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Leitura prévia:
JURISPRUDÊNCIA
Introdução
Anteriormente a legislação brasileira estabelecia a obrigatoriedade do
ajuizamento de ação de separação judicial ou da lavratura antecedente
de uma escritura de separação extrajudicial, como pressuposto
necessário para a posterior concessão da dissolução do vínculo
conjugal pela conversão da separação judicial em divórcio.
Definição
Conforme Rolf Madaleno:
“O divórcio enseja o término da sociedade conjugal e
dissolve o casamento válido (CC, art. 1.571, IV e §1º) e não
modifica os deveres dos pais com relação aos filhos (CC,
art. 1.579), e tampouco o novo casamento de qualquer dos
pais, ou de ambos poderá importar em restrições aos
direitos e deveres (CC, art. 1579 , parágrafo único) como no
tocante aos alimentos devidos pelos pais à sua prole, não
sendo causa de redução da pensão alimentícia, salvo
provenha de descendência da nova união, como não deve
alterar os alimentos ao ex-cônjuge” 1.
Segundo Rodrigo da Cunha Pereira: “É uma das formas de
dissolução do casamento, assim como a morte e a
anulação” 2·.
Continua ainda Rodrigo da Cunha Pereira:
“O divórcio foi introduzido no Brasil em 1977 pela emenda
Constitucional nº 09 e regulamentada pela Lei nº 6.515/77
precedida de uma longa batalha política legislativa, liderada
pelo então Senador Nelson Carneiro. A Constituição da
República de 1988, art. 226, parágrafo 6º reproduziu o
1
MADALENO, Rolf. Direito de Família.11º ed.Forense, 2021.
2
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de Direito de Família e Sucessões. São Paulo, Ed.
Saraiva. 2018.
Os aspectos pessoais
Mudança de nome
Após a sentença de divórcio caberá aos ex-cônjuges a escolha acerca
da retirada ou manutenção do sobrenome de casado.
3
Ibidem.
4
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Divórcio. Teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
5
MADALENO, Rolf. Direito de Família.11ª ed.Forense, 2021.
6
DELGADO, Mário Luiz. https://www.conjur.com.br/2018-fev-04/processo-familiar-prerrogativa-
conjuge-mudar-ou-manter-nome-casado.
Os aspectos patrimoniais
Partilha de bens
Conforme o Prof. Rodrigo da Cunha Pereira:
“É a divisão ou repartição de bens ou patrimônio segundo a
relação jurídica que se formou, em tantas porções quanto
forem os beneficiários, Até que se concretize a partilha, ou
seja, até a individualização das quotas, aplica-se ao todo as
regras inerentes ao condomínio”8.
7
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. Direito Civil, família. São Paulo: Atlas, 2008, p. 299.
8
Ibidem, p. 510.
9
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil - Vol.5.(livro eletrônico).
Alimentos
Definição
Segundo o Prof. Rodrigo da Cunha Pereira:
“É o pagamento periódico sem qualquer contraprestação de
serviço ou trabalho à pessoa para a sua mantença. É
10
MADALENO, Rolf. Direito de Família.11ª Ed.Forense, 2021.
11
- OLIVEIRA, Ana Beatriz Saraiva.Partilha de bens no divórcio.
https://anabeatrizsaraiva.jusbrasil.com.br/artigos/208352286/partilha-de-bens-na-acao-de-divorcio
12
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de Direito de Família e Sucessões Ilustrado. São Paulo.
Ed. Saraiva. 2018.
13
CAHALI, Yussef Said Cahali – Dos Alimentos. 6ª edição – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2009. p. 16
14
SANTIAGO DANTAS, Francisco Clementino de. Direito de Familia e das Sucessões, Rio de
Janeiro, Forense, 1991.
15
MADALENO, Rolf. Direito de Família.11ª Ed.Forense, 2021.
16
COMEL, Denise Damo. Do poder familiar, RT: São Paulo, 2003, p.101.
17
Ibidem.
18
MALUF, Carlos Alberto Dabus. Curso de Direito de família. Ed. Saraiva. 2º ed.2018.
19
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Divórcio: Teoria e Prática, 5º ed, São Paulo, Saraiva, 2016.
20
STJ, 3ª Turma, rel. min. Paulo de Tarso Sanseverino, REsp 1.726.229/RJ, DJe 29/5/2018.
21
DELGADO, Mário Luiz. Pensão Alimentícia entre cônjuges é categoria em extinção.
https://www.conjur.com.br/2017-jul-26/mario-delgado-pensao-alimenticia-entre-conjuges-extincao
.
Alimentos gravídicos
Em 2008 foi editada a Lei n. 11.804 para disciplinar o direito da
gestante de receber alimentos e a forma de seu exercício.
Antes do advento da lei, já se reconhecia a possibilidade de o nascituro
atuar em juízo em prol de seus interesses; a jurisprudência há tempos
vinha admitindo, em seu favor, formas de proteção não expressamente
previstas na lei. Para Enio Zuliani, com a lei:
“[...] a família se fortalece contra o abandono precoce e,
ainda que não seja alentador, vale a pena apostar que o
futuro cidadão protegido pela nova lei, sentindo que o
Direito, ao contrário do pai biológico que resistiu ao dever de
voluntariamente prestar alimentos, prestou-lhe solidariedade
em fase difícil, certamente terá razões para aprimorar sua
civilidade”.22
22
ZULIANI, Enio Santarelli. Alimentos. Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil, n. 29,
mar.-abr. 2009.
23
MALUF, Carlos Alberto Dabus.Curso de Direito de Família. 2º ed. Saraiva.2018.
Divórcio extrajudicial
A Lei nº 11.441, de 4.01.2007, incluiu no ordenamento jurídico o divór-
cio indireto e o direto extrajudicial. Com efeito, dentre outras modifica-
ções, acrescentou ao Código de Processo Civil de 1973 o art. 1.124-A,
que tratava desta modalidade de realização do divórcio.
24
LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11 º ed.São Paulo. Saraiva, 2021.
25
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; e MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
Processo Civil Comentado. São Paulo: Thomson Reuters – Revista dos Tribunais, 2015.
Divórcio unilateral
Podemos conceituar o divórcio unilateral ou impositivo como um ato de
ruptura conjugal efetuado por uma das partes sem o consentimento da
outra, no qual o solicitante pode efetuar o pedido a qualquer momento.
26
Ibidem.
27
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 12. ed. Salvador: JusPodvim, 2021.
28
TARTUCE, Flávio. Direito civil. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. v. 5: Direito de família.
29
REsp. 1.782.820-MG. Relatora Ministra Nancy Andrighi. DJ de 07.05.2019.
30
Agravo de Instrumento nº 2190994-53.2020.8.26.000. Relator: Álvaro Passos, 2ª Câmara de
Direito Privado. Data da publicação: 23.09.2020.
31
ibdfam.org.br/artigos/1759/Divórcio+unilateral+extrajudicial#:~:text=Com%20o%20reconhecimento
%20do%20divórcio,devendo%20aceitar%20e%20respeitá-lo. Acesso em 22/04/2022.
32
Ibidem.
Assim, a questão dos alimentos, guarda dos filhos e partilha dos bens
serão discutidos em momento posterior e não influenciarão o pedido.
33
Senado Federal : https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/137242
34
DELGADO, Mário Luiz. SIMÃO, José Fernando. https://www.conjur.com.br/2019-mai-
19/processo-familiar-barrar-declaracao-unilateral-divorcio-negar-natureza-coisas Acesso em
22/04/2022.
Código Civil - artigos 50, arts 206, 1.031, 1,523, art. 1.566, inciso III,
1571 a 1.582, , art. 1.591, art. 1.592, 1.641, 1.694 1.639 e art. 1.694,
art. 1.695, artigo 1.702, artigo 1.704 e art. 1.710.
CPC – art. 531, arts 731 e 733 e art. 911 à 913.
ECA – art 22.
Lei de Alimentos – Lei 5.478/68.
002196-40.2022.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Dissolução
Relator(a): Clara Maria Araújo Xavier
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/04/2022
Data de publicação: 13/04/2022
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO CUMULADO
COM PEDIDO DE ALIMENTOS. insurgência contra decisão que fixou
alimentos provisórios no patamar de R$ 25.000,00, sem prejuízo da
manutenção do plano de saúde em favor da requerente, bem como de-
terminou o bloqueio de metade dos ativos e do valor mantido a título de
previdência privada, além do bloqueio para transferência dos veículos
descritos nos autos. Cabimento em parte. Alimentos entre ex-cônjuges
que tem caráter excepcional. Ausência de prova cabal da impossibili-
dade da agravada prover o próprio sustento. Não demonstrada a ne-
cessidade do recebimento do montante indicado. Redução dos alimen-
tos provisórios para o patamar de 12 salários-mínimos, que são devi-
dos durante o curso do processo ou até que seja proferida nova deci-
são judicial em sentido diverso. Bloqueio de bens. Inexistência de pedi-
1045296-11.2018.8.26.0224
Classe/Assunto: Apelação Cível / Dissolução
Relator(a): José Rubens Queiroz Gomes
Comarca: Guarulhos
Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/04/2022
Data de publicação: 13/04/2022
Ementa: APELAÇÃO. Ação de DIVÓRCIO c.c guarda e alimentos.
