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Referenciação
Nacional de Vítimas
de Tráfico de Seres
Humanos
Orientações para
a Sinalização de
Vítimas de Tráfico
de Seres Humanos
em Portugal
Título: Sistema de Referenciação Nacional de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos: orientações para
a sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos em Portugal
Adaptação para a língua portuguesa: Rapvt – Rede de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico
Delegação do Norte:
Rua Ferreira Borges, 69, 3.o F | 4050-253 Porto | Portugal
Tel.: (+351) 222 074 370
Fax: (+351) 222 074 398
E-mail: cignorte@cig.gov.pt
Nota Prévia 5
1. Introdução 7
2. Sinalização de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos 9
2.1. O que é o Tráfico de Seres Humanos? 9
2.2. O que é a Sinalização? 13
2.3. A importância de sinalizar e identificar as Vítimas
de Tráfico de Seres Humanos 14
2.4. Princípios orientadores e regras éticas 19
2.5. Consciencializar para melhor sinalizar 21
3. Vítimas de Tráfico para Exploração Sexual 25
3.1. O que é o Tráfico para Exploração Sexual? 25
3.2. O que não é considerado como Tráfico para Exploração Sexual? 25
3.3. Quem são as vítimas? 25
3.4. Quem está em risco? 26
3.5. Quem pode ser um/a presumível traficante? 27
3.6. Quem pode sinalizar vítimas e onde? 27
3.7. Indícios de Exploração Sexual 29
4. Vítimas de Tráfico para Exploração Laboral 31
4.1. O que é o Tráfico para Exploração Laboral? 31
4.2. O que não é considerado como Tráfico para Exploração Laboral? 32
4.3. Quem são as vítimas? 34
4.4. Quem está em risco? 34
4.5 Quem pode ser um/a possível traficante? 35
4.6. Quem pode sinalizar vítimas e onde? 36
4.7. Indícios de Exploração Laboral 38
5. V
ítimas de Tráfico para outras Formas de Exploração
(Mendicidade Forçada e Atividades Ilícitas) 39
5.1. O que é o Tráfico para a Mendicidade Forçada
e a Exploração de Atividades Ilícitas? 39
5.2. Quem são as vítimas? 39
5.3. Quem está em risco? 39
5.4. Quem pode sinalizar vítimas e onde? 40
5.5. Indícios de Mendicidade Forçada e de Exploração de Atividades Ilícitas 41
6. Sinalizar uma Presumível Vítima de Tráfico de Seres Humanos 42
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CIG Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico
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INDICADORES DE AÇÃO 48
– Recrutamento 48
– Transporte 50
– Alojamento, Acolhimento 52
INDICADORES DO FIM 72
– Exploração Laboral 72
– Exploração Sexual 74
– Exploração da Mendicidade e Exploração
em Atividades Ilícitas Criminosas 76
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Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico CIG
de Seres Humanos em Portugal
NOTA PRÉVIA 5
objetivo destas orientações foi o de propor sobre a Diretiva da UE1 e nos Princípios e
ferramentas para melhorar e harmonizar os Diretrizes sobre Direitos Humanos e Tráfi-
métodos e procedimentos para a sinalização co de Seres Humanos recomendados pela
de vítimas de tráfico dentro da UE, com vista ONU.2
1. Comentário Conjunto da ONU sobre a Diretiva da União Europeia – Uma Abordagem Baseada nos Direitos Humanos,
novembro de 2011.
2. Princípios e Diretrizes Recomendados sobre Direitos Humanos e Tráfico de Seres Humanos, Gabinete das Nações
Unidas, Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Nova Iorque e Genebra, http://www.ohchr.org/Documents/
/Publications/Traffickingen.pdf.
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CIG Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico
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– Polícia Judiciária.
– Para Fins de Exploração Sexual
– Autoridade para as Condições do
Trabalho.
– Para Mendicidade Forçada e Atividades Ilícitas.
– Direção-Geral de Saúde.
1. Introdução
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Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico CIG
de Seres Humanos em Portugal
3. A Diretiva foi transposta para a ordem jurídica interna a 23 de agosto de 2013 – Lei n.o 60/2013, D.R. n.o 162, Série I, de
2013-08-23, que procede à 30.a alteração ao Código Penal.
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2.1 novembro de 2000, Artigo 3 (a), por “introdu- No entanto, os processos de tráfico de se-
ção clandestina de migrantes” entende-se o res humanos e de auxílio à imigração ilegal
facilitar da entrada ilegal de uma pessoa num podem estar interligados, e as diferenças
Estado Parte do qual essa pessoa não é na- entre os dois crimes podem ser difíceis de
cional ou residente permanente, com o obje- identificar. Quer as vítimas de auxílio à imi-
tivo de obter, direta ou indiretamente, um be- gração ilegal, quer as vítimas de tráfico de
nefício financeiro ou outro benefício material. seres humanos de nacionalidade estrangei-
ra podem ser agrupadas como pessoas que
Em casos de tráfico ilícito, o/a migrante con- atravessam a fronteira de forma ilegal, dado
sente em pagar a alguém para organizar que as redes criminosas estão interligadas.
e/ou facilitar a sua entrada ilegal num Estado Da mesma forma, um/a migrante que con-
do qual não é nacional ou residente. sinta em ser auxiliado/a para atravessar uma
fronteira pode, em trânsito ou no seu destino
Em Portugal, o tráfico ilícito de migrantes encon- final, acabar numa situação de tráfico de se-
tra-se tipificado como Auxílio à Imigração Ilegal, res humanos.
na Lei n.o 29/2012, de 9 de agosto – primeira
alteração à Lei n.o 23/2007, de 4 de julho, que
aprovou o regime jurídico de entrada, perma-
2. Sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos
TRÁFICO AUXÍLIO À
DE SERES IMIGRAÇÃO
HUMANOS ILEGAL
Para benefícios
Fim Exploração financeiros ou
materiais
13
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14
2.2 Existem vários motivos para a não perce- PROTEÇÃO E ENCAMINHAMENTO PARA
2.3 ção de vitimização: AS AUTORIDADES COMPETENTES
• As vítimas podem não se ver como tal – As presumíveis vítimas de tráfico devem ser
mesmo que se sintam exploradas, podem
sinalizadas o mais rapidamente possível a
acreditar que são responsáveis pela situa-
fim de saírem da sua situação de explora-
ção, especialmente se houve “consenti-
ção. Independentemente do/a profissional
mento”.
responsável pela sinalização, devem ser
• As vítimas podem não estar cientes de apresentados à presumível vítima os seus di-
que existem leis para protegê-las e de reitos e deveres, nomeadamente a concessão
que existem organismos (governamentais de um período de reflexão (até 60 dias),
e não governamentais) aos quais podem durante o qual lhe são fornecidos apoio e
solicitar ajuda, apoio e assistência. assistência, enquanto decide se coopera
• As vítimas estrangeiras podem não saber ou não com as autoridades relevantes. Se
falar português e, dessa forma, sentem-se a sinalização for realizada por profissio-
incapazes de comunicar com as autorida- nais que não os OPC, deve-se, com o seu
des. consentimento, encaminhar a vítima para a
• As vítimas podem não confiar ou até mes-
2. Sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos
15
e os/as profissionais envolvidos/as nas várias entre o Governo Português e a Organização 2.3
etapas (quem faz o quê, quando e em ar- Internacional para as Migrações (OIM) –
ticulação com quem). Estes procedimentos Missão em Portugal. Este programa, também
garantem que os “direitos humanos das pes- aplicável a vítimas de tráfico, tem como obje-
soas traficadas são respeitados, fornecendo tivo uma política efetiva, digna e humana, de
uma forma eficaz de encaminhar as vítimas retorno voluntário de cidadãos/ãs de países
de tráfico para os serviços.”4 Isto inclui: in- terceiros aos seus países de origem ou a
formação dos seus direitos e opções num Estados terceiros de acolhimento dispostos
idioma que entendam, caso se trate de es- a recebê-los/as. No âmbito deste programa
trangeiros/as; e apoio imediato e proteção geral, os/as cidadãos/ãs poderão receber
adequada às suas necessidades (aborda- aconselhamento referente à hipótese do
gem em função do género). retorno, bem como apoio logístico ao nível
da viagem e, mediante análise individual de
O ICMPD tem desenvolvido alguns projetos cada caso, apoio à reintegração no país de
em que a temática relacionada com os Me- origem.
canismos de Referenciação Transnacional5
para o processo de encaminhamento das Caso o/a profissional contacte com uma
4. National Referral Mechanisms, Joining Efforts to Protect the Rights of Trafficked Persons, A Practical Handbook, OSCE/
ODIHR 2004.
5. http://www.icmpd.org/Guidelines-for-the-Development-of-a-Transnational-Referral-Mechanism-for-Trafficked-Persons-
in-Europ.1846.0.html
6. http://www.icmpd.org/fileadmin/ICMPD-Website/ICMPD_General/Publications/2010/TRM_EU_guidelines.pdf
7. http://www.icmpd.org/fileadmin/ICMPD-Website/ICMPD-Website_2011/ICMPD_General/News/ITINERIS/Brazil_-_
Europe_Migration.pdf
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de Seres Humanos em Portugal
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2.3 O tráfico de crianças é claramente uma vio- 4. Decidir em conjunto a melhor solução para
lação dos seus direitos, conforme definido a presumível vítima;
na Convenção das Nações Unidas sobre 5. Implementar a solução decidida em con-
os Direitos da Criança. São especificamen- junto.
te violados os seus direitos de ir à escola
ou receber alguma forma de educação, de De acordo com as Recomendações em Ma-
ficar com a sua família, de serem protegi- téria de Identificação e Encaminhamento
das da violência sexual e outras formas de para os Serviços de Vítimas do Tráfico de
violência, de ter tempo para brincar e de Seres Humanos da Comissão Europeia9, du-
serem protegidas da exploração. Logo que rante todos estes procedimentos, a partir do
possível, a sinalização deve garantir que momento em que as autoridades competentes
as crianças são libertadas de condições possuam uma indicação de que a pessoa te-
de exploração. A recomendação do Grupo nha sido objeto do crime de tráfico, as presu-
de Peritos da Comissão Europeia sobre o míveis vítimas devem ser consideradas e
Tráfico de Seres Humanos especifica que tratadas como tal.
“quando a idade de uma pessoa, presu-
mida ou identificada como uma vítima de
2. Sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos
17
Estrangeiros, o Artigo 111.o, “Prazo de reflexão”, Artigos 12.o e 15.o da Convenção do Con- 2.3
expressa: selho da Europa, as vítimas devem receber
informações sobre os processos judiciais e
1 – Antes da emissão da autorização de resi-
administrativos relevantes num idioma que
dência prevista no artigo 109.o, o SEF dá
entendam, logo desde o seu primeiro con-
à pessoa interessada um prazo de refle-
tacto com as autoridades competentes. O
xão que lhe permita recuperar e escapar
acesso à justiça, incluindo a compensação e
à influência dos autores das infrações
a acusação de traficantes, depende, muitas
em causa.
vezes, das informações e provas recolhidas
2 – O prazo de reflexão referido no núme- durante a fase de inquérito. É por isso que a
ro anterior tem uma duração mínima recolha de indícios de tráfico deve ser acom-
de 30 dias e máxima de 60 dias, con- panhada da recolha de elementos de prova
tados a partir do momento em que as relevantes, sempre que possível, pelas auto-
autoridades competentes solicitam a ridades competentes.
colaboração, do momento em que a
pessoa interessada manifesta a sua
vontade de colaborar com as autorida- ACESSO À ASSISTÊNCIA
des encarregadas da investigação ou
18
2.3 rados/as em Portugal ou em países comu- Alguns exemplos típicos de violações das
nitários, de forma a assegurar que os seus leis pelas vítimas de tráfico para fins de ex-
direitos sejam cumpridos. ploração laboral incluem:
19
ração, impostos às vítimas, nos três capítulos Os/as recrutadores/as não abordam homens 2.3
sobre identificação das vítimas de tráfico para e mulheres da mesma forma; as falsas pro- 2.4
exploração sexual, exploração laboral ou ati- messas não são semelhantes e os meios de
vidades ilícitas. coação podem ser diferentes.
20
2.4 ve violação dos direitos humanos e expres- de uma violação grave dos direitos hu-
sam a necessidade de uma abordagem com manos; d) vítimas que têm direito a solu-
base nos direitos humanos. O Relatório do ções eficazes.
Grupo de Peritos, de 200415, sobre o Tráfico • As pessoas traficadas são titulares de
de Seres Humanos16, apresenta uma lista direitos, o que significa que os direi-
dos princípios recomendados no seu Docu- tos de proteção, assistência e apoio
mento Explicativo 3, que podem ser resumidos jurídico “não dependem da vontade
da seguinte forma: ou capacidade da pessoa traficada em
• Cumprimento das normas dos Direitos cooperar nos processos judiciais e/ou
Humanos, incluindo: a) o dever de inves- apresentar provas”.
tigar alegadas violações destes Direitos • As medidas direcionadas para a preven-
e b) prestar apoio e proteção às vítimas. ção devem: a) reforçar a posição dos gru-
• Cumprimento do Princípio da Não Dis- pos afetados; b) garantir a aplicação dos
criminação, incluindo: a) a não discri- instrumentos legais relativos à proteção
minação das vítimas perante a lei, e b) contra os abusos dos direitos humanos;
a não discriminação no apoio, em razão c) garantir o direito destes grupos em se-
de género, etnia, situação de imigra- rem defendidos pelo Estado.
2. Sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos
15. Comissão Europeia, Direção-Geral da Justiça, Liberdade e Segurança, Relatório do Grupo de Peritos sobre o Tráfico
de Seres Humanos (Bruxelas, 22 de dezembro de 2004).
