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DIREITO

1. (FGV. 2021) Pedro, cidadão de nacionalidade argentina e nesse país residente, ajuizou ação em
face de sociedade empresária de origem canadense, a qual, ao final do processo, foi condenada ao
pagamento de determinada indenização. Pedro, então, ingressou com pedido de homologação
dessa sentença estrangeira no Brasil. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) Para que a sentença estrangeira seja homologada no Brasil, é necessário que ela tenha transitado
em julgado no exterior.

b) A sentença condenatória argentina não poderá ser homologada no Brasil por falta de tratado
bilateral específico para esse tema entre os dois países.

c) A sentença poderá ser regularmente homologada no Brasil, ainda que não tenha imposto qualquer
obrigação a ser cumprida em território nacional, não envolva partes brasileiras ou domiciliadas no
país e não se refira a fatos ocorridos no Brasil.

d) De acordo com o princípio da efetividade, todo pedido de homologação de sentença alienígena,


por apresentar elementos transfronteiriços, exige que haja algum ponto de conexão entre o exercício
da jurisdição pelo Estado brasileiro e o caso concreto a ele submetido.

2. (FGV. 2019) Victor, após divorciar-se no Brasil, transferiu seu domicílio para os Estados Unidos.
Os dois filhos brasileiros de sua primeira união continuaram vivendo no Brasil. Victor contraiu
novo matrimônio nos Estados Unidos com uma cidadã norte-americana e, alguns anos depois, vem
a falecer nos Estados Unidos, deixando um imóvel e aplicações financeiras nesse país.

A regra de conexão do direito brasileiro estabelece que a sucessão de Victor será regida

a) pela lei brasileira, em razão da nacionalidade brasileira do de cujus.

b) pela lei brasileira, porque o de cujus tem dois filhos brasileiros.

c) pela lei norte-americana, em razão do último domicílio do de cujus.

d) pela lei norte-americana, em razão do local da situação dos bens a serem partilhados.

3. (FGV. 2019) João da Silva prestou serviços de consultoria diretamente ao Comitê Olímpico
Internacional (COI), entidade com sede na Suíça, por ocasião dos Jogos Olímpicos realizados no Rio
de Janeiro, em 2016. Até o presente momento, João não recebeu integralmente os valores
devidos.

Na hipótese de recorrer a uma cobrança judicial, o pedido deve ser feito

a) na justiça federal, pois o COI é uma organização internacional estatal.

b) na justiça estadual, pois o COI não é um organismo de direito público externo.

c) por auxílio direto, intermediado pelo Ministério Público, nos termos do tratado Brasil-Suíça.

d) na justiça federal, por se tratar de uma organização internacional com sede no exterior.

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4. (FGV. 2019) Uma das funções da cooperação jurídica internacional diz respeito à obtenção de
provas em outra jurisdição, nos termos das disposições dos tratados em vigor e das normas
processuais brasileiras. Para instruir processo a ser iniciado ou já em curso, no Brasil ou no
exterior, não é admitida, no entanto, a solicitação de colheita de provas

a) por carta rogatória ativa.

b) por carta rogatória passiva.

c) a representantes diplomáticos ou agentes consulares.

d) pela via do auxílio direto.

5. (FGV. 2018) Maria Olímpia é demitida pela Embaixada de um país estrangeiro, em Brasília, por
ter se recusado a usar véu como parte do seu uniforme de serviço. Obteve ganho de causa na
reclamação trabalhista que moveu, mas, como o Estado não cumpriu espontaneamente a
sentença, foi solicitada a penhora de bens da Embaixada. Nesse caso, a penhora de bens do Estado
estrangeiro

a) somente irá prosperar se o Estado estrangeiro tiver bens que não estejam diretamente vinculados
ao funcionamento da sua representação diplomática.

b) não poderá ser autorizada, face à imunidade absoluta de jurisdição do Estado estrangeiro.

c) dependerá de um pedido de auxílio direto via Autoridade Central, nos termos dos tratados em
vigor.

d) poderá ser deferida, porque, sendo os contratos de trabalho atos de gestão, os bens que são
objeto da penhora autorizam, de imediato, a execução.

