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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DA VITÓRIA

GILSON RODRIGUES DA SILVA FILHO

CORRIDA DE ORIENTAÇÃO COMO CONTEÚDO NO ENSINO MÉDIO

Vitória de Santo Antão

2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DA VITÓRIA
LICENCIATURA EM EDUCACÃO FISICA

GILSON RODRIGUES DA SILVA FILHO

CORRIDA DE ORIENTAÇÃO COMO CONTEÚDO NO ENSINO MÉDIO

TCC apresentado ao Curso de Licenciatura


em Educação Física da Universidade Federal
de Pernambuco, Centro Acadêmico da
Vitória, como requisito para a obtenção do
título de Licenciado em Educação física.
Orientador: Profª Lara Colognese

Vitória de Santo Antão

2021
Catalogação na Fonte
Sistema Integrado de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.
Bibliotecário Jaciane Freire Santana, CRB-4/2018

S586c Silva Filho, Gilson Rodrigues da.


Corrida de orientação como conteúdo no ensino médio / Gilson
Rodrigues da Silva Filho. - Vitória de Santo Antão, 2021.
20 p.

Orientadora: Lara Colognese Helegda.


TCC (Licenciatura em Educação Física) – Universidade Federal de
Pernambuco, CAV, Licenciatura em Educação Física, 2021.
Inclui referências.

1. Atletismo. 2. Educação física para adolescentes. 3. Corridas (A-


tletismo). 4. Educação física escolar. I. Helegda, Lara Colognese (Ori-
entadora). II. Título.

796.42 CDD (23. ed.) BIBCAV/UFPE - 261/2021


GILSON RODRIGUES DA SILVA FILHO

CORRIDA DE ORIENTAÇÃO COMO CONTEÚDO NO ENSINO MÉDIO

TCC apresentado ao Curso de Licenciatura


em Educação Física da Universidade Federal
de Pernambuco, Centro Acadêmico da
Vitória, como requisito para a obtenção do
título de Licenciado em Educação física.

Aprovado em: 23/12/2021.

Banca Examinadora

__________________________________________________________
Profª Dra. Lara Colognese
Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________________________
Ma. Priscila Maria da Cruz Andrade
Centro Universitário Facol- UNIFACOL

__________________________________________________________
Especialista Paloma Pedroso de Oliveira
Escola Adventista da Vitória- EAV
RESUMO

A corrida de orientação no ensino médio pode ser uma metodologia efetiva, já que o esporte de
Orientação apresenta diversas possibilidades de relações com as mais variadas faixas etárias de
alunos e com as relações possíveis com outras áreas de conhecimento. Esse esporte abre um
leque de possibilidades de atuação, pois pode ser desenvolvido tanto em locais como a própria
escola ou chácaras e bairros, fazendo uso de instrumentos como a bússola, mapa de cidade ou
do bairro e a planta da escola. O estudo teve como objetivo descrever como a corrida de
orientação pode fazer parte do contexto escolar no ensino médio. A metodologia utilizada foi a
revisão bibliográfica, onde foram utilizados livros e publicações de artigos científicos
nacionais nas bases de dados, MedLine, Scielo Google Acadêmico. Para compor a amostra,
foram previamente estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: estudos publicados entre os
anos de 2007 a 2021; estudos completos e disponíveis. Após a aplicação de todos os critérios
de inclusão e exclusão, realizou-se leituras dos títulos permanecendo 178 estudos; e após
leitura do resumo, 138 artigos foram excluídos restando 40 estudos para que fosse realizada a
leitura na íntegra, sendo 20 deles, os artigos eleitos para compor a amostra final. No decorrer
deste trabalho percebeu-se que a corrida de orientação tem três vertentes bem definidas que
são a competitiva, a pedagógica e recreativa. A partir da análise feita nos artigos encontrados,
verificou-se algumas possibilidades, perspectivas e benefícios de se trabalhar a corrida de
orientação nas aulas de educação física no ensino médio.

Palavras chave: educação física escolar; corrida de orientação; propostas metodológicas.


