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QUESTÕES COMENTADAS

1. (TRF 2ª Região – 2018 – Juiz Federal) O art. 963, VI, do Código de Processo Civil exige, para que
uma sentença estrangeira seja homologada, que não haja ofensa à ordem pública. Qual o alcance desse
requisito?
I- A sentença estrangeira deve ser idêntica àquela que seria proferida no Brasil, caso o litígio fosse
submetido ao Judiciário brasileiro.
II- A sentença estrangeira, quanto ao mérito, deve ser compatível com princípios fundamentais do
direito brasileiro.
III- A sentença estrangeira, quanto ao seu procedimento no exterior, deve ser compatível com o devido
processo legal.
IV- A sentença estrangeira deve ter considerado a legislação brasileira sobre o assunto.
a) Somente a alternativa I está correta
b) As alternativas I e IV estão corretas.
c) Somente a alternativa II está correta.
d) Somente a alternativa III está correta.
e) As alternativas II e III estão corretas.

Comentários

O item I está incorreto, tendo em vista que afirma que a sentença “deverá” ser idêntica. Entretanto, o própri
diploma processual civil no artigo 961, parágrafo 2º: “A decisão estrangeira poderá ser homologada
parcialmente”.

O item II está correto, conforme pode-se observar no entendimento já firmado pelo STJ: “O sistema de
homologação de sentenças estrangeiras adotado no Brasil não exige a revisão do mérito da decisão a ser
homologada e tampouco a observância da lei brasileira, devendo-se somente verificar a compatibilidade da
decisão estrangeira com princípios, tanto de direito material como processual, considerados fundamentais no
país” (STJ, HDE 176, Min. Rel. Benedito Gonçalves e STF, SEC 7394, Rel. Min. Ellen Gracie).

O item III está correta, pelas mesmas razões aduzidas para justificar o item anterior.

O item IV está incorreto, pois como já comentado no julgado supracitado, o STJ não requer entendimento
similar no que diz respeito ao mérito da decisão, salvo os princípios fundamentais.

Desse modo, a alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão.

2. (TRF 2ª Região – 2018 – TRF 2ª Região – Juiz Federal) Em matéria de pedidos de alimentos por
credor situado no Brasil e devedor em país diverso:
I- Aplica-se a Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro de 1956.
II- Aplica-se a Convenção da Haia sobre a Cobrança Internacional de Alimentos para Crianças e
Outros Membros da Família, de 2007.
III- Aplica-se o Protocolo da Haia sobre Lei Aplicável às Obrigações de Prestar Alimentos, de 2007.
a) Somente a Convenção prevista na alternativa I está em vigor no Brasil.
b) Somente a Convenção prevista na alternativa II está em vigor no Brasil.
c) Somente a Convenção prevista na alternativa III está em vigor no Brasil.
d) Todas as Convenções estão em vigor no Brasil.
e) Somente as Convenções previstas nas alternativas I e II estão em vigor no Brasil.
Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que a Convenção de Haia sobre Cobrança Internacional de
Alimentos para Crianças e Outros Membros da Família e o Protocolo de Haia sobre Lei Aplicável às
Obrigações de Prestar Alimentos foram incorporadas ao ordenamento brasileiro pelo Decreto 9176/2007.

A alternativa B está incorreta, a Convenção de Nova Iorque sobre os Alimentos no Estrangeiro de 1956 foi
internalizada pelo Decreto 56826/1965, assim como o Protocolo de Haia sobre Lei Aplicável às Obrigações
de Prestar Alimentos pelo Decreto 9176/2007.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que a Convenção de Nova Iorque sobre os Alimentos no
Estrangeiro de 1956 integra a legislação brasileira por meio do Decreto 56826/1965, e a Convenção de Haia
sobre Cobrança Internacional de Alimentos para Crianças e Outros Membros da Família por meio do
Decreto 9176/2007.

A alternativa D foi considerada como correta e é o gabarito da questão, conforme demonstrado nos itens
supracitados.

A alternativa E está incorreta, uma vez que todas Convenções estão vigentes no Brasil.

3. (CESPE/CEBRASPE – 2017 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) Assinale a opção correta quanto à
aplicação do direito estrangeiro por juiz brasileiro.
a) Admite-se que o STF realize o controle concentrado de constitucionalidade da legislação estrangeira
utilizando como parâmetro a Constituição brasileira.
b) Na hipótese de uma lei estrangeira ser indicada pela legislação brasileira para regular determinada questão
jurídica, o juiz brasileiro não poderá exercer o controle de convencionalidade da lei estrangeira adotando
como parâmetro os tratados em vigor no Estado estrangeiro.
c) Aquele que alegar direito estrangeiro deverá provar-lhe o teor e a vigência, considerando-se que no direito
brasileiro as normas estrangeiras equiparam-se a fatos.
d) Segundo entendimento do STF, não se admite a interposição de recurso extraordinário nos casos de lei
estrangeira enquanto esta não estiver inserida ou equiparada a lei federal.
e) O juiz brasileiro pode realizar o controle de constitucionalidade de lei estrangeira em face da Constituição
estrangeira, salvo se não for possível ao juiz estrangeiro o controle difuso (por existir apenas o concentrado
no país de origem) ou por ser vedada essa espécie de verificação constitucional ao Poder Judiciário do
Estado de origem.

Comentários
A questão foi ANULADA pela banca, uma vez que a banca considerou a alternativa E como correta e o
gabarito, a alternativa D foi considerada como correta, tendo em vista o entendimento do STF no Recurso
Extraordinário RE 93131 MG, caso em que firmou o entendimento da necessidade de equiparação da lei
estrangeira para com lei federal brasileira visando ser possível interposição de Recurso Extraordinário.

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4. (CESPE/CEBRASPE – 2017 – TRF 5ª Região) A respeito da homologação de sentenças
estrangeiras, assinale a opção correta.
a) Na hipótese de tutela provisória de urgência estrangeira, o beneficiário que tiver interesse na sua execução
no território brasileiro deverá requerer a respectiva homologação ao STJ.
b) Conforme entendimento do STJ, a comprovação da definitividade da decisão homologanda só será
admitida por meio da certidão de seu trânsito.
c) O indeferimento de pedido de homologação de sentença estrangeira impede a propositura de novo pedido,
em função da coisa julgada.
d) No caso de sentença estrangeira que regulamenta alimentos homologada pelo STJ, admite-se a
superveniência de decisão posterior, pelo Poder Judiciário brasileiro, que disponha de forma diferente.
e) Caso um interessado pretenda fazer valer a eficácia, no Brasil, de decisão estrangeira de divórcio
consensual ou conflituoso, deverá requerer ao STJ a respectiva homologação.
Comentários

A alternativa A está incorreta, pois conforme para aplicação do direito estrangeiro por meio da execução de
tutela provisória de urgência, o artigo 962, parágrafo 1º, CPC afirma: “A execução no Brasil de decisão
interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória”, de modo que a
concessão de exequatur pelo STJ diz respeito às sentenças e decisões de mérito.

A alternativa B está incorreto, haja vista o entendimento sustentado pelo STJ no SEC 12697/EX: “(STJ,
SEC 12697/EX: “a jurisprudência firmada no âmbito desta Corte é uníssona no sentido de que o transido em
julgado pode ser comprovado por qualquer meio hábil a demonstrar a definitividade da sentença
homologanda”.

A alternativa C está correta, tendo em vista que está em desacordo com o entendimento já firmado pelo STj
e demonstrado no caso SEC 8.585/EX: “Considerando que, na hipótese, o indeferimento do pedido faz
apenas coisa julgada formal, não material, o que autorizaria a propositura de nova demanda”.

A alternativa D foi considerada como correta e é o gabarito da questão, isto porque conforme aduz a
doutrina especializada: "O fato de haver uma decisão estrangeira sobre guarda ou alimentos homologada não
impede que seja proferida nova sentença brasileira na matéria, inclusive porque sentenças sobre alimentos
não transitam em julgado, e porque os regimes de guarda podem ser modificados no maior interesse da
criança" (PORTELA, 2018, p. 814)”.

A alternativa E está incorreta, uma vez que não atende a exceção positivada no CPC no artigo 961,
parágrafo 5º: “A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça”.

