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Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
COORDENAÇÃO DE INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE
PARA PROFESSORES DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO

MÓDULO I CONTEXTUAL
ENSINO, PESQUISA E
PROJETO DE INTERVENÇÃO

Organizadores
Profª Drª Mitzy T. R. Danski
Profª Drª Mariluci Alves Maftum

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Dilma Rousseff

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
José Henrique Paim

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL


João Carlos Teatini
Diretor

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Reitor
Zaki Akel Sobrinho

Vice-Reitor
Rogério Andrade Mulinari

Pró-Reitora de Graduação - PROGRAD


Maria Amélia Sabbag Zainko

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação - PRPPG


Edilson Sergio Silveira

Pró-Reitora de Extensão e Cultura - PROEC


Deise Cristina de Lima Picanço

Pró-Reitora de Gestão de Pessoas - PROGEPE


Adriano do Rosário Ribeiro

Pró-Reitor de Administração - PRA


Álvaro Pereira de Souza

Pró-Reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças – PROPLAN


Lucia Regina Assumpção Montanhini

Pró-Reitora de Assuntos Estudantis - PRAE


Rita de Cássia Lopes

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SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Claudete Reggiani
Diretora

Maria Marta Nolasco Chaves


Chefe do Departamento de Enfermagem - DENFER

Jorge Vinícius Cestari Felix


Coordenador do Curso de Especialização em Saúde
para Professores do Ensino Fundamental e Médio

Mitzy T. R. Danski
Coordenadora de Tutoria do Curso de Especialização em Saúde
para Professores do Ensino Fundamental e Médio

Coordenação de Integração de Políticas de


Educação a Distância - CIPEAD

Marineli Joaquim Meier


Coordenadora EaD – UFPR

Sandramara Scandelari Kusano de Paula Soares


Coordenadora UAB

Melissa Milleo Reichen


Coordenadora de Recursos Tecnológicos

Nathália Savione Machado


Coordenadora Pedagógica

Produção de Material Didático


CIPEAD

________________________________________________________________
Secretaria da CIPEAD Coordenação do DENFER
Fone: (41) 3310-2737 Fone:(41) 3253-5043
e-mail: cipead@ufpr.br e-mail:espsaude@ufpr.br

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Prezados Participantes

Estamos iniciando uma nova etapa na Universidade Federal do Paraná


(UFPR) com este Curso de Especialização em Saúde na modalidade de Educação a
Distância (EaD).

Essa modalidade educativa irá assegurar-lhes as mesmas condições de


qualidade da educação já oferecida pelos cursos da UFPR. No entanto,
consideramos importante ressaltar que, na EaD, o estudante assume papel
fundamental no processo de apropriação e domínio do conhecimento, nos estudos à
distância, para os quais poderão contar com o acompanhamento e orientação do
tutor.

A UFPR, juntamente com as entidades que celebraram este convênio,


propiciarão todas as condições necessárias ao desenvolvimento do Curso e seu
aproveitamento. Mas, não se esqueçam que o planejamento e a organização dos
estudos serão práticas decisivas para o sucesso de seu aprendizado.

Sejam bem vindos à UFPR e ao Curso de Especialização em Saúde para


Professores do Ensino Fundamental e Médio.

Prof. Dr. Jorge Vinícius Cestari Felix


Coordenador do Curso de Especialização

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO I - CONTEXTUAL ENSINO, PESQUISA E


PROJETO DE INTERVENÇÃO ................................................................ 10
1 CONCEITO E METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .............. 13
1.1 A ORGANIZAÇÃO DO CURSO ............................................................ 17
1.2 FUNDAMENTOS DA EaD .................................................................... 33
1.3 TUTOR E AÇÃO TUTORIAL ................................................................. 57
1.4 POLÍTICAS DE EaD NO BRASIL .......................................................... 67
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 70
2 O PROCESSO DE PESQUISAR E O PROJETO DE INTERVENÇÃO .......... 73
2.1 O PROCESSO DE PESQUISAR E O PROJETO DE INTERVENÇÃO ............... 77
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 119

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO I – CONTEXTUAL

ENSINO, PESQUISA E PROJETO DE INTERVENÇÃO

O Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná, em


parceria com a Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância -
CIPEAD, dá início a este Curso de Especialização em Saúde para Professores. O
Módulo I vem colocar em prática uma política de capacitação de professores do
ensino fundamental e médio em conteúdos da área da saúde que estimulem e
promovam os princípios do Sistema Único de Saúde – SUS. Além disso, o Curso se
constitui em uma estratégia para a efetiva aproximação entre o ensino de
graduação e o ensino fundamental e médio.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/96, de 20 de


dezembro de 1996, prevê a Educação a Distância como uma forma de oferta e/ou
de acesso a quaisquer níveis e modalidades educacionais. As Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental (Parecer nº 4/98) pressupõem e indicam a
importância da qualificação docente para a construção de conhecimentos de
relevância social para a comunidade escolar e social. Você poderá conhecer, na
integra, o Parecer supracitado em consulta ao endereço www.cipead.ufpr.br.

Em concordância com esses pressupostos, o Módulo I contempla


intencionalmente conteúdos relativos à Educação a Distância (EaD), pesquisa e
fundamentos da elaboração de um projeto de intervenção, como um conjunto de
estratégias para viabilizar e fortalecer a formação docente em Saúde.

Na Unidade 1 deste Módulo são apresentados conceitos e metodologias da


EaD como eixo transversal deste Curso de Especialização. Também busca
proporcionar desafios, para tornar possível a aproximação do docente da educação
básica às necessidades sociais e de saúde das pessoas. Na Unidade 2, serão
tratados conteúdos referentes à metodologia da pesquisa, os quais fornecerão base
teórica para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.

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Nesse percurso, será imperativo que o especializando busque superar


barreiras conceituais quanto ao processo ensino-aprendizagem e mergulhe com
vontade nesta proposta, que reúne momentos a distância e presenciais. Esses
momentos à distância serão mediados por uma comunicação dialógica específica,
que ocorre com a utilização de tecnologias de informação e comunicação peculiares.
Nessa mediação, é fundamental a interatividade professor-estudante-tutor a
distância e estudante-tutor presencial. Nos momentos presenciais, que estão
previstos na organização deste curso, os especializandos poderão compartilhar
espaços previamente determinados com professores especialistas, tutores a
distância e tutores presenciais.

Lembre-se! Você, estudante, é o centro do processo ensino-aprendizagem.


Logo, o acesso frequente ao ambiente virtual, a participação ativa nos fóruns
eletrônicos, o planejamento do tempo para estudo e a realização das atividades
com entrega nos prazos solicitados, garantem o sucesso desta proposta inovadora.

“QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER”.


(“Pra não dizer que não falei das flores” - Geraldo Vandré)

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UNIDADE

Conceito e
Metodologia de
Educação a Distância

Autores

Profª Drª Mitzy T. R. Danski


Profª Drª Mariluci Alves Maftum

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


SISTEMA DE BIBLIOTECAS - BIBLIOTECA CENTRAL
COORDENAÇÃO DE PROCESSOS TÉCNICOS

Danski, Mitzy Tannia Reichembach


Conceito e metodologia de educação à distância / Autores Profª Drª
Mitzy T.R. Danski, Profª Drª Mariluci Alves Maftum. – Curitiba : UFPR /
CIPEAD, 2012.
[54]p. : il. algumas color.

ISBN 9788573352559
Inclui referências
Especialização em saúde: para professores do ensino fundamental e
médio. Módulo I: contextual : ensino, pesquisa e projeto de intervenção.
Unidade 1.

1. Ensino à distância. 2. Saúde – Estudo e ensino. I. Maftum, Mariluci


Alves. II. Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação.
Coordenação de Integração de Políticas de Educação à Distância.
III. Título.

CDD 371.35

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SUMÁRIO

1 CONCEITO E METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


1.1 A ORGANIZAÇÃO DO CURSO ....................................................... 17
1.1.1 Identificação do curso .............................................................. 17
1.1.2 Objetivos ............................................................................... 17
1.1.3 Clientela ................................................................................ 17
1.1.4 Natureza do curso ................................................................... 18
1.1.5 Unidades ofertantes ................................................................ 18
1.1.6 Carga horária ......................................................................... 21
1.1.7 Duração em meses .................................................................. 22
1.1.8 Etapas – descrição dos módulos ................................................ 22
1.1.9 Sistema de apoio ao ensino-aprendizagem ................................. 25
1.1.10 Polos avançados .................................................................... 31
1.2 FUNDAMENTOS DA EAD .............................................................. 33
1.2.1 Contextualizando a EaD............................................................ 33
1.2.2 Breve histórico da EaD no mundo e no Brasil ............................. 37
1.2.3 Conceitos de EaD .................................................................... 47
1.2.4 Singularidades do estudante da EaD .......................................... 53
1.3 TUTOR E AÇÃO TUTORIAL ........................................................... 57
1.3.1 Modalidades de tutoria ............................................................. 62
1.4 POLÍTICA DE EAD NO BRASIL ...................................................... 67
1.5 POLÍTICAS DE EAD NA UFPR ....................................................... 68
REFERÊNCIAS ............................................................................... 70

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1 CONCEITO E METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1.1 A ORGANIZAÇÃO DO CURSO

Todo início de relacionamento exige uma apresentação e, como iremos


interagir durante certo período de tempo, convidamos você a conhecer com
detalhes o percurso a ser trilhado neste Curso de Especialização. Então, venha
caminhar conosco!

1.1.1 Identificação do Curso

Neste Curso de Especialização em Saúde para Professores do Ensino


Fundamental e Médio, pretende-se fornecer subsídios para se trabalharem algumas
questões relativas à saúde no âmbito da promoção e prevenção da saúde, dentro
do conteúdo programático desses dois níveis de ensino.

1.1.2 Objetivos

Desenvolver formação teórico-prática com base filosófica, científica, técnica


e política relacionadas à saúde, para adoção de uma prática docente crítica e
reflexiva no que se refere à situação da saúde da população brasileira.

Provocar a reflexão de especializandos e docentes sobre a responsabilidade


de transformar o contexto social em que atuam, com vistas à formação de
multiplicadores dos conhecimentos adquiridos.

1.1.3 Clientela

O Curso tem como público alvo professores com formação superior, aprovados
o processo seletivo para atuarem nas escolas das redes municipais e rede estadual
do Paraná, e atende aos requisitos exigidos pela Universidade Federal do Paraná,
vinculada ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

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1.1.4 Natureza do Curso

O Curso de Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental


e Médio, na modalidade da EaD, visa oferecer gratuitamente aos professores da
rede de ensino do Estado do Paraná um curso de qualidade com a conveniência do
estudo a distância, desenvolvido numa perspectiva centrada no especializando.

Este curso faz parte do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) que foi
criado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2005, no âmbito do Fórum das
Estatais pela Educação. A UAB é um sistema nacional de educação superior a
distância, que visa sistematizar ações, projetos e atividades definidas por políticas
públicas voltadas à ampliação e interiorização da oferta do ensino de graduação e
pós-graduação lato sensu.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil é baseado em parcerias e consórcios


públicos nos três níveis governamentais (federal, estadual e municipal), com
participação das universidades públicas e demais organizações interessadas.

atividade 1 Acesse o site oficial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, no


endereço: http://uab.capes.gov.br.
Clique no link “Sobre a UAB”, e obtenha informações sobre "o
que é", "como funciona", "histórico", "legislação", etc. Faça uma
síntese e guarde para ser usada em atividade a ser proposta na
sequência do estudo.

1.1.5 Unidades ofertantes

O DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

O Departamento de Enfermagem (DENFER) está localizado no Setor de


Ciências da Saúde (SCS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e é responsável
pelas disciplinas profissionalizantes do Curso de Graduação em Enfermagem. O
DENFER foi criado em 27 de maio de 1974 e reconhecido em 06 de novembro de
1979. Desenvolve suas atividades de forma criativa e inovadora, atendendo o

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 18


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preconizado pela legislação vigente e propiciando o desenvolvimento integral de


seus educandos. Oferece ensino teórico-prático de maior proximidade com a
realidade da assistência à saúde no Brasil, estimula a análise da situação
encontrada e o desenvolvimento do senso crítico dos estudantes.

O Departamento de Enfermagem, ao longo desses anos, tem participado


ativamente, por meio do seu corpo docente e discente, na construção e organização
do Sistema Único de Saúde – SUS, principalmente em Curitiba e Região
Metropolitana. Presente nas Conferências de Saúde Municipal e Estadual, tem
contribuído para a consolidação da Política de Educação Permanente e possui um
docente como representante da UFPR no Polo de Educação Permanente.
Atualmente, oferece o Curso de Especialização de Residência Multiprofissional em
Saúde da Família, Cursos de Especialização em Saúde Coletiva – com ênfase em
Saúde da Família e Curso de Especialização em Enfermagem Coletiva, entre outros.

O Departamento de Enfermagem tem incentivado o desempenho técnico-


científico dos profissionais de Enfermagem e de Saúde, bem como enfatiza e
prioriza a oferta de cuidados diferenciados que privilegiem o ser humano em todas
as suas dimensões. Contribui também para o avanço da profissão, pois prioriza a
formação em que os educandos sejam atores e multiplicadores, para efetiva
participação popular nas diferentes instâncias previstas no SUS.

O Departamento de Enfermagem tem professores com formação em EaD,


especialistas em docência e tutoria, titulados pelo CIPEAD/UFPR. Conta também
com especialistas capacitados na formação docente para EaD e participantes de
políticas nacionais organizadas pela Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ –
Fundação Oswaldo Cruz, nos cursos de Especialização para Docência (4) e
Ativadores de Processos de Mudança (2). O Departamento já ofereceu dois cursos
de pós-graduação lato sensu a distância, o primeiro com quatro turmas
consolidadas - o Curso de Especialização em Projetos Assistenciais em Enfermagem
e outro, em parceria com a FIOCRUZ, com duas turmas - o Curso de Especialização
aos Profissionais de Nível Superior em Enfermagem, do Programa de
Profissionalização dos Auxiliares de Enfermagem - PROFAE, para capacitação dos
profissionais com ensino médio e profissional.

