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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Faculdade De Ciências Jurídicas E Criminais

Curso: Ciências Jurídicas e Investigação Criminal

Cadeira: Anatomia Humana

Grupo: II

Tema: Nervos cranianos

Julho 2022 Maputo


Hiuny Eduarda Bonnou
Percia Jabru Manganhe
Tiotonio Géntil Carlos Macua
Skarlet Nazário Manjate
Irina André Chissano

Curso: Ciências Jurídicas e Investigação Criminal

Tema: Nervos cranianos

Este trabalho é de carácter avaliativo a ser


apresentado no ISCTAC, no Módulo de
Anatomia Humana para a qualificação
científica do nível de licenciatura e
ciências jurídicas e Investigação Criminal,

Docente

(Msc.Massigue )

Universidade Alberto Chipande


Julho 2022 Maputo

ÍNDICE
1. Introdução..................................................................................................................5

2. Objectivos..................................................................................................................6

2.1. Objectivo Geral...............................................................................................6

2.2. Objectivos Específicos....................................................................................6

2.3. Metodologia....................................................................................................6

2.4. Método de Abordagem....................................................................................6

3. Contextualização.............................................................................................7

4. Pares Cranianos...............................................................................................8

4.1. Olfatório..........................................................................................................8

4.1.1. Função Psicológica do Nervo Olfativo...........................................................8

4.2. Óptico..............................................................................................................8

4.2.1. Função Psicológica do Nervo Óptico..............................................................9

4.3. Oculomotor.....................................................................................................9

4.3.1. A Função Psicológica do Nervo Oculomotor...............................................10

4.4. Troclear.........................................................................................................10

4.4.1. Função Psicológica do Nervo Troclear.........................................................10

4.5. Trigémeo.......................................................................................................11

4.5.1. Função Psicológica do Nervo Trigémeo.......................................................11

4.6. Anatomia Regional e Funcional do Nervo Abducente.................................12

4.6.1. Função Psicológica do Nervo Abducente.....................................................12

4.7. Facial.............................................................................................................13

4.7.1. A Função Psicológica do Nervo Facial.........................................................13

4.8. Vestíbulo-Coclear.........................................................................................13

4.8.1. Função Psicológica do Nervo Coclear-Vestibular........................................14


4.9. Glossofaríngeo..............................................................................................14

4.9.1. A Função Psicológica do Nervo Glossofaríngeo..........................................14

5. Vago..............................................................................................................15

5.1. A Função Psicológica do Nervo Vago..........................................................15

5.2. Acessório.......................................................................................................16

5.2.1. Função Psicológica do Nervo Acessório.......................................................16

5.3. Hipoglosso.....................................................................................................16

5.3.1. Função Psicológica do Nervo Hipoglosso....................................................17

6. Conclusão......................................................................................................18

7. Referências Bibliograficas............................................................................19
1. INTRODUÇÃO
A execução de uma atitude é estabelecida através dos doze pares de nervos cranianos.
Os pares de nervos cranianos são assim chamados, pois seus núcleos, com excepção do
I e do II, se originam no tronco encefálico. Em sua maior parte, inerva a estrutura da
cabeça e do pescoço e alguns destes nervos trazem informações dos órgãos dos sentidos
ao cérebro, outros servem aos músculos de controle; outros nervos cranianos conectam-
se a glândulas ou órgãos internos como o coração e ao pulmão (Martin, 1989).

Os nervos cranianos, anatomicamente, se dividem em nervos sensoriais, motores e


mistos. Em geral, os núcleos dos nervos sensoriais tendem a estar localizado na lateral
do tronco encefálico enquanto os núcleos motores localizam-se medialmente. Os nervos
mistos, com fibras motoras e sensórias têm mais de um núcleo original – pelo menos
um sensorial (aferente) e um motor (eferente). Algumas vezes mais de um nervo se
origina de um simples núcleo: por exemplo, o senso de paladar se encaminha através de,
em pelo menos 2 nervos Porem se destinam a um núcleo único (Welle S, 1978).

