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DIVÓRCIO UNILATERAL E SUAS POSSIBILIDADES

ONE SIDED DIVORCE AND ITS POSSIBILITIES

Camila Aparecida Papas1


Hallef Lucas Alves Guimarães2

Resumo: O presente artigo tem como objetivo demonstrar as possibilidades do


divórcio unilateral no ordenamento jurídico atual, tanto na esfera extrajudicial quanto
na judicial, examinando se é possível a utilização desta modalidade de divórcio nos
casos em que envolvam menores e partilha de bens, tendo em vista que os
Tribunais Estaduais dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina
estão decretando o divórcio entre as partes nestas situações.

Palavras-chave: Divórcio Unilateral. Menores. Partilha de Bens.

Abstract: This article aims to demonstrate the possibilities of unilateral divorce in the
current legal system, both in the extrajudicial and judicial spheres, demonstrating
whether it is possible to use this type of divorce in cases involving minors and
property sharing, given that the State Courts of the States of Minas Gerais, São
Paulo and Santa Catarina are decreeing divorce between the parties in these
situations.

Keywords: Impositional Divorce. Minors. Sharing of Assets.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo busca analisar as possibilidades do divórcio unilateral,


também conhecido como divórcio impositivo, no ordenamento jurídico brasileiro,
tomando como base para o tema, a Emenda Constitucional 66/2010 e o Provimento
06/2019, criado pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Pernambuco.

1
Acadêmica do curso de Direito do Centro Universitário Una, campus Bom Despacho, da rede Ânima
Educação. Email: camilapapas2@gmail.com
2
Acadêmico do curso de Direito do Centro Universitário Una, campus Bom Despacho, da rede Ânima
Educação. Email: halleflucas16@gmail.com
Artigo apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Graduação em Direito do
Centro Universitário Una, campus Bom Despacho, 2022. Orientadora: Pauliana Maria Dias. Mestre
em Direito Processual Civil. Especialista em Processo Civil. Especialista em Direito do Trabalho e
Processual do Trabalho. Advogada.

1
O divórcio unilateral veio a ser instituído no Brasil, através da promulgação da
Emenda Constitucional 66/2010, não importando mais se o divórcio seria litigioso ou
consensual. Nesse sentido, o supracitado dispositivo reconheceu o direito ao
divórcio como um direito potestativo, acrescentando a possibilidade de dissolução do
casamento de forma unilateral, eliminando a necessidade de discussão pelo fim
deste, surgindo assim uma nova modalidade de divórcio. (ROMERO, 2021).
Com o surgimento desta modalidade de divórcio, muitos doutrinadores se
manifestaram a favor e contrariamente a esse instituto, como exemplo, Simão e
Delgado (2019) os quais defendem que a constituição do vínculo conjugal e seu
desfazimento são atos de autonomia privada, devendo ser respeitados, pois, assim
como não se exige intervenção judicial para o casamento, não se deve exigir no
caso de sua dissolução. Em linha contrária, Costa Filho e Albuquerque Junior (2019)
defendem que o divórcio unilateral impossibilita que o outro cônjuge venha a
formular pretensões que tenham de ser conhecidas anteriormente à decisão de
dissolução do casamento, podendo prejudicá-lo.
Neste liame a presente pesquisa efetuada procura entender e discorrer
acerca das possibilidades da utilização do divórcio unilateral, tanto na esfera
extrajudicial quanto na judicial, demonstrando se é possível a utilização desta
modalidade de divórcio nos casos em que envolvam menores e partilha de bens,
tendo em vista que os Tribunais Estaduais dos Estados de Minas Gerais, São Paulo
e Santa Catarina estão decretando o divórcio entre as partes nestas situações.
O principal objetivo do presente trabalho é demonstrar que é possível a
utilização do divórcio impositivo nos casos em que existe a presença de menores e
exista divergência acerca da divisão de bens, tanto na esfera judicial quanto na
extrajudicial.
Para que isso seja possível, será abordada a evolução histórica de divórcio
até o surgimento do divórcio unilateral, além dos posicionamentos doutrinários e
jurisprudenciais acerca deste tema.
A pesquisa se utiliza de metodologia aplicada na forma qualitativa, mediante
revisão de literatura, como legislação, doutrina, artigos de periódicos científicos e
sites de pesquisa, analisando a temática conforme posicionamento jurisprudencial
dos tribunais em suas recentes decisões.

