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TRABALHO DE DIREITO DE SUCESSÕES

TEMA: FORMAS DE TESTAMENTO

NOME: NATHÁLIA BARBOSA CALDAS

INTRODUÇÃO

O testamento faz parte do Direito de Sucessões, um ramo do Direito Civil, e


seu conceito pode também ser conhecido como uma substituição de
titularidade, uma pessoa assume os bens deixados por outra pessoa. O
testamento é uma manifestação justa de nossa vontade sobre aquilo que
queremos que se faça depois da morte.

O herdeiro pode receber a sua herança de duas formas, por via de


sucessão legitima ou pela via testamentária, que é a última manifestação de
vontade do “de cujus”. Quando ocorre um falecimento e essa vontade
relacionada à divisão dos bens não foi manifestada, a omissão gerada será
suprida por lei, e as vias legais dispostas na lei serão utilizadas para realizar
essa divisão.

O testamento é um ato causa mortis, os seus efeitos só se serão


produzidos depois que houver a morte do testador. É um negócio jurídico
unilateral, o testador declara sua vontade expressa para que essa seja
cumprida depois de sua morte. Essa manifestação de vontade deve ser
livre e solitária do testador para dispor-se. O testamento é essencialmente
revogável, segundo o artigo 1.969 do Código Civil, sendo portanto inválido
qualquer cláusula que proíba a sua revogação, é um princípio de ordem
pública.

“Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo


mesmo modo e forma como pode ser feito”.

O testamento é um ato personalíssimo, porque é realizado pelo próprio


testador dispondo ainda em vida de seus bens, onde o mesmo atribui
patrimônio para pessoa que seja certa e determinada para posse depois
de sua morte, sem que haja qualquer interferência de terceiro. Um terceiro
somente pode acompanhar a elaboração de um testamento, mas sem que
nele interfira de nenhum modo.

“O artigo 1.858 do Código Civil descreve que o


testamento não pode ser delegado, deixado de arbítrio
de outrem ou deixar o valor do legado ao herdeiro, não
podendo, inclusive, atribuir a outro a eficácia ou
ineficácia desta disposição, porém, não há impedimento
de um tabelião, advogado ou outra pessoa, de redigir o
pedido do testador e seguindo sua orientação, uma
minuta do testamento, ou que acompanhe e assessore o
testador, quando da elaboração, desde que se trate de
uma participação desinteressada.”(GONÇALVES, 2014,
230)

O testamento é também um ato solene, que está prescrito em lei, com


formalidades determinadas que visam a garantia e a certeza no que diz
respeito a vontade do testador e sua veracidade.

O ordenamento jurídico brasileiro reconhece formas ordinárias e especiais


de testamentos, assim como também o testamento vital e o codicilo, ambas
as formas se diferenciam pelo cumprimento de suas formalidades.

A CAPACIDADE PARA ATESTAR

Para que o testamento tenha validade jurídica são necessárias algumas


condições, são essas: capacidade testamentária ativa e passiva, não haver
deserdação e a observância de todas as formalidades legais já descritas
anteriormente.

A capacidade testamentária ativa é a capacidade de atestar. Conforme o


elencado nos artigos 1.860, 1.873 e 1.857 do Código Civil.

“Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os


que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento”.

“Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-


mudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua
mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as
duas testemunhas, escreva, na face externa do papel
ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja
aprovação lhe pede”.

“Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por


testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte
deles, para depois de sua morte”.
A capacidade testamentária passiva é aquela que decorre do fato de a
pessoa ter capacidade ou não para adquirir o que foi deixado por
testamento, sendo capazes para isso, todas as pessoas que são
classificadas como naturais ou jurídicas existentes ao tempo da morte do
testador, não são consideradas como incapazes, conforme o elencado nos
artigos 1.798 e 1.799 do Código Civil.

“Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas


nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão”.

“Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda


ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas
indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-
se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for
determinada pelo testador sob a forma de fundação”.

