Você está na página 1de 2

26/05/2021

HOMOLOGAÇÃO DE
DECISÃO ESTRANGEIRA E
CONCESSÃO DO EXEQUATUR ÀS
CARTAS ROGATÓRIAS

Professora: Cristina B. Schlemper Vendruscolo


Disciplina: Direito Processual Civil II

Conceito e cabimento
+ Trata-se de ação de conhecimento, de competência originária do STJ (art.
105, I, i, CF/88) que visa o reconhecimento de decisão estrangeira para
que produza efeitos no território nacional.
+ São passíveis de homologação tanto as decisões judiciais definitivas, quanto as não
judiciais que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
+ É possível a homologação parcial.
+ A homologação de sentença arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e
na Lei da Arbitragem, aplicando, subsidiariamente, o CPC.
+ A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil,
independentemente de homologação pelo STJ, e no caso, competirá a qualquer juiz
examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa
questão for suscitada em processo de sua competência.

REQUISITOS
+O STJ não poderá julgar novamente a demanda original (já
julgada pelo tribunal estrangeiro), mas tão-somente verificar a
presença dos requisitos necessários para a homologação, o
chamado “juízo de delibação”, previstos no art. 963 do CPC,
quais sejam:
+a) houver sido proferida por autoridade competente:
+ desde que se trate de competência concorrente ou cumulativa (art. 21, CPC),
pois, do contrário, sendo a competência exclusiva do Brasil (art. 23, CPC), não há
que se falar em homologação da decisão estrangeira (art. 964, CPC).

3
26/05/2021

REQUISITOS

+b) ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia:


+ decorre da garantia constitucional do contraditório, não se podendo admitir a
homologação de sentença proferida em processo que não tiveram, ao menos,
oportunidade de participar o sujeito que está submetido aos efeitos da decisão
homologanda.
+c) ser eficaz no país em que foi proferida: ou seja estar revestida das
formalidades necessárias para que produza efeitos em seu país de
origem.
+ No Brasil, tais formalidades seriam uma decisão proferida por um juiz investido
de jurisdição, competente, fundamentada nos termos do art. 489, §1º, CPC, etc.

REQUISITOS

+ d) não ofender a coisa julgada brasileira: uma vez que só se admite a


homologação de decisão estrangeira se proferida por autoridade com
competência internacional concorrente com a autoridade brasileira.
+ Caso no Brasil, já haja decisão anterior, transitada em julgado, em caso idêntico,
deverá esta prevalecer sobre a estrangeira.

+ e) estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense


prevista em tratado;

+ f) não conter manifesta ofensa à ordem pública: sob pena de vulnerar a


própria ordem jurídica e política. Trata-se do reconhecimento de um ato de
império de um Estado soberano por outro também Estado soberano.

Referências Bibliográficas
+ BRASIL, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13105.htm> Acesso em: 14/nov./2017

+ DIDIER Jr., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro


da. Curso de direito processual civil. Salvador:
Editora JusPODIVM, v.3. São Paulo : 2016
+ GONÇALVEZ, Marcus Vinicius Rios. Direito
Processual Civil esquematizado. 9 ed. São Paulo :
Saraiva Educação, 2018.
+ Enciclopédia Jurídica da PUCSP, tomo III
(recurso eletrônico) : processo civil / coords.
Cassio Scarpinella Bueno, Olavo de Oliveira Neto
- São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, 2017. Disponível em:
<https://enciclopediajuridica.pucsp.br> Acesso em:
14/10/2019.

Você também pode gostar