Os axônios dos neurônios motores do nervo acessório não abandonam a medula


espinhal pela raiz ventral, mas saem da medula, imediatamente dorsais al ligamento
dentado, entre as raízes dorsal e ventral. As radículas do acessório juntam-se umas as
outras, à medida que ascendem pelo espaço subdural, ao longo das porções laterais da
medula espinhal. Entrando no crânio pelo forâmen magno, juntam-se ligeiramente, às
radículas no nervo vago antes de deixarem o crânio pelo forâmen jugular. Assim que sai
do crânio, o nervo acessório se separa do nervo vago e inerva os músculos
esternoclideomastoide e trapézio ipislaterais, (Ninomiya, 1994).

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2. OBJECTIVOS
2.1. Objectivo Geral

 Falar dos nervos Cranianos

2.2. Objectivos Específicos

 Descrever dos tipos de nervos Cranianos e as suas funções;


 Analisar as Funções psicológicas dos nervos.

2.3. Metodologia

A metodologia é essencial para o adequado desenvolvimento de uma pesquisa


científica. Lakatos e Marconi (1996), diz que Metodologia “é uma preocupação
instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das
ferramentas, dos caminhos”.

2.4. Método de abordagem

Conforme Lakatos e Marconi (1996), o método se caracteriza por “uma abordagem


mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da
sociedade e engloba os métodos indutivos, dedutivos, hipotético dedutivo e o dialético”.
O método de abordagem mais adequado para o desenvolvimento deste trabalho de
pesquisa é o dedutivo, pois parte de um conceito geral que se tem sobre Nervos
Cranianos, esses autores explicam que o “argumento dedutivo tem o propósito de
explicar o conteúdo das premissas, reformular ou enunciar de modo explícito a
informação já contida”( Lakatos e Marconi 1996).

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3. CONTEXTUALIZAÇÃO

Os nervos cranianos são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. Existem 12 pares
desses nervos, cada um possui nomenclatura própria e são numerados em algarismos
romanos.
São eles: olfatório (I), óptico (II), oculomotor (III), troclear (IV), trigêmeo (V),
abducente (VI), facial (VII), vestibular (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório
(XI) e hipoglosso (XII).
Os pares cranianos fazem, de maneira geral, o suprimento sensitivo e motor da cabeça e
do pescoço. Podem ser classificados em eferentes/motores, quando a informação sai do
sistema nervoso central, aferentes/sensitivos, quando a informação entra no sistema
nervoso central, ou mistos (Welle S, 1978).

As informações transmitidas por eles podem ser:


 Especiais  – quando responsáveis pela visão, olfacto, paladar, tato e audição;
 Somáticas  – quando vão em direcção ou são originadas pela pele e músculos
esqueléticos;
 Viscerais  – quando são originadas ou vão para os órgãos internos;
 Gerais  – quando originam-se de exteroceptores e proprioceptores.
Anatomia
Os nervos cranianos emergem de forames e fissuras cranianas, e são originados de
núcleos no cérebro, conectados ao córtex cerebral pelas fibras corticonucleares. Esses
núcleos estão situados em colunas verticais no tronco encefálico, correspondendo à
substância cinzenta da medula espinhal (Martin, 1989).

A origem real desses pares cranianos são onde o seu núcleo está localizado. Já a origem
aparente é onde suas fibras aparecem no sistema nervoso, e a origem óssea corresponde
aos forames por onde esses nervos passam (Ninomiya, 1994).

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4. Pares cranianos

4.1. Olfatório
É um nervo exclusivamente sensitivo, contém fibras aferentes viscerais especiais. Sua
emergência craniana se localiza na lâmina crivosa do osso etmoide e a encefálica, no
bulbo olfatório, na porção inferior do lobo frontal; o seu núcleo é o olfatório anterior,
logo, é responsável pela inervação da mucosa olfatória (Komisaruk, 1997).

