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A IDENTIDADE DO
PRECEPTOR NO PROCESSO
FORMATIVO DA EDUCAÇÃO
EM SAÚDE
UNIDADE 1
CRÉDITOS
Coordenação Geral do Curso Supervisão de Oferta e Marketing
Prof. Dr. Sérgio Santos (DDES/MEC) Educacional
Prof. Dr. Rodolfo Viana (DTED/UFMA)
Coordenação Adjunta do Curso
Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA) Design Instrucional
Steffi Greyce de Castro Lima (DTED/UFMA)
Supervisão Pedagógica e de Orientação Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA)
Educacional
Profa. Dra. Patrícia Maria Abreu Machado Design Gráfico
(DTED/UFMA) Vital Amorim (DTED/UFMA)
Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA) Sabrina da Silva Carneiro (DTED/UFMA)
Profa. Dra. Cristina Manno (DDES/MEC)
Equipe de Tecnologia da Informação
Professora Autora Anilton Maia (DTED/UFMA)
Gláucia Talita Possoli Jone dos Santos Sodré Correia (DTED/UFMA)
Bons estudos!
SUMÁRIO
Tópicos Abordados
Tópicos Abordados
01 A saúde entre a prática da assistência e o p 04
processo de ensino
04 A Integração Ensino-Serviço-Comunidade e p 16
as competências do exercício da preceptoria
Síntese da unidade p 28
Referências p 30
1- A saúde entre a prática da assistência e
o processo de ensino
A ordenação na formação dos recursos humanos da área de saúde é
um dos preceitos constitucionais na criação do Sistema Único de
Saúde (SUS), estabelecido no inciso III do Artigo 200 da Constituição
Federal Bbrasileira (BRASIL, 1988).
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Na perspectiva do Ensino em Saúde/SUS, as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) dos cursos de graduação em saúde afirmam que a
formação do profissional desta área deve contemplar o sistema de
saúde vigente no país, o trabalho em equipe e a atenção integral à
saúde, reafirmando a prática de orientação ao SUS. Dessa forma, a
universidade passa a ser responsável por formar profissionais que
estabeleçam uma relação de reciprocidade com a sociedade
(CECCIM; FEUERWERKER, 2004).
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As diretrizes curriculares dos cursos de graduação da Saúde apontam
a necessidade de os cursos incorporarem a inserção precoce e
progressiva do estudante nos cenários de práticas do SUS, o que
garante conhecimento do sistema e compromisso com a realidade de
saúde do território e do país.
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2- As diversas definições sobre o
preceptor e a preceptoria
O termo preceptor foi utilizado inicialmente em programas de
residência médica. No entanto, passou a ser usado também para a
formação de profissionais de outras áreas de saúde, na graduação e
na pós-graduação.
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A preceptoria é uma modalidade de ensino que vem se destacando no
cenário de formação de recursos humanos em saúde no Brasil
(RODRIGUES, 2012) e entende-se que a preceptoria é primordial no
processo de formação dos discentes, sendo por ocasião dos estágios
supervisionados que o processo de ensino-aprendizagem fundamenta-
se na experiência prática com a participação em situações reais de
vida e de trabalho profissional (SILVA et al., 2016).
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Nesse sentido, (re)conhecer o papel do preceptor como mediador de
um processo de ensino-aprendizagem significa colocá-lo no espaço
das inter-relações entre estudantes, professores, clientes/usuários,
gestores e demais membros da equipe de saúde (CARVALHO;
FAGUNDES, 2008). Para Barreto et al., (BARRETO et al., 2011), a
relação entre preceptor e educando enfrenta dificuldades não
vivenciadas em outros espaços e reforça o caráter co-produtivo e
inovador deste processo.
3- A Institucionalização da preceptoria
nas práticas de ensino
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Essa mesma lei demandou, ainda, a revisão das DCN para a graduação
médica, realizada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2014,
reforçando a importância da formação na Atenção Primária à Saúde
(APS), do trabalho em redes de atenção e da parceria ensino-serviço-
comunidade, além de indicar estratégias para reforçar a formação
docente e de preceptores. Paralelamente às mudanças na formação de
médicos para a atenção primária à saúde, existia a expectativa de
reformulação das diretrizes curriculares de graduação para as outras
profissões da área da saúde (AGUIAR, 2017).
