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1 – Discorra sobre o regime de bens e suas características.

• Comunhão parcial de bens: Neste regime, comunicam-se os bens adquiridos após o casamento. Em caso de separação, o
que foi conquistado conjuntamente é dividido igualmente entre os cônjuges. Doações e heranças, sendo recebidas a título
gratuito, pertencem a quem as recebeu.
• Comunhão universal de bens: Nesse tipo de regime, todos os bens são divididos entre os cônjuges. Tanto os anteriores
como os posteriores ao casamento são comunicados.
• Separação total de bens: No regime de separação total de bens, cada noivo continua com seu patrimônio particular, de
forma individual, não havendo comunicação. Mesmo o que foi adquirido durante o casamento pertence a quem o adquiriu.
• Participação final nos aquestos: Nesse tipo de regime, há separação de bens durante o casamento, mas, se essa relação vier
a acabar, será feita uma divisão do patrimônio adquirido posteriormente ao casamento.

Os regimes de bens são iluminados por dois princípios: o da autonomia e o da mutabilidade.

O princípio da autonomia permite aos cônjuges a escolha do regime de bens desejado, bem como a criação de um regime
inédito.

O princípio da mutabilidade permite a alteração do regime de bens durante o casamento desde que haja expressa
autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges.

2 – No silêncio das partes ou em caso de nulidade do pacto nupcial, virará qual regime de bens?

O regime legal atualmente é o de Comunhão parcial de bens.

3 – O regime de bens, uma vez escolhido pelas partes, pode ser mudado?

Sim, desde que haja expressa autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges.

4 – No regime de comunhão parcial de bens, sendo o cônjuge contemplado com a Mega Sena esta deverá ser partilhada?

Sim, no regime de comunhão parcial de bens, se um dos cônjuges ganhar na Mega Sena, o prêmio deve ser partilhado. Isso
ocorre porque, de acordo com o artigo 1.660, inciso II do Código Civil Brasileiro, os bens adquiridos por fato eventual, com
ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior, entram na comunhão.

5 – Desejando os nubentes estabelecer um regime de bens diferente do regime legal, como deverão fazer?

Se os nubentes desejam estabelecer um regime de bens diferente do regime legal, eles devem fazer isso por meio de um
pacto antenupcial.

6 – Discorra sobre casamento nulo e anulável dando ênfase aos critérios do casamento anulável e seus efeitos.

Casamento Nulo: O casamento é considerado nulo quando é celebrado por um cônjuge que possui algum impedimento
legal previsto no artigo 1.521 do Código Civil Brasileiro. Esse artigo elenca algumas causas de impedimento, tais como
parentesco em linha reta (como entre pais e filhos) e casamento entre irmãos. A nulidade retroage até a data da celebração
do casamento. Sendo assim, casamento nulo não gera efeitos materiais, então o regime de bens, por exemplo, é como se
nunca tivesse existido.

Casamento Anulável: A anulabilidade acontece quando há vícios no ato de casamento que podem ser reparados dentro dos
prazos previstos em lei. Existem hipóteses taxativas para a anulabilidade, como ausência de idade mínima e vícios de
vontade. A anulabilidade produz efeitos até a data da declaração de anulação. No casamento declarado anulável, os efeitos
da sentença não retroagem, de forma que o casamento produziu efeitos até a sentença, inclusive quanto ao regime de
bens.

7 – Estabeleça a relação de parentesco por consanguinidade na linha reta ascendente e descendente e sua limitação.
Estabeleça ainda a relação de parentesco por afinidade e sua efetividade (impedimentos matrimoniais).

Parentesco por consanguinidade na linha reta ascendente e descendente: O parentesco por consanguinidade na linha reta
é estabelecido por uma relação de descendência. Na linha ascendente, temos os pais (1º grau), avós (2º grau), bisavós (3º
grau) e trisavós (4º grau). Na linha descendente, temos os filhos (1º grau), netos (2º grau), bisnetos (3º grau) e trinetos (4º
grau).
Parentesco por afinidade: O parentesco por afinidade é estabelecido por uma relação social, como casamento ou união
estável. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. O parentesco por afinidade
limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Na linha reta, a afinidade não se
extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Impedimentos matrimoniais: Os impedimentos matrimoniais são previsões proibitivas de contração do matrimônio em


virtude do interesse público por questões biológicas e científicas ou morais. Ao dissolver o casamento ou a união estável, o
parentesco por afinidade é desvinculado somente na linha colateral. Porém, permanece na linha reta, sendo um dos
impedimentos para a contração de matrimônio, proibindo-se por exemplo o casamento entre nora e sogro, mas não entre
os ex-cunhados.

8 – Discorra sobre os impedimentos matrimoniais.

Os impedimentos matrimoniais são hipóteses previstas em lei que, quando configuradas, impossibilitam que determinadas
pessoas contraiam matrimônio.

Trata-se de regras de ordem pública, isto é, têm natureza de proibição absoluta, não negociável. Os impedimentos
matrimoniais estão descritos no artigo 1521 do Código Civil Brasileiro:

• Ascendentes com os descendentes: Este impedimento se aplica tanto para os familiares de vínculo biológico (sanguíneo),
quanto para os de vínculo socioafetivo (adoção). Ou seja, um pai adotivo jamais poderá se casar também com o filho
adotivo.
• Afins em linha reta: A vedação de casamento entre afins em linha reta decorre do parentesco firmado por casamento
anterior. Assim, não é possível se casar com ex-sogro ou ex-sogra.
• Adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
• Irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive.
• Adotado com o filho do adotante.
• Pessoas casadas.
• Cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

9 – No regime da comunhão parcial de bens, discorra sobre os bens que entram na comunhão, os bens particulares e as
exceções.

No regime de comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens que o casal adquire após o casamento. No entanto,
existem algumas exceções:

Bens que não entram na comunhão:

• Os bens que cada cônjuge possuía antes de se casar.


• Os bens que cada cônjuge recebeu por doação ou herança, bem como os bens adquiridos com os frutos dos recebidos em
doação ou herança.
• Os bens adquiridos com valores dos bens que pertenciam a somente um dos cônjuges.
• As obrigações anteriores ao casamento.
• As dívidas provenientes de atos ilícitos, salvo se esta dívida se deu em proveito do casal.
• Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão.
• Os proventos do trabalho de cada cônjuge.
• Pensões e outras rendas semelhantes.

Bens que entram na comunhão:

• Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges.
• Bens adquiridos por fato eventual.
• Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges.
• É importante ressaltar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já pacificou o entendimento de que os rendimentos do
trabalho realizado durante o casamento são em prol do casal, da vida em comum, portanto passíveis de partilha.

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