16. O Grupo de Peritos criado no âmbito da Decisão da Comissão de 2003/209/CE, de 25 de março de 2003, institui um
grupo consultivo a ser denominado “Grupo de Peritos sobre o Tráfico de Seres Humanos”.
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2.5 onde existe suspeita da presença de trafi- uma possível vítima. Por exemplo, as pos-
cantes, e ensinar à população vulnerável os síveis vítimas podem ser:
estratagemas comuns que os/as traficantes
usam, de maneira que as possíveis vítimas
• Os/as funcionários/as do hotel ou res-
taurante onde a pessoa fica alojada ou
possam evitá-los.
come.
• O/a ajudante doméstico/a que trabalha
na casa da família para onde a pessoa foi
A sociedade civil – a responsabilização convidada, ou na casa do/a vizinho/a.
social: • O/a trabalhador/a que faz parte da equi-
pa que está a renovar o apartamento ou
O público em geral pode e deve desempe-
o escritório do cidadão/ã.
nhar um papel decisivo na deteção de sinais
de possíveis situações de tráfico. Tal sina- • A criança ou o/a adulto/a a mendigar na
lização preliminar pode abrir caminho para rua.
uma posterior sinalização por profissionais. • O/a prostituto/a contactado/a através
De notar ainda que, em Portugal, o tráfico de um website público ou encontrado/a
de pessoas é um crime público, o que sig- num bordel ou casa de alterne.
2. Sinalização de vítimas de tráfico de seres humanos
nifica que para abertura dos procedimentos • O/a agricultor/a que trabalha nos terre-
jurídicos basta que qualquer pessoa denun- nos da vizinhança.
cie a situação às autoridades judiciárias ou
policiais. As entidades policiais e os/as fun- Os/as consumidores/as informados/as não
cionários/as públicos/as são obrigados/as a devem aprender apenas a detetar sinais de
denunciar os crimes de que tenham conhe- possível tráfico, mas também saber quais
cimento no exercício de funções. são as entidades que devem contactar para
denunciar as situações suspeitas que tes-
As vítimas de tráfico são exploradas para a temunharem. De notar que, em Portugal, e
prestação de serviços ou produção de mer- de acordo com o ponto 6 do Artigo 160.o do
cadorias utilizadas pelo público em geral. Al- Código Penal, “Quem, tendo conhecimento
gumas vítimas são trancadas e escondidas da prática de crime previsto (…), utilizar os
em lugares isolados dos quais não podem serviços ou órgãos da vítima é punido com
escapar e aos quais o público não tem aces- pena de prisão de um a cinco anos, se pena
so. Porém, a maioria das vítimas tem algum mais grave lhe não couber por força de outra
grau de exposição ao mundo exterior, ao disposição legal.”
mesmo tempo que são controladas pelos/
/as seus/suas exploradores/as. É por con-
Os/as profissionais não especializados/as
seguinte crucial educar o público acerca do
– a responsabilização profissional:
problema do tráfico e, também aqui, forne-
cer informações relevantes sobre os sinais Existem grupos profissionais que, no decor-
que devem alertar qualquer cidadão/ã de rer da sua atividade, podem, sem saber, en-
que este/esta pode estar na presença de trar em contacto com traficantes e presumí-
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veis vítimas. De modo não exaustivo, estes A formação específica e as campanhas de 2.5
podem ser: sensibilização devem ser direcionadas para
cada profissão e sector, com exemplos pre-
• Profissionaisde saúde, em particular
cisos das situações que podem ser encon-
os/as envolvidos/as na prestação de
tradas e indicações claras sobre como reagir.
serviços especializados relacionados
com ginecologia, pediatria ou cuidados
de emergência (em casos de violência,
por exemplo). Os/as colegas de trabalho – a proximidade
desconhecida:
• Funcionários/as de hotéis ou pensões
que alugam quartos para prostituição Uma outra categoria de pessoas que podem
ou durante a transferência de vítimas estar ativas na deteção de sinais de tráfico
de um local para outro. são os/as próprios/as trabalhadores/as, co-
legas de presumíveis vítimas de tráfico.
• Profissionais de transporte, tais como
motoristas de autocarro, funcioná-
rios/as de bilheteiras ou motoristas de Por exemplo, no caso de situações de ex-
táxi, durante o transporte ou a transfe- ploração laboral, alguns/algumas empre-
24
25
26
3.3 da Europa e países da Comunidade dos Esta- a horário de trabalho, não lhe ser permitido
3.4 dos Independentes (CEI)20, África e, em menor usar preservativos, número fixo de clientes
número, da América Latina e da Ásia. por dia, etc.).
As pessoas também podem ser vítimas de Existem alguns grupos que merecem es-
tráfico dentro do seu país de residência. Um pecial atenção, pois podem correr maior
exemplo típico de tais práticas foi desco- risco de tráfico:
berto na Holanda com o conceito de “lover-
Homens e mulheres estrangeiros no negó-
boys”. O loverboy é um jovem rapaz ou um
cio da prostituição são mais vulneráveis
menino que seduz e persuade uma vítima,
ao tráfico. Em primeiro lugar, porque podem
geralmente uma menina com menos de 18
ter sido enganados/as e seduzidos/as com
anos, através de (a promessa de) uma re-
ofertas de trabalho de outra natureza. Em
lação amorosa com a vítima, com o objetivo
segundo lugar, podem ter contraído uma dí-
de explorá-la através da prostituição ou de
vida para pagar a sua viagem e documentos,
outra forma de exploração.
o que os/as deixa sem outra opção senão
prostituírem-se para pagar essa dívida. Em
Muitas organizações não governamentais,
terceiro lugar, porque podem não estar fami-
governamentais e internacionais detetam e
liarizados com o idioma e contactos locais, o
auxiliam as mulheres e meninas vítimas da
que torna mais difícil solicitarem ajuda.
exploração sexual comercial. É por esta razão
que as estatísticas de mulheres vítimas de trá-
Homens e mulheres com incapacidades
3. Vítimas de Tráfico para Exploração Sexual
20. Organização supranacional envolvendo 11 repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética (Armênia, Azerbaijão,
Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguízia, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turquemenistão, Ucrânia, Uzbequistão), fundada
em 8 de dezembro de 1991.
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Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico CIG
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Crianças, mulheres e homens que estejam 3.5. Quem pode ser um/a presumível 3.4
a ser explorados/as em lugares isolados traficante? 3.5
3.6
e escondidos e vivam no local onde são
prostituídos/as ou têm de prestar serviços Os/as traficantes de seres humanos podem
sexuais, correm um elevado risco de serem ser da mesma família, ou da mesma nacio-
totalmente dependentes dos/as traficantes, nalidade das suas vítimas. Podem até viver e
com poucas possibilidades de fuga. trabalhar com elas. Podem ser prostitutos/as
ou ex-prostitutos/as que foram vítimas de trá-
Pessoas de algumas comunidades/mino- fico anteriormente e agora atuam como tra-
rias podem ser exploradas por homens ou ficantes, com o objetivo de ganhar dinheiro.
mulheres da sua própria comunidade, com Alguns/algumas podem estar envolvidos/as
pouco acesso a pessoas do exterior, até no recrutamento de prostitutos/as, outros/as
mesmo a clientes. Sempre que este seja o podem ser responsáveis por organizar o seu
caso, os/as exploradores/as podem exercer transporte e transferência, enquanto alguns/
um controlo total sobre as mulheres e me- /algumas podem intervir apenas para alojar ou
ninas. recebê-los/as, de forma a colocá-los/as numa
situação de exploração.
Pessoas com problemas de dependências
podem ser exploradas e controladas através
dos seus vícios. 3.6. Quem pode sinalizar vítimas
e onde?
28
29
• Sectoresde habitação dos municípios Não é uma lista exaustiva, e nem todos os 3.6
ou senhorios/as particulares em casos sinais têm de estar presentes para caracte- 3.7
de prostituição em casas de habitação. rizar uma situação como sendo de explora-
• Outros/as prostitutos/as a trabalhar ou a ção sexual. Estes indicadores destinam-se a
viver na proximidade de vítimas de tráfi- orientar profissionais e pessoas que possam
co para exploração sexual. ter contacto com uma presumível vítima no
processo de sinalização.
• Professores/as, educadores/as, médi-
cos/as, assistentes sociais em contacto
Em casos de tráfico para exploração se-
com crianças e jovens, no contexto das
xual de adultos, estes indicadores serão
suas atividades diárias.
combinados com outros indícios que carac-
• Clientes de prostitutos/as. terizam a AÇÃO contra a vítima e os MEIOS
• Pessoas que vivam num bairro inserido empregues para forçá-la à situação. No caso
numa zona de prostituição. de menores, apenas prevalece a observa-
ção dos MEIOS e do FIM.
Os/as intervenientes listados/as acima po-
dem sinalizar as vítimas, no decorrer do seu
trabalho, no âmbito da sua função, papel e INDÍCIOS:
responsabilidades. O tráfico pode ser sina-
lizado em qualquer momento e em qualquer A pessoa:
lugar ao longo de todo o seu ciclo, que, con-
• É forçada a fazer sexo sem preservativos.
30
31
32
4.1. tituições e Práticas Análogas à Escravatura 4.2. O que não é considerado como
4.2. de 1956 (Convenção Suplementar de 1956) Tráfico para Exploração
manteve a mesma definição de “escravatu- Laboral?
ra” e também introduziu o termo “práticas
semelhantes à escravatura”, que se refere O tráfico para exploração laboral deve ser
a instituições e práticas que incluem a es- distinguido de outros conceitos e crimes
cravidão por dívida, a servidão da gleba, for- com os quais é, por vezes, erroneamente
mas servis de casamento e exploração de confundido. Os exemplos indicados abaixo
crianças. O tráfico para casamento tem sido são úteis para apoio aos/às profissionais.
excluído do cerne do presente documento;
contudo, as orientações apresentadas po- Nem toda a exploração laboral é tráfico
dem ajudar na sinalização de alguns sinais para trabalho forçado. Podem ser encontra-
de casos desse tipo. dos/as trabalhadores/as em condições pre-
cárias, por salários baixos ou em ambientes
No contexto do tráfico, a exploração de crian- insalubres, sem que sejam vítimas de tráfico.
ças tem um sentido mais amplo, conforme Se uma pessoa aceitou o trabalho livremen-
explicado nas definições da secção 2. Não te, sabendo quais seriam as condições, e se
são apenas todas as formas mais abusivas pode sair (desde que apresente um razoável
de trabalho infantil, conforme definido no Ar- aviso prévio ao seu/sua empregador/a) sem
tigo 3.o da Convenção da OIT n.o 182 (1999), medo de represálias, essa pessoa não pode
consideradas como Exploração quando são ser considerada uma vítima de tráfico para
4. Vítimas de Tráfico para Exploração Laboral
o resultado de uma das AÇÕES listadas na exploração laboral. Isso significa que os/as
Convenção do Conselho da Europa, mas trabalhadores/as que suportam más condi-
sim todo o trabalho realizado por crianças ções laborais por motivos de necessidade
abaixo da idade mínima de admissão ao económica e falta de opções alternativas
emprego (C138, Artigos 2.o e 7.o). Isto signi- não podem ser automaticamente classifica-
fica que uma criança que trabalhe abaixo da dos/as como vítimas de tráfico, mesmo que
idade mínima, em resultado de recrutamen- sejam trabalhadores/as migrantes.
to, transporte, transferência, alojamento ou
receção por uma terceira pessoa, é vítima Nem toda a exploração laboral é escrava-
de tráfico. Na realidade, a exploração pode tura ou prática semelhante à escravatura.
assumir muitas formas diferentes, mas ge- Claramente, os elementos de propriedade,
ralmente envolve trabalho sujo e perigoso, relação permanente e controlo absoluto po-
por pouco ou nenhum pagamento, com tem- dem ser usados para diferenciar um caso
po de descanso insuficiente, e sem redes de de exploração de um de escravatura. Além
segurança, como seguro de saúde ou as- disso, trabalhar horas extra excessivas por
sistência social, e muitas vezes com algum um salário baixo pode ser resultado de ou-
grau de força ou violência”. tros motivos, como a falta de alternativas
económicas.
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Trabalho não declarado ou oculto não é muitas das vítimas de tráfico para explora- 4.2.
igual a tráfico de pessoas. O trabalho não ção laboral na UE são cidadãos/ãs da UE,
declarado é descrito como “quaisquer ativi- que não solicitaram autorizações de resi-
dades pagas que são legais no que respei- dência ou de trabalho. Isto demonstra que
ta à sua natureza, mas não são declaradas qualquer pessoa pode ser vítima de tráfico
às autoridades públicas, tendo em conta as de seres humanos sem ser, contudo, um/a
diferenças nos sistemas de regulamentação “migrante em situação irregular”. Existem
dos Estados-membros” da UE21. Esta defini- também migrantes vindos de países tercei-
ção exclui atividades criminosas e trabalhos ros e que atravessam a fronteira na posse
que não têm de ser declarados. Na realida- de documentos válidos, com a ajuda de al-
de, a maioria dos casos de tráfico para ex- guém que posteriormente os/as envia para
ploração laboral envolvem trabalho não de- um/a empregador/a que pertence à cadeia
clarado. Mas, em teoria, as pessoas podem de exploração. Por outro lado, muitos/as
ser vítimas de tráfico de seres humanos e migrantes em situação irregular trabalham li-
exploradas no âmbito de atividades laborais vremente, sem qualquer ameaça de sanção,
declaradas. Do mesmo modo, nem todas as e podem estar, ou não, a trabalhar em más
atividades laborais não declaradas resultam condições de trabalho. Nesta descrição, o/a
em tráfico: o trabalho total ou parcialmente profissional não pode ainda esquecer que
não declarado serve muitas vezes interes- existem vítimas nacionais exploradas em
ses imediatos de ambas as partes da relação território nacional.
laboral, em prejuízo dos direitos sociais futu-
21. Communication from the EC Comission on undeclared work. Bruxelas, 07.04.1998 COM (1998) 219 final. Disponível na
Internet http://aei.pitt.edu/5111/1/5111.pdf.
