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Bases Biológicas das Emoções

I. Introdução ................................................................................................................. 4

A. Definições e História ......................................................................................... 4

B. O cérebro emocional .......................................................................................... 5

1. Introdução....................................................................................................... 5

2. O sistema nervoso .......................................................................................... 5

3. Áreas Funcionais do cérebro .......................................................................... 6

4. Categorização geral (e não literal) das emoções ............................................ 7

5. Fight, flight, freeze response ........................................................................ 12

II. Noções Básicas de Evolução e Genética ................................................................ 13

A. Correntes teóricas ............................................................................................ 13

1. Lamarckismo (1809)........................................................................................... 13

B. Como explicar a variabilidade ......................................................................... 13

III. Evolução do Sistema Nervoso dos Vertebrados, do Comportamento e das


Emoções ......................................................................................................................... 13

A. Classificação das espécies (descendente) .............................................................. 13

B. Sistema Nervoso dos Vertebrados ......................................................................... 15

Evolução das Emoções ............................................................................................... 18

1. Propósito evolutivo ...................................................................................... 18

2. Teorias sobre a Emoção ............................................................................... 19

IV. Emoções e Decisões Morais ................................................................................ 20

A. Ativação cerebral → DM....................................................................................... 20

V. Relação entre estruturas do cérebro, neurotransmissores e estados emocionais .... 21

A. Definições ........................................................................................................ 21

VI. Sistemas Emocionais Primários e Sociais ........................................................... 23

A. Como estudar o cérebro humano em vida?............................................................ 23


B. Sistema Emocional Primário............................................................................ 25

1. Definição ...................................................................................................... 25

2. Sistema motivacional/de procura ................................................................. 26

3. Sistema da Luxúria ....................................................................................... 27

4. Sistema da parentalidade .............................................................................. 28

5. Sistema do pânico......................................................................................... 28

6. Sistema do Medo/Ansiedade ........................................................................ 29

7. Sistema da Raiva .......................................................................................... 30

8. Sistema Brincadeira/Alegria ........................................................................ 30

C. Sistema Emocional Social/Moral..................................................................... 31

1. Definição ...................................................................................................... 31

2. Embaraço ...................................................................................................... 31

3. Culpa ............................................................................................................ 31

4. Vergonha ...................................................................................................... 32

5. Ciúme ........................................................................................................... 32

6. Inveja ............................................................................................................ 33

7. Elevação ....................................................................................................... 33

8. Orgulho......................................................................................................... 34

VII. Amor e Apego: fundamentos psicobiológicos..................................................... 34

A. Definições ........................................................................................................ 34

B. Teorias do Apego ............................................................................................. 34

1. Teoria Psicanalítica de Freud ....................................................................... 34

2. Behaviorismo ............................................................................................... 35

3. Teoria de Vinculação de Bowlby ................................................................. 36

4. Consequências da Vinculação no Desenvolvimento .................................... 37

5. Fatores que impactam a Vinculação............................................................. 37

6. Como medir a Vinculação (Ainsworth) ....................................................... 37


7. Bases Neurais da Vinculação ....................................................................... 38

8. Quais os fatores que impactam a Vinculação? ............................................. 39

9. Vinculação nos Adultos ............................................................................... 40

C. Existem diferentes tipos de amor? ................................................................... 40

1. Luxúria/ Sexo ............................................................................................... 40

2. Paixão (enfatuation/ amor romântico).......................................................... 41

3. Companionate love (vinculação) .................................................................. 42

4. Amor Materno .............................................................................................. 42

VIII. Neurociência Social e Afetiva ......................................................................... 42

A. Introdução ........................................................................................................ 42

B. “O cérebro Social” ........................................................................................... 43

1. Funções do cérebro Social............................................................................ 43

2. Neurociência Social...................................................................................... 43

3. Importância da Oxitocina na interação social .............................................. 44

IX. Empatia e Comportamento Pró-social ................................................................. 45

A. Definição................................................................................................................ 45

B. Bases Neurais da Empatia ...................................................................................... 46

C. Perturbações da Empatia ........................................................................................ 47

X. Emoções, Saúde e Bem-estar.................................................................................. 48

A. Emoções e Consequências para a Sáude ............................................................... 48

B. Intervenções que Promovem o Bem-estar ............................................................. 51

1. Meditação e mindfulness .............................................................................. 51


I. Introdução
A. Definições e História
Ex: Inside Out

• Tanto as emoções positivas como negativas são importantes para o nosso


desenvolvimento
• Segundo teoria das emoções básicas
o Defende que existem partes do cérebro para cada emoção
o Artigo 2015 – REFUTA
▪ Emoções não são distintas nem localizáveis
▪ O facto de termos uma experiência afetiva não significa que
tenhamos centros cerebrais para cada emoção
▪ Emoções são um construto social que é caracterizado pela
valência e arousal

Origem:

