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Dra.

Luessa Santos

Tudo que você


precisa saber
antes de casar
ESCOLHA DO REGIME DE BENS
SUMÁRIO

3 INTRODUÇÃO

4 AUTORA

6 DIFERENÇA ENTRE UNIÃO


ESTÁVEL E CASAMENTO

9 PACTO ANTENUPCIAL

11 REGIME DE BENS

18 CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO

Seja bem-vindo ao nosso e-book.

Aqui você encontra tudo que precisa saber antes de casar no civil ou ter uma
união estável. A intenção deste e-book, é trazer a você de forma didática os
principais pontos que precisam ser analisados para que você tome a
decisão sabendo de todos os seus direitos e deveres.

Desejamos uma ótima leitura e estamos à disposição em caso de dúvidas.


A AUTORA

Luessa de Simas Santos, é advogada e sócia da


Gouvêa dos Reis Advogado. Atuante na área do
Direito de Família há mais de 13 anos, pós-
graduada em Direito Processual Civil, pelo
Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina
(CESUSC).

É apaixonada em ajudar pessoas e empresas na


resolução de conflitos, sejam eles pessoais e/ou
empresariais, utilizando de empatia, inteligência
emocional, flexibilidade, agilidade na tomada de
decisões, criatividade e negociação. Sempre buscando aprimoramento com
o uso da tecnologia e inovação, a fim de facilitar a vida das pessoas.

Presidente do Instituto Gouvêa dos Reis, fundado em julho de 2001, com o


objetivo de continuar lutando por uma sociedade mais justa e igualitária,
realizando projetos focados na erradicação da pobreza, saúde, educação de
qualidade, igualdade de gênero, saneamento, desenvolvimento econômico,
sustentabilidade, inovação, redução de desigualdades e acesso à justiça,
todos de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
que são um conjunto de 17 metas globais.

Atuou como consultora jurídica voluntária em projetos beneficentes como


a Campanha 8 Jeitos de Mudar o Mundo, realizada pelo Movimento Nacional
ODS - Nós Podemos Santa Catarina, no período de 2013 – 2015.

Foi Conselheira Fiscal do Movimento Nacional ODS Santa Catarina para o


triênio de 2016 – 2020.

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Foi assessora jurídica Sênior da Secretaria Municipal de Turismo de
Florianópolis, no período de fevereiro de 2015 a dezembro de 2016.

Membro da Comissão especial de licitação para avaliação, autorização,


seleção, aprovação e demais atos necessários para o desenvolvimento do
Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI 01/2015 do Parque Urbano
Marina Beira Mar Norte.

Participou das comissões de Defesa do Consumidor, Direito Empresarial e


Estudos do Anteprojeto do Novo Código de Processo Civil e Comissão do
Jovem Advogado da OAB/SC.

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celular para o Qrcode e
acesse o currículo completo

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DIFERENÇA ENTRE UNIÃO
ESTÁVEL E CASAMENTO

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DIFERENÇA ENTRE UNIÃO
ESTÁVEL E CASAMENTO

Primeiramente, é fundamental explicar a você a diferença entre a união estável


e o casamento civil.

O CASAMENTO

O casamento é um contrato entre duas


pessoas que se comprometem, nos termos
da Lei, a cumprirem os deveres do
casamento, como lealdade, fidelidade,
reciprocidade, dentre outros.

Por isso é necessário, casar no cartório,


para que seja formalizado, sendo feito na
presença de um juiz de direito ou juiz de
paz. Depois disso, é feito o registro civil, que
tem o objetivo de atestar a união, após isso,
é feita a certidão de casamento e alterado
o registro civil.

A UNIÃO ESTÁVEL

A união estável, em primeiro lugar, não precisa de formalidade, de modo que


acontece quando duas pessoas vivem juntas com intenção de ser uma família,
bem como não altera o estado civil, ou seja, se você era solteiro, passará a ser
"solteiro em união estável" e mesmo que venha a ocorrer uma separação, você
permanecerá como solteiro e não como divorciado, como ocorre no
casamento.

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Para que seja configurada uma união estável, é necessário que estejam
presentes os seguintes requisitos:

a) b)

União duradoura; União pública;

c)
Com o objetivo de constituir família.

Pode também ser formalizada por contrato ou escritura pública. O contrato de


união estável, além de formalizar a união, garante o poder de escolha do
regime de bens, pois caso não seja feito contrato, o regime de bens aplicado
será o da comunhão parcial de bens.

Por fim, a união estável pode ser posteriormente convertida em casamento.