O Departamento de Enfermagem possui ainda o Mestrado em Enfermagem,


recomendado pela CAPES em novembro de 2002. A primeira turma teve o início de
suas atividades em janeiro de 2003 com a conclusão em dezembro de 2004.
Atualmente, está com a terceira turma em andamento, e as produções oriundas
das dissertações dos mestrandos representam um corpo de conhecimento
específico da Enfermagem em suas diversas áreas e serviços de saúde.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 19


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O Programa de Pós-graduação e o Departamento de Enfermagem contam com


quatro grupos de pesquisa, todos registrados no Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPq). Esses grupos desenvolvem trabalhos relevantes em suas áreas de atuação,
configurando, assim um ambiente propício ao estudo e à investigação.

ANOTE GRUPOS DE PESQUISA – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

@ GEMSA - Grupo de Estudos Multiprofissional em Saúde do Adulto.


GEFASED - Grupo de Estudos em Saúde da Família.
NEPECHE - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cuidado Humano em Enfermagem.
GMPI - Grupo Multiprofissional em Pesquisa sobre Idosos.
TIS – Tecnologia e Inovação em Saúde
GPPGPS – Grupo de Pesquisas em Políticas, Gestão e Práticas em Saúde

O Programa de Pós-Graduação e o Departamento de Enfermagem publicam


dois periódicos: as revistas “Cogitare Enfermagem” e “Família, Saúde e
Desenvolvimento”. A primeira é indexada na fonte de dados da Literatura da
América Latina e Caribe e Espanha (LILACS) e na Base de Dados de Enfermagem
(BEDENF). Estas revistas têm se constituído espaço de divulgação e de socialização
de conhecimento científico produzido por profissionais da Enfermagem e demais
áreas da saúde bem como de estudantes de graduação e pós-graduação.

A COORDENAÇÃO DE INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO A


DISTÂNCIA - CIPEAD

Buscando contribuir com a minimização da exclusão social e o


desenvolvimento da cidadania, a UFPR, a partir de 1998, engajou-se na
implantação da EaD no Estado do Paraná e no Brasil. O primeiro passo nessa
direção foi a elaboração da proposta do Núcleo de Educação a Distância –
NEAD/UFPR como órgão vinculado à Pró-Reitoria de Graduação.

A proposta foi aprovada pelo Conselho Universitário, que institucionalizou o


Programa a partir da criação do NEAD, em 2 de fevereiro de 1999. Após a
aprovação dessa proposta, a UFPR, ao mesmo tempo que providenciou o
encaminhamento interno com vistas à regulamentação e institucionalização da EaD,
solicitou autorização do MEC, para trabalhar com essa modalidade de ensino no
nível de graduação e ensino profissionalizante. Obteve o credenciamento em 5 de
abril de 1999, tornando-se uma das cinco Universidades do país credenciadas pelo
MEC para atuar em EaD.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 20


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A UFPR investiu, então, na formação em EaD de seus recursos humanos, por


acreditar, desde o início, que trabalhar com essa modalidade de ensino exige
competência específica e uma lógica de pensamento diferenciada

O NEAD/UFPR oferece, desde 1999, a uma clientela estudantil estimada em


milhares, cursos em EaD, em nível de extensão, pós-graduação e graduação. Os
cursos são autorizados pelo Conselho de Ensino e Pesquisa – CEPE da UFPR e pelas
Pró-Reitorias de Pós-Graduação e Extensão da UFPR, analisados à luz de resoluções
específicas para EaD.

Para regulamentar suas ações e ofertar cursos de Pós Graduação, o NEAD


elaborou e teve aprovada nas instâncias competentes da UFPR a Resolução 17/00 –
CEPE, que fixa normas básicas de controle e registro da atividade acadêmica dos
cursos de Aperfeiçoamento e Especialização na modalidade de EaD.

Para possibilitar a utilização de salas de aula virtuais, o NEAD criou uma


plataforma de aprendizagem, a UFPR Virtual, que, hospedada em seu sítio
(www.cipead.ufpr.br), promove o processo de interação e interatividade mediante a
utilização de linguagem iconográfica, hipertextos, vídeos digitalizados, entre outros
recursos. Outro ambiente virtual de aprendizagem utilizado pelo NEAD é o e-
proinfo, desenvolvido pelo MEC. A partir de 2007, O NEAD iniciou a migração dos
seus cursos para o MOODLE.

Em Janeiro de 2009, o NEAD recebe o status de CIPEAD- COORDENA ÇÃO


DE INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.

ANOTE
O site do CIPEAD é www.cipead.ufpr.br. Ao acessá-lo, você poderá

conhecer um pouco mais sobre a EaD na UFPR e ao mesmo tempo ir se


@ aproximando do espaço virtual Moodle, no qual, você, por intermédio

deste Curso, é também sujeito dessa comunidade acadêmica.

1.1.6 Carga Horária

Desenvolvido através de momentos de estudos a distância e presenciais, a


carga horária total deste curso é de 450 h (quatrocentas e cinquenta horas aula),
sendo 402 h (quatrocentas e duas horas aula) a distância, 90% do total do curso, e
48 h (quarenta e oito horas aula) presenciais, 10% de seu total.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 21


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

1.1.7 Duração em meses

O Curso de Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental


e Médio será desenvolvido em 12 meses, com carga horária total de 450 horas e 30
horas de ambientação virtual. Poderá ser prorrogado por 6 meses para término do
Trabalho de Conclusão, perfazendo 18 meses. Contará com encontros presenciais
no decorrer dos Módulos, com a finalidade de propiciar a troca de experiências de
aprendizagem e vivências dos especializandos. Outros encontros presenciais serão
promovidos nos pequenos grupos com seus respectivos tutores, conforme as
necessidades identificadas por professores e especializandos.

1.1.8 Etapas - Descrição dos Módulos

A organização curricular deste curso compreende IV Módulos, os dois


primeiros com ênfase contextual e os outros dois, com ênfase na integração teoria
e práxis.

Módulos I e II – Contextuais. Nesses módulos, além de conhecer um pouco mais


a respeito da proposta do curso e de se apropriar de conhecimentos de EaD, por
meio de informações e estímulos, espera-se que o especializando seja capaz de
construir um referencial teórico de análise e reflexão crítica sobre as novas
contribuições teórico-práticas no campo da Saúde para a sua atuação cotidiana
como docente do ensino fundamental e médio.

Módulos III e IV – Integradores. Estes módulos agregam bases teórico-práticas


trabalhadas nos Módulos anteriores, as quais, aliadas à prática docente no ensino
fundamental e médio, enfatizam a importância da abordagem do conteúdo de
Saúde dentro das práticas pedagógicas, em busca da transformação social.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 22


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Os módulos contemplarão as seguintes Unidades Temáticas:

MÓDULO I – CONTEXTUAL INTRODUTÓRIO 90


ENSINO, PESQUISA E PROJETO DE INTERVENÇÃO horas

Unidade 1 - CONCEITO E METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 45

Unidade 2 – PROCESSO DE PESQUISAR E O PROJETO DE INTERVENÇÃO 45

EMENTA MÓDULO I:

Concepções, fundamentos, particularidades e elementos constituintes da


modalidade e do sistema Nacional de EaD. Conhecimento da estrutura institucional
de suporte para EaD, do funcionamento do curso bem como o papel do professor e
da tutoria para o desenvolvimento do Curso.

Informações, orientações para iniciar o seu Trabalho de Conclusão de Curso


(TCC), conhecimento de situações-problema relacionadas com temas da saúde bem
como a participação dos membros da comunidade escolar e a relevância da
construção do projeto de intervenção.

MÓDULO II – CONTEXTUAL 90
SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE horas
Unidade 1 – HISTORICIDADE DOS CUIDADOS COM A SAÚDE E COM A
15
DOENÇA

Unidade 2 – A HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 15

Unidade 3 – A DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO


30
SAÚDE-DOENÇA
Unidade 4 – ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
30
SAÚDE (SUS)

EMENTA MÓDULO II:

Bases epistemológicas do processo saúde-doença e as políticas públicas


de Saúde.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 23


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

MÓDULO III – INTEGRADOR 135


PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE I horas

Unidade 1 - A PRÁTICA DA AÇÃO EDUCATIVA EM SAÚDE 45

Unidade 2 – AGENTES DA RELAÇÃO PEDAGÓGICA EM SAÚDE 45

Unidade 3 - O PROCESSO EDUCATIVO E AS INTERFACES NA


45
PRÁTICA DE SAÚDE

EMENTA MÓDULO III:

Articulação das práticas em saúde com a realidade educacional dos


atores por meio de abordagens pedagógicas, tendo como cenário as interfaces
da organização da atenção em saúde.

MÓDULO IV – INTEGRADOR 135


PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE II horas

Unidade 1 – ÉTICA EM SAÚDE. 45

Unidade 2 – RESGATE DO PROCESSO DE PESQUISAR E O PROJETO DE


45
INTERVENÇÃO.
Unidade 3 – SUBSÍDIOS PARA FORMATAÇÃO ESCRITA E ENTREGA DA
VERSÃO FINAL DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (MONOGRAFIA). 45

EMENTA MÓDULO IV:

Elaboração de um projeto de intervenção na instituição de ensino do


especializando, com impacto na comunidade, especialmente a estudantil,
integrando saúde e educação. Conceitos e finalidades da ciência. O conhecimento,
seus tipos e a relação deste com a sua produção e divulgação. Normas de redação
e apresentação de trabalhos científicos. A pesquisa - tipos e métodos. A ética sua
evolução e fundamentos. A moral e os valores. A ética nos relacionamentos, na
saúde e na pesquisa. A Bioética.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 24


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

1.1.9 Sistema de apoio ao ensino-aprendizagem

O Curso de Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental


e Médio contará com três Coordenações: Coordenação de EAD, Coordenação
Pedagógica e Coordenação de Tutoria. Cada uma das coordenações terá atribuições
voltadas para atender as demandas de um Curso de Especialização da modalidade
da EaD. O curso contará com a participação de professores especialistas e de
Tutores dos Polos e Tutores da UFPR. Na sequência, você conhecerá as
competências e atribuições esperadas desses atores.

Compete ao Coordenador Pedagógico:

a) coordenar, acompanhar e avaliar as atividades acadêmicas do curso,


participar das atividades de capacitação e de atualização desenvolvidas na
Instituição de Ensino;

b) participar dos grupos de trabalho para o desenvolvimento de metodologia,


elaboração de materiais didáticos para a modalidade a distância e sistema
de avaliação do aluno;

c) realizar o planejamento e o desenvolvimento das atividades de seleção e


capacitação dos profissionais envolvidos no curso;

d) elaborar, em conjunto com o corpo docente do curso, o sistema de avaliação


do aluno;

e) participar dos fóruns virtuais e presenciais da área de atuação;

f) realizar o planejamento e o desenvolvimento dos processos seletivos de


alunos, em conjunto com o coordenador UAB;

g) acompanhar o registro acadêmico dos alunos matriculados no curso;

h) verificar “in loco” o bom andamento dos cursos;

i) acompanhar e supervisionar as atividades: dos tutores, dos professores, do


coordenador de tutoria e dos coordenadores de polo;

j) informar para o coordenador UAB a relação mensal de bolsistas aptos e


inaptos para recebimento;

k) auxiliar o coordenador UAB na elaboração da planilha financeira do curso.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 25


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Compete ao Coordenador da Tutoria:

a) participar das atividades de capacitação e atualização;

b) acompanhar o planejamento e o desenvolvimento dos processos seletivos de


tutores, em conjunto com o coordenador de curso;

c) acompanhar as atividades acadêmicas do curso;

d) verificar “in loco” o bom andamento dos cursos;

e) informar para o coordenador do curso qual a relação mensal de tutores


aptos e inaptos para recebimento de bolsas;

f) acompanhar o planejamento e desenvolvimento das atividades de seleção e


capacitação dos tutores envolvidos no programa;

g) acompanhar e supervisionar as atividades dos tutores;

h) encaminhar à coordenação do curso o relatório semestral de desempenho da


tutoria;

i) indicar os Tutores na proporção de 1/32 especializandos.

ANOTE Você sabe quem são os sujeitos do processo pedagógico que estarão com
você durante a trajetória deste curso? É bem provável que você vá se
comunicar com todos eles ou, pelo menos, com a maioria e, ainda com
@ alguns deles repetidamente. Então, solicitamos que inicie uma agenda de
nomes e endereços eletrônicos dos responsáveis por este Curso de
Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio:
Coordenador Pedagógico: Prof. Dr. Jorge Vinícius Cestari Felix
Coordenadora de Tutoria: Profª Drª Mitzy T. R. Danski
e-mail: espsaude@ufpr.br

Papel do Professor

O professor de cada Unidade do Curso de Especialização em Saúde para


Professores do Ensino Fundamental e Médio pertence ao quadro de docentes do
Departamento de Enfermagem da UFPR. Coube a ele a função de elaborar o
material didático que você está recebendo e também orientar os tutores em relação
às atividades e conteúdos de cada unidade. Não obstante a clareza do material
didático, o professor mantém-se à disposição dos tutores a distância para dirimir
dúvidas que possam surgir, durante a ação tutorial. O material é organizado de tal

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 26


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

forma, que possibilita a você a compreensão e o entendimento didático do conteúdo


do curso.

Considerando uma das ênfases dos sistemas de educação a distância, que é


estimular e valorizar a autonomia e a auto-aprendizagem do estudante, cada
unidade elaborada busca propiciar e valorizar essa vivência. Assim, ao iniciar as
leituras, caso surjam dúvidas, procure primeiro consultar seu tutor
presencial do polo ao qual você está vinculado. Cada tutor do polo trabalha
em conjunto com um tutor a distância da UFPR e todos estão em contato
permanente para, juntos, orientá-lo melhor.