A DESERDAÇÃO

A deserdação elencada no artigo 1.964 do Código Civil, é um ato em que o


testador ainda em vida, exclui da sucessão mediante testamento, com
expressa declaração de sua causa, o herdeiro necessário.

Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa


pode a deserdação ser ordenada em testamento.

A deserdação para ser válida deve preencher alguns requisitos, os quais


são a exigência de testamento válido com expressa declaração do motivo
determinante da deserdação, a fundamentação em causa expressamente
prevista pela lei; A existência de herdeiros necessários e a comprovação da
veracidade do motivo alegado pelo testador. Somente se preenchido esses
requisitos a deserdação será válida.

Se o deserdado tem descendente, este o sucederá por substituição como


se morto estivesse, no caso pai deserdado com filhos, os seus filhos irão o
suceder e herdarão a herança presente no testamento.
FORMAS DE TESTAMENTO PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL
BRASILEIRO

No Código Civil Brasileiro existem diversas formas de testamento, as quais


são divididas pela doutrina de Formas Ordinárias (público, cerrado e
particular) de acordo com o art. 1.862 do código e Formas Especiais
(marítimo, aeronáutico e militar) de acordo com o art. 1.886.

FORMAS ORDINÁRIAS DE TESTAMENTO

O testamento tem a sua eficácia jurídica subordinada ao que está previsto


em lei, devendo obedecer aos seus requisitos para ser elaborado, sob pena
de ser declarado nulo de forma absoluta. Caracterizam-se pela exigência do
cumprimento de várias formalidades, destinadas a dar seriedade e maior
segurança as manifestações de última vontade. A lei é a garantidora que irá
atestar a autenticidade do testamento.

O testamento ordinário pode ser realizado por qualquer pessoa capaz, de


forma pública, cerrado e particular, é vedado a união de duas formas
diferentes em um mesmo testamento.

E vedado também o testamento conjuntivo de acordo com o art. 1.863 do


Código Civil.

Art. 1.863 – É proibido o testamento conjuntivo, seja


simultâneo, recíproco ou correspectivo.

O testamento conjuntivo é vedado na generalidade dos códigos.

TESTAMENTO PÚBLICO

O testamento público é aquele escrito pelo tabelião em seu livro de notas,


de acordo com as declarações do testador, deve ser feito em língua
nacional, podendo servir de minuta, notas ou apontamentos, em presença
de duas testemunhas que devem assistir a todo o ato, o testamento deve
ser lido em voz ao testador e as testemunhas presentes, conforme o
elencado no artigo 1.864 a 1.867 do código Civil.

O testamento público pode ser efetuado para os analfabetos e os


incapacitados auditivos e os visuais, seguindo algumas regras especiais
previstas nos art. 1.865, 1.866 e 1.867 do Código Civil.

Art. 1.866. “O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler,


lerá o seu testamento, e, se não o souber, designará
quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.”
Art. 1.867. “Ao cego só se permite o testamento público,
que lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo
tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma
das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se
de tudo circunstanciada menção no testamento.”

A publicidade não consiste no fato de o testamento ficar aberto ao público


depois de o ato ser lavrado. Essa denominação testamento público, significa
à oficialidade de sua elaboração, e também pelo fato de o ato ser
testemunhado por pessoas que são essenciais para garantir a seriedade e a
regularidade do testamento.

O testamento público alguns requisitos e formalidades que estão presentes


no art. 1.864 do Código Civil.

Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento


público:

I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em


seu livro de notas, de acordo com as declarações do
testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou
apontamentos;

II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo


tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só
tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas
e do oficial;

III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado


pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.

Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito


manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito
pela inserção da declaração de vontade em partes
impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas
as páginas pelo testador, se mais de uma.

As vantagens de se fazer um testamento público são que, é propiciado


uma maior segurança ao testador e possui chances menores desse
testamento vir a ser anulado por não cumprir requisitos legais, o público
também não precisa ser confirmado pelo juiz, pois o tabelião que o redigiu
possui autoridade para fazê-lo.