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PACTO ANTENUPCIAL

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PACTO ANTENUPCIAL

O pacto antenupcial é um contrato celebrado pelas partes para estabelecer o


regime de bens e as relações patrimoniais que serão aplicáveis ao casamento.

As cláusulas existenciais mais comuns estabelecidas em pactos antenupciais


são: indenização pela infidelidade, divisão de tarefas domésticas, privacidade
em redes sociais, educação religiosa dos filhos, definição de quem fica com os
animais de estimação em caso de separação ou divórcio, entre outros.

Você tem liberdade para criar as regras neste documento, contudo, não poderá
inserir algo ilícito ou algo que ultrapasse a dignidade humana ou afronte a
ordem pública.

O pacto antenupcial somente é obrigatório, no caso onde as partes optem por


um regime de bens diferente do regime legal, que é o regime da comunhão
parcial de bens ou, em alguns casos especiais, o regime da separação
obrigatória de bens. Ou seja, somente quem deseja casar pelo regime da
separação de bens, comunhão universal de bens, participação final nos
aquestos ou por um regime de bens misto precisa fazer um pacto antenupcial.

Ele deve ser feito por escritura pública no cartório de notas e, posteriormente,
deve ser levado ao cartório de registro civil onde será realizado o casamento,
bem como, após a celebração do casamento, ao cartório de registro de Imóveis
do primeiro domicílio do casal para produzir efeitos perante terceiros e
averbado na matrícula dos bens imóveis do casal.

Importante ressaltar que o pacto somente será considerado válido contra


terceiros, quando feito por escritura pública. Desta forma, se não registrado, o
regime valerá apenas entre o casal e, contra terceiros, será considerado que o
regime adotado foi o da comunhão parcial, pois é o regime legal.

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COMO É FEITO?

Antes do casamento, os noivos devem


comparecer ao cartório de notas com
os documentos pessoais (RG e CPF
originais), para fazer o pacto
antenupcial, caso desejem casar pelo
regime da separação de bens,
comunhão universal de bens,
participação final nos aquestos ou
regime de bens misto.

QUANTO CUSTA?

O preço é tabelado por lei em todos


os cartórios do País.

PRECISO DE UM ADVOGADO PARA PACTO ANTENUPCIAL?

Não é necessário. O pacto poderá ser feito diretamente no Cartório utilizando


um dos modelos prontos existentes. Porém, é altamente recomendado que um
advogado especialista auxilie na confecção e na orientação das partes, dada
a importância do conteúdo, o contexto do casal e os interesses diretos e
indiretos.

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REGIME DE BENS

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REGIME DE BENS

O regime de bens é um conjunto de regras que regula as relações patrimoniais


e econômicas entre um relacionamento afetivo. O regime de bens pode ser
livremente decidido entre as partes, antes da celebração do casamento.

ATENÇÃO: Mas e se você não fizer um contrato de união estável ou não houver a
escolha do regime? Bom, neste caso, vigorará o regime da comunhão parcial.

É POSSÍVEL ALTERAR O REGIME DEPOIS?

Sim, mesmo após a sua celebração, é admissível a alteração do regime de


bens, mediante autorização judicial, por meio de pedido motivado de ambos os
cônjuges, devendo ser apurada a procedência das razões declaradas.

O Código Civil brasileiro prevê quatro tipos de regimes de bens: comunhão


universal de bens, comunhão parcial de bens, separação total de bens e o
regime de participação final nos aquestos.

COMUNHÃO UNIVERSAL

Neste regime de bens, existe comunicação de todos os bens adquiridos antes e


durante o casamento, independentemente de serem atuais ou futuros e,
mesmo que adquiridos em nome de um único cônjuge, assim como as dívidas
adquiridas antes do casamento, conforme preconiza o artigo 1.667 do Código
Civil, com exceção do casos previstos no artigo 1.668 do citado diploma, onde
ficam excluídos:

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a) b)
os bens doados ou os bens gravados de
herdados com a cláusula fideicomisso e o direito do
de incomunicabilidade e os herdeiro fideicomissário,
sub-rogados em seu lugar; antes de realizada a condição
suspensiva;

c)
as dívidas anteriores ao d)
casamento, salvo se as doações antenupciais
provierem de despesas com feitas por um dos cônjuges ao
seus aprestos, ou reverterem outro com a cláusula de
em proveito comum; incomunicabilidade.

Para resguardar algum bem que o casal não queira compartilhar, isto deverá
ser feito expressamente por convenção entre o casal, por meio de pacto
antenupcial por escritura pública.