22. Diretiva 2009/52/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, Artigo 2.o
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CIG Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico
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23. Estas estimativas incluem os muitos casos de tráfico de crianças que envolvem mendicidade forçada e atividades
ilícitas, que serão apresentados na próxima secção.
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35
os seus direitos, estes/as não têm os mes- posição de confiança. Isto pode levar a situa- 4.4.
mos direitos laborais e proteção legal que ções em que os/as trabalhadores/as migran- 4.5.
os/as outros/as trabalhadores/as. Além disso, tes ficam totalmente dependentes dos seus/
podem estar confinados/as ao seu local de /suas recrutadores/as para obter alojamento,
trabalho e habitação, com pouca ou ne- alimentação e trabalho, sem liberdade para
nhuma exposição ao mundo exterior e com se irem embora. Muitos casos de tráfico fo-
acesso limitado aos meios de comunicação ram encontrados em estaleiros de obras ile-
(uso de telefone, Internet, etc.). Os/as trafi- gais, onde todos/as os/as trabalhadores/as
cantes de mulheres para trabalho domésti- e diretores/as pertenciam ao mesmo grupo
co podem usar estas vulnerabilidades, que étnico, e onde os/as trabalhadores/as eram
são inerentes a este tipo de trabalho, para forçados/as a viver nas instalações de tra-
recrutar e colocar mulheres, especialmente balho, sem nenhum contacto com o exterior.
migrantes, junto de empregadores/as sem
escrúpulos, que irão explorá-las. As crianças de famílias e comunidades po-
bres podem ser alvo dos/as recrutadores/as,
Pessoas que vivem em fracas situações que vão convencer os pais a deixá-las partir
sociais e económicas, analfabetas ou com eles/as sob falsas promessas de edu-
com uma educação limitada podem estar cação ou de trabalho. Este tipo de recruta-
em risco de virem a tornar-se vítimas de trá- mento acontece mais frequentemente após
fico porque a sua vulnerabilidade pode ser a ocorrência de catástrofes pessoais ou so-
aproveitada por traficantes e porque é me- ciais, como, por exemplo, crises económicas,
36
4.5. de ganhar dinheiro. Alguns/algumas podem – Nos centros para requerentes de asilo,
4.6. estar envolvidos/as no recrutamento de onde algumas vítimas de tráfico podem
trabalhadores/as, outros/as podem ser res- permanecer sob falsos pretextos, força-
ponsáveis por organizar o seu transporte das a fazê-lo pelo seu/sua traficante.
e transferência, enquanto alguns/algumas – Nas prisões, onde alguns/algumas cri-
podem intervir apenas para alojar ou rece- minosos/as podem ter sido forçados/as
ber as vítimas, de forma a colocá-las numa a trabalhar em atividades ilícitas pelo/a
situação de exploração. De referir o papel seu/sua traficante.
cada vez mais ativo das agências de traba-
lho temporário. – Quando uma pessoa pede ajuda por
iniciativa própria acerca de assuntos re-
lacionados com condições de trabalho.
4.6. Quem pode sinalizar vítimas • Motoristas de autocarros internacionais,
e onde? pessoal de companhias aéreas e aero-
portos, onde as vítimas podem estar ou
A sinalização pode e deve ser realizada pe-
não acompanhadas e sob o controlo
los/as seguintes profissionais:
do/da seu/sua traficante.
• Forças e Serviços de Segurança ou Au- • Pessoal de ONG ou de entidades go-
toridades Inspetivas: vernamentais de proteção da criança
– Em locais abertos ou fechados onde o credenciadas que:
4. Vítimas de Tráfico para Exploração Laboral
37
Nem todos/as os/as profissionais destas or- Os indicadores listados abaixo foram conce-
ganizações e organismos são responsáveis bidos para serem fáceis de entender e me-
pela condução da avaliação necessária para morizar, especialmente no caso dos sinais a
a sinalização e identificação formal das víti- serem detetados. Os programas de sensibi-
mas de tráfico. Mas todos/as devem ser ca- lização e formação serão baseados nestas
pazes de detetar os sinais e reconhecer listas de indicadores.
os indicadores. É igualmente importante
saber com quem devem entrar em contacto.
É por estas razões que as boas práticas
foram compiladas como recomendações
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4.7. 4.7. Indícios de Exploração • Trabalha por chamada (24 horas por dia,
Laboral 7 dias por semana).
• Os horários são fora do normal.
A lista de indícios de exploração laboral
abaixo é apresentada para ajudar os/as pro-
• Também trabalha na propriedade privada
do/a empregador/a.
fissionais a reconhecerem que podem ter
contacto com presumíveis vítimas. Não é • São-lhe negadas pausas, dias de folga,
uma lista exaustiva, e nem todos os indícios tempo livre, e os benefícios a que tem di-
têm de estar presentes para sinalizar uma reito, tais como férias pagas.
situação como sendo de exploração laboral. • Espera-se que viva no mesmo local onde
trabalha.
Em casos de exploração laboral de adultos, • Existeum grupo étnico excessivamente
estes indícios serão combinados com outros representado no local de trabalho.
que caracterizam a AÇÃO contra a vítima e
os MEIOS empregues para forçá-la à situa-
O local e as condições:
ção.
• O ambiente de trabalho é insalubre, com
pouca iluminação e ventilação, falta de
INDÍCIOS: aquecimento e sem acesso a instalações
sanitárias.
A pessoa:
• Não existem avisos de segurança ou so-
4. Vítimas de Tráfico para Exploração Laboral
• É-lhe exigido que realize trabalhos perigosos bre saúde no local de trabalho, e há falta
sem equipamento de proteção adequado. de equipamentos.
• Não tem a formação e experiência neces- • As condições de trabalho violam as leis
sárias para trabalhar com segurança. do trabalho e as convenções coletivas.
• É-lhe exigido que realize atividades ilícitas • O horário de trabalho não está bem definido,
ou humilhantes. se estiver sequer definido.
• É-lhe exigido que trabalhe mesmo estando • A remuneração tem por base os resultados
doente ou durante a gravidez. e está vinculada a metas de produção.
• Não tem verdadeiros representantes para ne-
gociar as suas condições no local de trabalho.
O/a empregador/a:
• Tem de fazer horas extra sem receber re-
muneração por esse tempo. • Não pode apresentar contratos de trabalho,
seguros ou registos relativos aos/às tra-
• Parece exausta e tem um aspeto descuidado. balhadores/as.
• Tem de trabalhar horas extra para ganhar
o salário mínimo legal. Caso se trate de crianças, não há necessida-
• Se, numa dada ocasião, se recusar a tra- de de detetar a existência de indícios de uso
balhar horas extra, nunca mais volta a ter da força, ardil ou qualquer outro dos meios
oportunidade de fazê-lo (lista negra). referidos para suspeitar de um caso de tráfico.
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39
5.1. O
que é o Tráfico para a 5.2. Quem são as vítimas?
Mendicidade Forçada e a
Exploração de Atividades Não existem estimativas do número de ví-
Ilícitas? timas envolvidas nestas formas de explora-
ção dentro da UE, pois, na última Estimativa
O preâmbulo 11 da Diretiva 2011/36/EU do Global da OIT, estas foram incluídas dentro
Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de da categoria de exploração para trabalho
abril de 2011, é dedicado a esta questão. A forçado. Segundo a OIT, pode dizer-se que a
Diretiva adota um conceito mais amplo daqui- maioria das crianças envolvidas em trabalho
lo que deve ser considerado tráfico de seres forçado na Europa foram exploradas para as
40
5.3. atividades criminosas no estrangeiro. Esse 5.4. Quem pode sinalizar vítimas e
5.4. processo também pode ocorrer como forma onde?
de liquidar uma dívida pendente.
Além das Forças e Serviços de Segurança,
As pessoas que tenham estado envolvidas existem locais e intervenientes específicos
em atividades criminosas, sem terem sido relevantes para a sinalização de tráfico para
forçadas, podem tornar-se alvo de traficantes atividades criminosas, a saber:
do seu próprio país, que irão explorar o seu
passado e forçá-las a praticar atividades cri- • Elementos das Forças e Serviços de Se-
minosas. Os/as traficantes podem ameaçar gurança que detenham menores por de-
denunciá-las às autoridades pelos seus ou- litos relacionados com drogas ou outros
tros crimes, ou revelá-los às suas famílias, ou devem investigar se existe algum indí-
usar ameaças para recrutá-las à força. Os/as cio de coação ou intimidação. Mesmo as
consumidores/as e os/as traficantes de dro- pessoas com emprego na área da segu-
gas são especialmente vulneráveis a estes rança privada (por exemplo, em centros
tipos de ameaças. comerciais) não devem esquecer que
um/a menor pode ter sido forçado/a a
Os/as trabalhadores/as migrantes que via- realizar uma atividade criminosa.
jam com um visto de estudante são vul-
neráveis ao tráfico porque podem ter sido
• Os/as magistrados/as e juízes/as, duran-
5. Vítimas de Tráfico para outras formas de Exploração
41
42
1. GARANTIR A SEGURANÇA
aqueles/as que, no decurso da sua atividade
profissional diária, podem deparar-se com
Caso o/a profissional esteja em contacto
(presumíveis) vítimas de tráfico de seres
presencial com a presumível vítima, a prio-
humanos. Podem pertencer aos seguintes
ridade é ter a certeza de que a situação é
grupos (a lista não é exaustiva):
segura tanto para ela como para o/a profis-
• Profissionaisde Linhas Telefónicas de sional. Caso se trate de um/a profissional de
Apoio (por ex.: 144, Linha SOS Imigrante, um organismo que não das Forças de Se-
Linha Crianças Desaparecidas…); gurança, se existir qualquer dúvida sobre a
• Profissionaisde Organizações Não Es- segurança de qualquer um dos dois, então é
pecializadas (por ex.: Serviços de Saúde, necessário reportar a situação às autoridades
Serviços Sociais…); competentes (GNR, PSP, SEF ou PJ).
• Profissionais
de Organizações Especiali-
Se necessário e possível, o/a profissional
zadas (por ex.: Equipas Multidisciplinares
deve oferecer à pessoa: alimentação, des-
Especializadas…);
canso e acesso à satisfação de outras ne-
• Forçasde Segurança (por ex.: GNR e cessidades básicas.
PSP, no âmbito do programa de Policia-
mento de Proximidade);
• Autoridades Inspetivas (ASAE, ACT). 2. AVALIAR SE A PESSOA É MENOR
43
Algumas palavras básicas podem ser suficien- No final da conversa, se o/a profissional con-
tes para estabilizar emocionalmente a presu- cluir que a pessoa é uma presumível vítima
mível vítima de tráfico. De forma a ser possível de tráfico, poderá perceber se deseja par-
uma sinalização correta, e no caso de os/as ticipar a situação às Forças e Serviços de
profissionais estarem perante uma pessoa de Segurança e dar início a uma investigação
nacionalidade estrangeira, é necessário ter a criminal, e explicar que, independentemente
certeza que ela compreende aquilo que lhe é da resposta ao ponto anterior, a pessoa será
dito pelos/as profissionais, para o que existem encaminhada para estruturas formais de
serviços de interpretação certificados (por ex., apoio.
o CNAI). Não é aconselhável recorrer a co-
nhecidos/as, familiares ou pessoas do mesmo
grupo onde se encontrava a presumível vítima,
pois podem estar relacionados com o/a trafi-
cante ou até ser o/a próprio/a.
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24. Esta secção é baseada e assenta numa metodologia desenvolvida pela OIT no contexto do desenvolvimento de
uma ferramenta de e-learning para a identificação de vítimas de trabalho forçado. Os indicadores foram modificados
para refletir os elementos distintos da definição de tráfico constante na Diretiva da União Europeia. O objetivo destes
indicadores está limitado à avaliação da probabilidade de que o/a trabalhador/a seja vítima de tráfico de seres humanos.
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C. MÉTODOS A UTILIZAR – Lista com con- seres humanos. Uma vez identificada como 6.
junto não exaustivo de procedimentos tal, deverá beneficiar da assistência prevista
que incluem observações diretas no lo- na legislação nacional.
cal, análise da documentação relevante,
recolha de amostras, realização de entre- Os/as adultos/as, uma vez identificados/as
vistas no local e fora dele, entre outros. como vítimas de tráfico de seres humanos,
devem:
D. RECOLHA DE PROVAS – Apresentação – Ter direito a um período de recuperação
de uma lista não exaustiva dos elementos e reflexão mínimo de 30 dias (segundo
específicos que possam constituir prova. a Convenção do Conselho da Europa
Estes indicadores podem ser usados em Relativa à Luta contra o Tráfico de Se-
todas as etapas do tráfico (oferecer, en- res Humanos), permitindo à vítima, sem
tregar, recrutar, aliciar, aceitar, transportar, residência legal, o direito de permane-
alojar ou acolher). cer no país, a recuperar e a tomar uma
decisão informada sobre se deseja coo-
No fim da sinalização, o/a profissional pode perar com as autoridades competentes
resumir o processo da seguinte forma: para processar o/a traficante. Em Portu-
46
47
48 49
INDICADORES DE AÇÃO
Recrutamento
A pessoa: • Como é que ficou a saber do trabalho (publicidade, de forma • Reúna e analise todos os documentos relacionados com o recruta- • Declarações de testemunhas.
informal, através de contacto direto)? Foi abordada por um/a mento e os termos e condições de trabalho do/a empregador/a, do/a • Contratos de trabalho ou outros documentos que
• Não sabe como obteve os seus documentos de trabalho. recrutador/a ou agente? trabalhador/a e de outras fontes (por exemplo, serviços de transporte, indiquem os termos e condições de trabalho.
