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Documento: 463407 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 17/05/2004 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 331.511 - SE (2001/0075645-9)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
Opostos embargos declaratórios pela ré S. M. C. O. (fls. 456/458), foram eles
acolhidos para deferir a sucumbência recíproca, com o rateio das custas e a compensação da
verba honorária (fls. 461/462).
Contra a parte não unânime, foram, então, opostos embargos infringentes pela
autora Z. L. G. (fls. 463/469), providos pelo Tribunal Pleno, por maioria, para fazer prevalecer o
voto vencido e, assim, a decisão de 1º grau (fls. 499/505). Ou seja, foi deferida à autora tanto a
indenização, como o usufruto de 1/4 dos bens do extinto.
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É o relatório.
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RECURSO ESPECIAL Nº 331.511 - SE (2001/0075645-9)
VOTO
Examino o primeiro recurso, de fls. 515/528, apoiado nas letras “a” e “c” do
permissivo constitucional, onde é sustentado que o acórdão violou o art. 1º da Lei n. 9.278/96,
eis que seus pressupostos não foram observados, bem assim divergiu da orientação de outros
Tribunais.
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Superior Tribunal de Justiça
alerta o grande jurista Pontes de Miranda:
'Há de se interpretar as leis com o espírito ao nível do seu
tempo, isto é, mergulhado na viva realidade ambiente, e não acarretando
a algo do passado, nem perdido em uma passagem, mesmo provável, do
distante futuro '.
Porém há que se indagar: o concubinato com essas
características gera direito a indenização por serviços prestados?
Parece-me que a situação da autora está protegida não mais
pela construção jurisprudencial de que falamos, a qual, objetivando evitar
o enriquecimento sem causa, atribui à concubina o direito a uma
indenização, mas, pelo art. 2°, I da Lei n° 8.971/94, que regula o direito
dos companheiros à alimentos e sucessão.
Com o advento desta lei, o concubinato gera um desses dois
direitos: alimentos quando a relação se extingue em vida e a sucessão
quando ocorre morte de um dos companheiros. Se não estivéssemos na
vigência dessa lei, teríamos que analisar a existência de serviços
prestados objetivando o reconhecimento da indenização. E é neste sentido
a construção do direito pleiteado pela autora. A prova nos autos, por
outro lado, não lhe seria favorável, posto que não há configuração de
serviços domésticos prestados e a assistência na vida política do de cujus
foi suficientemente compensada com a sua ascensão a cargos de
assessoramento bem remunerados, e sua introdução na vida política
sendo apresentada como esposa ao mundo político sergipano.
A autora faz jus sim ao segundo item do seu pedido, conforme
norma contida no referido dispositivo, que estabelece:
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Reza a norma legal invocada no especial, que:
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Superior Tribunal de Justiça
Destarte, não conheço do primeiro recurso especial.
II
(4ª Turma, REsp n. 125.401/RJ, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, unânime,
DJU de 21.08.2000)
É como voto.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. FERNANDO HENRIQUE OLIVEIRA DE MACEDO
Secretária
Bela. CLAUDIA AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE BECK
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : S M C O E OUTROS
ADVOGADO : JOCÉLIO CARVALHO DIAS DE OLIVEIRA
RECORRIDO : Z LG
ADVOGADO : OSMARIO VILANOVA DE CARVALHO E OUTROS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, não conheceu dos recursos, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Barros Monteiro, Cesar Asfor Rocha e Fernando Gonçalves votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira.
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