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ENSINO A DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM

Pedagogia
FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS
DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E NATURAIS: GEOGRAFIA
Katia Gisele Costa
Mario Cezar Lopes
Paulo Rogério Moro
Rita de Cássia Soares Lopes

PONTA GROSSA / PR
2011
CRÉDITOS

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Reitor

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Vice-Reitor

Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos Colaboradores em EAD


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Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Osvaldo Reis Júnior
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Cleide Aparecida Faria Rodrigues - Coordenadora Pedagógica Thiago Luiz Dimbarre
Thiago Nobuaki Sugahara
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Tel.: (42) 3220-3163
www.nutead.uepg.br
2011
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino


superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão
responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local,
a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo,
assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento,
com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.
No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto
nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos
de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os
resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos
acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.
A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que
a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade
implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente,
vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.
Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na execução
do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do
Brasil e atua em 38 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos
de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do
Paraná, Santa Cantarina e São Paulo.
Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda,
assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente
diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação
das tecnologias da informação e da comunicação.
Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma
carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam
de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem
mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação
entre alunos, tutores, professores e coordenação.
Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos
para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso
que está realizando.

A Coordenação
SUMÁRIO

■ PALAVRAS DOS PROFESSORES 7


■ OBJETIVOS E EMENTA 9

A GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL


■ SEÇÃO 1- O ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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13

O ESPAÇO GEOGRÁFICO NAS SÉRIES INICIAIS


■ SEÇÃO 1- A CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE ESPAÇO
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27
■ SEÇÃO 2- LOCALIZAÇÃO ESPACIAL 32
■ SEÇÃO 3- ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO 34
■ SEÇÃO 4- A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO 36

■ PALAVRAS FINAIS 40
■ REFERÊNCIAS 41
■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 43
PALAVRAS DO PROFESSOR

Prezado acadêmico,

O objetivo da disciplina de Geografia para a Educação Infantil e


Séries Iniciais da Educação Básica, é que o aluno conheça, conceba e
represente o espaço onde ele vive.
A Geografia hoje faz parte dos estudos referentes Olá! Neste
fascículo, você vai estudar um pouco sobre o Ensino de Geografia na
Educação Infantil (de 0 aos 6 anos) e também sobre a Geografia nas séries
iniciais da Educação Básica de 1° - 5° ano. Esse material foi elaborado
com a finalidade de auxiliar o trabalho dos professores que atuam nas
respectivas séries, bem como, lhes fornecer bagagem teórica suficiente
para garantir a qualidade do trabalho a ser realizado.
A “Geografia” apresentada nesse material tem o propósito de tornar
mais prazeroso o trabalho do professor e interessante o aprendizado do
aluno, pois estará diretamente vinculada com as vivências do aluno,
com o seu cotidiano, e com as modificações que eles sofrem a cada dia,
através dos meios de comunicação com os quais tem a oportunidade de
conviver. Além da fundamentação teórica, a primeira unidade versa
sobre as relações básicas da criança com o meio, traz também sugestões
de atividades individuais e coletivas práticas e teóricas, para serem
realizadas pelos alunos, dentro e fora da sala de aula. A segunda unidade
trata da construção espacial sua representação e as etapas necessárias
para futuras compreensões geográficas.

Na Unidade III - Organização dos tempos e dos espaços na


educação infantil, estão abarcadas pontos que são considerados como
fundamentais para a organização do trabalho pedagógico. Dentre eles
tratamos da organização dos tempos e espaços pedagógicos, a importância
do trabalho lúdico e a avaliação na educação infantil.
OBJETIVOS & EMENTA

OBJETIVOS
Objetivos geral:

· Instrumentalizar o profissional da Educação Infantil e das séries iniciais do


Ensino Fundamental para o planejamento, a execução e a avaliação dos
conteúdos relacionados ao ensino de Geografia.

Objetivos específicos:

· Discutir sobre os principais fundamentos metodológicos que integram o


ensino de Geografia na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
· Analisar os principais conteúdos e fundamentos metodológicos do
ensino de Geografia na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
· Reconhecer a importância das relações espaciais na formação das
crianças.
· Contribuir na formação das noções espaciais e suas representações.

EMENTA
Histórico do ensino de Geografia. Principais problemas do ensino de Geografia.
Objetivos. Metodologia e avaliação no ensino de Ciências Sociais e Naturais.
Documentos oficiais e conteúdos específicos para o ensino de Geografia.
Modalidades didáticas. As construções espaciais, organização e representações.
UNIDADE I
A geografia na educação
infantil
Katia Gisele Costa
Paulo Rogério Moro

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
O acadêmico deverá ser capaz de:

Fornecer aos professores conceitos básicos de Geografia fornecendo


elementos a construção do processo que leva o aluno conhecer, conceber e
representar o espaço onde em que vive.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 – O Ensino de Geografia na Educação Infantil
Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Às Ciências Sociais (ramo da Ciência que estuda os aspectos sociais


do mundo, ou seja, a vida social dos indivíduos e grupos humanos) e
também estudos referentes às Ciências Naturais (ramo da Ciência que
estuda o universo, aspectos físicos e não humanos). A Geografia, por sua
vez, traz a união dessas duas Ciências, quando define como eixo principal
a relação entre o Homem e o Meio Ambiente.
O objetivo da disciplina de Geografia para a Educação Infantil e
Séries Iniciais da Educação Básica, é que o aluno conheça o lugar onde
ele vive, para que possa compreender e planejar suas ações dentro
desse ambiente. Essa não é uma tarefa tão difícil para o professor, visto
que a curiosidade é uma característica presente nos alunos dessa faixa
etária e a disciplina de Geografia desenvolve ainda mais esse interesse.
Para que o aluno conheça e compreenda seu espaço é importante que a
Geografia lhe traga novas descobertas, novas investigações, busca de e
descrições e explicações da natureza e do meio ambiente, que respondam
aos questionamentos peculiares às crianças dessa idade. Alguns autores
dizem que: “descrever é constatar o que existe e explicar corresponde a
desvendar por que existe”. (DEMO, 1992, p.11).
Sendo assim, o profissional que atua nas séries iniciais, precisa,
além de boa fundamentação teórica, precisa também ter boa vontade e
criatividade para ensinar e aprender ao mesmo tempo, visto que ambos,
professor-aluno, fazem parte do mesmo universo. Dessa maneira é
possível que a escola transforme simples alunos em pequenos cientistas.
O que propomos neste fascículo é uma reflexão sobre os fundamentos
teóricos e metodológicos da Geografia na Educação Infantil, e séries
iniciais, propostos pelo MEC.