• Pagou taxas excessivas pelo transporte. • Quem organizou o recrutamento? jornais ou outros meios de comunicação que contenham o anúncio de • Fontes relacionadas com o recrutamento (por
• Não tinha conhecimento do lugar para onde iria trabalhar. • A quem é que pagou as taxas de recrutamento? Quanto trabalho original, bancos ou serviços de transmissão de dinheiro que exemplo, anúncios de emprego em jornais, na In-
custou? estabeleçam as taxas de recrutamento). ternet, na rádio ou na televisão, cartazes, folhetos).
• Pagou a alguém para conseguir o emprego.
• Existe uma dívida atual vinculada ao recrutamento? • No caso de exploração sexual, examine os documentos (se disponíveis) • Registos de transações financeiras entre o/a
• Não se candidatou ao emprego.
com promessas de emprego, a sua natureza e condições. empregador/a, o/a intermediário/a e a pessoa (por
• Não existe contrato de trabalho (verbal ou escrito) ou os ter- • A pessoa pediu para não aceitar o emprego depois de ter
concluído a formação? • Verifique se existem registos de comunicação para determinar os meios exemplo, folhas de vencimento, livros e registos,
mos e condições do mesmo estão mal definidos.
de recrutamento, as relações entre empregadores/as e recrutadores/as registos bancários, outro tipo de registos eletróni-
• Não entende a língua em que está redigido o contrato de • A pessoa assinou um contrato de trabalho? A assinatura da ou agentes, e os termos e condições de trabalho.
pessoa, no contrato, é verdadeira? O contrato foi assinado cos e de papel).
trabalho.
sob intimidação? • Entreviste os/as trabalhadores/as. Descubra como foram recrutados/as, • Correspondência entre o/a recrutador/a, o/a
• Assinou um novo contrato de trabalho quando chegou ao o que lhes foi prometido, quais eram as suas expectativas, e os termos
• No caso de ter assinado um contrato de trabalho, a pessoa empregador/a, o/a trabalhador/a e quaisquer ter-
local de trabalho (esta prática é por vezes designada como e as condições de trabalho efetivos.
entende os seus termos e condições? O contrato está escrito ceiros envolvidos.
“contrato de substituição”).
numa língua que a pessoa entende? O contrato foi alterado, • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- • Registos de comunicações (por exemplo, diá-
soal relevante. Questione-os/as acerca de práticas e políticas de recru- rios, agendas, registos telefónicos, telefones que
O local: de alguma forma, após a assinatura?
tamento, contratos de trabalho, e forma como os termos e condições indiquem as chamadas realizadas e recebidas,
• O lugar onde está a trabalhar não é o que foi prometido. de trabalho são comunicados aos atuais e futuros trabalhadores/as. No e-mails, cartas, folhas de recados).
caso de o/a empregador/a recorrer a um/a intermediário/a, este/a tem • Registos de transporte (por exemplo, duplicados
O/a empregador/a: em prática procedimentos para evitar fraudes e abusos? ou recibos de bilhetes, pedaços de papel com da-
• Entreviste intermediários/as envolvidos/as na contratação de traba- tas e horas, recibos de combustível).
• Não apresenta provas da existência de vínculo laboral. lhadores/as, incluindo recrutadores/as, agentes e agências de emprego • Registos públicos, relatos dos media e informações
privadas. Questione-os/as acerca de práticas e políticas de recrutamen- de bases de dados oficiais.
to, contratos de trabalho, e a forma como os termos e condições de tra-
balho são comunicados a potenciais trabalhadores/as. Descubra se o/a
intermediário/a continua a desempenhar alguma função após a pessoa
ter sido contratada.
• Inspecione as instalações do/a intermediário/a e analise os registos
relevantes (por exemplo, licença, contratos de trabalho, qualificações
profissionais, correspondência).
• Se for caso disso, verifique se os/as intermediários/as estão licenciados/as
e certificados/as pela autoridade competente.
• Verifique registos públicos (por exemplo, bases de dados de tribunais,
websites do governo), bases de dados oficiais e relatos dos media para
obter informações sobre quaisquer reclamações ou processos penden-
tes que envolvam o/a empregador/a ou o/a intermediário/a.
INDICADORES DE AÇÃO
INDICADORES DE AÇÃO
• Se adequado, fale com outros/as funcionários/as responsáveis pela
aplicação da lei e representantes da sociedade civil para descobrir que
informações têm sobre o/a empregador/a e o/a intermediário/a.
• Nos casos de circulação interna ou transfronteiriça, fale com as autori-
dades locais dessa região ou do país de origem para obter informações
acerca da pessoa, do/a intermediário/a ou do/a empregador/a.
• Entreviste familiares, vizinhos/as e membros da comunidade local (tanto
no local de destino como no de origem) que possam estar a par dos mé-
todos de recrutamento utilizados e dos termos e condições de trabalho
originalmente prometidos.
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Transporte
A pessoa: • Quem é que organizou o seu transporte? E quem o pagou? • Entreviste a pessoa. • Declarações de testemunhas.
• Não organizou o seu transporte. • Existe algum acordo para a pessoa devolver o dinheiro? • Entreviste homens ou mulheres que viajem com a pessoa. • Recibos de transporte.
E em que condições? • Reúna e analise todos os documentos de viagem e recibos de pagamentos • Fotografias.
• Teve que esconder-se durante o transporte.
• Quem o/a forçou a esconder-se? relacionados com o transporte.
• Teve que mentir durante o controlo fronteiriço.
• Quem o/a obrigou a mentir? • Inspecione o meio de transporte (autocarro, carro, camião).
• Não sabe qual foi o itinerário desde o local de origem até ao
seu destino. • Por que motivou entregou o seu passaporte?
• Revela sinais de medo do homem ou mulher que a acompanha.
• Não conhece outros elementos do grupo de viagem.
• Não responde a perguntas – as respostas são dadas por um
terceiro (por exemplo, o/a motorista) e em nome de um/a ou
de vários passageiros/as.
A documentação:
• A documentação de viagem e as declarações não coincidem
com outras observações (bagagem, aparência e condição
física, conhecimentos linguísticos, relato).
• O seu passaporte apenas lhe é entregue, por uma terceira
pessoa, antes de atravessar a fronteira.
INDICADORES DE AÇÃO
INDICADORES DE AÇÃO
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Alojamento, acolhimento
A pessoa: • Dorme no local onde trabalha ou vive noutro lugar forneci- • Inspecione zonas de dormir e verifique se os/as trabalhadores/as dis- • Fotografias do local de habitação.
do pelo/a empregador/a (por exemplo, com a família do/a põem de instalações sanitárias adequadas, espaços privados, possibili- • Medições da temperatura durante o dia e durante
• Não pode escolher ou alterar o seu local de residência.
empregador/a)? Quais são as condições de vida? A sua dade de sair das instalações, acesso a meios de comunicação (telefone, a noite.
• Vive e dorme no local de trabalho e/ou em locais inadequados liberdade de deslocação é de alguma forma condicionada Internet, entre outros), ou outros serviços, etc.
(por exemplo, uma cave, um armazém ou uma tenda). • Faturas com os montantes deduzidos para alo-
pelo/a empregador/a? • Fale com os/as trabalhadores/as acerca das condições de vida e da sua jamento.
• Dorme em espaços sobrelotados. • Que parte do salário/ordenado é descontada para pagar o vontade de as aceitar. • Testemunhos de trabalhadores/as.
• Não tem acesso a instalações de higiene básica e as condições alojamento? • Fale com os/as empregadores/as sobre as regras relativas à habitação
são insalubres. • A pessoa está dependente do/a empregador/a ou numa si- no local de trabalho.
• Tem falta de acesso à alimentação. tuação vulnerável? (Consultar os indícios de “Abuso de Poder/ • Recolha amostras, materiais e substâncias utilizadas no local de habi-
• Tem limites à sua privacidade ou nula privacidade. /Vulnerabilidade”.) O que acontece se reclama e/ou se recusa tação para analisar possíveis riscos para a saúde e segurança dos/as
• Tem a sua liberdade limitada e/ou é forçada a ficar num lugar a viver no sítio imposto pelo/a empregador/a? A pessoa tem trabalhadores/as.
confinado. receio de ser despedida ou de outras represálias? A pessoa • Verifique se existe videovigilância, cadeados…
é obrigada a trabalhar em condições precárias para manter
o emprego?
• A pessoa denuncia quaisquer outras ameaças?
INDICADORES DE AÇÃO
INDICADORES DE AÇÃO
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A pessoa: • A pessoa tentou escapar (entre países/regiões ou locais)? • Fale com os/as trabalhadores/as individualmente e tenha em mente • Notificações, e-mails, outro tipo de correspon-
• Os/as trabalhadores/as que não foram submetidos/as a vio- a segurança e a confidencialidade dessas entrevistas para proteger a dência relativa a chantagem, denúncia às autori-
• Demonstra medo e ansiedade, especialmente na presença:
lência testemunharam-na? Sentiram-se ameaçados/as ou pessoa de quaisquer possíveis represálias; se possível e adequado, dades, informação à família da pessoa, despedi-
– do/a supervisor/a ou gerente; encontre-se com os/as trabalhadores/as fora das instalações ou através mentos, ou outras ameaças e sanções.
intimidados/as em consequência disso?
– dos homens ou das mulheres que o/a acompanham duran- de linhas telefónicas de apoio.
• A pessoa denuncia quaisquer ameaças ou sanções contra si, • Documentação do local de trabalho acerca de
te o transporte, a transferência ou passagem de fronteiras.
contra os/as seus/suas colegas de trabalho ou membros da • Fale com um vasto grupo de trabalhadores/as para determinar se as medidas disciplinares, tais como códigos de dis-
• Faz declarações que são incoerentes ou que demonstram sua família? Que tipo de ameaças? medidas disciplinares exigem ou têm como consequência a obrigação ciplina laboral, outros regulamentos do local de
alguma doutrinação. • Segundo o/a empregador/a, por que motivo são utilizadas de trabalhar; tente identificar e entrevistar em particular os/as traba- trabalho, avisos escritos ou reprimendas dadas
• É alvo de agressividade por parte: ameaças e sanções (absentismo, erros de produção, greve, lhadores/as que foram sujeitos/as a medidas disciplinares devido a di- aos/às trabalhadores/as.
desempenho insatisfatório ou recusa ao trabalho – horas ex- ferentes tipos de infrações; procure também trabalhadores/as que foram • Folhas de vencimento, registos de contas bancárias
– dos homens ou das mulheres que o/a acompanham duran-
tra)? As ameaças ou sanções têm algum fundamento legal despedidos/as. e outras provas de transações financeiras onde se
te o transporte ou a passagem da fronteira;
e factual? A pessoa concorda com os motivos invocados? • Nos casos em que ocorreu uma greve recentemente, fale com os/as verifique a utilização de multas punitivas.
– de supervisores/as e gerentes.
• Para a pessoa, qual é o impacto e a credibilidade das amea- trabalhadores/as que participaram ou lideraram a greve para determinar • Testemunhos de trabalhadores/as, incluindo tam-
• Está sujeita a (ameaças de) medidas disciplinares injustifi- ças, tendo em conta as suas características pessoais, cren- se eles/elas enfrentaram medidas disciplinares por a terem feito.
cadas e arbitrárias. bém os de trabalhadores/as despedidos/as ou
ças e origem socioeconómica? • Entre em contacto com organizações de empregadores/as e de traba- dos/as que fugiram.
• Aparenta estar mal tratada e privada dos meios essenciais à • A pessoa sente-se incapaz de abandonar o emprego? lhadores/as e analise os registos legais para verificar a existência de
sobrevivência, como comida, água, alojamento e descanso. Algum/a trabalhador/a teve liberdade para abandonar ou recusar • Registos de queixas anteriores contra o/a
provas ou de processos instaurados contra a empresa, por exemplo, em empregador/a.
o trabalho? Se sim, o que aconteceu? tribunais do trabalho.
• Se os/as trabalhadores/as foram demitidos/as ou punidos/as • Declarações de especialistas sobre o trauma e
• Discuta com o/a empregador/a a política da empresa em matéria de vio- distúrbio pós-traumático e os antecedentes re-
de outra forma, foram-lhes dadas quaisquer advertências e lência, assédio e intimidação no local de trabalho, e analise cópias des-
avisos, orais ou escritos? ligiosos e culturais das vítimas (credibilidade da
sa política; fale também acerca dos mecanismos de apresentação de ameaça).
• A pessoa demonstra algum medo ou pede ajuda, direta ou queixas, medidas disciplinares e respostas da gestão perante greves.
indiretamente? Deseja abandonar o emprego? Se sim, pensa • Fotografias das atitudes durante a passagem da
que isso seria possível? Quais são as suas reações emocio- • Fale também com o pessoal de supervisão para determinar se as medi- fronteira.
nais perante a possibilidade de permanecer? das disciplinares usadas resultam numa obrigação de trabalhar.
• Analise a documentação da empresa (incluindo a correspondência)
respeitante às medidas disciplinares e sanções, para determinar se a
empresa impõe o trabalho como forma de sanção.
Indicadores dos Meios
56 57
Uso da Força
A pessoa: • Qual é a razão apresentada para justificar as lesões? Os • Entreviste os/as trabalhadores/as separadamente e num ambiente con- • Declarações de testemunhas.
ferimentos parecem consistentes com as explicações apre- fidencial. Tenha em atenção o risco de represálias e a segurança dos/as • Descrições/notas escritas.