TESTAMENTO CERRADO
O testamento cerrado, também secreto ou místico, é o escrito pelo próprio
testador ou por alguém a seu rogo e por aquele assinado, com caráter
sigiloso, completado pelo instrumento de aprovação ou autenticação lavrado
pelo tabelião ou por seu substituo legal, em presença do disponente e de
duas testemunhas idôneas. Esse testamento só terá eficácia após o auto de
aprovação lavrado pelo tabelião. E só pode ser aberto em segredo de
justiça, mediante busca e apreensão, não pode já estar aberto antes da
morte do testador.

Segundo o Art. 1.869 do Código Civil, “o tabelião deve


começar o auto de aprovação imediatamente depois da
última palavra do testador, declarando, sob sua fé, que
o testador lhe entregou para ser aprovado na presença
das testemunhas; passando a cerrar e coser o
instrumento aprovado.”

Os analfabetos e cegos não podem fazer esse tipo de testamento. Quem


não saiba ou não possa ler, não pode dispor os seus bens em forma de
testamento cerrado, está vedado pela lei para fazê-lo. Os surdos mudos
desde que escrevam de próprio punho o testamento e assinem, poderão
fazer essa forma de testamento, que deve ser entregue para o tabelião
perante duas testemunhas.

A vantagem dessa modalidade testamentária consiste no fato de manter


em segredo a declaração de vontade do testador, pois somente ele
conhece o seu conteúdo.

O art. 1.868 do Código Civil enumera os requisitos e formalidades do


testamento cerrado.

Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por


outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, será
válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal,
observadas as seguintes formalidades:

I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de


duas testemunhas;

II - que o testador declare que aquele é o seu testamento


e quer que seja aprovado;

III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de


aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia,
em seguida, ao testador e testemunhas;
IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião,
pelas testemunhas e pelo testador.

Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito


mecanicamente, desde que seu subscritor numere e
autentique, com a sua assinatura, todas as páginas.

Os requisitos essenciais do testamento cerrado são: cédula testamentária,


ato de entrega, auto de aprovação, cerramento.

TESTAMENTO PARTICULAR

O testamento particular é aquele que prevê do ato de disposição de última


vontade escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico, não
podendo conter rasuras ou espaços em branco, assinado pelo testador e
devendo ser lido por três testemunhas, que o subscreverão, com a
obrigação de, depois da morte, confirmar a sua autenticidade. Podendo ser
considerado como nulo se esses requisitos não forem respeitados.

Os requisitos e formalidades do testamento particular estão presentes no


artigo 1.876 do Código Civil.

Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de


próprio punho ou mediante processo mecânico.

§ 1o Se escrito de próprio punho, são requisitos


essenciais à sua validade seja lido e assinado por quem
o escreveu, na presença de pelo menos três
testemunhas, que o devem subscrever.

§ 2o Se elaborado por processo mecânico, não pode


conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser
assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença
de pelo menos três testemunhas, que o subscreverão.

A vantagem desse meio de testar consiste na desnecessidade de


presença do tabelião, o que torna esse meio mais cômodo e econômico
para o testador por ser uma forma mais simples de fazê-lo.

Desvantagem, porém, porque esse meio de testar requer que as


testemunhas confirmem o testamento em juízo, estas que podem não
confirmar o testamento ou estarem mortas na data de abertura, o que
dificulta sua confirmação. Está previsto no Código Civil no artigo 1.878.

Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o


fato da disposição, ou, ao menos, sobre a sua leitura
perante elas, e se reconhecerem as próprias assinaturas,
assim como a do testador, o testamento será confirmado.

Parágrafo único. Se faltarem testemunhas, por morte ou


ausência, e se pelo menos uma delas o reconhecer, o
testamento poderá ser confirmado, se, a critério do juiz,
houver prova suficiente de sua veracidade.

Se por eventualidades, nenhuma testemunha for encontrada, mesmo que


não exista dúvida quanto a autenticidade do testamento, o juiz deverá
homologar o testamento.