ABSTRACT

The orienteering race in high school can be an effective methodology, since the sport of
Orienteering presents several possibilities of relationships with the most varied age groups of
students and with possible relationships with other areas of knowledge. This sport opens up a
range of possibilities for action, as it can be developed in places such as the school itself or
farms and neighborhoods, making use of instruments such as a compass, city or neighborhood
map and the school's plan. The study aimed to describe how the orienteering race can be part
of the school context in high school. The methodology used was the bibliographic review,
which used books and publications of national scientific articles in the databases, MedLine,
Scielo Google Academic. To compose the sample, the following inclusion criteria were
previously established: studies published between 2007 and 2021; complete and available
studies. After applying all inclusion and exclusion criteria, titles were read, remaining 178
studies; and after reading the abstract, 138 articles were excluded, leaving 40 studies to be
read in full, 20 of which were the articles chosen to compose the final sample. During this
work, it was noticed that the orienteering race has three well-defined aspects, which are
competitive, educational and recreational. From the analysis of the articles found, some
possibilities, perspectives and benefits of working the orienteering race in physical education
classes in high school were verified.

Keywords: school physical education; orienteering race; methodological proposals.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

2 METODOLOGIA.................................................................................................................. 9

3 RESULTADOS .................................................................................................................... 10

4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 14

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 17

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 18
7

1 INTRODUÇÃO

O ensino da educação física escolar de acordo com os parâmetros curriculares do


Governo do Estado de Pernambuco (2013), está organizado em 4 ciclos que são divididos em:
1º Ciclo: Organização da identidade dos dados da realidade (Creche ao 3° ano do Ensino
Fundamental); 2º Ciclo: Iniciação à sistematização do conhecimento (4° ao 6° ano do Ensino
Fundamental); 3º Ciclo: Ampliação da sistematização do conhecimento (7° ao 9° ano do
Ensino Fundamental); 4º Ciclo: Aprofundamento da sistematização do conhecimento (Ensino
Médio).
Tomando como referência o Soares et al (1992; 2013), o ensino médio é a etapa da
educação no Brasil que vem logo após o fundamental e é composto por três anos de estudos.
Ele está em processo de mudança no Brasil e isto ocorre devido ao entendimento que o
modelo está ultrapassado para a atual realidade e que mudanças seriam necessárias para
permitir uma formação mais adequada dos alunos.
A composição etária do ensino médio é composta predominante por adolescentes. Cabe
destacar, como aponta Dario (2015), que a rotina dos adolescentes é composta por excessos,
em todos os sentidos, inclusive na comida. Os jovens passam muito tempo fora de casa, fazem
refeições na rua com alimentos, muitas vezes ricos em gordura. A Educação Física escolar
pode ser considerada fator importante para a adesão da atividade física na vida futura. A
Educação Física na escola tem como mote principal fazer com que o estudante conheça seu
corpo, valorize e adote hábitos saudáveis e aja com responsabilidade em relação a sua saúde e
do coletivo.
O esporte, sem dúvida, é parte de grande importância na vida do jovem e deve ser
trabalhado com a proposta pedagógica adequada que leve em consideração os valores e modo
de comportamento do aluno assim o esporte deve ser atrelado a sua função educacional
(BRASIL, 1997). Os eixos temáticos são os principais componentes da cultura corporal:
ginástica, luta, dança, jogo e esporte.
Uma das práticas primitivas da humanidade é o ato de correr, tanto para sobrevivência
quando atacado por predadores quanto para caçar e conseguir alimento, sendo assim pode ser
considerado a prática de atividade física do ser humano (ANTONIO, 2012).
A corrida pode ser encontrada de algumas formas: corrida de rua, corrida de pista, corrida
de média distância ou corrida de médio fundo, corrida de longa distância ou corrida de
revezamento, cross country e corrida de montanha. A prática constante da corrida eleva a
capacidade pulmonar, cardíaca e o ganho de forca muscular (ANTONIO, 2012).
8

A corrida de orientação ou esporte de orientação como também é conhecido, e praticado


em todo mundo, teve seu início em 1918 na Suécia pelo major Ernest killander, conhecido
como pai da orientação (COB, 2017). A Confederação Brasileira de Orientação - CBO
(2012), traz a definição de orientação como um esporte no qual os competidores navegam de
forma independente através do terreno, onde haverá pontos de controle que todos devem
passar, utilizando mapa e bússola.
Após conhecer o Esporte de Orientação, podemos observar diversas possibilidades de
relações com as mais variadas faixas etárias de alunos e com as relações possíveis com outras
áreas de conhecimento. Este esporte abre um leque de possibilidades de atuação, pois pode ser
desenvolvido tanto em locais como a própria escola ou chácaras e bairros. Além de possuir
uma variedade de possibilidades de materiais, tais como a bússola, mapa de cidade ou do
bairro e a planta da escola. Cabe destacar a possibilidade de participantes com necessidades
especiais, estudantes com maior ou menor nível de habilidade física, contribuindo para os
mais novos ideais de educação inclusiva.
Observando estas possibilidades, surgiu a pergunta: a corrida de orientação pode ser
um conteúdo do ensino médio dentro das atividades de aventuras?