Está distribuído no epitélio olfatório da cavidade nasal, formado por neurônios bipolares
que são as células receptoras olfatórias. Seus axônios se dividem em: estria medial e
lateral. A lateral envia estímulos para o hipocampo e para a amigdala, já a medial, envia
para o tálamo e depois para o córtex orbitofrontal, responsável pela percepção do cheiro
(Welle S, 1978).

4.1.1. Função psicológica do nervo olfativo


O olfato é uma das funções que influem mais directamente com a psique humana.
Os odores activam imediatamente emoções e memórias afectivas sem que para isso
sejam imageticamente evocadas.
Participa do reconhecimento dos alimentos saborosos e dos estragados, da activação de
alerta de luta ou fuga, para situações de perigo, como no caso dos incêndios e da
activação dos aparatos sexuais, através do reconhecimento dos odores sexuais
(Komisaruk, 1997).

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4.2. Óptico
É um nervo unicamente sensitivo, suas fibras são somáticas especiais e é responsável
pela visão, mais especificamente por transmitir impulsos aferentes especiais de luz para
o cérebro. Sua emergência craniana é o canal óptico e a encefálica é o quiasma óptico; o
seu núcleo é o geniculado lateral. As fibras ópticas provenientes da parte nasal da retina
cruzam no quiasma óptico para o lado oposto, enquanto as da parte lateral permanecem
do mesmo lado (Martin, 1989).

O trato óptico é a continuação intracraniana desse nervo e é uma estrutura par, formada
pelas fibras citadas anteriormente. Algumas dessas fibras podem terminar no núcleo
pré-tectal e no colículo superior (Amaral, 1998).

4.2.1. Função psicológica do nervo óptico


A visão é a activação neuronal que imediatamente comunica ao córtex as impressões
luminosas captadas do meio ambiente.
O olho capta impressões luminosas a todo instante, desde que esteja saudável e com as
pálpebras abertas, porém, a captação das imagens de maneira consciente só acontece
quando o organismo esta preparado, em atitude de ver (Ninomiya, 1994).

A atitude de olhar, que ocorre quando o II par é accionado, dispara no psiquismo os


processos introspectivos emocionais, mentais e volitivos, levando novas informações ao
self, através da activação do dinamismo psíquico.
O olhar é um elemento das atitudes, que além de servir ao conhecimento e a
aprendizagem, pois possui uma função de levar dados, como a forma, a cor, a relação
espacial entre os objectos, ainda participa de uma dimensão humana muito importante
que é a dimensão estética. No olhar esta presente a beleza, a harmonia e o equilíbrio que
leva a contemplação visual o olhar que se embriaga da luz e das formas. O olhar é um
elemento das atitudes que apresenta um carácter transcendente, eleva o ser humano para
uma dimensão além de si próprio, a dimensão poética (Ribeiro, 2003).

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4.3. Oculomotor
É um nervo exclusivamente motor somático e visceral, que contém fibras pré-
ganglionares parassimpáticas. Sua emergência craniana é a fissura orbital superior e a
encefálica é o sulco medial do pedúnculo cerebral, seus núcleos são o oculomotor e o
Edinger-Westphal. As fibras primárias são responsáveis pela inervação dos seguintes
músculos extraoculares: levantador da pálpebra, recto inferior, superior, medial e
obliquo inferior. Já as secundárias, inervam o corpo ciliar, íris e músculo esfíncter da
pupila (Welle S, 1978).