• Darwin
o Expression of emoticons : analise comparativa entre humanos e outros
animais na expressão emocional
o 1º estudo sobre emoções perspetiva biológica
o Foco: Expressividade
o Ideias centrais
▪ Raiz biológica das emoções
• Que partilhamos com algumas espécies
▪ Conjunto de emoções fundamentais e universais
• Paul Eckman – universalidade das emoções

Emoções

• Seculo XIX – ainda não se estudava (ex: William James


• Artigo 2019 – sem definição concreta de emoção

Conclusão

• Não há uma definição consensual de emoção, mas a maioria dos investigadores


está de acordo em relação a algumas ideias chave
• Emoções como episódios relativamente breves e intensos face a mudanças
potencialmente importantes no nosso ambiente externo ou interno (e.g.,
estímulos ou eventos que representam desafios ou oportunidades)
• Envolvem um número de subcomponentes mais ou menos sincronizados e.g.
sentimento subjetivo; mudanças cognitivas; ativação fisiológica; comportamento
expressivo, tendência de ação, regulação
• São produto da evolução, adaptações biológicas: emoções como reações
coordenadas que visam promover comportamentos afetivos em resposta a um
ambiente sempre em mudança
o Ideia de que as emoções são irracionais está errada
o Apenas é pb quando são não adaptativas
• Resultam tipicamente da avaliação de um evento como sendo relevante para as
nossas intenções subjetivas, objetivos e preocupações

B. O cérebro emocional
1. Introdução
Dalgleish, 2004 – Neurociência Afetiva

Neurociência afetiva – começou nos anos 90 e intensificou-se a partir de 2015

• Desenvolvimento das técnicas de neuroimagem permitiram o desenvolvimento


da área (ex: RMf → mostra onde está o sangue oxigenado no cérebro →
indicador indireto da atividade cerebral)

2. O sistema nervoso
Sistema nervoso

• SN Central:
o Cérebro
▪ Corpo Calossus: ligação entre hemisférios
▪ Massa cinzenta: corpos celulares de neuronios
• Mais concentrada no córtex
• E em núcleos
▪ Massa branca: axónios
• Mais no interior do cérebro
▪ Atividade electro (sinal elétrico através de potenciais de ação (1
ou 0) que variam pelo ritmo) química (neurotransmissores)
▪ Ventrículos: estão cheios de líquido cefalorraquidiano
• Efeito amortecedor quando líquido no exterior
• Efeito nutritivo
o Espinal medula (protegidos por osso)
• SN Periférico
o SN somático: outputs e inputs do SNC
▪ Nervos cranianos → falar, ouvir e ver
▪ Nervos espinais → sensação e movimentos
o SN autónomo: Regulação dos órgãos internos
▪ Divisão simpática: quando precisamos de movimentar energia =
preparar corpo para a ação (ex: irritação; fuga)
• Associada fight OR flight OR freeze
• Pode ser mobilizada por experiencia traumatica
▪ Divisão parassimpática: função relaxante
• Associada rest & digest
• Ativação sexual
▪ Existe um controlo relativo entre a divisão

3. Áreas Funcionais do cérebro

Córtex pré-frontal:

• Mais recente da espécie


• Em termos de desenvolvimento, pouco desenvolvida até a adolescência
• Também é uma das vulneráveis ao envelhecimento
4. Categorização geral (e não literal) das emoções
Atenção que todas as regiões estão interconectadas (direta ou indiretamente)

Sistema Limbico (Maclean, 1949)

• Responsável pelo controlo emocional


• Emoções = integração de informação viceral e externa
• ENQUANTO SISTEMA ESTÁ DESATUALIZADO
o Na realidade o sistema é mais extenso
o Há estruturas do sistema associadas com outras funções
o Existem estruturas relacionadas as emoções que não estão no sistema

Estruturas importantes sistema emocional

• Amígdala
o Papel importante com o medo, mas não só
o Final dos anos 30 – Lesions in monkeys
▪ ‘Kluver-Bucy syndrome’: remoção bilateral dos lobos temporais
em macacos levou a: perda de reatividade emocional, aumento do
comportamento exploratório, hipersexualidade
o Mais atualmente
▪ Conjunto de núcleos localizados nas profundezas do lobo
temporal medial, adjacente ao hipocampo