COMUNHÃO PARCIAL

Neste regime, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na


constância do casamento, ainda que só em nome de um dos cônjuges ou
adquiridos com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior. Desta
forma, os bens adquiridos antes do casamento não se comunicam entre os
cônjuges, assim como doações e heranças, desde que os bens adquiridos por
doação, herança ou legado, não tenham sido em favor de ambos os cônjuges.

Cumpre ressaltar que se algum bem adquirido antes da união por algum dos
cônjuges e que não integre o patrimônio comum do casal, for vendido durante
a constância da união, e com o dinheiro resultante da venda for adquirido um
novo bem, durante o casamento, então este último passará a integrar o
patrimônio comum do casal, bem como, as benfeitorias em bens particulares
de cada cônjuge.

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Ainda, cumpre destacar que os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de
cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao
tempo de cessar a comunhão, comunicam a ambos os cônjuges.

Excluem-se da comunhão:

a) b)
os bens que cada cônjuge os bens adquiridos com
possuir ao casar, e os que lhe valores exclusivamente
sobrevierem, na constância pertencentes a um dos
do casamento, por doação cônjuges em sub-rogação
ou sucessão, e os sub- dos bens particulares;
rogados em seu lugar;

d)
c)
as obrigações provenientes
as obrigações anteriores ao
de atos ilícitos, salvo reversão
casamento;
em proveito do casal;

e) f)
os bens de uso pessoal, os
os proventos do trabalho
livros e instrumentos de
pessoal de cada cônjuge;
profissão;

g)
as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

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Necessário observar que se algum dos cônjuges já possua uma empresa, antes
do casamento, na escolha de regime parcial de bens, não haverá divisão,
contudo, se o outro cônjuge comprar um imóvel para ser utilizado pela empresa
ou se houver investimento deste no negócio já existente, o outro terá direito ao
valor investido e comprovado, em caso de divórcio.

Por fim, este regime será imposto à aqueles que estejam vivendo em união
estável e não tenham firmado nenhum contrato com estipulação do regime de
bens, ou se o regime adotado for nulo ou ineficaz, este será o regime
estabelecido por lei.

SEPARAÇÃO DE BENS

No regime de separação de bens, os bens adquiridos antes e durante o


casamento não se comunicam entre os cônjuges. Dessa forma, o casal escolhe
como ocorrerá a distribuição dos bens adquiridos durante o período do
casamento.

O Código Civil impõem que, neste regime de casamento, os dois cônjuges


contribuam para as despesas do casal na proporção dos seus rendimentos, a
não ser que ajustem de modo diverso, o que poderá ser feito no pacto
antenupcial.

Desta forma, se o casal comprar um imóvel durante a união e ambos


contribuírem, em caso de divórcio, cada um terá direito a sua parte na
proporção do investimento realizado.

a) Separação legal ou obrigatória

A separação legal ou obrigatória independe do pacto antenupcial, posto que


este regime é determinado por lei. O Código Civil, em seu artigo 1.641, estabelece
que este regime é obrigatório no casamento:

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das pessoas que o
contraírem com da celebração do
inobservância das casamento;
causas suspensivas

de todos os que
da pessoa maior dependerem, para
de setenta anos; casar, de suprimento
judicial.

PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS

Primeiramente, é necessário esclarecer que aquestos, são os bens materiais


adquiridos por ambas as partes a partir da união estável ou casamento.

Este regime é pouco conhecido e utilizado, muitos o chamam de regime misto,


pois durante o casamento aplicam-se todas as regras da separação total e,
após sua dissolução, as da comunhão parcial.

Desta forma, os bens que os cônjuges possuíam antes do casamento e aqueles


que adquiriram após, permanecem próprios de cada um, assim como ocorre
na separação total de bens. Cada cônjuge ficará responsável pela
administração de seus bens e poderá aliená-los livremente, quando móveis.

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Caso ocorra a dissolução do casamento, deverá ser apurado o montante dos
aquestos e excluir da soma dos patrimônios próprios dos cônjuges:

e) e)
os bens anteriores ao os que sobrevieram a cada
casamento e os que em seu cônjuge por sucessão ou
lugar se sub-rogaram; liberalidade;

e)
as dívidas relativas a esses bens.

Em caso de divórcio ou óbito de um dos cônjuges, os bens que foram adquiridos


na constância do casamento serão partilhados em comum.

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CONCLUSÃO

Esperamos que esse e-book tenha esclarecido todas as suas dúvidas sobre
qual o melhor regime de bens para o seu caso.

Se precisar de maiores orientações ou quiser um atendimento personalizado,


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