VALE A A essa altura da apresentação pertinente à dinâmica e aos atores


PENA deste curso, você poderá estar se perguntado o porquê de não
RELEMBRAR terem sido apresentadas as funções e competências do tutor a
distância da UFPR e do tutor presencial do polo. Por se tratar de
um curso na modalidade da EaD, escolhemos fazer essa
construção e descoberta com você! Para tanto, na sequência
deste módulo, você encontrará tópicos destinados aos conteúdos
de EaD tais como os fundamentos, o histórico, o tutor e a ação
tutorial, modelos de tutoria e políticas em EaD.

O Material Didático

No encontro presencial, você receberá o material didático do módulo. Esse


material apresentará as ementas de cada unidade, o conteúdo a ser estudado, a
metodologia que será adotada nos momentos a distância e as atividades de estudo
e aprendizagem.

Em cada unidade, poderão estar contempladas as seguintes atividades de


estudo e aprendizagem sinalizadas pelos ícones:

FÓRUM ANOTE ATIVIDADE SAIBA VALE A REFLEXÃO AUTO


PENA
MAIS RELEMBRAR AVALIAÇÃO

+
@

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 27
Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

As atividades de estudo e aprendizagem acima referidas estão articuladas aos


objetivos de cada módulo e aos princípios norteadores do currículo do curso. As
referências bibliográficas estarão sempre indicadas no plano de ensino e no final de
cada unidade.

Lembramos que é obrigatório o comparecimento aos encontros


presenciais, conforme cronograma previamente estabelecido, o qual será
disponibilizado na plataforma.

Sistema de Avaliação

Cada unidade didática propõe as atividades que irão compor o processo de


acompanhamento e avaliação da aprendizagem do especializando, culminando com
uma avaliação ao final de cada uma delas que, de acordo com a legislação em vigor
para cursos de pós-graduação latu sensu em EaD, deverá acontecer com a
presença do especializando.

Essa atividade presencial ocorrerá no polo ao qual você está vinculado, nas
oito últimas horas de cada módulo, de acordo com a proposta do curso. O resultado
da avaliação em cada atividade prevista nas Unidades Didáticas será expresso em
notas, em escala de 0 (zero) a 10 (dez).

O especializando que obtiver 75% de frequência nos encontros presenciais


previstos e tiver nota igual ou superior a 7,0 (sete) nas atividades propostas na
unidade didática será aprovado.

É importante observar o cumprimento dos prazos de entrega das atividades


de estudo e aprendizagem propostas nas unidades didáticas. As atividades deverão
ser entregues e/ou encaminhadas por meio digital à tutoria presencial do respectivo
polo. Preferencialmente, o especializando deverá encaminhá-las até a data prevista
no cronograma que receberá na ocasião da entrega do material. Não esquecer de
identificar o material, sempre com os seguintes itens: NOME DO ESTUDANTE,
ENDEREÇO, TELEFONE PARA CONTATO, TURMA, POLO A QUE ESTÁ
VINCULADO E ENDEREÇO ELETRÔNICO.

Os resultados dos trabalhos de estudos e aprendizagem e os exames finais


de cada unidade estarão disponibilizados no ambiente virtual. Para a integralização
curricular do Curso de Especialização em Saúde para Professores do Ensino

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 28


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Fundamental e Médio, será exigido do especializando um Trabalho de Conclusão


de Curso de porte monográfico.

Para viabilizar o processo ensino-aprendizagem, o Departamento de


Enfermagem e a CIPEAD disponibilizarão os recursos e os meios necessários para a
implantação, o acompanhamento e avaliação do Curso de Especialização em Saúde
– Séries Iniciais do Ensino Fundamental.

A avaliação se dará de forma processual durante todo o desenvolvimento do


curso, nas seguintes formas:

a) Para o momento presencial, será realizado o controle da frequência bem


como do envolvimento do especializando e sua participação nas atividades. O
processo de avaliação de desempenho se dará considerando os objetivos
previstos para cada módulo. Ao final de cada módulo, serão propostas
atividades, como, por exemplo: a elaboração de um texto individual ou
coletivo, a partir de uma situação proposta, planejamento de uma nova
atividade.

b) Para o momento a distância, serão considerados: os exercícios produzidos


em cada módulo, que atendam os objetivos propostos, encaminhados dentro
do prazo previsto e as tarefas realizadas em conjunto com o tutor
presencial nos polos.

A avaliação final, o que permite a certificação dos participantes, dar-se-á


por meio da elaboração do trabalho de conclusão de curso denominado PROJETO
DE INTERVENÇÃO.

Sistema de tutoria

Neste curso, o tutor tem papel decisivo na qualidade do desenvolvimento da


proposta. Para o melhor funcionamento do Curso, foram idealizados dois tipos de
tutor: Tutor a distância (TD) ou da UFPR e Tutor presencial (TP) ou do Polo.
Os tutores são profissionais de formação superior na área de saúde, selecionados
pela UFPR e capacitados para a tutoria em EaD, sendo que os TPs atuarão durante
os módulos nos polos e os TDs, nA CIPEAD, em dias e horários definidos pela
coordenação do curso.

O Tutor a distância (TD) assume atribuições juntamente com o professor da


unidade e com o Tutor presencial (TP) no que diz respeito à correção das
atividades previstas em cada unidade didática com o devido registro, ao

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 29


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

acompanhamento do processo de estudo e aprendizagem do estudante e


ficando em contato e à disposição do Tutor Presencial (TP).

O Tutor denominado Presencial ou do Polo (TP) desenvolverá um trabalho


de acompanhamento e orientação do processo de aprendizagem do especializando,
e o atenderá presencialmente para as tarefas propostas no material didático,
com o objetivo de estar próximo e auxiliar no processo ensino-aprendizagem, e via
email, telefone, fax, carta, enfim através do meio que for necessário, para
contatá-lo semanalmente.

ANOTE
É recomendável que você faça estas anotações em sua AGENDA: a qual

polo você está vinculado. O endereço e o telefone do polo a que está


@ vinculado. O nome e o telefone do coordenador do polo. O nome e o

endereço eletrônico do tutor a distância/UFPR (TD) e do tutor

presencial/polo (TP).

As atribuições básicas da Tutoria em EaD são:

a) Mediar a comunicação de conteúdos entre o professor e os cursistas;

b) Acompanhar as atividades discentes, conforme o cronograma do curso;

c) Apoiar o professor da disciplina no desenvolvimento das atividades


docentes;

d) Manter regularidade de acesso ao AVA e dar retorno às solicitações do


cursista no prazo máximo de 24 horas;

e) Estabelecer contato permanente com os alunos e mediar as atividades


discentes ;

f) Colaborar com a coordenação do curso na avaliação dos estudantes;

g) Participar das atividades de capacitação e atualização promovidas pela


Instituição de Ensino;

h) Elaborar relatórios mensais de acompanhamento dos alunos e encaminhar à


coordenação de tutoria;

i) Participar do processo de avaliação da disciplina sob orientação do professor


responsável;

j) Apoiar operacionalmente a coordenação do curso nas atividades presenciais


nos polos, em especial, na aplicação de avaliações.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 30


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Procedimentos de Atendimento da Tutoria Presencial:

O atendimento tutorial presencial ocorrerá quando o especializando,


individualmente ou em pequenos grupos, buscar o contato com o TP do Polo,
presencialmente, durante seu plantão de 8 horas semanais no respectivo Polo, ou,
por meios de comunicação a distância nas outras 16 horas semanais, em que o TP
estará a sua disposição.

Procedimentos de Atendimento da Tutoria a Distância:

O Tutor a Distância (TD) ou da UFPR desenvolverá 4 horas semanais de


plantão na CIPEAD e nas outras 16 horas semanais de trabalho ficará à disposição
do especializando para, por meios de comunicação, atendê-lo, entrar em contato
com o TP para dirimir dúvidas a respeito de questões administrativas e acadêmicas
do curso, bem como sobre questões relacionadas ao conteúdo teórico das unidades
que está orientando.

1.1.10 Os Polos Avançados

Como especializando você estará vinculado a um Polo que contará com


biblioteca, sala de aula, sala de informática, setor administrativo, entre outros itens
de estrutura física exigidos pelo programa UAB.

O Polo será, daqui por diante, seu local de referência para encontrar o seu
TP, porquanto será o canal de interlocução entre você e o curso. Por conseguinte o
TD servirá como facilitador entre questões do especializando e o curso, ou seja, ele
viabilizará o melhor modo de você obter todas as informações pedagógicas e
administrativas do curso e da Universidade Federal do Paraná.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 31


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

A COMUNICAÇÃO MULTIDERECIONAL ENTRE SUJEITOS DO PROCESSO


ENSINO-APRENDIZAGEM E INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS E
PEDAGÓGICAS INSTITUCIONAIS

UFPR/DENFER/CIPEAD

COORD.PEDAG. COORD.TUTORIA
DENFER DENFER

TUTOR A PROF.ESPEC.
DISTÂNCIA DENFER

POLO

TUTOR ESPECIALIZANDO
PRESENCIAL

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 32


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

1.2 FUNDAMENTOS DA EAD


Contextualização, histórico, conceitos e características do estudante.

1.2.1 Contextualizando a EaD

Estudar o desenvolvimento da EaD passa pela necessidade de reconhecê-la


como uma modalidade de Educação com características peculiares que se traduz
em uma maneira particular de criar espaços para gerar, promover e implementar
situações que convergem para o efetivo aprendizado dos estudantes (LITWIN,
2002).

O desenvolvimento da EaD, nos últimos anos, propiciou a implementação de


projetos educacionais dos mais diversos e para as mais complexas situações, como
cursos para o ensino de ofícios, capacitação para o trabalho, divulgação científica,
campanhas de alfabetização e formação em todos os níveis e campos do sistema
educacional. Essas múltiplas possibilidades se relacionam com a flexibilidade que
caracteriza todos os programas de EaD. Com isso, queremos afirmar que o
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação favoreceu as
interações entre professores e estudantes, diminuindo as distâncias nessa
modalidade de educação (LITWIN, 2002).

Neste primeiro momento do curso, convidamos você a fazer um breve resgate


histórico da EaD para levá-lo a contextualizar um pouco a respeito dessa
modalidade de educação. Embora surgida remotamente, podemos dizer que a EaD
é relativamente nova como ação educacional sistematizada. Essa modalidade ainda
encontra resistência e preconceito por parte da comunidade acadêmica e da
sociedade quanto à sua eficácia.

Oferecer possibilidades de educação formal e convencional indistintamente a


todas as pessoas, atendendo às demandas do mundo do trabalho, tanto de
formação como de qualificação, na atualidade, se constitui ação praticamente
impossível. Faz-se necessário, então, uma organização capaz de atender à
crescente demanda por formação, qualificação e educação permanente da
sociedade.

O cenário mundial atual, influenciado pelos grandes avanços tecnológicos,


vem requerendo da universidade brasileira projetos que a fortaleçam e a tornem
capaz de buscar um novo papel social de comprometimento com a construção de

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 33


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

uma sociedade em que a educação esteja acessível às pessoas, contribuindo para a


diminuição das desigualdades sociais, muito acentuadas no Brasil (IAHN, MARTINS,
POLAK, 2002).

Nesse processo de aceleração das transformações tecnológicas e da


intensificação da globalização em que a sociedade mundial vive atualmente,
surgem mudanças em todos os setores, esferas e níveis da vida humana e não
somente nos mercados, criando novos estilos de vida e modos de consumo, bem
como novas maneiras de ver o mundo e de aprender. O fenômeno da globalização
não se restringe ao campo econômico, ao surgimento de um “sistema-mundo”, mas
abrange novos modos de socialização. Assim, nasce uma nova concepção de tempo
e espaço de interação entre os sujeitos (BELLONI, 2003, p.3).

Esse cenário, no qual as tecnologias da informação e comunicação se


encontram presentes em todas as atividades humanas, nas empresas, nas
indústrias, nas escolas, no lazer, vem suscitando a necessidade de que os
profissionais que atuam na educação possuam, além da formação de nível superior,
habilidades no uso das ferramentas tecnológicas de interatividade. Assim, torna-se
premente a capacitação e educação permanente do professor a fim de se lhe
facilitarem a seleção e a utilização dos recursos tecnológicos de informação e
comunicação, para sustentação de suas práticas educativas.

Ressaltamos que a tecnologia ocupa um lugar importante na EaD. Entretanto,


o sucesso de um projeto pedagógico não acontece com o foco primordialmente nos
meios tecnológicos utilizados, mas, antes de tudo, nas necessidades de
aprendizado do estudante. Porquanto, é fundamental considerar a base de
conhecimento que o estudante possui bem como sua base cultural, social e
econômica, as suas experiências, interesses, a sua idade, o seu nível escolar e a

sua familiaridade com a modalidade de Educação a Distância (GONZALES, 2005).

As mesmas tecnologias que globalizam as informações permitem que a


sensação de descontextualização do mundo local em que vivemos, em relação às
demais culturas, seja recontextualizado, ainda que mediatizado tecnicamente e
virtualmente. As crescentes mudanças, cada vez mais mediatizadas e
mundializadas, que acontecem no campo econômico, no modo de organização e
gestão do trabalho, no acesso ao mundo do trabalho e na cultura, influenciam e
suscitam continuamente transformações nos sistemas educacionais. Isso decorre
da necessidade de haver consonância e não descompasso entre as instituições que
possuem a função formadora e os campos de atuação dos profissionais egressos
das mesmas (BELLONI, 2003).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 34


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

para A escola representou por muito tempo o principal lugar de aquisição de


refletir informações, porém o tempo de difusão acelerada por meio das tecnologias
de informação e comunicação tornou universal e em tempo real o acesso a
conhecimentos. As informações e o espaço deixam de ser privilégio de
poucos, ampliando a parcela da população atendida. Certos condicionantes
ligados à máquina, como, por exemplo, a mudança do uso da carta
convencional enviada pelo correio postal para o uso da mensagem através
do correio eletrônico, passam a fazer parte da cultura mundial.

