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NDAÇÃO ASSISTENCIAL E EDUCATIVA CRISTÃ DE ARIQUEMES - FAECA

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA - IESUR


FACULDADES ASSOCIADAS DE ARIQUEMES – FAAr

THAIZ MOUTINHO PEDON

TIPOS DE TESTAMENTOS

ARIQUEMES-RO,
2020
THAIZ MOUTINHO PEDON

TIPOS DE TESTAMENTOS

Trabalho apresentado como obtenção


de nota no º bimestre na disciplina de
DIREITO INTERNACIONAL, ministrado
pelo professor:, do Curso de Bacharel
em Direito, das Faculdades Associadas
de Ariquemes–FAAr.

ARIQUEMES-RO,
2020
INTRODUÇÃO

O Código Civil brasileiro admite além da sucessão legítima, que se processa por
lei, a sucessão testamentária, em que a transmissão dos bens do de cujus, deriva da
manifestação de última vontade, revestida da solenidade exigida pelo legislador.
O testamento é chamado pela doutrina, usualmente, de “último ato de vontade”.
Tecnicamente, ele não é o último ato de vontade, em vida, em regra, já que depois de
elaborar o testamento, o testador habitualmente continua vivo.
TIPOS DE TESTAMENTOS

É visado no Código Civil alguns tipos de testamento, permitidos pela legislação e que
podem ser aplicados em todos os casos, os quais são: divididos em: ordinários, arts.
1.862 a 1.885 (o público, o cerrado e o particular), codicilos, arts. 1.881 a 1.885, e
especiais , arts. 1.886 a 1.896 (o marítimo, o aeronáutico e o militar).

1. Testamento Público - É requisito do testamento público ser (art. 1.864):

Escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de
acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de
minuta, notas ou apontamentos

Lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a


um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do
oficial, depois de lavrado o instrumento

Assinado o instrumento, em seguida à leitura, pelo testador, pelas


testemunhas e pelo tabelião

Observações: O tabelião é obrigado a escrever exatamente o que ouvir. Caso


o testador não fale, haverá nulidade. É necessária a presença de duas testemunhas,
que deverão acompanhar do início ao fim.    
Caso a testemunha saia do local onde está sendo realizado o testamento e o
tabelião não interromper o processo, acarretará na nulidade. Após a escrituração será
realizada a leitura do testamento, após a leitura, todos deverão assinar a cédula.

2. Testamento Cerrado

O testamento cerrado, chamado de místico, é aquele escrito pelo testador, ou


por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado. A “mística” se justifica pelo
segredo que envolve as disposições testamentárias, só cognoscíveis depois da morte
do testador, ao contrário do testamento público, facilmente acessível a qualquer um. Se
o tabelião tiver escrito o testamento a rogo do testador, poderá, não obstante, aprová-
lo, prevê o art. 1.870. Ele será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal,
observadas as seguintes formalidades (art. 1.868):
O testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas

O testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja


aprovado

O tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de


duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas

O auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e


pelo testador

3. Testamento Particular
O testamento particular, também chamado de hológrafo, pode ser escrito de
próprio punho ou mediante processo mecânico (art. 1.876), não havendo necessidade
de qualquer intervenção registral ou judicial. Ele pode ser escrito em língua estrangeira,
contanto que as testemunhas a compreendam (art. 1.880).
Deverá ser escrito pelo testador, não podendo conter rasura. O testador deverá
assinar o seu testamento, na presença das testemunhas (no mínimo três testemunhas).
As testemunhas deverão ouvir o testamento, sendo informadas do conteúdo do
testamento. Após ouvirem deverão assinar o testamento e se qualificarem.
De acordo com o Enunciado 611 da VII Jornada de Direito Civil, esse testamento
hológrafo simplificado perderá sua eficácia se, nos 90 dias subsequentes ao fim das
circunstâncias excepcionais que autorizaram a sua confecção, o disponente, podendo
fazê-lo, não testar por uma das formas testamentárias ordinárias. O Enunciado vem a
reboque das regras aplicáveis aos testamentos especiais e se coaduna, em certa
medida, com as regras a respeito do casamento (sob moléstia grave e nuncupativo), já
que ambos são atos bastante solenes.
A publicação do testamento particular pode ser requerida, depois da morte do
testador, pelos herdeiros, legatários, testamenteiro ou terceiro detentor do testamento,
impossibilitando-se de entregá-lo a algum dos outros legitimados para requerê-la (art.
737 do CPC/2015). Na sequência, intimam-se os demais herdeiros (§1º) e se dá
continuidade regular ao procedimento. No novo, exatamente o testamento público e o
testamento cerrado, a jurisprudência mitiga a nulidade do testamento em vista de
inobservância estrita das normas legais. O STJ (REsp 701.917) não invalida o ato se a
solenidade não observada não contamina o ato. A ausência de assinatura, por sua vez,
não é critério passível de relativização, porque é essência do ato (REsp 1.444.867).

4. Testamentos Especiais
Ao contrário dos testamentos ordinários, previstos em rol exemplificativo
(numerus apertus), o rol dos testamentos especiais é taxativo (numerus clausus), como
evidencia o art. 1.887, ao determinar que não se admitem outros testamentos especiais
além dos contemplados no CC/2002. São três os testamentos especiais previstos pelo
art. 1.886. Marítimo, Aeronáutico e Militar. Ou seja, testamentos das Forças Armadas.

