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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGEN


2023

GESTÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

PHILIPE ALVES ROSA, CAP PM


COORDENADOR

NOSSOS SÍMBOLOS,
NOSSA HONRA.
Instrução 3.03.10/2023-CG
Prevenção e repressão ao homicídio 2ª edição
- Contextualização

- Violência, homicídio e fatores contribuitivos

- Estratégias de prevenção e repressão

- Serviços e atividades de prevenção e repressão

- Ferramentas para prevenção


INTRODUÇÃO

- 1ª versão da instrução publicada em 2013;


- Devido a importância do tema e evolução da dinâmica
criminal, vislumbrou-se a necessidade de atualizar a
Instrução, para dar continuidade ao processo de redução
dos índices;
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES
CONTRIBUITIVOS
- O fenômeno dos homicídios é complexo, multicausal e que
demanda uma análise aprofundada para sua compreensão
e consequente elaboração de estratégias de enfrentamento
e prevenção.
- Nesta Instrução, as causas comuns que determinam a
incidência dos homicídios estão organizadas como sendo
fatores de risco: conflitos interpessoais, violência
doméstica, violência patrimonial, relacionados ao tráfico
ilícito de drogas e fatores de risco ambientais.
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES
CONTRIBUITIVOS
FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE
HOMICÍDIOS:
• Conflitos interpessoais:

relação entre pessoas inseridas num determinado contexto


social, cultural e histórico, aliadas às características
individuais, que conformam os fatores de risco e proteção.
a) Ambiente social degradado;
b) Uso de bebida alcoólica e de drogas;
c) Desorganização comunitária e baixos vínculos com a
vizinhança.
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES
CONTRIBUITIVOS
FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE
HOMICÍDIOS:
• Violência doméstica:

Em âmbito da PMMG, vigora a Instrução nº 3.03.15/2020-CG-


2ª edição, que regula a atuação policial-militar na prevenção e
enfrentamento à violência doméstica e familiar contra
mulheres no estado de Minas Gerais. Portanto, as questões
afetas a esta modalidade especial de violência, deve ser
observada a referida Instrução.
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES
CONTRIBUITIVOS
FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE HOMICÍDIOS:
• Violência patrimonial:
Dentre os crimes contra o patrimônio tem-se aqueles cujo objetivo do autor
é a subtração de bens móveis. Ocorre que, em alguns casos por dolo ou
culpa (preterdolo) do agente, há como resultado a morte da vítima.

devido ao objetivo em tese pretendido pelo autor do delito ser patrimonial


e não contra a vida, não é possível definir um padrão para análise do
fenômeno e seu diagnóstico a partir da análise dos homicídios. Assim, as
medidas preventivas a serem adotadas em relação aos crimes
patrimoniais com violência que culminam em morte da vítima, são
medidas de prevenção criminal para crimes patrimoniais
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES CONTRIBUITIVOS
FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE HOMICÍDIOS:
• Violência relacionada ao tráfico ilícito de drogas:
modelos conceituais explicativos para a relação entre o mercado ilícito de drogas e
os homicídios.
Modelo Sistêmico (três formas possíveis)
Psicofarmacológico: o uso de drogas pode contribuir para o comportamento
violento de uma pessoa, ou pode alterar o comportamento de uma pessoa de
maneira a provocar a vitimização violenta dessa pessoa.
Economicamente compulsivo: Alguns usuários de drogas se envolvem em
crimes violentos de orientação econômica (por exemplo, assalto) para custear o
uso de drogas;
Sistêmico: afirma que a violência relacionada às drogas é um produto da estrutura
do mercado de bens ilícitos
VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES CONTRIBUITIVOS
FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE HOMICÍDIOS:
• Violência relacionada ao tráfico ilícito de drogas:
modelos conceituais explicativos para a relação entre o mercado ilícito de drogas e
os homicídios.
Modelo Contingente: a criação e expansão de mercados ilegais produzirá
homicídios extras quando já existirem circunstâncias sociais propícias à violência
letal.
Fatores de risco ambientais
a) teorias da Desorganização Social e sua evolução (eficácia coletiva e coesão
social) e variável: Janelas Quebradas;
b) teorias baseadas na Ecologia do Crime e Políticas de Prevenção Criminal: o
espaço defensivo e Prevenção do Crime Através do Desenho Ambiental;
c) teorias baseadas na Tomada de Decisão, Oportunidade de Padrão Criminal:
Teoria das Atividades Rotineiras e Teoria do Padrão do Crime.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO HOMICÍDIO

PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS

Percebe-se que em todas as experiências de sucesso, a gestão de


informações cumpre papel decisivo para o êxito das ações adotadas
visando a redução de homicídios. Portanto, não se pode atuar sem
conhecer o perfil do homicídio, os grupos de risco, o padrão de
comportamento do agente infrator, dentre outras variáveis essenciais para
subsidiar atuação dos órgãos de defesa social visando a prevenção
destes delitos.
É importante ressaltar que estes diagnósticos devem ser constituídos por
dois tipos de análise: quantitativa e qualitativa.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO HOMICÍDIO

PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS: ferramenta do


Heptâmetro do Quintiliano
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO HOMICÍDIO

PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS: ferramenta do


Heptâmetro do Quintiliano

Quantitativa Qualitativa
Quem?
O quê?
Como?
Onde?
Quais meios?
Quando?
Por quê?

(análise de
(análise criminal)
cenário)
PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS

Heptâmetro do Quintiliano – Preenchimento REDS


O quê?
Deverá ser informado de maneira precisa o evento registrado, identificando-se o crime
cometido

Onde?
identificar as circunstâncias em que o ambiente pode ter influenciado a prática do homicídio:
a) influência do local do fato para consumação do crime (bares, ambiente degrado, local de
uso habitual para consumo ou tráfico de drogas, etc.);
b) tipo de local onde ocorreu o crime (urbana ou rural);
c) relação do local do fato com a vítima ou agente (intrafamiliar, local de trabalho, etc.);
d) Outras informações relativas ao local do delito.
PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS

Heptâmetro do Quintiliano – Preenchimento REDS


Quando?
Além identificação de data e horário em que o crime ocorreu, aspectos temporais
complementares devem ser abordados:
a) Circunstância de eventos sazonais;
b) Decorrente de saída temporária
c) Se decorre da evolução de outros delitos prévios

Quem? (autor e vítima)


Deve-se também buscar a identificação de vínculos entre autor e vítima.
Deve-se buscar dados como: identificação, envolvimento com outros delitos,
existência de mandado, vínculos, características físicas, entre outros.
PREPARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
Heptâmetro do Quintiliano – Preenchimento REDS
Como?
Indicar detalhadamente a dinâmica dos fatos e quais foram as circunstâncias em
que se deu a ocorrência do delito ou que influenciaram no seu cometimento, se
possível com a coleta de registros audiovisuais e indicação de testemunhas

Quais meios?
instrumentos utilizados para consumação do delito, bem como se há vestígios
deixados

Por quê?
a) conflito interpessoal;
b) violência doméstica;
c) se decorrente de ações do tráfico ilícito de drogas;
d) se decorrente de ações de organizações criminosas;
e) se decorrente das demais ações criminosas; f) existência de fatores de risco
que contribuíram para o crime;
TIPOS DE INTERVENÇÃO
As estratégias serão estruturadas em intervenção: universal, seletiva e indicada,
em conformidade com os pressupostos descritos no quadro seguinte:
TIPOS DE INTERVENÇÃO
As estratégias serão estruturadas em intervenção: universal, seletiva e indicada,
em conformidade com os pressupostos descritos no quadro seguinte:
intervenção Definição
Universal Destinada a população em geral (primeiro esforço de atuação das Unidades de
responsabilidade territorial);
Seletiva Destinados à população de forma específica, que possuem histórico de
conflitos ou existência de ambientes de risco.
Ex.: bares e casas de show com frequentadores com uso imoderado de
bebeida alcoólica; ambientes degradados, locais de reincidência de tráfico de
drogas, etc.
Indicada voltadas para os casos de homicídios registrados, com o fim de atuar na
elucidação de autoria, prisão do(s) agente(s) e adoção de medidas no sentido
de evitar o aumento destes delitos. Busca combater a sensação de
impunidade. Ex.:
a) Criação de equipes de acompanhamento de crimes de homicídio;
b) Intensificação da presença do comandante da fração com responsabilidade
territorial, para coordenação das diligências;
c) Prolongar as ações de rastreamento para manter o estado de flagrância;
d) Presença da equipe de inteligência no local;
e) Atualização da qualificação e fotografia dos autores de crimes locais;
f) Reuniões periódicas com representantes de outros órgãos (poder judiciário,
Polícia Civil, Ministério Público, etc.)
Modelo de Emprego com base nas fases de eclosão do delito
Fases Definição
Pré- Ações preventivas: com vistas à identificação do crime, dos
incidental criminosos e de possíveis alvos de ações delituosas, além de suas
vertentes, características e vulnerabilidades para elaboração das
melhores formas de resposta
Incidental Ações de repressão imediata: no momento do atendimento da
ocorrência pelas equipes empenhadas e se refere à coleta de
informações que subsidiem o emprego imediato dos esforços
operacionais no intuito de capturar o(s) autor(es) em flagrante do
delito
Pós- atividades de repressão qualificada: operações desencadeadas no
incidental intuito de auxiliarem na elucidação do crime, por meio da ocupação
ostensiva da comunidade afetada com vistas à identificação da
autoria e circunstâncias do crime que possam contribuir nas fases
investigativa e processual, bem como restaurar a tranquilidade e a
ordem pública. Nesta fase também são realizadas operações que
desestimulem a ocorrência de delitos em sequência, como represálias
de homicídios relacionados ao crime organizado, ao tráfico ilícito de
droga e à atuação de gangues, por exemplo.
SERVIÇOS DE ATIVIDADES DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO

NÚCLEO DE PREVENÇÃO AO HOMICÍDIO

Princípios de atuação:

a) Prevenção: Núcleo deverá priorizar o acompanhamento das ocorrências de


ameaça, homicídio tentado e demais naturezas em que for identificado o risco
de agravamento

b) Inteligência: vítimas em potencial e prováveis autores e a motivação dos fatos,


que deverão ser alvo de acompanhamento contínuo;

c) Repressão qualificada: desencadear ações direcionadas para a prisão de


autores de homicídios, bem como a apreensão de instrumentos utilizados na
referida modalidade criminosa, buscando a integração sistemática com a
Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário para a obtenção de
mandados, quando for o caso
NÚCLEO DE PREVENÇÃO AO HOMICÍDIO
Composição:
supervisionado pelo Subcomandante da UEOp e composto pelos Oficiais que chefiam os
serviços correspondentes a cada eixo. São eixos do NPH: ações de inteligência; ações de
Tático Móvel (TM); ações do Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco (GEPAR) e;
ações de Prevenção à Violência Doméstica (PVD).
NÚCLEO DE PREVENÇÃO AO HOMICÍDIO – Eixos atuação
Inteligência Tático Móvel

• Ch da Agência de Área (AA) • Coordenação da


será o coordenador do NPH atuação das equipes de
• Gestão das informações PPH
• Acessoramento ao comando
• Interação com outros órgãos

PPVD GEPAR

• Identificação de conflitos que • Realização da


possam gerar agravamento. atividades em seu
• Onde houver Cia Ind PVD: território de
manter contato com o chefe responsabilidade
da AA responsável • Participação fica Vivo e
GIE;
MISSÃO DOS SERVIÇOS

PPH:

foco a redução do crime de homicídio com atuação nas causas primárias


do delito, por meio da análise qualitativa de cada ocorrência (diagnóstico
criminal), auxiliando na produção de conhecimento pela inteligência de
segurança pública, proporcionando atuação reativa qualificada no
enfrentamento dos conflitos interpessoais e envolvimento da comunidade
na busca da solução dos problemas aflorados e consequente redução da
incidência dos delitos de homicídio. A PPH tem, ainda, importante papel
na atuação repressiva imediata (durante a fase incidental) ou repressiva
qualificada (pós-incidental) no enfrentamento dos delitos.
MISSÃO DOS SERVIÇOS

PPH atuação nas fases do delito:

Pré-incidental:

a) atua em segunda resposta nas ocorrências de ameaça e demais naturezas, em


que há risco iminente de agravamento e evolução para o homicídio.
b) realizar operações designadas pelo Coordenador do NPH aos alvos indicados
pelo Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) ou outros alvos prioritários.
c) Juntamente com as equipes GEPAR e PPVD deverão contribuir na elaboração
de dossiês a serem oportunamente enviados a outros órgãos (Polícia Civil/
Ministério Público/ Poder Judiciário)
MISSÃO DOS SERVIÇOS
PPH atuação nas fases do delito:

Incidental:

Atua em primeira resposta nas ocorrências de homicídio tentado e consumado


(fase incidental), fora da área do GEPAR, sendo a responsável pelas diligências
imediatas e posteriores (pós-incidental) de rastreamento e levantamento de
informações, repassando informações para subsidiar a confecção do REDS pela
equipe responsável.
Comparecer ao local da ocorrência e acionar equipe de inteligência, repassando
informações que necessitam de ampliação. Não havendo uma equipe da PPH em
condições de empenho na ocorrência, o comandante do serviço Tático Móvel no
turno, deverá designar uma equipe TM para realizar a atividade.
Será a responsável pelo caso juntamente com a equipe da AA até o findar dos
trabalhos, devendo repassar o resumo das diligências apuradas, por meio do
relatório preliminar nas primeiras 24 horas, bem como o complementar no prazo de
15 dias, em sinergia com os trabalhos da equipe da AA envolvida no caso.
MISSÃO DOS SERVIÇOS
PPH atuação nas fases do delito:

Pós-Incidental:

A PPH deverá compilar os dados a fim de subsidiar futuros planejamentos de


operações, bem como para comporem dossiês a serem encaminhados aos órgãos
de persecução penal.