• Apresenta lesões visíveis (por exemplo, hematomas, cicatri-
sentadas (por exemplo, podem ser o resultado de acidentes trabalhadores/as. Peça que lhe descrevam detalhadamente todos os in-
zes, cortes, ferimentos na boca e nos dentes, queimaduras • Provas audiovisuais que retratem as lesões (por
de trabalho, ou parecem ter sido deliberadamente infligidos)? cidentes que envolvam violência (por exemplo, por quem e contra quem,
de cigarro). As lesões podem não estar tratadas. Outros/as exemplo, fotos, vídeos ou gravações digitais, dia-
• Os/as outros/as trabalhadores/as têm ferimentos semelhan- as horas e a data, a localização exata e a disposição, testemunhas pre-
colegas também apresentam lesões. gramas/esboços que indiquem a localização das
tes? sentes, a descrição física das partes envolvidas, se foi disponibilizado
• Mostra sinais de ansiedade ou medo (por exemplo, trans- tratamento médico, etc.). lesões).
piração, tremores, dificuldade em responder diretamente a • Se a pessoa foi submetida a violência, quando é que esta • Registos médicos do tratamento ou exame das
aconteceu e quantas vezes? Quem a agrediu (por exemplo, • Com o consentimento da pessoa, obtenha as avaliações médicas da
perguntas, evita contato olhos nos olhos por razões não rela- lesões.
um/a supervisor/a ou um/a colega de trabalho), e qual foi a saúde e das lesões, fornecidas por profissionais de saúde experientes.
cionadas com a cultura).
natureza e a extensão exata da agressão? Se for o caso, faça testes de deteção de drogas ou outras substâncias • Itens físicos que foram usados para causar os
• É alvo de agressividade por parte do/a empregador/a, gerente, nocivas que possam ter sido ingeridas ou administradas às pessoas. ferimentos (por exemplo, objetos encontrados no
supervisor/a ou outros/as. • Se foi sujeita a violência, por que motivo esta ocorreu? Foi local, armas).
uma forma de ameaça ou de punição? Algum/a outro/a • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as ou outro
• Consumiu drogas, álcool ou outras substâncias nocivas. pessoal relevante. Questione-os/as acerca de quaisquer políticas e prá-
trabalhador/a testemunhou a violência? Qual foi a sua rea- • Objetos, roupas (da vítima e do/a agressor/a) e
ção? ticas relacionadas com violência, assédio sexual e disciplina no local outros materiais (por exemplo, roupa de cama,
de trabalho. móveis) que apresentem sinais de violência (ras-
• Se o/a empregador/a alega que outro/a(s) trabalhador/a(es/ gados/danificados, que contenham sangue ou
/as) foi(foram) o/a(s) responsável(is) pela violência, qual foi a • Analise quaisquer políticas e procedimentos escritos em matéria de vio-
lência física e sexual. outros materiais biológicos).
sua reação? Puniu alguém ou tomou medidas preventivas?
• Entreviste os/as guardas individualmente e questione-os/as acerca • Materiais biológicos (sangue, sémen, saliva, cabelo,
• Quais são as políticas e práticas do/a empregador/a em ma- etc.).
téria de violência, assédio sexual e disciplina no local de tra- das políticas e práticas relacionadas com assédio, violência e discipli-
balho? Que instruções foram fornecidas a quem faz cumprir na no local de trabalho. Questione-os/as acerca das instruções do/a • Notas pormenorizadas a descrever as lesões.
estas políticas, como, por exemplo, guardas? empregador/a, de quais são os seus papéis e responsabilidades e quais
• Registos policiais, de prestadores de serviços
os meios a que recorrem para desempenhar as suas funções.
• De que forma é que os/as trabalhadores/as descrevem o am- sociais ou de quaisquer outros intervenientes que
biente/atmosfera no local de trabalho? • Verifique registos públicos (por exemplo, bases de dados de tribunais, possam ter recebido denúncias de violência.
websites do governo), bases de dados oficiais e relatos dos media para
• Se a pessoa consumiu drogas, álcool ou outras substâncias • Registos públicos, relatos dos media e informações
obter informações sobre quaisquer incidentes de violência anteriores,
nocivas, estas foram administradas involuntariamente ou de bases de dados oficiais que descrevam quais-
que envolvam o/a empregador/a ou o/a intermediário/a.
através de coação? quer incidentes de violência anteriores.
• Use técnicas forenses para preservar, documentar e analisar provas
(por exemplo, materiais biológicos, fibras da roupa).
• Registe quaisquer lesões visíveis.
Indicadores dos Meios
58 59
A pessoa: • Quem foi ou quem está responsável por colocar em prática • Inspecione os locais de trabalho, as zonas de dormir e as zonas circun- • Declarações de testemunhas.
as restrições? Quem é que as impõe, e qual é a sua extensão dantes para verificar se existem sinais de confinamento. • Descrições/notas escritas.
• Estava, de alguma forma, confinada durante o transporte
(por exemplo, os/as trabalhadores/as estão confinados/as a • Entreviste os/as trabalhadores/as separadamente e num ambiente con-
para o local de trabalho. • Provas audiovisuais (por exemplo, fotos, vídeos
apenas uma divisão, ou podem movimentar-se livremente fidencial. Questione-os/as acerca das condições relacionadas com a
• Vive e trabalha no mesmo local. dentro de uma área específica)? ou gravações digitais, esboços) que ilustrem os
sua liberdade de movimentos. meios de confinamento e vigilância (por exemplo,
• Está trancada ou “escondida” dentro do local de trabalho ou • Como é que a pessoa é monitorizada? Para além dos meios, • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- cadeados, chaves, correntes, câmaras de vigilân-
no espaço de habitação. como, por exemplo, a vigilância de guardas ou câmaras, soal relevante. Questione-os/as acerca de quaisquer políticas e práticas cia, arame farpado, grades nas janelas, vedações
• Apresenta outros sinais de que os seus movimentos estão são utilizados outros meios mais subtis e menos óbvios (por relacionadas com a restrição de movimentos, tais como disciplina no altas, advertências).
controlados. exemplo, a monitorização por colegas de trabalho)? local de trabalho, alojamento fornecido pelo/a empregador/a e medidas • Plantas das áreas de trabalho e de habitação.
• Está sempre acompanhada quando sai das instalações. • Se a pessoa vive e dorme no local de trabalho, por que moti- de segurança pessoal e laboral.
vo isso acontece? A pessoa tem acesso a um espaço privado • Gravações das câmaras de vigilância.
• Tem graves lesões ou doenças que não estão tratadas. • Analise as políticas e procedimentos escritos em matéria de restrição
e seguro? de movimentos. • Itens físicos (por exemplo, armas, munições, car-
• A pessoa foi confinada durante a viagem para o local? tazes com avisos).
O local: • Entreviste os/as guardas individualmente e questione-os/as acerca das
• De trabalho ou de alojamento encontra-se “escondido”. Por • As restrições são impostas apenas durante algumas horas, políticas e práticas relacionadas com a restrição de movimentos. Ques-
exemplo, existe uma vedação em volta das instalações (por ou sempre? Se as restrições estão impostas durante todo o tione-os/as acerca das instruções do/a empregador/a, de quais são os
exemplo, muito alta ou coberta de arame farpado). horário, a pessoa sai das instalações em algum momento? seus papéis e responsabilidades e quais os meios a que recorrem para
• A pessoa precisa de permissão para ir ao médico, a uma loja, desempenhar as suas funções.
• As janelas estão inacessíveis (têm barras ou são demasiado
pequenas ou altas para lá chegar) ou os quartos não têm instituição religiosa ou a outros lugares? Se é necessária per- • Realize uma inspeção “fora de horas” para determinar se os/as traba-
janelas. missão para determinadas atividades, esta é concedida de lhadores/as têm, na verdade, liberdade para abandonar o local.
forma imediata ou demora? O que é que um/a trabalhador/a • Realize vigilância para determinar se os/as trabalhadores/as têm, na
• As entradas e saídas são vigiadas. tem de fazer para obter a permissão? verdade, liberdade para abandonar o local. Mantenha um registo de-
• Os/as guardas estão armados/as. • Existe um toque de recolher obrigatório? talhado da vigilância e, se possível, tire fotografias e faça filmagens.
• São usadas câmaras de vigilância nas instalações. • A pessoa é acompanhada por um/a encarregado/a quando • Avalie se são usados quaisquer meios visíveis de confinamento para
• Existem sinais a alertar as pessoas para não abandonar o local. sai das instalações? manter os/as trabalhadores/as dentro das instalações ou os/as intrusos/as
• Está em prática um toque de recolher obrigatório. • Quais são as razões apresentadas para justificar quaisquer fora. Por exemplo, existe arame farpado do lado de dentro ou de fora
restrições? Essas razões refletem preocupações de segu- das instalações?
rança legítimas ou parecem ser exageradas? • Filme quaisquer meios de confinamento e vigilância.
• Se um/a trabalhador/a violasse as restrições, quais seriam as
consequências? Já houve algum/a trabalhador/a a opor-se
às restrições? Se sim, o que aconteceu?
Outras Formas de Coação
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Isolamento
A pessoa: • Como é que a pessoa chegou ao local de trabalho? A pes- • Inspecione as instalações do local de trabalho, das zonas de dormir e • Declarações de testemunhas.
soa sabe qual é a sua localização ou endereço? Sabe como zonas circundantes, para verificar se existem sinais de isolamento. Pro- • Descrições, notas escritas.
• Não falou com ninguém durante o transporte.
voltar para casa? cure meios de comunicação (por exemplo, telefones públicos e telemó-
• Tem acesso limitado ou inexistente a meios de comunicação veis, correio e caixas de correio, acesso à Internet). Verifique se os/as tra- •P
rovas audiovisuais (por exemplo, fotos, vídeos
• Onde está localizado o local de trabalho? Existem casas, ou gravações digitais, diagramas, esboços) que
(por exemplo, telefone, correio, Internet). balhadores/as podem utilizá-los – por exemplo, se os telefones públicos
empresas ou outras moradias vizinhas nas proximidades? revelem o isolamento do local (por exemplo, es-
• Tem acesso limitado ou inexistente aos media (por exemplo, Se assim for, a pessoa sabe que existem ou tem permissão funcionam, se são fornecidas moedas ou cartões aos/às trabalhadores/
as para os usarem, e se podem usá-los para comunicações pessoais. tradas mal conservadas e inacessíveis, distância
não há televisão, rádio, revistas, jornais). para lá ir? de outros edifícios e pessoas).
• O/a empregador/a, gerente, supervisor/a ou outro pessoal • O local de trabalho é acessível através de transportes públi- erifique se existem media (por exemplo, televisões, rádios, acesso à
•V
Internet, revistas, jornais). Verifique se os/as trabalhadores/a têm efeti- •P
rovas audiovisuais que retratem as restrições à
relevante monitoriza os seus contactos com pessoas exte- cos ou privados? Se a pessoa dorme e trabalha no mesmo
vamente acesso a esses meios. comunicação (por exemplo, ausência de telefones
riores às instalações. local, com que frequência deixa o local? públicos ou de locais onde comprar e adicionar
• Não lhe é permitido entrar em contacto com outros/as pes- • A pessoa tem acesso a meios de comunicação (por exemplo, •E
ntreviste os/as trabalhadores/as separadamente e num ambiente con- crédito aos telemóveis, ou guardar os telefones e
soas fora das instalações. telefone, correio, Internet)? Se sim, pode utilizá-los na práti- fidencial. Questione-os/as acerca da maneira como chegaram ao local o acesso à Internet em locais inacessíveis).
ca? Se não, porquê? de trabalho e se conhecem a sua localização, se podem manter con-
• Desconhece a localização ou o endereço do local onde vive. tacto com parentes, amigos/as e com o mundo exterior, e acerca de •R
egistos de transporte de ou para as instalações
• Não sabe falar o idioma local. • A pessoa tem liberdade para entrar em contacto com os seus quaisquer restrições relacionadas com o isolamento. (por exemplo, duplicados ou recibos de bilhetes,
parentes, amigos/as ou conhecidos/as? As comunicações pedaços de papel com datas e horas, recibos de
• O local de trabalho é inacessível e de difícil acesso por outros são controladas/vigiadas? Quando foi a última vez que a •E
ntreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- combustível).
motivos (por exemplo, propriedade privada, empresas não pessoa entrou em contacto com eles? soal relevante. Questione-os/as acerca de políticas e práticas relaciona-
registadas). das com o isolamento, tais como proibição do uso de telemóveis, con- •R
egistos de comunicações (por exemplo, diá-
• A pessoa pode estudar ou aprender o idioma local? Se não, trolo de chamadas telefónicas, e-mails ou cartas, ou outras restrições à rios, agendas, registos telefónicos, telefones que
O local: porquê? O/a empregador/a tomou medidas para impedir a comunicação e ao acesso aos media. indiquem as chamadas realizadas e recebidas,
pessoa de aprender o idioma local? e-mails, cartas, folhas de recados).
• Fica num sítio remoto (por exemplo, numa área rural longe de • Analise as políticas e procedimentos escritos em matéria de isolamento.
outros edifícios ou comunidades). • A pessoa pode interagir livremente com pessoas do exterior • Outros itens (por exemplo, telemóveis).
das instalações (parentes, amigos/as e conhecidos/as, mas •E
ntreviste parentes, vizinhos/as e membros da comunidade local (tanto
• De trabalho é de difícil acesso através de transportes públi- também com membros da sociedade, tais como comercian- no local de destino como no de origem), que possam fornecer infor-
cos ou privados. tes, taxistas, médicos/as, membros da mesma comunidade mações acerca da natureza e extensão do seu contacto com os tra-
• Não é possível aceder ao local de trabalho através de trans- religiosa ou étnica, etc.)? balhadores.
portes públicos. • Quais são as razões apresentadas para justificar restrições •F
ale com as autoridades locais, que estão familiarizadas com a localiza-
• O/a empregador/a, gerente/supervisor/a ou outro pessoal no acesso à comunicação e aos media? Essas razões refle- ção do local de trabalho, e com a população, acerca de infraestruturas,
relevante: tem preocupações legítimas de segurança no local de traba- transportes e outros serviços.
lho, ou parecem ser excessivas e injustificadas? • Filme quaisquer formas de isolamento.
