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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SOL NASCENTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA E DIDÁTICA

SITUAÇÃO DOS MENINOS DE RUA , CRIANÇAS EM RISCO.

Huambo, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SOL NASCENTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA E DIDÁTICA

SITUAÇÃO DOS MENINOS DE RUA , CRIANÇAS EM RISCO.

Autora: Suzeth Cliana Quintas

Projecto de investigação
apresentado ao Instituto Superior
Politécnico Sol Nascente do
Huambo como requisito mínimo
para a obtenção do Grau de
Licenciatura em Psicologia e
Didática.

Huambo, 2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4

2. RELEVÂNCIA DO TEMA.................................................................................................6

4. JUSTIFICATIVA................................................................................................................6

5. HIPÓTESES.......................................................................................................................6

8. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES..............................................................................9

9. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................9

10. ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................13

Bibliografia................................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO

Atualmente, vivemos num tempo histórico que se materializa numa crise global:
crise de valores, normas e princípios; crise da democracia; crise de
superprodução; crise de projetos societários e crise das instituições.

No entanto, é no mercado que o indivíduo busca os meios de sobrevivência,


sem contar mais com os fundos públicos garantidos anteriormente.

Num cenário onde a “Lei do mais forte” prevalece, desenvolveram-se grandes


assimetrias entre a população mundial. Fala-se em desigualdades, ligadas à
existência de estratificações económicas, políticas ou mesmo de prestígio, que
resultam sobretudo de um grau variável de acesso a bens, serviços ou
oportunidades, cuja raiz explicativa se encontra nos próprios mecanismos da
sociedade (F.Gregori & Sílva, 2000).

O exemplo claro dessa injustiça social são as crianças que povoam as ruas das
nossas cidades: as crianças em situação de rua.
Devido ao seu potencial futuro impacto na sociedade, a resolução dos
problemas venham colmatar atempadamente as necessidades que lhe estão
subjacentes.

A condição de crianças e adolescentes vivendo nas ruas em Angola hoje viola


todo o ideal de dignidade humana, pois é tratada de forma desumana, sendo a
rua seu local de vivência, desenvolvimento, trabalho e educação.
As causas que podem levar essas crianças para a situação de rua, sem
qualquer amparo, são a desestruturação familiar, a falta de investimento estatal
em políticas sócio educativas, o abandono, o falecimento dos pais o abuso e a
fome. Esses jovens ainda não possuem a formação e maturidade para
escolherem o que é melhor para si.
A criança que foi abandonada é inserida em um meio social diferenciado aos
outros vivenciados por crianças educadas em um meio familiar. É necessário
que se fale de famílias e não de família no singular. Porém, pode-se definir a
família como uma construção social que varia segundo as épocas,
permanecendo, no seu seio aquilo que se chama de “sentimento de família”
(Ariés, 1981). Este sentimento se forma a partir das relações estabelecidas
entre os membros da família e suas inter-relações socioculturais.

As crianças carentes, não só de afeto, mas de moradia, estudo, relações, são


submetidas á um ambiente impróprio para a sua formação na primeira
socialização. Presenciam cenas de violência, estupros, miséria, fome, frio,
situações á qual nenhuma pessoa deveria ser inserida, quanto mais se
tratando de uma criança, podendo interferir na personalidade em formação
(Berger & Luckmann, 2006).

Partes desses jovens entram no mundo da criminalidade como forma de


sobrevivência nas ruas, seja se prostituindo, fazendo uso e/ou tráfico de drogas
e praticando pequenos delitos. A discriminação sofrida por esses jovens
acarreta em uma piora no discernimento do certo e errado e seus limites,
prejudicando sua inserção social (Neto, 1993). Crianças e jovens já
identificados juridicamente como menores infratores, que sem uma intervenção
social esses mesmo jovens continuam na vida do crime.
Neste sentido, a realização de uma investigação que possa dar contribuições
académicas relacionadas com a problemática das crianças de rua e na
sugestão de soluções, constitui uma oportunidade relevante.