Um bom estudo para todos!

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UNIDADE I
Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
SEÇÃO 1
O ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil


entrou em vigor em 20 de dezembro de 1996, com a lei n° 9.394/96, lei
esta que acabou determinando, finalmente, que a Educação Infantil seria
a primeira etapa da educação básica brasileira.
Segundo a carta de apresentação do material, escrita pelo Ministro
da Educação, este documento era uma publicação feita para ser utilizada
como referência na reestruturação dos currículos que eram adotados nas
instituições desta etapa de ensino (creches, entidades equivalentes e pré-
escolas). Disse ainda o Ministro, que a nova publicação, não veio para
substituir, mas sim para integrar a série de documentos dos Parâmetros
Curriculares da Educação Nacional, que foram apresentados pelo próprio
Ministério da Educação, em cumprimento à Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, lei nº 9.394/1996.
Como o próprio documento diz, essa implantação foi um avanço.

“Este documento representa um avanço na


educação infantil ao buscar soluções educativas
para a superação,de um lado, da tradição
assistencialista das creches, e de outro lado, da
antecipação da escolaridade das pré-escolas.
O Referencial foi concebido de maneira a servis
com um guia de reflexão de cunho educacional
sobre objetivos, conteúdos, e orientações didáticas
para os profissionais que atuam diretamente com
crianças de zero a seis anos...” (BRASIL,1998)

Com o objetivo de apontar as metas de qualidade a serem


estabelecidas na Educação Infantil e também de contribuir para que as
instituições possam socializar o conhecimento, o Referencial propiciou
condições para que o acesso e a ampliação do conhecimento da realidade
social e cultural pela criança fossem garantidos pelo Currículo a ser
adotado. A Educação Infantil esta dividida em duas etapas, e estas

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

separadas de acordo com a faixa etária da criança, a primeira vai de zero


a três anos e a segunda de quatro até os seis anos de idade.

O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL

O Referencial Curricular para a Educação Infantil e que foi proposto


pelo MEC, para nortear os Currículos das escolas, traz como sugestão para
o trabalho dos docentes destas etapas os seguintes temas: Movimento,
Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade
e Matemática. É no tema Natureza e Sociedade que a Geografia se faz
presente. Juntamente com os conteúdos relacionados à História e Biologia,
a Geografia vem tratando das condições e características do universo e
das relações entre o HOMEM E A NATUREZA, por tanto, não trabalha
sozinha. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil, a criança deve estabelecer hipóteses, formular questões, buscar
respostas e por meio desse comportamento de observação professor e
aluno poderão olhar o seu entorno de forma mais intencional. È dessa
forma que a educação e o ensino de Geografia, propriamente dito, se
tornarão muito mais significativa tanto para o que ensina, quanto para o
que aprende. (1998, p.172).
Como este material contempla apenas os fundamentos teóricos
e metodológicos de Geografia, faremos a seguir uma reflexão sobre os
objetivos que são propostos no referencial para este ciclo de ensino e a
sua relação com os fundamentos da Geografia.
Os objetivos apresentados abaixo foram propostos como sendo os
norteadores para as ações educativas do professor da escola, e espera-
se que as crianças, ao final do processo da Educação Infantil, devem ter
desenvolvidas as seguintes habilidades:

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Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
Objetivos

0 a 3 anos

- Explorar o ambiente para que possa se relacionar com pessoas,


estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com
objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse.

4 a 6 anos

- Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural,


formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo,
manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando
informações e confrontando idéias.
- Estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico
de seu grupo social e de outros grupos.
- Estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas
de vida que ali se encontra, valorizando sua importância para a
preservação das espécies e para a qualidade da vida humana.

A criança pequena estabelece relações com pessoas, plantas e


animais com a mesma intensidade, diferentemente do adulto. Para
a criança, as relações sócio-afetivas estão ligadas ao contato que ela
estabelece com o ambiente em que vive, portanto, cabe ao professor estar
oportunizando momentos de convivência entre as crianças, e delas com
o ambiente que as cerca.
Um passeio ao entorno da escola, uma observação no jardim ou em
uma horta que a escola tenha disponível, pode se transformar em uma
grande descoberta, desde que o professor trace objetivos claros para essa
atividade. Por exemplo: 1- Escolha o lugar da visita. 2- Por que estão indo
lá? 3- O que vão buscar? 4- O que querem saber sobre o que está sendo
observado?
Dessa maneira, com perguntas objetivas o professor pode elaborar
gráficos para responder aos questionamentos que fizeram coletivamente
e dessa maneira estar inserindo seu aluno num meio de observação,
criação de hipóteses, busca de respostas e o mais importante: estará
estabelecendo o vínculo verbal criança-criança e criança-mundo que é o
que o estudo da Geografia propõe.
SEBER comenta as explicações de Piaget sobre os esquemas de
ação dizendo que é por meio da linguagem e das regras dos esquemas de

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UNIDADE I
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pensamento que evoluem as trocas com o outro, proporcionando assim


o amadurecimento das idéias e finalmente o aprendizado, (1997, p.136).
Contudo, para que o ensino de Geografia se efetive é preciso ter
um comportamento ativo e não passivo. O aluno precisa ir além da sua
sala de aula, ele deve observar a paisagem e estabelecer comparações
e juntamente com o professor, chegar às respostas coerentes. Por isso,
é fundamental que o professor tenha domínio total sobre os conceitos
geográficos, para não tornar o aluno imparcial.
O professor não pode permitir que o aluno verbalize suas pesquisas
ou experiências com o espaço utilizando termos como: (mais ou menos,
quase, eu acho, etc). O aluno deve verbalizar contando aos seus colegas
o que conseguiu observar e concluir em suas pesquisas utilizando termos
convincentes e reais.
A importância desses conceitos geográficos já devem ser trabalhados
mesmo com crianças bem pequenas. A capacidade de conhecer o mundo
e de nele atuar é uma construção social que depende das relações que
o homem estabelece com o meio. Nessa relação sujeito tem um papel
ativo, mas as funções mentais desenvolvem-se na interação do sujeito em
atividade com o mundo. (CAVALCANTI, 1998, p.140)
Como podemos verificar, as ações que são propostas de 0 aos
3 anos, iniciam-se pela atividade de exploração do ambiente, e isso
compreende, tanto o ambiente social como o familiar e escolar. A criança
não pode apenas se interessar pela observação quando está na escola,
esse é um conceito que ela precisa adquirir para a vida toda. Quanto ao
relacionamento das crianças com as pessoas, com os animais domésticos
e com os diferentes tipos de plantas, sempre visando com isso despertar o
interesse e a curiosidade das crianças sobre o espaço onde ela vive.
Em seguida, o próximo objetivo citado, refere-se ás crianças de 4
aos 6 anos e parte para o estabelecimento de relações sobre os diferentes
espaços existentes, o espaço social, o natural, das relações existentes
sobre os modos de vida do seu grupo e também de outros grupos sociais,
e por fim, fala ainda sobre como a criança pode aprender a valorizar o
meio em que vive, no sentido sempre de melhorar a qualidade de vida
humana.
Quando se sugere o relacionamento da criança com as pessoas,
geralmente inicia com a família dela e logo depois se amplia para os
centros infantis, creches e escolas da Educação Infantil. Esta rede de
relações sociais da criança entre a família e as instituições de ensino que