▪ Meunier et al. (1999): provas mais recentes que envolvem lesões


de ácido ibotenico:
• Redução do medo e da agressão
• Submissão acrescida
• Aumento da exploração manual e oral
• Perda de estatuto social
• Estes resultados foram encontrados mesmo quando as
lesões envolviam menos de dois terços da amígdala
▪ Lesões em Humanos
• Caso S.M (Feinstein, 2016, cited in Barrett, 2017, SCAN)
o Disfuncional
o Ausência de medo na maioria das situações (e.g.,
assaltos)
o Ausência de aprendizagem do medo antecipatório
(e.g., Iowa gambling task)
▪ Défice no reconhecimento de medo facial
▪ Dificuldade em manter amizades a longo
prazo
o Funcional
▪ Sente preocupação, medo e outras emoções
▪ Mostra aversão a stressores de vida reais
(e.g., dentista, não cumprir lei)
▪ Reconhece medo pela voz e pelo corpo
▪ Tinha boa relação com os cientistas que
trabalharam com ela porque precisa deles
para ter ajuda
• Caso D.R
o Retirou-se a amígdala esquerda e direita por causa
da epilepsia
o Capacidades percetuais intactas para rostos (e.g.,
rostos familiares), mas dificuldades no
reconhecimento de informação social e emocional
dos rostos:
▪ direção do olhar
▪ reconhecimento do medo, raiva e nojo
o Audição normal, mas comprometeu o
reconhecimento do medo e da raiva nas vozes
emocionais
▪ RESUMO
• Experiência do medo
• Aprendizagem e memória (e.g., condicionamento do
medo, memória emocional)
o Experiência com ratos → Medina et al., 2002, Nat
Rev Neurosci
o Promoção da codificação, armanezamento e
recuperação da memória episódica em eventos
salientes pela influência do hipocampo (Phelps,
2004)
▪ E.g., quanto mais próximo das torres
gémeas no 9/11 mais existe ativação da
amígdala quando se mostra imagens
(Sharot et al., 2007)
• Perceção social (e.g., emoção facial e vocal)
• Interação social
o Correlação positiva entre o número de amigos
online e a densidade da matéria cinzenta (Kanai et
al., 2011, Proc R. Soc. B)
o Parte do “cérebro social”?
▪ Geralmente conceptualizado como detetor
de saliência de emoções + ou –
(Cunningham & Brosh, 2012)
▪ Os estímulos e conceitos sociais (por
exemplo, rostos, pares, domínio,
fiabilidade), são altamente salientes, pois
são cruciais para a nossa posição social e
sobrevivência
▪ Assim, a amígdala está crucialmente
envolvida na perceção e comportamento
sociais, e funciona como parte de
circuitos mediando estes
comportamentos
• Hipocampo
o Funções da memória episódica: permite consolidar a informação
o Funções orientação e memoria espacial
o Existe neurogénese
▪ Vulnerável aos efeitos do stress, e depressão relacionada com o
volume reduzido (Videbech e Ravnkilde, 2004)
▪ Envolvido na formação de memórias emocionais através da
interação com a amígdala (Richter-Levin, 2004)
▪ Respostas emocionais à música (Blood & Zatorre, 2001; Koelsch,
2010)
• Córtex cingulado
o Integrar informação visceral e cognitiva – relação entre processos
emocionais e comportamentos
o Envolvido em processos autónomos
o Associado à aprendizagem e motivação durante as interações sociais
(Apps et al., 2016)
▪ As lesões nos macacos prejudicam o comportamento social, por
exemplo, diminui as interações sociais, o tempo passado na
proximidade com outros indivíduos, e vocalizações (Hadland et
al., 2003)
• Tálamo
o Hub de informação
o Porta de entrada da informaçãos sensorial (menos olfativa – vai para o
córtex olfativo) e depois redistribui
▪ Composto por conjunto de núcleos
• Hipotálamo
o Homeostase = regulação
o Avalia diferentes parâmetros para ver se é preciso corrigi-los (sono, sede,
fome, emoções, etc)
o Duas vias
▪ Ligado ao sistema endócrino
• Instruções a glândulas
▪ Ligado ao sistema nervoso autónomo
• Envolvido em diversos comportamentos emocionais,
afetivos e motivacionais
• A estimulação pode resultar em respostas agressivas ou
recompensatórias
• Insula
o Por vezes considerada parte do sistema límbico
o Ativa no processamento das emoções (e.g., nojo, medo, tristeza)
o Ativa quando temos dor ou quando vemos alguém com dor, OU SEJA,
consciência interoceptiva (das sensações vicerais) (Barrett e Simmons,
2015)
o Região central na empatia, “neurónios-espelho” (Warren et al., 2006)
• Cortex Préfrontal
o Exemplo Phineas Gage
▪ Personalidade mudou
o Papel crucial em termos cognitivos, emocionais e sociais
o Existem subdivisões do córtex que são responsáveis por diferentes
funções
▪ Orbitofrontal córtex: aprendizagem do valor emocional e
motivacional de um estímulo
• Processamento de recompensas → atribuição de valor a
um estímulo ou escolha
▪ CPFVM: marcadores somáticos, ou seja, incorporação do
feedback corporal na tomada de decisão
▪ CPFDL: função cognitivas; regulação (inibição); planificação
• Partes inferiores - informa sobre o caracter emocional
o Medida pelo córtex
o Hipótese dos marcadores somáticos (CPFvm)
▪ Damásio – para cada decisão temos um
marcador somático (ex: experiência
positiva sobre um restaurante) associada a
eventos passados
• Está envolvida no processamento social (e.g.,
mentalizing)
• Está bilateralmente conectado com o sistema límbico
(especialmente amígdala)
• PAG
o Resposta no fight (sup/rostral) or flight (caudal inf)
o Estruturas mais sensíveis as alterações emocionais
o Estrutura do midbrain longo e fino localizada em torno do aqueduto
cerebral
o Outputs para regiões de controlo motor guiam respostas
comportamentais à ameaça
o Envolvido na modulação da dor em humanos
o Conexões recíprocas com amígdala
o A estimulação elétrica evoca uma gama de comportamentos e
sentimentos emocionais positivos e negativos: possível papel na
consciência afetiva (Panksepp et al., 2016)