Sentença de parcial procedência. Inconformismo da parte autora. Pre-
tensão de majoração da obrigação ao filho menor. Obrigação alimentar
para o caso de emprego formal fixada com equilíbrio e em atenção ao
binômio necessidade/possibilidade. Elementos constantes dos autos
que permitem a majoração para o caso de desemprego ou trabalho in-
formal. Recurso a que se dá parcial provimento.
2272683-85.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Dissolução
Relator(a): Alexandre Coelho
Comarca: Francisco Morato
Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/04/2022
Data de publicação: 13/04/2022
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE divórcio – TUTE-
LA DE EVIDÊNCIA E DE URGÊNCIA – DESCABIMENTO DE LIMINAR
– Inaplicabilidade do artigo 311 do CPC – Inexistência de tese definida
1008639-71.2020.8.26.0007
Classe/Assunto: Embargos de Declaração Cível / Dissolução
Relator(a): Carlos Alberto de Salles
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/04/2022
Data de publicação: 13/04/2022
Ementa: Divórcio. ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS PELO USO EX-
CLUSIVO DE BEM COMUM. Insurgência em face de acórdão em ape-
lação. ERRO MATERIAL. Não verificação. Pretensão manifestamente
infringente. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
1008272-78.2020.8.26.0223
Classe/Assunto: Apelação Cível / Partilha
Relator(a): Rui Cascaldi
Comarca: Guarujá
Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 11/04/2022
Data de publicação: 11/04/2022
1041786-54.2017.8.26.0602
Classe/Assunto: Embargos de Declaração Cível / Dissolução
Relator(a): Edson Luiz de Queiróz
Comarca: Sorocaba
Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 08/04/2022
Data de publicação: 08/04/2022
Ementa: Embargos de declaração em apelação cível. Ação de divór-
cio c.c. partilha de bens. Sentença de parcial procedência com decre-
to do divórcio do casal, retorno da autora ao uso do nome de solteira e
para determinar a partilha de bens. Irresignação de ambas as partes.
Recurso da autora não provido, com determinação, e recurso do réu
parcialmente provido. Oposição de aclaratórios sob alegação de omis-
são, pois não enfrentados expressamente os precedentes do STJ
2198328-07.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Dissolução
Relator(a): José Aparício Coelho Prado Neto
Comarca: São José do Rio Preto
Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 24/03/2022
Data de publicação: 24/03/2022
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – Ação de Divórcio Litigioso -
Decisão que indeferiu a tutela antecipada para decretação do
divórcio do casal - Inconformismo do autor, alegando que o divórcio é
um direito potestativo e incondicional, ou seja, depende da vontade de
uma das partes – Cabimento - Divórcio que é direito potestativo, sendo
que a partir da Emenda Constitucional nº 66/2010, não é mais
necessária a discussão acerca da culpa -Possibilidade, portanto, da
concessão da tutela pleiteada para decretação do divorcio, diante da
desnecessidade de concordância da outra parte - Recurso provido.
2293413-20.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Casamento
Relator(a): Alexandre Marcondes
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 22/02/2022
- DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 14ª ed. – São
Paulo: Ed. Juspodivm, 2020.
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11º ed. São Paulo. Saraiva, 2021
VILLAS BOAS, Renata Malta. O divórcio pode ser concedido sem que
haja prévia partilha de bens. http://estadodedireito.com.br/o-divorcio-
pode-ser-concedido-sem-que-haja-previa-partilha-de-bens/. Acesso em
14/04/2022.
1
NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Leis Civis e Processuais Civis
Comentadas. 4ª ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2015.
2
FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Estatuto da
Pessoa com Deficiência: comentado artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 25.
3
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das Famílias, 2ª ed. Forense, 2020.
4
FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Estatuto da
Pessoa com Deficiência: comentado artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2018.
5
TARTUCE, Flavio. Estatuto da pessoa com deficiência. Uma nota
crítica.https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/338456458/estatuto-da-pessoa-com-deficiencia-
uma-nota-critica.Acesso em 24/04/2022.
6
LÔBO. Paulo. Direito Civil, Famílias. 7º ed, Saraiva, 2017.
7
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das Famílias, 2ª ed. Forense, 2020.
8
FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Estatuto da
Pessoa com Deficiência: comentado artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2018.
Cristiano Chaves ainda nos ensina: “Ao deixar de ser confundida com
atributos pessoais, abandona-se a naturalização” da deficiência, que
passa a ser reconhecida enquanto opressão social, na medida em que
se compreende que a inacessibilidade aos direitos fundamentais, na
verdade, resulta dos obstáculos físicos, atitudinais, linguís-ticos,
culturais, econômicos etc., erigidos pela própria sociedade”.10
9
Ibidem.
10
Ibidem.
Capacidade civil
O art. 6o, caput, da Lei n. 13.146/2015 institui que “a deficiência não
afeta a plena capacidade civil da pessoa”, enquanto o art. 84, caput,
da mesma lei, estabelece que “a pessoa com deficiência tem
assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em
igualdade de condições com as demais pessoas”.
11
LEITE, Flávia Piva de Almeida Coord. Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei
n. 13.146/2015 / 2. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
12
Cf. PALACIOS, Agustina; KRAUT, Alfredo Jorge. Artículos 31 a 50. In: LORENZO, Miguel
Federico de; LORENZETTI, Pablo (Coords.). Código Civil y Comercial de la Nación comentado.
Buenos Aires: Rubinzal – Culzoni Editores, 2014, p. 126-128
Da Curatela
O instituto da curatela destina-se a suprir a incapacidade das pessoas
para a prática de atos da vida civil, protegendo os incapazes maiores
ou emancipados, que são representados por um curador.
Definição
Para Rodrigo da Cunha Pereira: “ Do Direito Romano curare, cuidar,
olhar, velar. É um dos institutos de proteção aos incapazes , compondo
uma trilogia assistencial, ao lado da tutela e do poder familiar, guarda.
É o encargo conferido judicialmente a alguém para que zele pelos
interesses de outrem, que não pode administrar seus bens e direitos
em razão de sua incapacidade ou uma insanidade permanente ou
13
LEITE, Flávia Piva de Almeida Coord. Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei
n. 13.146/2015 / 2. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
14
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de Família e Sucessões Ilustrado.2º ed, Ed. Saraiva
2017.
15
MADALENO, Rolf. Direito de família – 12. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022.
16
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias, 14ª ed. Juspodivum, 2020..
17
MADALENO, Rolf. Direito de família – 12. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022
Curatela Especial
O Código Civil de 2002, inovou ao trazer o que chamamos de curatela
especial, tendo como sujeito passivo: primeiramente, o nascituro até o
nascimento na hipótese do pai ser falecido e a mãe não deter o poder
familiar, se não houver poder familiar com o nascimento passará a ser
tutelado, pelo art. 1.779 do CC.
18
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias, 14ª ed. Juspodivum, 2020.
19
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias, 14ª ed. Juspodivum, 2020.
20
Autocuratela evita discussões entre familiares.
http://ibdfam.org.br/noticias/6078/Autocuratela+evita+discuss%C3%B5es+judiciais+entre+familiare
s. Acesso em 24/04/2022.
21
ROSENVALD, Nelson. https://www.nelsonrosenvald.info/single-post/2017/05/16/Os-confins-da-
autocuratela. Acesso em 24/04/2022.
Curatela e Interdição
Estabelecendo relação com a curatela apontamos que esta ocorre
após a interdição, que é o processo judicial, onde se visa apurar a
incapacidade de uma pessoa.
Assim, após a declaração de interdição, a pessoa será submetida à
curatela, lhe sendo nomeado um curador.
No documento de curatela está descrito o nome do curado e os atos
que poderá realizar pelo interditado.
O procedimento para se decretar ou declarar a interdição está
disciplinado a partir do art. 747 e vai até o art. 756 do Código de
Processo Civil de 2015, com a aplicação de vários dispositivos para a
curatela, que se estendem do art. 759 ao art. 763, § 2º, do mesmo
diploma.
22
Ibidem
23
RIZZARDO, Arnaldo. Direitos de Família , 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.
24
Ibidem.
25
Ibidem.
26
ROSENVALD, Nelson. A tomada de decisão apoiada. Primeiras linhas sobre o novo modelo
jurídico promocional da pessoa com deficiência. Famílias nossas de cada dia. Anais do Congresso
Brasileiro de Direito de Família. Belo Horizonte: IBDFAM, 2016. p. 506.
27
MADALENO, Rolf. Direito de família – 12. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022
28
CARVALHO, Newton Teixeira. O procedimento de tomada de decisão apoiada.
https://domtotal.com/artigo/7049/07/11/o-procedimento-da-tomada-de-decisao-apoiada/ Acesso
em 24/04/2022.
29
VÍTOR, Paula Távora. A administração do património das pessoas com capacidade diminuída.
Coimbra: Coimbra, 2008, p.175-176.
30
Direitos de Família / Arnaldo Rizzardo. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.
31
REQUIÃO, Maurício. https://www.conjur.com.br/2015-set-14/direito-civil-atual-conheca-tomada-
decisao-apoiada-regime-alternativo-curatela Acesso em 24/04/2022.