5. (TRF 3ª Região – 2016 – Juiz Federal) Assinale a alternativa incorreta:


a) Realizando-se o casamento no exterior, pela autoridade estrangeira, será aplicada a lei do local da
celebração com relação aos impedimentos dirimentes e às formalidades.
b) O casamento de um brasileiro, domiciliado ou não no exterior, celebrado perante a autoridade consular
brasileira, submete-se ao direito brasileiro, constituindo-se exceção à regra da “lex loci celebrationis”.

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c) Somente se os nubentes forem estrangeiros poderão celebrar o casamento no Brasil perante o cônsul do
país de ambos, segundo a lei do Estado da autoridade celebrante, configurando-se exceção à regra da “lex
loci celebrationis”.
d) O casamento celebrado no exterior, observadas todas as regras do direito local estrangeiro, será sempre
válido no Brasil.
Comentários

A alternativa A está correta, pois adequa-se ao disposto no artigo 7º da LINDB. O artigo dispõe que no
presente caso, “direitos de família”, será aplicada a lei do país em que a pessoa está domiciliada.

A alternativa B está correto. A lex loci celebretionis define que a lei do lugar deve ser aquela aplicada para
as formas da cerimônia e as devidas provas decorrentes. Portanto, o parágrafo 2º do artigo 7º realiza uma
exceção, haja vista que o casamento celebrado pela autoridade consular brasileira, ainda que em país
estrangeiro, seguirá as regras do direito brasileiro.

A alternativa C está correta, uma vez que segue a literalidade do artigo 7º, parágrafo 2º, já
supramencionado.

A alternativa D foi considerada como incorreta e é o gabarito da questão. A fundamentação para o falha no
presente item, está no uso do termo “sempre”, uma vez que o artigo 17 da Lei de Introdução afirma que, no
Brasil, não será eficaz, lei, atos e sentenças que ofendam a ordem pública e os bons costumes – portanto, um
casamento com adolescente menor de 16 anos ou bígamo, no Brasil, perderia validade.

6. (CESPE/CEBRASPE – 2015 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) A respeito das regras atinentes ao
processo internacional e à homologação de sentenças estrangeiras, assinale a opção correta.
a) O ajuizamento de demanda no Brasil constitui empecilho à homologação de sentença estrangeira.
b) Para fins de homologação de sentença arbitral, exige-se que a regular citação de pessoa residente no
território brasileiro tenha sido realizada por carta rogatória.
c) Por ocasião do cumprimento de carta rogatória, aplica-se a lei processual da justiça rogada, sendo
irrelevante solicitação da justiça rogante no sentido de se aplicar sua legislação.
d) Para fins de homologação de sentença estrangeira, exige-se que ela não ofenda a soberania nacional, a
ordem pública, os bons costumes e a reciprocidade no reconhecimento das sentenças brasileiras.
e) Em casos específicos, o STJ poderá reexaminar, a requerimento do interessado, as decisões já proferidas
em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras.
Comentários

A alternativa A está incorreta, tendo em vista que não encontra-se em acordo com o CPC: “Art. 24. A ação
proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa
perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida
para produzir efeitos no Brasil”.

A alternativa B está incorreto, tendo em vista que o requisito de citação por carta rogatória, não encontra-se
conforme a Resolução 09/2005 STJ: “Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de
sentença estrangeira: I - haver sido proferida por autoridade competente; II - terem sido as partes citadas ou

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haver-se legalmente verificado a revelia; III - ter transitado em julgado; e IV - estar autenticada pelo cônsul
brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil”.

A alternativa C está incorreta. A doutrina afirma que em se tratando de cartas rogatórias e sua execução,
deverão ser aplicadas as normas do Estado rogado, salvo em caso de solicitação do Estado rogando para
aplicação de suas normas, que poderão ser atendidas.

A alternativa D está incorreta, mediante o positivado no diploma processual civil: “Art. 26. A cooperação
jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: § 2º Não se exigirá a
reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira”.

A alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão, a exemplo do caso de ações de
alimentos, é plenamente possível revisão da decisão tanto no território brasileiro como por meio de sentença
estrangeira.

7. (CESPE/CEBRASPE – 2015 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) O fenômeno migratório e as


crescentes possibilidades de se estabelecerem residências diversas das de origem colocou em destaque
a necessidade de uma solução para o problema humanitário de pessoas sem recursos que dependem,
para o seu sustento, de pessoas no estrangeiro. Esse foi o intuito da Convenção de Nova York sobre
Prestação de Alimentos no Estrangeiro, que objetiva sistematizar o cumprimento de decisões relativas
à prestação de alimentos. Com relação a esse tema, assinale a opção correta.
a) A competência para o processamento e julgamento de pedido embasado na Convenção de Nova York
sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro será da justiça federal ou da justiça estadual, a depender de
eventual sentença concessiva do pedido afetar ou não interesse da União.
b) Sentença estrangeira de alimentos tem de ser submetida a autenticação consular para que possa ser
cumprida no Brasil.
c) A normatização jurídica aplicável em território brasileiro sobre a prestação de alimentos será o da referida
Convenção de Nova York em detrimento das normas de direito interno, considerando ser o Brasil signatário
desse pacto.
d) Para se evitar risco de lesão grave, admite-se exigir do demandante caução idônea para a garantia das
despesas do processo.
e) Em que pese a Procuradoria-Geral da República funcionar como autoridade central, exige-se procuração
para a postulação do pedido do demandante.
Comentários
A questão foi ANULADA pela banca, uma vez que a banca considerou a alternativa E como correta e o
gabarito, entretanto, o item não abriu espaço para as exceções cabíveis, assim decidiu-se pela anulação da
questão.

A alternativa A está incorreta, pois salvo os casos concernentes à homologação de sentença estrangeira, em
se tratando de exame de pedidos de alimentos, conforme o artigo 26 da Lei de Alimentos: “É competente
para as ações de alimentos decorrentes da aplicação do Decreto Legislativo nº. 10, de 13 de novembro de
1958, e Decreto nº. 56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo federal da Capital da Unidade Federativa
Brasileira em que reside o devedor, sendo considerada instituição intermediária, para os fins dos referidos
decretos, a Procuradoria-Geral da República”

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A alternativa B está incorreto, em se tratando de sentença estrangeira, esta deve ser submetida ao STJ para
sua homologação conforme a competência disposta no artigo 105, I, alínea i), CF: “i) a homologação de
sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;”.

A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, a Convenção de Nova Iorque sobre Alimentos no artigo 2º,
parágrafo 2º, admite a possibilidade que qualquer Estado Contratante limite a aplicação da Convenção.

A alternativa D está incorreta, na verdade é o oposto, a Convenção inovou de modo a não trazer
obrigatoriedade do pagamento de caução.

8. (CESPE/CEBRASPE – 2015 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) Considerando que empresa pública
federal brasileira estabeleça contrato internacional com empresa privada sediada na Argentina,
assinale a opção correta.
a) Havendo cláusula expressa de submissão à arbitragem, admite-se que as partes possam escolher,
livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, inclusive aquelas do direito argentino,
desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
b) Se o contrato possuir a cláusula hardship, isso significará que, havendo um elemento da natureza que
torne impossível o cumprimento da avença, ocorrerá a extinção do contrato sem indenização por perdas e
danos.
c) Se, do contrato em questão originar-se controvérsia que envolva os Estados-parte (Brasil e Argentina) e se
tal controvérsia for submetida ao Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL, eventual laudo arbitral
proferido por esse tribunal será de cumprimento facultativo.
d) Na hipótese de dúvida sobre o direito civil aplicável (brasileiro ou argentino), pode estar presente o
instituto do reenvio, que ocorre quando o direito internacional privado brasileiro indica o direito argentino
como aplicável ao caso, e o direito internacional privado argentino indica, na mesma hipótese, a aplicação de
seu próprio direito civil.
e) Na hipótese de haver conflito sobre a interpretação de cláusula contratual, ainda que o juiz conheça o
direito argentino, ele não poderá decidir o caso sem a prova da existência e aplicação do direito estrangeiro.
Comentários

A alternativa A foi considerada como correta e é o gabarito da questão, pois encontra-se conforme o artigo
1º da Lei 9.307/96, uma vez que este afirma que em se tratando do uso de arbitragem para resolução de
conflitos referentes a direitos referentes à direitos patrimoniais disponíveis, as partes poderão escolher as
regras de direito aplicáveis desde que não violem os bons costumes e ordem pública, ressalva realizada pelo
parágrafo primeiro deste.