Ele contrai o músculo ciliar, que, por sua vez, relaxa as zônulas ciliares, deixando o
cristalino mais arredondado, conferindo acuidade visual. Além disso, por possuir fibras
parassimpáticas, realiza a miose da pupila. Ao aplicar um reflexo luminoso em apenas
um olho, haverá a contracção das duas pupilas, pois será recrutado um núcleo ipsilateral
e contralateral (Martin, 1989)

4.3.1. A função psicológica do nervo oculomotor


O cérebro humano alterna entre períodos de vigília e períodos de sono. Do ponto de
vista comportamental, o sono poderia ser definido como um período de nível de
resposta relativamente baixo á estimulação sensorial e de relativamente pouca

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actividade motora intencional. A pessoa que adormece se desliga dos estímulos
exteriores, acomoda-se em lugares protegidos e com pouco barulho, cerrando as
pálpebras para obstruir a entrada de estímulos visuais. Quando adormece, apresenta
poucos indícios de comportamento motivado complexo: sacudidelas, viradas e
ocasionais resmungos fortuitos e sem propósito (Komisaruk, 1997).

A actividade cerebral durante o sono passa por 5 estágios numerados de 1 a 4 e REM.


Cada estágio sucessivo é considerado como sendo mais “profundo” que o antecedente.
Os estágios progridem em ordem. O estágio 1 é atingido aproximadamente 10 minutos
após o recolhimento, sendo seguido pelos estágios 2, 3 e 4. A ordem se inverte, até que
seja atingido o estágio 1, seguido por REM. Isso completa um ciclo de sono inteiro. A
pessoa típica completa 3 a 5 ciclos durante a noite, cada ciclo levando aproximadamente
90 minutos. No início da noite o sono é dominado pelo sono de ondas lentas (estágios 2,
3 e 4). Os episódios de REM são breves e amplamente espaçados (Martin, 1989).

4.4. Troclear
É um nervo exclusivamente motor, formado por fibras somáticas gerais. Sua
emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o véu medular superior;
é o único par craniano que tem origem posterior no tronco encefálico e seu núcleo pode
ser encontrado ao nível do colículo inferior do tronco cerebral.

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Ele é responsável pela inervação do músculo obliquo superior. Esse músculo realiza os
movimentos de adução, depressão e rotação medial (interna) do olho (Welle S, 1978).

4.4.1. Função psicológica do nervo troclear


Como se viu anteriormente ao se estudar o nervo abducente ( VI par), sempre que um
músculo desloca o olho da mirada recta, os objectos situados no campo fóveo perdem a
nitidez. Tanto os nervos oculares motores (III par) quanto o troclear (IV par) possuem a
função de deslocar os olhos de seu eixo, comprometendo desta forma nitidez da
imagem. (PoKay, 1995).

4.5. Trigémeo
É um nervo misto, ou seja, tem função motora e sensitiva, constituído por fibras
viscerais especiais e somáticas gerais. É importante salientar que a partir do gânglio
trigeminal surgem três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular e cada um tem a sua
emergência craniana, a fissura orbital superior, forame redondo e oval, respectivamente.
Já a encefálica está localizada entre a ponte e o pedúnculo cerebral médio, seus núcleos
estão no tronco encefálico e na parte superior da medula espinhal (Welle S, 1978).

A inervação somática é responsável por carregar informações relacionadas a dor,


propriocepção, temperatura, tato da face, 2/3 do couro cabeludo e língua, cavidade
nasal, seios paranasais e conjuntiva ocular. Já a inervação motora é relacionada aos
músculos da mastigação: masseter, temporal, pterigoideo lateral e medial (Martin,
1989).

O ramo oftálmico é formado por fibras pré-ganglionares do gânglio ciliar e fibras dos
ramos periféricos. Ele forma uma sinapse com o gânglio trigeminal e inerva a região
anterior do crânio, nariz e regiões oftálmicas da face. Ao chegar à órbita, fornece três
ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
O ramo maxilar inerva a região maxilar e abaixo dos olhos. Ao penetrar na cavidade
orbital passa a ser chamado de nervo infraorbital, que, por sua vez, fornece outros
ramos, como o nervo alveolar superior (Welle S, 1978).
O ramo mandibular possui dois ramos principais, o nervo lingual e alveolar inferior. Ele
tem como função a inervação da porção mais inferior da face (Amaral, 1998).