Diante das ideias explicitadas anteriormente, como fica a antiga e


conhecida sentença: só se aprende na escola?

Fórum
Participe do Fórum no Moodle, que será aberto pelo seu tutor com a

seguinte questão para debate: “Como ampliar o acesso à informação?”

Reflita a respeito das afirmações a seguir: Suas práticas profissional,

acadêmica e cidadã têm sido substancialmente influenciadas pelas

tecnologias comentadas anteriormente? E em relação à população

brasileira? O acesso à informação, de um modo geral, seja por meio de

instituições formais de ensino ou pela comunicação de massa, também vem

sofrendo transformações? Que tal um bate-papo com seus colegas,

professor e tutor sobre a ampliação do acesso à informação? Entre no

fórum e participe!

O acesso universalizado à informação constitui, sem dúvida, um dos


paradigmas a ser rompido pela sociedade atual e um dos elementos da crise de
identidade por que vem passando a educação brasileira. Em determinada medida, o
modelo de educação hegemônico até o século passado, foi estruturado com o
objetivo de repassar o acúmulo de conhecimentos produzidos e tidos como
essenciais, completos e verdadeiros pelo paradigma científico da época; conquanto
se tratasse de um modelo de educação baseado em um tempo e espaço de
aprendizagem rígidos, em que o acesso à informação era restrito e, para obtê-la, a
presença física era condição preponderante. Essa também servia como modo de
manutenção de um poder, o poder da informação para poucos.

Hoje, toda a discussão em torno da educação, deve necessariamente incluir


as tecnologias da informação e comunicação. Isso é necessário para que a

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 35


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Educação não corra o risco de ficar à margem do processo de desenvolvimento da


sociedade e da ativa transformação e produção dos saberes. É inegável que, em
sua maioria, o funcionamento da sociedade se encontra imerso na rede das
tecnologias.

Nesse amplo cenário de mudanças no modo de vida da sociedade e,


consequentemente, na educação, a EaD já não pode mais ser considerada
simplesmente como uma estratégia ou um meio para resolver problemas
emergenciais de acesso e de alta demanda por vagas para a educação (BELLONI,
2003).

Para Que fenômeno é capaz de promover a convivência com maior diversidade


refletir temporal, cultural, étnica e cognitiva, ao mesmo tempo? Que fenômeno
poderia abranger a linguagem falada e escrita, imagens e sons?

Por que não pensarmos em ambientes múltiplos, que aceitam a


1
comunicação presencial e virtual , com vários sujeitos, na procura da
realização de atividades pré-estabelecidas que componham um processo e
atendam diferentes tempos de aprendizagem? Nesse sentido, a EaD traz
em seu corpo a possibilidade do uso de novas formas de comunicação e
linguagens que ultrapassam as até então utilizadas, pois introduz as
multimídias2 e hipermídias3 como elementos facilitadores de convivência,
cognição, ética, sociabilidade, linguagem e vida.

Não podemos ignorar que as exigências do novo milênio requerem:

ensinar a todos não apenas as habilidades básicas, mas também as


habilidades de ordem superior, de resolução de problemas,
raciocínio crítico e avaliação; ensinar como se tornar aprendizes
eficazes, conscientes e no controle do seu próprio processo de
aprendizagem, uma vez que a revolução da informação e do
conhecimento, juntamente com as mudanças nas carreiras e nas
formas de trabalho exigem que nós todos continuemos a aprender
além da escola (GIPPS, citado por CERNY e ERN, 2007, p.3).

A EaD pode ser considerada um fenômeno se pensada sob o ponto de vista de um

1
Comunicação virtual realizada através de meio digital, sem contato real entre o receptor e o emissor da
mensagem.
2
Superposição em um único suporte de mídias e linguagens distintas (ALVES, 2003, p.9).
3
Junção de diversas mídias, mas cuja lógica de ordenação dos elementos se dá de forma hipertextual
(ALVES, 2003).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 36


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

movimento de transformação do indivíduo como uma possibilidade de intervenção


social, que se utiliza das linguagens orais, escritas, imagens, sons, telefone,
televisão, Internet, entre outras.

Nessa perspectiva, trazemos a afirmativa de Belloni (2003, p.4) que


consideramos representar de forma clara o lugar que a EaD como fenômeno de
educação ocupa atualmente:

A EAD tende doravante a se tornar cada vez mais um elemento


regular dos sistemas educativos, necessário não apenas para
atender a demandas e/ou grupos específicos, mas assumindo
funções de crescente importância, especialmente no ensino pós-
secundário, ou seja, na educação da população adulta, que inclui o
ensino superior regular e toda a grande e variada demanda de
formação contínua gerada pela obsolescência acelerada da
tecnologia e do conhecimento.

1.2.2 Breve histórico da EaD no mundo e no Brasil

Desde a Antiguidade, o ser humano se comunica, troca informações,


orientações entre pessoas ou cidades física e geograficamente distantes. Na Grécia
e, posteriormente, em Roma, as pessoas se comunicavam mediante documentos
escritos, correspondências, com o intuito de trocar informações a respeito do
cotidiano privado e/ou da sociedade, transmitindo informações úteis ao
desenvolvimento econômico e social das comunidades (GARCÍA ARETIO, 1996;
PRETI, 1996).

Somente na Modernidade é que vamos encontrar as primeiras iniciativas de


ensinar sem a presença física do professor e do estudante ao mesmo tempo e no
mesmo espaço. Nesse sentido, se pode afirmar que a institucionalização da EaD se
constitui fenômeno um tanto recente, pois somente no final do século XIX, as
instituições particulares nos Estados Unidos e na Europa iniciaram a oferta de
ensino de temas e problemas relacionados a ofícios considerados de pouco valor
acadêmico (LITWIN, 2002).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 37


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Para
Em relação às referências anteriores a respeito do surgimento da EaD como
refletir
modalidade educacional para a formação e qualificação de pessoas, Litwin

(2002, p.15) afirma:

é provável que essa origem da Educação a Distância tenha fixado uma

apreciação negativa de muitas de suas propostas. Além disso, o fato de

ter-se transformado em uma segunda oportunidade de estudo para

pessoas que fracassaram em uma instância juvenil não evitou essa

depreciação, mas imprimiu-lhe um novo selo. Transcorreram várias

décadas até que a educação a distância se estabelecesse no mundo dos

estudos como uma modalidade competitiva perante as ofertas da

educação presencial.

FONTE: http://www.cadetudo.com.br/ricardoferraz/cartuns.html

atividade 2 Caso ainda paire na sua compreensão algum preconceito ou incerteza


acerca da EaD, convidamos você a deixá-lo de lado, pelo menos nesse
momento, e realizar a seguinte atividade:

Escreva uma página em formato de carta a um colega de trabalho


(professor) sobre o Curso de Especialização em Saúde para Professores
do Ensino Fundamental e Médio, de modo a contemplar os aspectos
gerais da proposta, contidos no tópico 1 – Organização do Curso – da
Unidade 1.

Explique ao seu colega, com suas palavras, os pontos que considera


relevantes com o objetivo de convencê-lo e instigá-lo a conhecer mais
sobre a modalidade da EaD.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 38


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

A EaD no Mundo

FONTE: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=985087

Continuando o estudo do Histórico da EaD, elencamos a seguir alguns fatos


sobre a evolução dessa modalidade de educação no mundo.

Saiba Mais
Por volta de 1728, o jornal A Gazeta de Boston, nos EUA, publicou o

+ anúncio de autoria do professor Cauleb Philips, oferecendo material

didático e tutoria por correspondência a respeito de um curso de

taquigrafia. “Toda a pessoa da região, desejosa de aprender esta arte,

pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser

perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston”. A partir

desse marco, a EaD se tornou uma poderosa estratégia de Educação

(IAHN, MARTINS, POLAK, 2002, p.9).

Na Suécia - em 1833, foi registrada a primeira experiência de um curso de


contabilidade por correspondência.

Na Inglaterra – em 1840 e, em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding


Society. Em 1969, criou-se a Universidade Aberta da Grã-Bretanha, mais conhecida
como Open University (UKOU) que mantém um sistema de consultoria, apoiando
outras nações para realizarem EaD de qualidade. A Open University mostrou ao
mundo uma proposta com um desenho complexo, que conseguiu, mediante o uso
de meios impressos, televisão e cursos intensivos em períodos de recesso de outras

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 39


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

universidades convencionais, produzir cursos acadêmicos de qualidade,


transformando-se em um modelo de EaD (LITWIN, 2002). A Open University
Britânica, considerada a pioneira na educação superior a distância deu início, em
1971, a cursos de graduação. A partir desse evento, a EaD ganhou expansão
inusitada, pois várias foram as instituições universitárias e não universitárias, assim
como associações e redes de Educação a Distância surgidas em diversos países do
mundo (GONZALEZ, 2005).

Na Alemanha - em 1856, foi criado o primeiro instituto de ensino de línguas por


correspondência por iniciativa de Charles Toussaint e Gustav Langerncheidt.
Posteriormente, a criação da Fern Universität, gerou propostas para um grande
número de estudantes, tanto de graduação como de pós-graduação (GONZALEZ,
2005).

Nos EUA - em 1874, se iniciou a EaD com a Illionois Weeleyan University. Em


1891, a Universidade de Wisconsin passou a ofertar curso de extensão por correio,
e se constitui um marco importante no desenvolvimento da EaD norte-americana.
Em 1892, a Universidade de Chicago instituiu um curso por correspondência,
incorporando nela os estudos da modalidade. No início do século XX, outras
instituições como a Calvert em Baltimore, começaram a desenvolver cursos para a
escola primária. Em 1930, já havia 39 universidades que ofereciam curso a
distância (LITWIN, 2002; GONZALEZ, 2005).

Na Austrália – em 1910 na cidade de Victoria, professores rurais de formação


primária começaram a receber temas de educação secundária por correio. Embora
não possua uma universidade especializada em EaD, a Austrália é um dos países do
mundo que mais investe na educação por meio dessa modalidade. O percentual de
estudantes a distância é maior ou igual ao de estudantes na modalidade presencial,
nas Universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin.

No Canadá – em 1938, na cidade de Victoria, ocorreu a Primeira Conferência


Internacional sobre Educação a Distância por Correspondência.

Na França – em 1939, foi criado o Centre National de Enseignement à Distance,


com 184 mil estudantes (NISKIER, 1999).

No México - em 1972, foi inserido o programa Universidade Aberta na


Universidade Autônoma do México (GONZALEZ, 2005).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 40


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Na Tailândia - em 1972, foi criada a Sukhotai Open University com 300 mil
estudantes (NISKIER, 1999).

Na Espanha - em 1972, foi criada a Universidade Nacional de Educação a Distância


– UNED, com 120 mil estudantes. É uma instituição universitária pública com sede
em Madrid. A UNED possui Centros Associados (CAs) espalhados por toda a
Espanha. Vários são os estudantes latino-americanos que se matriculam nos cursos
de pós-graduação oferecidos pela UNED (GARCÍA ARETIO, 1996; NISKIER, 1999;
LITWIN, 2002).

Na África do Sul – em 1973, foi criada a University of South África, com 130 mil
estudantes (NISKIER, 1999).

No Paquistão – a partir de 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal iniciou a


formação de docentes por meio da EaD (GONZALEZ, 2005).

Na Venezuela – em 1977, foi criada a Universidade Aberta da Venezuela


(GONZALEZ, 2005).

No Sri Lanka – a partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka vem


procurando atender setores importantes para o desenvolvimento do país com
profissões tecnológicas e formação docente (GONZALEZ, 2005).

Na Coréia – em 1982, foi criada a Korea National Open University com 196 mil
estudantes (NISKIER, 1999).

Na Turquia – em 1982, foi criada a Anadolu University com 567 mil estudantes
(NISKIER, 1999).

Na Colômbia – em 1983, foi criada a Universidade Estatal Aberta e a Distância da


Colômbia (GONZALEZ, 2005).

Na Indonésia – em 1984, foi criada a Universitas Terbuka, com 353 mil


estudantes, como meio de atender a uma grande demanda por estudos superiores
(NISKIER, 1999; GONZALEZ, 2005).

Na Índia – em 1985, foi criada a Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi com

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 41


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

242 mil estudantes, com a finalidade de atender à demanda por educação superior
(NISKIER, 1999; GONZALEZ, 2005).

A EaD no Brasil

Em 1934, no Rio de Janeiro, foi criada a


Rádio-Escola Municipal, por Edgard Roquete
Pinto. Os estudantes recebiam folhetos e
esquemas de aula e utilizava-se a
correspondência para estabelecer contatos com
os estudantes (GONZALEZ, 2005).

Em 1939, em São Paulo, foi criado o


Instituto Universal Brasileiro – IUB (GONZALEZ,
2005).

Em 1941, foi criada a primeira


Universidade do Ar, que durou dois anos
FONTE: http://www.sxc.hu/
(GONZALEZ, 2005). browse.phtml?f=download&id
=976403

Em 1947, foi criada a Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC,


SESC e emissoras associadas. Essa instituição, em parceria com o SESC/SP,
funcionou entre 1947-1962 e atendeu a 91.537 estudantes. Em 1994, foi realizada
a primeira videoconferência, a primeira ação do Projeto TV da atual TV SENAC-SP.
O foco é o mundo do trabalho, com programas voltados a uma linha de televisão
educativa, mas não escolar, para um público bastante amplo (NISKIER, 1999;
GONZALEZ, 2005).

Em 1961-1965, foi criado na Bahia o Movimento de Educação de Base (MEB),


pela Igreja Católica e o Governo Federal, que passou a utilizar um sistema
radioeducativo: educação, conscientização, politização e educação sindicalista
(NISKIER, 1999; GONZALEZ, 2005).