PROCESSO
AgInt no AREsp 1809508 / GO
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2020/0337075-0
RELATOR(A)
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI (1145)
ÓRGÃO JULGADOR
T4 - QUARTA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
22/11/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 25/11/2021
EMENTA
AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
PRESTAÇÃO DE CONTAS. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CÓDIGO
PROCESSO
REsp 1795395 / MT
RECURSO ESPECIAL
2019/0029747-0
RELATOR(A)
Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
04/05/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 06/05/2021
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ESTATUTO DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMEN-
TO. SÚMULA 7/STJ. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. AUDIÊNCIA DE IN-
TERROGATÓRIO OU ENTREVISTA. INTERVENÇÃO DO MINISTÉ-
RIO PÚBLICO. DESNECESSIDADE. CURADOR ESPECIAL. INTIMA-
ÇÃO PESSOAL. NECESSIDADE. NULIDADE. DEVER DE DEMONS-
TRAÇÃO DE PREJUÍZO. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. COMPARE-
CIMENTO DO INTERDITANDO. DESNECESSIDADE. TOMADA DE
DECISÃO APOIADA. FIXAÇÃO DE OFÍCIO PELO JUIZ. IMPOSSIBI-
LIDADE. NECESSIDADE DE REQUERIMENTO. PESSOA COM DE-
FICIÊNCIA. LEGITIMIDADE EXCLUSI-
VA. CURATELA COMPARTILHADA. FIXAÇÃO DE OFÍCIO PELO JU-
IZ. IMPOSSIBILIDADE. OBRIGATORIEDADE. AUSÊNCIA.
1- Recurso especial interposto em 17/8/2018 e concluso ao gabinete
em 14/3/2019.
2- O propósito recursal consiste em dizer se: a) é nula a convalidação
de atos processuais sem o deferimento de nova vista ao curador espe-
cial; b) foi indevida a nomeação de curadora ao interditado em virtude
da existência de conflito de interesses; c) é obrigatória a redução a
termo das perguntas e respostas efetivadas em audiência de instrução;
d) o acórdão considerou mero atestado médico como laudo pericial; e)
há nulidade por ter o Tribunal estadual negado a realização de perícia
pleiteada pelo curador especial; f) o curador especial, em ação de in-
terdição, deve ser prévia e pessoalmente intimado da designação da
PROCESSO
REsp 1927423 / SP
RECURSO ESPECIAL
2020/0232882-9
RELATOR(A)
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE (1150)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
27/04/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 04/05/2021
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. CURATELA. IDOSO. INCAPACIDA-
DE TOTAL E PERMANENTE PARA EXERCER PESSOALMENTE OS
ATOS DA VIDA CIVIL. PERÍCIA JUDICIAL CONCLUSIVA. DECRE-
TADA A INCAPACIDADE ABSOLUTA. IMPOSSIBILIDADE. REFORMA
LEGISLATIVA. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. INCA-
PACIDADE ABSOLUTA RESTRITA AOS MENORES DE 16 (DEZES-
SEIS) ANOS, NOS TERMOS DOS ARTS. 3° E 4° DO CÓDIGO CIVIL.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. A questão discutida no presente feito consiste em definir se, à luz
das alterações promovidas pela Lei n. 13.146/2015, quanto ao regime
das incapacidades reguladas pelos arts. 3º e 4º do Código Civil, é pos-
sível declarar como absolutamente incapaz adulto que, em razão de
enfermidade permanente, encontra-se inapto para gerir sua pessoa e
administrar seus bens de modo voluntário e consciente.
2. A Lei n. 13.146/2015, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Defici-
ência, tem por objetivo assegurar e promover a inclusão social das
pessoas com deficiência física ou psíquica e garantir o exercício de sua
capacidade em igualdade de condições com as demais pessoas.
3. A partir da entrada em vigor da referida lei, a incapacidade absoluta
para exercer pessoalmente os atos da vida civil se restringe aos meno-
res de 16 (dezesseis) anos, ou seja, o critério passou a ser apenas etá-
rio, tendo sido eliminadas as hipóteses de deficiência mental ou intelec-
2262757-80.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Curatela
Relator(a): Fernanda Gomes Camacho
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 25/03/2022
Data de publicação: 25/03/2022
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO.TOMADA DE DECISÃO
APOIADA. PRESTAÇÃO DE CONTAS. Pai idoso. Obrigação
de prestação de contas devida pelo administrador de seus bens. Art.
533, caput, do CPC. Pedido de prestação de contas que não foi genéri-
co, prestação restritiva ao período de administração pelo réu dos bens
do genitor das partes. Decisão mantida. Recurso não provido.
2188040-97.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Curatela
Relator(a): Alexandre Coelho
Comarca: Limeira
Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 21/03/2022
Data de publicação: 21/03/2022
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11º ed. São Paulo. Saraiva, 2021
- MALUF, Carlos Alberto Dabus. Curso de Direito de Família.
Saraiva.2018.
1
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022.
2
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013.
3
RIZZARDO, Arnaldo. Direitos de Família – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.
4
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito de Família. São Paulo: Max
Limonad, 1947. t. 2.
5
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022.
6
ARAÚJO JÚNIOR, Gediel Claudino. Prática no direito de família 13. ed. – São Paulo: Atlas, 2021.
7
PEREIRA, Sérgio Gischkow. Direito de Família: aspectos do casamento, sua eficácia, separação,
divórcio, parentesco, filiação, regime de bens, alimentos, bem de família, união estável, tutela e
curatela. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
União estável
Os companheiros podem estabelecer, por meio de um contrato escrito,
sobre o regime de bens.
O contrato estabelecido pelos companheiros pode ser feito por
instrumento particular ou instrumento´público, sendo que nele os
contratantes são livres para estabelecer sobre os seus bens, desde
que estas regras não contrariem disposições absolutas da lei (art.
1.655, CC).
Na falta de um pacto aplica-se às relações patrimoniais, no que couber,
o regime da comunhão parcial de bens, consoante norma expressa do
art. 1.725 do CC: “Na união estável, salvo contrato escrito entre os
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o
regime da comunhão parcial de bens”
Segundo Gediel Claudino Araújo Júnior: “Assim, os companheiros são
coproprietários dos bens adquiridos de forma onerosa na constância do
relacionamento, contudo não há qualquer ilegalidade na escrituração
em nome de apenas um dos companheiros, fato que pode gerar
dificuldades na ocorrência de venda não autorizada. Se o terceiro tinha
conhecimento da existência da união estável, o negócio é anulável;
caso contrário, se o terceiro desconhecia que o bem foi adquirido
durante união estável, o negócio será válido, cabendo à parte
prejudicada ação de indenização contra o seu companheiro.8
8
ARAÚJO JÚNIOR, Gediel Claudino. Prática no direito de família 13. ed. – São Paulo: Atlas, 2021.
9
AREsp 1.631.112
10
IBDFAM :
https://ibdfam.org.br/noticias/9432/STJ%3A+Defini%C3%A7%C3%A3o+de+regime+de+bens+em+
uni%C3%A3o+est%C3%A1vel+por+escritura+p%C3%BAblica+n%C3%A3o+retroage%3B+especi
alistas+comentam
11
RIZZARDO, Arnaldo. Direitos de Família – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.
Pacto Antenupcial
Antes de celebrado o casamento, aqueles que pretendem casar podem
estipular por meio de um pacto antenupcial o regime que melhor
atendem os seus interesses, não podendo estipular cláusula que
contravenha disposição absoluta de lei (CC, art. 1.655)
Se não for estipulado o pacto antenupcial, vigorará entre os cônjuges o
regime da comunhão parcial (CC, art. 1.640).
Para Débora Gozzo, o pacto antenupcial “é um negócio jurídico de
direito de família”,isso porque, como observa João Andrades Carvalho,
“não se trata de uma liberdade sem limites, ou de um desmesurado
direito de agir. Há um espaço legal que não pode ser invadido nem
desrespeitado pelos nubentes”.13
Somente existe o pacto antenupcial em função do casamento, ao qual
se vincula intimamente nos termos art. 1.653 do CC.
12
Ibidem.
13
GOZZO, Débora. Pacto antenupcial. São Paulo: Saraiva, 1992.
Pacto pós-nupcial
O pacto pós nupcial é realizado posteriormente ao casamento como
no caso da mudança do regime de bens vigente, mediante autorização
judicial.
Além da utilização nos casos de alteração no regime de bens,
importante ressaltar a possibilidade de utilização dos pactos pós-
nupciais para casos de retificação de registro civil, em que houve erro
material no registro específico.
O nosso CC aponta o pacto pós-nupcial se encontra nso art. 1.639,§2º
do CC/02 e no art. 734 do CPC.
Considerando a falta de previsão legislativa, o pacto pós-nupcial
poderá ser lavrado após autorização judicial específica. É o que
determinou o Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recuso
14
CARDOSO, Fabiana Domingues. Regime de bens e pacto antenupcial. São Paulo: Método,
2011.
PROCESSO
REsp 1922347 / PR
RECURSO ESPECIAL
2021/0040322-7
15
SUPERIOR Tribunal de Justiça. REsp 1300205. Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA. Data da Publicação20/04/2015. Disponível em: stj.jus.br. Acesso em: 01/05/2022.