– Insiste em responder a perguntas em nome da pessoa e/ou
em traduzir todas as conversas.
Outras Formas de Coação
62 63
A pessoa: • Que documentos ou pertences foram retidos? Quando é que • Entreviste os/as trabalhadores/as. Questione-os/as sobre a localização • Declarações de testemunhas.
foram retidos (durante o recrutamento ou na exploração) e há dos seus documentos e pertences e sobre o seu acesso aos mesmos. • Provas audiovisuais (por exemplo, fotos, vídeos ou
• Não possui ou não tem acesso aos seus documentos de
quanto tempo? Por quem? • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- gravações digitais, mapas, diagramas, esboços)
identificação (passaporte, bilhete de identidade, visto, auto-
rização de trabalho ou de residência) ou a outros pertences • Os documentos ou pertences estão retidos de forma tempo- soal relevante. Questione-os/as acerca das políticas e práticas ineren- que retratem a localização onde os documentos ou
valiosos (por exemplo, o bilhete de regresso). rária ou indefinidamente? tes à retenção de documentos e pertences e peça provas de que estão pertences dos/as trabalhadores/as são mantidos
• Como é que os documentos ou pertences são retidos (por a ser retidos pelas razões prestadas. e os meios utilizados para mantê-los seguros (por
• Os documentos de identificação ou outros pertences va-
exemplo, com cadeados, chaves, combinação, localização • Entre em contacto com outras entidades governamentais para verificar exemplo, gaveta trancada, cofre, guardado num
liosos são guardados pelo/a empregador/a ou por um/a
no exterior)? se as explicações que são prestadas para a retenção de documentos local fora das instalações).
intermediário/a.
• A pessoa foi informada de que os seus documentos ou per- (por exemplo, para fins de registo ou renovações de vistos) são válidas. • Provas audiovisuais (por exemplo, fotos, vídeos ou
• A retenção de documentos de identificação ou de outros per-
tences seriam retidos? A pessoa concordou? • Analise e filme a localização onde são retidos os documentos ou per- gravações digitais, diagramas, esboços) que re-
tences valiosos é usada para punir os/as trabalhadores/as.
tences. tratem os documentos ou pertencentes que foram
• O/a empregador/a ou intermediário/a fornece diferentes ex- • Que explicações são dadas pelo/a empregador/a ou retidos.
plicações para justificar a retenção dos documentos de iden- intermediário/a a respeito da retenção de documentos ou • Filme ou obtenha cópias dos documentos ou pertences.
pertences? As explicações parecem razoáveis? São legais? • Cópias dos documentos que foram retidos.
tificação ou de outros pertences valiosos.
• Se a explicação prestada é a de que os documentos ou perten-
ces são mantidos por razões de segurança, os/as trabalha-
dores/as têm acesso a eles, mediante pedido ou dentro de
um período razoável de tempo?
• Que impacto é que a retenção dos documentos representa
para a pessoa? Por exemplo, sente-se incapaz de abando-
nar o emprego? A pessoa tem receio das autoridades devido
à retenção dos documentos?
• A pessoa tem outros documentos ou meios de provar a sua
identidade, nacionalidade e situação legal no território, ou ou-
tras formas de aceder a determinados serviços?
Outras Formas de Coação
64 65
Retenção de Salários
A pessoa: • O/a empregador/a recorre à irregularidade, ao atraso, à re- • Reúna e analise todos os documentos e registos relacionados com a • Declarações de testemunhas.
tenção ou ao não pagamento de salários para garantir que natureza dos contratos de trabalho e pagamentos de salários, do/a • Contratos de trabalho ou outros documentos que
• Não tem contrato de trabalho ou os termos e condições do
os/as trabalhadores/as não possam despedir-se? empregador/a, do/a trabalhador/a e de outras fontes (por exemplo, bancos indiquem os termos e condições de trabalho (por
mesmo estão mal definidos.
• Por que motivo são os salários retidos ou sujeitos a dedu- ou serviços de transmissão de dinheiro). exemplo, correspondência, contratos de trabalho,
• É paga numa base de “percentagem por peça” (resultados)
ções (por exemplo, para pagar alimentação ou alojamento)? • Verifique se a empresa mantém um registo de contabilidade dupla. anexos ou adendas).
e tem que trabalhar horas extra, para poder ganhar o salário
Quais são as razões apresentadas? Essas razões parecem • Entreviste os/as trabalhadores/as, selecionando uma amostra represen- • Registos de transações financeiras entre o/a
mínimo legal.
ser válidas e razoáveis, e estão em conformidade com os tativa (ou seja, trabalhadores/as com contratos a termo e sem termo, empregador/a, o/a intermediário/a e o/a traba-
• Recebe menos do que o salário mínimo legal e menos do requisitos legais? assim como trabalhadores/as pagos numa base horária ou à “percen- lhador/a (por exemplo, folhas de vencimento, li-
que lhe foi prometido.
• A pessoa sabe que o seu salário será retido ou sujeito a de- tagem/peça”). Questione-os/as acerca das práticas de pagamento de vros e registos contabilísticos, registos bancários,
• Não tem acesso direto aos seus rendimentos. duções? Se não, a pessoa pensa que se parar de trabalhar salários e deduções, e descubra quais eram as suas expectativas antes outros tipos de registos eletrónicos e de papel).
• Está sujeita a deduções salariais excessivas e ilegais. irá perder as verbas por receber? do emprego e se a retenção de salário tem influência na possibilidade • Registos públicos de impostos e contribuições
• A pessoa tem um contrato de trabalho? Se sim, quais são os de poderem deixar o emprego. para a Segurança Social.
• Não entende como é que o salário ou as deduções são cal-
culados, ou não sabe quanto ganha. termos e condições? Estão em conformidade com os requi- • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- • Registos de deduções fiscais e impostos pagos
sitos legais? As provisões do contrato parecem abusivas ou soal relevante. Questione-os/as acerca das políticas e práticas relacio- (e não pagos).
O/a empregador/a: de exploração? nadas com o recrutamento, o pagamento de salários e deduções.
• Registos de comunicações (por exemplo, diários,
• Não apresenta um contrato de trabalho nem fornece um com- • A pessoa é paga de acordo com algum registo de pagamento • Se o/a empregador/a recorre a um/a intermediário/a, como por exemplo agendas, registos telefónicos, telefones que indi-
provativo de que os salários foram pagos. mantido pelo/a empregador/a? Os documentos foram altera- uma agência de emprego privada: quem as chamadas realizadas e recebidas, e-mails,
dos ou falsificados de alguma forma? – questione o/a empregador/a acerca das políticas relacionadas com cartas, folhas de recados).
• Mantém dois conjuntos diferentes de registos, ou existem
discrepâncias significativas entre o que o/a empregador/a e • A pessoa recebe folhas de vencimento ou outros registos de essa prática; • Registos públicos, relatos dos media e informações
o trabalhador/a alegam ter sido pago. pagamento onde as deduções sejam claramente explicadas? – entreviste o/a intermediário/a e questione-o/a acerca das políticas e de bases de dados oficiais.
• Fornece comida e outros bens a preços inflacionados, su- • Por que é que a pessoa não entende como são calculados os práticas relacionadas com o recrutamento, o pagamento de salários
periores aos praticados no mercado (por exemplo, através salários ou as deduções ou quanto é que ganha? e deduções;
de uma loja existente nas instalações e controlada por si). • Como são calculados os salários? Os salários baseiam-se – verifique se os/as intermediários/as estão licenciados/as e certifica-
• Não paga os impostos exigidos ou a Segurança Social em no tempo (por exemplo, taxa horária, semanal, mensal ou dos/as pelas autoridades competentes;
nome dos/as trabalhadores/as. sazonal) ou nos resultados (naquilo que é produzido), ou a – inspecione as instalações do/a intermediário/a e analise os registos
base salarial não está definida? relevantes (por exemplo, licença, contratos de trabalho, qualificações
• Pede subsídios sociais em nome da pessoa, mas fica com o
montante mensal. • Quanto é que a pessoa recebe? A pessoa recebe uma quan- profissionais, correspondência).
tia inferior ao que foi acordado ou abaixo do salário mínimo
Os documentos e a forma de pagamento: legal? A pessoa já recebeu algum salário? •P
rocure registos de comunicações para determinar práticas relaciona-
• Como é que os salários são pagos: em dinheiro, para uma das com o recrutamento, o pagamento de salários e deduções.
• Os documentos de trabalho e os registos de salário foram
alterados. conta bancária, ou através de outros meios? Se são transfe- •E
ntreviste parentes, vizinhos/as ou outros/as (tanto no local de desti-
ridos para uma conta bancária, é a pessoa quem controla a no como no de origem) que possam estar a par da situação financeira
• Os salários são pagos sob a forma de vales, cupões ou notas conta, ou esta é controlada por um terceiro? Os salários são da pessoa, bem como dos termos e condições de trabalho inicialmente
promissórias. diretamente pagos à pessoa ou a um terceiro? propostos.
Outras Formas de Coação
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Fraude/Ardil
A pessoa: • Como é que a pessoa ficou a saber do trabalho (publicidade, • Reúna e analise todos os documentos relacionados com o recrutamento e os • Declarações de testemunhas.
de maneira informal, através de contacto direto)? A pessoa termos e condições de trabalho do/a empregador/a, do/a trabalhador/a e • Contratos de trabalho ou outros documentos que
• Não tem contrato de trabalho ou os termos e condições do
foi abordada por um/a recrutador/a ou agente? de outras fontes (por exemplo, serviços de transporte, jornais ou outros indiquem os termos e condições de trabalho (por
mesmo estão mal definidos.
• A pessoa assinou um contrato de trabalho? A sua assina- meios de comunicação que contenham o anúncio de trabalho original, exemplo, correspondência, contratos de trabalho,
• Assinou um novo contrato de trabalho quando chegou ao bancos ou serviços de transmissão de dinheiro que ajudem a determinar
tura no contrato é verdadeira? O contrato foi assinado sob anexos ou adendas).
local (esta prática é por vezes designada por “contrato de as taxas de recrutamento).
intimidação? • Fontes relacionadas com o recrutamento (por
substituição”).
• A pessoa assinou mais do que um contrato de trabalho (por • Verifique se existem registos de comunicação para determinar os meios exemplo, anúncios de emprego em jornais, na Inter-
• Não entende como é que os salários ou as deduções são de recrutamento, as relações entre empregadores/as e recrutadores/as
exemplo, um antes da partida e outro depois da chegada)? net, na rádio ou na televisão, cartazes, folhetos).
calculados ou não sabe quanto ganha. ou agentes, e os termos e condições de trabalho.
Se sim, os contratos são diferentes? • Registos de transações financeiras entre o/a
• No caso de a pessoa ter assinado um contrato de trabalho, • Entreviste os/as trabalhadores/as. Descubra como foram recrutados/as, empregador/a, o/a intermediário/a e a pessoa (por
Contratos e procedimentos:
entende os seus termos e condições? Este está escrito numa o que lhes foi prometido, quais eram as suas expectativas, e os termos exemplo, folhas de vencimento, livros e registos
• Os termos e condições de trabalho reais diferem dos prome- língua que a pessoa conhece? O contrato já foi alterado de e condições de trabalho efetivos. contabilísticos, e outros tipos de registos eletrónicos
tidos verbalmente ou por escrito (por exemplo, em contratos alguma forma após a assinatura? • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- e de papel).
de trabalho verbais ou escritos ou em anúncios de emprego). soal relevante. Questione-os/as acerca de práticas e políticas de recruta-
• Quais eram os termos e condições de trabalho acordados? O • Correspondência entre o/a recrutador/a, o/a empre-
• O contrato de trabalho está escrito numa língua que a pessoa mento, contratos de trabalho, e a forma como os termos e condições de
que foi prometido acerca do emprego (localização, natureza gador/a, o/a trabalhador/a e quaisquer terceiros
não conhece. trabalho foram comunicados aos/às atuais e futuros/as trabalhadores/as.
do trabalho, salário) e dos benefícios (tais como acesso à envolvidos.
• Não são entregues à pessoa folhas de vencimento ou qual- educação, alojamento e alimentação)? Quais eram as expec- De que forma é que o/a empregador/a mantém os registos de salários e
• Registos de comunicações (por exemplo, diá-
quer outro registo de salários ou deduções. tativas da pessoa e do/a empregador/a? deduções? Os/as trabalhadores/as também recebem esses registos? No
rios, agendas, registos telefónicos, telefones que
caso de o/a empregador/a recorrer a um/a intermediário/a, este/a tem em
• Os termos e condições de trabalho efetivos diferem dos que indiquem as chamadas realizadas e recebidas,
O/a empregador/a: prática procedimentos para evitar fraudes e abusos?
foram prometidos (por exemplo, condições de trabalho e de e-mails, cartas, folhas de recados).