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2 SURGIMENTO DO DIVÓRCIO UNILATERAL

De início é importante explicar que o divórcio trata-se do rompimento do


vínculo matrimonial. Permitindo um novo casamento dos cônjuges divorciados, ele
põe fim ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso, mas não modifica
os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos. (CAEIRO, 2010).
Segundo o Instituto Brasileiro Direito de Família (2020), em 28 de junho de
1977, o divórcio foi instituído no ordenamento jurídico, através da emenda
constitucional número 09, regulamentada pela Lei n. 6.515 de 26 de dezembro de
mesmo ano, de autoria do então senador Nelson Carneiro, fato que foi considerado
inovador para a época. Afinal possibilitava que um casal se separasse e casasse
novamente, o que é comum nos tempos atuais, sendo que, naquela época foi visto
como uma grande polêmica, tendo em vista a grande influência religiosa que ainda
pairava sobre o Estado.
Neste sentido é que surgiu o divórcio, como medida jurídica com a finalidade
de garantir a liberdade individual e a autodeterminação. Positivado na Constituição
Federal/1988 em seu art. 226 § 6º: “Art. 226. A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado. [...] § 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio” (BRASIL, 1988). Nas palavras de Fachin (2003, p. 194) “uma história
construída a quatro mãos tende ao sentido da permanência. Todavia, a liberdade de
casar convive com o espelho invertido da mesma liberdade, a de não permanecer
casado”.
Segundo (TOVA, 2020, online, grifos nossos), historicamente o divórcio era
divido em:
Judicial Litigioso: nessa modalidade, o casal não está em acordo com os principais
pontos do divórcio (guarda, pensão alimentícia, partilha de bens...), no qual é
realizado através da via judicial e é obrigatória a presença de um advogado.
Judicial consensual: como o próprio nome diz, tem que haver um consenso entre o
casal, sendo que apesar de ser judicial, nesta modalidade não existe conflito entre as
partes, ele é obrigatório quando o casal possui filhos e é necessária a presença de
um advogado.

Entretanto após a promulgação da Emenda Constitucional nº 66/2010, que


entrou em vigor no dia 13 de julho de 2010, também conhecida como Emenda do
Divórcio, essa diferença que existia entre o divórcio litigioso e o consensual caiu por
água abaixo.

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Destarte, a Emenda supracitada reconheceu o direito ao divórcio como um
direito potestativo, acrescentando a possibilidade de dissolução do casamento de
forma unilateral, eliminando a necessidade de discussão pelo fim deste, surgindo
assim uma nova modalidade de divórcio. (ROMERO, 2021).
Noutro vértice, o divórcio unilateral foi instituído oficialmente no ordenamento
jurídico brasileiro, através do Provimento 06/2019, da Corregedoria Geral de Justiça
do Tribunal de Justiça do Estado do Pernambuco, no qual foi assinado pelo
Desembargador Jones Figueiredo Alves, que passou a permiti-lo diretamente
perante os Cartórios de Registros Civis.
Valorizou-se assim o princípio constitucional da autonomia da vontade, pois,
atualmente basta somente a manifestação de vontade de um dos cônjuges para que
seja decretado o divórcio, podendo ser realizado tanto em cartório, respeitados os
requisitos legais, quanto judicialmente. (PERNAMBUCO, 2019).
Desse modo, com poucas disposições, o referido Provimento (art. 1º. §§ 1º e
2º) dispõe que:

Art. 1°. Indicar que qualquer dos cônjuges poderá requerer, perante o
Registro Civil, em cartório onde lançado o assento do seu casamento, a
averbação do seu divórcio, à margem do respectivo assento, tomando-se o
pedido como simples exercício de um direito potestativo do requerente. §1°.
Esse requerimento, adotando-se o formulário anexo, é facultado somente
àqueles que não tenham filhos de menor idade ou incapazes, ou não
havendo nascituro e, por ser unilateral, entende-se que o requerente optou
em partilhar os bens, se houver, a posteriori. §2°. O interessado deverá ser
assistido por advogado ou defensor público, cuja qualificação e assinatura
constarão do pedido e da averbação levada a efeito. (PERNAMBUCO,
2019).

Conforme leciona Tartuce (2021, p. 293), reconhecido o divórcio como um


direito potestativo, “não há como haver resistência da outra parte, que se encontra
em estado de sujeição”. A única opção do outro cônjuge é aceitar e sujeitar-se ao
direito daquele que deseja o divórcio.