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UNIDADE I
Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
ela está inserida, para a Geografia, é denominada de Espaço Vivido da
criança, ou seja, o meio em que ela vive.
Nidelcoff define o meio da seguinte maneira: “o meio é toda aquela
realidade, física, biológica, humana, que as rodeia, à qual se ligam de uma
maneira direta através da experiência e com a qual estão em intercâmbio
permanente...” E ela diz ainda que: “... à medida que a criança cresce,
seus relacionamentos com a realidade que a rodeia se tornam imperiosos...
o meio cada vez mais se torna amplo, se estende: meu quintal, meu bairro,
minha rua, meu lugarejo, os arredores do meu lugarejo...” (1985, p. 10)
Para se atingir os objetivos propostos para a Geografia na Educação
Infantil, é preciso que o professor saiba explorar os diferentes espaços
vividos pela criança, o meio, e a incentive a compartilhar com as outras
crianças, o que vê, o que percebe, como avalia, para que dessa maneira
ocorra a troca de conhecimentos, que Piaget fala.
Não é só o espaço em si, que é importante para a Geografia, mas
também o que há neste espaço, como são os diferentes os tipos de objetos,
do que eles são feitos e para que eles foram feitos, quais são os animais
que existem naquele espaço, como classificá-los (domésticos e selvagens;
aquáticos, terrestres e aéreos) qual é o tipo de vegetação do entorno da
casa ou da escola, entre outros aspectos existentes e que são importantes
na hora da observação do espaço.
O momento do espaço vivido na criança se inicia quando ela nasce,
e vai até aproximadamente três anos de idade, podendo ser mais cedo
para algumas crianças ou mais tarde para outras, dependendo sempre
dos estímulos que a criança recebe, seja em casa e ou fora dela. A ação
docente inicia quando começa a fala da criança, quando ela já faz pequenas
caminhadas pelas dependências da escola. É nesse momento que inicia a
relação professor-aluno-ambiente e assim o ensino da Geografia.
Conhecer e se relacionar com as diferentes pessoas que trabalham na
escola e também se possível com pequenos animais é outro dos objetivos
do ensino de Geografia nesta etapa da Educação Infantil. No passeio pela
escola é possível conhecer a equipe da cantina, por exemplo, o pessoal
da secretaria da escola e também as demais salas com alunos presentes.
Mostrar para a criança que existem outros espaços com diferentes pessoas
é um início para os fundamentos geográficos.

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UNIDADE I
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Já para o contato com pequenos animais a escola pode estar


trazendo para o conhecimento das crianças. O coelho, por exemplo, é
um animal dócil em que as crianças podem tocar e estar descrevendo
suas características. Assim como o exemplo do coelho, a escola pode
estar criando também (com as devidas licenças legais) pequenos animais
como: passarinho, tartaruga, porquinho da índia. Com isso, os alunos
podem estar estabelecendo comparações e descrevendo características
próprias de cada animal e/ou habitat.
Na impossibilidade de criação destes animais, o professor
poderia solicitar ajuda da coordenação para providenciar diferentes
tipos de animais domésticos que poderiam ser levados para escola em
determinados momentos para o cumprimento do objetivo proposto.
A partir dos 3 anos de idade, ou um pouco antes até, sempre
dependendo dos estímulos dado a criança, o desenho já pode ser utilizado
como uma forma de aprendizado da Geografia. A representação do espaço
já tem inicio nos desenhos que a criança faz, e essas representações
gráficas podem ser os primeiros mapas construídos pela criança. Quando,
ao explicar seu desenho a criança diz: “- Essa é a minha casa e esse é o
meu jardim”, ela está trazendo consigo noções geográficas como: perto,
longe, ao lado, em cima, em baixo.
O desenho faz parte do que Piaget chama de Jogo Simbólico e
o professor de Educação Infantil e séries iniciais precisa aproveitar
desse instrumento (brincar), para que seu aluno aprenda com mais
espontaneidade e prazer. Ao brincar, a criança cria possibilidades e
resolve conflitos e dá sentido á vida. Pode-se dizer que o desenho, por
exemplo, expressa a forma como a criança vive ou vê o mundo em que
vive. Enquanto brinca e desenha ela, organiza, desorganiza, constrói,
destrói e reconstrói pensamentos e modifica o mundo à sua maneira.
(MACEDO, 2004. P.11-13).
Como exemplo, apresentamos a seguir dois desenhos que foram
feitos por uma criança da qual me orgulho de ser o pai, e que foram
produzidos em diferentes fases da sua trajetória pela Educação Infantil.
Veja a seguir o primeiro desenho feito aos 3 anos de idade e
corresponde a primeira fase do desenvolvimento espacial, representando
a concepção do espaço vivido por ela.

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Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
Desenho do interior da casa feito com três anos de idade. Nele aparecem: a
porta, a janela, os interruptores de luz e também a televisão no centro. Os inter-
ruptores estão +/- na escala e na altura certa, já a televisão é bem maior do que
a porta e a janela, embora na realidade não o seja. Isto porque é a TV que lhe
desperta maior interesse. Quanto ao seu nome, ela copiou do escrito pelos pais.

A passagem do espaço vivido para o Espaço Percebido ocorre entre


os quatro e seis anos de idade, variando de criança para criança e, como
já dissemos, dependendo dos estímulos recebidos. Quando a criança
começa a estabelecer relações do seu modo de viver com o modo de viver
de grupos sociais diversos, ela começa a perceber que existem outras
pessoas e outros modos de vida diferentes à sua volta.
A seguir o segundo desenho, que foi feito dois anos depois do
primeiro e que representa o espaço percebido, contendo nele observações
feitas inclusive nos fenômenos meteorológicos esporádicos.