16
https://recivil.com.br/artigo-o-pacto-pos-nupcial-para-apos-autorizacao-judicial-estabelecer-o-
regime-de-bens-que-constara-na-transcricao-de-casamento-celebrado-na-inglaterra/
RELATOR(A)
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140)
ÓRGÃO JULGADOR
T4 - QUARTA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
07/12/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 01/02/2022
REVJUR vol. 533 p. 143
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL SOB O REGIME DA SEPA-
RAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS. COMPANHEIRO MAIOR DE 70
ANOS NA OCASIÃO EM QUE FIRMOU ESCRITURA PÚBLI-
CA. PACTO ANTENUPCIAL AFASTANDO A INCIDÊNCIA DA SÚMU-
LA N. 377 DO STF, IMPEDINDO A COMUNHÃO DOS AQUESTOS
ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE NA CONSTÂNCIA DA CONVIVÊN-
CIA. POSSIBILIDADE. MEAÇÃO DE BENS DA COMPANHEIRA. INO-
CORRÊNCIA. SUCESSÃO DE BENS. COMPANHEIRA NA CONDI-
ÇÃO DE HERDEIRA. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE RE-
MOÇÃO DELA DA INVENTARIANÇA.
1. O pacto antenupcial e o contrato de convivência definem as regras
econômicas que irão reger o patrimônio daquela unidade familiar, for-
mando o estatuto patrimonial - regime de bens - do casamento ou da
união estável, cuja regência se iniciará, sucessivamente, na data da ce-
lebração do matrimônio ou no momento da demonstração empírica do
preenchimento dos requisitos da união estável (CC, art. 1.723).
2. O Código Civil, em exceção à autonomia privada, também restringe
a liberdade de escolha do regime patrimonial aos nubentes em certas
circunstâncias, reputadas pelo legislador como essenciais à proteção
PROCESSO
REsp 1888242 / PR
RECURSO ESPECIAL
2020/0197101-1
RELATOR(A)
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA (1147)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
29/03/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 31/03/2022
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AÇÃO DE DIVÓRCIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. EMENTA. TRANSCRIÇÃO. CO-
TEJO ANALÍTICO. FALTA. BEM IMÓVEL. ACESSÃO. BENFEITORIA.
PRESUNÇÃO LEGAL JURIS TANTUM. CONJUGE VARÃO. CAUSA.
PECULIARIDADE. COPROPRIETÁRIO.
TERCEIRO. UNIÃO CONJUGAL. COMUNHÃO PARCIAL DE
BENS. INTERRUPÇÃO. ÔNUS DA PROVA. DESLOCAMENTO. TEO-
RIA DA CARGA DINÂMICA. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do
Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e
3/STJ).
2. Cinge-se a controvérsia a definir se a atribuição dinâmica do ônus
probatório acerca da realização de acessões/benfeitorias em imó-
vel de propriedade do cônjuge varão, objeto de eventual partilha em
ação de divórcio, pode afastar a presunção do art. 1.253 do Código Ci-
PROCESSO
EDcl no AgInt no AREsp 640912 / DF
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRA-
VO EM RECURSO ESPECIAL
2014/0345360-8
RELATOR(A)
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI (1145)
ÓRGÃO JULGADOR
T4 - QUARTA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
22/11/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 25/11/2021
EMENTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. SUCESSÃO. RE-
GIME DE BENS.
CÔNJUGE. CONDIÇÃO DE HERDEIRO. RECONHECIMENTO.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, o cônjuge, qual-
quer que seja o regime de bens adotado pelo casal, é herdeiro neces-
sário.
2. A exceção prevista no artigo 1.641 do Código Civil refere-se ao re-
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11º ed. São Paulo. Saraiva, 2021
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de
Janeiro: Forense, 2022.
Introdução
A união estável sempre foi reconhecida como um fato jurídico e no
mundo contemporâneo assume um papel relevante como entidade
familiar na sociedade brasileira.
A primeira norma a tratar do assunto foi o Decreto-lei 7.036/1944, que
reconheceu a companheira como beneficiária da indenização no caso
de acidente de trabalho de que foi vítima o companheiro.
A Constituição Federal de 1988 veio efetivamente reconhecer, no seu
art. 226, § 3.º, a união estável, nos seguintes termos: “para efeito de
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão
em casamento”.
Definição
O Prof. Rodrigo da Cunha Pereira nos dá um conceito de união estável,
como sendo, “a relação afetivo-amorosa entre um homem e uma
mulher, não adulterina e não incestuosa, com estabilidade e
1
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das Famílias, 2ª ed. Ed. Forense, 2020.
2
Azevedo, Álvaro Villaça. União Estável, artigo publicado na revista advogado nº 58, AASP, São
Paulo, Março/2000.
3
Pizzolante, Francisco Eduardo Orciole Pires e Albuquerque. União Estável no sistema jurídio
brasileiro. São Paulo: Atlas, 1999.
4
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família / Rolf Madaleno. – 4. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2022.
5
OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União estável: do concubinato ao casamento: antes e depois
do novo código civil. São Paulo: Método, 2003.
6
Cahali, Francisco José. Contrato de convivência na união estável. São Paulo: Saraiva, 2002.
7
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União estável. 9º ed. Saraiva, 2016.
8
CAHALI, Francisco José. Contrato de convivência na união estável. São Paulo: Saraiva, 2002.
9
Ibidem.
10
DIAS, Maria Berenice, Manual de Direito das Famílias. 2021
11
CARVALHO, Newton Teixeira. https://domtotal.com/artigo/7462/2018/05/sucessao-nas-familias-
simultaneas-paralelas-e-nas-unioes-poliafetivas/
12
HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes; TARTUCE, Flávio. FAMÍLIAS PARALELAS.
VISÃO ATUALIZADA. Revista Pensamento Jurídico, São Paulo, vol. 13, n. 2, jul./dez. 2019.
13
TRF-3 – ApCiv: 00087679520114039999 SP, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL INÊS
VIRGÍNIA, Data de Julgamento: 24/06/2019, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3
Judicial 1 DATA:04/07/2019
14
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochardo; RODRIGUES, Renata de Lima. O direito das famílias entre
a norma e a realidade. São Paulo: Atlas, 2010. p. 137.
PROCESSO
REsp 1916031 / MG
RECURSO ESPECIAL
2021/0009736-8
RELATOR(A)
Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
03/05/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 05/05/2022
EMENTA
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE RE-
CONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁ-
VEL CUMULADA COM PARTILHA. OMISSÃO E ERRO DE FATO.
INOCORRÊNCIA. ERRO DE FATO QUE, AINDA QUE EXISTENTE,
NÃO FOI DECISIVO AO RESULTADO DO JULGAMENTO. ACÓRDÃO
SUSTENTADO EM OUTROS FATOS E PROVAS. ALEGADA UNIÃO
ESTÁVEL PARALELA AO CASAMENTO. PARTILHA NO FORMATO
DE TRIAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. RECONHECIMENTO DA UNIÃO
ESTÁVEL QUE PRESSUPÕE AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO AO
CASAMENTO OU SEPARAÇÃO DE FATO. PARTICULARIDADE DA
HIPÓTESE. RELAÇÃO INICIADA ANTES DO CASAMENTO DO PRE-
TENSO CONVIVENTE COM TERCEIRA PESSOA E QUE PROSSE-
GUIU NA CONSTÂNCIA DO MATRIMÔNIO. PERÍODO ANTERIOR
AO CASAMENTO. UNIÃO ESTÁVEL RECONHECIDA. PARTILHA
NOS MOLDES DA SÚMULA 380/STF, EXIGINDO-SE PROVA DO ES-
FORÇO COMUM. PERÍODO POSTERIOR AO CASAMENTO.
TRANSMUDAÇÃO JURÍDICA EM CONCUBINATO IMPURO. SOCIE-
DADE DE FATO CONFIGURADA. REPERCUSSÃO PATRIMONIAL
RESOLVIDA SOB A ÓTICA DO DIREITO OBRIGACIONAL. PARTILHA
NOS MOLDES DA SÚMULA 380/STF, TAMBÉM EXIGIDA A PROVA
DO ESFORÇO COMUM. CIRCUNSTÂNCIAS NÃO APURADAS PE-
LAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. REMESSA DAS PARTES À FASE
DE LIQUIDAÇÃO. POSSIBILIDADE.
1- Ação proposta em 16/05/2016. Recurso especial interposto em
03/02/2020 e atribuído à Relatora em 03/02/2021.
PROCESSO
REsp 1963885 / MG
RECURSO ESPECIAL
2021/0243045-2
RELATOR(A)
Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
03/05/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 05/05/2022
EMENTA
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO PRINCI-
PAL DE ALIMENTOS, RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO
DE UNIÃO ESTÁVEL E PARTILHA DE BENS. AÇÃO DE OPOSIÇÃO.
PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DA PROPRIEDADE SOBRE
IMÓVEL QUE SE PRETENDE SEJA PARTILHADO ENTRE OS CON-
VIVENTES. PEDIDO DE IMISSÃO NA POSSE. POSSIBILIDADE. DE-
CORRÊNCIA LÓGICA DO ACOLHIMENTO DO PEDIDO FORMULA-
DO NA OPOSIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DISCUSSÃO SOBRE DIREI-
TO POSSESSÓRIO, A SER TRATADA EM AÇÃO AUTÔNOMA. IN-
TERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INTERESSE DE INCAPAZ.
