Estes vestígios são importantes em locais de morte violenta, os quais podem deter-
minar a identidade do criminoso, bem como possibilidade de ocorrência de luta.
Peças de indumentária: Observam-se em muitos locais a presença de peças de in-
dumentária, que podem auxiliar na elucidação do fato, pelos vestígios que apresentam.
Cinzas: São resíduos da combustão de certos materiais, tais como, papel, madeira,
etc., mais comuns de serem encontradas nos locais de incêndio. A finalidade do exame é
determinar a natureza do material queimado. Embora com raridade, também podemos
encontrar cinzas nos locais de crimes contra a pessoa, onde os cadáveres são carboniza-
dos, sendo as mesmas provenientes de roupas usadas pelas vitimas ou mesmo de cober-
tores ou similares utilizados para transportar o corpo.
Poeiras: As poeiras podem ser encontradas sobre os objetos e nas roupas das viti-
mas ou do autor. Podem oferecer algum resultado pratico, quando o crime tiver sido co-
metido em local interno e o criminoso tiver acesso por escalada, sendo então possível
constatarem-se vestígios de poeira no próprio local além, obviamente, das evidências da
escalada.
Areias e terras: Em certos locais podem ser encontradas pequenas quantidades de
areias ou terras, cujas origens são diferentes das ali existentes ou nem mesmo existem,
como no caso dos locais internos, onde o piso quase sempre e revestido por algum mate-
rial. Caso sejam constatadas, deverão ser recolhidas, para serem comparadas com mate-
rial padrão ou incriminado.
Fibras: São pequenas estruturas integrantes de tecidos animais e vegetais ou de
certas substancias minerais, que podem ser encontradas em alguns locais. Podem estar
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aderidas às unhas ou vestes da vitima, portas, ou ainda presas em cercas de arames,
janelas, etc.
Manuscritos: Nos locais de suicídio, muitas vezes são encontrados bilhetes manus-
critos pelas vitimas. Tais bilhetes deverão ser recolhidos para exames papiloscópicos.
Venenos: Por definição, veneno e toda substancia medicamentosa que pode produ-
zir a morte, de acordo com a dosagem. Quando encontrado em locais deverão ser cuida-
dosamente embalados, para posterior envio ao laboratório, para os devidos exames.
Marcas ungueais: são produzidas pela unhas, encontradas na vítima, em decorrên-
cia da agressão sofrida, como nos casos de estrangulamento ou em crimes de cunho se-
xual, e no agressor, produzidas pelas manobras de defesa empregadas pelo ofendido.
Este tipo de marca também poder ser encontrado em outros suportes que sejam ca-
pazes de moldados ou modelados, como parafina, borracha ou couro.
Marcas produzidas pelos dentes e lábios: os dentes podem produzir marcas por
compressão ou escoriação, tanto no corpo da vítima ou autor, bem como em alimentos
mais resistentes.
São achados comuns em crimes sexuais. Na vítima distribuem-se sobre os seios,
braços, nádegas, coxas e genitais. Podem ser encontradas, ainda, no corpo do autor, co-
mo decorrência de ferimentos recebidos por manobras de defesa do ofendido. Nessas cir-
cunstâncias mais comuns sobre os braços, mãos e pernas.
São fatores vitais para a integridade pessoal e preservação dos elementos téc-
nicos pesquisáveis a observação dos seguintes tópicos:
> As armas devem ser recolhidas com atenção, observando-se o fato de estarem
municiadas ou não, e quando apreendidas, serem desmuniciadas, o mais breve possível.
> A munição alojada nas armas incriminadas deve ser também enviada a exames,
pois são contemporâneas ao delito, tendo atenção o policial de separar e mencionar o
estado em que se encontravam tais materiais.
> Os estojos incriminados devem ser enviados a exames o mais breve possível, já
que os elementos da pólvora e da espoleta são extremamente corrosivos, podendo preju-
dicar os exames microcomparativos.
> Os projéteis extraídos das vítimas devem ser limpos, secos e envolvidos correta-
mente para que não sejam prejudicados seus raiamentos.
ELEMENTOS DO CADÁVER
Localização e posição:
A localização do cadáver deve ser bem detalhada, mencionando-se o seguinte:
- O compartimento do local onde foi encontrado;
- Sua localização em relação ao compartimento, citando o tipo de mobiliário em que
esteja apoiado ou com aquele com o qual faça limite;
- Sua posição em relação a via publica (paralela, perpendicular, oblíqua, bem como
o lado da mesma no qual se encontra (laterais, centro) ;
- A orientação da cabeça e dos pés em relação ao cômodo ou via publica, fornecen-
do-se dois ou três pontos de amarração, mencionando-se as medidas que o distanciam
dos mesmos, podendo- se tomar como base a cabeça, os pés ou uma lateral do corpo;
- Nos casos de cadáver em suspensão, deve ser citado detalhadamente o objeto que
o mantém nesta posição, como também o suporte no qual o mesmo foi atado.
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A posição do corpo pode indicar alteração na cena do crime, posição anterior da ví-
tima,
transporte do cadáver, reação de defesa da vítima. Como exemplos de posição te-
mos:
. Decúbito dorsal = com o dorso voltado para baixo;
. Decúbito lateral direito = com o lado direito do corpo voltado para baixo;
. Decúbito lateral esquerdo = com o lado esquerdo do corpo voltado para baixo;
. Outras posições = assentado, de pé, em suspensão e decúbito geno-peitoral
(com os joelhos e a região peitoral apoiados na superfície);
Deve-se mencionar a posição tanto dos membros superiores quanto dos inferiores,
que podem se apresentar do seguinte modo:
. Fletidos ou semifletidos;
. Estendidos (unidos, entreabertos ou sobrepostos), mais comuns para os inferiores;
. Estendidos (ao longo do tronco, afastados do tronco ou perpendiculares ao mes-
mo), específico para os superiores.
Independente da menção acima discriminada, a parte do corpo ou da superfície em
que se acham apoiadas as mãos e os pés deve ser descrita, devendo também ser menci-
onada a região da cabeça que se encontra apoiada ao piso ou a uma superfície qualquer.
Descrição e identificação
Devem ser observadas as seguintes características:
Sexo, cútis, tipo de cabelo, presença de barba, bigode;
Dados de identificação da vítima (se possível de documentos);
Compleição (franzina, media, robusta);
Idade presumível e características ou sinais particulares (cicatrizes, tatuagens,
deformidades), para os cadáveres de desconhecidos;
Das vestes
As vestes da vítima trazem importantes informações para a investigação policial. A
incompatibilidade com as condições climáticas, ambientais e sociais podem indicar
transporte do corpo, intenções da vítima, tentativas de ocultação de crime, etc. O Perito
deve fazer uma descrição pormenorizada das vestes usadas pela vitima, principalmente
quando forem de cadáveres de desconhecidos, sendo que para estes devem ser mencio-
nados quaisquer descrição ou desenhos nas mesmas, inclusive etiquetas do fabricante.
Das buscas
As busca no corpo e vestes são de extrema importância e devem ser feitas pelos
Peritos no local do crime, vez que podem trazer informações que poderão alterar a di-
nâmica do fato ou os trabalhos periciais no local. Durante as mesmas podem ser encon-
tradas armas, drogas, pertences da vítima ou de outras pessoas, documentos, dinheiro,
joias, etc.
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PRINCIPAIS VESTÍGIOS ENCONTRADOS EM LOCAIS DE CRIMES CONTRA
PATRIMÔNIO
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trânsito em vigor, que num significativo volume de casos, interferem na análise dos aci-
dentes.
Diversamente do que ocorre em outros tipos de crimes, não se exige e nem poderia
ser exigido um isolamento eficaz do local do acidente de trânsito, até o comparecimento
da perícia criminal. Este fato é de fácil compreensão, em razão das consequências que
podem advir da interrupção do tráfego em determinadas artérias viárias.
O socorro às vítimas caracteriza a providência que acarreta na natural violação do
local. Buscando corrigir esta situação, é de praxe entre os policiais militares que compa-
recem inicialmente nestas ocorrências, a demarcação da projeção dos veículos na via,
com o auxílio de lápis de giz, cabendo aos peritos registrar tal fato e analisá-lo nestas
condições.
Assim que chegar ao local do acidente, o perito deve promover sua sinalização de
segurança. Na falta de recursos materiais adequados, poderá fazer a sinalização com ga-
lhos de árvores. Quando o levantamento for realizado à noite, deverá utilizar a luz inter-
mitente da viatura policial ou pisca - alerta de veículos disponíveis como sinalizadores de
segurança, posicionados estrategicamente em pontos de fácil visualização.
Detalhe importante é a atenção do perito ao fluxo do tráfego local nos momentos
dos trabalhos de campo, pois a história registra casos de peritos que foram atropelados,
por inobservância às regras de segurança pessoal.
ABALROAMENTO
Trata-se do encontro acidental de dois veículos dotados de movimento em diferentes
linhas longitudinais, podendo ocorrer de duas formas: resvaladiço - os veículos transi-
tam na mesma direção e sentido ou em sentidos opostos; transversalmente - os veículos
transitam em sentidos ortogonais ou oblíquos.
ATROPELAMENTO
Acidente em que um veículo em movimento atinge uma pessoa ou animal.
CHOQUE
Historicamente, trata-se da colisão entre um veículo em movimento contra qualquer
obstáculo estático, como poste, muro, árvore, inclusive com outro veículo estacionado ou
parado.
COLISÃO
Convencionalmente, trata-se do embate entre dois veículos em movimento na mes-
ma linha longitudinal da via, podendo ser frontal, traseira ou semi-frontal. Diverge do
abalroamento em função do ângulo de incidência da interação entre os veículos. Na coli-
são frontal os veículos transitam em sentidos opostos. Se a colisão envolve a traseira,
refere-se aos veículos que transitam no mesmo sentido ou excepcionalmente em sentidos
contrários, em se tratando de manobra de marcha a ré. Se o impacto for semi-frontal, o
ponto de impacto fica consignado na angular anterior ou posterior do veículo.
CAPOTAMENTO
Ocorre quando um veículo em movimento gira em torno de si mesmo em qualquer
sentido, ficando com as rodas para cima, mesmo que momentaneamente, repousando
em seguida em qualquer posição.
TOMBAMENTO
Acidente em que o veículo tomba lateralmente para qualquer lado, mesmo que re-
torne à posição inicial.
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Frenagem
Referem-se às marcas impressas pelos pneumáticos dos veículos na superfície da
via, quando do travamento das rodas, em face do acionamento do sistema de freios.
A frenagem tem importância para definir a trajetória do veículo na pista. Sua mate-
rialização pode ocorrer antes, durante e depois da colisão. Serve também como subsídio
para cálculos de velocidade como será visto posteriormente.
A utilização da frenagem como elemento comprovador da região de choque, tem efi-
cácia quando esta é sucedida por arrastamento. Assim, pode-se afirmar que o impacto
ocorreu no encontro de ambos.
A frenagem geralmente se processa de forma retilínea. Pode ocorrer, que após o
choque esta se prolongue numa outra direção, respeitada a retilineidade. Neste caso,
também, presume-se ser ali o ponto na pista onde ocorreu o embate entre os autos.
O sistema de freios, quando mal regulado, tem eficácia diferenciada nas rodas,
promovendo no veículo uma trajetória ligeiramente curvilínea. Nesta condição, a frena-
gem externa à curva está associada a marca de compressão, que será estudada a seguir.
Dependendo do tipo do pneumático, poderá haver divergência entre marcas produ-
zidas pelos pneus dianteiros e traseiros. Os pneus dianteiros deixam marcas vivas, devi-
do ao deslocamento da força resultante para a parte anterior do veículo no momento em
que os freios são acionados. Já os traseiros deixam marcas mais claras.
As marcas de frenagens são paralelas entre si e contêm zona de espelhamento da
borracha, caracterizando o início da frenagem.
Compressão
Formada quando o veículo tenha efetuado um movimento curvilíneo, face à atuação
da força centrífuga. Será sempre mais visível no lado externo da curva, onde o veículo
comprime mais o solo. Caracteriza o movimento do veículo, indicando via de regra, o
ponto onde o veículo abandonou a pista de rolamento.
Impressão
As marcas denominadas impressão se apresentam de duas maneiras:
- por impressão direta, verificada em superfície moldável, onde fica impresso o de-
senho dos sulcos dos pneus;
- por depósito, quando o material é transportado pelos sulcos do pneu e depositado
numa via mais consistente que a anterior, como ocorre com um veículo que transitou
por uma estrada de chão batido e ingressa em seguida numa via asfaltada, deixando por
vários metros o desenho de seus pneumáticos no leito asfáltico.
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O arrastamento, quando antecedido de frenagem, evidencia o local onde ocorreu o
embate dos veículos. Serve também como elemento de constatação da trajetória irregular
descrita pelo veículo.
As marcas pneumáticas dianteiras e traseiras possuem aparência idêntica e não são
necessariamente paralelas entre si. Estas marcas são menos intensas que as frenagens.
Região de Choque
Convencionada como a porção na pista, onde os veículos se interagem. Ao restrin-
gir-se a área de choque acentuadamente, tem-se o ponto do choque, que seria a área
imediata da colisão. O perito ao pesquisar a região de choque, deve primeiramente co-
nhecer as trajetórias dos veículos pelas vias para então, observar as suas respectivas po-
sições finais de inércia.
Posteriormente, deve analisar as partes colidentes de um veículo, promovendo a
junção destas às partes danificadas do outro veículo. Após este exercício mental, tem-se
a região de choque presumida. O próximo passo seria a busca de elementos técnicos que
a comprovam. A região de choque pode ser definida de várias maneiras, sendo que as
mais trabalhadas são:
> concentração de fragmentos de pintura sólida, vidro, plástico e montículos de ter-
ra;
> no encontro do final da marca de frenagem e o início da marca de arrastamento de
um veículo;
> interseção das marcas provenientes de dois veículos;
> nos casos em que após o impacto os veículos imobilizam-se prontamente, presu-
me-se que a região de choque encontra-se sob as partes colidentes;
> existência de sulcos, nas condições estudadas anteriormente.