6. (FGV. 2018) Paulo, brasileiro, celebra no Brasil um contrato de prestação de serviços de


consultoria no Brasil a uma empresa pertencente a François, francês residente em Paris, para a
realização de investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula
indicando a aplicação da lei francesa.

Em ação proposta por Paulo no Brasil, surge uma questão envolvendo a capacidade de François
para assumir e cumprir as obrigações previstas no contrato. Com relação a essa questão, a Justiça
brasileira deverá aplicar

a) a lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil.

b) a lei francesa, porque François é residente da França.

c) a lei brasileira, país onde os serviços serão prestados.

d) a lei francesa, escolhida pelas partes mediante cláusula contratual expressa.

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7. (FGV. 2018) Ernesto concluiu o doutorado em Direito em prestigiosa universidade situada em


Nova York, nos Estados Unidos, e pretende fazer concurso para o cargo de professor em uma
universidade brasileira. Uma das exigências para a revalidação do seu diploma estrangeiro é que
este esteja devidamente legalizado. Essa legalização de documento estrangeiro deverá ser feita
mediante

a) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, da qual Brasil e Estados Unidos fazem parte.

b) a consularização no consulado brasileiro em Nova York.

c) a notarização em consulado norte-americano no Brasil.

d) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, no consulado brasileiro.

8. (FGV. 2017) O mecanismo de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da


Organização Mundial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento
Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado de
Marrakesh, e vincula todos os membros da organização.

A respeito do funcionamento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta.

a) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em disputa ficam


impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios, tais como bons ofícios,
conciliação e mediação.

b) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra
o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia
escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação.

c) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão implicar a


diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos
acordos firmados no âmbito da OMC.

d) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos pelo grupo
especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Permanente de Apelação.

9. (FGV. 2016) Lúcia, brasileira, casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante cerimônia
realizada no Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos Aires com seus três filhos
menores. Por diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende se divorciar de Mauro, ajuizando, para
tanto, a competente ação de divórcio, a fim de partilhar os bens do casal: um apartamento em
Buenos Aires/Argentina e uma casa de praia em Trancoso/Bahia. Mauro não se opõe à ação. Com
relação à ação de divórcio, assinale a afirmativa correta.

a) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi realizado em território
brasileiro.

b) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá partilhar a casa de praia.

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c) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil, deverá ser primeiramente
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

d) Ação de divórcio, se consensual, poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto na Argentina, sendo
ambos os países competentes para decidir acerca da guarda das criança e da partilha dos bens.

10. (FGV. 2016) Em 2013, uma empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres,
Reino Unido, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o
foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer
outro. Dois anos depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no
contrato e não conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de consultoria brasileira
decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para rescindir o
contrato. Com relação ao caso narrado acima, assinale a afirmativa correta.

a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação
brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras.

b) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para
dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local em que o contrato foi
assinado.

c) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação do
Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.

d) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois,
a litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-se a lex fori.

11. (FGV. 2016. Adaptada) Para a aplicação da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro
Internacional de Crianças, Lígia recorre à autoridade central brasileira, quando Arnaldo, seu
marido, que tem dupla-nacionalidade, viaja para os Estados Unidos com a filha de 17 anos do casal
e não retorna na data prometida. Arnaldo alega que entrará com pedido de divórcio e passará a
viver com a filha menor no exterior. Com base no caso apresentado, a autoridade central
brasileira

a) deverá acionar diretamente a autoridade central estadunidense para que tome as medidas
necessárias para o retorno da filha ao Brasil.

b) deverá ingressar na Justiça Federal brasileira, em nome de Lígia, para que a Justiça Federal mande
acionar a autoridade central estadunidense para que tome as medidas necessárias para o retorno da
filha ao Brasil.

c) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que a filha é maior de 16 anos.

d) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que o pai também possui direito de guarda sobre a filha,
já que o divórcio ainda não foi realizado.