A alta incidência do crime de homicídio é o fator preponderante para a criação da


atividade PPH. Esta situação será percebida por um ou mais fatores relacionados
ao crime de homicídio, conforme o seguinte:
a) estatística criminal que apresente crescimento de número de eventos,
tornando-se difícil a reversão do quadro com o efetivo e rotinas ordinárias;
b) não cumprimento de metas pactuadas na Gestão de Desempenho Operacional
(GDO);
c) eventos violentos reiterados e/ou de repercussão negativa nos meios de
comunicação, impactando na segurança subjetiva da comunidade.
MISSÃO DOS SERVIÇOS
GEPAR:

direciona suas ações para a identificação de criminosos contumazes, membros de


quadrilhas de tráfico ilícito de drogas, que utilizam armas de fogo e outras
atividades criminosas, com o objetivo de prevenir homicídios no setor de atuação.

Coordenadoria de Inteligência – Agência de Área (AA)

A equipe de plantão da AA no momento em que ocorrer o evento será a


responsável por diligenciar, juntamente com a PPH ou GEPAR responsável
(diligências preliminares e complementares) até o findar do caso. Será responsável
por produzir os relatórios próprios para os órgãos de persecução criminal,
conforme diretrizes do NPH.
MISSÃO DOS SERVIÇOS
PROERD:

auxiliar na identificação de casos em que crianças e adolescentes estejam sob


risco de figurar no papel de autores ou vítimas de homicídio, para que o NPH
possa adotar as medidas necessárias para evitar que a ameaça se concretize.

Patrulha Escolar:

responsável ainda por acompanhar as situações de evasão escolar e contatar o


aluno que se enquadrar nessa circunstância, para verificar se há motivos
relacionados à ameaça de morte, tráfico ilícito de drogas ou outras questões que
possam colocar em risco a integridade física desse jovem ou colocá-lo como vítima
em potencial de homicídio.
MISSÃO DOS SERVIÇOS
PPVD:

guarnições PPVD deverão manter contato com os coordenadores dos NPH da


área de responsabilidade territorial do fato a fim de repassar informações sobre os
casos de agressão e ameaça, ou outras situações de conflito interpessoal, que
apresentem risco de agravamento, bem como para coletar informações de autores
que estejam envolvidos em outros tipos de eventos criminais.

No caso das RPM que possuam Cias PM Ind PVD, o Chefe de Agência de Área de
cada UEOp (coordenador do NPH) que identifique que os alvos prioritários tenham
envolvimento em fatos que configurem violência doméstica deverão manter
contatos para que quebrem o ciclo de violência doméstica e previnam as
ocorrências de feminicídio.
ROTINA DE REUNIÕES

O Supervisor, Coordenador e oficiais envolvidos no Núcleo deverão se reunir


mensalmente para definir as estratégias, avaliar os resultados e o desempenho
das equipes e revisar os casos encerrados e em andamento.

As reuniões com as equipes envolvidas no NPH para alinhamento de estratégias e


condutas operacionais, deverão ocorrer no mínimo quinzenalmente e durante o
turno de serviço dos militares.

Poderá ocorrer a convocação de reuniões extraordinárias a critério do


Coordenador do Núcleo ou mediante determinação de autoridade superior.
FERRAMENTAS PARA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIO –
CLASSIFICAÇÃO PREDITIVA DE HOMICÍDIOS

A PMMG desenvolveu um algoritmo capaz de, através do perfil dos autores e


vítimas de homicídios registrados nos bancos de dados do Sistema Integrado de
Defesa Social (SIDS), classificar aquelas pessoas com maior propensão a se
envolverem nesses crimes contra a vida, ou seja, pessoas que mais se aproximam
do padrão de autores e vítimas de homicídio, por meio de pesos atribuídos às
variáveis do perfil de indivíduos qualificados em REDS, como:

a) a natureza do registro;
b) o tempo decorrido entre a ocorrência e a data da previsão;
c) o meio utilizado;
d) a idade do indivíduo (para o período em que está sendo realizada a predição);
e) o fato do indivíduo residir ou não em hot spot de homicídios.