INOCORRÊNCIA. MERO INTERESSE INDIRETO OU MEDIATO DO
INCAPAZ QUE NÃO É LEGITIMADO A FIGURAR COMO PARTE OU
INTERVENIENTE NO PROCESSO. DISCUSSÃO RESTRITA À PAR-
TILHA DE BENS ENTRE OS GENITORES. AUSÊNCIA DE DIREITO
PRÓPRIO DO INCAPAZ. SENTENCIAMENTO DA OPOSIÇÃO PRE-
VIAMENTE E EM SEPARADO DA AÇÃO PRINCIPAL. POSSIBILIDA-
DE. AUSÊNCIA DE RISCO DE DECISÕES CONFLIANTES. DESNE-
CESSIDADE DA PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS CONJUNTOS.
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA FAMÍLIA. NECESSIDADE DE EXA-
ME DE DIREITO LOCAL. SÚMULA 280/STF. DIREITO DE RETEN-
ÇÃO DA COISA POR BENFEITORIAS. MATÉRIA NÃO SUSCITA NA
CONTESTAÇÃO À OPOSIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME.
PROCESSO
EDcl no AgInt no REsp 1951698 / RS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RE-
CURSO ESPECIAL
2021/0238653-9
RELATOR(A)
Ministro FRANCISCO FALCÃO (1116)
ÓRGÃO JULGADOR
T2 - SEGUNDA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
11/04/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 18/04/2022
EMENTA
PROCESSO CIVIL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO DECLARA-
TÓRIA E CONDENATÓRIA. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁ-
VEL E INCLUSÃO DA AUTORA COMO BENEFICIÁRIA DE PENSÃO
POR ÓBITO. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA NÃO COMPRO-
VADA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO PRECISA DO DISPOSITIVO DE
LEI OBJETO DE DIVERGÊNCIA. SÚMULA N. 284 DO STF. AGRAVO
INTERNO. DECISÃO MANTIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO.
I - Na origem, trata-se de ação declaratória e condenatória, ajuizada
contra o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul -
IPERGS, objetivando a declaração de existência de união estável e a
inclusão da autora como beneficiária de pensão por óbito do ex-
companheiro. A sentença julgou o feito extinto por ilegitimidade passiva
em relação ao pedido declaratório e, por prescrição, em relação à pre-
tensão condenatória. No Tribunal a quo, foi negado provimento ao re-
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11ª ed. São Paulo. Saraiva, 2021
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janei-
ro: Forense, 2022.
.
- CORREIA, Flavia Cristina Jerônimo. A união estável e seus reflexos
na partilha de bens.
https://ibdfam.org.br/artigos/1167/+Uni%C3%A3o+est%C3%A1vel+e+s
eus+reflexos+na+partilha+de+bens. Acesso em 09/05/2022
1
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 14ª ed. Ed. Juspodivm, 2020.
2
MALUF, Carlos Alberto Dabus. MALUF, Adriana do Rego Freitas Dabus Maluf. Curso de direito
de família.– 4. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2021.
3
CARVALHO, Dimas Messias de .Direito das Famílias, Saraiva, 2017.
4
Ibidem.
5
WALD, Arnold. O Novo Direito de Família. 14ª edição revista e atualizada. São Paulo: Saraiva,
2002, pg. 173.
6
WELTER, Pedro Belmiro. Guarda Compartilhada: um jeito de conviver e ser-em-família.
Guarda Compartilhada. Coordenadores: COLTRO, Antônio Carlos Mathias e DELGADO, Mário
Luiz. São Paulo: Método; 2009; pg. 62.
GUARDA COMPARTILHADA
Sobre a guarda Maria Berenice Dias nos ensina:
“A expressão guarda, por veicular um significante muito mais de objeto
do que de sujeito, tende a desaparecer. Atualmente, de modo muito
mais adequado, fala-se em convivência familiar” 7.
7
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 14ª ed. Ed. Juspodivm, 2020.
8
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro. Direito de Família. 38 ed. Ed. Saraiva,
2021.
9
Waldyr Grisard Filho. Guarda compartilhada. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2010. p. 132.
10
BAPTISTA, Silvio Neves. Guarda Compartilhada. Editora Edições Bagaço; 2011; pg. 35.
GUARDA ALTERNADA
Tal modalidade de guarda não foi positivada em nossa legislação civil,
considerando-se a adoção do sistema dual pelo legislador, conforme
possível se extrair do artigo 1.583 do Código Civil de 2002.
11
NERY, Rosa Maria de Andrade. Manual de Direito Civil. Ed. RT, 2014.
12
Waldyr Grisard Filho. Guarda compartilhada. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2010. p. 140.
13
Ibidem.
GUARDA NIDAL
Na guarda nidal, a criança permanece no mesmo local onde era criada
antes do divórcio dos pais, devendo estes alternarem o lugar em que
moram.
Uma das vantagens do estabelecimento dessa modalidade é que a
criança não precisará alterar entre as residências paterna e materna.
Segundo Alvarenga:
“É uma modalidade segundo a qual os filhos permanecem em casa fixa
e quem se muda para ela em determinados períodos são os pais. É um
tipo raro, devido a uma serie de inconvenientes, entre eles a
necessidade de três residências, ou seja, uma para os filhos que
permanecem em residência fixa e uma para cada um dos pais” 14.
.
Este modelo de guarda não possui previsão expressa na legislação
civil brasileira, mas é reconhecida pela doutrina.
De qualquer forma, a sua raridade de concessão é baseada nos
rearranjos familiares distintos que ela necessita, além de uma evolução
no comportamento humano dos pais, que necessitam colocar os
interesses dos filhos acima de qualquer outro.
14
ALVARENGA, Altair Resende de; CLARISMAR, Juliano.Sistemas de Guarda no Direito
Brasileiro. Revista do Curso de Direito do UFMG.
15
GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil, 2ª ed, Saraiva,
2018.
16
Ibidem
17
Ibidem
18
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4. ed. São Paulo: RT, 2007.
ângulo que não o seu, especialmente sob o ângulo dos filhos. Não
distingue a diferença entre dizer a verdade e mentir”.19
A prática da alienação parental comumente está associada a uma
modificação na familia, quer pelo casamento do genitor ou o ingresso
de ação revisional de alimentos ou o período de convivência.
A modificação da situação em que se encontra o contexto familiar
geralmente está associada ao início da prática da alienação parental.
Para Douglas Philip Freitas: “A Lei da Alienação Parental segue a linha
adotada pela recente produção jurídica familista, que é a do
reconhecimento da inabilidade dos operadores jurídicos em tratar todas
as questões correlatas ao direito de família. Logo, a presença e
atuação da equipe multidisciplinar torna-se cada vez mais salutar e
imprescindível para a formação do convencimento do juiz e a resolução
do litígio”.20
A Lei da Alienação Parental é um dos maiores avanços jurídicos
familistas recentes, porém tem sido utilizada de forma indevida, por
vezes, para prejudicar genitores que não praticam a alienação.
ALIENAÇÃO PARENTAL BILATERAL
A prática da alienação parental, não raras vezes, é promovida por
ambos os genitores, ou por aqueles que exercem a função de guarda
do menor.
Em situações dessa natureza, as soluções para resolução ou
minoração dos efeitos da alienação parental tornam-se virtualmente
impossíveis.
19
CALÇADA, Andréia. Falsas acusações de abuso sexual e a implantação de falsas memórias.
São Paulo: Equilíbrio, 2008.
20
FREITAS, Douglas Phillips. Alienação parental: comentários à Lei 12.318/2010 4ª ed. rev., atual.
e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015.
21
DUARTE, Lenita Pacheco Lemos. A angústia das crianças diante dos desenlaces parentais.
Edição especial. Rio de Janeiro: Ed Lumen Juris, 2013.
22
ALMEIDA, Amanda Silveira de. Revogação da lei da alienação parental e o retrocesso para o
Direito de Família . https://www.migalhas.com.br/depeso/351562/a-revogacao-da-lei-da-alienacao-
parental.
A proposta também inclui artigo na lei para deixar claro que ela não se
aplica a favor do genitor que estiver sendo parte na tramitação de
inquéritos e processos relativos à violência física, psicológica ou sexual
contra criança e adolescente, ou mesmo de violência doméstica ou
sexual. O texto ainda acrescenta o abandono afetivo por aquele que se
omitir de suas obrigações parentais entre as situações exemplificativas
do que é alienação parental.23
23
Ibidem.
24
Agência Câmara de Notícias Acesso através
https://www.camara.leg.br/noticias/631131-projeto-revoga-a-lei-de-alienacao-
parental/
A CF, nos termos do artigo 225, § 1º, VII, dispõe sobre o direito animal
ao tratar do direito ao meio ambiente.
A Carta Magna dispõe que todos tem o direito de um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, sendo este, um bem de uso comum do
povo e imprescindível à boa qualidade e saúde de vida.
São considerados seres sencientes os animais em geral, e em
especial, os animais de estimação.
25
Ibidem.
PROCESSO
26
Disponível em https://cnbmg.org.br/familia-multiespecie-e-a-guarda-de-animais-sencientes-em-
divorcio-extrajudicial-e-tema-de-artigo-do-ibdfam/
27
Ibidem.
AgInt no CC 175997 / ES
AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA
2020/0299395-3
RELATOR(A)
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO (1144)
ÓRGÃO JULGADOR
S2 - SEGUNDA SEÇÃO
DATA DO JULGAMENTO
27/10/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 05/11/2021
EMENTA
AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DIREITO
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO ESTÁ-
VEL, GUARDA DOS FILHOS E DIREITO DE VISITA.