A alternativa B está incorreta. A cláusula de hardship supramencionada é um elemento de conservação do


negócio jurídico, de modo que quando a execução torna-se inútil ou extremamente onerosa, por razões que
podem, inclusive, serem estabelecidas previamente, permite-se renegociar os termos contratuais com base
nas circunstância que os comprometeu.

A alternativa C está incorreta. Conforme o Protocolo de Olivas, integrado como Decreto 4.982/2004, art.
23.2, determina-se que “os laudos do Tribunal Permanente de Revisão serão obrigatórios para os Estados
partes na controvérsia a partir do recebimento da respectiva notificação”, salienta-se que não há
possibilidade de interposição de recursos constituindo força de coisa de coisa julgada.

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A alternativa D está incorreta. Apesar da definição adequada, a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, conforme o artigo 16, que afirma que deve-se aplicar a lei estrangeira, não considerando qualquer
remissão por ela feita a outra norma.

A alternativa E está incorreta, pois está em desacordo com artigo 376 do CPC que positiva o ônus da prova
àquele que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, demonstrando sua vigência, se
assim determinado pelo juiz.

9. (TRF 3ª Região – 2013 – Juiz Federal) Com relação à solução de conflito de normas, assinale a
opção correta:
I) As normas conflituais clássicas reguladas pela Lei de Introdução ao Código Civil podem ser
excepcionalmente substituídas pela exceção de ordem pública.
II) A ordem pública é válvula de escape que pode conferir ao sistema de conflito de leis flexibilidade
necessária à sua própria manutenção.
III) As normas de aplicação imediata também impedem a utilização da norma estrangeira designada
pela regra de conexão.
IV) A sistemática dos princípios de direitos humanos deve servir de matriz interpretativa apenas do
direito internacional público, mas não do direito internacional privado, que tem vertente
individualista e econômica.
a) Todos os enunciados são corretos.
b) Os enunciados I e III são corretos.
c) Os enunciados II e III são falsos.
d) Os enunciados III e I são falsos.
e) Todos os enunciados são falsos.
Comentários

O item I está correto, pois adequa-se ao artigo 17 da LINDB que dispõe: “As leis, atos e sentenças de outro
país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes”.

O item II está correto. Mediante consulta ao Decreto 88.777/83, artigo 2º, item 21, o ordenamento dá a
seguinte definição à ordem pública como um “conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento
jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do interesse público”,
ademais esta é uma das exceções apresentadas no já supracitado artigo 17, LINDB. Desse modo, por meio de
uma interpretação sistemática, compreende-se a validade do item.

O item III está correto. A doutrina especializada explica que tais normas, por possuírem todos os elementos
todos os elementos necessários à sua aplicação, possuem executoriedade direta e integral, desse modo
impossibilita toda atividade que venha de qualquer modo, expressa ou implicitamente, diferir desta.

O item IV está incorreto. No Estado Democrático de Direito, as normas de Direitos Humanos são
imperativas e permeiam o ordenamento jurídico no todo, de mesmo modo no Direito Internacional, seja ele
público ou privado.

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Dado o exposto, a alternativa B foi considerada como correta e é o gabarito da questão. O fato do item II
não possuir previsão na alternativa, não a invalidou, de maneira que mediante uma análise por exclusão
compreende-se a resposta adequada.

10. (TRF 3ª Região – 2013 – Juiz Federal) No que diz respeito aos contratos internacionais, assinale a
opção correta:
I) No Brasil, a regra de direito internacional privado que indica o sistema jurídico que será aplicado é
a do local da celebração do contrato.
II) A cláusula de eleição de foro e de lei aplicável são similares.
III) A cláusula de eleição de foro prevalece mesmo em caso de competência exclusiva da justiça
brasileira.
IV) Na ausência de local de celebração é preciso definir qual das partes é a proponente, para aplicar-
se a regra de sua residência.
a) Todos os enunciados são corretos.
b) Apenas os enunciados I e III são corretos.
c) Apenas enunciados II e III são falsos.
d) Os enunciados III e I são falsos.
e) Todos os enunciados são falsos.
Comentários

O item I está correto, pois adequa-se ao artigo 9º da LINDB, uma vez que em se tratando de regras e
obrigações, aplica-se o país aonde se constituírem.

O item II está incorreto. Compreende-se por eleição de foro, a cláusula contratual que estabelece o lugar
determinado para resolução de conflitos diante de possíveis controvérsias, por outro lado, a lei aplicável é
aquela que usada para dirimir o conflito propriamente dito. De modo que é possível que o foro eleito seja o
brasileiro e a lei aplicável seja a de outro país.

O item III está incorreto. Para tal deve-se analisar o disposto na LINDB que no seu artigo 12, parágrado
primeiro demonstra a exclusividade no que diz respeito a imóveis situados no Brasil; e no Código Processual
Civil, artigo 89, o qual aduz “I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a
inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha
residido fora do território nacional”.

O item IV está correto com base na Lei de Introdução às Normas Brasileiras, art. 9, parágrafo 2º, o qual
afiram que a obrigação fruto do contrato considera-se constituída no lugar aonde resiste o proponente.

Dado o exposto, a alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão.

11. (TRF 2ª Região – 2013 – Juiz Federal) A respeito da Convenção de Nova Iorque sobre cobrança de
alimentos no estrangeiro e sua aplicação no Brasil, assinale a opção correta:
a) A competência é da Justiça Estadual do foro do domicílio do devedor de alimentos.
b) A Advocacia Geral da União exerce a função de autoridade intermediária.

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c) Exige-se, como condição sine qua non, o trânsito em julgado da sentença estrangeira condenatória em
alimentos.
d) A Procuradoria Geral da República é instituição intermediária.
e) É condição de procedibilidade, no Brasil, a concessão do exequatur pelo Superior Tribunal de Justiça.
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A alternativa A está incorreta, conforme o artigo 26 da Lei de Alimentos: “É competente para as ações de
alimentos decorrentes da aplicação do Decreto Legislativo nº. 10, de 13 de novembro de 1958, e Decreto
n .56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo federal da Capital da Unidade Federativa Brasileira em que
reside o devedor, sendo considerada instituição intermediária, para os fins dos referidos decretos, a
Procuradoria-Geral da República

A alternativa B está incorreta, tal função é exercida pela Procuradoria Geral da República haja vista o artigo
26 da Lei º 5478/68: “Art. 26. É competente para as ações de alimentos decorrentes da aplicação do Decreto
Legislativo nº. 10, de 13 de novembro de 1958, e Decreto nº. 56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo
federal da Capital da Unidade Federativa Brasileira em que reside o devedor, sendo considerada instituição
intermediária, para os fins dos referidos decretos, a Procuradoria-Geral da República”.

A alternativa C está incorreta. Apesar da definição adequada, a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, conforme o artigo 16, que afirma que deve-se aplicar a lei estrangeira, não considerando qualquer
remissão por ela feita a outra norma.

A alternativa D foi considerada como correta e é o gabarito da questão, conforme as razões aduzidas no
item B.

A alternativa E está incorreta, conforme o procedimento estabelecido pela Convenção em questão e


incorporado pelo ordenamento brasileiro, a doutrina ensina que inicialmente, havendo pagamento
espontâneo do débito, conforme o art. 585, II, CPC, será emitido um título executivo. Todavia, caso
contrário, apenas então, deverá ser realizada homologação e execução a sentença.

12. (CESPE/CEBRASPE – 2013 – TRF 1ª Região Juiz Federal) Segundo a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, aos bens móveis que o proprietário trouxer ao país ou àqueles que se
destinarem a transporte para outros lugares aplicar-se-á a lei
a) do país que tiver regido a última transmissão de propriedade.
b) de nacionalidade do possuidor de boa-fé.
c) mais favorável ao adquirente.
d) do país em que estiverem situados.
e) de domicílio do proprietário.
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A alternativa A está incorreta, conforme o artigo 26 da Lei de Alimentos: “É competente para as ações de
alimentos decorrentes da aplicação do Decreto Legislativo nº. 10, de 13 de novembro de 1958, e Decreto
n .56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo federal da Capital da Unidade Federativa Brasileira em que
reside o devedor, sendo considerada instituição intermediária, para os fins dos referidos decretos, a
Procuradoria-Geral da República

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A alternativa B está incorreta, tal função é exercida pela Procuradoria Geral da República haja vista o artigo
26 da Lei º 5478/68: “Art. 26. É competente para as ações de alimentos decorrentes da aplicação do Decreto
Legislativo nº. 10, de 13 de novembro de 1958, e Decreto nº. 56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo
federal da Capital da Unidade Federativa Brasileira em que reside o devedor, sendo considerada instituição
intermediária, para os fins dos referidos decretos, a Procuradoria-Geral da República”.