5. Fight, flight, freeze response


• Amígdala como um "cão de guarda": garante a avaliação do valor biológico
(significado)
• Thalamus transmite informações sensoriais à amígdala
• Permite rapidez, Deteção automática e não consciente de ameaça potencial
(dentro de 100 ms) –
• Se for detetada ameaça, a amígdala desencadeia o eixo hipotalâmico-pituitário-
supra-renais (HPA)
• Coordena alterações fisiológicas automáticas que nos permitem combater, fugir
ou congelar (por exemplo, aumento da frequência cardíaca, músculos tensos)
• Uma rota mais longa via córtex avalia estímulos em paralelo e em mais
pormenor: é necessária reação extrema
• Standard hypothesis’ of two routes: subcortical ‘low road’ and cortical ‘high
road’ (e.g. LeDoux, 2002; Morris et al., 1996)
• ATENÇÃO PODE SER SIMPLISTA (Pessoa & Adolphs, 2010, Nat Rev
Neurosci)

o O mais provável é serem diversas vias com conectividade bidirecional


entre a amígdala, o córtex o tálamos
▪ Córtex → mesmo quando se trata de um processamento afetivo
rápido
▪ Pulvinar/Cortical conexão medeiam o processamento rápido →
amígdala não envolvida
o Processamento por vagas em que o córtex está sempre envolvido e
depois o detalhe vai sendo integrado

II. Noções Básicas de Evolução e Genética

III. Evolução do Sistema Nervoso dos Vertebrados, do Comportamento e


das Emoções
A. Classificação das espécies (descendente)
o Organismos vivos
o Domínios
▪ Eubactéria
▪ Archaea
▪ Eukaria → seres vivos com um núcleo celular organizado
o Reinos (> 1000000 espécies)
▪ Monera (bactérias e cianobactérias)
▪ Protista (algas unicelulares e protozoários)
▪ Plantae (plantas)
▪ Fungi (fungos)
▪ Animalia (animais)
• pluricelulares, eucariontes, heterotróficos, cujas células formam
tecidos biológicos, com capacidade de responder ao ambiente
(possuem tecido nervoso
o Filo (~ 60800 espécies)
▪ Chordata: simetria bilateral, notocorda, sistema digestivo completo, um
tubo nervoso dorsal, fendas faríngeas e uma cauda pós-anal (pelo menos
numa fase da vida)

o Classe (~5400 espécies)


▪ Mamíferos: pelo menos na fase embrionária e glândulas mamárias
o Ordem (233 espécies)
▪ Primatas: cérebros grandes, boa acuidade visual e visão de cores e mãos
hábeis
o Família (7 espécies)
▪ Hominidae: uso de ferramentas
o Género (1 espécie)
▪ Homo (humano) Linguagem
o Espécie
▪ Homo Sapiens (homem moderno): seres culturais → cultura complexa

Vertebrados vs. Invertebrados

Vertebrados Inverterbrados
% espécies animais 2% 98%
Tamanho Animais grandes Animais pequenos e lentos
Sexualidade Unissexual (maioria) Hermafrodita (maioria)
Alimentação Heterotróficos Autotrófico, parasitas e
heterotrófico
Olho Simples composto
Pele 2 camadas Camada simples
Pares de Membros 2 ou menos Podem ter 2 ou mais
Coração ventral Dorsal (quando presente)
Sistema Circulatório fechado Aberto (maioria)
Fendas faríngeas SIM NÃO
Endosqueleto SIM NÃO
Coluna vertebral SIM NÃO
Sistema Nervoso Complexo e com sistema Simples e “pouco
de órgãos especializados organizado”
Exemplos Peixes, anfíbios, répteis, Esponjas, medusas,
pássaros e mamíferos vermes, moluscos,
estrelas-do-mar,
artrópodes

B. Sistema Nervoso dos Vertebrados


Sistema Nervoso Central → cérebro e coluna vertebral

• Lobo frontal, parietal, temporais e occipital


• Sulco central separa LF do LP

Sistema Nervoso Periférico → nervos cranianos, da coluna vertebral e suas ramificações