• Não tem contratos de trabalho para apresentar. alojamento, taxas de recrutamento e viagem, acesso a ali- • Entreviste os/as intermediários/as envolvidos/as na contratação de traba-
• Registos de transporte (por exemplo, duplicados
mentação e alojamento, situação jurídica)? lhadores/as, incluindo recrutadores/as, agentes e agências de emprego
ou recibos de bilhetes, pedaços de papel com datas
privadas. Questione-os/as acerca de práticas e políticas de recrutamento,
• Por que motivo não são entregues à pessoa as suas folhas e horas, recibos de combustível).
contratos de trabalho, e a forma como os termos e condições de traba-
de vencimento ou qualquer outro registo de salários ou de- • Registos públicos, relatórios dos media e informa-
lho são comunicados a potenciais trabalhadores/as. Descubra se o/a
duções? ções de bases de dados oficiais.
intermediário/a continua a desempenhar alguma função após a pessoa
• Por que motivo a pessoa não compreende como é que os ter sido contratada.
salários ou as deduções são calculados, ou não sabe quanto
• Inspecione as instalações do/a intermediário/a e analise os registos
é que ganha?
relevantes (por exemplo, licença, contratos de trabalho, qualificações
• O cálculo do salário e das deduções salariais é manipulado profissionais, correspondência).
pelo/a empregador/a?
• Se for caso disso, verifique se os/as intermediários/as estão licenciados/
• A pessoa estava particularmente vulnerável ao ardil (por /as e certificados/as pelas autoridades competentes.
exemplo, porque não estava familiarizada com o idioma ou
• Verifique registos públicos (por exemplo, bases de dados de tribunais,
legislação local, porque é portador/a de deficiência, porque a
websites do governo), bases de dados oficiais e os media para obter
sua situação laboral é irregular, etc.)?
informações sobre quaisquer reclamações ou processos pendentes que
• A pessoa aceitaria o trabalho se soubesse quais eram, na envolvam o/a empregador/a ou o/a intermediário/a.
verdade, os termos e condições associados? Se não, por que
Outras Formas de Coação
68 69
Abuso de Poder/Vulnerabilidade
A pessoa: • Por que motivos é que a pessoa se encontra numa posição • Reúna e analise documentos e registos relacionados com o recrutamento, • Declarações de testemunhas.
particularmente vulnerável? A vulnerabilidade já existia ou foi a situação laboral ou de residência, a natureza de qualquer contrato de • Autorizações de trabalho ou de residência.
• Tem menos de 18 anos de idade (as crianças que não têm
gerada pelo/a traficante? Se já existia, o/a traficante tentou trabalho e pagamentos de salários.
um dos pais ou outro membro adulto da família são especial- • Documentos de identificação, incluindo passa-
intencionalmente aproveitar-se disso? • Analise os registos de salários para garantir que os escalões salariais
mente vulneráveis). portes, cartões e documentos de identidade, cer-
• Como é que a pessoa ficou a saber do trabalho (publicidade, são os mesmos. tidões de nascimento, vistos e outros documentos
• Está numa situação irregular, sem documentos legais.
de forma informal, através de contacto direto)? A pessoa foi • Procure registos de comunicações para determinar os meios de recru- de viagem.
• A sua situação laboral não está devidamente regulamentada, abordada por um/a recrutador/a ou agente? tamento e as relações entre empregadores/as e recrutadores/as ou • Contratos de trabalho ou outros documentos que
ou não tem regulamentação (por exemplo, trabalhadores/as
• Quando foi recrutada, quais eram as perspetivas que tinha agentes. indiquem os termos e condições de trabalho (por
temporários/as, subcontratados/as, trabalhadores/as do sec-
em encontrar emprego? E agora? • Entreviste os/as trabalhadores/as. Informe-se acerca das suas situa- exemplo, correspondência, contratos de trabalho,
tor informal, trabalhadores/as a tempo parcial, trabalhadores/
as rurais, trabalhadores/as domésticos/as). • O/a empregador/a/recrutador/a criou ou contribuiu para a ções, incluindo as suas características pessoais, origem e conhecimen- anexos ou adendas).
situação de vulnerabilidade (por exemplo, através da impo- to da legislação pertinente, as circunstâncias do seu emprego e condi- • Registos de transações financeiras entre o/a
• Pertence a um grupo que tem sido discriminado ou que na
sição de taxas de recrutamento elevadas, através de ardil ções de trabalho. empregador/a, o intermediário/a e a pessoa (por
prática não usufrui de direitos iguais na sociedade (por exem-
ou outras ações)? • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- exemplo, folhas de vencimento, livros e registos,
plo, com base no género, estatuto de refugiado/asilo, etnia,
deficiências, estatuto de órfão, ou por fazer parte de um gru- • A sua vulnerabilidade é explorada de alguma forma? Por soal relevante. Se existentes, informe-se sobre as medidas tomadas registos bancários, outros tipos de registos eletró-
po religioso ou cultural minoritário). exemplo, a pessoa é ilegalmente sujeita a condições de tra- para apoiar os/as trabalhadores/as vulneráveis, como, por exemplo, ga- nicos e de papel).
balho e de vida inferiores às normas, incluindo horas extraor- rantir que as informações relacionadas com o trabalho são comunicadas • Registos médicos que mencionem doenças, de-
• Vem de uma área afetada por catástrofes naturais, conflitos
dinárias, ou os seus salários são retidos ilegalmente? Se sim, num idioma e através de um meio que compreendem. ficiências, dependências, historial de trauma ou
armados ou políticos, crises económicas ou outras crises que
a pessoa conhece os seus direitos? • Entreviste parentes, vizinhos/as ou colegas de trabalho (tanto no local abusos.
reduziram as suas opções de subsistência.
• O que acontece se a pessoa se queixar ou se se recusar a de destino como no de origem) que possam estar familiarizados com: • Registos públicos sobre Segurança Social, de-
• Passa por dificuldades económicas e a sua família depende
trabalhar em condições de emprego abusivas? É despedida, – a situação e as características dos/as trabalhadores/as; semprego e outros apoios.
(totalmente) dos seus rendimentos.
recebe um salário abaixo do mínimo legal ou enfrenta outras
• Tem uma situação familiar difícil ou instável (por exemplo, sanções ilegais? – os métodos de recrutamento utilizados e os termos e condições de • Declarações de especialistas que mencionem
uma situação abusiva, alguns membros da família foram trabalho originalmente prometidos. antecedentes e contexto relevantes (por exemplo,
ameaçados ou chantageados, o pai ou a mãe, ou ambos, acerca dos padrões de discriminação contra de-
• Verifique os registos dos/as empregadores/as e do governo para obter
estão ausentes, caso se trate de um/uma menor de idade). terminados grupos e a forma como certas caracte-
informação acerca das características dos/as trabalhadores/as, incluindo
rísticas podem tornar uma pessoa particularmente
• Tem dívidas significativas relacionadas com o seu recrutamento. elementos sobre idades, etnia, nacionalidade, género e religião.
vulnerável à exploração).
• Tem um baixo nível de escolaridade ou é analfabeto/a. • Verifique registos públicos para obter informações sobre se os/as traba-
• Registos de comunicações (por exemplo, diários,
• Não sabe falar o idioma local. lhadores/as receberam benefícios da segurança social, de desemprego
agendas, registos telefónicos, telefones que indi-
ou outros e a aplicabilidade de tais esquemas de proteção ao sector ou
• Não possui informações acerca das leis locais e sobre o pa- quem as chamadas realizadas e recebidas, e-mails,
tipo de trabalho.
pel das autoridades. cartas, folhas de recados).
• Com o consentimento da pessoa, obtenha as avaliações médicas da
• Está doente ou é portador/a de deficiência física ou mental. • Registos de transporte (por exemplo, duplicados
sua saúde física e mental, fornecidas por profissionais de saúde ex-
• É induzida a consumir e/ou é viciada em drogas, álcool ou ou recibos de bilhetes, pedaços de papel com da-
perientes. Se for o caso, faça testes de deteção de drogas ou outras
outras substâncias nocivas. tas e horas, recibos de combustível).
substâncias nocivas que ela possa ter ingerido ou que lhe tenham sido
• A autorização de trabalho ou de residência está vinculada ao administradas. Os exames médicos também podem ajudar a determinar
empregador/a, ou existem outras dependências estruturais. a sua idade.
Outras Formas de Coação
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A pessoa: • Qual é a origem da dívida (por exemplo, taxas de recruta- • Analise todos os registos financeiros mantidos pelo/a empregador/a • Declarações de testemunhas.
mento, bens ou serviços prestados pelo/a empregador/a, para verificar sinais de falsificação e manipulação da dívida. • Contratos de trabalho ou outros documentos que
• Tem de reembolsar taxas de recrutamento e transporte ex-
adiantamentos salariais, ou trata-se de uma dívida herdada)? • Avalie se os custos dos bens e serviços prestados pelo/a empregador/a, indiquem os termos e condições de trabalho, in-
cessivas.
O cálculo da dívida é razoável e está em conformidade com tais como alojamento, alimentação, ferramentas ou equipamento de cluindo os termos de quaisquer empréstimos ou
• Tem de pagar taxas excessivas por alojamento, alimentação, os requisitos legais? segurança, são razoáveis e consistentes com os preços de mercado. taxas e a duração original do emprego (por exem-
ferramentas ou equipamento de segurança que são direta-
• Quem é responsável pela dívida? O/a empregador/a, um/a • Reúna e analise todos os documentos e registos do/a empregador/a, plo, correspondência, contratos de trabalho, ane-
mente deduzidas do seu salário.
intermediário/a ou outra pessoa? Se é o/a intermediário/a, do/a trabalhador/a e de outras fontes que estejam relacionados com o xos ou adendas).
• Tem de pagar cauções monetárias ou “taxas de garantia”. que medidas foram tomadas pelo/a empregador/a para as- contrato de trabalho. Verifique se existem disposições acerca de dívi- • Registos de transações financeiras entre o/a
• Os termos do reembolso de adiantamentos de salário são segurar que os/as trabalhadores/as não estão sujeitos/as a das, termos de liquidação e custos de bens e serviços. empregador/a, o/a intermediário/a e o/a traba-
pouco claros ou manipulados. taxas de recrutamento ilegais? lhador/a (por exemplo, folhas de vencimento, livros
• Entreviste os/as trabalhadores/as. Questione-os/as acerca do recruta-
• As taxas de juros para adiantamentos de salários não são • A pessoa está a pagar a dívida através do seu trabalho? O mento, das dívidas (incluindo os termos de liquidação), e de que ma- e registos contabilísticos, registos bancários, outros
razoáveis e podem ultrapassar os limites legais. acordo realizado com o/a empregador/a ou intermediário/a neira foram incorridas. Descubra quais eram as expectativas antes do tipos de registos eletrónicos e de papel).
está em conformidade com os requisitos legais? emprego e se as condições da dívida influenciaram a possibilidade de a • Registos públicos de impostos e contribuições à
• Tem de trabalhar para pagar uma dívida efetivamente incor-
rida ou herdada. • A pessoa tinha conhecimento da dívida e dos termos de liqui- pessoa abandonar o emprego. Segurança Social.
dação antes de ter começado a trabalhar? Se não, quando e • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e outro pes- • Registos de comunicações (por exemplo, diários,
• O pai e a mãe receberam um pagamento para deixar que como é que ficou a saber da dívida?
levassem o seu/sua filho/a. soal relevante. Questione-os/as acerca de políticas e práticas relacio- agendas, registos telefónicos, telefones que indiquem
• Se a pessoa não aceitaria o emprego caso tivesse conheci- nadas com dívidas (incluindo os termos de liquidação) e as taxas para as chamadas realizadas e recebidas, e-mails, car-
mento da dívida e dos termos de liquidação, por que motivo bens e serviços prestados pelo/a empregador/a. Se o/a empregador/a tas, folhas de recados).
ficou no emprego? recorre a um/a intermediário/a, como uma agência de emprego privada, • Registos públicos, relatórios dos media e infor-
• Os termos de liquidação, incluindo eventuais taxas de juros, para contratar trabalhadores/as, questione-o/a acerca de políticas rela- mações de bases de dados oficiais.
foram alterados ou ficaram iguais? A pessoa consentiu nas cionadas com essa prática e averigue que medidas tomou para assegurar
alterações? que os/as trabalhadores/as não estão sujeitos/as a taxas de recruta-
mento ilegais.
• Os termos de liquidação são razoáveis e cumprem com os
requisitos legais? • Se o/a empregador/a recorre a um/a intermediário/a para contratar traba-
lhadores/as, entreviste-o/a. Questione-o/a acerca de políticas e práticas
• O/a empregador/a recorre a algum meio para manipular a dí- relacionadas com taxas de recrutamento, adiantamentos de salários e
vida, tal como a subvalorização do trabalho da pessoa, a fal- outras formas de dívida em que os/as trabalhadores/as possam incorrer.
sificação de contas ou a imposição de deduções excessivas?
São mantidos e fornecidos à pessoa registos apropriados e • Verifique se os/as intermediários/as estão licenciados/as e certificados/as
rigorosos da dívida? pelas autoridades competentes.
• A pessoa é forçada a permanecer na situação de emprego • Inspecione as instalações do/a intermediário/a e analise os registos
mais tempo do que o acordado devido à dívida? relevantes (por exemplo, licença, contratos de trabalho, qualificações
profissionais, correspondência).
• Além da dívida, a pessoa depende do/a empregador/a por
quaisquer outras razões (por exemplo, alimentação e alo- • Procure registos de comunicações para apurar práticas relacionadas
jamento ou empregos de familiares) que a fazem sentir-se com a dívida (por exemplo, taxas de recrutamento, adiantamentos de
salário, taxas de juro).
Outras Formas de Coação
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INDICADORES DO FIM
Exploração Laboral
A pessoa: • As condições de trabalho estão em conformidade com os • Observe o local de trabalho, as ferramentas de trabalho, o • Relatório detalhado da inspeção, incluindo uma lista das
requisitos legais? Se existirem infrações à legislação laboral equipamento de proteção, a existência de advertências sobre violações da legislação laboral e das normas de segurança
• É-lhe exigido que realize trabalhos perigosos sem equipamento
e às convenções coletivas, quantas são e qual é a sua gravi- saúde e segurança, os equipamentos, etc. e de saúde (leve funcionários/as que atuem na qualidade
de proteção adequado.
dade? O/a trabalhador/a tem conhecimento da ilegalidade? • Inspecione zonas de dormir e verifique se os/as trabalhadores/as de testemunhas oculares e tome notas).
