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A. Marítimo
O testamento marítimo é uma forma especial de testamento que pode ser utilizada em situações
de emergência durante uma viagem a bordo de um navio mercantil. Este documento expressa
as últimas vontades de uma pessoa que se encontra em uma embarcação em alto mar. Ele pode
ser utilizado por qualquer pessoa a bordo de um navio, seja ele mercante ou militar.
Este testamento deve ser elaborado dentro de um navio de bandeira brasileira (não pode ser
estrangeiro), seja ele mercante ou militar (não pode ser um navio particular).
B. Aeronáutico
O testamento aeronáutico é uma modalidade de testamento que pode ser feito a bordo de uma
aeronave militar ou comercial. O testamento deve ser feito pelo testador, na presença de duas
testemunhas e seguir as mesmas formalidades para a forma pública ou cerrada. O testamento
aeronáutico deve ser registrado no livro de bordo e entregue à autoridade administrativa no
primeiro aeroporto em que a aeronave pousar. A validade do testamento está condicionada à
morte do testador na viagem, ou até noventa dias subsequentes ao seu desembarque em terra,
onde possa elaborar, ordinariamente outro testamento.
C. Militar
O testamento militar é uma forma especial de testamento que deve ser utilizado em
circunstâncias excepcionais, quando o testador está impossibilitado de usar as formas
originárias de testamento. É uma garantia aos militares que desejam testar e estão a serviço das
Forças Armadas. O testamento militar deve ser feito na presença de um militar que tenha pelo
menos o posto de capitão.
1. O testamento militar deve ser feito na presença de um militar que tenha pelo menos o
posto de capitão;
2. O testamento militar pode ser feito em qualquer lugar onde o testador se encontre;
3. O testamento militar pode ser feito por escrito ou verbalmente;
4. Se o testamento militar for feito verbalmente, ele deve ser reduzido a escrito tão logo
quanto possível;
5. O testamento militar pode ser feito por qualquer pessoa que esteja a serviço das Forças
Armadas;
6. O testamento militar pode ser revogado ou alterado a qualquer momento pelo testador;
7. O testamento militar não precisa ser registrado em cartório.
Os codicilos são atos de última vontade, nos quais uma pessoa pode estabelecer disposições
especiais sobre fatos relacionados à sua morte. Eles são considerados uma forma simplificada
de testamento. Aqui estão algumas formalidades e requisitos para os codicilos:
É importante notar que, embora os codicilos sejam menos formais que os testamentos, eles
ainda são considerados atos de última vontade e devem ser tratados com a devida seriedade e
consideração.
O legado é um conceito jurídico que se refere a um bem ou valor específico que é atribuído a
uma pessoa na sucessão. Em outras palavras, o legado é um dos modos de atribuição mortis
causa do patrimônio do autor da sucessão.
Existem diferentes tipos de legados, que podem variar dependendo das leis de cada país. No
entanto, aqui estão alguns tipos comuns:
1. Legado Universal: Este é o tipo de legado em que o testador deixa a totalidade de seus
bens para uma ou mais pessoas.
2. Legado Particular: Neste tipo de legado, o testador deixa um bem específico para uma
pessoa. Por exemplo, um testador pode deixar um carro, um prédio específico, ou certas
ações de uma empresa para alguém.
3. Legado de Quota: Este é um tipo de legado em que o testador deixa uma parte
específica de seus bens para uma pessoa. Por exemplo, o testador pode deixar metade
de seus bens para um filho e a outra metade para outro filho.
É sempre bom notar que os legados são atos de última vontade e, portanto, só entram em vigor
após a morte do testador. Além disso, os legados podem ser revogados ou alterados pelo
testador a qualquer momento antes de sua morte.
1. Sujeitos do Legado: No legado, sempre são necessárias duas pessoas: a que dispõe (o
testador ou legante), e aquela a cujo favor a atribuição patrimonial é feita (o legatário).
Pode haver uma terceira pessoa, que é aquela que deve prestar o legado (o onerado).
2. Objeto do Legado: O objeto do legado é um bem ou um conjunto de bens
individualizados. O legatário tem a certeza do direito que lhe resulta dessa nomeação,
desde a abertura da sucessão.
3. Modalidades do Legado: O legado pode ser puro e simples, condicional, a termo,
modal ou subcausa. Quando for puro e simples, produzirá seus efeitos
independentemente de qualquer fato.
4. Aquisição do Legado: O legatário poderá pedir o legado a todos os herdeiros
instituídos, e, não os havendo, aos legatários, se o disponente não houver indicado
aquele (herdeiro ou legatário) que deverá executá-lo.
5. Revogação do Legado: O legado pode ser revogado ou alterado a qualquer momento
pelo testador antes de sua morte.
Os legados são atos de última vontade e, portanto, só entram em vigor após a morte do testador.
A caducidade do legado ocorre quando, apesar de o legado ter sido feito de forma válida, ele
perde a razão de existir devido a circunstâncias que ocorrem após a criação do testamente. As
hipóteses de caducidade dos legados podem ser de ordem objetiva ou subjetiva:
1. Ordem Objetiva: A caducidade ocorre quando falta o objeto do legado. Isso pode
acontecer, por exemplo, se o bem legado não existir mais no momento da morte do
testador.