A Orientação pedestre é uma modalidade de endurance que, envolve grande componente


mental e físico (PASINI, 2007). Logo, a corrida de Orientação em termos educacionais,
corresponde ao conjunto de ações que visam colocar o esporte a serviço do aluno,
direcionando-o a um aprendizado significativo. Diante do exposto, o anseio por pesquisar este
desporto e sua relação com o meio escolar, nasceu do fato de que muitas escolas ainda fazem
das suas aulas de Educação Física, meras reprodutoras de aulas aplicadas em clube para
formação de atletas, tendência que se manifesta desde a década de 40, quando o movimento
de massificação do esporte se inicia, dando prioridade ao esporte nos conteúdo das aulas de
Educação Física (SOARES, 2007). Sendo assim, este estudo teve como proposta a melhoria
na qualidade do ensino e a motivação do aluno, não importando a performance, mas sim, a
participação, visando a formação do indivíduo para o exercício da cidadania e para a prática
do lazer.
Diante do exposto, o objetivo foi descrever como a corrida de orientação pode fazer parte
do contexto escolar no ensino médio.
9

2 METODOLOGIA

O desenvolvimento desta pesquisa ocorreu por meio de uma Revisão bibliográfica de


literatura com diferentes estudos já realizados, foram utilizados livros e publicações de artigos
científicos nacionais nas bases de dados, MedLine, Scielo Google Acadêmico.

Para compor a amostra, foram previamente estabelecidos os seguintes critérios de


inclusão: estudos publicados entre os anos de 2007 a 2021; estudos completos e disponíveis. E
ainda os seguintes critérios de exclusão: títulos e resumos que não possuíssem relação com o
objeto de estudo; artigos duplicados; artigos que não foram publicados na língua portuguesa.

Os descritores utilizados para essa pesquisa foram: “educação física escolar”, “esporte de
orientação”, “propostas metodológicas”, “corrida de orientação”. Após a aplicação de todos os
critérios de inclusão e exclusão, realizou-se leituras dos títulos permanecendo 178 estudos; e
após leitura do resumo, 138 artigos foram excluídos restando 40 estudos para que fosse
realizada a leitura na íntegra, sendo 20 deles, os artigos eleitos para compor a amostra final.

A partir destas diferentes pesquisas e tendo como base as metodologias adotadas por esses
estudos, apresentaremos como a corrida de orientação pode fazer parte do contexto escolar no
ensino médio.

Contudo, cabe destacar algumas limitações encontradas ao longo do estudo, pois nos
achados verificou-se que a grande maioria não apresentavam proposta metodológica para tratar
o conteúdo no ensino médio, e sim desenvolviam a respeito do esporte corrida de orientação.
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3 RESULTADOS

O Brasil utiliza como instrumento para orientação os Parâmetros curriculares Nacionais-


PCNs (Brasil, 1997), ele traz ferramentas pedagógicas interdisciplinares que reforçam as
qualidades no desenvolvimento humano. Esses parâmetros atendem as redes privadas e
públicas de ensino com o intuito de garantir aos alunos direito a ter conhecimento para o
exercício da cidadania. Os PCNs são ferramentas para adequação de objetos, conteúdos e
didática do ensino.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam a educação física escolar como um


meio de abrir oportunidades as práticas conceitos de forma sistematizadas situações de ensino
e aprendizagem. Se faz necessária a mudança da educação física que busca rendimento,
resultando em uma educação física mais amplas de movimento e cultura (Inácio, 2016).

A Base Nacional Comum Curricular- BNCC nos traz as práticas corporais organizada da
seguinte forma: jogos e brincadeira, esportes, exercícios físicos, ginásticas, lutas, práticas
corporais alternativas, praticas corporais de aventura e danças (BRASIL, 2019).

Considerada prática corporal de aventura, a corrida de orientação é um esporte que


consiste em percorrer um lugar desconhecido auxiliado por instrumentos como o mapa e a
bússola. Este esporte demonstra ser muito promissor, pois é uma atividade física bem
completa, que agrega o físico com o cognitivo. Ao proporcionar trabalhar as mais variadas
potencialidades dos estudantes, confirma os benefícios de sua inserção nas aulas de Educação
Física (SANTANA, 2008).