Em 1969, foi fundado na Bahia o Instituto de Radiodifusão Educativa do


Estado (IRDEB), sob a forma de fundação, para coordenar, promover e programar
a utilização de tecnologias educacionais. O IRDEB teve grande influência na
realização de programas de cooperação técnica com países africanos de língua
comum. Para realizar sua ações, o programa tinha um centro de produção em
Salvador e uma emissora de rádio educativa em ondas curtas e frequência
modulada. Várias foram as atividades desenvolvidas pelo IRDEB, como
desenvolvimento da zona rural mediante informações sobre agricultura, pecuária,
Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 42
Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

cooperativismo, processos de produção, saúde, higiene e educação e capacitação


de professores da escola rural. Nas zonas urbanas e periféricas foram criados
cursos supletivos e outros ligados às artes, história, música, turismo, esporte.
Vários foram os convênios assinados entre IRDEB e organismos federais, como com
o PRONTEL e Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa. Segundo Niskier (1999,
p.223), o IRDEB se “configurou, em termos estaduais, como experiência única no
País. Mesmo com a nossa tradicional falta de recursos, deve ser registrado o
esforço notável, incluindo nas suas atividades a capacitação de professores leigos,
um obstáculo ainda hoje não totalmente transposto”.

Em 1970, foi criado o Projeto Minerva, um convênio entre a Fundação Padre


Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta para a produção de textos. O
Projeto Minerva criado pelo Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da
Educação e Cultura, fazia parte da programação oficial educativa e cultural e
utilizava o rádio como veículo. Esse projeto foi ao ar sustentado legalmente pelo
Decreto Presidencial n° 236, de 28 de fevereiro de 1967, e uma Portaria
Interministerial (MEC/MININOM) n° 408/70, que determinavam a obrigatoriedade
de transmissão de programação educativa por todas as emissoras de rádio do Brasil
(NISKIER, 1999, p.223).

Na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho institui um programa de


educação supletiva a distância para o 1° e 2° graus (GONZALEZ, 2005).

Desde 1973, o Centro de Ensino Técnico de Brasília – CETEB, unidade da


Fundação Brasileira de Educação, vem desenvolvendo projetos de educação
semidireta, para a formação e aperfeiçoamento de professores em serviço.
Executou os projetos LOGOS I e LOGOS II, do Ministério da Educação, que se
destinaram a qualificação de professores leigos (NUNES, 2007).

Desde 1974, a Fundação de Teleducação do Ceará – FUNTELC, vem


desenvolvendo ensino regular de 5ª a 8ª séries do primeiro grau, com a
disponibilização de telessalas em grande parte dos municípios do Estado, tendo
atingido mais 100.000 estudantes regulares no sistema em 150 municípios. Ela se
distingue de outras, por preservar um projeto de EaD como elemento central da
instituição (NUNES, 2007).

Em 1965, foi criado o Centro de Ensino Técnico de Brasília (CETEB), por meio
do convênio com o Ministério da Educação (MEC). Até 1972, os cursos ofertados
pelo CETEB eram na forma de ensino presencial, convencional. A partir de 1973,
organizou o primeiro curso na modalidade semi-indireta. A partir de 1975, em
convênio com a Petróleo Brasileiro – PETROBRAS, desenvolveu o Projeto Acesso,

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 43


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

com a finalidade de proporcionar escolarização de ensino fundamental e médio a


seus funcionários distribuídos por quase todo o país e em alguns pontos do
exterior. Ofereceu também, cursos de profissionalização específica para a área do
petróleo. Outros projetos, como Projeto Logo II em convênio com o MEC e o Plano
de Valorização do Magistério, para capacitar professores leigos em lato sensu,
foram oferecidos pelo CETEB (NISKIER, 1999; NUNES, 2007).

Em 1978, em São Paulo, foi criado experimentalmente pelo Serviço Nacional


de Aprendizagem Industrial – SENAI, com operação regular a partir de 1980, o
programa Auto-instrução com Monitoria (AIM), que se caracterizou como “um
esquema operacional de Ensino a Distância, que envolve uma série de
programações auto-instrutivas”. A partir dessa data, vem mantendo a oferta
regular de vários cursos em EaD (NUNES, 2007, s/p).

Desde 1982, com sede em Brasília, a Associação Brasileira de Educação


Agrícola Superior – ABEAS, mantém um curso de especialização (pós-graduação
latu sensu) por tutoria a distância e já formou mais de 5.000 professores (NUNES,
2007).

Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (UnB). Atualmente, a


UnB conta com um Centro de Educação Aberta, Continuada e a Distância (CEAD),
administrativamente subordinado à Reitoria. Vários cursos de grande sucesso foram
produzidos pela UnB (GONZALES, 2005; NUNES, 2007).

A partir de 1995, a Universidade Federal de Mato Grosso por meio do Núcleo


de Educação Aberta e a Distância (NEAD), do Instituto Superior de Educação da
UFMT, vem se tornando referência em EaD no nível superior. Desenvolve o Curso
de Licenciatura Plena de Educação Básica de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental,
dirigido a professores que atuam na Rede Pública de Ensino, e o Curso de
Especialização para a Formação de Orientadores Acadêmicos (tutores em EAD)
(PRETI, 1996; NISKIER, 1999).

Em 1996, a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, implantou um


programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção (mestrado e doutorado)
envolvendo uma rede estadual de oito universidades oficiais e privadas e diversas
empresas, utilizando a EaD Mediada por Computador (EDMC) (GONZALEZ, 2005).

Em 1995, foi criado experimentalmente, no Piauí, o Programa TV Escola da


Secretaria de Educação do Ministério da Educação – SEED/MEC. Através de um
canal de televisão dedicado exclusivamente à educação, a TV Escola tem por
objetivo desenvolver programas de formação, aperfeiçoamento e valorização dos
professores da rede pública. A programação é transmitida por intermédio do

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 44


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

satélite Brasilsat a todo o país. As escolas do ensino fundamental cadastram-se por


meio da Secretaria de Educação para receber os cursos que são repassados pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o conjunto tecnológico
(uma antena parabólica, um aparelho de televisão, um videocassete e fitas VHS).
Com a utilização do conjunto, a escola se torna apta a receber e a gravar
programas educativos (NISKIER, 1999).

Em 1997, se iniciou o Mestrado Tecnológico em Logística para a Petrobrás em


Macaé, Salvador, Belém e Natal, ministrado por meio do laboratório de EaD e o
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da UFSC (GONZALEZ,
2005).

A Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo (USP), mantida pela Escola


de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP), oferece gratuitamente uma série de
cursos, como Astronomia, Tratamento de Imagens e Atualização de professores de
Ensino Fundamental e Médio via BBS (GONZALEZ, 2005).

A Universidade Federal Paulista, por meio do Centro de Informática na Saúde


(CIS-EPM), oferta programas de Educação em Biologia Molecular e Engenharia
Genética pela Internet (GONZALEZ, 2005).

A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), no Mestrado


de Informática, voltado para a área gerencial de sistemas de informação,
disponibiliza a opção de o estudante cursar disciplinas através da Educação a
Distância Mediada por Computador (EDMC) (GONZALEZ, 2005).

Para
Você acabou de ler a respeito de algumas iniciativas que vêm escrevendo a
refletir
história da EaD no Brasil. Muitos são os avanços, mas muito ainda há que

se fazer para que essa modalidade seja aceita e implantada na realidade da

educação brasileira. A seguir, destacamos alguns apontamentos que

Gonzalez (2005, p.37-8) indica como problemas/obstáculos ao crescimento

da EaD no Brasil. Reflita sobre esses indicadores e registre sua opinião em

sua agenda ou arquivo eletrônico pessoal.

 Organização de projetos piloto sem a adequada preparação de seu

prosseguimento.

 Ausência de critérios de avaliação dos programas/projetos.

 Inexistência de uma memória sistematizada dos programas

desenvolvidos e das avaliações realizadas (quando existiram).

 Descontinuidade dos programas, sem nenhuma prestação de

contas à sociedade e mesmo aos governos e às entidades

financiadoras.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 45


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

 Inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos

projetos e da prestação de contas de seus objetivos.

 Programas pouco vinculados às necessidades reais do país e

organizados sem nenhuma vinculação exata com programas de

governo.

 Manutenção de uma visão administrativa e política que desconhece

os potenciais e as exigências da EaD, fazendo com que essa área

sempre seja administrada por pessoal sem a qualificação técnica e

profissional necessária.

 Pouca divulgação dos projetos e inexistência de canais de

interferência social.

 Organização de projetos piloto apenas com o intuito de testar

metodologias.

Progressos vêm acontecendo, nas últimas décadas, na EaD no Brasil. Em


1997, havia somente um curso de licenciatura aprovado pelo MEC no Brasil,
oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso. No período de 1999 a 2001,
foram aprovados 14 cursos de graduação pela Secretaria de Educação Superior –
SESU, nas áreas de Educação, Ciências Biológicas, Matemática, Física e Química
(ALVES, 2003).

Em diferentes localidades do mundo, vêm surgindo instituições de ensino com


a modalidade da EaD, contestando o modelo de Educação hegemônico
desenvolvido. Diferentes propostas também têm sido geradas nos próprios
estabelecimentos tradicionais, incorporando a EaD como uma alternativa de
estudos. São exemplos a Universidade Autônoma do México, a Universidade de
Brasília, a Universidade de Honduras, a Universidade de Buenos Aires. Atualmente,
o grande desenvolvimento da EaD, refletido na formação em todos os seus níveis,
na capacitação e na pós-graduação, demonstra as efetivas oportunidades para uma
educação permanente (LITWIN, 2000).

Para
As clássicas versões que ensinavam a ser mágico por correspondência,
refletir
professora de corte e costura ou montador e reparador de rádios na

Argentina da década de 50 do século XX, nos arrancaram mais do que

um olhar de simpatia. Nunca imaginamos que se tratassem de propostas

de hierarquia acadêmica e formativa, ou que permitissem um alto grau

de profissionalização. Mais que dos campos temáticos, desconfiávamos

da “correspondência” como proposta de ensino. Em pouco tempo, em

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 46


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

diversos lugares do mundo, criaram-se Universidades que, utilizando a

modalidade da EaD, conseguiram que vastos setores da população, até

então marginalizados dos sistemas convencionais ou formais, pudessem

ter acesso aos estudos universitários. E a incredulidade, a suspeita ou a

simpatia persistiram, mesmo sendo outros os campos temáticos. Por

acaso se pode ser médico, advogado, engenheiro ou professor assistindo

à televisão ou escutando rádio? As suspeitas acerca do meio como

suporte para a transmissão de conteúdos persistiram. No entanto, os

graduandos da Fern Universität alemã, os da Open University britânica,

os da Universidade Aberta Venezuelana e tantas outras unidades

acadêmicas competem em todo o mundo pelos postos de trabalho do

mesmo modo que os egressos das Universidades convencionais (LITWIN,

2000, p.9).

atividade 3 O que você pensa a respeito da última frase do texto anterior? É possível
que a EaD permita uma educação de qualidade a tal ponto que os egressos
dessa modalidade tenham as mesmas condições de inserção no mundo do
trabalho que os egressos da formação e qualificação pela modalidade
tradicional presencial?

Redija um pequeno texto, de até 100 linhas, em defesa das


potencialidades dessa modalidade. Atenção, não se esqueça que em
tudo encontramos potencialidades e fragilidades!

Caso utilize algum referencial teórico para a construção da sua reflexão,


lembre de colocar a fonte bibliográfica utilizada”.

1.2.3 Conceitos de EAD

O conceito de EaD vem sofrendo alterações de cunho filosófico e


epistemológico, pois, como todo processo em transformação, a EaD também
aprimora suas definições, com o intuito de representar a malha de elementos que a
compõe.

Apresentamos no quadro a seguir, uma coletânea de conceitos de EaD, a


partir de diferentes autores, para que você tenha ideia dos diversificados
entendimentos pelos quais essa modalidade de educação vem passando.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 47


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Saiba Mais G. Dohmen (1967) – “Educação a distância (Ferstudium) é uma forma


sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno se instrui a
+ partir do material de estudo que lhe é apresentado, no qual o
acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a
cabo por um grupo de professores. Isto é possível de ser feito à distância
através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas
distâncias. O oposto de “educação a distância” é a “educação direta” ou
“educação face a face”: um tipo de educação que tem lugar com o contato
direto entre professores e estudantes” (NUNES, 2007, p.4-5).

Lei francesa (1971) – “Ensino a distância é o ensino que não implica na


presença física do professor indicado para ministrá-lo no lugar onde é
recebido, ou no qual o professor está presente apenas em certas ocasiões
ou para determinadas tarefas” (BELLONI, 2003, p.25).

Otto Peters (1973) – “Educação/ensino a distância (Fernunterricht) é um


método racional de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, através
da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto
quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o
propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais
tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo
tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de
ensinar e aprender” (NUNES, 2007, p.5).

M. Moore (1973) – “Educação a distância pode ser definida como a


família de métodos instrucionais nos quais os comportamentos de ensino
são executados em separado dos comportamentos de aprendizagem,
incluindo aqueles que numa situação presencial (contígua) seriam
desempenhados na presença do aprendente de modo que a comunicação
entre professor e o aprendente deve ser facilitada por dispositivos
impressos, eletrônicos, mecânicos e outros” (BELLONI, 2003, p.25).

B. Holmberg (1977) – “O termo ‘educação a distância’ cobre várias


formas de estudo, em todos os vários níveis, que não estão sob a
supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em
salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se
do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma
organização tutorial” (BELLONI, 2003, p.25).

Cropley e Kahl (1983) – “É uma espécie de educação baseada em


procedimentos que permitem o estabelecimento de processos de ensino e
aprendizagem mesmo onde não existe contato face a face entre
professores e aprendentes – ela permite um alto grau de aprendizagem
individualizada” (BELONI, 2003, p.26).

Rebel (1983) – “É um modo não contíguo de transmissão entre professor

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 48


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e conteúdos do ensino e aprendente e conteúdos da aprendizagem –


possibilita maior liberdade ao aprendente para satisfazer suas necessidades
de aprendizagem, seja por modelos tradicionais, não tradicionais, ou pela
mistura de ambos” (BELONI, 2003, p. 26).