A estratégia da realização de visitas preventivas dos alvos objetiva reduzir o


animus de cometimento de novos delitos, notadamente quanto à percepção do
custo x benefício relacionado ao envolvimento com o crime
FERRAMENTAS PARA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIO –
CLASSIFICAÇÃO PREDITIVA DE HOMICÍDIOS
FERRAMENTAS PARA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIO –
CLASSIFICAÇÃO PREDITIVA DE HOMICÍDIOS
FERRAMENTAS PARA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIO –
CLASSIFICAÇÃO PREDITIVA DE HOMICÍDIOS
FERRAMENTAS PARA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIO –
CLASSIFICAÇÃO PREDITIVA DE HOMICÍDIOS

Coordenação da atividade de visitas preventivas (CPU)

a) inteirar-se no início do turno das visitas que serão realizadas e as


guarnições de radiopatrulhamento designadas;
b) identificar se há necessidade de algum tipo de cobertura policial;
c) em caso de ser identificado que o alvo da visita possui mandado de
prisão em aberto, planejar operação para cumprimento e coordenar a
sua execução;
d) verificar os registros das atividades se contemplam as informações
básicas e se foram registradas com as naturezas adequadas;
e) certificar de que as equipes realizaram os devidos registros até o final
do turno de serviço.
EXECUÇÃO DA ATIVIDADE VISITAS PREVENTIVAS – GUARNIÇÃO
DE RADIOPATRULHAMENTO

a) acessar o “Painel de Classificação Preditiva de Homicídios”, consultar as ocorrências


pretéritas do autor selecionado;
b) acessar o SEEU, a fim de averiguar se o autor a ser visitado está cumprindo pena em
regime aberto ou livramento condicional;
c) acessar o banco de mandados, a fim de verificar se o autor de reincidência possui
mandado em aberto.
d) gerar o empenho da intervenção preventiva, via COPOM/SOU/SOF, com a natureza
A21.000 (Ações Preventivas).
e) deslocar à residência do visitado para realização da atividade, na qual deverá observar:
▪ identificar-se e falar do objetivo da visita, preferencialmente acompanhado de
testemunha;
▪ relatar ao visitado sobre o resumo das ocorrências pretéritas do alvo da visita,
fazendo-o refletir acerca dos impactos da sua carreira criminal para sua própria vida e de
seus familiares;
▪ alertar o alvo para as possíveis consequências de não quebrar o ciclo de
envolvimento com a criminalidade, dentre elas a possibilidade de agravamento das
ocorrências, incluindo o homicídio;
EXECUÇÃO DA ATIVIDADE VISITAS PREVENTIVAS – GUARNIÇÃO
DE RADIOPATRULHAMENTO
f) colher os dados do autor, possíveis testemunhas e os fatos observados para confecção de
REDS com a natureza, destinado ao Comandante de Companhia;
g) caso haja medida cautelar diversa da prisão ou em cumprimento de pena em regime
aberto/livramento condicional, verificar cumprimento das regras. Natureza do REDSa:
▪ A 23.001 (Fiscalização de egresso do Sistema Prisional sem cumprimento de medida
judicial imposta);
▪ A 23.002 (Fiscalização de egresso com descumprimento de medida judicial imposta).
h) caso o alvo não esteja sujeito a medida cautelar, registrar o Boletim de Ocorrência
Simplificado com a natureza A 21.000;
i) durante a visita o policial militar deverá buscar identificar o envolvimento ativo do alvo em
atividades de tráfico ilícito de drogas, de forma a subsidiar o serviço de inteligência a
ampliar as provas e solicitar o mandado de busca e apreensão, se for o caso;
j) caso o alvo não seja localizado em nenhum dos endereços catalogados no Painel de
Classificação Preditiva de Homicídios, deverá ser registrado REDS com natureza A21.000,
explicando o motivo da não localização do envolvido, para que a fração ou comando
imediato realize novas diligências para localização deste alvo;
k) a equipe designada para realizar esta ação deverá registrar e encerrar os registros até o
final do turno de serviço.
FLUXOGRAMA VISITAS PREVENTIVAS
ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL –
QUANTIDADE DE VISITAS
ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL
REFERÊNCIAS

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Prevenção e repressão ao homicídio.


Instrução nº 3.03.10/2023-CG: regula o emprego da Polícia Militar com vistas à
prevenção e repressão aos crimes de homicídio. 2.ed. - Belo Horizonte: Terceira
Seção do Estado-Maior-PM3, 2023.

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