• Permite a comunicação entre o SNC e o SNP


o Via sensorial (aferente)
▪ Fibras nervosas somáticas e viscerais
▪ Conduz impulsos dos recetores ao SNC
o Via motora (eferente)
▪ Conduz informação do SNC para os effectors (músculos e
glandolas)
▪ SN Somático
• Voluntário
• Conduz impulsos aos músculos do esqueleto
▪ SN Automático
• Involuntário
o Conduz impulsos aos músculos cardíacos, smooth
muscles e glândulas
• Divisão Simpática
o Mobiliza os sistemas corporais durante a atividade
• Divisão parassimpática
o Conserva energia
o Promove house-keeping functions durante o
descanso

SN dos vertebrados caracterizado por:

• Desenvolvimento a partir de um tubo neuronal (dorsal e oco)


• Simetria bilateral
• Segmentação
• Controlo hierárquico
• Sistemas separados
• Localização da função
A. Evolução do SN dos Vertebrados

Resumo

• Muitas caraterísticas conservadas (número de divisões ”cerebrais”,


neuroquímica)
• Aumento do tamanho “cerebral” (e do tamanho relativo de diferentes estruturas,
circunvoluções e vascularização)
• aumento independente nos diferentes “ramos” de vertebrados
• Maior variedade celular
• Aumento na complexidade dos circuitos
• Mudanças na escala temporal do desenvolvimento

Menos → mais complexos

• Aumento das circunvalções → aumento da superfície cortical


o Importante porque é no córtex que se encontram os corpos celulares
• Maior especialização cortical (ver pp 3, 17)
• Diferenças na representação do corpo no córtex somatosensorial (ver pp 3, 18)
• Mais recente a espécie maior o córtex (pp3, 22)
• Mamíferos
o Cérebro mantém as três divisões caraterísticas dos vertebrados
o Duas novas estruturas
▪ Neocerebelo
▪ Neocórtex
• “Novo” córtex
• Formado por 6 camadas
• Surgiu mais tardiamente na escala evolutiva
• Desenvolve-se mais tardiamente nos organismos
• Alargado nos primatas (no homem representa cerca de
90% da área cortical)
• Associado a comportamentos evoluídos
o Primatas
▪ Medula torna-se proporcionalmente menor em relação ao volume
total do “cérebro”
▪ Cerebelo acompanha o aumento de volume total do “cérebro”
▪ Córtex torna-se proporcionalmente maior do que qualquer outra
parte

Evolução do SN da espécie humana


• Traços estruturais e comportamentais que consideramos humanas não se
desenvolveram simultaneamente (Falk, 1993)

Porquê ter um cérebro tão grande? - Marino, 2005; Sol et al., 2005,

• Várias medidas de tamanho “cerebral” (por exemplo, quociente de encefalização,


relação encéfalo-corpo, proporção de neocórtex) estão positivamente
correlacionadas com:
o Inovação alimentar, aprendizagem e uso de ferramentas (primatas, mas
também aves)
o Tamanho do reportório comportamental (e.g., em mamíferos)
o Complexidade social (e.g., aves e primatas)
o Complexidade da dieta nos primatas
o Imprevisibilidade ambiental nos hominídeos

Evolução das Emoções


1. Propósito evolutivo
Emoções evoluíram porque são adaptativas e melhoram o sucesso reprodutivo e a
sobrevivência do homem e de outros animais

• Facilitam as ações/interações sociais e interpessoais que são benéficas para a


reprodução e sobrevivência
• E.g., Stress (forma de medo) → fight-or-flight response (pp3, 33-34)
o Afeta a atençaõ, memória e high level of thinking
▪ Efeitos observáveis
• Pupilas dilatadas
• Boca seca
• Batimento cardico mais rápido, Etc
▪ Efeitos ocultos
• Cerebro prepara o corpo para a ação
• Adrenalina é produzida
• Fígado liberta glucose para que os músculos tenham
energia
• Aumento da pressão sanguínea

2. Teorias sobre a Emoção


Teoria de James – Lange (1884/1885)

• Estímulo emocional (cobra)


• Ativação do SNA → comportamento/ação (e.g., fugir)
• Emoção → medo
• Cada padrão fisiológico está associado a uma emoção distinta

Teoria de Canno-Bard (1927)

• Estímulo emocional (cobra)


• Tálamo
o Ativação do SNA → comportamento/ação (e.g., fugir)
▪ Emoção → medo
o Padrões fisiológicos idênticos estão associados a emoções distintas

Papez Circuit (1937)


Teoria de Schachter-singer (1962)

• Estímulo emocional (cobra)


• Ativação do SNA + label cognitivo
• Emoção → medo
• Comportamento ação
• Padrões fisiológicos idênticos estão associados a emoções distintas

Hipótese do Feedback Facial

• Estímulo emocional (cobra)