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Os principais vestígios encontrados nos locais de crimes onde tenha ocorrido
crime sexual são:
> equimoses e escoriações, principalmente nas faces internas da coxa, nos seios,
nos braços, na face, ao redor do nariz e em torno da boca (como tentativa de calar os gri-
tos da vítima), e na face anterior do pescoço, quando existe a esganadura;
> presença de tecidos do agressor abaixo das unhas da vítima, como forma de defe-
sa;
> presença de grande quantidade de sangue devido principalmente a hemorragias
internas na vagina ou ânus, bem como rompimento do hímen;
> escoriações, equimoses e lesões vulvares na vítima;
> presença de esperma na vagina e/ou ânus da vítima;
> marcas ungueais no pescoço e costas do agressor;
> marcas de mordidas nos seios, boca, nádegas, orelhas e face da vítima;
> hematomas nos braços, punhos e mãos da vítima, relacionados a lesões de defesa;
> vestes fragmentadas com presença de sêmen e sangue;
O DNA constitui parte dos cromossomos, sendo encontrado no núcleo das células e
sua estrutura é responsável pela transmissão das características genéticas dos seres vi-
vos, de geração para geração, resultando no código genético individual.
Sabe-se que o DNA de uma pessoa é igual em todas as células do seu organismo e
se compõe a partir da informação genética proveniente de seus genitores, metade da mãe
e metade do pai biológico.
Vale dizer, o exame de DNA mostra-se apto a confirmar, ou não, com inigualável ga-
rantia de certeza, a autoria de crimes diversos, e, desse modo, transforma-se em meio de
prova eficaz para o descobrimento da verdade no processo penal. A partir desta consta-
tação, conclui-se que a função deste tipo de exame de corpo de delito extrapola a simples
comprovação da materialidade do crime, podendo adentrar no campo da autoria e até
mesmo atingir o espaço reservado à culpabilidade.
É importante ressaltar que a qualidade do resultado de uma análise de DNA em
vestígios coletados de locais de crime dependerá do tipo, da integridade e da preservação
da amostra considerada. Assim, a qualidade, exatidão e confiabilidade dos resultados
obtidos na análise de DNA em vestígios coletados e/ou relacionados à ocorrências crimi-
nais, depende de procedimentos próprios que devem ser rigorosamente adotados na eta-
pa do isolamento do local do delito e do levantamento das amostras biológicas.
Deve-se salientar que, em princípio, a análise de DNA não identifica um único indi-
víduo, mas sim fornece a probabilidade, estatisticamente comprovada, de sua inclusão
ou exclusão.
A associação de todas as evidências e da própria investigação tornam o resultado do
exame de DNA uma poderosa ferramenta para associar diretamente a(s) vítima(s) e/ou
o(s) suspeito(s) ao fato delituoso.
A análise de DNA poderá ser feita em material orgânico que possua células nuclea-
das como: sangue, fluidos (sêmen, saliva, urina), tecidos moles (órgãos, pele, músculos),
tecidos rígidos (dentes, ossos), pelos (com bulbo).
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Para a análise de vestígios referentes a crimes sexuais são necessárias:
1- Amostras da vítima: amostras vaginal e/ou anal, sangue periférico ou fragmen-
to de tecido da vítima (no morto), sangue periférico ou ―swab‖ bucal da vítima (no vivo).
2- Amostras do suspeito: a colheita de sangue periférico do suspeito deverá ser fei-
ta mediante termo de doação voluntária, ou ―swab‖ bucal.
O EXAME PERINECROSCÓPICO
O exame perinecroscópico representa o exame efetuado pelo Perito na superfície
corporal da vitima, que visa identificar o número e localização das lesões produzidas na
mesma, pelos instrumentos que podem ser utilizados.
Segundo Couto, R. C., o estudo dos ferimentos do cadáver primordial para a deter-
minação do instrumento utilizado e a determinação da dinâmica do fato e, até mesmo,
das características físicas do agressor.
Sinais transformativos
- autólise;
- putrefação;
- maceração;
- mumificação;
- saponificação.
Autólise – trata-se de uma fase ainda sem a atuação de bactérias, onde as próprias
enzimas celulares provocam a quebra dessas células, devido à interrupção da circulação,
diminuindo o pH do meio.
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Alguns venenos como o arsênico e medicamentos como os antibióticos retardam a
putrefação. Já vítimas de infecções, extensas mutilações e afogamentos, apresentam ace-
leração da putrefação.
Desenhos cutaneovasculares
Dissolução putrefeita
Quarta fase – período de esqueletização - o cadáver tem suas partes moles destruí-
das, apresentando apenas os ossos do esqueleto, presos unicamente pelos ligamentos.
Esqueletização
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Maceração – ocorre a transformação destrutiva do corpo, de forma séptica, quando
o corpo está submerso em meio líquido, como os afogados, ou asséptica, nos casos de
fetos que permanecem dentro do útero por algum tempo. Como este meio é asséptico,
não ocorre a putrefação, mas sim um fenômeno de autólise e embebição da pele, com
amolecimento da epiderme, que se destaca e forma bolhas.
Maceração (afogamento)
Mumificação – Pode ser natural ou artificial. Nos casos naturais são necessárias
algumas condições climáticas e de solo como, locais quentes, secos, muito ventilados e
com solo arenoso. Ocorre uma desidratação rápida e como a temperatura é alta as bac-
térias têm dificultada sua ação. O cadáver apresenta acentuada redução do peso, com a
pele dura, seca e enrugada, tendões se transformam em fibras quebradiças.
Mumificação
Saponificação (adipocera)
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ESTUDO DOS FERIMENTOS
Segundo Genival Veloso de França, ―a convivência no meio ambiental pode causar o
homem as mais variadas forma de lesões produzidas por alguns tipos de energia‖, as
quais podem ser de ordem mecânica, física, química, físico-química, bioquímica, biodi-
nâmica e ordem mista.
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Ferida contusa
Ferida incisa
Esquartejamento
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Outro tipo de lesão causada por instrumento cortante é a DECAPITAÇÃO, que é a
separação da cabeça do corpo e pode ser oriunda de outras ações além da cortante, po-
dendo de natureza suicida, acidental ou homicida. Observa-se que a decapitação é mais
comum após a morte, como forma de prejudicar a identificação da vítima.
Decapitação
Existe ainda a lesão conhecida por ESGORJAMENTO, que corresponde a uma longa
ferida transversal no pescoço, com profundidade significativa, lesando órgãos mais in-
ternos como esôfago, laringe e traqueia, podendo ser natureza suicida ou homicida.
Quando se tratar de natureza suicida, as lesões na laringe e traqueia são menos acentu-
adas, sendo mais profunda no início da lesão, pois no final a vítima começa a perder for-
ças.
Quando se trata de natureza homicida, o ferimento é da esquerda para a direita, em
sentido horizontal, uniforme, com a mesma profundidade em toda a sua extensão.
Eventualmente, pode ser causada por instrumentos corto-contundentes nas regiões
anterior e/ou laterais do pescoço.
Esgorjamento
Degolamento
Quando ocorre um acidente ferroviário, e resulta na redução da unidade corporal
em fragmentos com esmagamentos e amputações, recebe o nome de ESPOJAMENTO.
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Instrumento perfurante ou puntiforme - Ferida punctória
A transferência da energia cinética se dá por pressão ou percussão em determinada
superfície. As lesões oriundas desse tipo de ação denominam-se feridas puntiformes ou
punctórias, pela sua exteriorização em forma de ponto.
Os instrumentos perfurantes apenas afastam as fibras dos tecidos, sem determina-
rem cortes ou contusões. Atuam por pressão, ocasionando pouco dano à superfície, po-
rém com grande acometimento em profundidade. Geralmente o diâmetro do instrumento
é pequeno e pode dificultar o exame do orifício de entrada no corpo, dada a elasticidade
dos tecidos. Desta maneira, os orifícios de entrada são normalmente mínimos, com pou-
co sangramento.
Exemplo: agulha, furador de gelo, prego, estilete, alfinete
Ferida punctória
Ferida perfuroincisa
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Instrumento cortocontundente - Ferida cortocontusa
A transferência de energia cinética ocorre de forma mista, com ação cortante e contun-
dente. Este tipo de ferida é influenciado mais pela pressão do que o deslizamento, sendo
que as características das lesões dependem da força exercida pelo agente e das condi-
ções da lâmina, com maior ou menor capacidade de corte. Sua gravidade depende do ân-
gulo de incidência, da superfície atingida e pela força de impacto.
Os instrumentos cortocontundentes atuam por gumes não afiados, mas influenciando,
sobretudo na produção da lesão, o peso do instrumento ou a força de quem o maneja.
Produzem avulsão dos tecidos e concomitante esmagamento, acometendo todos os pla-
nos atingidos, não permanecendo pontas de tecidos mais ou menos íntegros. Apresen-
tam menor sangramento do que as feridas incisas.
Exemplo: facão, machado, foice, enxada, motosserras, rodas de trem.
Ferida cortocontusa
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A importância dos ferimentos na determinação da dinâmica do fato
O tipo, localização e características dos ferimentos determinam grande parte da di-
nâmica do fato. Podem indicar situações de tocaia à vítima, ação opressora, combate,
reação de defesa da vítima, ataque pelas costas, etc.
Efeitos primários
Resultam da ação dos projéteis e são características dos pontos de impacto. Os efei-
tos primários resultam da ação do projétil contra um alvo animado ou não animado. No
alvo animado o projétil atinge a pessoa produzindo orlas de impacto ou embate, forman-
do as zonas de contorno seguintes:
a) Orla de enxugo (orla de limpeza): é produzida nos alvos vivos, pela passagem do
projétil, que ao atravessar o corpo, provoca o arrancamento da epiderme, contundindo-o
e nele limpa, ou seja, se enxuga de seus detritos, apresentando-se seja qual for a distân-
cia do disparo, embora menos pronunciada nos disparos encostados. Por esse mecanis-
mo explica-se o aparecimento desta orla, que margeia como um anel o orifício de entra-
da, no tiro perpendicular, tendo forma de meia lua, no tiro inclinado.
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Ferida perfurocontusa (orla de contusão)
Efeitos secundários
Os efeitos secundários resultam da ação explosiva contra um alvo animado ou não
animado. Os efeitos secundários são os que resultam nos tiros à curta distância, assim
como, da ação dos gases e resíduos da combustão da pólvora. A região atingida pelos
efeitos explosivos compreende as zonas seguintes:
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Ferida perfurocontusa com zona de Chamuscamento
De acordo com a distância que medeia entre arma e o alvo, os tiros podem ser
classificados da seguinte forma: à distância, à curta distância e encostados.
Nos tiros à distância atua apenas o projétil, que ao percutir o alvo, representado
pela pele, esta o envolve e só depois de forçada pelo movimento de propulsão do mesmo
sua resistência cede, esgotada a elasticidade, e se rompe. O orifício de entrada produzido
é quase sempre de bordas invertidas e circulares, quando tratam de tiros perpendicula-
res, posto que a forma deste orifício variará consoante à maneira com que o projétil atin-
ge o alvo, podendo ser circulares (90°), ovais ou arredondados (ângulo diverso de 90°) ou
tangencial, de acordo com o ângulo de incidência.
Ferida perfurocontusa – tiro à distância (entrada de projétil de arma de fogo com forma
arredondada)
Nos tiros à curta-distância a ―boca‖ do cano da arma encontra-se próxima ao alvo,
sendo que além do projétil, fuligem e grãos de pólvora incombusta e semicombusta tam-
bém atingem o alvo, produzindo um orifício de entrada que pode estar encoberto de fuli-
gem e/ou com o entorno salpicado de pontos negros. As feridas podem apresentar cone
de dispersão do tiro, forma arredondada ou circular, orla de contusão, orla equimótica,
orla de enxugo, zona de tatuagem, zona de esfumaçamento (removível) e zona de quei-
madura (chamuscamento).
Nos tiros encostados a ―boca‖ do cano da arma se apoia no alvo, e além do projétil,
atuam os gases resultantes da deflagração da pólvora, que rompem e dilaceram os teci-
dos, produzindo lesões externas. Forma-se em torno do orifício um halo grosseiro, quei-
mado e negro, sendo a lesão denominada ―Câmara de Mina de Hofmann‖, ―Explosão de
Mina de Hofmann‖ ou ―Boca de Mina‖. O orifício de entrada é irregular, amplo, às vezes
estrelado, de bordas invertidas, sendo a pele que cobre a região deslocada e despregada
pela ação dos gases. O diâmetro deste orifício pode ser igual ou maior que o do projétil.
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Ferida perfurocontusa (Mina de Hofmann)
Orifícios de saída.
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DEFINIÇÃO
ARMAS DE FOGO são exclusivamente aquelas que para expelirem seus projeteis,
utiliza-se da força expansiva dos gases resultantes da combustão da pólvora.
ASPECTOS CLASSIFICATÓRIOS
Vários critérios podem ser adotados em uma classificação. Ao ser adotado um crité-
rio, este deve estar fundamentado em elementos intrinsecamente relacionados com a
arma, observando as características específicas e diferenciadas.
LISAS RAIADAS
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CANO DE ALMA LISA
(espingarda)
cas especiais.
sando maior alcance e precisão, pode-se obter um estrangulamento na boca do cano de-
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CANO DE ALMA RAIADA
SIMPLES MISTO
PASSO MISTO: Há va-
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ORIENTAÇÃO: Sentido da rotação do projétil.
ORIENTAÇÃO DESTROGIRA:
DEXTROGIRO SINISTROGIRO
ORIENTAÇÃO
desempenho balístico.
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QUANTO AO SISTEMA DE CARREGAMENTO
ANTECARGA RETROCARGA
CARREGAMENTO ANTECARGA
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CARREGAMENTO RETROCARGA
cano (câmara).
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QUANTO AO SISTEMA DE INFLAMAÇÃO
MECHA
ATRITO
RODA MIQUELETE
RODA
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MIQUELETE
PERCUSSÃO
EXTRÍNSECA INTRÍNSECA
EXTRÍNSECA
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INTRINSECA
PINO LATERAL
RADIAL
CENTRAL
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INTRÍNSECA
RADIAL CENTRAL
DIRETA INDIRETA
ELÉTRICA
Lança foguete.
MÚLTIPLO SEMI-AUTOMÁTICA
AUTOMÁTICA
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TIRO UNITÁRIO
(Carregamento Manual)
MULTIPLO: Comporta-se
como se fossem duas ou
mais armas de tiro uni-
tário simples, montadas
numa só coronha.
REPETIÇÃO
NÃO AUTOMÁTICA
Funcionam pelo princípio da força muscular
do atirador, que através de suas ações desenca-
deará cada fase do funcionamento.
