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Turma: DIR5AN.MCB
Alunos:
Rute Cléia F. De A. Moreira R.A: 820145764
Analise de acórdão proferido pelo Poder Judiciário brasileiro
CASO 01
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DIVÓRCIO
DIRETO CONSENSUAL. CASAMENTO REALIZADO NO BRASIL.
CÔNJUGES RESIDENTES NO EXTERIOR. COMPETÊNCIA DA
AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA. INTELIGÊNCIA DO ART. 88, III,
DO CPC.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Luis Felipe Salomão e Honildo Amaral de Mello
Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Fernando Gonçalves e Aldir
Passarinho Junior.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
As partes recorrentes sustentam a vulneração do artigo 88, III, do CPC, visto que o
casamento dos recorrentes uma vez celebrado no Brasil deve o divórcio ser realizado
direto independente do fato de os peticionários residirem em país estrangeiro.
i. art. 105, inciso III, alíneas "a" e "c", da Constituição Federal, contra acórdão
proferido em ação de divórcio;
ii. ii. Art. 267, VI, CPC, utilizado pelo juiz da primeira instância para extinguir
o feito, ao entendimento que, “nos casos em que as partes residem no
exterior, a autoridade judiciária brasileira não é competente para processor e
julgar pedido de divórcio”;
iii. iii. Art. 88, III, do CPC, utilizado como argumento pelas partes e reconhecida
no recurso, já que acata a competência da autoridade brasileira quando “a
ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil”;
Recurso provido.
A questão trazida, realmente se encontrava aparada pelo artigo 88, II do CPC. Este
dispositivo institui critério de competência concorrente para o processamento de feitos
tanto no Brasil como em tribunais estrangeiros. Diante disso, se a ação de divórcio se
origina de casamento, um ato, praticado no Brasil, o seu processamento poderá se dar
perante a autoridade brasileira. Ainda há explicação de que o artigo 7º da LICC,
fundamento utilizado no acórdão atacado, cuida de regras de direito material, enquanto
que a jurisdição dos tribunais brasileiros é tratato pelo art. 88 CPC.
CASO 02
ACÓRDÃO
(SEGREDO DE JUSTIÇA)
VOTO
Em exame, apelação interposta por R.S.S.M. contra a r. sentença de f. 35/36 que nos
autos da "ação de separação judicial" ajuizada em face de M.A.F.M. julgou extinto o
processo, sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 267, V, do CPC, ao fundamento
de que a competência para dirimir a lide é do País no qual foi realizado o casamento, no
qual o casal fixou residência.
Aduz a apelante, em síntese, que consoante art. 7º da LICC, o Poder Judiciário brasileiro
é competente para processar o feito, eis que é domiciliada neste País. Que
o casamento realizado em Portugal foi devidamente averbado perante a autoridade
consular e nacional, de forma que também se considera celebrado no Brasil, aplicando-
se, portanto, os ditames do inciso III, do artigo 88 do CPC. Que se tratando de
competência relativa, vedada sua decretação "ex ofício", conforme súmula 33 do STJ.
Com amparo no inciso I, do artigo 100, do CPC, assevera a competência do foro da
residência da mulher para conhecer, processar e julgar a ação de separação litigiosa.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.
Trata-se de ação de separação judicial litigiosa, proposta pelo cônjuge virago, Brasileira,
atualmente domiciliado neste País, em desfavor do varão, angolano, domiciliado em
Portugal, onde foi celebrado o casamento.
Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil, "A lei do país em que for domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família" (artigo 7º, grifei).
Com efeito, consoante artigo 7º da LICC, a Justiça Brasileira é competente para julgar
a ação de separação judicial quando um dos cônjuges é domiciliado no Brasil, ainda que
o matrimônio tenha sido celebrado no exterior e lá permaneça o outro cônjuge.
ii. ii. artigo 267, V, do CPC, utilizado como fundamento de que a competência para
dirimir a lide é do País no qual foi realizado o casamento, no qual o casal fixou
residência;
iii. iii. artigo 88, III, do CPC, com intuito de sustenta que mesmo sendo o
casamento realizado em Portugal, por ter sido devidamente averbado perante a
autoridade consular e nacional, de forma que também se considera celebrado no
Brasil, a ação (o casamento) foi praticada no Brasil;
iv. iv. Súmula 33 STJ, onde é utilizado para afirmar que não poderia o Juiz apreciar
de ofício a sua incompetência relativa na sentença anterior;
Recurso provido.
A decisão foi baseada no artigo 7º, da LICC, onde afirma que “A lei do país em que for
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e os direitos de família", portanto, tratando-se de direito de família,
vigora as leis do país onde a pessoa se encontra domiciliada. A separação judicial que
se pretende, é logicamente, envolvida pelo direito de família. Portanto, e de acordo com
art 7º da LICC, é competente a Justiça Brasileira julgar a ação de separação judicial
quando um dos cônjuges é domiciliado no Brasil, ainda que o matrimônio tenha sinhá
celebrado no exterior e lá permaneça o outro cônjuge.