Ibanez (1986) – “Educação a Distância é um sistema multimídia de


comunicação bidirecional com o aluno alijado do centro docente (escola), e
facilitado por uma organização de apoio, para atender de um modo flexível
o aprendizado independente de uma grande população dispersa. O sistema
pode configurar-se com desenhos tecnológicos que permitam economias de
escala” (IAHN, MARTINS, POLAK, 2002, p.23).

Malcom e Tight (1988) – “Educação a Distância se refere àquelas formas


de aprendizagem organizada, baseadas na separação física entre os
aprendentes e os que estão envolvidos na organização de sua
aprendizagem. Esta separação pode aplicar-se a todo o processo de
aprendizagem ou apenas a certos estágios ou elementos deste processo.
Podem estar envolvidos estudos presenciais e privados, mas sua função
será suplementar ou reforçar a interação predominantemente a distância”
(BELLONI, 2003, p.26)

Moore (1990) – “Educação a Distância é uma relação de diálogo,


estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediatizar esta
comunicação. Educação a Distância é um subconjunto de todos os
programas educacionais caracterizados por: grande estrutura, baixo
diálogo e grande distância transacional. Ela inclui também a aprendizagem”
(BELLONI, 2003, p.26).

Perriault (1996) – “Educação a Distância é um termo genérico que inclui


o elenco de estratégias de ensino e aprendizagem referidas como
‘educação por correspondência’, ou ‘estudo por correspondência’ em nível
pós-escolar de educação, no Reino Unido; como ‘estudo em casa’, no nível
pós-escolar, e ‘estudo independente’, em nível superior, nos Estados
Unidos; como ‘estudos externos’, na Austrália; e como ‘ensino a distância’
ou ‘ensino a uma distância’, pela Open University. Na França, é referida
como ‘tele-ensino’ ou ‘ensino a distância’; e como ‘estudo a distância’ e
‘ensino a distância’, na Alemanha; ‘educação a distância’, em espanhol, e
‘teleducação’, em português” (BELLONI, 2003, p.26).

Preti (1996) – “A Educação a Distância é, pois, uma modalidade não-


tradicional, típica da era industrial e tecnológica, cobrindo distintas formas
de ensino-aprendizagem, dispondo de métodos, técnicas e recursos, postos
à disposição da sociedade” (PRETI, 1996, p.19).

Polak (2000) – “EaD é uma estratégia que amplia as oportunidades,


sendo orientada pelo princípio de equidade de acesso aos processos de

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 49


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ensino, que exige um planejamento de todas as suas ações e uma gestão


compartilhada compatível com as especificidades desta modalidade de
ensino” (MARTINS, POLAK, KRELLING, 2000, p.238).

Brasil, Decreto Lei n° 5.622, 19 de dezembro de 2005. A Educação a


Distância se caracteriza como modalidade educacional na qual a mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares
ou tempos diversos.

Como você pode observar, foi nos anos 80 e 90 do século XX, que a EaD
decolou no Brasil. A sua definição estava sempre atrelada a uma aprendizagem
caracterizada pela ausência física do aluno e pela falta de um espaço específico, a
escola. O ganho maior foi a possibilidade de atender a uma população quase que
marginalizada, que por diversos motivos não teve oportunidade de frequentar as
aulas nos modelos tradicionais presenciais. Entretanto, conceituar a Educação a
Distância pelo que ela não é em relação à modalidade presencial, promove um
entendimento parcial e em alguns casos pouco científico (NUNES, 2007; PRETI,
1996).

Com a difusão das tecnologias de comunicação em rede, internet, o cenário


começa a ser modificado, e a produção de conhecimentos sistematizados ampliam-
se significativamente, assim como as interações entre os diferentes sujeitos
educacionais. O homem urbano contemporâneo traz profundas alterações na forma
de ser, agir, sentir e comunicar-se.

A EaD é compreendida como uma modalidade de organização do processo


educativo que possibilita, por suas características e peculiaridades, mais do que
qualquer outra modalidade, o rompimento de paradigmas da educação tradicional.
Um dos paradigmas a ser rompido é a dimensão tempo-espaço escolar. Realça,
portanto, o paradigma da interação como suporte do processo comunicacional, o
qual propõe o estabelecimento de uma interlocução entre os sujeitos da prática
educativa e, consequentemente, ocorre o deslocamento da figura do professor do
centro do processo educativo. Essa interlocução é realizada mediante diferentes
recursos, como textos e mídias de variadas naturezas. Assim, o conhecimento
passa a ser compreendido como processo cuja construção ocorre no
desenvolvimento de interlocução, da comunicação e não como algo estático
(NEDER, 2001).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 50


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

A EaD “pode ser compreendida numa perspectiva crítica, como processo de


formação humana que se organiza, se planeja e se concretiza diferentemente
daquele da educação presencial, sobretudo no que concerne à
espaciotemporalidade” (MARTINS e SÁ, 2001, p.19).

Para
Você percebeu que os conceitos anteriores mencionam várias vezes os
refletir
termos “instrução” e “ensino” e, em poucos conceitos, o termo

“educação”? Você verificou também, que a maioria dos conceitos

mencionados diferencia a EaD do modelo presencial tradicional pelo uso

de tecnologias da comunicação e informação? Mas, o que dizermos da

afirmativa de que “Educar é se comunicar”?

Conquanto a EaD seja uma modalidade educativa capaz de ajudar na


democratização do saber, ela tem sido praticada de forma isolada e desconectada
de uma concepção filosófico-política. Também é frequente o uso do termo “Ensino a
Distância” e “Educação a Distância” como sinônimos, no contexto do processo de
aprendizagem. Da mesma forma, nas discussões a respeito da EaD, a utilização dos
termos ensino, educação e aprendizagem gera uma dubiedade na compreensão de
conceitos entre formar e informar, treinar, educar, ensinar e aprender.

Para
O termo “ensino” expressa a ideia de treinamento, instrução, transmissão
refletir
de informações [...]. Educação se refere à estratégia básica de formação

humana que possibilita o aprender a aprender, criar, inovar, construir

conhecimento, participar [...] (MAROTO citado, por IAHN, MARTINS e

POLAK, 2002). Assim, “a educação pode ser concebida como processo de

formação humana mediante a qual uma dada sociedade perpetua e

transmite saberes, conhecimento, valores, etc.” (IAHN, MARTINS, POLAK,

2002, p.16).

Ressaltamos que a EaD não deve ser “confundida com o instrumental, com as
tecnologias a que recorre”. Antes, porém, ela “deve ser compreendida como uma
prática educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer Educação, de
se democratizar o conhecimento. É, por conseguinte, [...] uma alternativa
pedagógica que se coloca hoje ao educador que tem uma prática fundamentada em
uma racionalidade ética, solidária e comprometida com as mudanças sociais”
(PRETI, 1996, p.27).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 51


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

ANOTE A essência da EaD é a relação educativa entre o estudante e o professor,


que não é direta, mas “mediada e mediata”, pois se vale de meios diversos
e diferentes da explicação e a relação cara a cara, que se realiza em
@ momentos e lugares diferentes da presencial, fazendo uso de uma
organização de apoio (PRETI, 1996, p.26).

Mediação – tudo aquilo que propicia a comunicação entre professores e


estudantes e entre estudantes e estudantes – entendendo-se instrumentos,
saberes e ações, a um só tempo.

“As mediações são o segmento (medular) da prática de Educação a


Distância, que permite a conexão de tutores e estudantes no processo
de aprendizagem, e abrangem não só equipamentos, técnicas,
recursos e meios necessários à comunicação a distância, mas também
os saberes e recursos teóricos da área da Comunicação. É exatamente
nas mediações que acontece a mais plena união prática e teórica das
áreas da Educação e da Comunicação” (RADIS, 2003, p.9).

A EaD é uma alternativa pedagógica de elevado alcance que deve utilizar e


incorporar as novas tecnologias como estratégia para alcançar os objetivos do
processo pedagógico, tendo continuamente em foco as concepções de homem e
sociedade assumidas e as necessidades de aprendizagem da população a que se
destina (PRETI, 1996).

Nesse sentido, a EaD possui características como: a abertura, a flexibilidade,


a adaptação, a eficácia, a formação permanente, a economia (PRETI, 1996, p.26):

 Abertura – uma diversidade e amplitude de oferta de cursos, com a


eliminação do maior número de barreiras e requisitos de acesso, abrange
uma população numerosa e dispersa, com níveis e estilos de aprendizagem
diferenciados, para atender à complexidade da sociedade moderna;

 Flexibilidade – o espaço, a assistência e o tempo são distribuídos de


acordo com os ritmos de aprendizagem, com distintos itinerários formativos
que permitam diferentes entradas e saídas e a combinação
trabalho/estudo/família, favorecendo, assim, a permanência em seu
entorno familiar;

 Adaptação – atendendo às características psicopedagógicas de estudantes


adultos;

 Eficácia – o estudante, estimulado a se tornar sujeito de sua


aprendizagem, a aplicar o que está aprendendo e a se auto-avaliar, recebe

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 52


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um suporte pedagógico, administrativo, cognitivo e afetivo através da


integração dos meios e uma comunicação bidirecional;

 Formação permanente – existe uma grande demanda, no campo


profissional e pessoal, para dar continuidade à formação recebida
“formalmente” e adquirir novas atitudes, valores, interesses, etc.

 Economia – evita o deslocamento e o abandono pelo estudante do local de


trabalho, permite a formação de pequenas turmas e uma economia de
escala.

A EaD deve ser compreendida como uma modalidade de educação que enseja
aos sujeitos compartilhar, dialogar, com vistas à busca de construção de
significados sociais, possibilitando a consolidação de um espaço de interlocução,
não necessariamente físico. Nesse sentido, Neder (2001, p. 22-3) nos chama a
atenção para um paradoxo, segundo o qual, a EAD só pode ocorrer se não houver
distância entre os sujeitos envolvidos no processo educativo. Essa aproximação ou
não-distância diz respeito à interlocução, diálogo permanente que deve acontecer
entre os envolvidos na prática educativa, mesmo que não estejam no mesmo
espaço físico e em um tempo real. Isso requer outra compreensão da relação
tempo-espaço.

atividade 4 Se considerarmos a EaD como um espaço de interlocução, também


podemos considerá-la como espaço de comunicação.

Até aqui, você se comunicou com alguns dos sujeitos do processo


educativo envolvidos neste Curso? Que tal listá-los? Que estratégias para
efetivar a sua interlocução e/ou comunicação foram utilizadas? Aponte as
dificuldades e/ou facilidades e justifique cada item listado. Responda a
essas questões e faça a postagem. Aguarde os comentários do seu tutor.

Para
Nas últimas décadas, passamos a ocupar boa parte do nosso tempo diário
refletir
com os aparelhos que permitem uma interação com as mais diversificadas

pessoas e situações. Você já havia pensado na relação tempo-espaço

diferente daquela em que estamos frente a frente com o interlocutor, em

tempo real?

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 53


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

1.2.4 Singularidades do estudante da EaD

O elemento primordial de todo processo educativo é o estudante e é em


função dele que acontece toda a organização de uma proposta pedagógica. Desse
modo, conhecer seu desenvolvimento psicológico, estilos de aprendizagem,
motivações, entre outros, é imprescindível para um efetivo desempenho da ação de
educar.

Se você se reportar às características da EaD descritas anteriormente por


Preti (1996), irá perceber que ele enfoca as características do estudante que esta
modalidade atende essencialmente. Assim, as propostas de EaD têm se
concretizado para atender a uma clientela predominantemente de adultos, que
aprende e se comporta de maneira diferente da criança, do adolescente e do
jovem, clientes habituais dos sistemas de educação convencional. Por se tratar de
pessoas adultas, são autônomas, com capacidade de fazer escolhas
responsavelmente e prever suas conseqüências e os possíveis efeitos de suas
decisões.

O modo de aprender de pessoas adultas se fundamenta em seu trabalho


pessoal, individual e independente. Essas pessoas deverão tomar constantes
decisões quanto a selecionar os meios, tempo, lugar e circunstância de
aprendizagem. Portanto, o educador, o docente, o tutor ou o especialista que
produz o material ou que intenta trabalhar nessa modalidade de Educação terá que
se apropriar dos conhecimentos das características específicas dessa população,
dos mecanismos e dos processos de aprendizagem das pessoas adultas (GARCÍA
ARETIO, 1996).

Fórum
Participe do fórum com o tema: Educação permanente.

Listamos a seguir algumas necessidades de educação permanente de

pessoas adultas, decorrentes de uma série de circunstâncias atuais, as

quais são mencionadas por García Aretio (1996, p.88). Convidamos você a

refletir a respeito destes apontamentos.

 As constantes transformações das estruturas produtivas que geram

mobilidade no mundo do trabalho pelo desaparecimento de

algumas profissões/ocupações e surgimento de outras.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 54


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

 O aumento do tempo de ócio provocado pelos avanços tecnológicos

e as conquistas trabalhistas em decorrência de organização e

atividades sindicais.

 Aumento da longevidade.

 A evolução constante dos conteúdos da ciência, da tecnologia e da

cultura.

 O aumento e generalização do acesso de toda ou da maioria da

população aos níveis da educação fundamental/básica.

Você concorda ou discorda de algum desses apontamentos? Incluiria

mais algum? O que acha de uma discussão em Fórum? Inclua a sua

contribuição.

Vivemos em um mundo em constantes transformações e evolução, e isso


requer que estejamos em contínuo aprendizado, atualização e aprimoramento, em
todo o curso de nossa vida. Além da necessidade de estarmos em constante
atualização para acompanhar as mudanças gerais para satisfação pessoal, tem-se
que em diversas profissões as informações se tornam obsoletas em curto prazo de
tempo, determinando a necessidade desse movimento de aprendizagem.

A seguir, apresentamos um elenco de situações destacadas por García Aretio


(1996) como características da clientela de EaD e algumas que são compreendidas
como facilidades e/ou dificuldades que esse tipo de estudante apresenta em seu
processo de aprendizagem:

Geralmente é uma pessoa madura.