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12. (FGV. 2022) Doralice, brasileira, funcionária de uma empresa italiana situada em Roma (Itália),
conheceu Rocco, italiano, e com ele se casa. Em Milão, em 1998, nasceu Giuseppe, filho do casal,
sendo registrado unicamente em repartição pública italiana. Porém, recentemente, Giuseppe, que
sempre demonstrou grande afinidade com a cultura brasileira, externou a seus pais e amigos duas
ambições: adquirir a nacionalidade brasileira e integrar os quadros do Itamarati, na condição de
diplomata brasileiro. Ele procura, então, um escritório de advocacia no Brasil para conhecer as
condições necessárias para atingir seus objetivos. De acordo com o sistema jurídico-constitucional
brasileiro, Giuseppe

a) poderá exercer qualquer cargo público no âmbito da República Federativa do Brasil, uma vez que,
por ser filho de pessoa detentora da nacionalidade brasileira, já possui a condição de brasileiro nato.

b) poderá atingir o seu objetivo de ser um diplomata brasileiro caso lhe seja reconhecida a condição
de brasileiro nato, status que somente será alcançado se vier a residir no Brasil e optar pela
nacionalidade brasileira.

c) poderá adquirir a nacionalidade brasileira na condição de brasileiro naturalizado e, assim, seguir a


carreira diplomática, pois a Constituição veda qualquer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados.

d) não poderá seguir a carreira diplomática pela República Federativa do Brasil, já que sua situação
concreta apenas lhe oferece a possibilidade de adquirir a nacionalidade brasileira pela via da
naturalização.

13. (CESPE. 2017) A respeito de nacionalidade, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Laura, filha de mãe brasileira e pai argentino, nasceu no estrangeiro e, depois
de ter atingido a maioridade, veio residir no Brasil, tendo optado pela nacionalidade
brasileira. Assertiva: Nessa situação, a homologação da opção pela nacionalidade brasileira terá
efeitos ex tunc e Laura será considerada brasileira desde o seu nascimento.

a) Certo

b) Errado

14. (CESGRANRIO. 2011) Pelas regras de direito internacional privado brasileiras, um contrato
entre duas empresas brasileiras, assinado em Nova York, com previsão de cumprimento no Brasil e
cláusula de foro indicando São Paulo como foro exclusivo do contrato, é regido pela lei

a) brasileira, por ser o local de cumprimento da obrigação principal.

b) brasileira, por ser o foro exclusivo do contrato.

c) brasileira, por ser a nacionalidade comum das empresas contratantes.

d) norte-americana, por ser o local de assinatura do contrato.

e) norte-americana, apenas com relação à forma e às formalidades.

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15. (FGV. 2011) Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do
Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho
da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da
comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem
quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução
amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória
com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, é correto
afirmar que

a) o Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para
dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é assinado.

b) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação sul-
africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.

c) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação
brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras.

d) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois
em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a lex fori.

16. (IADES. 2018) A respeito das fontes de direito internacional privado, assinale a alternativa
correta.

a) O Supremo Tribunal Federal (STF) adota a teoria da paridade, segundo a qual, havendo conflito
entre o tratado internacional e a lei nacional posterior, prevalecem as regras estabelecidas no
tratado.

b) Para entrar em vigência, documentos provenientes de decisões do Mercosul necessitam ser


anteriormente incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro.

c) Sentenças estrangeiras não são consideradas fontes de direito internacional privado no Brasil.

d) A denúncia de tratado internacional já incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro depende


de aprovação do Congresso Nacional, seguida de decreto promulgado pelo Poder Executivo.

e) A principal fonte de direito internacional privado de origem nacional é a lei. São consideradas
fontes, ainda, a doutrina e a jurisprudência, sendo que a primeira se manifesta como intérprete e
guia para a segunda.

17. (TRF 2ª – Juiz Substituto. 2017) Na hipótese de idêntica ação ser proposta no Brasil e no
exterior, e inexistindo Tratado com o país estrangeiro, marque a opção correta:

a) A litispendência internacional não pode ser conhecida de ofício e deve ser arguida. Arguida, ela
impede que o juiz brasileiro dê curso à ação intentada no Brasil se a questão já tiver sido submetida a
juiz estrangeiro.