3 RECONHECIMENTO DO DIVÓRCIO UNILATERAL COMO DIREITO


POTESTATIVO

O divórcio unilateral foi instituído em abril de 2019, através de do Provimento


06/2019, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Pernambuco, fato este que
gerou diversas discussões acadêmicas e doutrinárias na época, tendo em vista que

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trazia uma inovadora possibilidade de divórcio, e por consequência,
posicionamentos distintos, como se verá.

3.1 ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS FAVORÁVEIS E CONTRÁRIOS AO


DIVÓRCIO IMPOSITIVO.

Existem duas correntes doutrinárias que retratam o divórcio unilateral, sendo


que na corrente favorável, Simão e Delgado (2019) ensinam que a constituição do
vínculo conjugal e seu desfazimento são atos de autonomia privada, devendo ser
respeitados. Entendem, que assim como não se exige intervenção judicial para o
casamento, não se deve exigir no caso de sua dissolução, como segue:

Se não se exige prévia intervenção judicial para o casamento, por que razão
haver-se-ia de exigir tal intervenção para dissolução do vínculo conjugal.
Tanto a constituição do vínculo como o seu desfazimento são atos de
autonomia privada e como tal devem ser respeitados, reservando-se a
tutela estatal apenas para hipóteses excepcionais. Entretanto para que os
cônjuges possam lavrar a escritura de divórcio, precisam entrar ‘em acordo’.
O artigo 733 do CPC atual prevê que somente o ‘divórcio consensual, a
separação consensual e a extinção consensual de união estável poderão
ser realizados por escritura pública’. Portanto, as regras legais atuais
exigem que a escritura seja subscrita obrigatoriamente por ambos os
cônjuges, e isso nem sempre é possível. Um dos cônjuges pode se negar a
concordar com o pedido de divórcio até mesmo por capricho ou por receio
de uma atividade violenta do outro. Também são comuns as situações em
que um dos cônjuges se encontre em local incerto e não sabido. (SIMÃO e
DELGADO, 2019).

Nessa linha de pensamento, Santos Junior (2019) afirma que a instituição do


divórcio impositivo no ordenamento jurídico cria um mecanismo que desburocratiza
a dissolução do casamento trazendo um procedimento mais célere e simples.
Caberia ao Judiciário apenas a apreciação de questões acessórias ao próprio
divórcio, caso os cônjuges não obtenham acordo e determinem outras pretensões
por escritura pública, o que certamente reduziria o número de demandas e traria
mais dinamismo às varas de famílias.
Em linha contrária, Costa Filho e Albuquerque Junior (2019) afirmam que o
divórcio unilateral extrajudicial impossibilita que o outro cônjuge venha a formular
pretensões que têm de ser conhecidas anteriormente à decisão de dissolução do
casamento, podendo prejudicá-lo, conforme explica:

É preciso observar, ainda, que o divórcio unilateral desjudicializado, por ser


exercido sem a presença do outro cônjuge interessado, impossibilita que
este venha a formular pretensões que têm de ser conhecidas anteriormente
à decisão desconstrutiva do casamento, por serem a ela prejudiciais.
Permita-nos enunciar duas. Ora, pode o outro cônjuge alegar que o

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casamento é nulo, ou anulável, com todas as consequências que disso
derivam; o divórcio impositivo se anteciparia ao direito de invocar a
invalidade e se tornaria elemento de sua obstaculização. A segunda pertine
à possível incapacidade do cônjuge sujeito à imposição do divórcio. No
procedimento consensual articulado por meio de instrumento, ambos os
cônjuges devem estar presentes e cabe ao notário dar fé da capacidade de
ambos para a prática do ato. Consumado o divórcio unilateralmente perante
o registrador civil, corre-se o risco sensível de que a condição de
vulnerabilidade do cônjuge incapaz seja omitida. (COSTA FILHO E
ALBUQUERQUE JUNIOR, 2019).

Diante do exposto, fica clara a divergência doutrinária acerca do presente


tema, porém, é crível que a corrente mais adotada nos tribunais estaduais como o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (2022) e Tribunal de Justiça de São Paulo
(2022) é a favorável ao divórcio unilateral.