A orientação é utilizada há séculos para fazer o deslocamento da humanidade tanto por


terra, quanto pelo mar de maneira precisa e eficiente. (Ferreira, 1999) Existem registros de
2.000 a.C onde os egípcios utilizavam mapas. A bússola foi utilizada aproximadamente no
século XI na Europa. Foi utilizada por chineses, árabes e escandinavos muito antes. (Ferreira,
1999)

A orientação Surgiu nos modos que conhecemos em meados do século XIX, no ano 1850
nos países escandinavos onde as tropas realizavam exercícios de orientação terrestre
“Orienteering”, Segundo Figueiredo (2003), “era um exercício do exército da Suécia”. A
orientação passou a ser praticada em larga escala pelos militares. Teve o primeiro evento
11

realizado na Academia militar Sueca de Karlberg. Os civis rapidamente aderiram a


modalidade realizando os primeiros jogos em 1897.

Como modalidade no formato que conhecemos a corrida de orientação ou esporte de


orientação também se deu na Suécia, através do Major Ernesto Killander conhecido como
“pai da orientação”. Vendo o desinteresse dos jovens pela corrida devido as horas de
movimentos repetitivos, mesclou a modalidade com o cross-country junto a interpretação de
mapas e utilização de bússola. É dada a corrida de orientação a expressão “o correr enquanto
se joga xadrez”. Tendo sua primeira competição 1918 realizada em Estocolmo.

Em 1970 o Brasil enviou três representantes das Forças Singulares até a cidade de
Alborg-Dinamarca, como observadores do IV Campeonato Mundial Militar de Orientação do
CISM (Conselho Internacional do Esporte Militar), realizado entre 06 e 11 de setembro. No
ano seguinte o Brasil participou pela primeira vez de um campeonato mundial de orientação,
o V Campeonato do CISM, realizado na Noruega no período de 23 a 27 de agosto, obtendo a
9° colocação entre 11 concorrentes (CBO, 2017).

O esporte Orientação foi adicionado a ementa curricular da Escola de Educação Física


do Exército, EsEFEX, tornando-se uma disciplina obrigatória em 1974. Foi incluída atráves
do Ministério de educação e Cultura, MEC (CBO, 2017). Entre os anos de 1986 e 1987 o
professor de Educação Física Leduc Fauth, junto aos suecos UIF Levin e Goran Ohlund,
promoveram uma campanha de divulgação do esporte do sul ao norte do país, 1991 militares
realizaram competições aos civis e fundaram o Clube de Orientação de Santa Maria (COSM).

No ano de 1992 na cidade de Santa Maria/RS ocorreu a primeira competição oficial de


Orientação, o I campeonato gaúcho de orientação. Em 1995 foi realizado o I Campeonato Sul-
Americano de Orientação com mais de 400 inscritos, que serviu de incentivo para realizar
competições regionais no Brasil. Em 1996 foi fundada a FGO - Federação Gaúcha de
Orientação, na cidade de Caxias do Sul-RS. (VAZ, 2015)

Em 1998 o desporto Orientação foi incluído nos currículos da escolas municipais de


Cachoeira do Sul/RS, atualmente faz parte de vários currículos de escolas e cursos superiores.
Ainda em 1998 FGO organizou o I campeonato Brasileiro de Orientação em Santa Maria/RS,
estavam inscritos 125 estudantes de diversas universidades (CBO, 2017).

A Confederação Brasileira de Orientação – CBO foi fundada 1999, realizando em abril


a primeira prova Oficial da CBO, I etapa do campeonato Brasileiro de orientação. Em 2000 o
12

comitê olímpico brasileiro concedeu vinculação a confederação Brasileira de Orientação junto


ao COB. O COB conta com mais de 11.000 filiados, mais de 100 clubes e diversas
confederações (CBO, 2017).

A corrida de orientação é um tipo de atividade onde o atleta deve percorrer vários tipos
de ambientes, como trilhas, matas e rios. No entanto, também pode ser realizada em
ambientes urbanos como escolas, praças e bairros. Os participantes são liberados
individualmente ou por equipes, o vencedor não é quem chega primeiro, mas o que realizar
todo o percurso de forma correta num menor tempo. O participante receberá um mapa da área
destinada a competição, onde esse mapa indicará os pontos de controle onde se encontrará um
prisma triangular (com dimensões 30 x 30 centímetros, cada lado dividido em 2 triângulos, 1
da cor branca ou outro da cor laranja) o participante tem que passar em todos os pontos na
ordem pré-determinada, e, cada prisma terá os dados necessários para chegar ao primeiro
ponto com a ajuda da bússola (SILVA, 2011).