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b) A litispendência internacional pode ser conhecida de ofício e impede que o juiz brasileiro dê curso
à ação intentada no Brasil se a questão já está submetida a juiz estrangeiro.

c) Em tema afeto à soberania, os Estados estrangeiros estão impedidos de conhecer demandas que
versem sobre causas situadas no território de outras soberanias, sob pena de responsabilização
internacional.

d) Se uma sentença brasileira decidir determinada questão que também tenha sido decidida por
sentença estrangeira, será sempre a sentença brasileira a que produzirá efeitos no Brasil.

e) A ação intentada no estrangeiro não impede que a mesma questão seja submetida a juiz
brasileiro, nem produz litispendência.

18. TRF 2ª – Juiz Substituto. 2017) Marque a opção correta:

a) A naturalização pode ser requerida diretamente à Justiça Federal, em procedimento de jurisdição


voluntária.

b) O processo de naturalização, em regra, se conclui com a entrega, pelo juiz federal, do certificado
de naturalização ao estrangeiro.

c) A naturalização anistia produz efeitos ex time, ocorre com o decurso do tempo, é discricionária e
pode ser negada, à luz de juízo de conveniência e oportunidade, ainda que o estrangeiro preencha
seus requisitos.

d) A decisão proferida em ação de opção de nacionalidade pode redundar em reconhecimento de


nacionalidade derivada ou originária.

e) Obtida a naturalização, o naturalizado não mais a perderá ou a terá cancelada, salvo fraude ao
obtê-la, ou envolvimento em crime de tráfico de entorpecentes ou drogas afins.

19. (FGV. 2017) A multinacional estrangeira Computer Inc., com sede nos Estados Unidos, celebra
contrato de prestação de serviços de informática com a sociedade empresarial Telecomunicações
S/A, constituída de acordo com as leis brasileiras e com sede no Estado de Goiás. Os serviços a
serem prestados envolvem a instalação e a manutenção dos servidores localizados na sede da
sociedade empresarial Telecomunicações S/A. Ainda consta, no contrato celebrado entre as
referidas pessoas jurídicas que eventuais litígios serão dirimidos, com exclusividade, perante a
Corte Arbitral Alfa, situada no Brasil. Após discordâncias sobre o cumprimento de uma das
cláusulas referentes à realização dos serviços, a multinacional Computer Inc. ingressa com
demanda no foro arbitral contratualmente avençado. Com base no caso concreto, assinale a
afirmativa correta.

a) A cláusula compromissória prevista no contrato é nula de pleno direito, uma vez que o princípio da
inafastabilidade da jurisdição, previsto constitucionalmente, impede que ações que envolvam
obrigações a serem cumpridas no Brasil sejam dirimidas por órgão que não integre o Poder Judiciário
nacional.

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b) Caso a empresa Telecomunicações S/A ingresse com demanda perante a Vara Cível situada no
Estado de Goiás, o juiz deverá resolver o mérito, ainda que a sociedade Computer Inc. alegue, em
contestação, a existência de convenção de arbitragem prevista no instrumento contratual.

c) Visando efetivar tutela provisória deferida em favor da multinacional Computer Inc., poderá ser
expedida carta arbitral pela Corte Arbitral Alfa para que órgão do Poder Judiciário, com competência
perante o Estado de Goiás, pratique atos de cooperação que importem na constrição provisória de
bens na sede da sociedade empresarial Telecomunicações S/A, a fim de garantir a efetividade do
provimento final.

d) A sentença arbitral proferida pela Corte Arbitral Alfa configura título executivo extrajudicial, cuja
execução poderá ser proposta no foro do lugar onde deva ser cumprida a obrigação.