Desenho feito pela Vitória já com cinco anos. Sua casa está desenhada ao centro e a dos
vizinhos ao lado. O arco-íris, as nuvens e o relevo ao fundo mostram a observação da
paisagem, inclusive com o esporádico fenômeno da natureza incluído. A casa dela, está
identificada com seu nome, ela o escreveu sem copiar, e está localizada no centro, pois a
fase do egocentrismo ainda é muito forte

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Nesta idade, a sua espacialização ainda é confusa, a criança não


consegue mapear o espaço com precisão, embora já deva ser desenvolvida
pelos professores atividades com os desenhos, para que ela comece
a representar por meio da escrita, os objetos, as formas, as pessoas, a
paisagem e os outros elementos que compõem a paisagem. As noções
de distância já existem para a criança dessa idade. Noções como perto e
longe já estão sendo compreendidas.
Trabalhar com desenho no papel é fundamental para o ensino de
Geografia. É o início da representação da paisagem, da representação
espacial; que a princípio começa com um rabisco, passando para o
rascunho e com o tempo, a criança vai desenvolver a destreza das mãos e
até ser capaz de segurar e desenhar seja com lápis, caneta, pincel, giz de
cera ou outros objetos (instrumentos), e que são próprios para a escrita ou
as representações gráficas.
A colagem de bolinhas de papel, de palitos com diferentes
tamanhos, rasgadura, perfurações, alinhavos e mesmo a pintura, são
muito importantes para a representação do espaço pela criança, além de
treinar as habilidades motoras finas da criança. Todas estas atividades
propostas acima auxiliam a criança na compreensão da escala e dos
fundamentos necessários para a futura interpretação das legendas dos
mapas, necessárias para a leitura e principalmente o entendimento do
que está escrito nos mapas. Outra atividade importante nesta etapa do
ensino é a iniciação para a construção de pequenas maquetes, de papel,
papelão, caixas, etc., e que são fundamentais para o ensino da Geografia.
A passagem do espaço percebido para o Espaço Concebido tem
seu início dos quatro aos seis anos e se prolonga até a fase adulta.
Registramos aqui o significativo percentual de adultos que não sabem
se localizar espacialmente, tampouco representar o espaço por meio de
mapas. Conceber o espaço é poder representá-lo sem estar presente nele.
É quando se constroem os mapas mentais que são armazenados com as
informações sobre aquele espaço.
Pedir para que a criança observe a sua casa, quantos cômodos a
casa tem, como estão distribuídos no espaço, que objetos e móveis há em
cada cômodo, são alguns exemplos do que pode ser realizado dias antes
da atividade de desenho em si.

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UNIDADE I
Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
Para fazer a atividade, o profissional de Educação Infantil e
séries iniciais deve primeiramente estimular a criança para o desenho,
oferecendo-lhe muitas folhas de papel em branco, muitos lápis de variadas
cores e espessuras, diversos apontadores e, por fim, solicitar o desenho.
Podem e devem ser feitos muitos desenhos livres, oportunizando que
cada criança desenhe o que mais gosta. Para a Geografia são importantes
os desenhos de paisagem, a fim de que se possa avaliar qual o nível de
observação do espaço em que a criança está.
Aqui, o professor das crianças pequenas tem uma tarefa
importantíssima no auxilio da construção dos conceitos e das
representações gráficas espaciais. O professor não pode pedir que as
crianças simplesmente desenhem para matar o tempo, ele precisa estar
ali, junto, questionando os desenhos dos seus alunos, mostrando o que
falta, pedindo para completar, para observar melhor, desafiando-os assim
para estarem se aperfeiçoando cada vez mais em suas representações
gráficas. Isso requer tempo, boa vontade e domínio dos conhecimentos
geográficos por parte do professor.

1. Solicite à criança que faça em uma folha de papel, de diferentes


tamanhos conforme a idade, um desenho simples da sua casa (espaço vivido).
Em seguida o professor questiona a criança sobre o que ela desenhou e ele faz o
registro escrito conforme o que a criança disser.
Embora pareça que o desenho é uma atividade simples, ele é importante
tanto para as representações geográficas quanto para o desenvolvimento da
habilidade motora fina da criança, assim como as atividades de pintura, ocasião
em que devem ser trabalhadas as diferentes cores. Estas atividades enriquecem
a fase da representação do espaço vivido e posteriormente a interpretação as
legendas dos mapas.
Quanto maior for o número de objetos representados, melhor será o senso
de observação do espaço por parte da criança. A noção de escala já deve ter o seu
início com esse tipo de atividade, e esta noção é diferente para cada faixa etária.

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2. As crianças de Educação Infantil podem realizar o passeio pela escola


e em seguida a professora faz em sala, coletivamente, (em um papel em forma
de cartaz para que a visualização seja perfeita) o mapa conceitual do trajeto
percorrido. Inicia o mapa no ponto de partida do passeio e vai desenhando os
principais lugares por onde passaram: cantina, pátio, parque, banheiro. Quanto
mais velhas as crianças, mais rico em detalhes o mapa pode ser. A partir de 5
anos, cada criança pode confeccionar o seu próprio mapa. Aqui também pode ser
trabalhado intrinsecamente o “ponto de referência”, questão muito trabalhada
em Geografia. Ex: O banheiro fica perto da onde? A cozinha fica longe do
parque? Etc.

3. O livro do bicho. Essa é uma boa idéia para ser executada nas escolas
que tiverem a possibilidade de criar ou receber animais para observação. O
professor explora delicadamente cada “bichinho” e em seguida confecciona um
grande livro com as características de cada bichinho observado para ficar na
sala. Utilizando uma página para cada bicho a criança desenha o bicho e depois
vai registrando em tópicos: Como é seu corpo; do que ele é coberto; do que ele
se alimenta; como se locomove; aonde gosta de ficar; enfim, tudo que pode ser
observado no bicho. O professor pode ainda colar algo com textura diferente
para representar o corpo do bicho. (algodão, pena, lã, couro). A partir de 5 anos,
cada criança poderá confeccionar o seu livro. Apesar de enfatizar mais a questão
de ser vivo, que um ramo da Biologia, o Livro do bicho trabalha com a observação
e as características de habitat, que são propostas do ensino da Geografia.