A alternativa C está incorreta. Apesar da definição adequada, a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, conforme o artigo 16, que afirma que deve-se aplicar a lei estrangeira, não considerando qualquer
remissão por ela feita a outra norma.

A alternativa D foi considerada como correta e é o gabarito da questão, conforme as razões aduzidas no
item B.

A alternativa E está incorreta, conforme o procedimento estabelecido pela Convenção em questão e


incorporado pelo ordenamento brasileiro, a doutrina ensina que inicialmente, havendo pagamento
espontâneo do débito, conforme o art. 585, II, CPC, será emitido um título executivo. Todavia, caso
contrário, apenas então, deverá ser realizada homologação e execução a sentença.

13. (TRF 3ª Região – 2010 – Juiz Federal) Em relação ao ônus e à produção da prova no âmbito do
direito internacional privado é correto afirmar, exceto:
a) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos
meios de produzir-se, não se admitindo, porém, a produção de provas que a lei brasileira desconheça.
b) Não se pode impor às partes o ônus de produzir a prova do teor e vigência da lei estrangeira, salvo quando
por ela invocado.
c) Não sendo a incidência do direito estrangeiro alegada pela parte, o Juiz não está autorizado a exigir a
colaboração da parte, com fulcro no art. 337 do Código de Processo Civil.
d) Entendendo o Juiz ser o caso de aplicação do direito estrangeiro, deverá intimar a parte a quem este
beneficia a comprovar seu teor e vigência, sob pena de extinção do feito sem apreciação do mérito.
Comentários

A alternativa A foi considerada como correta e é o gabarito da questão, tendo em vista que o artigo 13 da
LINDB determina que em se tratando das provas dos fatos ocorridos em país estrangeiros aplicar-se-á a lei
destes. Em se tratando, dos ônus e os seus meios, os tribunais não admitem lei que desconheçam.

A alternativa B está incorreta, por aduzir que não existem ressalvas, uma vez que o próprio artigo 17 da
LINDB as dispõe, quais sejam, soberania nacional, ordem pública e os bons costumes.

A alternativa C está incorreta. O presente item não está conforme o Estatuto da Corte Internacional de
Justiça, órgão que o Brasil se submete. O artigo 38.1 presente documento disserta sobre as fontes do direito
internacional como todo e afirma no item d “sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias
e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das
regras de direito”.

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A alternativa D está incorreta pelo uso do termo de “qualquer natureza”. Os tratados assinados pelo Brasil,
quando inseridos na ordem interna, possuem status de lei ordinária de uma forma geral. Entretanto, há uma
exceção no que diz respeito aos tratados de direitos humanos que possuem força de emenda constitucional,
visto que são aprovados com o quórum desta. Desse modo, mediante conflito de normas, irá prevalecer o
critério hierárquico.

14. (CESPE/CEBRASPE – 2009 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) Maria, brasileira residente no Brasil,
resolveu cobrar, em nome de seu filho Érick, a prestação de alimentos do pai dele, Hans, alemão
residente na Alemanha.
De acordo com a legislação brasileira e com a legislação internacional vigentes acerca da prestação de
alimentos no estrangeiro, nessa situação hipotética,
a) o demandante deve ser Maria.
b) o demandado deve ser Érick.
c) o tribunal ao qual tiver sido submetida a ação alimentar pode, para obter documentos ou provas, pedir a
execução de uma carta rogatória.
d) a execução de carta rogatória pode dar lugar ao reembolso de taxas ou de despesas de qualquer natureza.
e) Maria não necessita comprovar a relação de parentesco entre Érick e Hans.
Comentários

A alternativa B está incorreta, uma vez que apesar de Maria representá-lo, o demandante é Érick.

A alternativa B está incorreta, o demandado será o pai de Érick, ou seja, Hans.

A alternativa A foi considerada como correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o artigo 237 do
CPC: “Art. 237. Será expedida carta: II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de
cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;”

A alternativa D está incorreta, pois inexiste mecanismo de reembolso de pagamento de custas às


embaixadas e aos consulados do Brasil no exterior.
A alternativa E está incorreta. O Código Civil brasileiro aduz: “Art. 1.606. A ação de prova de filiação
compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.”

15. (CESPE/CEBRASPE – 2009 – TRF 5ª Região – Juiz Federal) Pedro, cidadão brasileiro, presta
serviços como cozinheiro na embaixada do Estado X no Brasil. Após constatar que vários dos direitos
trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do Trabalho estavam sendo desrespeitados, Pedro
decidiu ajuizar ação na justiça do trabalho brasileira.

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.


a) Deve ser seguido o procedimento descrito na Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades de
Jurisdição e Execução do Estado.
b) Em matéria trabalhista, não há imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro no Brasil.
c) A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro é absoluta por força de uma norma jus cogens.
d) A competência para conhecer da ação é da justiça federal.
e) Em matéria trabalhista, não há imunidade de execução do Estado estrangeiro no Brasil.

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29
Comentários
A alternativa A está incorreta. Apesar dos Estados serem dotados de Imunidades de Jurisdição mitigada e e
Execução mesmo em seus atos de gestão. De modo que a doutrina afirma que em se tratando de matéria
trabalhista, vez que também diz respeito à temática dos direitos humanos, tal imunidade inexiste.
A alternativa B foi considerada como correta e é o gabarito da questão, pelas razões acima aduzidas.
A alternativa C está incorreta, como já mencionado, a defesa dos direitos trabalhistas possui caráter de
direitos humanos, de modo que o reconhecimento de norma jus cogens, estaria mais próximo deste, do que
da Imunidade Estatal propriamente dita.
A alternativa D está incorreta. No presente caso aplicar-se-á a competência em razão da matéria, desse
modo, aponta-se como adequada, a Justiça do Trabalho.

A alternativa D está incorreta. A Imunidade de Execução dos Estados ainda permanece quase que intacta
mesmo em matéria trabalhista. A doutrina, porém, apresenta como possíveis exceções: “Pagamento
voluntário pelo Estado estrangeiro; Negociações conduzidas pelo Ministério das Relações Exteriores do
Brasil e, correlata a esta possibilidade, a solicitação de pagamento pelas vias diplomáticas; Expedição de
carta rogatória ao Estado estrangeiro; Execução de bens não afetos aos serviços diplomáticos e consulares do
Estado estrangeiro, como recursos financeiros vinculados a atividades empresariais disponíveis em contas
bancárias; Renúncia à imunidade de execução pelo Estado estrangeiro”.

16. (PGR – 2017 – Procurador da República) Cuidando-se dos efeitos civis do sequestro internacional
de crianças, de acordo com e nos estritos termos da convenção concluída na cidade de Haia, em
25/10/1980, considere as seguintes assertivas:
I – Qualquer decisão que, baseada nos termos da Convenção, determine o retorno da criança, não
afeta os fundamentos do direito de guarda.
II – Se restar provado que a criança já está integrada no seu novo meio, por mais de um ano, a
autoridade judicial ou administrativa não está obrigada a determinar o seu retorno.
III – Decisão fundamentada quanto ao direito de guarda pode servir de base para justificar a recusa
de retorno da criança, nos termos da Convenção, podendo as autoridades judiciais ou administrativas
do Estado requerido levar em consideração os motivos dessa decisão na aplicação da Convenção.
IV – É lícita a exigência de prestação de caução ou depósito para garantir o pagamento dos custos e
despesas relativas aos procedimentos previstos na convenção, podendo o interessado, se o caso, alegar
impossibilidade de arcar com tais gastos, caso em que poderá ser eximido de tais pagamentos.
a) Todas as assertivas são corretas.
b) A assertiva III é a única correta.
c) As assertivas I e II são as únicas corretas.
d) As assertivas III e IV são as únicas correta.
Comentários
O item I está correto, uma vez que está de acordo com artigo 19 da Convenção de Haia de 1980, senão
vejamos: “Qualquer decisão sobre o retorno da criança, tomada nos termos da presente Convenção, não
afetam os fundamentos do direito de guarda”.