ALAVANCA
BOMBA
FERROLHO
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SEMIAUTOMÁTICA
AUTOMÁTICA
EXCLUSIVAMENTE USO
MILITARES GERAL
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EXCLUSIVAMENTE MILITARES
FIXAS
Deslocamentos somente nos planos verti-
cal e horizontal.
MÓVEIS
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SEMIPORTÁTEIS
USO GERAL
PORTATEIS
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CURTAS Conduzidas em
LONGAS Conduzidas por um só ho-
coldres.
mem, geralmente dotadas de bandolei-
ra.
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EXPRESSOS
CALIBRE REAL
Medida exata tomada diretamente na boca do cano.
(Dentro dos limites de tolerância).
NOS CANOS DE ALMA LISA: Exceto choques
Tabela
Diâmetro
Calibre
(mm)
10 19,3 - 19,7
12 18,2 - 18,6
16 16,8 - 17,2
20 15,6 - 16,0
24 14,7 - 15,1
28 14,0 - 14,4
32 12,75 -
13,15
36 (410) 10,414
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Converteu-se uma libra (453,6g) de chumbo puro em 12 esferas de iguais pesos e
diâmetro. Se uma dessas esferas encaixava-se perfeitamente num determinado cano, o
calibre deste era "12" ou 1/12 Lb; e assim por diante.
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NOS CANOS DE ALMA RAIADA
mente opostos.
CALIBRE NOMINAL
Tipo particular de munição e também na arma, na qual esta munição deva ser
usada corretamente.
Assim para cada tipo de calibre real pode haver vários tipos de calibres nomi-
nais.
Assim sendo:
Calibre nominal .38 => entre outros: .38 SWC, .38 SWL, .38 SPL, .38 SPL+P,
Logo armas com o mesmo calibre real usarão munição diferente por ter calibre
________________________________________________________________________________________________________________________________
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NA PISTOLA NO REVÓLVER
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GENERALIDADES
DIVISÃO
PERCUSSÃO PERCUSSÃO
CENTRAL RADIAL
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CARTUCHOS DAS ARMAS RAIADAS
COMPONENTES
1 - Estojo.
2 - Espoleta.
3 - Carga de projeção.
4 - Projétil ou projetil.
ESTOJO
FINALIDADES
Obturar a câmara.
FABRICAÇÃO
ramento sucessivo.
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CLASSIFICAÇÃO:
TIPO
PERFIL
BASE DO CULOTE
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ESPOLETAMENTO
BOXER BERDAN
NOMENCLATURA
2 - Alojamento da espoleta
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5 - Gola - Aloja a garra do extrator.
arma.
ESPOLETA
FINALIDADE
FABRICAÇÃO
Cobre ou latão.
CONSTITUIÇÃO
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Exemplos de chamas produzidas por espoletas:
TIPO
BOXER BERDAN
NOMENCLATURA
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CARGA DE PROJEÇÃO
DEFINIÇÃO
FINALIDADE
CLASSIFICAÇÃO:
TIPO
FORMA
Esféricos Cilíndricos
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CILINDROS
PROJETIL
FINALIDADE
CLASSIFICAÇÃO:
TIPO
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LIGA DE CHUMBO
Endurecidos com estanho e/ou antimônio.
NOMENCLATURA
A - OGIVA - Favorece as propriedades balísticas con-
cernentes à resistência do ar.
1 - Anel de Vedamento - Área onde o estojo en-
gasta o projétil.
B - CORPO CILÍNDRICO - Favorece as propriedades
balísticas concernentes a arma.
2 - Sulco Serrilhado - Depósito de lubrificante
sólido.
3 - Anel de Forçamento - Adere fortemente no
raiamento.
C - BASE - Área de aplicação dos gases.
4 - Côncavo da Base - Amplia a área de aplicação
dos gases.
ENCAMISADO
Núcleo de chumbo revestido (total ou parcialmente) com uma camisa de percentuais
de cobre, zinco e níquel; podendo inclusive descartar um destes elementos.
Vantagens:
Não provocam chumbeamento nas raias.
Permitem maiores velocidades iniciais.
NOMENCLATURA
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3 - Corpo - Área que se engraza ao raiamento.
PROJETIS NACIONAIS
CHUMBO
CSCV
CHOG
Chumbo
Chumbo
Semi Canto Vi-
Ogival
vo
CHCV CHCT
Chumbo Chumbo
Canto Vivo Cone Truncado
CHPP
Chumbo
Ponta Plana
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SEMI-ENCAMISADOS
EXPP EXPO
Expansivo Expansivo
Ponta Plana Ponta Oca
EXPT
Expansivo
Pontiagudo
ENCAMISADOS
ETPP
ETOG
Encamisado
Encamisado
Total Ponta Pla-
Total Ogival
na
ESCV
ETPT
Encamisado to-
Encamisado
tal
Total Pontiagudo
Semi Canto Vivo
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PROJETIS MILITARES
Contra pessoal e
COMUM
Alvos não blindados.
Observação do tiro,
TRAÇANTE
Incêndios e sinalização.
PERFURANTE - INCENDIÁRIA
EXPANSIVO Treinamento.
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TRAÇANTE Longo espectro.
PERFURANTE
Metal duro.
INCENDIÁRIA
ESTILHAÇÁVEL Exercício.
ALTO
EXPLOSIVA Aeronaves, blindagens leves.
INCENDIÁRIA
TRAÇANTE
Observação do local do alvo.
FUMÍGENO
OUTROS PROJETIS
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Projétil encamisado por uma camisa
pré-sulcada de fibra de carbono, contendo
BLACK TALON
chumbo não endurecido no seu interior,
dotado de uma ponta oca.
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Projetil encamisado por uma camisa
pré-sulcada de latão endurecido, conten-
GOLD DOT
do chumbo não endurecido no seu interi-
or, dotado de uma ponta oca.
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Núcleo de chumbo numa camisa de
NYCLAD
nylon.
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CARTUCHOS PARA ARMAS DE ALMA LISA
COMPONENTES
1 - Estojo.
2 - Espoleta.
3 - Carga de projeção.
4 - Bucha
5 - Projetil ou projetis.
ESTOJO
FINALIDADES
Reunir os demais elementos componentes da munição.
Obturar a câmara.
Determinar o calibre nominal.
FABRICAÇÃO
Latão, papelão ou plástico com base de latão ou totalmente plástico.
NOMENCLATURA
FECHAMENTO
Estrela Orlado
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ESPOLETA
NOMENCLATURA
3 - Discos de papel:
local.
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PROJETIL OU PROJETIS
CARREGAMENTO
SIMPLES MÚLTIPLOS
BUCHA
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co
Constituição
Ogiva
Base
Sulcos Serrilhados
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DEFORMAÇÕES DO PROJETIL
(modificação do formato original)
TIPOS
NORMAIS
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PERIÓDICAS
ACIDENTAIS
(Não provocada pela arma).
São aquelas que ocorrem quando o projetil impacta contra superfície rígidas , ocasi-
ão em que se deformam, se fragmentam ou se moldam no relevo da superfície na qual
impactou.
São representadas por: Amolgamento; Torções; Sulcagem; Dilacerações; Fragmentações
etc...
Estas deformações podem impossibilitar a identificação do calibre do projetil ou o
número original dos ressaltos e cavados.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Muitas vezes estas deformações acidentais são resultantes de:
Falta de cuidado da coleta ou extração do projetil (quando alojado em uma pa-
rede ou osso de vítima);
Mau acondicionamento;
Transporte inadequado.
As deformações acidentais independente de suas origens serão sempre prejudi-
cais à possibilidade de identificação indireta ou individual de uma arma incriminada.
São denominadas deformações indumentárias, quando produzidas pelos fios
do tecido perfurado ou por eles atingidos, e aparecem com mais frequência na ogiva do
projetil.
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PROPOSITAIS
São produzidas no projétil com a finalidade de dificultar ou impedir a
identificação da arma que expeliu o projetil.
Tiros à queima-roupa
Se o alvo estiver colocado a 10 cm da arma, o projétil, além de contundir e perfurar,
queimará a pele, provocando uma zona de queimadura.
O projétil, perfurando a pele, rompe pequenos vasos, formando a zona equimótica.
O interior do cano das armas curtas, de projétil único, não é liso. A usinagem do
cano possui cristas que recebem o nome de raia. A raia produz uma rotação do projetil a
alta velocidade, o que propicia um alcance maior e uma direção mais precisa.
Tiros à distância
São características do orifício de entrada:
- forma arredondada ou ovalar, dependendo do disparo, se for perpendicular ou
oblíquo em relação à vítima;
- quando o tiro é dado em perpendicular, o diâmetro da ferida é menor que o projé-
til;
- a orla de escoriações tem aspecto concêntrico nos orifícios arredondados e em
crescente ou meia lua nos orifícios ovalares;
presença da auréola equimótica (ruptura de pequenos vasos localizados na vizi-
nhança do ferimento);
- bordas para dentro.
São características de saída do projétil das feridas produzidas por arma de fo-
go:
- o orifício de saída é maior que o de entrada;
- a forma é de ferida estrelada (rasgada com as bordas voltadas para fora);
- nunca tem zona de Fisch, nem qualquer outra lesão de pele, pela simples razão
que em momento algum o projétil tocou a superfície da pele na saída, ele a vulnerou de
dentro para fora;
- pode haver zona de enxugo, pois o projétil pode levar tecidos, fragmentos de osso
etc.
De maneira geral, a linha reta que une o orifício de entrada e o orifício de saí-
da representa o trajeto do projétil dentro do corpo.
Em várias ocasiões, o projétil pode mudar de trajeto dentro do corpo, pode se frag-
mentar e pode, também, mudar de ângulo.
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Na cabeça, conforme o grau de impacto, pode ocorrer um fenômeno: O couro cabe-
ludo é móvel, e sob o couro existe um tecido mole. Algumas vezes, o projétil passa pelo
couro cabeludo e não penetra na cabeça, dando-se o nome de bala giratória. O projétil
faz o trajeto entre o couro cabeludo e o tecido que envolve o crânio.
A localização do projétil de arma de fogo dentro do corpo humano é extremamente
difícil sem o auxílio do raio X, pelo fato de o projétil mudar o seu trajeto dentro do corpo.
Quando o projétil entra, forma um cone que recebe o nome de sinal de Bonnet,
onde o orifício de entrada é menor que o de saída. Tem o formato de um funil e, na en-
trada, o diâmetro menor aponta a direção do projétil.
Os principais sintomas são: pele quente e avermelhada, pulso rápido e forte, dor de
cabeça acentuada, sede intensa, temperatura do corpo elevada, dificuldade respiratória,
inconsciência.
A intermação decorre do excesso de calor em locais úmido e não arejados. Os prin-
cipais sintomas são dor de cabeça e náuseas, palidez acentuada, sudorese, pulso rápido
e fraco, temperatura corporal ligeiramente febril, câimbra no abdômen ou nas pernas,
inconsciência.
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A exposição direta corresponde às lesões causadas no organismo em conseqüência
da ação direta do calor, resultados no fenômeno denominado QUEIMADURA. Podem ser
de
Maior ou menor extensão, mais ou menos profundas, infectadas ou não, advindas
das ações da chama, do calor irradiante, dos gases superaquecidos, dos líquidos escal-
dantes, dos sólidos quentes e dos raios solares. As lesões produzidas são de natureza
local e geral, cuja gravidade depende de sua extensão e profundidade.
A gravidade de uma queimadura é diretamente proporcional ao tempo e a intensi-
dade do agente agressor em contato com a pele, podendo apresentar-se de natureza aci-
dental, homicida, suicida e em dissimulação de crimes.
Em Medicina Legal as classificações das queimaduras são feitas considerando a
profundidades das lesões, enquanto que na área clínica a classificação é feitas na área
corporal atingida.
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Queimadura de segundo grau (flictenas)
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Frio
Assim como o calor, o frio pode agir de forma local ou difusa, a qual denominada
hipotermia. A ação geral do frio leva à alteração do sistema nervoso, sonolência, convul-
sões, delírios, perturbações dos movimentos, congestão ou isquemia das vísceras. Os
principais vestígios no periciado são: conservação da postura que antecedeu a morte,
rigidez precoce e intensa, pele anserina, edema em todo segmento superior do corpo, flic-
tenas difusas e necroses de extremidade.
Nos casos de ação local, podem ocorrer lesões denominadas geladuras, que podem
ser classificadas como:
Primeiro grau
Caracterizado pela palidez cutânea ou rubefação local e aspecto anserino da pele.
Segundo grau
Presença de eritema e formação de bolhas ou flictenas de conteúdo claro e hemorrá-
gico.
Terceiro grau
Presença de necrose dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, ade-
rentes e espessas.
Quarto grau
Formação de gangrena ou desarticulação.
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3ª Fase – ―fase respiratória‖
É acompanhada de hipotensão e taquicardia, com movimentos respiratórios lentos,
devido a insuficiência ventricular direita.
Sinais externos
a) Manchas de hipostases – são abundantes, com coloração escura, podendo varia a
cor nos casos de asfixia por monóxido de carbono.
Manchas hipostáticas
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d) Cianose da face – de coloração azulada (elevada concentração de carboxiemoglo-
bina), atingindo a pele e a mucosa. Na asfixia o sangue é escuro e por isso que ocorre um
arroxeamento do corpo de forma mais nítida.
e) Cogumelo de espuma – é formado por muco e ar, exteriozando-se pela boca e pelo
nariz, de coloração clara ou sanguinolenta. É mais comum nos afogados, podendo surgir
em outras formas de asfixia mecânica.
Sinais internos
a) Equimoses viscerais – também chamadas de manchas de Tardieu, localizadas
principalmente nos sulcos interlombares e bordas dos pulmões, no pericárdio e pericrâ-
nio. São manchas violáceas, de número variado, em formato arredondado, que recobrem
a superfície da pleura, vísceras ocas ou mucosas.
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b) Aspecto do sangue – o sangue é escuro e líquido, exceto nas mortes por monóxido
de carbono (sangue vermelho vivo) e nos afogados (sangue róseo).
c) Congestão polivisceral – com exceção do baço, que se contrai nos afogados, todos
os outros órgãos são suscetíveis de congestão nas variadas formas de asfixia. É um in-
chaço das vísceras com sangue de forma generalizada.
A classificação das asfixias é feita por diversos autores, em diversas maneiras.
