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Pesquisa Jurisprudência de Homologação de Sentença Estrangeira do STJ

Anos: 2016 – 2017


Realizado por João Baptista

1- ***
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA.
ALEMANHA. DIVÓRCIO COM ACORDO DE PARTILHA DE
BENS. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. Não constitui óbice à
homologação de sentença estrangeira o eventual
inadimplemento de obrigações dela decorrentes. O objetivo da
homologação é reconhecimento da validade da decisão, a fim de
que tenha eficácia no território brasileiro. 2. A mera alegação de
que a sentença estrangeira dispôs sobre acordo de partilha de
imóvel não obsta a homologação da sentença estrangeira.
Ademais, tanto o STF quanto o STJ "já se manifestaram pela
ausência de ofensa à soberania nacional e à ordem pública a
sentença estrangeira que dispõe acerca de bem localizado no
território brasileiro, sobre o qual tenha havido acordo
entre as partes, e que tão somente ratifica o que restou
pactuado" (SEC n. 1.304/US). 3. Sentença estrangeira
homologada.

(STJ - SEC: 13469 EX 2015/0059393-9, Relator: Ministro


JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento:
07/12/2016, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
16/12/2016)

Comentários: HSE de divórcio e partilha de bens, um bem situado no


Brasil partilhado por autoridade estrangeira que homologou partilha
de acordo entre as partes. Ementa cita previsibilidade autorizativa do
STJ e STF para homologação quando há acordo ainda que exista bem
situado no Brasil.
2- ***

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. PEDIDO DE


HOMOLOGAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. LIQUIDAÇÃO
DE SENTENÇA. PRESENÇA DE REQUISITOS MÍNIMOS
LEGAIS PARA DEFERIMENTO DO PLEITO.
HOMOLOGAÇÃO DEFERIDA. I - Trata-se de pedido de
homologação de r. sentença proferida pela Justiça uruguaia,
que condenou o Requerido ao pagamento de indenização, bem
como decidiu a liquidação de sentença. II - Na espécie, o
pedido encontra-se em conformidade com os requisitos
elencados no Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça e com o art. 15 da Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, pois se constata que a sentença
homologanda foi proferida por autoridade competente e a
parte foi regularmente citada no processo de origem, não
havendo se cogitar em ofensa à soberania nacional ou à ordem
pública. III - Por outro lado, em razão do Acordo de
Cooperação em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e
Administrativa, celebrado entre os países integrantes do
MERCOSUL, dentre eles Brasil e Uruguai (Decreto n.
2.067/96), dispensa-se a chancela consular nos documentos.
IV - In casu, verifica-se que o Requerido sustenta ausência de
documentos essenciais, inclusive quanto ao trânsito em
julgado, bem como alega falta de intimação pessoal para a fase
de liquidação, contudo todos os documentos essenciais
constam dos autos, bem como há prova suficiente do trânsito
em julgado e do devido trâmite processual, com regular
intimação em todas as fases processuais. Homologação
deferida.

(STJ - SEC: 14077 EX 2015/0157125-0, Relator: Ministro


FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 15/03/2017, CE -
CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 27/03/2017)

Comentários: HSE no âmbito do Mercosul. Desnecessidade de


chancela de documentos Uruguaios.
3- ***

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO.


IRREGULARIDADES NA INSTRUÇÃO DO FEITO
CONSISTENTES NA AUSÊNCIA (I) DE COMPROVAÇÃO DO
TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA,
(II) DE CHANCELA DO TÍTULO JUDICIAL HOMOLOGANDO
PELA AUTORIDADE CONSULAR BRASILEIRA, E (III) DE
TRADUÇÃO REALIZADA POR PROFISSIONAL
JURAMENTADO NO BRASIL. PARECER DO MPF PELA NÃO
HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA.
INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO. 1.
Desatendidos os requisitos previstos nos arts. 216-C e 216-D,
III, do RISTJ, concernente à comprovação do trânsito em
julgado, chancela do título judicial homologando por
autoridade consular brasileira e tradução realizada por
profissional juramentado no Brasil, não pode ser homologada a
sentença estrangeira. 2. Pedido de homologação de sentença
estrangeira indeferido.