4. Maquete. A primeira maquete que um professor pode confeccionar com


seus alunos na Educação Infantil é a da sala de aula. Pode-se utilizar a parte
externa de uma caixa de fósforos, para representar as mesas e a parte interna
para representar as cadeiras. Também deve se utilizar caixinhas de diferentes
tamanhos para poder representar os demais objetos existentes dentro de uma
sala de aula.
Para crianças de 0 a 2 anos as sugestões são de exploração do meio em
que a criança vive. Pegar, andar, por tirar do lugar, mexer. Tudo isso é conquista
do espaço.

5. Mapa do Eu: Nesta atividade o aluno deverá fazer o contorno do seu


corpo em uma folha de papel cartucho. São cortados dois pedaços do mesmo
comprimento e depois colados um ao outro, lembrando de deixar espaço para
escrever a legenda. A atividade é realizada em dupla. Um fica em pé para riscar
o contorno do outro que deve deitar. Depois as posições se invertem. Todos os
alunos deverão ter o seu mapa, pois é fundamental aprender as noções de mapear
e depois registrar as informações. Após ser riscado o contorno do corpo, pede-se
que o aluno complete o desenho, colocando os membros (mãos e pés), o rosto,
o cabelo, as roupas, os adereços como botões, cadarços, enfeites na cabeça (fita,

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UNIDADE I
Licenciatura em Pedagogia - Educação infantil: aspectos históricos, políticos e legais
boné). Terminado o desenho, deve-se escrever (o professor ou o aluno) na parte
superior do papel - Mapa do... (colocar o nome do aluno). Na lateral de uma das
folhas, será feita uma pequena legenda com os significados e significantes do
desenho. Orienta-se também que, na extremidade inferior da folha, seja escrito
o nome de quem fez o mapa, como se fosse o autor. pois esta - a fonte – é um
elemento importante.

O livro de ALMEIDA, Rosângela Doin de, O espaço geográfico: ensino


e representação. São Paulo: Contexto, 1989. Coleção Repensando o ensino,
apresenta uma pesquisa e atividades interessantes para entendermos como as
crianças constroem as relações espaciais nas séries iniciais.

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UNIDADE I
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Universidade Aberta do Brasil

UNIDADE I
UNIDADE II
O ESPAÇO GEOGRÁFICO
NAS SÉRIES INICIAIS

Mario Cezar Lopes


Rita de Cássia Soares Lopes

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Refletir sobre como as noções de espaço são construídas no processo
de formação docente.
Analisar o desenvolvimento das relações topológicas, projetivas e
euclidianas.
Acompanhar o papel do aluno na organização espacial nas séries
iniciais.
Desenvolver nos sujeitos uma compreensão ampliada das noções de
espaço e sua representação gráfica.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 – A construção da noção de espaço
SEÇÃO 2 – Localização espacial
SEÇÃO 3 – Organização do espaço
SEÇÃO 4 – A representação do espaço
Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Prezado Estudante

Dedicamos este espaço para refletir com você, que busca ampliar
sua formação docente, questões que consideramos fundamentais no seu
processo de formação do ensino de Geografia, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
Mas, por falar em espaço... Como anda sua relação com as pessoas
com quem você convive? Você consegue lembrar quem são elas? Como
são? Que rostos têm? A que contextos pertencem?
É isso mesmo, sua intuição está correta. Estamos falando de
leitura de mundo. E então? Que cenas geográficas marcaram sua vida
e vêm marcando seu cotidiano? Indústrias? Planícies? Prédios? Jardins?
Árvores? Ruas movimentadas? Automóveis em alta velocidade?
Você consegue reencontrar em sua memória o momento em que
compreendeu a importância da natureza na vida do homem? Consegue
identificar em que aula aprendeu a analisar criticamente a ação do
homem na transformação e na atual configuração desses espaços?
Estruturar, organizar, entender e aprofundar alguns aspectos nessa
perspectiva é o que pretendemos com esta unidade. O importante é
estarmos atentos e buscarmos juntos fundamentação consistente para a
construção de práticas ricas e significativas dentro do ensino da Geografia.

Bom trabalho!

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
SEÇÃO 1
A construção da noção de espaço

Antes de entrarmos nas questões mais diretamente relacionadas


às construções de conceitos geográficos, é fundamental compreendermos
afinal o que é espaço.
Refletir sobre como são construídas essas noções sem dúvida se
faz pertinente em todo processo de formação docente. Neste sentido,
observamos uma época demarcada por muitas mudanças e transformações,
e nos perguntamos: e a escola hoje? Está instrumentalizando seus alunos
para que estabeleçam todas as relações necessárias na construção
espacial? Ao adentrarmos nesta temática, certamente nos ocorrem outras
indagações: que conexões são necessárias para que o sujeito realmente
se aproprie desses conceitos, considerados tão importantes em todas as
áreas do conhecimento?
Para tanto, acreditamos que a escola deve proporcionar aos
alunos uma nova leitura sobre a construção do espaço, levando-os a uma
compreensão mais efetiva, ou seja, que estes sujeitos tornem-se capazes
de perceber a construção espacial sob diversos aspectos: psicológico,
sociológico, etnológico, histórico e geográfico. Infelizmente há muita coisa
a lamentarmos sobre os resquícios, cultivados ainda hoje por muitos, na
forma como a escola trabalhou e organizou no passado esses conteúdos, os
quais eram assimilados à custa de exercícios de memorização, repetição e
acúmulo de informações.
Entendemos que possibilitar ao sujeito que ele identifique qual
sua posição nas relações entre a sociedade e o espaço é fundamental,
bem como perceber quais as consequências que suas ações trazem para
si e para toda a sociedade.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

SITUANDO MELHOR A QUESTÃO DE


REPRESENTAÇÃO ESPACIAL

Como deve ser trabalhado então o conceito de espaço na escola?


Para que a criança desenvolva sua capacidade de apreensão da
realidade do ponto de vista da espacialidade, a escola precisa oferecer
várias oportunidades para que ela possa operar com essas relações.
Alguns domínios e procedimentos são básicos e estão intimamente
relacionados ao entendimento e à compreensão da representação espacial.
Assim, operar com estas relações significa proporcionar atividades à
criança, para que ela se localize, se oriente e se expresse graficamente.
Por exemplo:

• Andando, engatinhando e arrastando-se entre carteiras dispostas


em variadas posições ou entre outros objetos, o aluno irá explorar
e ocupar o espaço com os movimentos de seu próprio corpo. As
noções de espaço aqui estarão relacionadas às diversas ações
realizadas (andar em linha reta, andar em círculo, rastejar para
frente e para trás, engatinhar um após o outro, respeitando o
ritmo e o movimento).