TESTAMENTOS ESPECIAIS

Os testamentos especiais são aqueles determinados por circunstâncias e


situações excepcionais em que se encontra aquele que pretende
manifestar a sua última vontade e que justificam a diminuição de
formalidades e exigências legais. É levado em consideração, o fato de a
pessoa não ter meios de utilizar a forma ordinária e a situação que a
pessoa está no momento da elaboração. Está na urgência de elaboração
do documento.

São esses: o testamento marítimo, o militar e o testamento aeronáutico.

TESTAMENTO MARÍTIMO

O testamento marítimo é a declaração de última vontade, feita a bordos de


navios de guerra ou mercante. O mesmo deve ser feito perante o
comandante, e com a presença de duas testemunhas, e pode ser feito na
forma de testamento público ou cerrado, conforme o que está previsto no
Código Civil. Esse testamento só pode ser realizado por pessoas doentes
que corram grave risco de vida e na impossibilidade de desembarque em
portos onde a pessoa possa testar na forma ordinária.

Deve ser feito também o registro desse testamento no diário de bordo do


comandante, que terá a guarda provisória do mesmo, devendo o entregar
as autoridades assim que houver o desembarque em algum porto.
A forma pública desse testamento é o documento lavrado pelo
comandante, e perante duas testemunhas presentes em todos os atos. E a
forma cerrada, o documento será escrito pelo próprio testador ou pessoa
ao seu rogo, devendo ser entregue ao comandante perante a duas
testemunhas que reconheçam e entendam o testador.

O testamento testado dessa forma, perderá eficácia se o testador não


morrer durante a viagem e nem nos noventas dias subsequentes ao seu
desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária outro
testamento, conforme o elencado no artigo 1.891 do Código Civil.

O testamento marítimo possui alguns requisitos, são eles: a viagem deve


ser realizada em navio nacional, o navio deve ser de guerra ou mercante,
o testador deve estar a bordo do navio em viagem, a cédula testamentária
deve ser registrada em livro diário de bordo, e o testamento deve ficar sob
a guarda do comandante até o mesmo ser entregue as autoridades
administrativas.

TESTAMENTO AERONÁUTICO

O disposto anteriormente sobre o testamento marítimo também prevalece


para o testamento aeronáutico. O testamento aeronáutico só pode ser
utilizado para quem estiver a bordo de aeronave militar ou comercial,
perante pessoa designada pelo comandante, na presença de duas
testemunhas, na forma de testamento público ou cerrado, devendo o
comandante fazer o registro no diário de bordo.

Conforme elenca o artigo 1.889 do Código Civil:

Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de


aeronave militar ou comercial, pode testar perante
pessoa designada pelo comandante, observado o
disposto no artigo antecedente.

O testamento aeronáutico é uma inovação do Código Civil de 2002.

Os requisitos, portanto, para elaboração do testamento aeronáutico são os


mesmos do testamento marítimo conforme o disposto no artigo 1.888:

Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio


nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o
comandante, em presença de duas testemunhas, por
forma que corresponda ao testamento público ou ao
cerrado.

A forma cerrada para esse testamento é quase inviável, pois o


comandante estaria pilotando o avião e não haveria como participar da
elaboração do testamento.

TESTAMENTO MILITAR

É o testamento elaborado por militares e outras pessoas a serviço das


Forças Armadas em campanha, como médicos, enfermeiros etc., que
estejam participando de operações de guerra, dentro ou fora do país, ou
em local que esteja com a comunicação interrompida onde não exista
tabelião ou representante legal.

O testamento pode ser feito perante duas testemunhas, e se o testador


não souber ou não ter condições de assinar, terá que ser feito por três
testemunhas, onde obrigatoriamente uma das testemunhas assinará por
ele. O testamento militar também pode se dá de duas formas, a pública ou
cerrada.