Umas das classificações é feita por Afrânio Peixoto, onde as asfixias são descritas em
três grupos distintos.
6.1. ENFORCAMENTO
É uma modalidade de asfixia mecânica que se caracteriza pela interrupção do ar
atmosférico até as vias respiratórias, em decorrência da constrição do pescoço por um
laço fixo, agindo o peso do próprio corpo da vítima como força ativa. A causa pode ser
acidental, suplício, homicida ou suicida, sendo esta a mais frequente.
Os laços que apertam o pescoço podem ser de várias naturezas:
- Duros, moles e semirrígidos;
- Com volta única ou múltiplas voltas;
- Nó corrediço, fixo ou sem nó.
Nos laços duros podem utilizados cordões, correntes, fios elétricos, arames, cordas,
ramos de árvore. Nos laços moles, lençol, gravata, cortina. Nos semirrígidos, cinto de
couro.
A suspensão pode ser típica (completa), que é a maioria dos casos, ou atípica (in-
completa):
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TÍPICA OU COMPLETA: corpo sem nenhum ponto de apoio.
A morte por enforcamento pode surgir rápida ou tardiamente, dependendo das le-
sões locais ou a distância. Apresenta fenômenos divididos em três períodos:
Sinais externos
a) Sulco típico (oblíquo de baixo para cima e de diante para trás): sulco é a regi-
ão do pescoço, formada pela constrição do laço, tendo uma posição oblíqua, ascendente,
bilateral.
Pode ser contínuo ou ter uma interrupção (pode ser interrompido ou não), é variável
segundo a região do pescoço. Normalmente se torna interrompido no ponto correspon-
dente ao nó.
Sinais internos
Esses sinais são dependentes do mecanismo e das forças aplicadas sobre os órgãos.
Os mais comuns são: equimoses no tecido celular subcutâneo e nos músculos, fratura
do osso hioideo ou da cartilagem tireóidea, lesões de cordas vocais, lesões das paredes
das carótidas e/ou jugulares e lesões na coluna vertebral.
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ESTRANGULAMENTO
O estrangulamento consiste na asfixia mecânica pela constrição do pescoço através
de um laço acionado por uma força diferente do peso da vítima, obstruindo a passagem
de ar aos pulmões, interrompendo a circulação de sangue ao encéfalo e compressão dos
nervos do pescoço.
A causa jurídica do estrangulamento é na maioria das vezes o homicídio, acidente
ou suicídio em casos em que a vítima faz um torniquete ou outro artifício que mantenha
a pressão do laço.
Da mesma maneira que o enforcamento pode um laço mole (lenço, gravata), semi-
duro (cinto, corda) ou duro (arame, fio elétrico). O laço é acionado em torno do pescoço
em forma de alça, e movido pela força muscular do autor, é alcançada toda a circunfe-
rência do pescoço.
Há casos em que o estrangulamento é atípico, em que o laço passa pela parte ante-
rior do pescoço da vítima, sendo ele puxado às costas do agressor.
Outro caso atípico é quando o laço passa pela parte anterior do pescoço e a vítima é
atraída à força contra grades ou é arrastada. Nesses casos, o sulco é oblíquo, descontí-
nuo e supra-hióideo.
O sulco no estrangulamento é horizontal, contínuo e tem profundidade uniforme em
toda volta do pescoço, podendo ser único, duplo ou múltiplo.
Outro caso de estrangulamento é o ―golpe de gravata‖, em que a constrição pescoço
se dá pela ação do braço e do antebraço sobre a laringe, causando oclusão das vias res-
piratórias ou da obstrução da circulação das carótidas. Pode-se ainda ocorrer o estran-
gulamento através da pressão de alguns objetos, como cassetete e bastão, sobre o pesco-
ço, verificando nesses casos grandes lesões externas como equimoses e escoriações e in-
ternas como fratura dos anéis da traqueia e da laringe.
Sinais externos
- Face tumefeita e violácea devido à obstrução quase sempre completa da circulação
venosa e arterial, os lábios e as orelhas arroxeados, podendo surgir espuma rósea ou
sanguinolenta das narinas e boca.
- Protusão da língua e coloração escura, equimose na face, conjuntiva, pescoço e face
anterior o tórax.
- Marcas ungueais, produzidas pela própria vítima ao tentar retirar o laço, face tumefeita
e exoftalmia.
- Defecação e ejaculação post-mortem.
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Sinais internos
- Lesões da laringe.
- Lesões das artérias carótidas.
- Infiltração hemorrágica dos tecidos moles do pescoço.
ESGANADURA
A esganadura é um tipo de asfixia mecânica por constrição do pescoço pelas mãos,
no sentido anterolateral, sendo a causa jurídica sempre homicida. Podem ser utilizados
também pelo autor o cotovelo, perna ou o pé, sempre com superioridade de força ou
qualquer outro meio que impeça a resistência da vítima. O mecanismo de morte, se deve
principalmente a asfixia pela obturação da glote, graças à projeção da base da língua so-
bre a porção posterior da faringe. São importantes também os efeitos decorrentes da
compressão nervosa do pescoço, levando ao fenômeno de inibição.
Os principais sinais encontrados na esganadura são:
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SUFOCAÇÃO
A sufocação é um tipo de asfixia mecânica produzida pelo impedimento da passa-
gem do ar respirável pro meio direto ou indireto de obstrução. Por meio direto ocorre
oclusão dos orifícios ou dos condutores respiratórios, e por meio indireto, a compressão
do tórax e a sufocação posicional.
A natureza jurídica da sufocação pode ser acidental (por exemplo, ocorre em recém-
nascidos que, dormindo com as mães, são sufocados por estas ou por panos que se en-
contram sobre o leito), homicida ou suicida (o paciente coloca sobre o corpo e a cabeça
cobertores, panos, etc., até asfixiar-se).
Sufocação direta
A sufocação direta apresenta as seguintes modalidades:
- Sufocação por oclusão da boca e das fossas nasais: é utilizada para dificultar,
interromper ou impedir a entrada de ar nos pulmões. É uma prática muito comum no
infanticídio, em que a face do recém-nascido é comprimida, por meio de travesseiro, ou
por meio de papel molhado. Outro modo é a utilização de sacos plásticos envolvendo a
cabeça e presos ao pescoço, levando a uma morte rápida.
- Sufocação por oclusão das vias respiratórias: ocorre quando há obstrução dos
condutos aéreos através de corpos estranhos, impedindo a passagem de ar até os pul-
mões. A morte sobrevém pelo fato de não poder entrar ar pela boca e narinas e/ou pelas
vias respiratórias altas. É mais comum nos casos de acidentes, muito rara no caso de
suicídio e de homicídios.
Sinais internos
- Espuma da traqueia e da laringe, petéquias pulmonares internas e frequentes, en-
fisema e congestão pulmonares, petéquias do pericárdio e do pericrânio, congestão das
meninges e do encéfalo.
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Sufocação indireta (ou passiva)
É a asfixia mecânica em que a morte sobrevém por impedimento respiratório devido
à compressão do tórax ou do abdome. Dessa compressão resulta a impossibilidade do
tórax realizar sua expansão. Com isso o organismo não pode exercitar o mecanismo fisio-
lógico da respiração.
A natureza jurídica mais comum é a acidental, e raramente homicida.
Em geral, em adultos a sufocação apresenta-se associada a outra forma de violên-
cia.
Principais sinais
- O sinal mais freqüente é a máscara equimótica ou cianose cervicofacial, em decor-
rência da compressão torácica.
- Hemorragias diversas (mucosa da boca, nariz, olhos e pulmões).
- Equimose perioral, escoriações ungueais, tumefação da face.
- Congestão polivisceral, edema das vias aéreas superiores.
SOTERRAMENTO
É a asfixia que se realiza pela permanência do indivíduo num meio sólido ou semis-
sólido, de sorte que as substâncias aí contidas penetram na árvore respiratória, impe-
dindo a entrada de ar e produzindo a morte. É na sua maioria acidental, e muito rara-
mente, homicida ou suicida.
AFOGAMENTO
Afogamento é a asfixia mecânica produzida pela penetração de um meio líquido nas
vias aéreas respiratórias, ocasionada pela imersão total ou parcial da vítima, impedindo
assim a passagem de ar aos pulmões. O afogado pode ser vítima de acidente, suicídio,
homicídio e raramente infanticídio, sendo a causa homicida a mais rara. A causa aciden-
tal é a mais comum, uma vez que os indivíduos penetram em águas profundas ou não
sabem nadar, ou por imprevistos como convulsão, luxação e traumatismo na cabeça.
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A morte por afogamento apresenta três fases distintas:
Fase de resistência ou dispneia: presença de apneia voluntária lúcida e com refle-
xos preservados, ou seja, consciência lúcida.
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FIXAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE CRIMINALÍSTICA
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- Os exames periciais em veículos automotores;
- ESTUDO DE CASO -
Texto: Quando as tecnologias se aliam ao conhecimento técnico-científico, o resul-
tado é a precisão e o apuro essenciais à investigação criminal. Um exemplo é o trabalho
realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais com o chamado exame METALOGRÁFICO.
Trata-se de um procedimento com a finalidade de recuperar a numeração original de fá-
brica no chassi e no motor de veículos automotores por meio de um processo químico.
Conforme explica o delegado Luciano Guimarães do Nascimento, titular da 1ª Delegacia
Especializada de Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores (DEIFRVA), o
exame metalográfico permite resgatar a numeração original de fábrica adulterada ou
raspada do veículo produto de furto ou roubo. ―Com a recuperação da numeração origi-
nal do chassi ou motor do veículo, é possível identificar o mesmo e verificar se é proveni-
ente de algum crime‖, explica. A perícia permite, ainda, subsidiar investigações que têm
como suspeitos indivíduos que adulteram ou remarcam número de chassi ou qualquer
sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. ―O autor
deste tipo de delito responde pelo crime previsto no art. 311, do Código Penal, sujeito à
pena de reclusão, de três a seis anos, e multa‖, ressalta Guimarães. Em Belo Horizonte,
o exame metalográfico é realizado nos pátios credenciados do Detran-MG ou no Pátio Se-
guro, local conveniado à Polícia Civil, que tem por objetivo organizar os procedimentos de
remoção, guarda, notificação, restituição e leilão dos veículos apreendidos e/ou recupe-
rados pelas forças policiais. Segundo dados da Polícia Civil, na capital, são levados ao
Pátio Seguro uma média de 20 carros por semana, com suspeita de adulteração, que,
posteriormente, são periciados. Como funciona O exame metalográfico é parte da investi-
gação criminal. Portanto, ao ser apreendido um veículo com suspeitas de adulteração, é
feita uma vistoria para levantar os primeiros indícios de violação. O vistoriador submete,
então, o veículo a uma análise geral com base em seus sinais identificadores, tais como
número de chassi, número do motor e etiquetas autodestrutivas do fabricante. A partir
disso, a autoridade policial pode instaurar inquérito para investigação e é elaborada uma
guia para o trabalho pericial. Assim, cabe ao perito criminal confirmar, por meio do co-
nhecimento técnico-científico aplicado em exames - como o metalográfico - a análise pre-
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liminar realizada pelo vistoriador. ―Nosso objetivo é fornecer o máximo de elementos e
indícios criminais para quem não esteve presente no local do crime saber o que de fato
aconteceu com o veículo‖, explica o perito criminal Kennedy da Cruz Beolck, especialista
na aplicação do exame metalográfico. Kennedy , que atende a uma média de sete exames
por dia, destaca os resultados objetivos alcançados com a perícia. ―Além de ser parte das
investigações, nosso trabalho é muito gratificante, uma vez que conseguimos a recupera-
ção de um patrimônio que, de outra forma, poderia ficar abandonado ou sem uso‖, afir-
ma. Etapas O primeiro passo para a execução do exame é o registro fotográfico de todos
os sinais identificadores. A primeira verificação é feita na placa, composta por tarjeta –
que indica onde e quando o veículo foi emplacado – a placa numerada e o lacre, respon-
sável por anexar permanentemente a placa à tarjeta. ―Se o ano da targeta for mais velho
que o da placa, ou ainda, se não houver registro algum do ano de emplacamento, já é
um primeiro indício de violação‖, assinala Kennedy . Em seguida, é examinada a nume-
ração parcial do chassi, obrigatória nos vidros, no caso de automóveis. ―Além de poder
apresentar algumas incongruências, em muitos casos pode-se constatar que não há cor-
respondência entre o número do chassi e o aplicado nos vidros‖, pontua o perito. Outro
sinal a ser analisado são as chamadas ETIQUETAS AUTODESTRUTIVAS, colocada pelas
montadoras na parte interna dos automóveis, de modo a reforçar a correspondência com
o número do chassi. Como o próprio nome já diz, se o perito não conseguir soltá-la com-
pletamente no momento do exame, isso pode significar uma substituição do sinal por
outro falso. Outro indicativo de possível adulteração pode ser constatado na ETIQUETA
DOS CINTOS DE SEGURANÇA, que traz o ano de inserção, que normalmente deve bater
com o de fabricação do automóvel. Após essa fase, a perícia averigua os NÚMEROS DO
MOTOR e do CHASSI, constituídos por um algarismo de 17 caracteres, que na prática é
como uma carteira de identidade do veículo. Por uma análise ocular, é possível levantar
algumas suspeitas, OBSERVANDO SE OS CARACTERES SÃO EQUIDISTANTES, SE
ESTÃO ALINHADOS e outras características visíveis. Após essas etapas, é feito O
EXAME METALOGRÁFICO EM SI, QUE CONSISTE NO USO DE UM REATIVO QUÍMICO,
NORMALMENTE O ―BESSMANN‖, que age em contato com a superfície metálica do
chassi, penetrando em suas camadas, fazendo emergir a numeração original raspada. O
processo é chamado de ―ensaio destrutivo‖. ―Em menos de um minuto agindo, é possível
observar a olho nu os algarismos, nem sempre com nitidez‖, observa Kennedy . Embora
a reação por si seja rápida, o seu preparo demanda paciência por parte do PERITO, uma
vez que pode ser necessário o uso de removedores e produtos como o ácido clorídrico.