1. Agravo interno interposto no curso do conflito de competência susci-
tado pelo convivente (ora agravado) para definição do juízo competente
(Comarca de Guarapari - ES - ou Manhuaçu - MG) para processar e
julgar as demandas envolvendo o casal (declaração de união está-
vel, guarda das filhas e direito de visita).
2. As duas filhas do casal, nascidas em 2013 e 2015, estão
na guarda provisória do convivente na Cidade de Guarapari, desde o
rompimento da união estável.
3. Aplicação dos princípio do melhor interesse da criança, nos termos
do art. 147, I, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069/1990), e da Súmula 383/STJ ("A competência para processar e
julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro
do domicílio do detentor de sua guarda").
4. Competência fixada no juízo da Comarca de Guarapari, onde exer-
PROCESSO
AgInt nos EDcl no REsp 1857050 / SP
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RE-
CURSO ESPECIAL
2020/0005882-0
RELATOR(A)
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140)
ÓRGÃO JULGADOR
T4 - QUARTA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
23/08/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 26/08/2021
EMENTA
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RE-
CURSO ESPECIAL.AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DETER-
MINAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS EM FAVOR DO GENITOR
ALIMENTANTE. GUARDA COMPARTILHADA.
1. À luz do disposto no § 5º do artigo 1.583 do Código Civil ?
incluído pela Lei 13.058/2014 ?, "a guarda unilateral obriga o pai ou a
mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, pa-
PROCESSO
REsp 1931097 / SP
RECURSO ESPECIAL
2021/0100550-2
RELATOR(A)
Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
10/08/2021
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 16/08/2021
EMENTA
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE
GUARDA. PREVENÇÃO. HABEAS CORPUS RECEBIDO COMO TU-
TELA PROVISÓRIA ANTECEDENTE. DECISÃO PRECLUSA. INCI-
DENTE APTO A GERAR A PREVENÇÃO.INCIDENTE PREVISTO NO
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11ª ed. São Paulo. Saraiva, 2021
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janei-
ro: Forense, 2022.
- MALUF, Carlos Alberto Dabus. Curso de Direito de Família. Sarai-
va.2018.
- MARZAGÃO, Silvia Felipe. XAVIER, Marília Pedroso. NEVARES, Ana
Luiza Maia. Coronavírus. Impactos no Direito de Família e das Suces-
sões, Ed. Foco, 2020.
- PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de Direito de Família e Su-
cessões. São Paulo, Ed. Saraiva. 2018.
- PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Divórcio. São Paulo, 5º Ed. Saraiva.
2016.
.
ALBUQUERQUE, Anderson. Guarda Unilateral. Em que casos pode
ser concedida.
https://www.andersonalbuquerque.com.br/artigo&conteudo=guarda-
unilateral-em-que-casos-ela-pode-ser-
concedida?url=artigo&conteudo=guarda-unilateral-em-que-casos-ela-
pode-ser-concedida
Acesso em 15/05/2022
1
TEPEDINO, Gustavo. TEIXEIRA, Ana Carolina Brochardo . Fundamentos do direito civil: direito
de família. – 3. ed. – Rio de Janeiro : Forense, 2022.
2
KÜMPEL, Vitor Frederico et al. Tratado Notarial e Registral Vol. II, 1ª edição. São Paulo: YK
editora, 2017, p.584.
3
MALUF, Carlos Alberto Dabus et al. Curso de Direito de Família, 4ª edição, Ed. Saraiva, São
Paulo, 2021.
4
LÔBO, Paulo Luiz Neto. Direito Civil: Famílias. 11ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2021.
5
MALUF, Carlos Alberto Dabus et al. Curso de Direito de Família, 3ª edição, Ed. Saraiva, São
Paulo, 2018.
6
Ibidem
7
MALUF, Carlos Alberto Dabus et al. Curso de Direito de Família, 4ª edição, Ed. Saraiva, São
Paulo, 2021.
8
Enunciado 106 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho de Justiça Federal.
9
CARVALHO, Dimas Messias de .Direito das Famílias. 8º ed.Saraiva, 2020.
10
LÔBO. Paulo Luiz Neto . Direito Civil: Famílias. 11ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2021.
11
Ibidem.
12
TEPEDINO, Gustavo. TEIXEIRA, Ana Carolina Brochardo . Fundamentos do direito civil: direito
de família. – 3. ed. – Rio de Janeiro : Forense, 2022.
13
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. Volume V: Forense, 2020.
14
Ibidem.
15
DIAS. Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 15 ed. Ed. Juspodivm, 2021.
16
Ibidem.
17
Ibidem.
Ocorre, porém, que muitas vezes o pai, autor da demanda, traz em sua
causa de pedir circunstância diversa. Se não aduz hipótese que
ensejaria a revogação vedada em lei, deve ser-lhe permitido o trâmite
da ação. Como bem pondera Rolf Madaleno.18
Rolf Madaleno ainda esclarece “[a] impugnação da paternidade
precisará ser mais bem construída na evolução do Direito de Família e
ser sustentada só em fatores capazes de justificar ponderadamente a
exclusão do estado de filiação socioafetiva, usualmente porque o pai
registral acreditava se tratar de seu filho biológico e, portanto, fora
induzido a erro, e, ademais, sempre teve escasso contato pessoal com
o filho meramente registral, como nesse sentido já vêm demonstrando
os pretórios brasileiros, ao negarem a desconstituição do registro civil
apenas pela inexistência de origem biológica na filiação quando
presentes sólidos laços de convivência e afetividade”.19
18
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2022.
19
Ibidem
20
LOBO, Paulo Luiz Netto. Saraiva, Direito Civil. Famílias. 2021.
O Código Civil de 2002, dispõe nos arts. 231 e 232, que: “a) quem se
nega a se submeter a exame médico necessário não poderá
aproveitar-se de sua recusa; b) a recusa à perícia médica ordenada
pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame”.
21
https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-
2011_23_capSumula301.pdf
PROCESSO
AgInt no AREsp 1908062 / MS
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2021/0166517-3
RELATOR
Ministro MARCO BUZZI (1149)
ÓRGÃO JULGADOR
T4 - QUARTA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
25/04/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 29/04/2022
EMENTA
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL ?
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C FIXA-
ÇÃO DE ALIMENTOS ? DECISÃO DA PRESIDÊNCIA DESTA CORTE
QUE NÃO CONHECEU DO RECLAMO. INSURGÊNCIA RECURSAL
DO REQUERIDO.
1. A parte agravante refutou, nas razões do agravo em recurso especi-
al, a aplicação da Súmula 83/STJ, não incidindo, portanto, o óbice da
Súmula 182/STJ. Provimento do agravo interno e análise, de plano, do
agravo em recurso especial.
2. As questões postas à discussão foram dirimidas pelo órgão julga-
dor de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões,
portanto, deve ser afastada a alegada violação aos artigos 489 e 1.022
do CPC/15. Precedentes.
3. O acórdão recorrido está em harmonia com a orientação desta Corte
PROCESSO
AgInt no AREsp 1792208 / BA
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2020/0306360-8
RELATOR
Ministro MOURA RIBEIRO (1156)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
14/03/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 18/03/2022
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECUR-
SO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC.
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. RECUSA IMOTIVA-
DA NA REALIZAÇÃO DO TESTE DE DNA. NEGATI-
PROCESSO
REsp 1867308 / MT
RECURSO ESPECIAL
2020/0065503-9
RELATOR
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA (1147)
ÓRGÃO JULGADOR
T3 - TERCEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
03/05/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 11/05/2022
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. LEGITIMIDADE. GENITOR.
INTRANSMISSIBILIDADE. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL.
IMPOSSIBILIDADE. VONTADE. AUSÊNCIA DE ERRO. SOCIOAFE-
TIVIDADE. ART. 1.593 DO CÓDIGO CIVIL. CONFIGURAÇÃO. EXA-
ME DE DNA POST MORTEM. FILIAÇÃO. INALTERABILIDADE. DI-
REITO INTRANSMISSÍVEL.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do
Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e
3/STJ).
2. A socioafetividade é contemplada pelo art. 1.593 do Código Civil, no
sentido de que "o parentesco é natural ou civil, conforme resulte da
consanguinidade ou outra origem".
3. A autora não se desincumbiu do ônus de afastar a inequívoca von-
tade do falecido em registrar filho como seu, bem como descaracterizar
a filiação socioafetiva, demonstrada nos autos em virtude do tratamen-
DATA DO JULGAMENTO
25/04/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 28/04/2022
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECUR-
SO ESPECIAL.
RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC.
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULA-
ÇÃO DE REGISTRO CIVIL. REVISÃO. PRETENSÃO RECURSAL
QUE ENVOLVE O REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMU-
LA Nº 7 DO STJ.
AUSÊNCIA DE VÍCIO DE CONSENTIMENTO. PRECEDENTES. SÚ-
MULA Nº 83 DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Aplica-se o NCPC a este julgamento ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na ses-
são de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no
CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a par-
tir de 18 de março de 2016)
serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do
novo CPC.
2. A alteração das conclusões do acórdão recorrido exige reapreciação
do acervo fático-probatório da demanda, o que faz incidir o óbice da
Súmula nº 7 do STJ.