(STJ - SEC: 10188 EX 2013/0184683-3, Relator: Ministro


NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento:
21/06/2017, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
29/06/2017)

Comentários: HSE divórcio, guarda, alteração de nome. Necessidade


de tradução juramentada, documentos norte-americanos, tradução
feita por tradutor não juramentado que incidiu na não homologação
da referida sentença além de ausência de comprovação efetiva do
transito em julgado, STJ menciona existência de Ação em Curso no
Brasil, cogita-se a homologação parcial no tocante só ao nome contudo
acaba-se por não homologar a referida sentença.
4- ***

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. PROCESSUAL CIVIL.


SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. PARTILHA DE
BENS DECRETADA PELA JUSTIÇA DOS ESTADOS UNIDOS
DA AMÉRICA. ARTS. 15 E 17 DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS
NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO. ARTS. 216-C, 216-D E
216-F DO RISTJ. PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DE
SENTENÇA ESTRANGEIRA DEFERIDO PARCIALMENTE. 1.
A homologação de sentenças estrangeiras pelo Poder
Judiciário possui previsão na Constituição Federal de 1988 e,
desde 2004, está outorgada ao Superior Tribunal de Justiça,
que a realize com atenção aos ditames do art. 15 do Decreto-Lei
n. 4.657/1942 (LINDB) e do art. 216-A e seguintes do RISTJ. 2.
Nos termos dos arts. 15 e 17 da Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro e dos arts 216-C, 216-D e 216-F do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, que,
atualmente, disciplinam o procedimento de homologação de
sentença estrangeira, constituem requisitos indispensáveis ao
deferimento da homologação, os seguintes: (i) instrução da
petição inicial com o original ou cópia autenticada da decisão
homologanda e de outros documentos indispensáveis,
devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no
Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira; (ii)
haver sido a sentença proferida por autoridade competente;
(iii) terem as partes sido regularmente citadas ou haver-se
legalmente verificado a revelia; (iv) ter a sentença transitado
em julgado; e (v) não ofender "a soberania, a dignidade da
pessoa humana e/ou ordem pública". 3. No caso, a partilha de
bens imóveis situados no Brasil, em decorrência de divórcio ou
separação judicial, é competência exclusiva da Justiça
brasileira, nos termos do art. 23, III, do Código de Processo
Civil. Nada obstante, a jurisprudência pátria admite que a
Justiça estrangeira ratifique acordos firmados pelas partes,
independente do imóvel localizar-se em território brasileiro.
Contudo, tal entendimento não pode se aplicar à situação em
exame, em que não houve acordo, inclusive porque o réu,
devidamente citado, não compareceu ao processo estrangeiro.
4. Assim, a partilha decretada no estrangeiro é válida tão
somente em relação ao imóvel adquirido no Brasil em data
anterior ao casamento, não havendo como homologar a
partilha do imóvel cuja aquisição se deu já na constância do
casamento e nem, tampouco, cabe discutir a partilha dos bens
situados no estrangeiro. 5. Pedido de homologação de sentença
estrangeira deferido parcialmente.

(STJ - SEC: 15639 EX 2016/0109324-1, Relator: Ministro OG


FERNANDES, Data de Julgamento: 04/10/2017, CE - CORTE
ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 09/10/2017)

Comentários: HSE de divórcio e posterior partilha de bens, 2, dois,


bens situados no Brasil um particular e outro do casal e outros no
estrangeiro em Roma e E.U.A. Autoridade estrangeira norte
americana que julgou e homologou primeiramente acordo tão somente
no tocante ao divórcio. Posteriormente mais de uma década após
ajuizou-se ação novamente nos EUA de partilha de bens sem acordo
entre as partes. Réu revel nos E.U.A e no Brasil não compareceu.
Ementa cita previsibilidade autorizativa do STJ e STF para
homologação quando tão somente haja acordo ainda que exista bem
situado no Brasil. Como no caso não houve acordo devido à revelia do
réu, homologou-se tão somente a partilha do bem particular da autora
adquirida antes do matrimonio e não se admitiu a possibilidade de
autoridade brasileira homologar a partilha dos bens no exterior.

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