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UNIÃO HOMOAFETIVA
Ananda Pereira
A partir dessa leitura, é possível intuir que não há nenhum tipo de vedação legal
para adoção de crianças por casais homoafetivos, bem como por uma pessoa
homossexual, seja ela homem ou mulher, onde a ADI passa a confirmar ser inadmissível
que essa adoção seja negada.
Além disso, ao exigir que na adoção conjunta os adotantes sejam casados ou
mantenham união estável, o legislador acabava impossibilitando que casais homoafetivos
adotassem em conjunto, já que antes da ADI 4277 essas pessoas, não estavam inseridas
nem no âmbito do matrimônio, nem no da união estável, cabendo aos Tribunais o dever
de garantir esse direito para que a adoção viesse a se concretizar, como se pode ver no
AC 5824999 PR 0582499-9 onde o Tribunal de Justiça do Paraná resolveu:
Ementa:
APELAÇÃO CÍVEL. HABILITAÇÃO PARA ADOÇÃO. CASAL
HOMOAFETIVO. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA
AFASTADA. POSSIBILIDADE DO RECONHECIMENTO DE UNIÕES
HOMOAFETIVAS COMO ENTIDADES FAMILIARES. AUSÊNCIA DE
VEDAÇÃO LEGAL. ATRIBUIÇÃO POR ANALOGIA DE
NORMATIVIDADE SEMELHANTE À UNIÃO ESTÁVEL PREVISTA
NA CF/88 E NO CC/02. HABILITAÇÃO EM CONJUNTO DE CASAL
HOMOAFETIVO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE ATENDIDOS AOS
DEMAIS REQUISITOS PREVISTOS EM LEI. IMPOSSIBILIDADE DE
LIMITAÇÃO DE IDADE E SEXO DO ADOTANDO. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. NÃO-DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. MELHOR
INTERESSE DO ADOTANDO QUE DEVE SER ANALISADO DURANTE
O ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA NO PROCESSO DE ADOÇÃO, E NÃO
NA HABILITAÇÃO DOS PRETENDENTES. APELAÇÃO PROVIDA.
RECURSO ADESIVO PREJUDICADO.
Acordão:
ACORDAM os Magistrados integrantes da 11ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, por maioria de votos, em afastar a preliminar de
ilegitimidade ativa e, no mérito, também por maioria, dar provimento ao
recurso de apelação, julgando prejudicado o recurso adesivo. Restou vencido
o Presidente e Relator originário, Des. Mendonça de Anunciação (com
declaração de voto), que votava preliminarmente pela extinção do processo
sem resolução do mérito por ilegitimidade ativa das autoras e, no mérito, pelo
provimento do recurso adesivo, restando prejudicada a apelação.
REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice. O direito a um lar. Disponível em:
<http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/(cod2_694)7__o_direito_a_um_lar.pdf
>. Acesso em: 22 de setembro de 2016.
SILVA, Thiago Moura da. A Evolução dos Direitos das Mulheres nas Relações de
Trabalho. Revista Fórum Trabalhista, Belo Horizonte, ano 2, n. 6, mai./jun. 2013, p. 173.