3. Nos termos da jurisprudência desta Corte, não é possível a descons-
tituição do registro civil de nascimento quando o reconhecimento
da paternidade foi efetuado sem nenhum tipo de vício que comprome-
tesse a vontade do declarante. Precedentes da Terceira Turma. Prece-
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11ª ed. São Paulo. Saraiva, 2021
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janei-
ro: Forense, 2022.
.
- DIAS, Maria Berenice. Investigação de Paternidade e a Questão da
Prova.https://ibdfam.org.br/artigos/23/Investiga%C3%A7%C3%A3o+de
+paternidade+e+a+quest%C3%A3o+da+prova. Acesso em 22/05/2022
https://www.conjur.com.br/2018-ago-19/processo-familiar-familias-
ectogeneticas-contrato-geracao-filhos. Acesso em 22/05/2022
ITCD
Segundo o art. 155, I, da CF/88, compete aos Estados-membros e ao
Distrito Federal instituir imposto sobre transmissão causa mortis e
doação, de quaisquer bens ou direitos.
Embora o imposto deva ser instituído pela lei ordinária de cada ente
tributante, a Constituição estabelece que a lei complementar trace
normas gerais a serem observadas por todos eles.
1
MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de direito tributário 12. ed. – Barueri [SP]: Atlas,
2022.
2
Ibidem.
3
SABBAG, Eduardo. Direito Tributário Essencial. 8. ed. – Rio de Janeiro: Forense; MÉTODO,
2021.
4
Ibidem.
5
SABBAG, Eduardo. Direito Tributário Essencial. 8. ed. – Rio de Janeiro: Forense; MÉTODO,
2021.
6
MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de direito tributário 12. ed. – Barueri [SP]: Atlas,
2022.
7
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família / Rolf Madaleno. – 4. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2022.
8
Ibidem.
9
MAMEDE, Gladston. Holding Familiar e suas vantagens./ 14º ed,São Paulo: Atlas, 2021.
10
Ibidem.
2281643-30.2021.8.26.0000
Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / ITBI - Imposto de
Transmissão Intervivos de Bens Móveis e Imóveis
Relator(a): Silva Russo
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 15ª Câmara de Direito Público
Data do julgamento: 20/05/2022
Data de publicação: 20/05/2022
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO SE
SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR - ITBI - Município de São Paulo
- Pedido de isenção quanto ao recolhimento de ITBI - Alegação de que
houve partilha igualitária de bens e impossibilidade de cobrança do
aludido imposto antes da ocorrência do fato gerador - Indeferimento da
liminar - Não cabimento - Probabilidade do direito alegado
caracterizado pela documentação carreada aos autos, que aparentam
demonstrar a divisão igualitária dos bens do casal - Precedente desta
C. Corte - Risco de dano caracterizado na cobrança de imposto, em
tese, indevido - Preenchimento dos requisitos para a concessão da
tutela de urgência - Suspensão da exigibilidade do crédito como
medida de rigor, a teor do art. 151, IV, do CTN - Decisão reformada -
Agravo provido.
1061021-63.2021.8.26.0053
Classe/Assunto: Apelação / Remessa Necessária / ITBI - Imposto de
Transmissão Intervivos de Bens Móveis e Imóveis
Relator(a): Raul De Felice
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 15ª Câmara de Direito Público
Data do julgamento: 18/05/2022
Data de publicação: 18/05/2022
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL e REEXAME NECESSÁRIO - Mandado
de Segurança – ITBI – Município de São Paulo – Sentença que
concedeu a segurança para afastar a tributação do ITBI sobre a
partilha do bem, transferido em separação consensual – Inexistência
de ato oneroso (venda ou transmissão) – Não ocorrência da hipótese
prevista no art. 156, II da Constituição Federal - Divisão amigável do
patrimônio do casal através de consenso que não caracteriza
onerosidade, tampouco, transmissão, mas mera divisão patrimonial –
Precedentes deste Tribunal de Justiça - Sentença mantida – Recursos
oficial e voluntário do município não providos.
PROCESSO
AgInt no AREsp 1676655 / RS
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2020/0056270-6
RELATOR
Ministro OG FERNANDES (1139)
ÓRGÃO JULGADOR
T2 - SEGUNDA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
15/02/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 25/02/2022
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECUR-
SO ESPECIAL.TRIBUTÁRIO. ITCMD. VGBL. NATUREZA DE SEGU-
RO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 794 DO CÓDIGO CIVIL. RECURSO
DESPROVIDO.
1. O Tribunal de origem negou provimento ao recurso interposto pela
parte ora agravante por entender que as aplicações em VGBL se ca-
racterizariam como seguro de pessoas, segundo a Superintendência
de Seguros Privados - Susep, não se enquadrando nas hipóteses de
incidência do tributo previstas no art. 2º da Lei estadual n. 8.821/1989,
que trata das hipóteses de incidência do imposto - ITCD.
2. Há recentes decisões monocráticas, em ambas as Turmas da Pri-
meira Seção, que negaram provimento ao recurso especial do Estado
do Rio Grande do Sul, em casos análogos, reconhecendo que o "de-
nominado plano VGBL, nos termos do art. 794 do Código Civil, tem na-
tureza de contrato de seguro de vida, não integrando o acervo hereditá-
rio do de cujus, para todos os fins de direito, o que afasta, por conse-
quência, a incidência do ITCMD" (AREsp 756.611/RS, Rel. Min. Sérgio
Kukina, DJe 22/2/2021). A propósito: AREsp 1.766.626/RS, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, DJe 6/5/2021; REsp 1.904.243/RS, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe 23/2/2021; e AREsp 1.755.009/RS, Rel.
Ministro Herman Benjamin, DJe 17/12/20.
3. Precedente recente da Segunda Turma do Superior Tribunal de Jus-
tiça de que com a morte do segurado, sobreleva o caráter securitário
do plano VGBL, sobretudo com a prevalência da estipulação em favor
do terceiro beneficiário, como deixa expresso o art. 79 da Lei
11.196/2005. (REsp n. 1.961.488/RS, relatora Ministra ASSUSETE
PROCESSO
AgInt no REsp 1941030 / RS
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL
2021/0074351-6
RELATOR
Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142)
ÓRGÃO JULGADOR
T1 - PRIMEIRA TURMA
DATA DO JULGAMENTO
14/03/2022
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 18/03/2022
EMENTA
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXE-
CUÇÃO FISCAL. ITCD. DIFERENÇA DE ALÍQUOTA. LANÇAMENTO
COMPLEMENTAR. DISCUSSÃO JUDICIAL. DECADÊNCIA AFASTA-
DA.
1. A Primeira Turma do STJ entende que a contagem do prazo deca-
dencial para o Fisco lançar o crédito tributário somente se inicia com a
consolidação da relação jurídica do ITCD, que, no caso, se dá com o
trânsito em julgado da decisão proferida nos autos do Inventário, visto
que, durante a pendência da discussão judicial acerca da alíquota apli-
cável, não poderia o Estado lavrar o auto de lançamento para constituir
o crédito tributário. Precedentes: AgInt no AREsp 1.488.490/RS, Rel.
Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
- LOBO, Paulo Luiz Netto . Famílias. 11ª ed. São Paulo. Saraiva, 2021
MADALENO, Rolf. Manual de direito de família – 4. ed. – Rio de Janei-
ro: Forense, 2022.
.
- BATISTA, Juliana Marchiote. Quais impostos devo pagar na partilha
de bens? https://jmarchiote.jusbrasil.com.br/artigos/840874370/quais-
impostos-tenho-que-pagar-na-partilha-de-bens. Acesso em 30/05/2022.
OPINIÃO
O sistema brasileiro das sucessões é composto por três disciplinas: 1) o Direito Civil, que se
dedica ao estudo do Direito material, notadamente quanto aos aspectos subjetivo (herdeiros
e/ou legatários) e objetivo (a herança) da sucessão; 2) o Direito Processual Civil e o Direito
Notarial, que cuidam dos procedimentos do inventário (obrigatório em nosso país [1]), da
partilha e de outras ações inerentes à sucessão; e 3) o Direito Tributário, o qual estrutura a
incidência de impostos (não apenas o ITCMD) na sucessão.
Com efeito, apesar de o Código Civil apresentar a fórmula da saisine em seu artigo 1.784 e
prescrever que "a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários", a imperatividade do inventário (Direito Processual Civil ou Notarial) e a
necessidade de pagamento de tributos (Direito Tributário) para ultimar a transferência dos
bens fazem cair por terra a denominada transmissão "desde logo".
Sob tal perspectiva, a simples investidura dos beneficiários em direitos hereditários, com
efeito, não representa a saisine, destinada a uma efetiva e rápida transmissão dos bens a
herdeiros, contrariamente ao que ocorre no Brasil [2]. A constatação fática do que aqui se
evidencia é simples: basta pensar se, no Brasil, um herdeiro, universal que seja, pode ter
acesso a valores mantidos pelo autor da herança em conta bancária, sem que antes se
submeta a inventário, adjudicação e pagamento de tributos.
https://www.conjur.com.br/2020-nov-26/bucar-nascimento-testamento-negocio-juridico-processual?imprimir=1 1/5
06/06/2022 19:21 ConJur - Bucar e Nascimento: Testamento e negócio jurídico processual
Portanto, a consciência de que a sucessão no Brasil deve ser considerada para além do
Direito Civil demanda uma compreensão dos elementos estruturantes do sistema e a
adequação de suas ferramentas à realidade que se está diante. E o testamento, com efeito, é
um desses instrumentos que necessitam expandir suas potencialidades para além do Direito
Civil, respeitada, evidentemente, a limitação que o ordenamento impõe ao testador por meio
da denominada legítima.