20. (CESPE. 2017) A respeito da homologação de sentenças estrangeiras, assinale a opção correta.

a) Na hipótese de tutela provisória de urgência estrangeira, o beneficiário que tiver interesse na sua
execução no território brasileiro deverá requerer a respectiva homologação ao STJ.

b) Conforme entendimento do STJ, a comprovação da definitividade da decisão homologada só será


admitida por meio da certidão de seu trânsito.

c) O indeferimento de pedido de homologação de sentença estrangeira impede a propositura de


novo pedido, em função da coisa julgada.

d) No caso de sentença estrangeira que regulamenta alimentos homologada pelo STJ, admite-se a
superveniência de decisão posterior, pelo Poder Judiciário brasileiro, que disponha de forma
diferente.

e) Caso um interessado pretenda fazer valer a eficácia, no Brasil, de decisão estrangeira de divórcio
consensual ou conflituoso, deverá requerer ao STJ a respectiva homologação.

21. (CESPE. 2015) Com relação a reenvio, fontes do direito internacional privado e regras de
conexão, julgue os itens subsecutivos. Regras de conexão são normas que indicam o direito
aplicável a situações jurídicas que digam respeito a mais de um ordenamento jurídico.

a) Certo

b) Errado

22. (CESPE. 2015) Com relação a reenvio, fontes do direito internacional privado e regras de
conexão, julgue os itens subsecutivos. Para que uma norma costumeira internacional torne-se
obrigatória no âmbito do direito internacional privado, são necessários a aceitação e o
reconhecimento unânimes dos Estados na formação do elemento material que componha essa
norma.

a) Certo

b) Errado

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23. (FGV. 2012) Um jato privado, pertencente a uma empresa norte-americana, se envolve em um
incidente que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em território
brasileiro, provocando dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação
no Brasil contra a empresa norte-americana, pedindo danos materiais e morais. A
empresa norte-americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana.
Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro

a) tem competência concorrente porque o acidente ocorreu em território brasileiro.


b) não tem competência concorrente porque o réu é empresa estrangeira que não opera no Brasil.
c) não tem competência, absoluta ou relativa, e deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça
americana.
d) tem competência concorrente porque a vítima tinha nacionalidade brasileira.

24. (FGV. 2011) Uma sociedade brasileira, sediada no Rio de Janeiro, resolveu contratar uma
sociedade americana, sediada em Nova York, para realizar um estudo que lhe permitisse expandir
suas atividades no exterior, para poder vender seus produtos no mercado americano. Depois de
várias negociações, o representante da sociedade americana veio ao Brasil, e o contrato de
prestação de serviços foi assinado no Rio de Janeiro. Não há no contrato uma cláusula de lei
aplicável, mas alguns princípios do UNIDROIT foram incorporados ao texto final. Por esse contrato,
o estudo deveria ser entregue em seis meses. No entanto, apesar da intensa troca de informações,
passados 10 meses, o contrato não foi cumprido. A sociedade brasileira ajuizou uma ação no Brasil,
invocando a cláusula penal do contrato, que previa um desconto de 10% no preço total do serviço
por cada mês de atraso. A sociedade americana, na sua contestação, alegou que a cláusula era
inválida segundo o direito americano. Conforme a Lei de Introdução às Normas do Direito
brasileiro, qual é a lei material que o juiz deverá aplicar para solucionar a causa?

a) A lei brasileira, pois o contrato foi firmado no Brasil.


b) A lei americana, pois o réu é domiciliado nos Estados Unidos.
c) Os princípios do UNIDROIT, porque muitas cláusulas foram inspiradas nessa legislação.
d) A Lex Mercatoria, porque o que rege o contrato internacional é a prática internacional.

25. (FGV. 2021) John, de nacionalidade americana, possui interesse em visitar seu filho Mário,
brasileiro nato, de 18 anos, que reside no Brasil com sua mãe. Em sua visita, John pretende
permanecer no país por apenas 10 (dez) dias. Diante do interesse manifestado por John em visitar
o filho no Brasil, à luz da atual Lei de Migração (Lei no 13.445/17), assinale a afirmativa correta.

a) Uma vez obtido o visto de visita, é direito subjetivo de John ingressar no Brasil.
b) John tem direito subjetivo ao visto de visita, em razão de a política migratória brasileira
estabelecer a garantia do direito à reunião familiar, independentemente de outros requisitos
previstos na atual Lei de Migração.