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4.5.1. Função psicológica do nervo trigémeo
Ao se relacionar a activação nervosa do V par á atitude agressiva, parte-se da
observação de que, as mandíbulas e os dentes foram, a priori, as primeiras armas de
ataque e defesa que o ser humano teve a seu alcance. Naturalmente, esta formação
anatômica serviu para formar a o comportamento agressivo, visto também como a força
activa primária da psiquê o primeiro movimento do homem em busca da sua satisfação
e do seu prazer PoKay, 1995).

A primeira delas foi realizada por PoKay (1995) da Northeastern University. Ele
estudou a exposição agonística dos peixes de briga siameses (o Beta Splendens).
Um dos mais importantes componentes do comportamento agressivo do Beta é a
exposição frontal, na qual o peixe encara o oponente directamente com a cobertura das
guelras tonicamente estendidas, criando como que um cocar a sua cabeça e dando a
impressão de ser maior do que de fato é.

A inervação deste músculo é derivada da divisão maxilar do nervo trigeminal e todas a


três porções são inervadas pelos axônios da mesma facção sugerindo que eles estejam
embriologicamente relacionados (PoKay, 1995).

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4.6. Anatomia regional e funcional do nervo abducente
Este inerva o músculo rectus lateral do olho e é parte de uma colecção de fibras que
formam também o nervo facial. Através de interneuronios o núcleo do nervo abducente
inerva o núcleo do núcleo oculomotor contralateral que controlam os músculos rectos
mediais É responsável pela mirada horizontal para a direita e para a esquerda. Os
neurônios motores do núcleo abducente, próximo a linha média da ponte, no genu
interno do nervo facial enviam axônios para o músculo recto lateral ipislateral, pelo
nervo abducente (VI). Este nervo sai pela base da ponte, próxima a linha média, na
junção ponto-bulbar. Corre pela fossa posterior, até entrar na área do seio cavernoso.
(Komisaruk, 1997).

O músculo recto lateral pode ser testado isoladamente dos outros músculos oculares
pela adução e abdução a partir da mirada directa para frente.
Para que se entenda precisamente a função do nervo abducente (VI) tem-se que
entender o funcionamento dos movimentos oculares (Martin, 1989).

4.6.1. Função psicológica do nervo abducente


Através da função evocada por este nervo, o olho torna-se apto a acompanhar,
reconhecer e eleger no espaço circundante, estímulos carregados de representação. Ao
manter em foco o objecto, traz o reconhecimento focalizado e, portanto consciente, do
objecto e a atenção do individuo fica cem por cento comprometidas na acção. Por esta
razão, atribuímos ao nervo abducente (VI) a função de activação atentiva.
Como este nervo também este vinculado ao nervo facial, e, portanto activa a função
afectiva (como veremos adiante), secundariamente determina se esses estímulos visuais
são agradáveis ou desagradáveis, isto é, determinando uma carga de afecto para eles e
gerando o aspecto motivacional da atitude (Martin, 1989).

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4.7. Facial
É um nervo misto, possui uma raiz motora, nervo facial propriamente dito e uma raiz
sensorial, chamada de nervo intermédio, suas fibras são pré-ganglionares
parassimpáticas. Sua emergência craniana é o forame estilomastoideo e a encefálica é o
sulco bulbo pontino. Possui quatro núcleos, o lacrimal, motor, salivatório superior e o
núcleo do trato solitário (Lyonfield, 1995).

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O nervo facial possui cinco ramos principais: auricular, marginal, mandibular, bucal,
zigomático e temporal, que realizam a inervação dos músculos da expressão facial. O
intermédio inerva os 2/3 anteriores da língua, gerando o paladar. Logo, de maneira
geral, esse par craniano é responsável pela mímica facial, inervação dos 2/3 anteriores
da língua, das glândulas salivares e lacrimal (Komisaruk, 1997).