Ainda assim, os resultados quase sempre são satisfatórios. ―Eu diria que quase 99% dos
veículos enviados com suspeitas são confirmados por intermédio da perícia‖, destaca o
perito. Existem diversas modalidades de ADULTERAÇÃO NO NÚMERO DO CHASSI,
dentre elas, a ―remoção‖, que consiste no corte de parte ou toda a superfície do suporte
da numeração identificadora para criação de um novo registro. Há também o chamado
―implante‖, que é a gravação de uma numeração em uma chapa metálica, posteriormente
fixada sobre a numeração original. Diferente desta modalidade, existe o ―transplante‖,
um corte e remoção do suporte onde está gravada a numeração para soldar-se, em seu
lugar, uma chapa metálica que contenha outra sequência identificadora. Por fim, quando
é descoberto o número original do chassi ou do motor, o veículo pode ser regularizado e
seus componentes remarcados para o dono original ou para leilão. Fonte: Acompanhe o
facebook do Detran/MG Assessoria de Comunicação – PCMG (31) 3915-7182 - (31)
3915-7192 imprensa@pc.mg.gov .br - Exames metalográficos aux iliam a Polícia Civ il na
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apuração de crimes envolvendo veículos: https://www .detran.mg.gov .br/sobre-o-
detran/comunicados/noticias/514-exames-metalograficos-aux iliam-a-policia-civ il-na-
apuracao-de-crimes-envolvendo-… 3/3 Tweet; Pesquisado em 23/07/2017.
Sulco
Trata-se de sinal impresso na pavimentação, produzido pelas partes metálicas dos
veículos sinistrados. É importante que se determine qual a parte do veículo que deu ori-
gem ao sulco. Em determinados casos, a localização da região de choque (local onde os
veículos se interagem) é caracterizada no início do sulco. Por exemplo: na ocasião do em-
bate um veículo estoura um pneu e a sua respectiva roda deixa marcas de sulcos quan-
do do movimento rotacional do veículo. Sobrepondo-se a roda atritada no ponto inicial
do sulco e, verificando-se a parte do veículo que recebeu o impacto, localizar-se-á sob
esta, no solo, a região de choque. Geralmente, o sulco serve somente para delinear a tra-
jetória do veículo, posteriormente à colisão. No caso de motocicleta, indica apenas o local
onde esta perdeu o equilíbrio e consequentemente, chocando-se contra o solo.
Frenagem
Referem-se às marcas impressas pelos pneumáticos dos veículos na superfície da
via, quando do travamento das rodas, em face do acionamento do sistema de freios. A
frenagem tem importância para definir a trajetória do veículo na pista. Sua materializa-
ção pode ocorrer antes, durante e depois da colisão. Serve também como subsídio para
cálculos de velocidade como será visto posteriormente. A utilização da frenagem como
elemento comprovador da região de choque, tem eficácia quando esta é sucedida por ar-
rastamento. Assim, pode-se afirmar que o impacto ocorreu no encontro de ambos. A
frenagem geralmente se processa de forma retilínea. Pode ocorrer, que após o choque
esta se prolongue numa outra direção, respeitada a retilineidade. Neste caso, também,
presume-se ser ali o ponto na pista onde ocorreu o embate entre os autos. O sistema de
freios, quando mal regulado, tem eficácia diferenciada nas rodas, promovendo no veículo
uma trajetória ligeiramente curvilínea. Nesta condição, a frenagem externa à curva está
associada a marca de compressão, que será estudada a seguir. Dependendo do tipo do
pneumático, poderá haver divergência entre marcas produzidas pelos pneus dianteiros e
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traseiros. Os pneus dianteiros deixam marcas vivas, devido ao deslocamento da força
resultante para a parte anterior do veículo no momento em que os freios são acionados.
Já os traseiros deixam marcas mais claras. As marcas de frenagens são paralelas entre
si e contêm zona de espelhamento da borracha, caracterizando o início da frenagem.
Compressão
Formada quando o veículo tenha efetuado um movimento curvilíneo, face à atuação
da força centrífuga. Será sempre mais visível no lado externo da curva, onde o veículo
comprime mais o solo. Caracteriza o movimento do veículo, indicando via de regra, o
ponto onde o veículo abandonou a pista de rolamento.
Impressão
As marcas denominadas impressão se apresentam de duas maneiras: • por im-
pressão direta, verificada em superfície moldável, onde fica impresso o desenho dos sul-
cos dos pneus; • por depósito, quando o material é transportado pelos sulcos do pneu e
depositado numa via mais consistente que a anterior, como ocorre com um veículo que
transitou por uma estrada de chão batido e ingressa em seguida numa via asfaltada,
deixando por vários metros o desenho de seus pneumáticos no leito asfáltico.
Região de Choque
Convencionada como a porção na pista, onde os veículos se interagem. Ao restrin-
gir-se a área de choque acentuadamente, tem-se o ponto do choque, que seria a área
imediata da colisão. O perito ao pesquisar a região de choque, deve primeiramente co-
nhecer as trajetórias dos veículos pelas vias para então, observar as suas respectivas po-
sições finais de inércia. Posteriormente, deve analisar as partes colidentes de um veículo,
promovendo a junção destas às partes danificadas do outro veículo. Após este exercício
mental, tem-se a região de choque presumida. O próximo passo seria a busca de elemen-
tos técnicos que a comprovam. A região de choque pode ser definida de várias maneiras,
sendo que as mais trabalhadas são:
• concentração de fragmentos de pintura sólida, vidro, plástico e montículos de ter-
ra; • no encontro do final da marca de frenagem e o início da marca de arrastamento de
um veículo; • interseção das marcas provenientes de dois veículos; • nos casos em que
após o impacto os veículos imobilizam-se prontamente, presume-se que a região de cho-
que encontra-se sob as partes colidentes; • existência de sulcos, nas condições estuda-
das anteriormente.
Aquaplanagem ou Hidroplanagem
Com a ocorrência de chuva é comum formar depósitos de água sobre a pista de ro-
lamento. Os veículos desenvolvendo certas velocidades, os seus pneus perdem a aderên-
cia devido à falta de contato com a pista, ocorrendo a aquaplanagem. Neste caso, a me-
lhor conduta do motorista é não frear e nem mudar de direção.
Esse fenômeno ocorre tanto com pneus com derrapantes em bom estado (frisados),
quanto com os mesmos estando lisos, todavia, tem maior possibilidade de sua ocorrência
quando pelo menos um dos pneus estiver liso.
O Policial ao examinar um local de acidente, com a pista molhada e com filetes ou
depósito de água ao longo da mesma nas proximidades do local do acidente, deve atentar
para o registro da situação dos pneumáticos, bem como da existência de filetes d’água.
Em relação aos meios de sinalização o Policial deve observar todos os meios de sina-
lização existentes nas imediações do ambiente do sinistro. No caso de veículo transitar
em sentido oposto ao estabelecido para a via, deve-se verificar a presença de sinalização
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no cruzamento anterior ao local do acidente, considerando o sentido desenvolvido pelo
mesmo.
Em caso de sinistro, com vítima fatal presente no local, o procedimento inicial deve
ser voltado para o cadáver, identificando-o, descrevendo sua posição de inércia, ação
produtora do ferimento, secreções e órgãos expostos e ferimentos.
IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
Papiloscopia
- Conceito: É a ciência que trata da identificação humana através das papilas
dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo
das Impressões Digitais.
O ramo da medicina legal que se ocupa com as questões concernentes à identifi-
cação criminal é a antropologia forense.
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- Sistema datiloscópico de identificação:
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2) Presilha interna: é o datilograma com um delta à direita do observador, apre-
sentando linhas que, partindo da esquerda, curvam-se e volta ou tendem a voltar ao
lado de origem, formando laçadas;
3) Presilha externa: é o datilograma com um delta à esquerda do observador,
apresentando linhas que, partindo da direita, curvam-se e volta ou tendem a voltar ao
lado de origem, formando laçadas.
4) Verticilo: é o datilograma com um delta à direita e outro à esquerda do obser-
vador, tendo pelo menos uma linha livre e curva à frente de cada delta.
Identificação policial
Nesse sentido, assim ocorre a identificação policial, a partir da comparação entre
a impressão digital encontrada no ―local do crime‖ ou no ―objeto do crime‖ com a i m-
pressão digital do suspeito ou das impressões existente nos bancos de dados do Insti-
tuto de Identificação da Polícia (IGP).
No Estado do RS, quem cuida dos arquivos das impressões digitais é o Instituto
Geral de Perícias (IGP), que se subordina à Secretaria de Segurança Pública do RS.
Os responsáveis pela tarefa de comparar e classificar as impressões digitais cole-
tadas e elaborar um laudo são denominados de papiloscopistas.
- Identificação Datiloscópica
Ao chegar ao local do crime, os técnicos procuram, inicialmente, impressões visí-
veis e moldadas, sendo, posteriormente, procuradas as impressões latentes.
Não são todos os suportes/objetos que conseguem armazenar impressões papila-
res.
Apesar de existirem muitos métodos usados pela polícia para detectar impressões
digitais, existe um grande grupo de superfícies em que nenhum dos métodos é ade-
quado. Para que sejam desenvolvidas novas técnicas é essencial que as propriedades
físicas e químicas das impressões digitais sejam conhecidas.
A preservação dos vestígios deixados pelas marcas das pontas dos dedos de forma
latentes é crucial para o exame eficaz de objeto, bem como dos locais do crime. Isto
significa que se deve ter especial cuidado no manuseamento e utilização desses ele-
mentos de modo a evitar danos nos vestígios já existentes.
Para selecionar qual o melhor método e sequência a adotar no momento em que
ser realizará a colheita do material em que contém as impressões digitais, deve-se ob-
servar, em primeiro lugar, a superfície em que vão ser revelados os vestígios. Se um
método falhar, outro poderá ter êxito. Quando são utilizados vários métodos deve ser
seguida a sequência correta uma vez que, se for utilizado em primeiro lugar o método
errado, este poderá danificar os vestígios latentes que poderiam ter sido revelados por
outro método.
Os vestígios revelados devem ser fotografados ou cobertos, conforme o caso, antes
do tratamento seguinte. Todos os vestígios úteis devem ser fotografados depois de cada
processo, uma vez que poderão ser danificados ou destruídos por um tratamento pos-
terior. Uma variedade de técnicas tem sido usada para melhorar a visibilidade das im-
pressões digitais, principalmente das impressões classificadas como latentes.
Estudos recentes apontam o Brasil como o sexto País do mundo em taxa de homi-
cídios (26,4 homicídios em 100.000 habitantes/ano) e destacam uma situação igual-
mente grave em relação aos crimes sexuais. As taxas de elucidação desses delitos são
baixas, com menos de 10% dos homicidas apropriadamente identificados e condena-
dos, devido à ausência de prova material; tal fato tem causado comumente o arquiva-
mento de vários inquéritos e denúncias.
A Lei nº 12.654/2012 promove alterações tanto na Lei nº 12.037/2009, que
dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o
Art. 5º, Inciso LVIII, da Constituição Federal, como na própria Lei de Execução Pe-
nal (Lei nº 7.210/84), que tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou deci-
são criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condena-
do e do internado.
Como regra geral, a identificação criminal inclui o processo datiloscópico e o
fotográfico, que são juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante,
ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
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A partir da Lei nº 12.654/2012, no caso de a identificação criminal for essencial
às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que
decidirá de ofício ou mediante representação da Autoridade Policial, do Ministério Pú-
blico ou da Defensoria Pública, a identificação criminal poderá incluir a coleta de
material biológico para a obtenção do perfil genético (DNA).
O QUE É LUMINOL?
O luminol é um reagente quimioluminescente que reage com o sangue, emitindo
uma luz, sendo muito usado em perícias criminais.
O luminol brilha diante de peróxido de hidrogênio e hemoglobina do sangue
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O luminol é um composto orgânico em pó, cuja fórmula molecular é C8H7O2N3. Es-
se reagente químico é usado misturando-o ao peróxido de hidrogênio (H2O2, a sua solu-
ção é chamada de água oxigenada), algum hidróxido e outros produtos químicos, o que
origina uma solução líquida.
Quando o luminol e o peróxido de hidrogênio reagem, emitem uma luz de coloração
azul fluorescente. No entanto, como essa reação é muito lenta, não é possível observá-
la somente com a mistura dos dois. Em contato com o sangue, em contrapartida, o ferro
da hemoglobina atua como catalisador e acelera essa reação, bastando cinco se-
gundos para a luz radiante aparecer. Por isso, quando a solução de luminol é borrifada
sobre algum local com sangue, observa-se uma quimioluminescência.
Veja a estrutura química do luminol:
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PERICIA DE INFORMÁTICA:
Através da Internet:
Invasão com dano a sites públicos e privados;
Transferências bancárias ilícitas ou roubo de informações em redes privadas;
Disponibilizar fotos eróticas de crianças ou adolescentes;
Ameaça ou calúnia por e-mail.
Nas impressoras:
Identificar a máquina que elaborou um documento especifico.
Nos Scanners:
Caracterizar a capacidade de uso para reprodução e alteração de documentos públicos
(eles costumam vir acompanhados da CPU e das impressoras).
Nas CPUs, nos discos rígidos, CD, DVD, MPs e Smartphones, etc.:
Localizar um arquivo com texto ou imagem de um documento questionado;
Identificar os programas disponíveis e seus objetivos;
Identificar os programas e os seus números de licença (pirataria);
O contendo e assunto de arquivos;
A existência de arquivos que comprovem os acessos feitos pela Internet ou a troca de e-
mails.
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OBSERVAÇÃO IMPORTNTE:
O Policial Militar quando realiza uma revista pessoal, não tem permissão legal para
vasculhar arquivos pessoais em Telefones Celulares e Smartphones das pessoas aborda-
das, presas ou conduzidas. Tal ação (a de vasculhar arquivos em material particular) po-
derá prejudicar a investigação do fato delituoso em hipótese, tendo em vista que o vascu-
lhamento foi realizado sem o devido Mandado Judicial de Busca e Apreensão.
FONÉTICA FORENSE
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- Verificação de Edição em Registros de Áudio;
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Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia, dentro da Coordenadoria de Segurança e In-
teligência, que atua na análise de vozes com uma equipe de 11 (onze) fonoaudiólogos.
Em casos em que não há disponibilidade de um perito oficial, pode ser nomeado um
perito ad hoc, conforme prevê o Art. 159 da CCP: §1. Na falta de perito oficial, o exame
será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacio-
nada com a natureza do exame.
Além da figura do perito não oficial, o Art. 159 também define que as partes em um
processo, o Ministério Público, o assistente de acusação, o ofendido, o querelante ou o
acusado podem formular quesitos e indicar um assistente técnico.