• Expressão Facial
• Ativação do SNA + Comportamento
• Emoção → medo

IV. Emoções e Decisões Morais


A. Ativação cerebral → DM
Ativação vs Subativação

• Maior ativação do SNA → menor propensão à decisão utilitária em prol da


emocional
• Subativação do CPFVM → particularmente associada a pesarmos a decisão
emocional
o Lesões → maior tendência a decisão utilitária
V. Relação entre estruturas do cérebro, neurotransmissores e estados
emocionais
A. Definições
O nível deve ser adequado ao objetivo do estudo

• Nível do órgão
• Nível do tecido
• Nível da célula

Neurónios: células especializadas no processamento de informação. Unidade básica do


sistema nervoso

• Corpo celular: síntese proteica


• Axónio → botões terminais
• Bainha de mielina → aumentar velocidade do impulso nervoso → matéria
branca
o Ex: crianças falam primeiro e uns andam primeiro
▪ Pq dvl mielina vai se desenvolvendo durante a infância
o Interesse renovado na matéria branca
▪ Para perceber redes e conexões
o Dendrites → recebem informação pelos neurotransmissores
o Nódulos de Ranvier → interrupções na bainha → impulso nervoso saltar
de um nódulo para o outro sem percorrer a bainha
o Tipos de neurónios
▪ Células de Bets → córtex motor
▪ Neurónios de Porquinj → cerebelo
• Imensas conexões
▪ Comunicação → através de sinapses

Glia

• Nutrição da célula
• Limpeza celular
• Tipos
o Astrocitos: geração de ritmo (ex respiratório)
o Microglia: atua do sistema imunitário
o Schawann: sistema nervoso periférica
▪ Criam mielina
o Oligodendrite: sistema nervoso central
▪ Criam mielina

Sinapse: zona ativa de comunicação

Neurotransmissores: transmissores químicos que transmitem sinais de um neurónio para


uma célula-alvo (e.g., neurónio, célula muscular, célula glandular) através de uma
sinapse

• Mais de 100 substâncias químicas produzidas pelo nosso corpo foram


identificadas como neurotransmissores
• Necessários à rápida comunicação na sinapse
• São armazenados em vesículas sinápticas e libertados quando iões de cálcio
entram no terminal axonal
• Controlam a nossa capacidade para sentir dor e prazer, os nossos movimentos, a
nossa resposta emocional aos estímulos
• É sintetizado no neurónio pré-sináptico e armazenado no terminal pré-sináptico
antes da libertação
• É libertado pelo neurónio pré-sináptico quando os potenciais de ação
despolarizam o terminal (mediados principalmente pelo Ca2+)
• O neurónio pós-sináptico contém recetores específicos para ele
• Quando aplicado artificialmente numa célula pós-sináptica, promove uma
resposta idêntica à que seria estimulada pela ação do neurónio pré-sináptico
• Tipos
o Excitatórios – e.g., glutamato, histamina,
▪ Norepinefrina
• Produzida por neurónios do locus coeruleus – na ponte, e
da área tegumental lateral do mesencéfalo
• Função: regulação do humor, excitação geral (arousal),
comportamento sexual
• Medeia a resposta fight or flight
• Nível de norepinefrina no cérebro pode associar-se a
padrões de depressão e ansiedade; quase todos os
transtornos de ansiedade envolvem elevação no nível de
norepinefrina
o Inibitórios – e.g., glicina, GABA, serotonina
o Ambos (depende do recetor) – e.g., acetilcolina, dopamina
▪ Dopamina
• Neurotransmissor inibitório e excitatório
• Produzida nas glândulas adrenais e em pequenas regiões
cerebrais
• Envolvida no sistema de recompensa do cérebro
• Função: controlo cognitivo e motor, motivação, excitação
(arousal), reforço, recompensa, entre outros
• Défices do sistema dopaminérgico associam-se a: doença
de Parkinson, esquizofrenia, défice de atenção e/ou
hiperatividade e adição

VI. Sistemas Emocionais Primários e Sociais


A. Como estudar o cérebro humano em vida?
fMRI

• Estuda a alteração de atividade cerebral em regiões especificas através do sinal


BOLD
• Boa precisão espacial mas não tão boa temporal

PET

• Administramos substâncias radioativas


• Medimos radioatividade capturada no cérebro
• Vantagem: estudar neuroquímica funcional

EEG

• Registo da atividade elétrica de uma determina região


• Frequências especificas para funções cognitivas especificas
o Ex: ondas alfa aumenta → sono
• Boa resolução temporal, mas baixa resolução espacial
MEG

• Mede atividade magnética gerada pela atividade elétrica do cérebro → principal


diferença com EEG
• Intermedio entre RM e EEG´
• Vantagem
o Boa resolução temporal
o Resolução espacial mais precisa que EEG do que RM
▪ Mas para efeitos corticais → mais superficiais

Afeto

• Termo geral que se refere a conceitos ligados a emoções e às suas


representações
B. Sistema Emocional Primário
1. Definição
Os efeitos primários são sistemas de valor cerebral intrínsecos que informam
incondicional e automaticamente os animais de como se estão a safar na sobrevivência

• O afeto positivo o índice "zonas de conforto" que suportam a sobrevivência,


enquanto os efeitos negativos informam os animais de circunstâncias que podem
prejudicar a sobrevivência.
• Servem uma função essencial na aprendizagem emocional.