O item II está correto, o artigo 12 da presente Convenção afirma que “Quando uma criança tiver sido
ilicitamente transferida ou retida nos termos do Artigo 3 e tenha decorrido um período de menos de 1 ano
entre a data da transferência ou da retenção indevidas e a data do início do processo perante a autoridade

12

29
judicial ou administrativa do Estado Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá
ordenar o retomo imediato da criança”. Desse modo, compreende-se que, comprovando-se a adaptação por
mais de um ano, a autoridade não está obrigada.

O item III está correto, pois aplica o oposto ao disposto no Artigo 17 da Convenção, qual seja: “O simples
fato de que uma decisão relativa à guarda tenha sido tomada ou seja passível de reconhecimento no Estado
requerido não poderá servir de base para justificar a recusa de fazer retornar a criança nos termos desta
Convenção, mas as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido poderão levar em
consideração os motivos dessa decisão na aplicação da presente Convenção”.

O item IV está incorreto, haja vista que a Convenção de Haia de 1980 dispõe no artigo 22 que “Nenhuma
caução ou depósito, qualquer que seja a sua denominação, podará ser imposta para garantir o pagamento de
custos e despesas relativas aos processos judiciais ou administrativos previstos na presente Convenção”.

Dado o exposto, a alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão.

17. (PGR – 2013 – Procurador da República) NO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO, A


REMISSÃO FEITA POR LEI ESTRANGEIRA
a) não é de ser considerada quando se tiver que aplicá-la;
b) é de ser considerada sempre em sua aplicação, sob pena de mutilar o elemento de qualificação;
c) é de ser considerada em sua aplicação nos estritos limites da Lei de Introdução à Normas do Direito
Brasileiro;
d) só é de ser considerada quando a remissão for de 2.º grau, não, porém, quando for de 1.º grau.
Comentários

A alternativa A é considerada correta e o gabarito da questão, isto porque o instituto da remissão ou reenvio
não é previsto pelo Direito Brasileiro. Assim, se adequa ao artigo 16 da Lei Introdução de Normas de Direito
Brasileiro: “Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em
vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”.

A alternativa B está incorreta, a lei brasileira admite a aplicação da lei estrangeira por meio do instituto da
qualificação, apenas não admite a possibilidade de remissão feita por lei estrangeira.

A alternativa C está incorreta, pelos motivos aduzidos no item a.

A alternativa D está incorreta, conforme afirmado no item a), o reenvio não é admitido em nenhum grau no
direito brasileiro.

17. (CESPE/CEBRASPE – 2012 – Advogado da União) No que se refere à história dos conflitos de leis,
a elementos de conexão e a reenvio, julgue os itens seguintes.

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A aquisição e a exploração comercial de navios e aeronaves regem-se pela lei do local onde tenha sido
efetuado o registro dos direitos de propriedade sobre a coisa.
a) Certo
b) Errado
Comentários
A afirmativa está CERTA é considerada correta e o gabarito da questão. O presente caso caracteriza-se
como uma exceção à lex rei sitae e sua regulamentação se encontra no Decreto nº 1530 – Convenção de
Montego Bay: “1. Todo Estado deve estabelecer os requisitos necessários para a atribuição da sua
nacionalidade a navios no seu território e para o registro de navios no seu território para o direito de arvorar
sua bandeira. Os navios possuem nacionalidade do Estado cuja bandeira esteja autorizada a arvorar”.

18. (CESPE/CEBRASPE – 2017 – Defensor Público Federal) De acordo com o entendimento do STJ
acerca da homologação de sentenças estrangeiras, julgue o item seguinte.
O caráter laico do Estado brasileiro impede a homologação de sentenças estrangeiras eclesiásticas de
anulação de matrimônio confirmadas pela Santa Sé.
a) Certo
b) Errado

Comentários
A afirmativa está ERRADA é considerada correta e o gabarito da questão. O entendimento já fora firmado
pelo STJ no caso SEC 11.962-EX: “Portanto, o caráter laico do Estado brasileiro não constitui óbice à
homologação de sentenças eclesiásticas, tanto que nosso País reconhece a personalidade jurídica das
Instituições Eclesiásticas (...) Em linhas gerais, eventuais questionamentos acerca do mérito da decisão
alienígena, salvo se atinentes à eventual ofensa à soberania nacional, à ordem pública e/ou aos bons
costumes (art. 17, LINDB), são estranhos aos quadrantes próprios da ação homologatória”.

19. (CESPE/CEBRASPE – 2010 – Defensor Público Federal) A prova dos fatos ocorridos em país
estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, razão pela qual os tribunais brasileiros podem,
excepcionalmente, admitir provas que a lei brasileira desconheça.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está ERRADA e é o gabarito da questão. De fato, no que diz respeito à prova dos fatos
ocorridos, aplicar-se-á a lei vigente neste, todavia não se admite meios que os tribunais desconheçam, no
mesmo sentido a LINDB dispõe: “A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça.”

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20. (CESPE/CEBRASPE – 2007 – Defensor Público Federal) Acerca do procedimento de homologação
de sentença estrangeira perante o STJ, julgue os itens subseqüentes.
Não será homologada sentença estrangeira que ofenda a soberania a ordem pública.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está CERTA e é o gabarito da questão, conforme o artigo 17 da Lei de Introdução às Normas
Brasileiras, qual seja: “Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes”.

21. (IADES – 2019 – Diplomacia) Considerando a atual sistemática e o entendimento da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro e do Direito Internacional Privado no Brasil, julgue o item
a seguir.
Os governos estrangeiros não podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está ERRADA e é o gabarito da questão, vez que não está conforme o exposto no artigo 11,
parágrafo 3º da LINDB: “Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

22. (IADES – 2019 – Diplomacia) Considerando a atual sistemática e o entendimento da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro e do Direito Internacional Privado no Brasil, julgue o item
a seguir.
Os governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza que eles tenham
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, poderão adquirir no Brasil bens imóveis
ou suscetíveis de desapropriação.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está ERRADA e é o gabarito da questão. De acordo com o artigo 11, parágrafo 3º da LINDB,
os governos estrangeiros podem: “adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes
diplomáticos ou dos agentes consulares”. Todavia, conforme o Decreto 3.365/41, estes não estão autorizados
a desapropriar.

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24. (IADES – 2019 - Diplomata) Considerando a atual sistemática e o entendimento da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro e do Direito Internacional Privado no Brasil, julgue o item
a seguir.
A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a
lei pessoal do de cujus.
a) Certo
b) Errado
Comentários
A alternativa está CERTA é considerada correta e o gabarito da questão, pois está de acordo com a
literalidade do artigo 10, parágrafo 1º da LINDB: “A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País,
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus”.

25. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – STJ – Analista Judiciário) Julgue o item a seguir, relativo à função
jurisdicional.
A cooperação jurídica internacional segue parâmetros legais definidos em lei ordinária nacional.
a) Certo
b) Errado.
Comentários
A alternativa está ERRADA é considerada correta e o gabarito da questão. Conforme o artigo 26 do CPC, os
definidores dos parâmetros referentes à cooperação internacional, são os tratados internacionais dos quais o
Brasil é signatário, “A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte (...)”.

26. (CESGRANRIO – 2015 – PETROBRÁS Advogado Junior) A homologação de uma sentença


estrangeira no Brasil tem, como requisito indispensável,
a) haver sido proferida por autoridade competente.
b) estar autenticada pelo Ministro da Justiça brasileiro.
c) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.
d) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.
e) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da revelia.
Comentários

A alternativa A é considerada correta e o gabarito da questão, haja vista que está conforme a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro: “Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente;”

A alternativa B está incorreta, uma vez que não se encontram entre os demais requisitos dispostos no artigo
15 da LINDB, quais sejam: “b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c)
ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi

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proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
Federal”.

A alternativa C está incorreta, haja vista que conforme a alínea d) supracitada, o intérprete deve ser
juramente ou seja autorizado para tal.