O assistente técnico será um profissional especializado, contratado por uma das
partes para realizar o exame do material já periciado. Com isso, empresas particulares
oferecem serviços especializados para atuação em assistência técnica em som e imagem
e fonética forense. Nessas empresas, profissionais de diversas áreas de conhecimento
atuam como peritos assistentes técnicos. Aqui, portanto, encontramos mais um ponto de
controvérsia, que profissionais devem exercer o papel de perito na área de fonética foren-
se?
Pelos relatos obtidos, na Polícia Federal há uma maioria de engenheiros, no Ministé-
rio Público do Rio de Janeiro, um contingente exclusivo de fonoaudiólogos, no Instituto
de Criminalística do Paraná, um grupo um pouco mais multidisciplinar, com engenhei-
ros, fonoaudiólogos, profissionais de informática, mas ainda sem contar com um foneti-
cista.
Seja qual for a formação do perito, no entanto, para o desenvolvimento de sua pro-
fissão, seja ele perito oficial, não oficial ou assistente técnico, existem associações de
classe, que promovem eventos, incentivam pesquisa e produzem publicações. (fonte:
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12683.pdf)
Conceito
Medicina Legal é o conjunto de conhecimentos médicos, jurídicos, psíquicos e bio-
lógicos que servem para informar a elaboração e execução de normas que dela necessi-
tam. Utiliza conceitos não apenas para aplicação de leis, mas também para sua elabora-
ção.
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A Medicina Legal se relaciona com uma série de ciências: sociologia, filosofia, botâ-
nica, zoologia e outras ciências, principalmente com o direito em todas as suas áreas.
A importância desse estudo é a repercussão da Medicina Legal na vida das pessoas.
Tudo o que se fala em Medicina Legal tem uma importância decisiva na vida das pesso-
as. Outro aspecto da importância da Medicina Legal é que, enquanto a Medicina comum
se limita à vida da pessoa, a Medicina Legal não se restringe à pessoa humana enquanto
viva: começa na fecundação e não termina nunca; enquanto houver vestígios, pode-se
encontrar dados relativos à vida e à morte do indivíduo.
O campo de atuação da Medicina Legal é muito amplo, pois transcende a vida do
indivíduo, de forma geral e especial.
Perícias e Peritos
Perícia
É o conjunto de procedimentos visando à elaboração de um documento para de-
manda jurídica. É o conjunto de procedimentos executados para esclarecer fato de inte-
resse legal.
Quem faz a perícia são os peritos.
Peritos
São pessoas qualificadas para fazer as perícias. Podem ser oficiais (peritos criminais
e médicos legistas) e não oficiais (peritos nomeados pela autoridade judiciária, que têm a
liberdade de aceitar ou não a nomeação.).
Em alguns países a atividade pericial está ligada ao Poder Judiciário.
O objetivo da perícia é atender às necessidades da comunidade.
Elaborado o processo de perícia, surgem os documentos médico-legais.
Documentos Médico-Legais
Atestado Médico
É o mais simples dos documentos médico-legais. É no atestado que o médico afirma
ou nega, sem maiores considerações, um fato médico. Gera também todos os efeitos ju-
rídicos, com efeito legal. O documento não exige na sua definição nenhum esclarecimen-
to maior, basta que o médico afirme que ―fulano de tal não pode comparecer‖. Não há
necessidade de nenhuma outra afirmação. O médico afirma ou nega um fato de natureza
médica.
Laudo Médico
É o documento que se elabora após a primeira perícia, descrevendo-a detalhada-
mente. O laudo deve conter:
identificação: identificação completa da pessoa ou coisa a ser periciada;
histórico: descrição do quê, quando e como aconteceu o fato;
exame externo: é o exame visual, macroscópico;
exame interno: no cadáver é a autópsia; na pessoa viva pode ser biópsia, radiologia,
coleta de material etc.;
discussão e conclusão: discute-se o que pode ou não pode ser (ex.: quantos tiros, se
houve defesa ou não) Discute-se o aspecto jurídico da lesão e dá-se a conclusão;
respostas aos quesitos: os quesitos podem ser oficiais ou formulados pela autorida-
de requisitante.
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Quesitos:
Houve morte?
Qual a sua causa?
Qual o instrumento ou meio que a causou?
Foi empregada asfixia, fogo etc.?
Os quesitos podem variar de acordo com o crime.
Auto Médico-Legal
O auto médico-legal é feito por legistas após a perícia. O auto médico-legal é seme-
lhante ao laudo, porém, elaborado no decorrer da perícia. Está limitado à exumação de
cadáveres. A exumação é a primeira perícia com características peculiares. O perito de-
pende muito de outra pessoa para a realização do seu trabalho. Requisitada a primeira
exumação de cadáver, marca-se dia e hora e convoca-se: Delegado de Polícia, escrivão,
pessoas interessadas, advogados, médico legista, auxiliar de autópsia, atendente de ne-
crotério etc. O auto médico-legal tem a mesma estrutura do laudo médico. A diferença
entre o laudo e o auto consiste na época em que é feito.
Laudo: após a perícia.
Auto: durante a perícia
Parecer Médico-Legal
Numa situação de dúvida ou de desencontro de perícia, podem as partes ou o Ma-
gistrado se socorrerem de um parecer. É necessário que ele seja elaborado por alguém
que tenha certas características aceitas pelas partes, que seja uma pessoa de notável
saber, cuja sabedoria seja pertinente ao trabalho a ser realizado. Nenhum Juiz está ads-
trito a laudo.
No campo penal faz-se necessária a existência de dois peritos.
Antropologia Médico-Legal
Antropologia é o estudo do ser humano, suas características, seu comportamento,
seu aspecto biológico.
Identidade do Indivíduo
É o conjunto de traços e características que diferencia, que individualiza uma pes-
soa ou coisa. São as características e atributos que tornam a pessoa única.
IDENTIFICAÇÃO
É o conjunto de procedimentos que se faz buscando as características individuais. É
o processo, a tecnologia que se adota para se chegar à identidade, permitindo uma com-
paração prática.
Praticabilidade
Procedimento que seja prático, de baixo custo e fácil.
Exemplos:
a) Classificação de ossos – Os ossos possuem canais (canais de Havers) por onde
passa o sangue. Os canais dos ossos humanos são completamente diferentes de qual-
quer outro vertebrado.
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b) A forma do crânio das principais raças (caucasianos, indianos, negróides, orien-
tais) é uma das características da raça. Pelo formato do crânio, pode-se determinar a ra-
ça do indivíduo.
Idade
Existem algumas faixas etárias juridicamente importantes: 13, 16, 18 e 21 anos.
Especialmente a faixa dos 18 anos, que é a faixa da imputabilidade.
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Os ossos do antebraço são o rádio e a ulna. Posição anatômica é a posição da pes-
soa voltada para a frente, com os braços voltados para a frente e as pernas ligeiramente
afastadas. Sendo essa a posição anatômica, o rádio localiza-se no exterior do antebraço.
Ossos do punho: escalóide, semilunar, piramidal, pisiforme, na primeira fileira. Na
segunda fileira: trapézio, trapezóide, grande osso e ganchoso ou unciforme.
Os ossos da mão são cinco e chamam-se metacarpianos.
Dedos: indicador, polegar, médio, anular e mínimo. O polegar tem dois ossos, duas
falanges, que recebem o nome de proximidal e distal. Os quatro outros dedos possuem
três falanges: proximidal, medial e distal. Além disso, existem pequenas esferas ósseas
que ajudam no processo de articulação, chamados semamóides.
Temos então 32 (trinta e dois) pontos de observação (ossos) para identificar a idade
das pessoas. É por isso que se adota essa parte do corpo para proceder a identificação:
pela quantidade de detalhes e variedade de pontos de observação.
Altura
Existem tabelas para que se possa verificar a altura do indivíduo. Ex.: se o fêmur
mede 48,6 cm, o indivíduo vivo tinha 1,80 m. A tabela pode ser aplicada sobre vários os-
sos: fêmur, tíbia etc.
Identificação Jurídica
Jean de Vucetich, estudando as cristas que todo ser humano possui nas polpas
digitais (pontas dos dedos), chegou à conclusão que nenhuma pessoa possui as impres-
sões iguais às de outra, e também que a impressão das cristas em papel (impressão digi-
tal) poderia mudar de tamanho conforme a idade do indivíduo, mas jamais mudaria o
desenho.
Essa forma de identificação, embora fosse barata, esbarrava na dificuldade de se
encontrar determinada impressão num arquivo imenso.
Vucetich começou, então, a classificar as impressões por grupos. Essas cristas digi-
tais consistem em uma série de linhas, mais ou menos horizontais, as quais Vucetich
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denominou de sistema basilar. No centro da polpa digital existe o sistema nuclear.
Grande parte dos indivíduos possuem também o sistema marginal.
Vucetich verificou que certas pessoas, na confluência dos três sistemas, formam
uma figura chamada delta. O delta pode aparecer nas pessoas de diferentes maneiras:
dois deltas, ausência de delta, só do lado interno ou só do lado externo.
Para seu estudo, Vucetich resolveu colher a impressão dos dez dedos das mãos. O
sistema de letras fica restrito aos polegares; os demais dedos recebem a numeração se-
guinte:
V (verticilo) = 4
E (presilha externa) = 3
I (presilha interna) = 2
A (arco) = 1
Perfurantes
São instrumentos punctórios, finos e pontiagudos. Atuam por pressão, afastando as
fibras do tecido e, raramente, secionando-as. As feridas produzidas por esse tipo de ins-
trumento recebem o nome de punctória ou puntiforme. Exemplo de objetos perfurantes:
agulha, prego, picador de gelo, compasso etc.
Cortantes
São instrumentos que agem por um gume mais ou menos afiado, por mecanismo de
deslizamento sobre os tecidos. A ferida causada por esse tipo de instrumento chama-se
incisa. É errado falar ―ferida cortante‖: o instrumento é cortante, a ferida é incisa. Exem-
plo de objetos cortantes: faca, bisturi etc.
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Contundentes
São instrumentos que agem por pressão, deslizamento, torção etc. Os instrumentos
são como uma superfície plana que atua sobre o corpo humano. A lesão típica provocada
por objeto contundente tem vários estágios, dependendo da força ou do objeto. Exemplo
de instrumentos contundentes: martelo, soco, balaústre, veículo, escada etc.
Eritema ou rubefação
É a primeira lesão provocada por objeto contundente e a mais simples. Alguns pe-
nalistas não aceitam o eritema como lesão corporal. Não há lesão anatômica, somente
uma mancha vermelha transitória que não deixa vestígios. É provocada por impacto de
baixa densidade, produzindo uma dilatação dos vasos sangüíneos. Enquanto existir, re-
trata com fidelidade o instrumento que a causou. Ex.: tapa.
Equimose
Se a lesão foi provocada com tal intensidade que chegou a romper alguns vasos
sanguíneos, recebe o nome de equimose. São as famosas manchas roxas provocadas por
ruptura de vasos capilares, que são vasos pouco expressivos, perto da superfície da pele.
Não há sangramento, mas pequena infiltração de sangue entre as malhas do tecido. As
manchas seguem uma evolução padronizada: mudam de cor até o décimo quinto dia,
quando então desaparecem.
Hematoma
Ocorre quando o instrumento contundente, atuando no tecido corporal, provoca
ruptura de vasos importantes, produzindo o afastamento de tecidos; quando o instru-
mento bate mais pesado e chega a romper um vaso, provocando vazamento de sangue.
Escoriação
É a lesão superficial de atrito (ralada) que rompe a epiderme, deixando a derme a
descoberto. Não há sangramento e não deixa sequelas. A escoriação é produzida quando
o instrumento tangencia e produz um ralamento na epiderme.
Ferida contusa
Produzida quando o instrumento age com muita violência que é capaz de rasgar os
tecidos, formando uma lesão aberta.
Instrumentos básicos
Instrumento Característica Ferida
Perfurante Perfura Punctória
Cortante Corta Incisa
Contundente Contunde Eritema, equimose, hematoma, es-
coriação, ferida contusa
Instrumentos combinados
Instrumento Característica Lesão
Perfurocontudente Perfura e contunde Perfuroconcisa
Perfurocortante Perfura e corta Perfuroincisas
Cortocontundente Corta e contunde Cortocontusa
d) Feridas contusas:
É uma espécie de contusão. Suas características são:
- bordas irregulares;
- traumas nas proximidades das bordas;
- vertentes e fundo irregulares;
- entre uma lateral e outra pode haver ponte de tecido íntegro;
- sangram menos;
- são mais profundas do que compridas.
Esses são os itens que permitem diferenciar uma ferida contusa de uma ferida inci-
sa.
As contusões podem provocar também ruptura de órgãos internos. Existem
órgãos que, por suas características, são mais sujeitos à ruptura, como o fígado e o baço.
Se o órgão é comprimido por aumento de pressão interna, ele se rompe no ápi-
ce da curvatura. Na medida em que se aumenta a pressão interna do órgão, por com-
pressão, ele se rompe.
As contusões podem provocar ainda algumas lesões típicas. Ex.: martelada na
cabeça provoca uma lesão característica que recebe o nome de ferida de Strassmann.
Outra característica da pancada com martelo é o sinal de Carrara (pequenos círculos na
região afetada).
e) Empalamento
O indivíduo é amarrado e suspenso. Coloca-se uma haste e o indivíduo é descido
pela haste, que penetra na região perianal. Era uma prática utilizada como pena de mor-
te. Acidentalmente podem ocorrer empalações. Ex: quedas do cavaleiro; quedas no cam-
po da construção civil.
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LESÕES COMBINADAS
Feridas Perfuroincisas
Essas feridas são provocadas por instrumentos de ponta e gume, atuando por um
mecanismo misto: penetram perfurando com a ponta e cortam com a borda afiada os
planos superficiais e profundos do corpo da vítima. Agem, portanto, por pressão e por
seção.
Faca de ponta
Na ponta da lesão há a perfuração; no trajeto, o tecido se rasga e, no fundo, há a in-
cisão. Regiões de defesa: braço, antebraço, mão e dorso da mão. Para alguns doutrinado-
res, num ataque com faca, de acordo com as lesões provocadas nas regiões de defesa, já
se convencionou no Tribunal do Júri que não existe o ataque de surpresa, pois as lesões
comprovam a defesa e, portanto, conclui-se que não houve surpresa, desqualificando o
homicídio.