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2018
Educação Física em 2018 (BRASIL, 2018).
2019
Medicina Veterinária e Psicologia em 2019
(BRASIL, 2019b; BRASIL, 2019c)
2021
A DNS de Odontologia foram revistas em 2021
(BRASIL, 2021).
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As DCN da graduação em Farmácia colocam a proporção máxima de
10 estudantes por supervisor/preceptor:
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A formação do Terapeuta Ocupacional deve garantir o
desenvolvimento de estágios curriculares, sob supervisão
docente. (BRASIL, 2002b)
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O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular
obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no
espaço sócio-institucional, objetivando capacitá-lo para o
exercício profissional, o que pressupõe supervisão
sistemática. Esta supervisão será feita conjuntamente por
professor supervisor e por profissional do campo, com base
em planos de estágio elaborados em conjunto pelas
unidades de ensino e organizações que oferecem estágio
(BRASIL, 2002d).
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Enfermagem (BRASIL, 2001a) e Nutrição (BRASIL, 2001b) contemplam
a participação do profissional do serviço de saúde, não mencionando a
figura de supervisor local.
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VIII - Valorização da docência na graduação, do profissional
da rede de serviços e do protagonismo estudantil,
considerando:
4- A Integração Ensino-Serviço-Comunidade e
as competências do exercício da preceptoria
A preceptoria é um dos dispositivos que pode contribuir para fortalecer
a integração do ensino com o serviço, uma vez que induz ao
profissional refletir sobre sua prática, o coloca numa situação de
diálogo com o estudante sobre as demandas e a estrutura do serviço,
contribui para o desenvolvimento do senso crítico e das competências
gerais necessárias para o exercício profissional conforme preconiza as
DCN.
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Estar lado a lado do estudante de graduação demanda do preceptor
uma grande responsabilidade (RODRIGUES, 2012) e nesse contexto a
formação pedagógica do preceptor é fundamental para a efetivação do
SUS, pois através dos estágios realizados nos cenários de prática o
discente tem oportunidade de discutir e elaborar estratégias para a
superação de problemas de saúde da população. A visão da
personalidade integral do indivíduo é desenvolvida conforme o
rompimento da dissociação entre teoria e prática (GARCIA et al., 2017).
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Em uma revisão bibliográfica de estudos brasileiros publicados entre
os anos de 2002 e 2012 sobre a preceptoria em saúde (AUTONOMO et
al., 2015), os termos preceptoria e preceptor são frequentemente uti‐
lizados no âmbito da formação em saúde, porém carecendo de uma
definição consistente. Alguns autores utilizam a palavra preceptor
como sinônimo de outros termos já consolidados no campo da
formação em saúde, como: “docente-clínico”, “educador”, “docente”,
“tutor”.
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complexa que exige de quem a exerce uma grande capacidade de
mediação, conhecimento técnico-científico, sensibilidade, bom senso,
criatividade e improvisação para poder ajudar o aluno a (re)construir o
seu saber profissional a partir da singularidade das situações da
prática. Muitas vezes, o que exige-se do preceptor é apenas a sua
competência técnica e experiência profissional, mas não se cobra dele
uma competência didático-pedagógica (CARVALHO; FAGUNDES,
2008).
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5 - Ser preceptor: as fragilidades, as
potencialidades e o reconhecimento.
Em uma parceria entre MEC e UNESCO foi realizada uma pesquisa
com coordenadores de cursos de graduação na área da saúde e com
preceptores em Instituições Federais de Ensino com o objetivo de
compreender a percepção da atuação prática da figura do preceptor
nas práticas de ensino.
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Com relação às potencialidades do preceptor no curso, todos
reconhecem a importância da atuação do profissional em serviço no
processo de formação dos discentes.