De acordo com o expresso anteriormente, elaborou-se o seguinte


2. RELEVÂNCIA DO TEMA
A presente pesquisa tem como importância esclarecer as causas e
consequências deste fenómeno dos meninos de rua.
Tudo porque existem poucos projectos e políticas tanto do âmbito Estatal como
das associações privadas, que sejam benéficas a esta camada frágil da
sociedade. Estas pessoas, precisam de uma voz para assim marializar o papel
social do Estado, e pretendemos com este trabalho, contribuir para que as
áreas competentes em razão da matéria venham a exercer o seu papel e assim
vermos os nossos irmãos, conhecido e compratiotas com a situação resolvida,
tudo porque hoje são eles e amanhã pode ser um de nós naquela situação.

3. PROBLEMA CIENTÍFICO:

Quais são as causas e consequências que estão na base do aumento do


índice dos meninos de rua do prédio do ourique na cidade baixa no município
do Huambo?

4. JUSTIFICATIVA
O que motivou-me na escolha deste tema, é a realidade que temos vivenciado
cá na nossa província, com esta problemática dos meninos de rua na cidade
baixa, o seu modo de convivência, as dificuldades que passam para a
sobrevivência.

5. HIPÓTESES
 A Condição Social.

 Uso de drogas e bebidas alcóolicas

 Assunção de uma vida facil


6. OBJECTIVOS

Objectivo geral:

Comprender a situação dos meninos de rua, causas, consequências e


prevenções.

Objectivos específicos:

 Fazer um estudo minuncioso sobre o fenómeno em causa, identificar os


pressupostos que estão na base deste problema.

 Identificar as consequências.

 Proposta de acções para a resolução deste problema social?

7. Metodologia por empregar:

Modelo de investigação

Para esta investigação prima-se por um Modelo Misto (Coutinho, 2018) trata-
se de adoptar, num mesmo estudo, uma metodologia que permite combinar
técnicas e métodos de recolha de dados, quer de um, quer de outro referencial
metodológico e que levou, desde o início dos anos 90 a uma proliferação de
planos de investigação multimetodológicos (Brewer & Hunter, 2006) ou mistos
(Creswell, 2009) (Teddie & A.Tashakkori, 2009) .

Tipo de investigação

A presente investigação é do tipo descritivo pelo facto de permitir a descrição


da realidade dos factos e as causas internas da situação actual sobre a
situação dos meninos de rua do prédio da ourique crianças em riscos: causas,
consequências e prevenções e a apresentação da proposta para dar soluçãoao
problema científico, cumprindo com o objectivo, perguntas e tarefas de
investigação.
MÉTODOS QUE SERÃO EMPREGUES:

De nível teórico:

Análise-síntese possibilitará analisar as diferentes fontes bibliográficas do


tema e os resultados do diagnóstico, estudando-os de forma separada com o
fito de explorar as relações existentes entre eles de modo alcançar a
recomposição das partes analisadas.

Histórico-lógico permitirá narrar acontecimentos e processos de orientação e


ajuda do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, visto
que as instituições alcançaram sua forma actual através de alterações de suas
partes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de
cada época.

Indutivo-dedutivo dará a possibilidade de analisar os factos partindo do


singular para o geral de modo a garantir, melhorar ou inferir uma verdade
universal que possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal.

Os questionários aos meninos de rua do prédio da eurique.

Métodos Estatísticos

Este método será utilizado para fazer uma análise dos dados numéricos
utilizando a estatística descritiva para a obtenção dos resultados percentuais e
a determinação das suas frequências.

População e amostra

Tabela 1: População, amostra e sua percentagem

Tipo de Critério de
Extracto População Amostra Percentagem
amostra amostragem
Meninos de
15 15 100%
rua
Moradores
20 20 100%
do Prédio
Membros do Aleatório
3 3 100%
INAC Probabilística simples
Total 38 38 100%

A população é constituída por 03 membros Do INAC, 20 Moradores do Prédio e


15 Meninos de Rua. Serão inquiridos 100% dos membros do INAC (03), 100%
Meninos de Rua (15) e 100% Moradores do Prédio (20) recorrendo ao tipo de
amostra probabilística cujo critério de amostragem será o aleatório simples.

Resultados esperados.

Com a elaboração da dissertação espera-se que as instituições sejam


fortalecidos para o trabalho de orientação e ajuda os meninas de rua.

8. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Nº Tarefas Meses/ Ano 2023

Nª Tarefas J F M A M J J A

1 Recolha e estudo da bibliografia

2 Elaboração do Ante-projecto de
investigação

3 Aprovação do Ante-projecto de
investigação pelo Departamento de
Psicologia

4 Elaboração dos instrumentos de


recolha de dados.

5 Aplicação dos instrumentos para a


recolha de dados

6 Redação e compilação do trabalho


7 Aprovação do trabalho pelo corpo de
júri

8 Defesa do trabalho

9. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Definição e conceitos

A definição do fenômeno social de meninos de rua foi criada pelos estudiosos a


partir da metade da década de 80 para designar crianças e adolescente que,
por diversos motivos, deixam suas famílias e passam a vivenciar situações
consideradas de risco nas ruas. (RIBEIRO, 2004, p.32)

De antemão, há que estabelecer a diferença entre os meninos de ruas e


aqueles que a autora Ferreira denomina como meninos trabalhadores.

Segundo ela, meninos na rua, ou “meninos trabalhadores”, como se denomina


também este grupo, são aqueles que “fazem da rua seu espaço de sustento e
até do de suas famílias, através de algumas ocupações mais ou menos
estáveis, com as quais estabelecem suas relações de trabalho” (FERREIRA,
2001. pg. 39). Destaca ainda que estes não perderam o contato e o convívio
familiar, apenas se utilizam da rua como local de trabalho, voltando para casa
constantemente e ainda mantendo o vínculo com suas famílias, muitas vezes
condicionado ao que a autora chama de “passaporte de retorno a casa”, ou
seja, o dinheiro, fruto de trabalhos informais, como cuidar de carro, coletar
material reciclável, entre outros, que proverá o sustento de seus núcleos
familiares.

Mas, não é só a relação com suas famílias e seus constantes retornos para
casa que os diferem do grupo de meninos de rua, mas também sua forma de
se relacionar com os outros meninos e entre si. Ferreira (2001) nos diz:

Esses “meninos trabalhadores” estão tão expostos aos perigos da rua quanto
os meninos de rua, mas ainda mantém o vínculo familiar e comunitário e muitas
vezes, freqüentam a escola. Porém, estão propensos a entrarem num processo
em que a convivência com a rua vai se intensificando, a permanência nela
torna-se mais constante, os vínculos familiares fragilizados são substituídos
pelos vínculos criados com a rua e as pessoas que nela permanecem, sendo
substituída pelo bando e assim feita a travessia de menino na rua para menino
de rua, não que essa trajetória seja uma regra.

A organização dessas crianças e adolescentes difere claramente da dos


“meninos de rua”. Estabelecem entre si os limites territoriais onde cada um tem
“seu ponto” de trabalho, especialmente os vigias e lavadores de carro, onde a
organização é mais complexa. Nesses territórios as regras são claras e a
organização do trabalho, explícita. [...] Alguns grupos se constituem e há uma
cumplicidade dentre os membros, uma espécie de pacto pelo qual se protegem
mutuamente, diferentemente do “menino de rua” que faz seu laço social no
“bando” em que o líder mantém, no seu interior, poder e controle intenso”
(FERREIRA, 2001, p. 40).

Segundo a autora, os meninos de rua, são aqueles que fazem da rua seus
locais de moradia e de vivência. Conforme já descrito, organizam-se em
bandos, em que há um líder, o qual tem a responsabilidade da proteção dos
demais, mas que também detém o poder, que vigia, controla e pune quem
desobedece às regras. Esses meninos já romperam os laços familiares e
encontraram na rua e no bando quem substitua seu núcleo familiar. Não cabe
mais aos pais a proteção e a orientação, pois estes foram substituídos pelo
líder.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIA

CAUSAS

Uso de Drogas e bebidas alcólicas

Segundo Escorel (1999) o vício do álcool e outras drogas interferem na vida


familiar à medida que provocam conflitos, violentos ou não, provocando o
desequilíbrio no orçamento doméstico que a compulsividade no consumo de
drogas tende a produzir. Em famílias que enfrentam a situação de pobreza e/ou
miséria, quando o vício é do provedor, isso pode significar a desintegração da
estrutura familiar.