Processos motivacionais organizados hierarquicamente de forma semelhante à da


filogenia e da ontogenia do cérebro

• Compreendendo:
o Redes das áreas cerebrais interligadas e articuladas
o Neuroquímicos
o Muitos outros elementos fisiológicos do corpo
o Integração e Otimização do comportamento, fisiologia e cognição em
resposta ao gatilho
• Substratos primários de emoção são sub-corticais (capazes de gerar sentimentos
sem córtex)
• As emoções são precognitivamente organizadas
• As interações neurais elaboram uma variedade de estados distintos que têm
pouca resolução cognitiva intrínseca, exceto vários sentimentos de "bondade" ou
"maldade"
• Como resultado da maturação mental, esses sistemas afetivos pré-conscientes
informam o nosso aparelho cognitivo superior como os eventos mundiais se
relacionam com as nossas necessidades intrínsecas (gradualmente estabelecendo
um sistema de maior valor)

Resumo

• A resposta emocional é
o Evolutivamente conservado
o Enraizado em estruturas antigas do cérebro
o Estereotipado
o Selecionado para eficiência
• Funcionamento geral
o Estímulos Incondicionados
o Respostas Automáticas
o Necessidades Básicas
▪ Resposta à necessidade de encontrar (comida, água, recursos,
abrigo)
▪ Resposta à necessidade de uma empresa/parceiro sexual
▪ Resposta à necessidade de cuidados de descendência
▪ Resposta às necessidades sociais (evitar isolamento, reunião de
grupo após separação)
▪ Resposta à necessidade de auto-preservação
▪ Resposta à necessidade de se expressar quando os interesses estão
ameaçados
▪ Resposta à necessidade de interação com os outros
o Respostas Adaptativas
o Circuitos diretos (hardwire)

2. Sistema motivacional/de procura


Definição

• Comportamento apetitivos: que buscamos, procuramos


o Caracterizado por curiosidade exploratória persistente
o Raiz da sobrevivência → e.g., água, comida, abrigo
o Graças ao sistema motivacional
▪ Está na base de todos outros sistemas emocionais

Substratos neuroanatómicos e neuroquímicos

• Dopamina (via mesocortical e mesolimbica): neurotransmissor principal deste


sistema
o Na substância negra e na VTA → produção
o Gânglios da base → difusão
▪ Está envolvido nos outros processos
o E.g., Perturbações alimentares → comparável a adição
• Mito: a dopamina não é o neurotransmissor do prazer (e.g., da bulimia)
o Estudo dos ratos
▪ Dopamina libertada quando a luz acende
▪ Dopamina não é libertada quando consome o açúcar
▪ Conclusão: É a energia propulsora do comportamento
independentemente da valência
• Perturbações aditivas
o Leva a menos recetores da dopamina pq levam a aumento da libertação
de dopamina
o Sobreestimulação → menos recetores → proteção do organismo
• Circuitos da Recompensa

3. Sistema da Luxúria
Definição

• Luxúria sexual, respostas eróticas e comportamento sociosexual


• Garante a reprodução e perpetuação da espécie
• As emoções sociais de aceitação/amizade partilham parte do mesmo sistema
neuroquímico e comportamental
• Circuitos sobrepõem-se parcialmente entre machos e fêmeas, mas diferenças de
género podem ser observadas

Substratos neuroanatómicos e neuroquímicos (c.f., pp5, 34)

• Hipotálamo → fundamental para regulação deste sistema


• Excitatório
o Oxitocina + dopamina → facilitador
o Hormonas sexuais
• Inibitório
o Serotonina → Diminui recrutamento

4. Sistema da parentalidade
Definição

• Laços parentais
o Segurança, perpetuação da espécie limitando a perda de descendência
o Mães → papel mais ativo
o Mudanças hormonais massivas no final da gravidez (diminuição da
progesterona, e aumento do estrogénio, prolactina e oxitocina) definiram
o palco para a ativação dos impulsos maternos alguns dias antes do
nascimento dos jovens
o Interações com sistemas de procura/pânico

Bases neurais e neuroquímicas (c.f., PP4, 92)

• Prolactina
o Promotor de produção de leite
o Promotor da libertação do leite
• Oxitocina → vinculação

5. Sistema do pânico
Definição

• Todos os jovens mamíferos e aves dependem dos cuidados parentais,


especialmente dos cuidados maternos, para a sobrevivência
• Animais jovens para sinalizar a sua necessidade desesperada de cuidados,
especialmente quando perdidos ou isolados dos cuidadores (vocalizações de
angústia)
• Estas separações chamam os cuidadores de alerta para procurar, recuperar e
atender às necessidades da prole.
• Tipicamente, estímulos infantis e "desamparados" aos quais, especialmente, as
fêmeas reagem
• O alívio da angústia da separação em animais jovens pode ser facilmente
alcançado simplesmente segurando-os
• Principal diferença → foco temporal
• Quando somos socialmente rejeitados → libertação de opiodes
o Mesma efeito que dor física
o Cérebro tenta contra regular efeito da dor