4 ENTENDIMENTO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES ACERCA DO DIVÓRCIO


UNILATERAL

Atualmente não existe nenhuma regulamentação que verse acerca do


divórcio unilateral no Código de Processo Civil ou Código Civil, ficando a cargo da
doutrina e da jurisprudência discorrer acerca do inovador tema. (SCHIEFLER, 2022).
Neste sentido, o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais tomou o
seguinte posicionamento:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE DIVÓRCIO


UNILATERAL DECRETAÇÃO LIMINAR DO DIVÓRCIO POSSIBILIDADE. 1.
A Emenda Constitucional n. 66/2010 alterou a redação do art. 226, §6º, da
Constituição da República, tornando o divórcio um direito potestativo, de
forma que basta a manifestação de um dos cônjuges para sua efetivação,
não sendo necessária sequer a prévia partilha dos bens. 2. Frente à
anuência da agravada, não é razoável impor aos cônjuges que aguardem o
deslinde da ação. 3. Recurso provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv
1.0000.20.588500-7/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor de Carvalho,
2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/12/2021, publicação da súmula em
09/12/2021.) (MINAS GERAIS, 2021).

No caso acima, foi indeferido pelo magistrado de primeira instância o pedido


de decretação de divórcio em sede de tutela de urgência, sob o fundamento de que
não havia no caso periculum in mora3 para a decretação do divórcio unilateral.
Entretanto, em sede recursal foi dado provimento ao recurso do agravante para que
fosse decretado o divórcio das partes e expedido mandado para averbação no
cartório competente. Os desembargadores da 2ª Câmara Cível fundamentaram a
3
Perigo da demora, é o perigo de dano próximo ou iminente que se relaciona com uma lesão que
provavelmente deva ocorrer antes da solução definitiva ou de mérito da demanda processual.
(BEZERRA, 2015, online).

6
decisão no sentido de que o divórcio unilateral é um direito potestativo, de forma que
basta a manifestação de vontade de um dos cônjuges para sua efetivação. (MINAS
GERAIS, 2021).
Nesse diapasão, a 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de
São Paulo, em decisão recente, negou provimento ao agravo de instrumento
interposto contra decisão interlocutória que decretou o divórcio das partes, na qual o
agravante alegava que deveria ter ocorrido sua regular citação, pois não se
justificaria o divórcio impositivo porque o disposto no art. 311, inc. IV do CPC exige a
prévia manifestação do agravante. Porém, não foi este o entendimento dos
desembargadores, que negaram provimento ao recurso sob o fundamento de que o
divórcio é direito potestativo de cada cônjuge, exercível a qualquer tempo e
insuscetível de qualquer condicionamento, tudo conforme emenda in verbis:

PROVISÓRIA PARA DECRETAR-SE, DE PRONTO, O DIVÓRCIO DAS


PARTES. CABIMENTO. HIPÓTESE EM QUE INEXISTE QUALQUER
REQUISITO PARA O DESFAZIMENTO DO VÍNCULO CONJUGAL QUE
TRADUZ, ATUALMENTE, DIREITO POTESTATIVO, CONFORME
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010. DECISÃO MANTIDA.
RECURSO IMPROVIDO.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2180267-64.2022.8.26.0000; Relator
(a): Vito Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional XV - Butantã - 1ª Vara da Família e Sucessões; Data do
Julgamento: 02/09/2022; Data de Registro: 02/09/2022). (SÃO PAULO,
2022)

Corroborando o mesmo entendimento dos Tribunais Estaduais de Minas


Gerais e São Paulo, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Santa Catarina,
conheceu o recurso de agravo de instrumento interposto contra decisão
interlocutória que indeferiu o pedido de decretação do divórcio, sob o fundamento de
que o divórcio é direito potestativo e que a eventual divergência quanto a partilha de
bens não impede a decretação da extinção da relação conjugal, devendo tais
divergências serem discutidas no decorrer do próprio processo, senão, veja-se:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C ALIMENTOS E


PARTILHA DE BENS. INTERLOCUTÓRIO QUE INDEFERIU O PEDIDO DE
DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO, ANTE A DISCORDÂNCIA DA AGRAVADA.
INSURGÊNCIA DO AUTOR. INCONTESTE SEPARAÇÃO DE FATO
DESDE OUTUBRO DE 2013. EVENTUAL DIVERGÊNCIA QUANTO À
PARTILHA DE BENS QUE NÃO IMPEDE A DECRETAÇÃO DA EXTINÇÃO
DA RELAÇÃO CONJUGAL. MANUTENÇÃO DO VÍNCULO MATRIMONIAL
QUE NÃO SERVE PARA GARANTIR A INTEGRIDADE DO PATRIMÔNIO
COMUM. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 226, § 6°, DA CF, ART. 1.581 DO
CC, ARTS. 356 E 731 DO CPC. VIABILIDADE DA DECRETAÇÃO DO
DIVÓRCIO. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. "O divórcio é
um direito potestativo, podendo ser exercido por somente um dos cônjuges

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[...]. Ademais, com o advento da EC n. 66/2010, que alterou a redação do
artigo 226 da Constituição Federal, desnecessário o transcurso de prazo
pré-estabelecido ou providência judicial anterior. Recurso provido" (TJRS, AI
n. 70075941989, rel. José Antônio Dalto e Cezar, j. 22.03.2018). (TJSC,
Agravo de Instrumento n. 4008566-31.2017.8.24.0000, de Tubarão, rel.
Marcus Tulio Sartorato, Terceira Câmara de Direito Civil, j. 24-04-
2018).(SANTA CATARINA, 2018).