A alternativa D está incorreta, conforme o artigo 15, alínea a), basta que a autoridade seja competente.

A alternativa E está incorreta uma vez que não se encontram entre os demais requisitos dispostos no artigo
15 da LINDB.

27. (CESGRANRIO – 2015 – PETROBRÁS – Advogado) Sr. X, comprador, residente domiciliado no


Brasil, realiza contrato de compra e venda de bem imóvel com Sr. Z, vendedor, residente domiciliado
na Itália. O contrato é celebrado no Brasil e tem como objeto um apartamento em Londres,
Inglaterra.
Para regular a relação concernente ao tal bem imóvel, aplica-se a lei do local
a) onde o imóvel está situado.
b) onde o contrato de compra e venda foi celebrado.
c) onde o comprador, Sr. X, reside.
d) onde o vendedor, Sr. Z, reside.
e) que as partes escolham de comum acordo.
Comentários

A alternativa A é considerada correta e o gabarito da questão, uma vez que conforme a legislação brasileira,
em se tratando de imóveis, deve-se aplicar o artigo 8º da LINDB: “Para qualificar os bens e regular as
relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados”.

A alternativa B está incorreta, pois apesar da lex loci celebrationis ser prevista pelo ordenamento brasileiro,
em se tratando de imóvel, aplica-se a lei do lugar de aonde se situa a coisa.

A alternativa C está incorreta, conforme o disposto do artigo 8º da LINDB.

A alternativa D está incorreta, conforme o disposto do artigo 8º da LINDB.

A alternativa E está incorreta, conforme o disposto do artigo 8º da LINDB.

28. (CESGRANRIO – 2015 – PETROBRÁS – Advogado) A sociedade MMM Ltda., cuja sede é na
Inglaterra, realiza contrato de construção de plataforma de exploração de petróleo com a sociedade
ZZZ Ltda., cuja sede é no Brasil. O contrato é assinado em Nova Iorque, EUA, e nele se estabelece que
a construção e a entrega da plataforma devem ser realizadas pela sociedade inglesa, no Brasil.
Nessas circunstâncias, aplica-se ao contrato, a lei
a) americana apenas, pois é o país em que se constituíram as obrigações do contrato.

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b) inglesa apenas, pois é a lei da sede do aderente do contrato.
c) brasileira apenas, pois é a lei da sede do proponente do contrato, e o Brasil é o país onde as obrigações
contratuais deverão ser executadas.
d) brasileira e a lei inglesa, indistintamente, pois são as leis da sede das partes contratuais.
e) brasileira e a lei americana, pois são as leis do local da conclusão e da execução do contrato.
Comentários

A alternativa A está incorreta, haja vista o disposto nos parágrafos do artigo 9º: “§1º Destinando-se a
obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. §2º A obrigação resultante do
contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.”

A alternativa B está incorreta, pelas razões aduzidas acima.

A alternativa A é considerada correta e o gabarito da questão, tendo em vista que o Brasil além de lugar da
execução do contrato, é a sede do proponente.

A alternativa D está incorreta, conforme o disposto do artigo 9º da LINDB.

A alternativa E está incorreta, conforme o disposto do artigo 9º da LINDB.

29. (CESGRANRIO – 2015 – PETROBRÁS – Advogado) Duas empresas brasileiras estabelecem, em


um contrato internacional, a via arbitral para solução dos conflitos, devendo a dita arbitragem
ocorrer no Uruguai. Surgiu uma controvérsia entre as partes quanto à forma de cumprimento de uma
obrigação contratual, e uma das partes propõe a instauração da arbitragem, conforme previsto no
contrato. O laudo arbitral que deu ganho de causa a uma das partes
a) somente pode ser executado no Uruguai, sede da arbitragem, porque o Brasil não ratificou a Convenção de
Nova York.
b) não precisa ser homologado, porque a Convenção de Nova York dispensa a homologação judicial dos
laudos arbitrais.
c) prescinde de homologação, porque o Protocolo de Las Leñas permite a execução direta dos laudos
arbitrais do Mercosul.
d)precisa ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo sendo um laudo arbitral proveniente de
país membro do Mercosul.
e) precisa ser submetido ao processo de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça para poder ser
executado no Brasil.
Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que o Brasil ratificou a Convenção de Nova Iorque e a sentença
arbitral pode ser executada no Brasil ao passar pelo processo de homologação.

A alternativa B está incorreta, haja vista que a própria Convenção dispõe no Artigo III “Cada Estado
signatário reconhecerá as sentenças como obrigatórias e as executará em conformidade com as regras de
procedimento do território no qual a sentença é invocada, de acordo com as condições estabelecidas nos
artigos que se seguem.”

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A alternativa C está incorreta, o STF firmou entendimento da Carta Rogatória n. 7613-4 da República da
China que ““O Protocolo de Las Leñas não afetou a exigência de que qualquer sentença estrangeira – à qual
é de equiparar-se a decisão interlocutória concessiva de medida cautelar – para tornar-se exequível no
Brasil”.

A alternativa D está incorreta, haja vista que o órgão responsável pela homologação de sentenças
estrangeiras é o Superior Tribunal de Justiça, conforme o artigo 105, I, i), CF: ”a homologação de sentenças
estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias”

A alternativa E é considerada correta e o gabarito da questão, pois adequa-se ao artigo supracitado da


Constituição Federal.

30. (CESGRANRIO – 2012 – Caixa Advogado Júnior) Um contrato de financiamento, entre uma
empresa brasileira e um Banco comercial holandês com filial em Londres, acaba de ser assinado pelos
representantes legais das partes em Londres. Como garantia, a empresa brasileira deu em hipoteca
dois imóveis situados no Brasil. O contrato nada dispõe sobre a lei aplicável ao mesmo, limitando-se a
indicar Londres como foro competente para as disputas que vierem a surgir entre as partes.
Segundo o disposto na legislação brasileira, a lei aplicável a esse contrato é a
a) de Londres, em razão da cláusula de foro.
b) de Londres, por ser o local em que o contrato foi concluído.
c) da Holanda, por ser a sede do proponente.
d) brasileira, porque as garantias contratuais estão no Brasil
e) brasileira, por ser o domicílio do devedor.
Comentários

A alternativa A está incorreta. A cláusula de foro determina apenas o lugar aonde ser darão as devidas
resoluções diante da possiblidade de conflito.

A alternativa B é considerada correta e o gabarito da questão, pois encontra-se de acordo com o artigo 9º da
LINDB: “Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.”

A alternativa C está incorreta, conforme o disposto do artigo 9º da LINDB.

A alternativa D está incorreta, conforme o disposto do artigo 9º da LINDB. Ademais, apesar de possuir
imóvel como garantia, o contrato não versa propriamente dito sobre tal imóvel.

A alternativa E está incorreta, conforme o disposto do artigo 9º da LINDB.

31. (CESPE/CEBRASPE - 2007 – PETROBRÁS - Advogado) O direito internacional privado vincula-


se à cooperação interjurisdicional entre órgãos do Poder Judiciário de diferentes países. Além das
cartas rogatórias e de extradição, essa cooperação almeja a homologação de sentenças estrangeiras.
Por outro lado, o MERCOSUL prevê normas específicas para a solução de controvérsias por meio do
Tratado de Assunção e dasnormas que definem a arbitragem no MERCOSUL. Acerca desse assunto,
julgue os próximos itens.

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A sentença estrangeira de divórcio oriunda da justiça argentina e a sentença estrangeira de divórcio
oriunda da justiça canadense podem ser executadas por carta rogatória segundo o Protocolo de Las
Leñas.

a) Certo
b) Errado
Comentários

32. (CESPE/CEBRASPE – 2007 – PETROBRÁS - Advogado) O direito internacional privado vincula-


se à cooperação interjurisdicional entre órgãos do Poder Judiciário de diferentes países. Além das
cartas rogatórias e de extradição, essa cooperação almeja a homologação de sentenças estrangeiras.
Por outro lado, o MERCOSUL prevê normas específicas para a solução de controvérsias por meio do
Tratado de Assunção e das normas que definem a arbitragem no MERCOSUL. Acerca desse assunto,
julgue os próximos itens.