Feridas Perfurocontusas
Essas lesões são produzidas por um mecanismo de ação que perfura e contunde. Na
maioria das vezes, esses instrumentos são mais perfurantes do que contundentes. Esses
ferimentos são produzidos quase sempre por projéteis de arma de fogo; no entanto, po-
dem estar representados por meios semelhantes, como a ponta de um guarda-chuva.
A lei penal distingue lesões corporais em três tipos: leves, graves e gravíssimas.
As lesões classificam-se pelo resultado, não importando o seu lugar, o que as pro-
duziu ou qual sua extensão. Do ponto de vista médico-legal, as lesões são classificadas
pelo resultado.
A lei dispõe ―se da lesão corporal resulta (...)‖ e relaciona quatro resultados que de-
finem as lesões graves e cinco resultados que definem as lesões gravíssimas. Por exclu-
são, as lesões não definidas pela lei são consideradas leves.
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Lesões corporais gravíssimas
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ABORTO
O aborto define-se como morte fetal, não importando em que momento.
Técnicas de Aborto
Pode ser feito por meios mecânicos, tubos, sondas, hastes metálicas, com a inten-
ção de romper a bolsa e provocar a expulsão do feto, ou por meios químicos.
Em relação aos meios químicos, não existe uma substância especificamente feticida.
Existem substâncias tão tóxicas que, pela fragilidade do feto, são capazes de matá-lo e,
assim, provocar aborto. Existem drogas, como as prostaglandinas, que provocam contra-
ção do útero, com dilatação e expulsão do feto.
TANATOLOGIA FORENSE I
Conceito
Tanatologia é a parte da Medicina Forense que estuda a morte, abordando os
aspectos biológicos e antropológicos.
Definir ou conceituar morte é um trabalho árduo, para alguns impossível, conside-
rando o atual estágio do conhecimento. Para outros, morte é a cessação da vida. No or-
denamento jurídico brasileiro, o entendimento corrente considera morte como ausência
de vida.
O conceito de morte evoluiu com o tempo, desde a ―morte pulmonar‖ dos gregos até
a ―morte encefálica‖ contemporânea, necessidade atual, compatível com a evolução mé-
dica, permitindo um novo entendimento nos casos de transplantes de órgãos, passando
pela ―morte cardíaca‖, ainda válido, considerado conceito operacional, pois com a parada
definitiva do coração, os demais órgãos param sucessivamente, incluindo o pulmão e o
encéfalo, permitindo o diagnóstico de morte em todos os locais, sem a necessidade de
grandes recursos.
O diagnóstico de morte encefálica, ou parada definitiva da atividade encefálica, é
um procedimento complexo que exige profissionais habilitados, instrumental e centros
médicos de excelência, não existentes em todos os locais do País.
Diagnóstico de morte
A morte é caracterizada em nosso meio pela presença dos sinais abióticos (sinais
que indicam ausência de vida).
Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos órgãos e estruturas, como o
pulmão e o encéfalo, surgem os sinais abióticos imediatos ou precoces, perda da cons-
ciência, midríase paralítica bilateral (dilatação das pupilas), parada cardiocirculatória,
parada respiratória, imobilidade e insensibilidade. Tais sinais são considerados de pro-
babilidade, ou seja, indicam a possibilidade de morte e são denominados por alguns au-
tores como período de morte aparente, por outros são chamados de morte intermediária.
Algum tempo depois aparecem os sinais abióticos mediatos, tardios ou consecu-
tivos, indicativos de certeza da morte, como: livores, rigidez, hipotermia (ou equilíbrio
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térmico) e opacificação da córnea. Tais sinais constituem uma tríade – livor, rigor e al-
gor –, ou seja, alterações de coloração, rigidez e de temperatura, indicativos de certeza
da morte (morte real).
Os livores, alterações de coloração, variam da palidez a manchas vinhosas. São ob-
servados nas regiões de declive, devido ao acúmulo (deposição) sanguíneo por atração
gravitacional. Aparecem ½ hora após a parada cardíaca, podendo mudar de posição
quando ocorrer mudança na posição do corpo. Após 12 horas não mudam mais de po-
sição, fenômeno denominado de fixação.
A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma hora após a parada car-
díaca, progredindo para o pescoço, tronco e extremidades, ou seja, de cima para baixo
(da cabeça para os pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal observação é de-
nominada Lei de Nysten. O tempo de evolução é variável.
Morte encefálica
O critério de morte encefálica é um caso particular, não aplicável no dia a dia, pró-
prio para as situações de transplante de órgãos, em que há a necessidade de um diag-
nóstico rápido e preciso, ou seja, é uma situação particular em que a morte é diagnosti-
cada, tida como certa, com a demonstração da parada definitiva da atividade encefálica.
Nesses casos os órgãos de interesse são mantidos em funcionamento com o uso de
equipamentos e/ou fármacos (drogas médicas).
Tipos de Morte
Quanto ao modo, as mortes são classificadas em naturais, violentas ou suspeitas.
Alguns autores incluem outros tipos, como a morte reflexa (―congestão‖), determinada
por mecanismo inibitório, como nos casos de afogados brancos, estudados em Asfixiolo-
gia. As mortes violentas são divididas em acidentais, homicidas e suicidas.
Quanto ao tempo, as mortes são classificadas em:
Súbita: aquela que não é precedida de nenhum quadro, que é inesperada.
Agônica: aquela precedida de período de sobrevida. Neste item cabe lembrar das si-
tuações de sobrevivência, em que o indivíduo realiza atos conscientes e elaborados no
período de sobrevida; por exemplo, após ter sido atingido mortalmente com um tiro no
coração, o indivíduo tem tempo para reagir e ferir ou matar o desafeto; ou então o suici-
da que, após ter dado um tiro na cabeça, escreve bilhete de despedida (situações não
usuais, mas possíveis).
O diagnóstico diferencial entre as formas ―súbita‖ e ―agônica‖ é possível com provas
especiais, denominadas docimásticas, que estudam as células, tecidos e substâncias
presentes no organismo, como glicogênio e adrenalina.
Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá fornecer ―Declaração de Óbito‖,
documento que contém o Atestado de Óbito e que originará a Certidão de Óbito.
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Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica (doença ou evento que deu
início à cadeia de eventos que culminou com a morte), há necessidade de autópsia pelos
Serviços de Verificação de Óbitos e, nas mortes violentas, as autópsias devem ser reali-
zadas pelos Institutos Médico-Legais.
TANATOLOGIA FORENSE II
Fenômenos Cadavéricos
Microscopicamente, horas após a parada cardíaca, ocorre um processo de autodes-
truição celular denominado autólise, caracterizada por autodigestão determinada por
enzimas presentes nos lisossomos, uma das organelas citoplasmáticas.
Macroscopicamente, o primeiro sinal de putrefação é o aparecimento da mancha
verde abdominal na região inguinal direita (porção direita, inferior do abdome). Tal
mancha é originada pela produção bacteriana de hidreto de enxofre que, por sua vez,
determina a formação de sulfohemoglobina, ou seja, na morte o enxofre ―ocupa‖ o lugar
do oxigênio ou do dióxido de carbono na hemoglobina.
A mancha aparece de 16 a 24 horas após a parada cardíaca, progride para as ou-
tras regiões abdominais e depois para o corpo todo, caracterizando a fase cromática da
putrefação. Nos afogados a mancha verde pode aparecer no tórax.
Putrefação
A putrefação é o fenômeno cadavérico mais freqüente. Tem início com a fase cromá-
tica, como apresentado no parágrafo anterior. A segunda fase, denominada gasosa ou
enfisematosa, aparece geralmente dias após e é caracterizada pela produção de gases e
de álcool etílico.
Os gases mais frequentes são o metano, amônia, putrescina, cadaverina e hidretos
de enxofre, fósforo e flúor.
O hidreto de enxofre determina o odor característico de carne podre. O hidreto de
fósforo, quando em combustão, origina o fenômeno denominado ―fogo fátuo‖.
A formação de gases determina um aumento de volume cadavérico, com língua pro-
trusa, cabeça grande, genitais aumentados, olhos abertos e proeminentes e braços e
pernas com aspecto pneumático. Nesse período os cadáveres dos afogados flutuam, e
ocorre o ―parto pré-mortal‖ nas grávidas.
A terceira fase é a coliquativa, caracterizada pela ―liquefação‖ tecidual, adquirindo o
cadáver um aspecto de pasta.
O resultado da putrefação é a redução das partes moles, restando os ossos, dentes,
cabelos, pelos e partes densas como os tendões, caracterizando a fase terminal denomi-
nada esqueletização.
Maceração
Quando ocorre alguma perturbação ambiental ou na estrutura dos restos mortais,
são observados outros fenômenos cadavéricos. A maceração é um desses fenômenos.
Ocorre quando os restos mortais ficam imersos em meio líquido, sendo caracteriza-
da por putrefação atípica, enrugamento tecidual e exsanguinação (saída do sangue pela
pele desnuda).
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São conhecidas duas formas:
Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos que permanecem, após a mor-
te, em lagos, rios e mares.
Asséptica: observada na morte e permanência do feto intraútero.
É um fenômeno destrutivo e não significa morte na água e sim permanência em
meio líquido.
Mumificação
São conhecidos também fenômenos conservativos.
Os cadáveres inumados em solos com alta concentração salina e em ambientes
quentes e secos, como os desertos e regiões áridas, desidratam (secam), com interrupção
das reações químicas, conservando o tegumento, determinando a conservação parcial
denominada mumificação.
Não pode ser confundida com os processos de conservação artificial, como os em-
balsamamentos.
Saponificação
Outro fenômeno conservativo é a saponificação, caracterizado pela transformação
da gordura corporal em sabão, dando aos restos mortais um aspecto acinzentado e de
manteiga e um odor de queijo rançoso (―adipocera‖). Ocorre com cadáveres de obesos e
grávidas e é facilitado por inumações em solos argilosos, úmidos e mal ventilados.
São conhecidos outros fenômenos conservativos como:
Refrigeração: em ambientes muito frios.
Corificação: desidratação tegumentar com aspecto de couro submetido a tratamen-
to industrial.
Fossilização: fenômeno conservativo de longa duração.
Petrificação: substituição progressiva das estruturas biológicas por minerais, dan-
do um aspecto de pedra com manutenção da morfologia dos restos mortais.
Resumindo, após a parada cardíaca e dos demais órgãos, como o pulmão e o encé-
falo, ocorre o período de morte aparente ou intermediária, seguido do período de morte
real.
As estruturas orgânicas são progressivamente reduzidas a substâncias mais sim-
ples, que farão parte dos ciclos da Natureza.
Inicialmente ocorre autólise, seguida da putrefação, com suas quatro fases: cromá-
tica, gasosa ou enfisematosa, coliquativa e esqueletização. Essa sequência é preferencial.
Tais fenômenos, ditos cadavéricos, são transformativos. Conhecemos dois tipos:
destrutivos e conservativos. Os destrutivos são a putrefação e a maceração e, os conser-
vativos, a mumificação e a saponificação.
ESPERMA
As manchas ou as amostras contendo esperma são identificadas pelo diagnóstico
dos espermatozóides, em exame microscópico direto ou por meio de provas como soro
antiesperma ou de Corin-Stockis, que consiste na obtenção de imagens microscópicas de
espermatozóides coloridos, com o uso de reagentes como a solução de eritrosina amoni-
cal.
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Hoje dispomos de técnicas mais modernas, como a coloração denominada árvore de
natal – que individualiza os espermatozóides no campo observado ao microscópio óptico,
e a denominada ―P50‖, que diagnostica o líquido espermático. Tais provas são chamadas
de certeza.
Na impossibilidade do uso das técnicas de certeza, utilizamos as de probabilidade,
conhecidas como cristais de Florence, cristais de Barbério e fosfatase ácida, sendo essa
última a mais utilizada em nosso meio.
Nos locais de crime e nas autópsias, as manchas de esperma podem ser reconheci-
das pela cor (brancas ou amarelo-citrinas, quando recentes), odor e consistência. Tais
provas são chamadas de orientação.
SANGUE
As manchas ou amostras contendo sangue são identificadas por meio do estudo mi-
croscópico, por espectroscopia (equipamentos laboratoriais com luzes especiais) ou por
técnicas de laboratório, com uso de reagentes químicos, resultando em imagens caracte-
rísticas denominadas cristais de Teichmann. Tais provas são denominadas de certeza.
Temos também provas específicas, como a soroprecipitação de Uhlenhuth e a de
inibição de antiglobulina de Coombs, pouco utilizadas hoje em dia, substituídas por
inúmeras provas com o uso de diversos tipos de reagentes ou de técnicas imunológicas e
imunohistoquímicas.
Na impossibilidade de realização dessas provas, é possível a identificação de sangue
por meio de técnicas de orientação e de probabilidade, como as reações de Adler, Amado
Ferreira, Kastle-Meyer e Van Deen, que utilizam diversos tipos de reagentes.
Por meio de técnicas especiais, é possível também a identificação de manchas e de
amostras contendo urina, leite, colostro, líquido amniótico, mecônio, verniz caseoso, fe-
zes, saliva, fibras em geral, cabelos e pelos.
As técnicas são classificadas em três níveis de confiabilidade: orientação – as que
servem para dirigir os exames, não tendo valor isoladamente; probabilidade – as que
admitem exceções e só têm valor quando não podemos realizar as de certeza – as de
maior nível de confiabilidade.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
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§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificul-
te ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Fede-
ral, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exer-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime en-
volve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de
60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;(Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)
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II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com
deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a ges-
tante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas
causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da ges-
tante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
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CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resul-
tado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da ví-
tima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção
pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§
4 e 6o do art. 121 deste Código.
o (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela
Lei nº 8.069, de 1990)
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela
Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)
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§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei
nº 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o
crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340,
de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu côn-
juge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição,
a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou auto-
ridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abando-
no:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
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II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da
vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão cor-
poral de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda
ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou ina-
dequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela
Lei nº 8.069, de 1990)
CAPÍTULO IV
DA RIXA
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se,
pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
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Parte II
CRIMINOLOGIA
INTRODUÇÃO:
Psicopatologia Forense
A Psicopatologia Forense pode ser entendida como sendo o segmento do conhe-
cimento médico que estuda as desordens do psiquismo, relacionando a personalidade
anormal com fins médico legais, dentre outras finalidades. Também é chamada Psiquia-
tria Forense e Psiquiatria Médico-Legal.