Destarte, ficou evidentemente demonstrado que os Tribunais Estaduais já


sedimentaram a aplicação da figura do divórcio impositivo no país, efetivando esta
modalidade de divórcio em diversos casos, tanto quando existem bens e menores
envolvidos quanto nos casos em que o outro cônjuge nem foi citado para a ação.
Sempre sob o fundamento de que este é um direito potestativo dos cônjuges,
podendo ser decretado o divórcio e posteriormente discutido quanto à guarda de
menores e partilha de bens. (TARTUCE, 2019)

5 A APLICABILIDADE DO DIVÓRCIO UNILATERAL NA VIA EXTRAJUDICIAL E


JUDICIAL

No ano de 2019 os tribunais estaduais brasileiros, como o de Pernambuco e o


do Maranhão, visando reduzir ainda mais a burocracia e privilegiar a autonomia das
partes, alteraram seus provimentos e passaram a permitir a averbação do divórcio
unilateral na via extrajudicial, o que até o momento era permitido tão somente na via
judicial. (MESQUITA, 2021).
Em resumo, segundo o que previam os referidos provimentos, o cônjuge que
desejasse se divorciar poderia fazer o requerimento no próprio cartório, devidamente
acompanhado de um advogado ou defensor público. O outro cônjuge seria apenas
notificado e a averbação seria realizada, enquanto as demais questões, como
exemplo, alimentos e guarda, entre outras tutelas, deveriam ser discutidas na via
judicial. (MESQUITA, 2021).
Entretanto, à época dos fatos, o corregedor nacional de Justiça determinou a
revogação dos provimentos e recomendou que os Tribunais de Justiça se
abstivessem de editar atos neste sentido, o que gerou grande discussão sobre esse
tema na doutrina, tendo em vista que é um ato que vai de contrapartida ao amplo
movimento doutrinário.
Juristas como Nóbrega (2019) e Alves (2019, defendem a desburocratização
nas demandas de família, sob o fundamento de que a implementação de medidas

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desburocratizantes buscam atender o dinamismo das relações jurídicas, assim como
tendem a facilitar o exercício do direito potestativo.
Diante deste impasse, foi proposto pelo Senado Federal o Projeto de Lei nº
3457/2019, que visa a acrescentar o artigo 733-A ao Código de Processo Civil e,
com isso, permitir o divórcio unilateral extrajudicial nos casos em que inexistirem
filhos incapazes ou nascituros. Portanto, nestes casos seria permitido no âmbito
extrajudicial somente a averbação e troca de nome do cônjuge para retomar o nome
de solteiro, o que seria possível após decorrido o prazo de 05 (cinco) dias após a
citação pessoal ou editalícia, do outro cônjuge. (MESQUITA, 2021).
Segundo Mesquita (2021), atualmente o ordenamento jurídico brasileiro só
permite a realização do divórcio unilateral pela via administrativa nos casos em que
houver o consenso de ambos os cônjuges, ausência de filhos incapazes ou
nascituros e mediante a presença de advogado ou defensor público. Porém, com a
crescente evolução dos atos que visam à desburocratização e ao desafogamento do
Poder Judiciário, a esperança é que o Projeto de Lei supramencionado seja
aprovado, possibilitando assim a aplicação do divórcio unilateral na via
administrativa sem as restrições supramencionadas.
Nessa linha de pensamento, Santos Junior (2019), afirma que a instituição do
divórcio impositivo no ordenamento jurídico cria um mecanismo que desburocratiza
a dissolução do casamento trazendo um procedimento mais célere e simples.
Caberia ao Judiciário apenas a apreciação de questões acessórias ao próprio
divórcio, caso os cônjuges não obtenham acordo e determinem outras pretensões
por escritura pública, o que certamente reduziria o número de demandas e traria
mais dinamismo às varas de famílias.
Antes de ser possível a realização do divórcio através da via extrajudicial,
este somete era decretado por um magistrado competente em processos longos e
cansativos contribuindo para morosidade para os Tribunais de Justiça. (IBDFAM,
2021).
Segundo Gomes (2020), após a promulgação da Emenda Constitucional
66/2010, a qual reconheceu o divórcio como um direito potestativo, passou a ser
possível a decretação de divórcio em juízo através de pedidos liminares, pouco
importando se existem menores, bens ou outras tutelas, pois, tais assuntos podem
ser discutidos posteriormente a decretação do divórcio.
Nesse sentido se tem as seguintes ementas:

