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9186 – Modelos familiares e formas de parentalidade

Tarefa II

Figura 1

Descrição

1. Assistimos à evolução das famílias, devido a fatores económicos, políticos,


sociais, culturais, demográficos e tecnológicos que contribuíram de forma decisiva
para as alterações da estrutura e dinâmica familiar. Assim podemos observar na
Fig. 1 exemplos de novas configurações familiares.

2. Atendendo a esta diversidade de modelos familiares faça uma breve abordagem


sobre um dos modelos da respetiva Fig. 1.

Uniões de facto
União de facto ou união estável é o instituto jurídico que
estabelece legalmente a convivência entre duas pessoas,
que para tanto seja aprovada que a "união estável" é
similar ao casamento civil.

O casamento civil e a união de facto reconhecida são


duas maneiras de oficializar a relação de duas pessoas
que decidem viver juntas. Apesar das semelhanças, o casamento e a união de facto
têm condições e efeitos diferentes.

O casamento é um contrato celebrado entre duas pessoas que querem constituir


família e partilhar a vida. Este contrato define direitos e deveres para ambas as
pessoas e altera o seu estado civil, tornando-as casadas. O casamento só acaba por
divórcio ou por morte de uma das pessoas.

Embora a união de facto não seja um estado civil, o seu reconhecimento tem alguns
efeitos semelhantes ao casamento. Uma das principais diferenças é que as pessoas
que vivem em união de facto não são herdeiras uma da outra.

Ângela Cassiano
9186 – Modelos familiares e formas de parentalidade

Como se prova a união de facto?

As uniões de facto podem ser provadas através de uma declaração emitida pela
junta de freguesia. Para pedir essa declaração, o casal deve apresentar:

1. Uma declaração de ambas as pessoas, sob compromisso de honra, de que


vivem em união de facto há mais de dois anos
2. Certidões de cópia integral do registo de nascimento de cada uma das
pessoas.

Para a união de facto ser reconhecida, as pessoas não podem ter menos de 18 anos,
ser parentes em primeiro grau (mães ou pais com filhas/os, e irmãs ou irmãos entre
si) ou ter sido condenadas por matar ou tentar matar o ex-cônjuge da outra
pessoa. 

Principais vantagens

1. As pessoas que vivem numa união de facto reconhecida pelo Estado têm
direito a:
2. Fazer o IRS em conjunto, com os mesmos direitos que as pessoas casadas
3. Proteção da casa onde vivem em união de facto – por exemplo, se morrer a
pessoa que é dona da casa e a outra pessoa não tiver casa própria, pode ter direito
a continuar a viver na casa onde viviam
4. Um subsídio em caso de morte da outra pessoa
5. Beneficiar das mesmas regras que se aplicam às pessoas casadas no que
respeita a férias, feriados, faltas e licenças – por exemplo, se ambas trabalharem
na mesma empresa, têm direito a gozar férias na mesma altura, e, se uma pessoa
ficar doente, a outra tem direito a faltar ao trabalho para cuidar dela.

Quando termina esta união?

A união de facto termina: 

1. Quando alguma das pessoas morre


2. Por vontade de qualquer das duas pessoas 
3. Se alguma das pessoas se casar. 

Para oficializar o fim da união de facto, devem entregar uma declaração, sob
compromisso de honra, que diga quando terminou a união. Se uma das pessoas não
quiser assinar esta declaração, a pessoa que quer a separação deve apresentá-la
sozinha. Esta declaração não é obrigatória. Só pode ser necessária para fazer valer
algum direito.

Como se dividem os bens se a união de facto acabar?

Ângela Cassiano
9186 – Modelos familiares e formas de parentalidade

Em caso de separação:

Não há regras especiais para dividir os bens quando termina uma união de facto. Só
há regras especiais para decidir quem fica na casa onde viviam.

Se não for feita nenhuma combinação, quando uma pessoa adquiriu bens com a
colaboração da outra durante a união de facto, a situação terá de ser analisada de
acordo com a) as regras da compropriedade ou b) do enriquecimento sem causa.

1. Segundo a compropriedade, os unidos de facto são ambos proprietários de


um bem (móvel ou imóvel), na proporção do que cada um deles tiver
contribuído para a sua compra. 
2. Por seu lado, o enriquecimento sem causa determina que quem enriquecer
sem justificação à custa de outra pessoa terá de devolver aquilo que
obteve. Ou seja, se uma das pessoas adquiriu um bem em seu nome, mas com
dinheiro da outra pessoa, não se pode entender que o bem é apenas da
pessoa que formalmente o adquiriu. 

Em caso de morte?

Se a pessoa sobrevivente não tiver habitação própria no mesmo concelho onde


residia em união de facto, tem direito a viver na casa:

1. Durante 5 anos após a morte da pessoa a quem a casa pertencia


2. Durante o total de anos que durou a união de facto, se a união de facto
tiver mais de 5 anos à data da morte.

Estes prazos podem ser alargados por decisão de tribunal.

Passado este tempo, a pessoa sobrevivente pode continuar a viver na casa pagando
uma renda.

Enquanto viver na casa, a pessoa sobrevivente tem direito de preferência a


comprá-la, se for vendida.

Se a casa pertencer às duas pessoas?

A pessoa sobrevivente tem direito a viver na casa em exclusivo:

1. Durante 5 anos após a morte da pessoa a quem a casa pertencia


2. Durante o total de anos que durou a união de facto, se a união de facto
tiver mais de 5 anos à data da morte.

Estes prazos podem ser alargados por decisão de tribunal.

Passado este tempo, a pessoa sobrevivente perde o direito de viver em exclusivo


na casa.

Ângela Cassiano

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