• Não tem a formação e experiência necessária para trabalhar
• Como é que o/a trabalhador/a ficou a trabalhar nessas condi- têm instalações sanitárias adequadas, espaço privado, possi- • Relatórios acerca das ações e medidas durante a inspe-
com segurança.
ções? Foi recrutado/a por uma empresa ou por um agente? bilidade de sair das instalações, acesso a meios de comunica- ção, especialmente onde é que os/as trabalhadores/as
• É-lhe exigido que realize atividades ilícitas ou humilhantes. ção, outros serviços, etc. foram encontrados/as, em que tipo de condições, quem é
• Como é que os termos e condições estão estipulados no con-
• É-lhe exigido que trabalhe mesmo doente. trato de trabalho ou numa informação escrita entregue ao • Fale com os/as trabalhadores/as acerca das suas condições que estava a usar máquinas, etc.
• É-lhe exigido que trabalhe enquanto está grávida ou é puérpera trabalhador/a? Quais eram as expectativas da pessoa acerca do de vida e da sua vontade de trabalhar e de quais eram as suas • Fotografias e registos audiovisuais das instalações de tra-
ou lactante em atividades proibidas ou condicionadas que impli- trabalho quando foi recrutada? As atuais condições de trabalho expectativas quando foram recrutados/as, etc. balho, zonas de dormir e arredores
quem a exposição a substâncias ou atividades que provoquem são de alguma forma diferentes das acordadas (verificar “ardil”)? • Fale com os/as gerentes acerca das políticas e condições rela- • Testemunhas oculares, tais como os/as inspetores/as ou
riscos à sua saúde. • O/a trabalhador/a dorme no local onde trabalha, ou vive noutro tivas ao alojamento no local de trabalho. outros/as funcionários/as, testemunhos das pessoas, etc.
• Não tem verdadeiros/as representantes para negociar as lugar fornecido pelo/a empregador/a (por exemplo, com a famí- • Recolha amostras, materiais e substâncias utilizadas no local • Registo diário do/a trabalhador/a (incluindo registos de
suas condições no local de trabalho. lia deste/a)? Quais são as condições de vida? de trabalho para analisar os possíveis riscos para a saúde e horários de trabalho e de dinheiro ganho na prostituição
• Tem de fazer horas extra sem receber remuneração por esse • A sua liberdade de deslocação está de alguma forma restrita segurança dos/as trabalhadores/as. ou em outros trabalhos de exploração; situações que lhe
tempo. pelo/a empregador/a? • Examine os contratos de trabalho ou outros documentos respei- aconteceram, etc.)
• Parece exausta e tem um aspeto descuidado. • O/a trabalhador/a está dependente do/a empregador/a ou numa tantes ao/à trabalhador/a que possam incluir cláusulas abusivas, • Amostras de materiais e substâncias utilizadas, tais como
• Tem de trabalhar horas extra para ganhar o salário mínimo legal. situação vulnerável? (Consultar os indícios em “Abuso de Poder/ práticas discriminatórias ou distorções das condições efetivas. pesticidas tóxicos usados na agricultura, etc.
• Se, numa dada ocasião, se recusar a trabalhar horas extra, /Vulnerabilidade”.) O que acontece se o/a trabalhador/a recla- • Verifique se existem relatórios de outras autoridades acerca de • Objetos físicos, tais como ferramentas de trabalho, roupas
nunca mais volta a ter oportunidade de fazê-lo (lista negra). mar e/ou se recusar a trabalhar segundo os termos e condições violações da regulamentação do trabalho, saúde e segurança usadas no trabalho, etc.
• Trabalha ininterruptamente. acordados? O/a trabalhador/a tem receio de ser despedido/a ou relativas ao local de trabalho, ou processos pendentes em tri- • Qualquer correspondência entre trabalhador/a, emprega-
de outras sanções? O/a trabalhador/a é obrigado/a a trabalhar bunais, etc. dor/a e recrutador/a, tais como reclamações acerca das
• Os horários são irregulares. em condições precárias para manter o emprego?
• Também trabalha na propriedade privada do/a empregador/a. • Entreviste os/as trabalhadores/as. Questione-os/as acerca do condições de trabalho.
• O/a trabalhador/a denuncia quaisquer outras ameaças? horário de trabalho, das horas extra e da compensação, e de • Contratos de trabalho, anúncios de emprego, outros do-
• São-lhe negadas pausas, dias de folga, tempo livre, e benefí- • Quais são as alternativas de subsistência do/a trabalhador/a, quais seriam as consequências se se recusassem a trabalhar
cios a que tem direito, tais como férias pagas. cumentos.
se abandonar o emprego? horas extra. • Declarações de testemunhas.
• Espera-se que viva no mesmo local onde trabalha. • Quantas horas faz o/a trabalhador/a por dia/por semana? A • Entreviste empregadores/as, diretores/as, supervisores/as e
• Existe um grupo étnico excessivamente representado no local • Registos de horários de trabalho e horas extra (folha de
carga horária excede o que está permitido pela legislação outro pessoal relevante. Questione-os/as acerca das políticas e horas, cartões para “picar o ponto”, livros de registo, folhas
de trabalho. nacional ou pelas convenções coletivas? práticas de horário de trabalho, das horas extra e da compensa- de vencimento).
• O salário normal do/a trabalhador/a está em conformidade com ção, e de quais seriam as consequências se os/as trabalhado-
O local e as condições: • Contratos de trabalho ou outros documentos que indiquem
o contrato de emprego e com os requisitos de salário mínimo? res/as se recusassem a trabalhar horas extra. Descubra se o/a
• O ambiente de trabalho é insalubre, com pouca iluminação e empregador/a conhece os limites de horas extra estabelecidos os termos e condições de trabalho (por exemplo, corres-
• O/a trabalhador/a é adequadamente compensado pelas pondência, contratos de trabalho, anexos ou adendas).
ventilação, falta de aquecimento e sem acesso a instalações pela legislação nacional ou por convenções coletivas.
horas extra? A compensação está em conformidade com • Registos de pagamentos de salários e horas extra (por
sanitárias. • Reúna e analise todos os documentos e registos relacio-
os requisitos legais? Se trabalha ininterruptamente, recebe exemplo, folhas de vencimento, livros e registos contabi-
• Não existem avisos de segurança ou de saúde no local de apenas pelo tempo preestabelecido? nados com o horário de trabalho, do/a empregador/a, do/a
trabalho e há falta de equipamentos. trabalhador/a e de outras fontes. lísticos, registos bancários, outros tipos de registos eletró-
• Com que frequência é que o/a trabalhador/a faz horas extra? nicos e de papel).
• As condições de trabalho violam as leis do trabalho e as con- • Reúna e analise todos os documentos e registos do/a
INDICADORES DO FIM
INDICADORES DO FIM
Estas são exigidas ocasionalmente (por exemplo, para cum- • Registos públicos de impostos e contribuições à Segurança
venções coletivas. prir certos prazos de produção), ou faz horas extraordinárias empregador/a, do/a trabalhador/a e de outras fontes que este-
jam relacionados com a relação de trabalho. Verifique se exis- Social.
• O horário de trabalho não está bem definido, se estiver se- num regime continuado?
quer definido. tem disposições acerca de horário de trabalho e horas extra. • Registos de comunicações (por exemplo, diários, agendas,
• O/a trabalhador/a está disposto/a fazer horas extra? Se sim, registos telefónicos, telefones que indiquem as chamadas
• A remuneração tem por base os resultados e está vinculada por que motivo, ao certo? Se não, por que não? • Inspecione o local de trabalho fora do horário de trabalho nor-
mal para determinar se os/as trabalhadores/as estão a fazer realizadas e recebidas, e-mails, cartas, folhas de recados).
a metas de produção. • Se o/a trabalhador/a se recusar a fazer horas extra, recebe me-
horas extra “fora de horas”. • Registos públicos, relatos dos media e informações de bases
O/a empregador/a: nos do que o salário mínimo? Quais seriam as consequências? de dados oficiais.
• Não apresenta contratos de trabalho, seguros ou registos
relativos aos/às trabalhadores/as.
Sistema de Referenciação Nacional de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos Sistema de Referenciação Nacional de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos
CIG Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico CIG
de Seres Humanos em Portugal de Seres Humanos em Portugal
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Exploração Sexual
A pessoa: • A pessoa pode falar livremente? • Observe o local onde a pessoa está em contacto com clientes. • Fotografias do bordel.
• É forçada a fazer sexo sem preservativos. • A pessoa está dependente do/a “empregador/a” para obter • Inspecione os quartos. • Declarações de testemunhas (prostituto/a e clientes).
outras alojamento, roupas...? • Fale com os/as clientes acerca da atitude da pessoa. • Analise todos os documentos relacionados com
• Não pode recusar clientes.
• A pessoa pode ficar com os seus rendimentos? Com quanto? • Verifique se existem quaisquer relatórios de outras autoridades acerca finanças.
• São-lhe negadas pausas, dias de folga e tempo livre.
• A pessoa denuncia qualquer violência ou ameaça da parte de violações da regulamentação sobre prostituição, saúde e segurança • Procure anúncios de recrutamento semelhantes.
• Parece estar cansada e exausta.
do/a “empregador/a”? relativas ao bordel, ou processos pendentes em tribunais, etc.
• Tem algumas infeções sexualmente transmissíveis não tra-
• A pessoa é forçada a dormir no sítio onde trabalha?
tadas.
• A pessoa encontra-se sempre acompanhada? Por quem?
• Trabalha ininterruptamente.
• A pessoa tem uma tatuagem? Quando é que foi feita? Por
• É transportada de um lugar para outro sem o seu consen-
quem? A pessoa gosta da tatuagem? Como é que escolheu
timento.
o desenho?
• Em situações de inspeções, mente às autoridades policiais.
• Como é que a pessoa começou a prostituir-se?
• É-lhe exigido que realize atividades ilícitas ou humilhantes.
• A pessoa respondeu a um anúncio? Onde é que estava o
• É forçada a prostituir-se mesmo se estiver doente ou grávida. anúncio? Jornal? Internet?
• Está sempre acompanhada quando sai.
• Tem tatuagens ou outras marcas que indiquem que é “pro-
priedade” do/a explorador/a.
• Não traz dinheiro consigo.
• Não fica com o dinheiro que ganha e tem de entregá-lo a
outra pessoa.
• Não pode ficar sozinha quando vai ao/à médico/a ou a pres-
tadores/as de serviços sociais.
O local:
• O ambiente de trabalho é insalubre, com pouca iluminação e
ventilação, falta de aquecimento e sem acesso a instalações
sanitárias.
• Outras/os prostitutas/os parecem exaustos/as e têm um as-
peto descuidado.
INDICADORES DO FIM
INDICADORES DO FIM
Sistema de Referenciação Nacional de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos Sistema de Referenciação Nacional de Vítimas de Tráfico de Seres Humanos
CIG Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico Orientações para a Sinalização de Vítimas de Tráfico CIG
de Seres Humanos em Portugal de Seres Humanos em Portugal
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A pessoa: • A pessoa pode ficar com o dinheiro recolhido? • Localize o local para onde a pessoa vai depois de mendigar. • Fotografias.
• É transportada de um lugar para outro para mendigar. • Há alguém a vigiar a pessoa discretamente? • Fale com as pessoas que lhe dão dinheiro – a pessoa é vista regularmente? • Declarações de testemunhas.
• A quem é que a pessoa entrega o dinheiro recolhido? É vista junto de outras pessoas?
• É forçada a mendigar durante todo o dia.
• O que é que acontece se a pessoa não arranjar uma quantia • Verifique se existem quaisquer relatórios de outras autoridades acerca da
• Parece estar cansada e exausta.
mínima de dinheiro? prisão da pessoa por atividades ilícitas.
• É forçada a mendigar mesmo se estiver doente ou grávida.
• A pessoa está dependente do/a “empregador/a” para o aloja-
• Parece ser portadora de deficiências.
mento, roupas, alimentação?
• Está a usar, vender, esconder ou transportar substâncias ou
• Como é que a pessoa adquiriu a deficiência? No nascimento?
armas ilegais.
Por acidente? Com que idade? Em que condições?
• Parece ter medo.
• A pessoa já foi presa por forças policiais? O que foi que
• Não traz dinheiro consigo. aconteceu? Como foi libertada? Quem pagou a sua fiança
• Está acompanhada por um/a menor (bebés de colo). (se existente)?
• Exibe letreiros em português, mas não fala a língua. • Como é que a pessoa obteve as substâncias ou armas ilícitas?
• A pessoa já alguma vez ficou magoada no decorrer da sua
No caso de um/a menor: atividade? Em que circunstâncias?
• Não tem acesso ao seu pai ou à sua mãe ou a tutores legais.
• Vive com adultos/as que não são o pai nem a mãe.
• Está desacompanhado/a.
• Não tem acesso à educação.
INDICADORES DO FIM
INDICADORES DO FIM
25. Recomenda-se a consulta da publicação Mendicidade Forçada – A face invisível do Tráfico de Seres Humanos para a
Exploração Laboral, coordenação do Ministério da Administração Interna, Observatório do Tráfico de Seres Humanos,
edição da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (2013).
Esta ferramenta prática foi desenvolvida
no âmbito do projeto:
«Desenvolvimento de Orientações e Procedimentos
Comuns na Sinalização de Vítimas de Tráfico
de Seres Humanos»
Euro TrafGuID
Euro TrafGuID
UNIÃO EUROPEIA
Fundo Social Europeu