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EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DIVÓRCIO
UNILATERAL - DECRETAÇÃO LIMINAR DO DIVÓRCIO -
POSSIBILIDADE. 1. A Emenda Constitucional n. 66/2010 alterou a redação
do art. 226, §6º, da Constituição da República, tornando o divórcio um
direito potestativo, de forma que basta a manifestação de um dos cônjuges
para sua efetivação, não sendo necessária sequer a prévia partilha dos
bens. 2. Frente à anuência da agravada, não é razoável impor aos cônjuges
que aguardem o deslinde da ação. 3. Recurso provido. (TJMG - Agravo de
Instrumento-Cv 1.0000.20.588500-7/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre
Victor de Carvalho , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/12/2021,
publicação da súmula em 09/12/2021). (MINAS GERAIS, 2021).

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DIVÓRCIO -


DECRETAÇÃO - AUSÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO - DESNECESSIDADE - NEGADO PROVIMENTO AO
RECURSO.
1.A Emenda Constitucional nº 66/2010 deu nova redação ao art. 226, § 6º,
da Constituição Federal e o divórcio passou a ser considerado um direito
potestativo, que independe de qualquer outro pré-requisito para a sua
decretação.
2. A audiência de conciliação ou ratificação passou a ter apenas cunho
formal; não havendo nenhuma questão relevante de direito a se decidir,
nada justifica na sua ausência, a anulação do processo.
4.Não demonstrado que a ausência de realização da audiência de
conciliação ocasionará prejuízo às partes, desnecessária a sua designação
no processo de origem.
3. Negado provimento. (TJMG - Agravo de Instrumento-
Cv 1.0000.22.006588-2/001, Relator(a): Des.(a) Paulo de Tarso Tamburini
Souza (JD Convocado) , 8ª Câmara Cível Especializada, julgamento em
24/06/2022, publicação da súmula em 30/06/2022). (MINAS GERAIS, 2022)

No mesmo sentido, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos


Territórios (2020) mesmo que não exista ainda previsão específica quanto ao
divórcio em sede de tutela provisória no Código de Processo Civil, é possível sua
utilização em casos em que a parte não queira mais fazer parte da relação conjugal,
pois, fica evidenciado o seu direito potestativo.

5.1 DA APLICABILIDADE DO DIVÓRCIO UNILATERAL EXTRAJUDICIAL NOS


CASOS QUE EXISTE DIVERGÊNCIA QUANTO A BENS E EXISTÊNCIA DE
MENOR

Diante da análise acerca do divorcio unilateral fica evidenciado que este pode
ser realizado tanto na via extrajudicial quanto na via judicial, neste, inclusive, em
sede de tutela de urgência. Porém, como proceder nos divórcios quando existe
discussão entre os cônjuges quanto a bens e guarda de menor?
Pois bem, segundo (GOMES, 2020, online) o divórcio unilateral extrajudicial,
examinado neste subtítulo, poderá ser realizado por um dos cônjuges desde que “...

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não tenham nascituros, filhos menores ou incapazes, sendo indispensável à
presença de um advogado ou defensor público.”
Neste liame o provimento 06/2019 da Corregedoria Geral de Justiça do
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco também estabelece que eventuais
discussões acerca de partilhas de bens deve ser realizadas em momento posterior.
(PERNAMBUCO, 2019).
Nesse diapasão, fica evidente que existindo discussões acerca da partilha de
bens, não é possível a utilização desta modalidade de divórcio. No entanto, Romero
(2021) entende que a atuação judicial em um divórcio litigioso ficaria apenas para
discutir sobre a partilha dos bens do casal, alimentos e guarda dos filhos.
Seguindo esta vertente, a Corregedoria Geral de Justiça do Rio de Janeiro
autoriza a realização do divórcio unilateral extrajudicial nos casos em que envolvam
filhos menores, desde que devidamente comprovada a prévia resolução judicial de
todas as questões referentes aos mesmos (guarda, visitação e alimentos), ficando
tudo consignado no corpo da escritura, tudo conforme § 1º do art. 310 da
CNCGJ/RJ:

Art. 310. As partes devem declarar ao Tabelião, no ato da lavratura da


escritura, que não têm filhos comuns ou, havendo, que são absolutamente
capazes, indicando seus nomes e as datas de nascimento.
§ 1º. Havendo filhos menores, será permitida a lavratura da escritura, desde
que devidamente comprovada a prévia resolução judicial de todas as
questões referentes aos mesmos (guarda, visitação e alimentos), o que
deverá ficar consignado no corpo da escritura. (RIO DE JANEIRO, 2020).