A CF prevê a competência originária e privativa do Superior Tribunal de Justiça para o


processamento e o julgamento da homologação de sentença estrangeira e de carta rogatória.

a) Certo
b) Errado
Comentários

33. (NC/UFPR – 2011 – ITAIPU BINACIONAL – Advogado) Com relação ao objeto do Direito
Internacional Privado, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) O Direito Internacional Privado não mais se restringe, como se sustentou no passado, a instituições
de direito privado, atuando também no campo do direito público.
( ) Assim como no Direito Internacional Público, a principal fonte do Direito Internacional Privado é o
tratado.
( ) O Direito Internacional Privado trata principalmente do conflito de leis originárias de Estados
diferentes, estabelecendo regras para a opção entre as leis em conflito, sendo por isso um direito
eminentemente nacional.
( ) Há várias concepções sobre o objeto do Direito Internacional Privado. As concepções mais amplas
incluem na disciplina, além do conflito de leis e do conflito de jurisdições, também a nacionalidade e a
condição jurídica do estrangeiro.
( ) Diante de uma situação jurídica conexa com duas ou mais legislações, que contêm normas diversas,
conflitantes, ao Direito Internacional Privado não cabe solucionar o conflito das normas materiais
internas, mas tão somente indicar qual sistema jurídico deve ser aplicado dentre as várias legislações
conectadas com a hipótese jurídica.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – F – V – F – V.
b) V – F – V – V – V.
c) V – V – F – V – F.
d) F – V – F – F – F.
e) V – F – V – V – F.

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Comentários

O item I está verdadeiro. Sabe-se que tais classificações visam uma adequação e sistematização do sistema,
todavia, dada as particularidades das relações, inclusive as privadas, estas podem encontrar diversos pontos
de congruência. Ou seja, em uma relação privada em se tratando de casamento, por exemplo, o direito
privado poderá fazer uso das instituições de direito público ao observar se a presente relação está conforme a
ordem pública expressa no artigo 17 da LINDB.

O item II está falso, o Direito Internacional Privado busca solucionar os possíveis conflitos existentes entrei
leis nacionais estrangeiras, de modo que sua principal fonte é a lei.

O item III está verdadeiro, como já supracitado, o Direito Internacional Privado busca solucionar os
conflitos existentes em relações privadas estrangeiras. Todavia, para tal, faz uso do ordenamento positivado
no direito nacional.

O item IV está correto, além dos conflitos resultantes das relações privadas. O Direito Internacional Privada
se aprofunda nos mais diversos aspectos da pessoa civil dentro do âmbito da internacionalidade, tais quais a
nacionalidade e a condição do estrangeiro.

O item V está correto, conforme as razões aduzidas no item III.

Dado o exposto, a alternativa B foi considerada como correta e é o gabarito da questão.

34. (FUMARC – 2011 – BDMG - Advogado) Marque a afirmativa INCORRETA:.


a) O domicílio é o principal elemento de conexão adotado no Brasil, conhecido como “Lex domicilii” –
Caput do artigo 7º da LICC.
b) À luz do direito Internacional Privado, a pessoa só pode ter um domicílio, ainda que a lei interna permita
que a pessoa tenha mais de um domicílio.
c) Pelo critério de conexão “Lex rei sitae”, incide a norma do lugar do foro, ou seja, a norma do lugar onde
se desenvolve a relação jurídica.
d) Pelo elemento de conexão “lex loci delicti comissi”, é aplicável a norma do lugar onde o ato ilícito foi
cometido.
Comentários

A alternativa A está correta, conforme o artigo 7º da LINDB: “A lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

A alternativa B está correta e transcreve o disposto na obra Direito Internacional Público e Privado do
Professor Paulo Henrique Portela, 2011, p. 566. Ademais, salienta-se que isto faz-se necessário haja vista a
relevância que o domicílio exerce enquanto elemento de conexão.

A alternativa C é considerada incorreta e o gabarito da questão, uma vez que lex rei sitae diz respeito às
normas do lugar aonde o bem se situa, por exemplo o disposto do artigo 8º da LINDB. Ademais o lugar do
foro é o lugar de resolução de conflitos se uma vez existentes.

A alternativa D está correta, tendo em vista que dispõe da exata definição do conceito de lex loci comissi.

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35. (MPE/MS – 2018 – Promotor de Justiça) Sobre o auxílio direto na cooperação internacional, é
incorreto afirmar:
a) O auxílio direto pode ser utilizado para a obtenção e a prestação de informações sobre o ordenamento
jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso.
b) Por meio do pedido de auxílio direto é possível realizar a colheita de provas, salvo se a medida for
adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira.
c) O auxílio direto é procedimento de jurisdição contenciosa que deve tramitar obrigatoriamente perante o
Superior Tribunal de Justiça, assegurando às partes as garantias do devido processo legal.
d) O Ministério Público poderá requerer em juízo a medida solicitada pela via do auxílio direto passivo, nos
casos em que for autoridade central.
e) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central,
cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Comentários

A alternativa A está correta, conforme o artigo 30, I do Código de Processo Civil: “Art. 30. Além dos casos
previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e
prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais
findos ou em curso”.

A alternativa B está correta. conforme o artigo 30, II do Código de Processo Civil: “Art. 30. Além dos
casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: II - colheita
de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de
autoridade judiciária brasileira”

A alternativa C é considerada incorreta e o gabarito da questão, haja vista que afirma que devem tramitar
obrigatoriamente no STJ. Todavia, conforme a Resolução 9, artigo 7º, parágrafo único do mesmo Tribunal
tem-se “pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por objeto atos que não ensejem juízo de
delibação pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda que denominados como carta rogatória, serão
encaminhados ou devolvidos ao Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por
auxílio direto”.

A alternativa D está correta, conforme o artigo 33 do Código de Processo Civil: “Art. 33. Recebido o
pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que
requererá em juízo a medida solicitada. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida
solicitada quando for autoridade central”.

A alternativa E está correta, conforme o artigo 29 do Código de Processo Civil: “A solicitação de auxílio
direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado
requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido”..

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36. (ESAF – 2016 – Promotor de Justiça) Quando houver antinomia entre uma lei brasileira e um
tratado internacional que o Brasil seja signatário, o magistrado brasileiro, ao julgar um caso concreto,
deverá reconhecer a supremacia da norma internacional sobre a lei brasileira.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está ERRADA e é o gabarito da questão. A falha da afirmativa realizada encontra-se no fato de
que afirma que deverá prevalecer, ignorando a existência de tratados internacionais que por tratarem de
temas correlatos à direitos

37. (CESGRANRIO – 2013 – BNDS – Profissional Básico) Um contrato de empréstimo, entre uma
empresa brasileira e um Banco estrangeiro, por meio de sua subsidiária nas Ilhas Cayman, foi
concluído no Brasil. O contrato prevê que uma parte dos pagamentos sejam feitos, em reais, no Brasil,
e a outra parte, em dólares norte-americanos, nos Estados Unidos.
De acordo com a legislação em vigor, essa obrigação contratual
a) não é válida, porque o contrato foi concluído no Brasil.
b é nula, porque os valores precisam ser expressos em uma única moeda.
c) é nula de pleno direito, em razão do curso forçado da moeda.
d) é permitida como exceção, em razão de o credor ter sede no exterior.
e) é válida, mas o pagamento será feito no equivalente em reais.
Comentários

A alternativa A está incorreta, a conclusão pode ser plenamente realizada no Brasil, ademais, tal celebração
tornará a lei brasileira a aplicável.

A alternativa B está incorreta. O presente caso constitui uma exceção ao artigo 1º e 2º do Decreto-Lei
857/69, o qual permite que que as obrigações exequíveis no Brasil sejam em outra moeda, caso se credor
seja estrangeiro: “Artigo 1º: São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem
como as obrigações que exequíveis no Brasil, estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por
alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro. Artigo 2º: Não se aplicam
as disposições do artigo anterior: [...] IV - aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou
devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior, excetuados os contratos de locação de imóveis
situados no território nacional.”

A alternativa C está incorreta, conforme o disposto no item acima.

A alternativa D é considerada correta e o gabarito da questão, de modo que o fato do credor ser estrangeiro,
consiste numa exceção prevista pelo ordenamento brasileiro.

A alternativa E está incorreta, pelas razões aduzidas para justificar a alternativa b.