4.7.1. A função psicológica do nervo facial


A mímica facial estimulada pela activação nervosa do nervo facial imprime no rosto
expressões de afecto. A conjugação dos músculos efectua no rosto os sorrisos, as
máscaras de dor, as rugas de expressão preocupada, a tensão angustiada, face plácida ou
a expressão atenta. Qualquer mobilização muscular expressa o que o individuo está
sentindo ou pensando (Martin, 1989).
A expressão de prazer-desprazer como o sorriso que activa os músculos risório e
bucinador e as máscaras de dor e de desagrado que são executadas a partir da
contracção do depressor do ângulo oral e do depressor do lábio inferior, são realizadas
pelos nervos que activam os músculos da porção inferior da face, pelos neurônios que
recebem inervação contralateral. O nervo intermediário activa as funções
parassimpaticas do nervo facial. As lágrimas são activadas também pelo sistema
reticular para proteger os olhos de elementos agressivos, (Amaral, 1998).

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4.8. Vestíbulo-coclear
É exclusivamente sensitivo e formado por fibras somáticas especiais. Ele penetra no
osso temporal pelo meato acústico interno e sua emergência encefálica é o sulco bulbo
pontino, possui um núcleo vestibular e outro coclear.
O componente vestibular é responsável pelo equilíbrio e possui quatro núcleos:
superior, inferior, medial e lateral (Ribeiro, 2003).

4.8.1. Função psicológica do nervo coclear-vestibular


A função auditiva serve á atitude de escutar e, como função secundária, tem um
importante papel de auxiliar na determinação da posição corporal no espaço.
A atitude de ouvir, assim como a de ver, de pensar e a de cheirar, colocam o organismo
em estado de introspecção. O individuo, ao receber a informação auditiva, activa o
córtex e elicia actividades psicológicas diversas (Martin, 1989).

A actividade emocional, inevitavelmente é activada, independente do individuo estar


consciente dos sons que efectivamente esta escutando. Por exemplo, em lugares muito
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barulhentos, com sons estridentes e desarmônicos o individuo tenderá a estar em estado
emocional estressante, mesmo que ele não esteja, conscientemente, em atitude de
escutar. O meio informa ao individuo que ele deve estar atento, pois poderá ser
surpreendido a qualquer momento e que ele deve estar preparado para a luta.
Os sons harmônicos e suaves trazem relaxamento e bem-estar e aplacam as emoções
(Bull, 1951).

4.9. Glossofaríngeo
É um nervo misto, suas fibras são motoras e parassimpáticas eferentes. Sua emergência
craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral posterior, possui os núcleos
ambíguo, salivatório inferior e solitário (Ribeiro, 2003).
Realiza a inervação da glândula parótida, 1/3 posterior da língua, tuba auditiva, faringe,
constritor da faringe, úvula e tonsilas. Além disso, também inerva os músculos
estilofaríngeo constritor superior da faringe (Martin, 1989).

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4.9.1. A função psicológica do nervo glossofaríngeo
A fome prepara o organismo para, depois de sentir e apreciar o sabor dos alimentos,
insalivar o alimento triturado, formando o bolo alimentar e empurrando-o para a faringe.
O processo começa na boca, onde o alimento é mastigado e as enzimas da saliva
quebram certos carboidratos. A língua e os músculos da faringe então impelem a
mistura de comida e saliva (chamada bolo alimentar) para o esôfago e daí para o
estômago, muitas percepções químicas típicas se perdem (Lyonfield, 1995).

Todo o processo de manter o corpo bem nutrido e para que a digestão aconteça de forma
adequada, através dos processos bioquímicos e mecânicos, decorre da activação do
nervo glossofaríngeo (IX par) e é por ele, junto com o nervo vago (X par), regulado. A
fome é um sinal de que o corpo esta precisando de nutrientes para que seus processos
bioquímicos se realizem e o nervo glossofaríngeo pode ser a via responsável pela
resposta a esses nutrientes e também às substancias tóxicas (Bull, 1951).