Portanto, fica explícito que é incabível o divórcio unilateral extrajudicial, nos


casos em que envolver filhos menores e discussão quanto à partilha de bens, salvo
nos casos de menores em que as questões de guarda, visitação e alimentos já
estiverem definidas. (RIO DE JANEIRO, 2020).

5.2 DA APLICABILIDADE DO DIVÓRCIO UNILATERAL JUDICIAL NOS CASOS


QUE EXISTE DIVERGÊNCIA QUANTO A BENS E EXISTÊNCIA DE MENOR

O divórcio unilateral judicial, geralmente é requerido por uma das partes


através de pedido liminar, conforme explicado anteriormente, entretanto, e quando
existem bens e menores entre os cônjuges?
Acerca do presente tema (TARTUCE, 2020, online) entende que:

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[...] nenhuma outra pretensão poderá ser cumulada ao pedido de divórcio
unilateral, especialmente as relativas aos alimentos familiares, ao
arrolamento e à partilha de bens, ou mesmo relacionadas a medidas
protetivas, que serão tratados pelo juízo competente, ou seja, somente no
âmbito do Poder Judiciário. Concretiza-se, assim, a ideia doutrinária
segundo a qual o pedido único e isolado de divórcio passou a ser um direito
potestativo do cônjuge, notadamente se não estiver cumulado com outros
pleitos de natureza subjetiva.

Entretanto, nos casos de pedidos liminares de divórcio que existe discussão


acerca de bens e envolva menores, os Tribunais Estaduais tem sedimentado o
entendimento de que os cônjuges não podem ser prejudicados pela demora
processual e que o divórcio é um direito postestativo . (MINAS GERAIS, 2021).
Assim, o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em julgado recente,
deu provimento ao recurso e manteve a decisão que decretou divórcio das partes
em sede de tutela antecipada, sob o fundamento de que não é razoável impor aos
cônjuges que estes aguardem o deslinde de toda a ação, tudo conforme acordão
abaixo:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DIVÓRCIO
UNILATERAL - DECRETAÇÃO LIMINAR DO DIVÓRCIO -
POSSIBILIDADE. 1. A Emenda Constitucional n. 66/2010 alterou a
redação do art. 226, § 6º, da Constituição da Republica, tornando o
divórcio um direito potestativo, de forma que basta a manifestação de um
dos cônjuges para sua efetivação, não sendo necessária sequer a prévia
partilha dos bens. 2. Frente à anuência da agravada, não é razoável impor
aos cônjuges que aguardem o deslinde da ação. 3. Recurso provido. (TJ-
MG - AI: 10000205885007001 MG, Relator: Alexandre Victor de Carvalho,
Data de Julgamento: 07/12/2021, Câmaras Cíveis / 2ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 09/12/2021). (MINAS GERAIS, 2021).

No mesmo rumo, o Tribunal de Justiça de São Paulo, deu provimento ao


agravo de instrumento contra decisão que indeferiu a tutela de evidência para
decretar o divórcio do casal, sob o fundamento de que o divórcio é direito potestativo
do cônjuge, inexistindo matéria de defesa que obste a dissolução do casamento.
(SÃO PAULO, 2022).
Neste caso em específico, o magistrado de primeira instância indeferiu o
pedido da parte sob o fundamento de que deveria ser esperado o término da ação
por envolver partilha bens e discussão acerca de guarda e visitas, veja:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO C.C. PARTILHA, GUARDA E


VISITAS. INDEFERIMENTO DA TUTELA DE EVIDÊNCIA PARA
DECRETAR O DIVÓRCIO DO CASAL. RECURSO PROVIDO. Agravo de
instrumento. Divórcio c.c. partilha, guarda e visitas. Insurgência contra
decisão que indeferiu o pedido de tutela de evidência para decretar o
divórcio do casal. Antecipação da tutela recursal deferida. Cabimento da
tutela de evidência. EC nº 66/2010 que modificou a redação do art. 226, §

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6º, da CR. Inexigível prazo de separação judicial ou de fato para o decreto
de divórcio. Direito potestativo do cônjuge. Doutrina e jurisprudência.
Inteligência do art. 311, II, do CPC. Tutela de evidência concedida, com a
decretação do divórcio do casal. Recurso provido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2242450-71.2022.8.26.0000; Relator (a): J.B. Paula Lima;
Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 1ª Vara
da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 31/10/2022; Data de
Registro: 31/10/2022). (SÃO PAULO, 2022).