Preceitua o artigo 1.893 do Código Civil:

Art. 1.893. O testamento dos militares e demais


pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha,
dentro do País ou fora dele, assim como em praça
sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas,
poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto
legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não
puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por
ele uma delas.
§ 1o Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo
destacado, o testamento será escrito pelo respectivo
comandante, ainda que de graduação ou posto inferior.
§ 2o Se o testador estiver em tratamento em hospital, o
testamento será escrito pelo respectivo oficial de saúde,
ou pelo diretor do estabelecimento.
§ 3o Se o testador for o oficial mais graduado, o
testamento será escrito por aquele que o substituir.

Assim como o testamento marítimo e aeronáutico, o militar também


caduca se o testador estiver até noventa dias depois em lugar onde possa
testar de forma ordinária.

Os requisitos do testamento militar são: que a força esteja em campanha,


mobilizada, tanto para a guerra externa quanto para a interna dentro ou
fora do país, que o testador esteja participando da guerra, que não haja no
local um tabelionato, e que a situação de perigo seja real.

Existe o testamento nuncupativo como espécie de testamento militar, o


testador estando empenhado em combate ou feridas, de perigo iminente,
pode testar nuncupativamente, na forma verbal, confiando sua última
vontade a duas testemunhas. Caso o testador morra em combate e a
testemunha sobreviva, deverá procurar o seu oficial de patente e lhe
informará sobre o testamento, o qual será reduzido termo, com assinatura
dele e das testemunhas.

CODICILOS

Codicilo é o ato de última vontade, destinado a disposições de pequeno


valor ou recomendações a serem atendidas e cumpridas após a morte.
São notoriamente, despesas de pouco valor e desejos de pouca
importância.

O codicilo é um testamento sem o essencial do testamento. Geralmente.


Falam sobre assuntos como: como realizar o enterro, para quem irá
algumas roupas e joias de pouco valor.

O requisito essencial do codicilo é a sua forma manuscrita e particular, ou


seja, de próprio punho, conforme o elencado no art. 1.881 do Código Civil,
mas assim como no testamento particular, é admitido se a forma
datilografada e a digitalizada. Não é necessário testemunhas e deve ser
fechado da mesma forma do testamento cerrado. Outro requisito
importante do codicilo é a data, o mesmo deve estar datado.

Um codicilo pode revogar outro codicilo, um testamento pode revogar um


codicilo. Mas um codicilo não pode revogar um testamento.
O codicilo está elencado no artigo 1.881 do Código Civil:

Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá,


mediante escrito particular seu, datado e assinado,
fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre
esmolas de pouca monta a certas e determinadas
pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo
lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de
pouco valor, de seu uso pessoal.

TESTAMENTO VITAL

O testamento vital ou biológico constitui uma declaração unilateral de


vontade em que a pessoa manifesta o desejo de ser submetida a
determinado tratamento, na hipótese de se encontrar doente, em estado
incurável ou terminal, ou apenas declara que não deseja ser submetida a
nenhum procedimento que evite a sua morte. Este testamento deve estar
devidamente assinado para sua validade.

Enquanto ainda capaz, a pessoa escolhe, por escrito, o tratamento médico


que deseja receber ou manifesta o seu desejo de não se submeter a
nenhum. Com esse documento, o paciente visa a influir sobre a conduta
médica e a limitar a atuação da família, caso a doença progrida e venha,
portanto, se tornar impossibilitado de manifestar a sua vontade.

Não se trata propriamente de um testamento, uma vez que não se destina


a produzir efeitos após a sua morte, mas sim antes desta, aos pacientes
terminais.

Como o testamento vital não é legalizado no ordenamento jurídico


brasileiro, não como se dizer quais seriam os seus requisitos necessários.
Deve-se ressaltar que para que o testamento seja aceito, a doença do
paciente deve ser de tratamento e estágio irreversível.
BIBLIOGRAFIA

http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/formas-ordinarias-
testamento.htm

https://jus.com.br/artigos/34077/tipos-de-testamentos

https://mafeguimaraes.jusbrasil.com.br/artigos/518930873/formas-de-
testamento

https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91577/codigo-civil-lei-
10406-02#art-1880

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2974/O-Novo-Codigo-Civil-e-os-
tipos-de-testamento

https://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-1858#_ftn1

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