As informações contidas nos mapas disponibilizados, pela organização da prova, aos


competidores serão pertinentes ao percurso. Como nos mapas em geral ele traz a localização
do norte e ainda traz informações detalhadas sobre o local como trilhas, cercas, estradas, rios,
vegetação, clareiras edificações, pedras, buraco se cupinzeiros e outros. Além do mapa, o
atleta recebe um cartão de descrição dos pontos de controle existentes durante o trajeto
(MELLO; MELLO; RODRIGUES, 2010).

O controle é feito para assegurar que todos os atletas cumpram a distância igualmente, e
pode ser efetuado de duas maneiras mecânicas onde o atleta picota o cartão de controle
utilizando o picotado, uma espécie de grampeador que produz uma combinação de 1 a 9 furos,
recurso mais utilizados em treinos percursos didáticos e pequenas competições, e eletrônica
onde o cartão de controle é subsistido pelo chip “SI-Card” agilizando assim o resultado da
prova e garantido maior assertividade na apuração dos pontos de controle (CBO 2009).

O corredor utiliza a bússola pra alinhar as linhas do norte que constam no mapa, com o
norte apontado pela bússola, desta forma o mapa com as informações fica posicionadas na
direção correta, facilitando a interpretação do mapa para que seu objetivo seja alcançado (CBO
2009).

O percurso indicado no mapa traz a rota mais curta para se alcançar todos os pontos de
controle que são interligados entre si. O caminho de um ponto a outro é chamado de pernada
13

ou perna. O azimute e arrota mais curta entre dois pontos, ficando a critério do atleta seguir ou
não, pois o azimute pode passar em lugares de difícil acesso e o corredor pode preferir
circular esse obstáculo para chegar ao ponto de controle (FERREIRA, 2009).
14

4 DISCUSSÃO

As capacidades físicas (propriedades) que a corrida de orientação pode explorar se dão


através da interação com o meio ambiente e o corpo humano. Uma gama de capacidades, que
será trabalhada de acordo com cada estímulo do meio ambiente em que se está inserido são
conhecidas como o conjunto de propriedades do organismo. A corrida de orientação, necessita
de algumas propriedades que serão recrutadas para que a atividade seja realizada com sucesso
nas quais destacamos a resistência, força, velocidade, flexibilidade e coordenação. Essas
capacidades funcionais reunidas são conhecidas como capacidades físicas.

Segundo Dantas (2003) a velocidade trata-se da capacidade de realizar os movimentos


intensos em um curto período de tempo. É possível observar a capacidade física de velocidade
do atleta quando este realiza os movimentos motores, num menor período de tempo possível,
em determinado trecho. Deve ser observado a diferenciação da capacidade motora: velocidade
e rapidez, que é um dos seus componentes. Pode ser diferenciada de duas maneiras: rapidez
da reação motora e rapidez dos movimentos (GOMES, 2009).

A resistência é a capacidade de suportar e recuperar-se da fadiga e de manter o esforço


físico em um tempo prolongado (FERNANDES FILHO et. al., 2007; GALLAHUE;
OZMON, 2005). A resistência se define como um trabalho psicofísico prolongando
repetidamente o movimento de determinada atividade. A realização de diferentes atividades
exige diferentes gastos de energia podendo ser ilustrado com acorrida de orientação (GOMES,
2009).

A força é entendida como a capacidade de superar uma determinada resistência


externa através de um esforço muscular, como levantar, saltar e realizar outras atividades.
(DANTAS, 2003; GROSSO; MATARUNA; DANTAS FERNANDES FILHO, 2007;
GALLAHUE; OZMON, 2005). A força do atleta não pode ser reduzida ao simples fato da
contração muscular, pois a propriedade da contração muscular depende de outros diversos
fatores como sistemas musculares, hormonal, mobilização de qualidades psíquicas e outros.
Os esforços musculares são necessários para realizar qualquer atividade motora, podendo ser
observados da melhor maneira nos esportes, na corrida, no levantamento de peso e na
ginástica olímpica. Nesses esportes são utilizados tipos diferentes de força (GOMES, 2009).