Tal entendimento também prevalece no Tribunal de Justiça do Mato Grosso


(2022), que em decisão recente, deu provimento ao recurso de agravo de
instrumento interposto contra decisão que indeferiu o pedido liminar para decretação
de divórcio, neste caso o magistrado de primeira instância indeferiu o pedido sob o
fundamento de que deveria a parte requerida ser citada, pois se fosse decretada
sem a prévia citação desta haveria violação ao princípio da ampla defesa e do
contraditório.
Contudo a 1ª Câmara de Direito Privado, entendeu que no presente caso,
apesar de haver discussão acerca bens, que é cabível a decretação do divórcio de
forma liminar, pois, o divórcio é direito potestativo do cônjuge, portanto, este não
pode ser obrigado a permanecer em uma relação conjugal por conta de discussão
acerca da partilha de bens, como preleciona o julgado abaixo:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO.


TUTELA DE EVIDÊNCIA INDEFERIDA. POSSIBILIDADE. DIVÓRCIO
DECRETADO. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. Possível
a decretação liminar de divórcio, não por meio de pedido de tutela de
urgência, mas sim de tutela de evidência, prevista no inciso IV, do art. 311,
do CPC, uma vez que inexiste, concretamente, perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo. Com relação ao divórcio, em se tratando de
direito potestativo, não há se falar em oposição ou necessidade de
contraditório. Ademais, com a redação da Emenda Constitucional n. 66 de
2010, artigo 226, § 6º da Constituição Federal, a decretação do divórcio
passou a ser direta e imotivada. (TJ-MT 10160697820218110000 MT,
Relator: NILZA MARIA POSSAS DE CARVALHO, Data de Julgamento:
05/07/2022, Primeira Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
08/07/2022).(MATO GROSSO, 2022).

Diante de todo o exposto, é cabível a decretação do divórcio em sede de


pedido liminar nos casos em que existe discussão acerca de partilha de bens e
envolva menores, pois, o divórcio é um direito potestativo, portanto independe do
consentimento do outro cônjuge, e sua decretação em sede liminar por juiz
competente não prejudica a discussão judicial acerca de bens, guarda, alimentos,
visitas e outros assuntos que envolvam menores. (MINAS GERAIS, 2021), (SÃO
PAULO, 2022) e (MATO GROSSO, 2022).

13
6 CONCLUSÃO

O objetivo do presente artigo é analisar as possibilidades do divórcio


unilateral, também conhecido como divórcio impositivo, no ordenamento jurídico
brasileiro, tanto na esfera extrajudicial quanto na judicial, demonstrando se é
possível a utilização desta modalidade de divórcio nos casos em que envolvam
menores e partilha de bens.
É importante ressaltar que o instituto divórcio vem sofrendo diversas
alterações desde o Código Civil de 1916, principalmente após a promulgação da
Emenda Constitucional 66/2010 e da criação do Provimento 06/2019. Estes
institutos instituíram a modalidade do divórcio unilateral, no qual o cônjuge poderá
por fim ao matrimônio unilateralmente, ou seja, sem necessitar da concordância ou
anuência do outro cônjuge, fato este que trouxe maior facilitação e
desburocratização para os divorciandos, tanto na via extrajudicial quanto na via
judicial.
A partir da pesquisa realizada, restou demonstrado que os tribunais estaduais
já sedimentaram a aplicação da figura do divórcio impositivo no país, inclusive por
tutela provisória antecipada, entendendo que esta modalidade de divórcio em
diversos casos, tanto quando existem bens e menores envolvidos quanto nos casos
em que o outro cônjuge nem foi citado para a ação, será possível, podendo ser,
posteriormente, discutido quanto à guarda de menores e partilha de bens.
Destarte, o divórcio unilateral veio para inovar no Direito de Família, para sua
decretação depende apenas da vontade da pessoa que o pleiteia, não havendo mais
a necessidade de anuência da outra parte, independendo, se existe menores
envolvidos ou partilha de bens, prevalecendo assim o princípio da autonomia da
vontade.

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