Sabe-se que o testamento é "o negócio jurídico pelo qual uma pessoa dispõe sobre a
própria sucessão" [3]. Assim, partindo do entendimento de que a decisão a respeito da
própria sucessão deve seguir os princípios e regras do sistema sucessório brasileiro, torna-se
lícito afirmar que o aumento da negociabilidade processual, fomentada pelo Código de
Processo Civil de 2015, estende-se ao ramo das sucessões. Logo, entre as escolhas que o
testador poderá fazer e manifestar através de cláusulas testamentárias, inserem-se, além da
destinação dos bens em si, aquelas relativas ao procedimento de inventário e partilha.
Por outro lado, sabe-se que a mudança legislativa não é suficiente para transformar, por si
só (e da noite para o dia), a adaptabilidade do procedimento. No entanto, é a partir da
novidade trazida pelo artigo 190, caput, do CPC/2015 que a atipicidade dos negócios
jurídicos processuais ganha força, sem se limitar, portanto, aos casos expressos em lei [4].
Com efeito, se a celebração de negócio jurídico processual pode ocorrer antes ou depois da
instauração do processo [5], significa dizer que é possível dispor sobre os procedimentos
que serão adotados no inventário, partilha e demais ações sucessórias, por meio de cláusulas
testamentárias, as quais, aceitas pelos beneficiários, poderão criar mecanismos mais céleres
e efetivos para a transmissão sucessória.
Percebe-se, desse modo, que a cláusula geral do artigo 190 do CPC autoriza o testador a
elaborar cláusulas testamentárias sobre o processo e procedimento [6], sendo possível, neste
espaço, exemplificar três potencialidades para ilustrar. São elas: 1) escolha do foro em que
se processará o inventário judicial ou o cartório, se for extrajudicial; 2) indicação de um
avaliador para os bens do monte; e, ainda, 3) prefixação de honorários advocatícios em
ações derivadas da sucessão.
https://www.conjur.com.br/2020-nov-26/bucar-nascimento-testamento-negocio-juridico-processual?imprimir=1 2/5
06/06/2022 19:21 ConJur - Bucar e Nascimento: Testamento e negócio jurídico processual
Como se sabe, a competência para abertura do inventário judicial é relativa, por se tratar de
competência territorial [7]. Portanto, nada impede que o interessado na elaboração do seu
testamento indique o foro onde deverá ser processado o inventário e a partilha. Da mesma
forma, pode o testado indicar, desde já, o cartório de notas em que o inventário de seus bens
e respectiva partilha devam ser escriturados [8].
Vale notar que as disposições acerca do local do inventário não apenas contemplam o
exercício de uma autonomia privada pelo testador no campo processual ou notarial, mas
também na seara tributária, haja vista que os bens móveis serão ofertados à tributação no
Estado em que se localiza o juízo ou o cartório de notas escolhido para se processar o
inventário ou arrolamento (artigo 155, §1º, II, CR).
De outro lado, um dos pontos de conflito em um inventário é a avaliação dos bens. Aqui,
também, é possível pensar no exercício de uma autonomia pelo testador. Se é possível às
partes convencionarem sobre a escolha do perito (artigo 471, CPC), a indicação, em
testamento, de um avaliador dos bens que compõe a herança é plenamente cabível.
Não há, por fim, necessidade de homologação judicial para que que o negócio jurídico
processual aposto em testamento produza seus efeitos, visto que o artigo 200 do CPC afirma
que as declarações unilaterais (ou bilaterais) produzem imediatamente a constituição,
modificação ou extinção de direitos processuais, salvo quando houver regra expressa [9].
Os efeitos pretendidos, na realidade, serão produzidos a partir da simples aceitação da
sucessão disposta em testamento.
Essas ideias iniciais permitem que todo o sistema brasileiro de sucessões seja contemplado
por um movimento de ampliação das potencialidades do testamento, para além das
conhecidas funções que lhe foram emprestadas pelo Direito Civil.
https://www.conjur.com.br/2020-nov-26/bucar-nascimento-testamento-negocio-juridico-processual?imprimir=1 3/5
06/06/2022 19:21 ConJur - Bucar e Nascimento: Testamento e negócio jurídico processual
[2] Para constatação de que o sistema brasileiro de sucessões não adotou o modelo francês
de saisine, remete-se a ZOPPINI, Andrea. Le Sucessioni in Diritto Comparato. Milão:
UTET, 2002. p. 25-47.
[3] GOMES, Orlando. Sucessões. Atualizado por Mario Roberto Carvalho de Faria. 17ª ed.
Rio de Janeiro: Editora Forense. p. 80.
[6] Enunciado 257 do FPPC: "O artigo 190 autoriza que as partes tanto estipulem
mudanças do procedimento quanto convencionem sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais" (grupo: negócios processuais).
[8] A despeito do disposto no artigo 610, CPC, corregedorias dos Estados têm permitido a
realização de inventário extrajudicial ainda que haja testamento, cujo entendimento já foi
acolhido pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça: REsp 1808767/RJ, relator ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/10/2019, DJe 03/12/2019/.
[9] Enunciado 133 do FPPC: (artigo 190; artigo 200, parágrafo único) "Salvo nos casos
expressamente previstos em lei, os negócios processuais do artigo 190 não dependem de
homologação judicial" (grupo: negócios processuais). Enunciado 261 do FPPC: (artigos
190 e 200) "O artigo 200 aplica-se tanto aos negócios unilaterais quanto aos bilaterais,
incluindo as convenções processuais do artigo 190" (grupo: negócios processuais).
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06/06/2022 19:21 ConJur - Bucar e Nascimento: Testamento e negócio jurídico processual
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06/06/2022 19:22 ConJur - Bucar e Teixeira: As armadilhas do planejamento sucessório
OPINIÃO
Introdução
Aspectos subjetivos
O planejamento patrimonial para após a morte é a única forma de o autor da herança (e não
a lei) decidir sobre o destino dos próprios bens. Entretanto, a despeito da autonomia que é
conferida ao titular do patrimônio, uma lembrança é necessária. As normas do ramo não
estão centradas unicamente na proteção de interesses do falecido, mas também de seus
herdeiros. É nesse contexto que surgem os dois principais obstáculos para o planejamento
sucessório.
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06/06/2022 19:22 ConJur - Bucar e Teixeira: As armadilhas do planejamento sucessório
Assim, para criar consensos, os profissionais que auxiliam em sua formatação devem, antes
de tudo, ir além das barreiras e dos permissivos legais. E esse é um dos maiores desafios da
área. Conforme os diversos (e até conflitantes) interesses do autor da herança e de seus
herdeiros será preciso: I) buscar que todos aceitem o programa; ou II) garantir a
previsibilidade da futura aceitação. Dessa forma, o planejamento envolve não só uma
consulta ao titular do patrimônio a se transmitir, mas um diálogo honesto relativo aos
anseios e à situação de todos os integrantes de sua família. Só assim serão identificadas
aptidões, conflitos intrafamiliares (que precisam, em alguma medida, ser neutralizados) e
preocupações com vulnerabilidades específicas de certos parentes.
Aspectos objetivos
Por outro lado, concomitantemente à efetiva adequação subjetiva do plano, não podem ser
afastados, para o seu delineamento, seus aspectos objetivos, compreendidos na própria
qualidade dos bens que compõem o patrimônio e os custos incidentes sobre o respectivo
planejamento. Não se está a dizer que existe uma fórmula imperiosa, como uma receita de
bolo. Porém, o aproveitamento financeiro e a economia fiscal na transmissão de bens entre
o autor da herança e seus herdeiros são objetivos que encontram algumas possibilidades de
sucesso no ordenamento jurídico brasileiro. Chegar a ambas pretensões demanda uma fina
sintonia, do advogado, com a disciplina de bens e, de igual modo, com a tributação
incidente nesta operação.
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06/06/2022 19:22 ConJur - Bucar e Teixeira: As armadilhas do planejamento sucessório
Conclusão
Dentro do limite que aqui é proposto, é de se chamar atenção para linhas gerais de
imprescindível consideração no estudo e prática do planejamento sucessório, as quais
permitem conhecer os efeitos das opções feitas para o seu desenvolvimento. Tal
conhecimento deve garantir que a alternativa eleita (entre várias outras) não se torne, ela
mesma, a própria armadilha do planejamento sucessório.
[3] TEPEDINO, Gustavo; OLIVA, Milena Donato. Teoria Geral do Direito Civil. In:
TEPEDINO, Gustavo (org.). Fundamentos de direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p.
127-128.
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06/06/2022 19:22 ConJur - Bucar e Teixeira: As armadilhas do planejamento sucessório
Daniel Bucar é professor de Direito Civil do IBMEC, doutor e mestre em Direito Civil
(Uerj) e sócio do escritório Bucar Marano.
Daniele Chaves Teixeira é advogada, parecerista, doutora e mestre em Direito Civil (Uerj).
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