O estudo da psique com fins jurídicos é complexo e controverso, permitindo muitas
interpretações e modificações temporais. Entre os itens programáticos, é considerado de
importância menor. Consideramos as matérias de maior relevância como Tanatologia,
Traumatologia, Sexologia, Asfixiologia e Antropologia, então julgamos prudente estudar
tais itens conceituais.
Personalidade
Para iniciar um breve estudo, é importante ter noções sobre personalidade e cará-
ter.
Segundo Porot, personalidade é a síntese de todos os elementos que concorrem pa-
ra a conformação mental de uma pessoa, de modo a conferir-lhe fisionomia própria. Em
termos gerais podemos dizer que é o hardware da pessoa.
Na constituição da personalidade interferem ou atuam múltiplas variáveis de ordem
biopsíquica (constituição biopsíquica) somadas às experiências vividas (integração). Co-
mo colocado por odon ramos maranhão, constituição é o conjunto da estrutura do orga-
nismo e do temperamento.
A estrutura da personalidade é integrada por:
tipo morfológico: conformação básica;
tipo temperamental: disposição emocional básica;
caráter: conjunto de experiências vividas.
A personalidade apresenta particularidades, que são suas bases fundamentais (ma-
ranhão), a saber:
unidade e identidade: que lhe permitem ser um todo coerente, orga-
nizado e resistente;
vitalidade: caracterizando um conjunto animado e hierarquizado, com
oscilações interiores (fatores endógenos) e estímulos exteriores (fatores exó-
genos), que reage e responde;
consciência: que mantém a informação sobre o si mesmo e o meio;
relações com o meio ambiente: caracterizadas pela regulação entre o
eu e o meio ambiente.
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Personalidade Normal
É difícil estabelecer um critério de personalidade normal. Vários autores adotaram
diversos critérios para atingir tal fim. Exemplificamos duas classificações: a primeira,
baseada no critério biopsicológico e, a segunda, baseada em tipos somáticos.
a) Leptossômico
Alto, magro, pouco musculoso, rosto afilado, encanece precocemente, é introvertido
e oscila da insensibilidade à hipersensibilidade (esquizotímico).
b) Pícnico
Baixo, gordo, com abdome volumoso, sem pescoço, com tendência à calvície, apre-
senta variações frequentes de humor, da euforia à depressão (ciclo tímico).
c) Atlético
De aspecto trapezoidal, ombros largos, relevos musculares evidentes, é explosivo e
agressivo (epileptóide).
Sheldon descreveu os tipos somáticos, com base embriológica, englobando três tipos
básicos: endomorfo, mesomorfo e ectomorfo.
Oligofrenias
As oligofrenias, também denominadas atrasos ou debilidades mentais, são insufici-
ências congênitas, caracterizadas pelo não-desenvolvimento da inteligência; diferem das
demências, caracterizadas por deterioração da inteligência normalmente desenvolvida.
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São vários os critérios diagnósticos:
a) Psicométrico: baseado em medidas do quociente de inteligência, é o critério mais
conhecido, mas que por apresentar muitas deficiências, é atualmente muito combatido.
Divide os deficientes em três grupos:
*> Idiotas: com Q.I. até 30, para alguns autores, e até 20 para outros.
*> Imbecis: com Q.I. entre 30 e 60 segundo um critério e entre 20 e 40 em outro.
*> Débeis: com Q.I. entre 60 e 90 segundo um critério e entre 40 e 65 em outro.
Outros critérios diagnósticos são o social e o clínico; porém, são pouco utilizados.
São inimputáveis.
Alienações
Alienações ou psicoses são alterações psíquicas que tornam o indivíduo impossibili-
tado de manter uma vida normal e de participar da vida em sociedade (vida coletiva e
social), resultando daí as designações alienação ou alienados. São os ―loucos de todo o
gênero‖ do Código Civil e a ―doença ou doente mental‖ do Código Penal.
São exemplos a psicose maníaco-depressiva (atual distúrbio bipolar), as epilepsias,
as senis, a esquizofrenia e as alterações decorrentes do alcoolismo, da sífilis, das drogas,
da arteriosclerose e dos traumatismos crânio- encefálicos.
São inimputáveis, via de regra.
Demências
De acordo com o pensamento de Seglas, as demências ou deteriorações mentais são
caracterizadas por um enfraquecimento (deterioração) intelectual progressivo, global e
incurável. Podem ser exemplificadas pelas senis (arteriosclerose, demência e Alzheimer) e
pelos traumatismos.
São inimputáveis, via de regra.
Personalidades Psicopáticas
Personalidades psicopáticas ou antissociais são as determinadas por conduta
anormal, social ou não (reação antissocial).
Segundo entendimento de Maranhão são indivíduos cronicamente antissociais,
sempre em dificuldades, que não tiram proveito das experiências vividas, nem das puni-
ções sofridas e que não mantém lealdade real a qualquer pessoa, grupo ou código.
Apresentam ausência de sentimentos, incluindo sentimento de culpa, tendência à
impulsividade, agressividade, falta de motivação e intolerância à frustração. Normalmen-
te são religiosos.
São semi-imputáveis, via de regra.
Personalidade Delinquente
Os indivíduos com personalidade delinquente são portadores de defeitos graves do
caráter, quase sempre estruturados e geralmente irreversíveis. Considerados delinquen-
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tes essenciais, primários ou verdadeiros, são também conhecidos como portadores de
personalidades dissociais.
De acordo com jerkins, citado por maranhão, o psicopata (personalidade psicopáti-
ca) apresenta falta de adequadas inibições, o que o leva a desordens do comportamento e
à ação antissocial, enquanto a personalidade pseudossocial (delinquente) se mostra ca-
paz de se adaptar a grupos de comportamento desviado.
Neuroses
As neuroses manifestam-se por alterações frequentes, geralmente sem base anatô-
mica conhecida, que não alteram a personalidade. Caracterizam-se por perturbações afe-
tivas, inadaptação à realidade e sensação de insuficiência afetiva e social, dentre outras.
São exemplificadas por distúrbios neurovegetativos (azia, dor e/ou batedeira no pei-
to etc.), doenças psicossomáticas (gastrite, colite etc.), fobias (―medo‖ de altura, de pon-
tas, de aranha etc.), histeria, angústia e compulsão, dentre outros.
As pessoas portadoras de neuroses são pessoas capazes, pois a personalidade
está preservada.
Finalizando os aspectos introdutórios ao estudo da Criminologia, apresentamos, ba-
seadas nos trabalhos de Maranhão, as diferenças mais significativas entre as neuroses e
a personalidade delinquente:
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O CRIME E SUAS DIFERENTES ABORDAGENS:
(Fonte: https://criminologiafla.files.wordpress.com/2007/08/criminologia-aula-1.doc)
Art. 1º /CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Conceito de crime: O Código Penal não nos traz o conceito de crime. Podemos con-
ceituá-lo sob vários aspectos: (a) Aspecto material: busca o porquê de determinada con-
duta ser considerada crime. Assim, crime é todo fato humano que, propositada ou des-
cuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a
existência da coletividade e da paz social; (b) Aspecto formal: sob esse enfoque, crime é
tudo aquilo que o legislador descreve como tal, pouco importando o seu conteúdo. Há
uma mera subsunção da conduta ao tipo legal, constituindo, diga-se de passagem, uma
afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana; (c) Aspecto analítico: busca estabe-
lecer os elementos estruturais do crime. Assim, crime é todo fato típico, ilícito e culpável
(concepção tripartida) ou é todo fato típico e ilícito (concepção bipartida, em que a culpa-
bilidade não integra o conceito de crime).
Fato típico: É o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes
do modelo previsto na lei penal. São quatro os seus elementos: (a) conduta dolosa ou cul-
posa; (b) resultado (só nos crimes materiais); (c) nexo causal (só nos crimes materiais); (d)
tipicidade. Conduta: Conduta penalmente relevante é toda ação ou omissão humana,
consciente e voluntária, dolosa ou culposa, voltada a uma finalidade, típica ou não, mas
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que produz ou tenta produzir um resultado previsto na lei penal como crime. Funda-se
no princípio geral da evitabilidade. Não se preocupa o direito criminal com os resultados
decorrentes de caso fortuito ou força maior, nem com a conduta praticada mediante coa-
ção física, ou mesmo com atos derivados de puro reflexo, porque nenhum deles poderia
ter sido evitado. (Capez, Fernando Código penal comentado / Fernando Capez, Stela
Prado. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.)
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Na lição de Zaffaroni, chama-se teoria do delito: ―A parte da ciência do direito penal
que se ocupa de explicar o que é o delito em geral, quer dizer, quais são as característi-
cas que devem ter qualquer delito. Esta explicação não é um mero discorrer sobre o deli-
to com interesse puramente especulativo, senão que atende à função essencialmente
prática, consistente na facilitação da averiguação da presença ou ausência de delito em
cada caso concreto.‖ (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Ro-
gério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.)
DIFERENÇA ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO
Existe diferença substancial entre crime e contravenção? Inicialmente deve ser re-
gistrado que o legislador adotou um critério para a distinção entre eles. Assim, no art. 1º
da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei nº 3.914, de 9 de dezembro de 1941),
temos a seguinte definição: Art. 1º Considera-se crime a infração penal a que a lei comi-
na pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulati-
vamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isola-
damente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Embora o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal nos forneça um critério para a
distinção entre crime e contravenção penal, essa regra foi quebrada pela Lei nº
11.343/2006, haja vista que, ao cominar, no preceito secundário do seu art. 28, as pe-
nas relativas ao delito de consumo de drogas, não fez previsão de qualquer pena privativa
de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples), tampouco da pena pecuniária (mul-
ta). Assim, analisando o mencionado art. 28, como podemos saber se estamos diante de
um crime ou de uma contravenção penal? A saída será levar a efeito uma interpretação
sistêmica do artigo, que está inserido no Capítulo III, que diz respeito aos crimes e às
penas. Assim, de acordo com a redação constante do aludido capítulo, devemos concluir
que o consumo de drogas faz parte do rol dos crimes, não se tratando, pois, de contra-
venção penal. Na verdade, não há diferença substancial entre contravenção e crime. O
critério de escolha dos bens que devem ser protegidos pelo Direito Penal é político, da
mesma forma que é política a rotulação da conduta como contravencional ou criminosa.
O que hoje é considerado crime amanhã poderá vir a tornar-se contravenção e vice-
versa. (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. –
19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.)
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CRIMINOLOGIA
Estudo do crime, do criminoso, da sociedade, da vítima e de todas as condições ca-
pazes de explicar como e por que ocorreu o crime.
VITIMOLOGIA
Estudo da vítima; ninguém é totalmente isento de participação no crime que foi co-
metido contra ele. Saber como, por que e quando foi cometido o crime contra determina-
da vítima.
Objetos da Criminologia:
O crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
O Crime:
Incidência massiva na população;
Capacidade de causar dor e aflição;
Persistência espaço-temporal;
Falta de consenso social sobre as causas e sobre técnicas eficazes de inter-
venção;
Consciência social generalizada a respeito de sua negatividade.
O Criminoso:
Não é o pecador dos clássicos, não é o animal selvagem dos positivistas, não
é o ―pobre coitado‖ dos correcionalistas, nem a vítima da filosofia marxista;
É o homem real do nosso tempo, que se submete às leis ou pode não cum-
pri-las por razões que nem sempre são compreendidas por outras pessoas.
A Vítima:
A vítima é entendida como um sujeito capaz de influir significativamente no
fato delituoso, em sua estrutura, dinâmica e prevenção;
Atitudes e propensão dos indivíduos para se converterem em vítimas dos de-
litos;
Variáveis que intervêm nos processos de vitimização: condição social, raça,
cor, sexo;
Situação da vítima em face do autor do delito, bem como do sistema legal e
de seus agentes.
O Controle Social:
Controle Social: Conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que
pretendem promover a submissão dos indivíduos aos modelos e normas co-
munitárias.
Controle Social Formal: Polícia, Judiciário, Ministério Público, Administra-
ção Penitenciária;
Controle Social Informal: Família, Escola, Igreja (Instituições Religiosas) etc.
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O MÉTODO DA CRIMINOLOGIA
AS FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
Funções:
Sua função básica é informar a sociedade e os poderes públicos sobre o deli-
to, o delinquente, a vítima e o controle social, reunindo um núcleo de conhe-
cimentos seguros que permita compreender cientificamente o problema cri-
minal, preveni-lo e intervir com eficácia e de modo positivo no indivíduo de-
linquente.
Não é causalista com leis universais exatas;
Não é mera fonte de dados ou estatística;
Os dados são em si mesmos neutros e devem ser interpretados por teorias
científicas;
É uma ciência prática preocupada com problemas e conflitos concretos, his-
tóricos;
O papel da Criminologia é: lutar contra a criminalidade, controle e preven-
ção do delito;
A Criminologia não tem função ou objetivos voltados para a extirpação;
Considera os imperativos éticos;
A Criminologia não tem conteúdo essencialmente penal (não é 100% penalis-
ta);
A Criminologia tem tríplice alcance: a. explicação científica do fenômeno
criminal; b. prevenção do delito; c. intervenção no indivíduo delinquente;
Prevenção do delito, pois: A ineficácia da prevenção penal estigmatiza o in-
frator, acelera a sua carreira criminal e consolida o seu status de desviado;
Grande complexidade dos mecanismos dissuasórios (certeza e rapidez da
aplicação da pena mais importante que a gravidade desta); Necessidade de
intervenção de maior alcance: intervenções ambientais, melhoria das condi-
ções de vida, reinserção dos ex-reclusos.
(Fonte: https://criminologiafla.files.wordpress.com/2007/08/criminologia-aula-1.doc)
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Servindo como exercício de verificação imediata e produção cognitiva,
será produzida entre alunos e instrutor, com base nos ensinamentos construí-
dos em sala de aula, a: distinção entre Criminalística, Criminologia, Medicina
Legal e Investigação Criminal:
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Prática Pericial (2h/a)
Aplicação dos conhecimentos teóricos em ações práticas de isolamento de locais de
crime; (encenação dos trabalhos da PM em um local de crime complexo)
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TE - trabalho de pesquisa.
Construção cognitiva sobre os tópicos da Moderna Criminologia:
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