A flexibilidade é definida como a capacidade de realizar os movimentos articulares na


maior amplitude possível sem que ocorram danos as articulações. Ela é específica para cada
exercício, um exemplo são os movimentos das danças. (DANTAS, 2003; GROSSO;
15

MATARUNA; DANTAS FERNANDES FILHO, 2007). É uma capacidade em que o corpo


possibilita grandes amplitudes de movimentos. Observando o movimento de flexibilidade de
uma articulação se usa frequentemente o termo “mobilidade” entendendo esse movimento
como o deslocamento de uma articulação em relação a outra (ARCHOUR JUNIOR, 2009).

Pode ser diferenciada como ativa ou passiva. A ativa se dá através de grande


amplitude de movimento realizada pelos grupos musculares do atleta para realização de ação
motora. E na passiva, uma maior flexibilidade de movimento depende de estímulos externos
como a utilização de pesos, o próprio peso do corpo e utilização de outros grupos musculares.
(GOMES, 2009).

A capacidade da coordenação tem por finalidade guiar os movimentos de acordo com


as soluções de ações motoras. Com pouca vivência motora, as percepções e sensações de
parâmetros espaciais, temporais e da força do movimento ficam comprometidas, não
permitindo a diferenciação nítida entre eles, isso ocorre por se basearem numa combinação de
percepções visuais e auditivas (GOMES, 2009).

A corrida de orientação pode ser utilizada de quatro formas: competição, ambiental, de


turismo e pedagógico. Há estudos na área de pedagogia e aventura, proposta por Pereira e
Armbrust (2008), que apresentam a importância e possibilidade de se trabalhar o esporte de
aventura no ambiente escolar, no qual se inclui a corrida de orientação para todos os níveis de
ensino, assim apresentando diferentes possibilidades de manifestações da cultura corporal

A corrida de orientação tem como objetivo aprimorar e desenvolver a capacidade do aluno


de orientar-se em um terreno utilizando mapa e uma bússola, tendo a necessidade de utilizar
propriedades como força, resistência, flexibilidade e velocidade. Também exige capacidade
cognitiva, ética, autocontrole e tomada de decisão (Mello; Mello; Rodrigues, 2010).

A Comissão Brasileira de Orientação- CBO (2018) diz que alunos de 7 aos 12 anos
chegam a um nível de orientação em ambiente conhecido como escola, terrenos e local onde
mora. E entre 13 e 15 os alunos atingem um nível de orientação equivalente de orientação em
lugares desconhecido como florestas próximas ao ar livre.

Na corrida de orientação o aluno entra em contato com o conteúdo de forma efetiva, com
interação com os demais alunos e materiais utilizados. Os alunos devem tomar decisões
conscientes e utilizar os objetos de suas habilidades físicas, sendo de grande interesse dos
16

alunos devido ao contato com outros ambientes como a natureza, parques e etc (Santana,
2008).

Salientado o potencial interdisciplinar, que pode ser utilizada como ferramenta


motivacional em outras áreas acadêmicas como matemática, raciocino lógico, ecologia,
ciências, história e geografia, a corrida de orientação atende tanto a parte física quanto a
intelectual para todas as categorias que praticam.

A corrida de orientação não está sendo utilizada com todo seu potencial. Sousa et al.
(2015), nos traz que a corrida de orientação com suas características específicas tem mostrado
grande contribuição na educação física escolar.
17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste trabalho percebeu-se que a corrida de orientação tem três vertentes bem
definidas que são a competitiva, a pedagógica e recreativa. A partir da análise feita nos artigos
encontrados, verificou-se algumas possibilidades, perspectivas e benefícios de se trabalhar a
corrida de orientação nas aulas de educação física no ensino médio.

Com um grande potencial interdisciplinar e capacidade de abordar temas transversais,


como leitura cartográfica, utilização de bússola, conservação do meio ambiente, vegetação e
outros, a corrida de orientação se mostra como um dos conteúdos das práticas corporais de
aventura presentes tanto na BNCC, quanto nos PCNs.

O esporte Orientação, ainda proporciona trabalhar questões como desenvolvimentos das


propriedades físicas a resistência, força, velocidade, flexibilidade, coordenação, mas também
trabalhar aspectos cognitivos. Assim é possível vivenciar as práticas corporais de aventura
através da corrida de orientação no ensino médio, tendo como característica a possibilidade de
ser desenvolvida com diferentes níveis de escolaridade e biótipos físicos, sendo um dos
conteúdos emergentes da educação física escolar.
18

REFERÊNCIAS

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em: http://educacaofisicanamente.blogspot.com.br/2012/04/atletismo-corrida.html. Acesso
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Curitiba: CBO, 2009. Disponível em:
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