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5. Vago
É um nervo misto e o maior nervo craniano. Sua emergência craniana é o forame
jugular, enquanto a encefálica é o sulco lateral posterior e seus núcleos são o ambíguo,
vagal motor dorsal e solitário. Suas fibras são eferentes motoras e parassimpáticas e
fibras aferentes sensitivas.
Tem como função a inervação dos músculos da faringe, traqueia, laringe, estruturas
torácicas e abdominais e conduz a inervação parassimpática para os órgãos viscerais
(Martin, 1989).

5.1. A função psicológica do nervo vago


Relaciona-se a função psicológica do nervo vago com a activação da libido, isto é, o
instinto sexual.

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A libido
Em seu primeiro ensaio sobre a teoria da sexualidade, Freud se refere ás necessidades
sexuais do homem e dos animais e reflecte sobre a hipótese de existir um “instinto
sexual”, da mesma forma que para explicar a fome se admite o instinto de nutrição.
Como, na linguagem popular não se conhece uma palavra para a necessidade sexual,
Freud serviu-se do termo “libido” e usou a comparação da libido com a fome, como
sendo, ambos, activadores de processo orgânico com a finalidade de suprir o corpo de
uma necessidade orgânica (Lyonfield, 1995).

Ao contrário dos demais elementos das atitudes, que são activados desde o primeiro ano
de vida, a libido sexual não se encontra amadurecida senão na puberdade. Este leva
muito tempo para estar, finalmente, pronto para exercer a sua função final - a
reprodução. Antes disso, passa por estágios de amadurecimento que foram estudas por
Freud, a fase oral, a fase anal, a fase fálica e o período de latência (Bull, 1951).

5.2. Acessório
É um nervo exclusivamente motor e é formado por uma raiz craniana e uma espinhal.
Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral posterior,
possui o núcleo ambíguo e acessório espinhal.
Possui uma divisão interna e externa, a interna segue junto com o vago e forma o
laríngeo recorrente, já a externa vai para o trapézio e esternocleidomastoideo. Realiza a
inervação do musculo trapézio e esternocleidomastoideo (Martin, 1989).

5.2.1. Função psicológica do nervo acessório


Participa da composição postural do indivíduo, através dos movimentos craniais
giratórios e a elevação dos ombros; a outra porção, junto com o nervo vago forma o
nervo laríngeo inferior que enerva os músculos da laringe.
Esta activação nervosa tem como função principal posicionar o indivíduo frente ao
estímulo, expressando uma atitude cuja postura expressa segurança e autoestima ou de
submissão e baixa estima (Martin, 1989).
Da primeira forma, os ombros da pessoa arqueiam para traz, a cabeça esta levantada, o
peito fica estufado e bem posicionado e a fala acontece de forma segura e clara. Em
atitude de submissão e com baixa estima, os ombros se estreitam, as costas se arqueiam,

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a cabeça se inclina para frente e a voz do sujeito torna-se fraca e aguda (Lyonfield,
1995).
Como função secundária atua na activação do processo da fala, modulando a voz
conforme a atitude a ser expressa.

5.3. Hipoglosso
É um nervo essencialmente motor, suas fibras nervosas se comunicam com a alça
cervical. Sua emergência craniana é o canal do hipoglosso e a encefálica é o sulco
lateral anterior do bulbo; o seu núcleo está localizado no tronco encefálico, ao nível do
trígono do hipoglosso.
Sua função é a inervação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, ou seja,
permite que eles se movimentem (Joseph R, 1996).

O nervo hipoglosso é puramente motor e servido apenas por um núcleo no bulbo. O


núcleo do nervo hipoglosso é encontrado abaixo do quarto ventrículo e é bastante largo
para formar uma protuberância no assoalho ventricular. Quando abandonam o núcleo,

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os axônios do hipoglosso tomam um trajecto ventral e ligeiramente lateral e emergem
do tronco encefálico, entre a pirâmide medular e a oliva inferior (Bull, 1951).