Condição Social

Ferreira (2003 p.59) dirá que é a partir da satisfação das necessidades, que
pertence a uma construção subjetiva, é que se delineará a função dos Pais.
Esta função seria um certo cuidado com os filhos, que imprimirá nestes a
demonstração do que a autora chama de “interesse particularizado”, ou seja, é
através dos cuidados da mãe para com os filhos que estes reconhecerão o
interesse dela por eles, a demonstração do afeto. Não havendo estes todos
elementos, a criança ou adolescente vai procurando o local onde sentem-se
bem que não seja em casa.

Não é apenas a idéia de ter um “lugar seu”, “sua” casa, mas também de ter um
lugar onde há uma rotina, harmonia, horários, estabilidade, como o ideário de
todos sobre uma casa, remetendo, como disserta DaMatta (1990) a um
universo controlado, onde as coisas estão em seus devidos lugares.

CONSEQUÊNCIAS

Violência e Medo

As relações estabelecidas na rua, conforme dito no tópico anterior, são


caracterizadas quase sempre pela busca de segurança e proteção. Aqueles
que a tem para oferecer passam então a status de líder, com as vontades
obedecidas, pois num mundo marcado pela violência eminente, a proteção se
torna essencial.

Na rua a violência é cotidiana e muitas vezes banalizada. Pode vir de todos os


lugares, por isso é necessário estar sempre atento, pode partir da polícia, dos
que querem tomar o “ponto”, do colega que se desagrada com uma atitude ou
fala, pode vir dos moradores que se incomodam com a presença deles ali.

É também através da violência que os adolescentes se impõe uns aos outros


para a garantia de sua sobrevivência. Portanto, é essencial a obediência as
regras de convivência estabelecidas, pois qualquer “bola fora” será punida com
violência. É a maneira como estes meninos e meninas encontram para
firmarem diante dos demais.

Gravidéz Precosse

Nós vemos nas artérias da nossa urbe, inúmeras criancinhas que encontram-
se grávidas tudo porque, estás abandonaram os seus lares, e começaram a ter
uma vida sexual activa prematura, sendo parceiras sexuais dos líderes e
companheiros de grupo.

Prostituição e Roubo

Cansadas desta vida, e com o ressentimento de voltar em casa, quer or


orgulho ou por desprezo familiar, muito não consequem aceitação da
sociedade e inclinam-se em em práticas indecorosas como a Prostituição e
Roubo para garantirem o meio de sustendo da sua nova vida, práticas estas
que não são boas e moralmente aceites.

10. ESTRUTURA DO TRABALHO


I. Introdução

II. Metodologia

III. Fundamentação teórica

IV. Resultados e Discussões

V. Considerações finais e Recomendações

VI. Referências Bibliográficas


BIBLIOGRAFIA
Ariés, P. (1981). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos,.

Berger, P., & Luckmann, T. (2006). A construção social da realidade. Brasil:


Vozes.

Brewer, J., & Hunter, A. (2006). Foundation of Multimethod Research:


Synthesizing styles. Sage Publications.

Carloto, C. M., & Garcia, L. C. (2006). Mas afinal porque a rua? Londrina.

Coutinho, C. P. (2018). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e


Humanas. Lisboa: almedina.

Creswell, J. W. (2009). Research Design:Qualitative, Quantitative, and Mixed


Mixed Methods Approaches. Los Angeles: SAGE.

F.Gregori, M., & Sílva, C. A. (2000). Meninos de rua e instituições: tramas,


disputas. São Paulo,: Contexto.

Mattos, R. M., & Ferreira, R. F. (2004.). Quem vocês pensam que (elas) são?
representações sobre as pessoas em situação de rua. S.Paulo:
Psicologia &Sociedade.
Neto, J. C. (1993). De menor a cidadão: filantropia, genocídio, políticas. São
Paulo: Nuestra América.

Rosa, C. M. (2005). Vidas de Rua. São Paulo:: Hucitec.

Saúde, M. d. (2014). SAÚDE DA POPULAÇÃO DE RUA. S.Paulo: Brasília -


DF.

Teddie, C., & A.Tashakkori. (2009). Foundations of Mixed Methods Research:


Integrating Quantitative and Qualitative Approaches in the social and
Behaviorial Sciences. London: Sage.

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