• Participando de atividades como: pular amarelinha, andar


dentro do caracol, brincar de Coelhinho sai da toca, a criança
estará apreendendo noções espaciais de dentro, fora, vizinhança
e continuidade.

• Enfiar contas, sementes, botões, tampinhas furadas em linhas ou


barbantes, simulando construção de colares, ábacos ou enfeites,
também possibilitará à criança o domínio de ordem sequencial,
relacionando tamanho, cores e formas.

• Perfazer caminhos dentro da escola e nas proximidades e, em


seguida, registrar tais trajetos, leva a criança a recordar uma
ação já realizada, bem como representar o passeio por meio de
desenho.

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE ESPAÇO

As primeiras noções de espaço que a criança constrói dizem


respeito às ideias de dentro, fora, em cima, embaixo, cuja aquisição se
dá através dos sentidos. Nesta fase, espaço e ação são indissociáveis, ou
seja, o comportamento da criança vai organizando e estruturando suas
percepções de mundo.
Por volta dos dois anos de idade, a criança passa a substituir uma
ação ou objeto por um símbolo, podendo ser uma palavra ou uma imagem.
Já consegue relatar suas ações e até registrá-las por meio de desenhos. É
nessa fase que se inicia a construção do espaço representativo.
Essas representações ocorrem de forma intuitiva, também conhecida
como espaço intuitivo. A criança consegue ordenar diretamente, porém
não consegue representar a mesma ordem inversamente. Ela não é capaz
de perceber relações de reciprocidade.
Mais tarde, surge a fase do espaço operatório. Aqui a criança já
consegue realizar inversões e, após ordenar algum objeto, é capaz de
identificar relações de reciprocidade e até coordenar pontos de vista
diferentes.
É preciso compreender que o espaço da ação se constrói em contato
direto com o objeto. Essa construção é bem mais rápida no representativo,
pois o espaço é construído na ausência de objetos.
Dominar as peculiaridades dessas etapas certamente ajudará o
professor a entender melhor seus alunos, compreendendo que algumas
dificuldades apresentadas durante a apropriação de certos conhecimentos
representam falhas no domínio completo de determinada fase em relação
à noção de espaço.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

COMPREENDENDO MELHOR ESSAS ETAPAS

Onde estou?

• Utilizando um desenho de círculos no chão, solicitar que as


crianças escolham lugar para se colocar. Em seguida, questionar
onde elas estão (dentro ou fora). Por meio das respostas e de suas
reações, pode-se perceber o nível de compreensão das relações
espaciais que elas demonstram.
• Aproveitando os mesmos círculos, pedir que as crianças
permaneçam dentro deles. Na sequência, que se posicionem
fora dos círculos. Nesta ação a criança utilizará o próprio corpo
para estabelecer a relação dentro e fora.
• Servindo-se ainda dos círculos, mas agora desenhando um
sobreposto ao outro, questionar como a criança fará para se
colocar dentro dos dois círculos ao mesmo tempo. Esta é uma
relação de interseção.

Girando

Sem sair do seu lugar, cada criança deverá girar ora para direita,
ora para a esquerda. Esta ação permite construir noções de lateralidade.

Bandeirinhas

Pedir às crianças que organizem bandeiras de sete cores diferentes


em uma linha, colocando uma cor após outra. Em seguida misturar as
bandeirinhas e orientar para que reiniciem o processo, obedecendo à
mesma ordem antes estabelecida. Com esta ação a criança passa a operar
com a noção espacial de ordenação.

Espaço ocupado

Pedir aos alunos que deitem no chão e que outros tracem o contorno
de seus corpos. Solicitar aos que estavam deitados que se levantem e
identifiquem o desenho como representação do seu corpo.

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
Ao observarmos esses exemplos, percebemos que as noções de
construção de espaço requerem uma longa preparação. O importante a
considerar é que esse trabalho é socialmente construído, ou seja, é na
interlocução e nas interações entre os sujeitos que os aprendizados vão se
constituindo. É imprescindível levar em conta a importância da qualidade
dessas relações, pois talvez aí esteja um dos maiores segredos para se
fazer uma nova forma de “ler o mundo” ou ensinar Geografia.

1. Amplie as sugestões anteriores ou crie uma proposta que contemple os


elementos essenciais de aprendizagem quanto às noções de espaço.

2. Descreva as dificuldades quanto às suas noções e conceituação espacial.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

SEÇÃO 2
LOCALIZAÇÃO ESPACIAL

É muito importante a escola perceber as necessidades da criança


em cada etapa de desenvolvimento, bem como garantir atividades lúdicas
e as mais concretas possíveis, criando assim possibilidades para que as
crianças possam ampliar e aprofundar as noções de espacialidade.
Neste sentido, é de fundamental importância o desenvolvimento
das relações topológicas, consideradas noções básicas que se
caracterizam por relações de ordem, sucessão, proximidade, separação,
contorno, densidade, continuidade, envolvimento ou fechamento. Estas
relações acontecem no período reconhecido como sensório-motor e pré-
operacional, sendo a principal referência da criança nessa fase o seu
próprio corpo. Ela orienta-se pela sua percepção imediata e ainda não
compreende a noção de representar. As relações topológicas serão mais
bem desenvolvidas se trabalhadas de forma lúdica, por meio de jogos e
recreação.
Por volta dos sete a oito anos de idade, iniciam-se as relações
projetivas, as quais envolvem noções de esquerda, direita, embaixo, em
cima, frente, atrás, perto e longe.
Nesta fase a criança passa a projetar os objetos a partir do ponto
de vista do observador ou em relação a outros objetos, conforme nos
apresenta Callai.

Em uma sala de aula uma criança de 5 anos, ao


ser interrogada sobre a localização do quadro
negro, dirá que ele está perto (próximo) da mesa
da professora e longe (distante) da sua mesa.
Isto indica que ela está fazendo uma relação
que se situa ainda no nível topológico. Já uma
criança de 7 – 8 anos, capaz de estabelecer
relações projetivas, interrogada sobre a mesma
questão, dirá que o quadro se encontra atrás da
mesa da professora e na frente de sua carteira
(classe). (...) quando uma criança percebe que

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
um determinado objeto se encontra à sua direita,
mas é incapaz de perceber que esse objeto está à
esquerda de outra pessoa, isso indica que ela está
ainda muito presa em seu egocentrismo. Quando
ela for capaz de realizar essa percepção, entre
os 7 e 11 anos aproximadamente (período das
operações concretas), podemos dizer que houve
um acentuado declínio em seu egocentrismo, ou
seja, já consegue considerar o ponto de vista do
outro. (CALLAI, 2002, p. 27-28).

