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MATERIAL DE APOIO DE
DIREITO REGISTRAL E
NOTARIAL.
HUAMBO 2022/2023
Enquadramento legal
PRINCÍPIOS
Variam, conforme o sistema notarial adoptado. Podemos destacar três (3), em que o
princípio da Legalidade se pontifica.
Princípio da Livre Escolha, são as partes que, livremente, escolhem o notário da sua
preferência.
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Os princípios da Autonomia e da Exclusividade, na nossa realidade ganha reduzida
importância, porquanto, por serem funcionários públicos, os notários em Angola,
subordinam – se a um conjunto de outras orientações, algumas e em alguns casos,
efectivamente, contrárias ao seu exercício funcional. Com a previsão da norma
constante do art. 1º da LSMRPCN, no seu nº 2, o Princípio da Exclusividade perdeu
alguma da sua força. Ou seja, ao permitir que os notários pudessem exercer a advocacia,
não se teve em conta a especial função do notário, mas, o alcance material desse
exercício (vide art. 1º, 6, LSMRPCN).
O regime jurídico do notariado, pelo contrário, deixa, claramente, vincado todos esses
princípios conferindo – lhes a mesma importância ( vide art.10º e ss, DP 51/11).
Actividade Notarial
Agentes
Podem execer funções notariais, nos limites definidos, a título excepcional, outras
pessoas:
a) Agentes Consulares;
b) Funcionários das Administrações, com esta competência atribuída;
c) Notários Privativos de instituições com vocação para o efeito.
Procedimentos
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Compreende a organização do serviço notarial, incluída a competência territorial e
funcional do notário.
a) A organização (artº. 4º CN) do cartório notarial é feita por recurso aos livros
previstos no CN, por meio dos quais o notário concretiza as suas atribuições, que
são, essencialmente:
i) Livros de Notas, para testamentos, revogações de testamentos;
ii) Livros de Notas, para escrituras diversas
iii) Livros de registo de actos (Testamentos, suas revogações e escrituras
diversas).
iv) Livro de registo de outros instrumentos avulsos;
v) Livro de emolumentos e selos.
NB: O s livros descritos, e outros que possam ser adoptados, obedecem a um modelo
previamente aprovado pelo Ministro da Justiça, por proposta do DNRN.
FUNÇÃO NOTARIAL
A função notarial nasceu meramente redatora, sendo que o notário narrava o que
constatava, presenciava a negociação celebrada pelos particulares e a seu pedido,
narrava o presenciado, sempre com a finalidade de perpetuar o fato ao longo do tempo,
pois pré-constituía prova, mas o notário não qualificava o negócio.
A função notarial tem por finalidade auxiliar a justiça, contribuindo para a harmonia e
paz social, prevenindo o surgimento de litígios, visando que as partes atinjam sua
pretensão sem terem de recorrer a via judicial para o implemento de seus direitos.
Os livros previstos devem ser legalizados (art. 33º e 34º,CN), por termos de abertura e
encerramento, feitos pelo notário (vide art. 34º, LSMRPCN/art. 36º, CN).
COMPETÊNCIA NOTARIAL
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A regra da competência notarial não foge a regra dos serviços de justiça que
praticam actos ligados as pessoas e bens. A competência territorial do Notário é a da
área da província em que se encontra o cartório notarial. Salvo disposição em
contrario o Notário pode praticar dentro da área da província em que se encontra
sedeado o seu cartório notarial, todos os actos da sua competência que lhe sejam
solicitados, mesmo que respeitem a pessoas domiciliadas ou a bens situados fora
dessa área (artigo 4º nº 3) ou artigo 5º nº 2 do Código Notarial Angolano.
Nos termos do artigo 71º nº 1, é nulo o acto praticado por Notário incompetente
em razão do lugar. Porém, ao contrário do que sucede na incompetência em
razão da matéria, o vício do Notário em função do lugar é sanável. A sanação
resultante da incompetência acima referida pode revestir-se de natureza
administrativa ou judicial A sanação administrativa cabe ao próprio Notário,
emitindo a declaração escrita do Notário competente, fazendo provar a sua
ausência na data em causa em que o acto foi celebrado; as partes também
emitem uma declaração justificando a urgência que tiveram da celebração do
acto (artigo 71º, nº 3 al a)).1
c) A competência funcional absorve a totalidade dos actos notariais (art. 5º, CN),
em estrita observância do princípio da legalidade. O limite ao exercício da
função corresponde aos impedimentos, os quais sao extensivos a todos os
funcionários (artº.8 e 9 CN).
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Moisés Kassoma, O Notário e a tutela do comércio jurídico, 2019
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Os actos em geral, obedecem a critérios de execução, nomeadamente, se autênticos,
devem ser lavrados nos respectivos livros. Fazem prova plena dos factos a que se
referem ou neles atestados. Ex: escrituras públicas, certidões, certificados..!
Indepedentemente das regras a observar na sua elaboração (art.º 56, CN), ressalvas (artº
57, CN) e averbamentos(art.º 142, CN) feitos, é sempre admissivel às partes
apresentarem uma minuta (art.º59, CN).
Módulo II
Escrituras em especial
Habilitação de herdeiros (artº. 91ss CN)
Por força das alterações introduzidas pela Lei 1/97, de 17 de Janeiro, deixou de ser feita
a publicação obrigatória do extracto da escritura.
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Os efeitos da habilitação de herdeiros são os da habilitação judicial, ou seja,
corresponde a título bastante para serem feitos, em comum e a favor dos herdeiros e
cônjuge meeiro, os registos, averbamentos e levantamento de dinheiro. Para tal, é
fundamental proceder – se ao pagamento do imposto sucessório.
IMPORTÂNCIA DO NOTÁRIO
Nesse sentido, a instituição notarial e registral vem ganhando reconhecimento, uma vez
que a função do tabelião contribui para a segurança jurídica nas relações. Pode-se ver
que a instituição notarial é fruto de uma longa evolução histórica, presente desde as
primeiras sociedades humanas, sendo que com a complexidade da vida social, o papel
do notário noassessoramento e intervenção nos negócios privados se torna fundamental..
A figura do notário se torna ainda mais primordial com o aperfeiçoamento dos contratos
e negócios jurídicos, seja reduzindo o risco de fraudes, seja na função de assistir as
partes na formalização de sua vontade declarada ou mesmo na sua função probatória.
MANDATO
Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um acto ou mais
actos jurídicos por conta de outrem.
O mandato pode ser com representação quando os poderes são conferidos pela vontade
do representado .
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Primeiro tem as pessoas morais e as pessoas jurídicas, dentro das pessoas Morais
encontramos a Igreja Católica e a Sé apostólica.
É representado por orgão da administração directa e indirecta cada um dentro das suas
competência, embora exista apenas uma única personalidade do Estado.
Representação da Associações
Na falta de convenção contrária a lei atribui a representação aos sócios 996º do CC, e
pelos seus administradores conforme estipulados no contrato social.
Nas sociedades por quota a representação é feita, pelo seu gerente e este é escolhido
dentre os sócios.