Possui uma história de vida repleta de experiências, conhecimentos,
capacidades, hábitos e atitudes.
Tem interesse em participar de seu processo de formação.
Escolhe aprender voluntariamente, portanto, se trata de uma atividade
interna da pessoa.
Sua aprendizagem é regida por motivações intrínsecas.
Aprende não somente com a finalidade de obtenção de um título, mas para
satisfazer algum tipo de necessidade.
Aprende porque necessita e deseja aplicar o conhecimento adquirido.
Deseja atualizar-se em alguma área ou conhecimento.
Deseja redirecionar sua ocupação.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 55


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Aprende para mudar de vida.


O leque de expectativas se reduz, por isso pretende uma formação ou
qualificação mais voltada para a realidade, isto é, que lhe seja útil.
Demonstra preocupação com os resultados e guarda sentimentos de que
não pode ou não deve fracassar ou perder tempo.
Demonstra diminuição da curiosidade em aprender coisas novas, ao
contrário de crianças e adolescentes.
Está pouco acostumado a ideias abstratas e teóricas, pois o que mais lhe
interessa são as situações ou problemas da vida real.
A aprendizagem tende a ser mais lenta do que em idades anteriores,
principalmente a assimilação daquilo que possa interferir em hábitos já
consolidados.
Pode demonstrar sentimentos de menos capacidade para realizar algumas
atividades e teme ser comparado em sua capacidade de aprender com
pessoas mais jovens.
Em idade avançada, possui dificuldade em mudar de um tema para outro
durante a aprendizagem.
A jornada laboral cotidiana resulta em cansaço e escassez de tempo para
dedicar-se ao esforço intelectual.

Um adulto pode aprender sozinho e às vezes com alto grau de eficácia, mas
sua aprendizagem será mais frutífera se orientado e apoiado por profissionais
qualificados para descobrir e selecionar a forma mais adequada de realizá-la e
aplicar os novos conhecimentos adquiridos em seu contexto de vida e profissional
(GARCÍA ARETIO, 1996).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 56


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1. 3 TUTOR E AÇÃO TUTORIAL

Antes de discorrermos a respeito do tema tutor e tutoria, queremos explicitar


que o modelo de tutoria a ser adotado bem como o modelo dos materiais didáticos,
devem estar de acordo com a proposta pedagógica e a concepção de educação do
curso. Assim, não existe um padrão de tutoria para a EaD, mas linhas gerais que
orientam a sua organização. Em uma determinada proposta de Curso, pode-se
utilizar a tutoria presencial ou a distância ou, ainda, englobar as duas formas.

Independentemente de quais sejam as modalidades de tutoria adotadas em


uma proposta de curso, ressaltamos que o tutor possui um papel importante, no
sentido de manter a motivação e o interesse do estudante para continuar seus
estudos e aproveitar as oportunidades e situações presenciais ou a distância,
individuais ou em grupo. O tutor tem também fundamental relevância no estímulo
para o estudante compartilhar experiências e conhecimentos, desenvolver o espírito
crítico e promover o convívio social entre os estudantes, auxiliando na diminuição
da sensação de distância e isolamento. Essas, são atribuições do tutor,
indispensáveis ao bom funcionamento do sistema de EaD.

O termo tutor tem sido utilizado de modo indiscriminado e muitas vezes sem
a compreensão do seu real significado de importante agente do processo educativo
em EaD. No cenário da EaD, deve ser superada a ideia do tutor como sendo aquele
que guia, ampara, orienta, defende, protege ou tutela alguém. Nos sistemas de
tutoria a distância, assumir a tarefa de tutor representa agir como professor e
educador. Nessa perspectiva, extrapolam-se os limites conceituais da
nomenclatura, uma vez que a missão precípua do tutor é a de ser um educador
como os demais sujeitos do processo de gestão, acompanhamento e avaliação dos
programas de EaD (GOZALEZ, 2005).

“O tutor é o tênue fio de ligação entre os extremos do sistema instituição-


aluno”. Para que esse elo se fortifique, é necessário um constante “estar com” em
que o tutor demonstre interesse genuíno pelo aprendizado do estudante, para que
não se perca o foco. Sendo assim, é essencial que o tutor busque valorizar as
necessidades de aprendizagem do estudante do mesmo modo que o faz com os
conteúdos (GONZALEZ, 2005, p.80).

Considerando que na EaD o estudante encontra-se distante fisicamente dos


colegas e do professor e, ainda, que terá de estudar na maior parte do tempo

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 57


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sozinho, é imprescindível que sejam asseguradas estratégias para sua inserção em


uma rede de comunicação e interação que o mantenha estimulado a desenvolver
seus estudos. Nesse sentido, a tutoria representa uma importante ferramenta que
possibilita uma educação individualizada e cooperativa (MASSUDA, 2005).

A prática tutorial consiste no exercício profissional que o professor-tutor


desenvolve em benefício da melhor qualidade possível do processo de
aprendizagem do estudante. É o recurso facilitador por excelência da aprendizagem
a distância, considerando o projeto pedagógico, os programas das
disciplinas/módulos produzidos pelo professor especialista e o material e meios
didáticos com os quais desenvolve o curso. Desse modo, dois elementos pessoais
de vital importância se destacam na ação tutorial, sem os quais a EaD não pode ser
realizada: o tutor e o estudante (GARCÍA ARETIO, 1998).

Para
Até aqui está sendo possível compatibilizar os conhecimentos sobre tutor
refletir
e tutoria com a mediação que você está vivenciando neste curso, com

seu tutor? Você já poderia elencar algumas estratégias que foram

utilizadas e o que pensa a respeito de cada uma? Você também poderá

fazer sugestões e enviá-la para o seu tutor! Para isso, na página deste

curso, localize o seu tutor em “Participantes”, clique em “Mensagens”,

escreva uma e a envie!

A tutoria desenvolve a função de mediação entre o estudante, o material


didático e o professor e entre os estudantes mediante uma comunicação
personalizada, respeitando a autonomia do estudante para prosseguir na sua
aprendizagem. Embora a tutoria não seja a única forma de promover a interação na
EaD, ela é fundamental, pois, insere o componente humano no processo ensino-
aprendizagem oferecendo suporte necessário para que o estudante possa superar
as dificuldades encontradas no percurso. Assim, a tutoria é essencial na adesão dos
estudantes à modalidade de EaD, e sua permanência nela, contribuindo para
diminuir a evasão (MASSUDA, 2005).

Para exercer uma tutoria efetiva, é necessário que o tutor capte a atenção
dos estudantes e os mantenha atentos, motivados e orientados. Algumas
qualidades são requeridas para o profissional que irá desempenhar funções de
tutoria, e algumas são fundamentais para que ao atuar como mediador, o tutor
procure conhecer a realidade de cada estudante nas dimensões pessoal, social,
familiar e escolar. Essa abordagem humanista proporcionará o conhecimento que

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 58


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

irá facilitar a manutenção do diálogo, do ouvir, do ser empático, de uma atitude de


cooperação. Destarte, listamos a seguir algumas competências consideradas
essenciais ao tutor para o exercício de uma tutoria eficaz (GONZALEZ, 2005, p.81;
MAFTUM e MAZZA, 2005):

Possuir formação acadêmica de nível superior.


Possuir experiência profissional em formação acadêmica.
Saber planejar a ação tutorial de acordo com a proposta pedagógica.
Capacidade de articular teoria e prática educativa de forma crítica.
Ter conhecimento e clara ideia dos desafios que a modalidade de EaD
apresenta aos estudantes.
Facilidade em se comunicar.
Dinamismo.
Criatividade.
Capacidade de liderança.
Iniciativa.
Capacidade de trabalhar em equipe, em grupo-coletivo.
Desenvolver espírito de cooperação.
Estar envolvido com educação de pessoas adultas e gostar dessa
modalidade.
Demonstrar domínio das ferramentas (meios eletrônicos de informação e
comunicação) que serão utilizadas na tutoria.
Gostar do que faz e demonstrar que o faz com amor.
Demonstrar interesse pela melhoria do processo ensino-aprendizagem
do estudante.
Demonstrar disponibilidade para o contato com o estudante, sobretudo
quando solicitado.
Estar pronto para ouvir, apoiar e orientar o estudante quando solicitado.
A indiferença e a fragilidade ou a falta de confiança/vínculo com o tutor
em geral causa desânimo e sentimento de desassistência que pode levar
à evasão.
Capacidade empática e de escuta atenta.
Manter um comportamento profissional e ético. Escutar e valorizar
diferentes ideias e opiniões, evitando impor os próprios valores e
expectativas favorecendo a ampliação do espaço de cada um dos
membros do grupo.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 59


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Para
“Se o tempo e o sujeito constituem-se mutuamente, o tempo é o tempo
refletir
do sujeito” (NEDER, citada por MENEZES). A tutoria permite assegurar o

tempo como o tempo de cada estudante, respeitando as diversidades e

singularidades das pessoas e/ou grupos.

Ao se referir à importância da prática tutorial, convém ressaltar que a tutoria


não é ação aleatória, esporádica e isolada do contexto educacional. Antes, deve ser
cuidadosamente planejada em uma sequência de ações ordenadas discutidas com
toda equipe de trabalho e formalizada por escrito, respeitando a proposta pedagógica
e o perfil da clientela (MAFTUM e MAZZA, 2005).

Cabe ao professor- tutor mediar todo o processo de aprendizagem do


estudante bem como o desenvolvimento do curso. É ao tutor que o estudante remete
todas as suas dúvidas, relativas ao conteúdo das disciplinas, módulos, unidades
didáticas. Também é ao tutor que cabe a tarefa de mediar e estimular os estudantes
a participarem dos ambientes virtuais, como fóruns, chats, a realizarem as
atividades previstas bem como avaliar a participação de cada um (GONZALEZ,
2005).

As atividades desenvolvidas pelo tutor são essencialmente didáticas e o


estudante a distância tem a oportunidade de contar com o seu acompanhamento,
independentemente se a tutoria é presencial ou à distância bem como da distância
geográfica. A interação que se estabelece entre ambos, tutor e estudante, às vezes
pode acontecer a partir da solicitação do estudante para esclarecer dúvidas e, em
outras, a partir de esclarecimentos e orientações encaminhadas pelo tutor. García
Aretio (1998, p.315) destaca, a seguir, alguns aspectos didáticos da prática tutorial:

a) Informar: procurar proporcionar informações prontas e precisas de


interesse do estudante, como: conhecimentos sobre o sistema de EaD,
informações em circulares, orientações do professor e da SEDE,
comunicação de horários, atividades, entre outras.
b) Motivar: o estudante à distância necessita de estímulo do professor tutor
para que mantenha o esforço para superar as dificuldades de seus estudos.
As ações motivadoras devem ser individualizadas/personalizadas nos
contatos e nas atividades a serem desenvolvidas, de modo que, mesmo
distante, o estudante se sinta participante e integrado dentro da proposta de
curso que está desenvolvendo.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 60


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

c) Assessorar: o estudante necessita de orientações precisas em momentos


de dificuldade, de dúvidas ou de decisão. O assessoramento o ajuda a
conhecer melhor as técnicas de trabalho intelectual, a dominar as
estratégias que lhe permitam superar as dificuldades, a saber onde
encontrar a informação que necessita em um certo momento, etc...
d) Orientar: a orientação deve alcançar não somente os aspectos pedagógicos
de realização de atividades acadêmicas, mas também, os aspectos pessoais,
atitudinais e de formação pessoal. Assim, essa orientação o ajudará na
tomada de decisões; nas resoluções em momentos de dúvidas e no
desenvolvimento de seus próprios valores individuais.

O sentido didático da prática tutorial deve propiciar em todo o momento o


desenvolvimento da autonomia e a capacidade de iniciativa do estudante. Portanto
o tutor deve realizar ações com o propósito de ajudar e orientar o estudante para,
por exemplo (GARCÍA ARETIO, 1998):

a) adquirir novos comportamentos sociais e familiares, harmonizar o trabalho


com o estudo, compatibilizar essa nova tarefa de estudo com as outras
atividades e compromissos anteriormente adquiridos;
b) manter uma atitude de esforço positivo que lhe permita superar as
dificuldades e a sentir-se satisfeito e motivado pelo trabalho realizado, ainda
que não se traduza em resultados tangíveis imediatos;
c) fomentar as habilidades e técnicas de trabalho intelectual, métodos de
estudo, estratégias de aprendizagem, que lhe permitam potencializar sua
capacidade de aprendizagem por si mesmos, uma vez que é importante
saber administrar melhor o tempo de que dispõem, muitas vezes escasso,
para conseguir melhor rendimento em seu tempo de dedicação ao estudo;
d) a busca de informações e pesquisa em biblioteca e utilização de outros
recursos e meios técnicos, audiovisuais, na realização de práticas ou de
trabalhos.

Em síntese, a tutoria se encarrega de conseguir que o estudante mantenha


uma autoconfiança em suas próprias possibilidades, desenvolva sua autoestima e
potencialize sua capacidade de auto-aprendizagem, mediante um organizado e
mais proveitoso estudo autônomo.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 61


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Para Neste momento, convidamos você a fazer uma pausa no estudo desta
refletir unidade, para acessar a internet e ler o texto de Oreste Preti, sobre o tema
autonomia do estudante, extraído do sítio a seguir: PRETI, O. Autonomia
do aprendiz na educação a distância: significados e dimensões.
Disponível em: http://www.nead.ufmt.br/documentos/Autonomia_-
_Oreste_I07.doc.

O autor afirma que autonomia não pode somente ser desejada pelo
estudante ou proposta institucionalmente. A autonomia deve ser exercida.

O que você pensa a esse respeito?

1.3.1 Modalidades de tutoria

A tutoria pode ser desenvolvida, fundamentalmente, de forma presencial


individual ou grupal e à distância, individual e grupal, sendo que o que irá
determinar o tipo de tutoria é a organização da proposta pedagógica (MARTINS,
POLAK, KRELLING, 2000; MAFTUM, MAZZA, 2005).