O nervo hipoglosso deixa o crânio pelo canal do hipoglosso. Seus axônios inervam a
língua ipislateral, suprindo os músculos intrínsecos da língua e os músculos
estiloglosso, hioglosso, genioglosso e gênio-hióideo.
Este nervo controla o movimento da língua através da enervação dos músculos
somáticos esqueléticos Com a destruição deste núcleo ou axônio, os músculos da língua
se paralisam. É visto que uma lesão ou tumor nesta área traz atonia ou atrofia da língua
(Bull, 1951).

5.3.1. Função psicológica do nervo hipoglosso


Este nervo, por activar o movimento da língua, além de servir como ajuda na
deglutição, ou nos bocejos, nos seres humanos está intrinsecamente ligado à função de
falar. Controlando os movimentos da língua, é fundamental para a articulação das
palavras (Dinardo L.A, 1994).

A função “falar” é desvinculada da compreensão das palavras. Como se viu


anteriormente, quando se examina a relação do lobo parietal com a fala, uma lesão
destrutiva, particularmente no giro supra marginal do hemisfério cerebral esquerdo,
pode resultar em afasia de condução e apesar da compreensão permanecer intacta e o
paciente saber o que quer dizer, ele se torna incapaz de fazê-lo (Jung C, 1967).

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6. CONCLUSÃO

Os nervos olfatório, oculomotor e facial foram os nervos mais frequentemente lesados,


seguidos pelo óptico e vestíbulo-coclear. A maioria dos pacientes com lesão de nervo
olfatório não apresentou lesão intracraniana; são pacientes que evoluíram relativamente
bem quanto à recuperação da função olfativa, mas apresentaram excelente recuperação
em termos de actividade da vida diária; a maior parte das lesões do olfatório ocorre de
forma isolada; em termos de etiologia, todas sugeriram mecanismos de desaceleração
repentina. A lesão do nervo óptico geralmente ocorre associada a lesões de outros
nervos, sendo o acidente motociclístico a causa principal. A maior parte dos pacientes
com lesão de nervo óptico apresentava nível de consciência suficiente para relatar
queixa de baixa acuidade visual pós-traumática (Amaral, 1998).

As lesões do nervo oculomotor são frequente (seis casos) e associada a lesão de outros
nervos cranianos e lesões intracranianas; etiologias traumáticas de alta energia cinéticas
(acidente motociclístico) foram as principais causas de lesão do oculomotor; sua lesão
pode ser detectada independentemente do nível de consciência do paciente. O nervo
troclear raramente é lesado isoladamente como decorrência de etiologia traumática;
quando ocorre, a fratura frontal está presente com ausência de lesões intracranianas
(Kingsley, 2000).

O nervo abducente geralmente é lesado conjuntamente com outros nervos; a maior parte
desses pacientes apresentava lesões intracranianas associadas e fraturas demonstráveis;
a totalidade dos pacientes evoluiu excelentemente para assumir as actividades da vida
diária. A lesão do nervo trigêmeo é rara e nos casos descritos ocorreu exclusivamente
em associação à lesão de outros nervos; a maior parte dos pacientes apresentou fraturas
de teto orbitário e lesões intracranianas associadas. As lesões dos nervos facial e do
vestíbulo-coclear estão relacionadas, geralmente, a fraturas e lesões intracranianas
(Ribeiro, 2003).

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

8. BONTRAGER: Kenneth L.;  John P.  Manual Prático de Técnicas e


Posicionamento Radiográfico. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
9. DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s
anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
10.HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de
fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
11.KANDEL, E.R.; SCHWARTZ, J.H.; JESSELL, T.M. Princípios da Neurociência.
São Paulo: Manole, 2003.
12.NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de
Janeiro, Elsevier, 2011.
13.NOBESCHI: L.  Anatomia do Sistema Nervoso. 1 ed. São Paulo, 2010.
14.MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, L. M.  Neuroanatomia funcional. 3 ed.
São Paulo: Atheneu, 2006.
15.MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.
16.SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.

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