2. Ordem Subjetiva: A caducidade ocorre quando falta o beneficiário. Isso pode
acontecer se o legatário morrer antes do testador, por exemplo.
Se ocorrer qualquer uma dessas hipóteses, o legado retorna à massa hereditária, beneficiando
os herdeiros, conforme o artigo 1.788, última parte do Código Civil.
6. Qual a regra geral de interpretação dos testamentos?
Essas regras ajudam a garantir que a vontade do testador seja respeitada e que o testamento seja
interpretado de maneira justa e precisa.
É bom notar que a anulação de uma disposição não prejudica o testamento inteiro. Além disso,
o direito de anular a disposição se extingue em quatro anos, contados de quando o interessado
tiver conhecimento do vício.
8. Explique as regras sobre direito de acrescer na sucessão legítima e testamentária.
O direito de acrescer é um princípio jurídico que se aplica tanto na sucessão legítima quanto na
testamentária. Ele ocorre quando, na ausência de um dos herdeiros ou legatários, a parte que
lhe caberia é distribuída entre os demais. Aqui estão algumas regras sobre o direito de acrescer:
1. Sucessão Legítima: Na sucessão legítima, se um dos herdeiros não puder ou não quiser
aceitar a herança, sua parte será distribuída proporcionalmente entre os demais
herdeiros.
2. Sucessão Testamentária: Na sucessão testamentária, o direito de acrescer pode ocorrer
quando vários herdeiros são chamados conjuntamente à herança em quinhões não
determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la. Nesse caso, a parte
do herdeiro que recusou ou não pôde aceitar a herança acrescerá à dos co-herdeiros. No
entanto, para que o direito de acrescer possa ser aplicado, devem-se preencher
determinados requisitos:
o Mais de um herdeiro deve ser beneficiado no mesmo item do testamento.
o Os quinhões não devem ser individualizados.
o Não deve haver previsão de substituto no testamento.
3. Caso de Falecimento: Se o herdeiro testamentário com quota fixa falecer antes da
abertura da sucessão, sem previsão de substituto, aquela parcela deve retornar ao monte
e ser objeto de partilha com todos os herdeiros legítimos.
O direito de acrescer é uma forma de vocação sucessória indireta e pressupõe a nomeação dos
herdeiros na mesma cláusula testamentária.
1. Substituição Vulgar ou Ordinária: Esta ocorre quando o testador indica uma pessoa
para ocupar o lugar do herdeiro ou legatário que não quer ou não pode aceitar o que lhe
compete. Pode ser singular ou coletiva, conforme sejam nomeadas uma ou mais pessoas
para recebimento da cota vaga.
2. Substituição Recíproca: Nesta modalidade, os herdeiros são designados substitutos
uns dos outros. Por exemplo, um legado de uma casa em favor de A e de outra em favor
de B, sendo que cada um substituirá o outro que faltar3.
3. Substituição Fideicomissária: Aqui, o herdeiro ou legatário recebe a liberalidade para
transmiti-la, por sua morte, ou depois de certo tempo, ao seu substituto 2. Por exemplo,
um legado de um imóvel em favor de A, para que, depois de sua morte, certo tempo ou
condição, transmita-se a propriedade do bem para B.
4. Substituição Compendiosa: Esta ocorre quando há a concorrência da substituição
vulgar e da fideicomissária2. Por exemplo, um legado de imóvel para A, para que depois
de sua morte se transmita a B, ou, na sua falta, para C.
Cada tipo de substituição tem suas próprias características e é usado de acordo com as intenções
do testador.
Além disso, um testamento pode ser anulado em casos de vício de vontade, como erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores. Nesses casos, é possível a anulação,
sendo necessário fazer o pedido em juízo e comprovar as irregularidades.
Consideram-se sonegados os bens que, embora devessem ser partilhados, não o foram em razão
de ocultação daquele que estava em sua administração, aqueles que foram omitidos pelo
herdeiro que os tenha recebido em doação, quando sujeitos a colação, bem como os não
restituídos pelo herdeiro, quando os tenha em seu poder.
No contexto do Direito Civil, a colação é um instituto jurídico que se refere à obrigação que têm certos
herdeiros (descendentes) de trazer à massa hereditária os bens ou valores que receberam do de cujus
(pessoa falecida), em vida, por doação.
A colação tem como objetivo igualar as legítimas dos herdeiros necessários descendentes, para que a
partilha seja feita de forma igualitária. Isso significa que, se um dos herdeiros recebeu uma doação em
vida do de cujus, esse valor será considerado adiantamento da sua parte na herança.
É importante notar que a colação não se aplica a todos os tipos de doações. Por exemplo, as doações
com a cláusula de dispensa de colação, as doações remuneratórias e as doações feitas a estranhos não
estão sujeitas à colação. Além disso, a colação só é exigida na presença de mais de um descendente
ou se existirem descendentes e ascendentes concorrendo à herança.