Ao considerar um sistema fixo como referência para localizar


alguma coisa ou pessoas, a criança está utilizando medidas de distância,
está aplicando as relações euclidianas, estágio que em geral é atingida
pelas crianças entre nove e onze anos de idade.

1. Pesquise sobre a brincadeira Toca do coelho e descreva que tipos de


relações as crianças estabelecem nesse jogo.

2. Na brincadeira Caça ao Tesouro, estabeleça os tipos de relações que


são operadas pelas crianças quando seguem as pistas de um trajeto previamente
determinado.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

SEÇÃO 3
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

Situar o aluno como sujeito ativo no espaço, sem dúvida, é uma


das mais importantes tarefas do ensino de Geografia. Assim, nas séries
iniciais, é preciso considerar que a criança já traz consigo certas noções de
espaço, as quais devem ser aproveitadas nesse processo de construção de
conhecimento, pois, segundo Callai (1998), “a construção desse conceito
de espaço tem início com a vida, supõe sair de si próprio para perceber o
que existe além”. Cabe então à Geografia, levar em consideração toda a
vivência do aluno, fazendo-o exercitar de forma consciente essas relações.
Conforme aponta Antunes:

Vivemos em várias organizações espaciais: nossa


casa, nosso bairro, a cidade, a escola e tantas
outras. Elas fazem parte de nosso cotidiano.
A idéia de organização está associada à de
arrumação, engrenagem, estrutura, totalidade.
Organizar significa dispor, de uma determinada
maneira, um elemento ou partes de um todo.
Organizamos espacialmente nossa casa, nosso
quarto, nossos objetos, enfim, coisas do nosso
domínio pessoal. Percebemos a organização
espacial de uma sala de aula, de uma escola, de
uma indústria, de uma cidade.
Analisar a organização do espaço produzido pelo
homem em sociedade é identificar as relações
sociais que estruturaram e estruturam este espaço.
Em outras palavras, a ocupação ou divisão do
espaço está relacionada com a própria divisão da
sociedade em grupos sociais, de características
diferentes, mas inter-relacionados. (ANTUNES,
1999, p. 61).

Podemos dizer então que uma criança deve aprender a observar


e analisar a organização espacial, de forma simples e bem relacionada
com o seu cotidiano, começando pela sala de aula, escola, rua, bairro,
etc. Percebendo essas relações, mais tarde, ela terá subsídios necessários
para entender a globalização mundial.

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
O ESPAÇO DA ESCOLA

A escola é o espaço em que a criança está inserida e deve ser uma


das primeiras referências a ser compreendida no que diz respeito ao que
representa na vida de cada aluno. Como já vimos anteriormente, as noções
geográficas vão sendo construídas por meio de diferentes práticas.
Assim, a escola apresenta várias configurações de espaço, os quais
são muito oportunos para o desenvolvimento e percepção dessas noções.
A sala de aula, por exemplo, possibilita algumas reflexões, que
levam os alunos a observarem como é a organização e a ocupação desse
espaço no dia a dia: de que forma pode ser mais bem aproveitado, como
pode ser transformado de maneira mais agradável e acessível a todos.
Ao realizar essas análises, a criança vai percebendo que dentro da
escola, existem não só as divisões, enquanto espaço físico, mas também
aquelas relacionadas às divisões sociais de trabalho. Exemplo: sala de
aula, espaço da secretaria, sala de direção, biblioteca e outros.
Ao mesmo tempo em que a criança vai percebendo as diferentes
disposições desses ambientes, vai descobrindo a sua utilidade e sua
finalidade. Podemos dizer que esses domínios ajudam o aluno a
compreender a importância do espaço nas relações sociais das quais ele
faz parte.

Veja dois exemplos de pistas que podem ser adaptadas e aplicadas pelo
professor na escola:

a) Saindo da sala de aula, caminhe até a porta da cantina, passe


entre as duas cadeiras. Continue e contorne o tijolo que está perto
do portão; passe ao lado da janela e dentro do pneu de cor amarela,
seguindo até a porta da biblioteca.

b) Saindo da cantina caminhe para a frente até o bebedouro; vire


para a direita, em direção à porta da biblioteca; siga para a esquerda
pelo corredor até a sala do 2º ano e pegue a caixinha vermelha que
está atrás do armário.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

SEÇÃO 4
A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO

Infelizmente, o ensino da Geografia nem sempre tem sido tratado


numa perspectiva que leve a desenvolver nos sujeitos uma compreensão
ampliada das noções de espaço socialmente construído pelo trabalho dos
homens e pelas formas de vida existentes.
A superação dessa lógica constitui o desenvolvimento de noções,
as quais são fundamentais para a construção de idéias e imagens,
relacionadas ao desenvolvimento de tais possibilidades.
Nesse aspecto e como em vários campos do conhecimento, não basta
trabalhar um ensino baseado única e exclusivamente na demonstração e
na repetição. Faz-se necessário permitir, incentivar, mas, principalmente,
propiciar condições para que o aluno construa e estabeleça relações com
a realidade na qual está inserido.
Para trabalhar o conceito de representação espacial, é necessário
desenvolver no aluno formas de abstração da realidade concreta, levando-o
primeiro a expressá-la mentalmente e, em seguida, graficamente. A
representação da realidade vai ocorrendo aos poucos, ou seja, passa
por diversos níveis de abstração e todas as atividades a ela relacionadas
devem ser oportunizadas aos alunos, no sentido de levá-los a retratar de
forma eficaz o espaço vivido.
Na escola são utilizados variados recursos para que o aluno
estabeleça essas relações e consiga representar a realidade. Por exemplo,
uma atividade interessante nessa etapa seria levar o aluno a transpor
para uma folha de papel algumas imagens, simbolizando objetos, idéias e
fatos conhecidos. Sabemos que o mapa é o recurso mais comum utilizado,
para representar a realidade em sala de aula, todavia é imprescindível
que antes a criança tenha passado por diversas experiências e tentativas
de representação dessas realidades.