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c) John, mesmo após obter o visto de visita, poderá ser impedido de ingressar no Brasil, caso tenha
sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de
extradição segundo a lei brasileira.
d) Se John tiver o intuito de estabelecer residência por tempo determinado no Brasil, deverá
obrigatoriamente solicitar visto para trabalho, uma vez que a Lei de Migração não possui a previsão
de concessão de visto temporário para reunião familiar.

26. (FGV. 2021) Michel, francês residente em Salvador há 12 anos, possui um filho brasileiro de 11
anos que vive às suas expensas, chamado Fernando, embora o menor resida exclusivamente com
sua genitora, Sofia, brasileira, na cidade de São Paulo. Sofia, ex-companheira de Michel, possui a
guarda unilateral de Fernando. Por sentença transitada em julgado, Michel, que possui 47 anos, foi
condenado por homicídio culposo a três anos de detenção. Com relação ao caso narrado, segundo
o que dispõe a Lei de Migração (Lei nº 13.445/17), assinale a afirmativa correta.

a) Michel não poderá ser expulso do Brasil pelo fato de que sua condenação, ainda que transitada
em julgado, decorre do cometimento de crime culposo.
b) A dependência econômica de Fernando em relação a Michel não é suficiente para garantir a
permanência do último no país, sendo necessário, ainda, que o filho esteja sob a guarda de Michel.
c) O tempo de residência de Michel no Brasil, por ser superior há 10 anos, impossibilita que se
proceda à sua expulsão.
d) É desnecessário garantir o contraditório no processo de expulsão de Michel, porquanto se
presume que a referida garantia constitucional já fora observada durante o processo penal.

27. (FGV. 2015) A sociedade empresária brasileira do ramo de comunicação, Personalidades,


celebrou contrato internacional de prestação de serviços de informática, no Brasil, com a
sociedade empresária uruguaia Sacramento. O contrato foi celebrado em Caracas, capital
venezuelana, tendo sido estabelecido pelas partes, como foro de eleição, Montevidéu.

Diante da situação exposta, à luz das regras do Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Código de Processo Civil, assinale a
afirmativa correta.

a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legislação uruguaia, já que
Montevidéu foi eleito o foro competente para se dirimir eventual controvérsia.
b) Para qualificar e reger as obrigações do presente contrato, aplicar-se-á a lei venezuelana.
c)Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil, aplica-se,
obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação brasileira.
d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro de eleição, razão
pela qual é nula ipse jure a cláusula estabelecida pelas partes nesse sentido.

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28. (FGV. 2014) Túlio, brasileiro, é casado com Alexia, de nacionalidade sueca, estando o casal
domiciliado no Brasil. Durante um cruzeiro marítimo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer
em razão de uma intoxicação alimentar. Alexia, quando ainda era noiva de Túlio, havia realizado
um testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus bens, entre eles, três apartamentos situados no
Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta.

a)Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das
formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Alexia encontrava-se domiciliada no
Brasil.
b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das
formalidades, deverá ser aplicada a legislação portuguesa, local em que foi realizado o ato de
disposição da última vontade de Alexia.
c)A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha
de bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não no Brasil.
d)Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em
razão da nacionalidade do de cujus.

29. (FGV. 2013) A sociedade empresária Airplane Ltda., fabricante de aeronaves, sediada na China,
celebrou contrato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido Ltda,
com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma feira promocional que
ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aeronaves deveriam ser entregues pela
Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe
Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a atividade empresarial de transporte de passageiros.
Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro (Código
de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa INCORRETA.
a)Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o Poder Judiciário brasileiro é competente
para julgar eventual demanda em que a credora postule o cumprimento do contrato.
b)No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação japonesa.
c)O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por inadimplemento
contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil.
d)O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova do texto e da
vigência.

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30. (FGV. 2012) José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca,
encontrando-se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria,
após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando ainda era
noiva de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os seus bens, entre eles
dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale
a afirmativa correta.

a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das
formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria encontrava-se domiciliada no
Brasil.
b)Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das
formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição
de última vontade de Maria.
c)A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha de
bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil.
d)Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em razão
da nacionalidade do de cujus.

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