Vivência da realidade
Integração com a comunidade
Facilitador da relação interprofissional
Horizontalidade na convivência com o aluno
Práticas Conhecimento de rotinas, protocolos instituídos
Conhecimento do território, da rede, de
protocolos e fluxos
Propicia educação permanente para o serviço
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A seguir, você terá acesso a cada uma das fragilidades com mais
detalhes.
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Dimensão de fragilidades institucionais, de gestão e de política
indutoras na prática de preceptoria, de acordo com os coordenadores
dos cursos de graduação, 2021.
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Entre os preceptores dos cursos da área da saúde das Instituições
Federais de Ensino, 1.073 responderam o formulário, assim
distribuídos:
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5) Preceptores de graduação em Medicina e de Residência Médica,
com 172 preceptores incluídos nesse grupo;
A devolutiva das ações como preceptor por parte dos tutores ou dos
coordenadores de residência não ocorre de forma rotineira para 54,5%
dos preceptores das residências uni e multiprofissionais e nem para
51% dos preceptores da residência médica.
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O sentimento de estar preparado para ser preceptor foi manifestado
por 66,4% dos preceptores das residências uni e multiprofissional e
para 72,8% dos preceptores da residência médica.
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Síntese da unidade
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Síntese da unidade
As fragilidades citadas pelos preceptores se concentram nas
faltas: falta de reconhecimento das práticas de preceptorias
por parte da academia e das instituições de saúde; falta de
incentivo financeiro e institucional para a prática da
preceptoria, bem como a desvalorização das atividades; baixa
remuneração, considerando o valor baixo pago pela bolsa
PRODEPS; falta de carga horária destinada para as atividades
requeridas no exercício da preceptoria e a sobrecarga de
atividades vivenciadas na prática profissional; e a falta de
interesse e de responsabilidade dos alunos.
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Referências
AGUIAR, A. C. DE. Preceptoria em Programas de Residência:
ensino, pesquisa e gestão. Rio de Janeiro : CEPESC/IMS/UERJ,
2017.: [s.n.].
ANJOS, T. C. C. DOS. UMA ANÁLISE DO EXERCÍCIO DA
PRECEPTORIA E AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS NO
PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, AIDS E HEPATITES VIRAIS DO
MUNICÍPIO DE MACEIÓ. [s.l.] Universidade Federal de Alagoas,
2015.
AUTONOMO, F. R. DE O. M. et al. A Preceptoria na Formação
Médica e Multiprofissional com Ênfase na Atenção Primária-
Análise das Publicações Brasileiras Primary Health Care
Preceptorship in Medical and Multidisciplinary Training-A Review of
Brazilian Publications. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO
MÉDICA, v. 32, n. 2, p. 316–327, 2015.
BARRETO, V. H. L. et al. Papel do preceptor da atenção primária em
saúde na formação da graduação e pós-graduação da Universidade
Federal de Pernambuco: um termo de referência. Revista Brasileira
de Educação Médica, v. 35, n. 4, p. 578–583, 2011.
BISPO, E. P. DE F.; TAVARES, C. H. F.; TOMAZ, J. M. T.
Interdisciplinaridade no ensino em saúde: O olhar do preceptor na
Saúde da Família. Interface: Communication, Health, Education, v.
18, n. 49, p. 337–350, 2014.
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Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: [s.n.].
BRASIL, M. DA E. C. RESOLUÇÃO No 3, DE 21 DE JUNHO DE 2021
(*). Brasília-DF, 2021.
BRASIL, M. DA E. C. RESOLUÇÃO No 3, DE 15 DE AGOSTO DE 2019.
Brasília-DF, 2019b.
BRASIL, M. DA E. C. PARECER CNE/CES No: 1071/2019. Brasília-DF,
2019c.
BRASIL, M. DA E. C. RESOLUÇÃO No 6, DE 18 DE DEZEMBRO DE
2018. Brasília-DF, 2018.
BRASIL, C. N. DE S. RESOLUÇÃO No 569 DE 8 DE DEZEMBRO DE
2017. 2017a.
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