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38. (CESPE/CEBRASPE – 2014 – Analista Legislativo e Câmara dos Deputados) Acerca do casamento
entre brasileiro e estrangeiro e aos desdobramentos jurídicos desse tipo de união, julgue os itens
subsequentes.
De acordo com o direito brasileiro, se o casamento for celebrado no Brasil, a ele será aplicada a
legislação brasileira quanto às formalidades da celebração.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está CERTA e é o gabarito da questão. No Brasil, devido ao artigo 7º positivado na LINDB, as
cerimônias matrimoniais, seguirão a lex loci celebrationis.

39. (CESPE/CEBRASPE – 2014 – Analista Legislativo e Câmara dos Deputados) O Brasil adquiriu
grande quantidade de determinado produto de uma empresa chilena, visando equilibrar os preços
desse produto no mercado interno brasileiro. Por motivos orçamentários, o pagamento foi efetuado
fora do período estipulado, tendo resultado em uma dívida em dólares. Após tais fatos, a empresa
chilena propôs ação de indenização contra o Estado brasileiro.

Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens.

Caso a demanda tenha sido proposta no Brasil, o juiz poderá determinar que a empresa comprove o
texto e a vigência da lei chilena invocada no processo.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está CERTA e é o gabarito da questão, haja vista que conforme a Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro, o artigo 14 afirma que: “Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de
quem a invoca prova do texto e da vigência”,

40. (CESPE/CEBRASPE – 2002 - Senado Federal – Consultor Legislativo) À luz dos institutos de
direito internacional privado, julgue o item subseqüente.

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Se uma parte alegar direito estrangeiro como fundamento jurídico de sua pretensão, poderá o juiz
exigir-lhe a prova do teor e da vigência da norma invocada. Essa prova poderá ser constituída
mediante certidão, devidamente legalizada, de dois advogados em exercício no país de cuja legislação
se trate. Na falta dessa prova ou se ela for insuficiente, de ofício, o juiz ou tribunal poderá solicitar,
pela via diplomática, ao mais alto tribunal, à procuradoria-geral, à secretaria ou ao Ministério da
Justiça do Estado de cuja legislação se trate, que forneça um relatório acerca do texto, da vigência e do
sentido do direito aplicável.
a) Certo
b) Errado
Comentários

A alternativa está CERTA e é o gabarito da questão, a própria LINDB admite a que o juiz possa pedir tal
prova conforme artigo 14 da LINDB: “Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência”. Ademais, as outras disposições encontram-se de acordo com o Código
de Bustamante artigo 409 e 410: “Art. 409. A parte que invoque a applicação do direito de qualquer Estado
contractante em um dos outros, ou della divirja, poderá justificar o texto legal, sua vigencia e sentido
mediante certidão, devidamente legalizada, de dois advogados em exercicio no paiz de cuja legislação se
trate. Art. 410. Na falta de prova ou se, por qualquer motivo, o juiz ou o trubunal a julgar insufficiente, um
ou outro poderá solicitar de officio pela via diplomatica, antes de decidir, que o Estado, de cuja legislação se
trate, forneça um relatorio sobre o texto, vigencia e sentido do direito applicavel.”

41. (CESPE/CEBRASPE – 2013 - SEFAZ – Auditor Fiscal da Receita Federal) Considera-se que
vários ordenamentos tributários possam ser aplicados a uma mesma situação da vida internacional,
visto que esta se encontra “plurilocalizada” em função dos diversos elementos de conexão adotados
por cada um desses ordenamentos.

No fragmento de texto acima, apresenta-se o conceito de:

a) tributação plurinacional.
b conflito de leis tributárias no tempo
c) tributação incidental internacional.
d) dupla tributação.
e) tributação solidária interterritorial.
Comentários

42. (CESGRANRIO - 2010 – PETROBRÁS - Advogado Júnior) Uma empresa brasileira e uma
empresa norte-americana assinam um contrato de prestação de serviços de engenharia, por meio do
qual a empresa norte-americana, com sede em Houston, Texas (Estados Unidos), prestará serviços

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para atualizar tecnologicamente uma fábrica da empresa brasileira no interior de São Paulo. O
contrato previu Houston como foro do contrato. No tocante à lei aplicável ao contrato, este será regido
pela(os).

a) lei norte-americana, foro do contrato.


b) lei norte-americana, sede da empresa contratada.
c) lei brasileira se o contrato tiver sido assinado no Brasil.
d) lei brasileira, local do cumprimento da obrigação principal.
e) lei brasileira, local do cumprimento da obrigação principal.

Comentários

43. (CESPE/CEBRASPE – 2014 – Analista Legislativo e Câmara dos Deputados) O Brasil adquiriu
grande quantidade de determinado produto de uma empresa chilena, visando equilibrar os preços
desse produto no mercado interno brasileiro. Por motivos orçamentários, o pagamento foi efetuado
fora do período estipulado, tendo resultado em uma dívida em dólares. Após tais fatos, a empresa
chilena propôs ação de indenização contra o Estado brasileiro.

Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens.

Se a ação tiver sido proposta no Chile e a justiça chilena tiver expedido uma carta rogatória para ser
cumprida no Brasil, admitir-se-á, nesse caso, a aplicação excepcional da legislação do país rogante por
parte do país rogado.
a) Certo
b) Errado
Comentários

44. (CESPE/CEBRASPE – 2009 – Instituto Rio Branco - Diplomata) Conhecida do judiciário


brasileiro desde o Império, a cooperação jurídica internacional tem adquirido importância crescente
nos últimos anos, ao permitir a tutela jurisdicional, mesmo quando elementos indispensáveis ao
processo se encontrem em jurisdição estrangeira. À luz da prática brasileira de cooperação jurídica
internacional, julgue (C ou E) os itens a seguir.

A decisão de cooperar com um Estado estrangeiro, prestando-lhe o necessário auxílio, insere-se no


contexto das relações internacionais que devem ser mantidas pelo Presidente da República, nos termos

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da Constituição Federal. Portanto, os pedidos de auxílio e as cartas rogatórias devem tramitar pela via
diplomática ou por meio de autoridade central prevista em tratado.

a) Certo
b) Errado
Comentários

45. (CESPE/CEBRASPE - 2015 – Advogado Geral da União) No que diz respeito à cooperação
jurídica internacional e às competências da AGU nessa matéria, julgue o próximo item.
A autoridade judiciária brasileira é competente, com exclusão de qualquer outra autoridade, para
conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.

a) Certo
b) Errado
Comentários

46. (CESPE/CEBRASPE - 2010 – Defensor Público Federal) No que diz respeito às fontes brasileiras
de direito internacional e à aplicação do direito estrangeiro no Brasil, julgue os itens subsequentes.

No Brasil, não se admite o costume como recurso de integração ao direito.

a) Certa
b) Errada
Comentários

47. (CESPE/CEBRASPE - 2010 – Defensor Público Federal) A lex damni, como espécie de elemento de
conexão, indica que a lei aplicável deve ser a do lugar em que se tenham manifestado as consequências
de um ato ilícito, para reger a obrigação de indenizar aquele que tenha sido atingido por conduta
delitiva de outra parte em relação jurídica internacional.

a) Certa
b) Errada
Comentários

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48. (CESPE/CEBRASPE - 2010 – Defensor Público Federal) Com relação ao conflito de leis no espaço
e aos elementos de conexão que viabilizam a sua resolução, julgue os itens a seguir.

A regra geral, ante o conflito de leis no espaço, é a aplicação do direito pátrio, empregando-se o direito
estrangeiro apenas excepcionalmente, quando isso for, expressamente, determinado pela legislação
interna de um país.

a) Certa
b) Errada
Comentários

49. (CESPE/CEBRASPE - 2010 – Defensor Público Federal) Acerca de carta rogatória e homologação
de sentença estrangeira, julgue os seguintes itens.
Por constituírem forma de cooperação internacional clássica, as cartas rogatórias estrangeiras são
cumpridas no Brasil, independentemente de se referirem ou não a processos de competência exclusiva
dos tribunais brasileiros.

a) Certo
b) Errado
Comentários

50. (CESPE/CEBRASPE - 2010 – Defensor Público Federal) Acerca de carta rogatória e homologação
de sentença estrangeira, julgue os seguintes itens. A sentença proferida por tribunal estrangeiro tem
eficácia no Brasil depois de homologada pelo STF.

a) Certo
b) Errado
Comentários

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