4.1 - Testamento marítimo e aeronáutico


Aqui temos uma curiosidade linguística, a justificar a razão pela qual o CC/2002
trata do testamento marítimo e do testamento aeronáutico em conjunto. Em latim,
navis, é a denominação genérica usada para as embarcações marítimas. Daí vem o
termo nave, utilizado até fim o séc. XV, sinônimo de nau. As aeronaves, por sua vez,
são as “naves aéreas”. Ambas navegam, cada uma em um meio diferente, as naves
nas águas e as aeronaves nos ares. Em português contemporâneo acabando usando
“barcos” e “aviões”, o que impede essa visualização num primeiro momento. O mesmo
vale para a língua inglesa (airship e ship, ou airplane e boat). Por isso, o tratamento
dado ao testamento marítimo e aeronáutico é assemelhado. De acordo com o art.
1.888, quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante,
pode testar perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que
corresponda ao testamento público ou ao cerrado. O registro do testamento se faz no
diário de bordo, prevê o parágrafo único. Por sua vez, quem estiver em viagem, a
bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar perante pessoa designada pelo
comandante, prevê o art. 1.889. O ato deve ser celebrado em presença de duas
testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao cerrado.
Caduca o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer na
viagem, nem nos 90 dias subsequentes ao seu desembarque em terra, onde possa
fazer, na forma ordinária, outro testamento, deixa evidente o art. 1.891. O prazo
decadencial é, portanto, relativamente curto.
Por fim, segundo o art. 1.892, não vale o testamento marítimo, ainda que feito no
curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o
testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária. Isso porque a forma
simplificada não pode funcionar como subterfúgio ao testador.

4.2- Testamento Militar


De outra banda, o art. 1.893 prevê que o testamento dos militares e demais
pessoas a serviço das Forças Armadas quando está o testador em campanha, dentro
do país ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações
interrompidas. Nesse caso, não havendo tabelião ou substituto legal, o testamento é
lavrado perante duas testemunhas.
Se o testador não puder, ou não souber assinar, serão exigidas três
testemunhas, sendo que, nesse caso, uma delas assinará a rogo. Como a hierarquia é
muito cara aos militares, seria “estranho” que oficial menos graduado redigisse
documento para um oficial mais graduado, pelo que, em regra, o fará oficial de patente
mais alta.
Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo destacado, o testamento
será escrito pelo respectivo comandante, ainda que de graduação ou posto inferior
(§1º). Caso o testador esteja em tratamento em hospital, o testamento será escrito pelo
respectivo oficial de saúde, ou pelo diretor do estabelecimento (§2º). E se o testador for
o oficial mais graduado, o testamento será escrito por aquele que o substituir (§3º).
Agora, se o testador souber e puder escrever, pode fazer o testamento de seu
próprio punho, contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou
cerrado, na presença de duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de patente, que lhe
faça as vezes neste mister, rege o art. 1.894. A quem o testamento se apresente anota,
em qualquer parte dele, lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado, nota esta
que será assinada por ele e pelas testemunhas (parágrafo único).
Caso o militar esteja empenhado em combate, ou ferido, pode testar oralmente,
confiando a sua última vontade a duas testemunhas, permite o art. 1.896. No entanto
não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do
ferimento, arremata o parágrafo único.
O militar público será realizado no tabelião do próprio quartel. Já o militar escrito
é realizado pelo próprio testador, na presença de duas testemunhas e validado pelo
oficial de patente.  Por fim, o nuncupativo é realizado de forma oral, que em momento
de perigo realiza o testamento para duas testemunhas.
5- CODICILO
Trata-se de deixar por escrito as últimas vontades, desejos de pequena
importância. Neste é possível fazer pedidos especiais em relação ao seu próprio
enterro, dar pequenas esmolas, repartir móveis, roupas ou joias de uso pessoal, não
muito valiosas, nomear ou substituir testamenteiros. Este documento deve possuir data
e ser assinado e escrito pelo próprio autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos ver que o testamento é um instrumento muito importante para


resguardar interesses patrimoniais, percebe-se que não há necessidade de um
advogado em tempo algum para que o testamento seja considerado válido e eficaz,
mas é importante que o interessado consulte os profissionais da área, para que não
sejam dispostas condições que possam tornar o documento anulável ou nulo.
No entanto, há limites, determinações e formalismos. Uns mais flexíveis, mas
todos possuem regras bem definidas. O cumprimento dos requisitos é que garante a
autenticidade e o cumprimento da vontade do testador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Vol 6º - Direito das Sucessões,
19ª ed. São Paulo, Saraiva, 2004. pg. 215-224 e 295 – 297
GOMES, Orlando. Sucessões, 13ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2006. pg. 123-131
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões, 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2005. pg.
309-358
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2974/O-Novo-Codigo-Civil-e-os-tipos-de-
testamento

https://jus.com.br/artigos/62380/formas-ordinarias-e-especiais-de-testamento

https://www.ibdfam.org.br/noticias/6012/Especialista+explica+as+diferen
%C3%A7as+entre+tipos+de+testamentos

http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/formas-ordinarias-testamento.htm

curso-136164-aula-24-v1.pdf

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