Tutoria presencial

Na EaD, é provável que em


determinado momento o estudante se
encontre face a face com os professores e
colegas de curso. Quando se tratar de
tutoria individual, os horários disponíveis
ao atendimento dos estudantes devem ser
flexíveis e amplos de modo que facilitem FONTE: http://office.microsoft.com/pt-
br/images/results.aspx?qu=REUNIAO&
esses contatos, que geralmente surgem da ctt=1#ai:MC900439913|mt:0|

necessidade sentida pelo estudante.

As tutorias grupais ou coletivas são importantes para a interação entre os


estudantes. Nesses momentos, os estudantes podem compartilhar e complementar
seus conhecimentos, bem como suas dúvidas e dificuldades. Muitas são as
possibilidades de desenvolvimento da tutoria grupal, desde a exposição de temas,
por intermédio de uma aula tradicional, até trabalhos em grupo e seminários.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 62


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

As sessões de tutoria presencial potencializam o sentido de pertença ao grupo


e à própria instituição. Reforça a motivação para o estudo à distância, diminui o
grau de ansiedade em relação aos trabalhos acadêmicos e provas/avaliações. Os
encontros presenciais devem ser previamente programados e constar na proposta
de curso.

Tutoria a distância

Toda ação que permita superar


obstáculos e dificuldades de
aprendizagem a distância, oferecida ao
estudante como resposta à sua
solicitação ou antecipada pelo tutor, no
intuito de manter o estudante em
interação com ele e com os demais
colegas de curso, caracteriza tutoria a FONTE: http://office.microsoft.com/pt-
br/images/results.aspx?ex=2&qu=
distância. COMPUTADOR#ai:MC900441533|mt:0|

Na tutoria a distância individual, o tutor pode atender o estudante de acordo


com sua necessidade, auxiliando-o a partir de seu contexto pessoal. O estudante
poderá entrar em contato com o tutor através dos meios de comunicação de que
dispõe ou prefere, como, por exemplo: carta, telefone, fax, correio eletrônico
(email), Skype, fórum, chat.

A tutoria grupal pode ocorrer a partir da necessidade sentida pelo tutor que a
propõe ou de um grupo de estudantes que se reúne e solicita auxílio do tutor.
Dependendo do recurso que será utilizado para viabilizar o encontro, como, por
exemplo, por chat, será necessário um acordo a respeito da data e do horário.
Também é importante que seja levado um tema ou questões a serem discutidos,
possibilitando que seja mantido o foco.

 Tutoria postal

Na tutoria postal, a comunicação entre tutor e estudante acontece mediante o


uso do correio. O recebimento de resposta pelo correio tem a vantagem de o
estudante poder arquivá-la e consultá-la sempre que desejar. É um meio
econômico e pode atingir o estudante que mora bem distante dos grandes centros

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 63


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urbanos e com pouco ou nenhum recurso da internet. Também é útil naquelas


propostas em que o estudante deve remeter ao tutor as atividades realizadas por
escrito. É um recurso importante quando o tutor, no início do curso, envia uma
carta de apresentação e de boas vindas e com informações iniciais ao estudante.

 Tutoria por telefone

Esse recurso é eficaz, rápido, fácil de usar e útil para reforçar o comentário de
informações enviadas por carta e até para apresentar temas que não seriam
possíveis pela escrita. Permite uma relação interpessoal direta.

 Rádio e Televisão

A internet dispõe de recursos que permitem a transmissão de programas de


rádio e televisão mediante o uso da tecnologia denominada streaming, que pode
ser acessada em qualquer parte do mundo. Para que os dados sejam transmitidos,
sem atraso, é necessário que os usuários disponham de Internet de banda larga. As
emissoras da Universidade Federal do Paraná – http://www.radio.ufpr.br e Rádio
USP da Universidade de São Paulo – http://www.radio.usp.br são exemplos de
possibilidades pedagógicas através do rádio com transmissão pela web. Esse tipo
de comunicação, poderá, no futuro, acontecer também com transmissão pela
televisão (GONZALEZ, 2005).

Para O Brasil dispõe de cerca de 3.000 emissoras de rádio, cobrindo


refletir praticamente todo o território nacional. Não há nenhum outro instrumento
de comunicação que lhe seja superior. O que não dá para entender [...] é
que se utilize tão pouco o veículo, comprovadamente eficaz, como ocorreu
com os resultados dos experimentos pedagógicos realizados pelo
Movimento de Educação de Bases da Igreja Católica (MEB) e também pelo
Projeto Minerva (MEC). Nesse último, vivi a experiência por dentro,
produzindo módulos, indo à rádio MEC [...] para responder às questões
suscitadas pela Lei 5.692/71, ocasião em que gravava ao lado do Mestre
Aurélio Buarque de Holanda, [...] que respondia a dúvidas sobre a língua
portuguesa.

Onde foi parar todo esse acervo? Por que tudo isso foi interrompido? O
rádio, nos meios eletrônicos, é o veículo de maior extensão e com certos
horários nobres (de manhã ou à tarde) que nada fica a dever a
determinadas audiências da própria televisão. Já imaginaram o tamanho
desperdício quando não se coloca o rádio a serviço da educação, num país

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 64


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

que ainda dispõe de carências brutais, como a existência, em 1998, de 19


milhões de analfabetos (NISKIER, 1999, p.213)?

O que você pensa a respeito das afirmações do autor? No momento


em que presenciamos um avanço imensurável das tecnologias da
informação e comunicação virtuais, o rádio, ainda ocuparia
importante espaço na divulgação, socialização e construção do
conhecimento? Em seu município, esse recurso poderia ser
utilizado pela tutoria, para a interlocução com os estudantes?

Saiba Mais A partir de pesquisas em várias literaturas a respeito das atividades


desempenhadas pelo tutor, Maftum e Mazza (2005, p.63) reuniram em
+ uma síntese, vinte e oito ações as quais são apresentadas na sequência.
Antes, porém, as autoras lembram que algumas dessas atividades podem
não ser condizentes com determinadas propostas, pois o planejamento de
uma tutoria necessariamente deve acontecer levando em consideração a
organização do projeto pedagógico do curso. Estes aspectos, entre outros,
também devem ser considerados: especificidades regionais, nível de
formação que se intenta desenvolver, duração do curso, perfil da clientela a
ser atendida, meios tecnológicos de se que dispõe, equipe de profissionais
de apoio administrativo, materiais didáticos, espaço físico.

As ações:
Orientar, assessorar e atuar como facilitador da aprendizagem
do aluno.
Proceder à orientação individual, presencial ou à distância.
Orientar metodologia de estudo individual auxiliando-o em seu
planejamento, sugerindo formas de organização do tempo e
estratégias para o estudo individual do material didático, ou
seja, o melhor itinerário para prosseguir no curso.
Indicar caminhos para resoluções de dúvidas de conteúdo.
Identificar e orientar as dificuldades no desenvolvimento dos
trabalhos e atividades.
Participar do processo avaliativo dos alunos.
Participar de forma contínua do processo ensino-aprendizagem
do aluno.
Auxiliar e estimular os alunos na sua auto-avaliação.
Ajudar o aluno a tomar consciência de suas falhas e
dificuldades a fim de reorientar seus esforços.
Manter contato frequente com os alunos.
Usar meios eletrônicos de informação e comunicação para

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 65


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

contatar com o aluno.


Estimular o uso de alternativas (internet, fórum, chat) de
interação com os demais colegas de curso.
Ocupar cargos e representações dentro dos centros, núcleos ou
polos e nos órgãos colegiados da instituição.
Ajudar o aluno a se adaptar ao método de estudo em EaD.
Apoiá-lo e estimulá-lo para o prosseguimento dos estudos.
Estimular o interesse do aluno pela atividade e discutir suas
expectativas.
Permitir que o aluno seja autônomo na seleção das questões a
serem discutidas bem como no encaminhamento das mesmas.
Realizar a retroalimentação do processo ensino-aprendizagem.
Desenvolver e promover a comunicação dentro do grupo
(presencial ou virtual).
Participar na organização de encontros coletivos presenciais ou
não, seminários temáticos, atividades práticas de ensino, entre
outros.
Proporcionar a oportunidade aos alunos de se reunirem e
realizarem atividades grupais nos centros, núcleos, polos (ou
qualquer outra denominação que a instituição adota) ou fora
deles.
Avaliar o material didático utilizado no curso.
Fazer o registro dos resultados (notas ou conceitos) no sistema
de acompanhamento acadêmico de alunos.
Participar na avaliação do curso.
Avaliar sistematicamente a sua própria atuação.
Participar de capacitação e atualização, principalmente no
conteúdo especifico da disciplina ou unidade e nas questões de
EaD.
Organizar sua permanência no centro, núcleo ou polo em
horários e dias da semana.

Organizar um diário das demandas dos alunos.

Saiba Mais
É recomendável que você faça estas anotações em sua AGENDA: a qual

+ polo você está vinculado? O endereço e o telefone do polo a que está

vinculado. O nome e o telefone do coordenador do polo. O nome e o

endereço eletrônico do tutor a distância/UFPR (TD) e do tutor

presencial/polo (TP).

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 66


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

1.4 POLÍTICAS DE EAD NO BRASIL

A Educação a Distância foi institucionalizada no Brasil, em 1996, por


intermédio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei n° 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, a qual foi regulamentada pelo Decreto n° 5.622, publicado no
Diário Oficial da União de 20 de dezembro de 2005.

Consideramos importante que você leia:


 O artigo 80 da LDB que trata especificamente da EaD no Brasil.
 O conceito de EaD, que consta no Decreto-Lei n° 5622/05.

Saiba Você já navegou na página do CIPEAD/UFPR (www.cipead.ufpr.br)? Caso ainda


Mais não o tenha feito, convidamos você, neste final da Unidade 1, a dispensar um
tempo para fazer uma busca da Legislação relativa à EaD. A página da CIPEAD
+ oferece um link ao sítio do Ministério da Educação (MEC). Veja como a Legislação
do Brasil sobre a EaD está organizada e disponibilizada. Lá você poderá acessar
os seguintes documentos:

1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – Lei n° 9.394, de


20/12/1996.
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf

1998 – Decreto n° 2.494, de 10/02/1998.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf

1998 – Portaria Ministerial n° 301, de 07/04/1998.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/port301.pdf

1998 – Decreto n° 2.561, de 27/04/1998.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2561.pdf

2001 – Resolução n° 1, de 3 de abril de 2001. O Conselho Nacional de Educação


estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto sensu.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/CES0101.pdf

2004 - Portaria Ministerial n° 4.361 (revogou a portaria n. 301/98). Normatiza os


procedimentos de credenciamento e recredenciamneto de instituições de
educação superior a distância mediante a protocolização no sistema de
acompanhamento de processos das instituições de ensino superior –
SAPIEns/MEC.

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/port_4361.pdf

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 67


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Decreto n° 5.622, publicado no D.O.U de 20/12/05 (revogou o Decreto n° 2.494,


de 10/02/1998, e o Decreto n°. 2.561, de 27/04/1998). Regulamenta o Artigo 80
da LDB, define o que é EaD. Apresenta conteúdo sobre a oferta, o
credenciamento, a autorização e os exames em EaD.
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf

2007 - Portaria Normativa n° 02. Dispõe sobre os procedimentos de regulação e


avaliação da educação superior na modalidade à distância. Indicadores de
qualidade para cursos de graduação à distância.

http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=62&Item
id=191

http://www.in.gov.br/materias/xml/do/secao1/2520379.xml

ANOTE
- No sítio http://portal.mec.gov.br/seed, do Ministério da Educação, além

da legislação de EaD do Brasil, você poderá conhecer como está organizada


@ a Secretaria de Educação a Distância-SEED/MEC.

- No sítio www.uab.mec.gov.br, você poderá conhecer as propostas da

Universidade Aberta do Brasil e as instituições de ensino superior

credenciadas para ofertar cursos em EaD.

1.5 POLÍTICAS DE EAD NA UFPR

Desde 1998, a UFPR vêm oferecendo à comunidade, interna e externa,


projetos de Educação a Distância, sob a forma de seminários e cursos de
capacitação, aperfeiçoamento, especialização, graduação, bem como produção de
material didático em EaD.

Em 1998, mediante a Portaria nº 270, da Reitoria da UFPR foi instituída uma


Comissão Intersetorial encarregada de elaborar a proposta de criação de um Núcleo
de Educação a Distância na Universidade Federal do Paraná.

Em 1999, por intermédio da Portaria nº 370/UFPR, de 10 de fevereiro de


1999, o Conselho Universitário – COUN/UFPR, aprova a institucionalização da EaD
na UFPR, por meio da criação do Núcleo de Educação a Distância – NEAD/UFPR,
órgão vinculado à Pró-Reitoria de Graduação.

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 68


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

Saiba Mais No sítio do CIPEAD/UFPR (www.cipead.ufpr.br), acessando o link


“Regulamentação da EaD na UFPR”, você encontrará as seguintes
+ legislações institucionais:

Resolução n° 17/00 – Conselho de Ensino e Pesquisa – CEPE. Fixa as


normas básicas de controle e registro da atividade acadêmica dos cursos de
Aperfeiçoamento e Especialização na modalidade de Educação a Distância
da UFPR.

Resolução n° 18/00 – CEPE. Aprova as normas básicas da atividade dos


Cursos de Graduação na modalidade de EaD da UFPR.

Resolução n° 08/03 – Conselho Universitário – COUN. Estabelece o


Regimento Interno do Núcleo de Educação a Distância – NEAD/UFPR.

Prezado estudante,

Parabéns! Você acaba de dar o primeiro passo.

Vá em frente!

Mód. I - Contextual Ensino, Pesquisa e Projeto de Intervenção 69


Especialização em Saúde para Professores do Ensino Fundamental e Médio UFPR

REFERÊNCIAS

ALVES, L; Educação a distância. São Paulo: Futura, 2003. BELLONI, M. L.


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