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Algumas considerações conceituais
SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM AS CRIANÇAS

• Ler ou contar fatos e histórias para os alunos. Em seguida,


solicitar que os reproduzam por meio de desenhos e oralmente.
• Se caso não ficarem claras as representações, sugerir que
se criem legendas para orientar os possíveis leitores desses
desenhos.
• Levar as crianças ao pátio da escola para que observem a
posição do Sol em determinados horários. Por meio de desenho
representar essa realidade. Criar símbolos que facilitem o
registro da atividade.
• Após várias atividades, observação e interação com as disposições
das carteiras da sala, solicitar aos alunos que registrem esse
espaço num mapa.
• A atividade anterior poderá ser variada, conforme as
necessidades apresentadas pelos alunos e as noções trabalhadas
pelo professor em sala.

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UNIDADE II
Universidade Aberta do Brasil

Faça um bom exercício de representação desenhando um trajeto entre dois


pontos como, por exemplo, sua casa e uma igreja. Procure detalhar o mapa com
base nas informações guardadas na memória, mas não esqueça que elas serão
úteis para o outro se localizar, portanto a simplicidade e a clareza são muito
importantes.

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UNIDADE II
Licenciatura em Pedagogia - Organização dos tempos e espaços
• As primeiras relações estabelecidas pela criança são as
topológicas.
• As relações projetivas vão depender do ponto de vista de quem
observa, pois geralmente usa-se o próprio corpo como ponto de
referência.
• As relações euclidianas necessitam de um sistema fixo de
referência, além de noções de medida.
• A escola deve proporcionar aos alunos uma nova leitura sobre a
construção do espaço.
• A escola deve possibilitar ao sujeito que ele identifique qual sua
posição nas relações entre a sociedade e o espaço.
• O espaço da ação se constrói em contato direto com o objeto
em basicamente três fases, que se iniciam com a construção
do espaço representativo, passando pela construção do espaço
intuitivo e, mais tarde, entrando na fase do espaço operatório.
• Deve-se proporcionar às crianças momentos de diferentes
relações espaciais, respeitando o desenvolvimento e grau
de maturidade de aprendizagem das relações topológicas,
projetivas e euclidianas.

O Livro de Aracy Antunes apresenta varias sugestões de atividades a


serem realizadas na escola.

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UNIDADE III
Universidade Aberta do Brasil

PALAVRAS FINAIS

Gostaríamos de finalizar, ressaltando a importância dos conteúdos


apresentados neste livro, os quais consideramos ser a base do conhecimento
geográfico. Entendemos que alguns conceitos são imprescindíveis que
sejam trabalhados nos anos iniciais. As noções espaciais, certamente, são
conteúdos que consideramos fundamentais e necessários para orientação
espacial de todas as pessoas. Nesse sentido, acreditamos ter cumprido
com a intenção deste material, pois apontamos alguns caminhos possíveis
para quem trabalha com esses conhecimentos.

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PALAVRAS FINAIS
Licenciatura em Pedagogia - Ludicidade, Corporeidade e Arte
REFERÊNCIAS

NTUNES, Aracy do R.; MENANDRO, Heloisa F.; PAGANELLI, Tomoko I.


Estudos Sociais: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: ACCESS, 1999.

BECKER, Fernando. A Epistemologia do professor: O cotidiano na Escola. 5º


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BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
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CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos


iniciais do Ensino Fundamental. Caderno Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p.
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_______. Área de estudos sociais - metodologia. Ijuí: UNIJUÍ, 1986.

_______. O ensino em Estudos Sociais. 2.ed. revisada. Ijuí: UNIJUÍ, 2002.

CALLAI, Helena C.; ZARTH, Paulo A. Os conceitos de espaço e tempo na


pesquisa em educação. Ijuí: UNIJUÍ, 1999.

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos; GOULARTE, Ligia Beatriz; KAERCHER,


Nestor André; SCHAFFER, Neiva Otero. Um globo em suas mãos: práticas para
a sala de aula. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2003.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia – práticas e


textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000.

CAVALCANTI, Lana de S. Geografia, Escola e Construção de Conhecimento.


Campinas, SP: Papirus, 1998.

CUNHA, N. H. da S. Brinquedos, desafio e descoberta: subsídios para a


utilização e confecção de brinquedos. FAE - MEC: Brasília, 1988.

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. São Paulo. Atlas,


1992

DUVAL, Juan. La representación infantil del mundo social. In: El mundo social
en la mente infantil, compilação de TURIEL, Elliot e outros. Madrid: Alianza
Editorial, 1989.

41
REFERÊNCIAS
Universidade Aberta do Brasil

MACEDO, Lino de. Faz de conta, a importância. Revista Pátio Educação Infantil.
Ano1, n°3, Dez2003/2004.

NIDELCOFF, Maria Teresa. A escola e a compreensão da realidade. São Paulo,


Brasiliense, 1985, p. 10.

PASSINI, Elza et al. Espaço Geográfico: Ensino e Representação. São Paulo:


Contexto, 2205.

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.


Conhecimento do mundo, Brasília: MEC/SEF.1998. vol.3.

SEBER, Gloria Maria da. Piaget o diálogo com a criança e o desenvolvimento


do raciocínio. São Paulo, scipione, 1997, p. 136.

ZAMBONI, Ernesta. As noções de espaço-tempo em crianças. CEDES, Cortez,


n. 10, 1984, p. 63-71.

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REFERÊNCIAS
Licenciatura em Pedagogia - Ludicidade, Corporeidade e Arte
NOTAS SOBRE AS AUTORAS

Katia Gisele Costa


Licenciada em Pedagogia pela UEPG, Especialista em Psicologia da
Educação pela UEPG. Professora da Educação Básica na rede particular
de ensino.

Paulo Rogério Moro


Licenciado em Geografia pela UEPG, Especialista em Geografia
Humana pela UEPG e Mestre em Educação pela UEPG. Professor
Assistente IV do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da
UEPG.

Mario Cezar Lopes


Bacharel e licenciado em Geografia. Mestre em Educação pela
UEPG. Atua como professor efetivo de Estágio Curricular Supervisionado
em Geografia na UEPG desde 2007, lotado no Departamento de Métodos
e Técnicas de Ensino. Desenvolve atividades de orientação no PDE/
SEED/SETI – PR e coordena o Projeto RONDON pela UEPG. Membro
fundador do GUPE (Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas).
Desenvolve estudos na área de formação de professores, ensino de
Geografia, Cartografia e Maquetes. Atualmente sou Coordenador
do Curso de Licenciatura em Geografia na modalidade a Distância
Universidade Aberta do Brasil.

Rita de Cássia Soares Lopes


Licenciada em Pedagogia e Letras pela UEPG. Especialista em
Alfabetização. Atua como Coordenadora Pedagógica de Educação Infantil
e Anos Iniciais NRE de Ponta Grossa - SEED/PR.

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AUTORES

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