Bases Neurais e Neuroquímicas

• Anterior cingulate
• Dorsomedial thalamus
• Dorsal PAG
• Excitatório
o CRF
o Cortisol
• Inibitório
o Opioides - contraregular a efeito de stress
o Oxitocina - efeito ansiolítico
o Prolactina
▪ Promotora da libertação do leite

6. Sistema do Medo/Ansiedade
Definição

• Ajude os animais a escapar e evitar os muitos perigos do mundo que podem


resultar em ferimentos graves e morte
• As respostas mais bem estudadas (Le Doux, 1998) "Luta ou Fuga" →
• O medo e a ansiedade podem ser diferenciados em quatro domínios:
o duração da experiência emocional
o foco temporal
o especificidade da ameaça
o direção motivada.

Bases Neurais e Neuroquímicas

• Amígdala central e lateral


• Hypothalamus medial
• Dorsal PAG
o Especialmente implicado no freeze response
▪ Quando sobreestimulado participantes reportam sentir-se
“assustados até à morte” sem que o contexto o justifique
• Excitatório
o Glutamate
• Inibitório
o GABA

7. Sistema da Raiva
Definição

• Permite a demonstrar frustrações


• Leva a comportamentos agressivos na tentativa de despoletar o sistema de medo
nos oponentes
• Evocado pela estimulação de redes cerebrais próximas da do sistema do medo

Base Neurais e Neuroquímicas

• Amigdala Medial
• Hipocampos medial e perifornical
• PAG dorsal
• Excitatório
o Substância P → estimula comportamentos de raiva
o Acethycoline e Glutamate

8. Sistema Brincadeira/Alegria
Definição

• Permite aos animais jovens adquirirem conhecimento social e refinar interações


sociais subtis de que irão precisar para prosperar
• Uma das principais forças emocionais que promove a construção epigenética de
funções cerebrais sociais mais elevadas
• Provavelmente energizado pelo sistema da procura

Bases Neurais e Neuroquímicas

• Dorsomedial diencephalon
• Parafascicular área
• Ventral PAG
• Hipotalamus → riso
• Excitatório
o Opioides → facilitador
• Inibitório
o Sistema do stress → cortisol
▪ Qualquer situação/interveniente que promova emoções negativas
reduz a brincadeira

C. Sistema Emocional Social/Moral


1. Definição
• Dependem dos pensamentos, sentimentos ou ações de outras pessoas, "como
experienciadas, recordadas, antecipadas ou imaginadas em primeira mão".
• Fortemente ligado ao desenvolvimento da cognição social
• Exemplos são constrangimento, culpa, vergonha, ciúmes, inveja, elevação,
empatia e orgulho.
• As emoções sociais são por vezes chamadas de emoções morais, porque
desempenham um papel importante na moralidade e na tomada de decisões
morais – regular/ajustar o comportamento social

2. Embaraço
Definição

• Níveis leves a graves de desconforto, e que geralmente são experienciados


quando alguém tem um ato ou condição socialmente inaceitável ou indesejável
que foi testemunhado ou revelado a outros.
• Informa-nos como nos comportamos de acordo com normas predominantes e
valores morais e ajuda a regular a impressão que fazemos aos outros

Vias Neurais

• Insula Interior
• Córtex pré-frontal medial

3. Culpa
Definição
• Experiência cognitiva ou emocional que ocorre quando uma pessoa acredita ou
percebe, com precisão ou não, que comprometeu os seus próprios padrões de
conduta ou violou os padrões morais universais e assume uma responsabilidade
significativa por essa violação.
• Pode solicitar o comportamento virtuoso subsequente

Bases Neurais

• Cortex Orbitofrontal
• Cortex dorsomedial prefrontal

4. Vergonha
Definição

• Emoção auto-consciente desagradável tipicamente associada a uma avaliação


negativa do eu, motivações de retirada, e sentimentos de angústia, exposição,
desconfiança, impotência e de inutilidade.
• Prospera as pessoas para esconder ou negar os seus erros
• A única emoção que é disfuncional para o indivíduo e funcional a nível de
grupo
• Vergonha vs. culpa
o A vergonha surge quando os "defeitos" de alguém são expostos a outros,
e resulta da avaliação negativa (real ou imaginada) de outros;
o a culpa, por outro lado, vem da própria avaliação negativa de si mesmo,
por exemplo, quando se age contra os valores ou a ideia de si mesmo.
• Vergonha vs. embaraço
o A vergonha não envolve necessariamente humilhação pública enquanto o
embaraço

Bases Neurais

• Amigadala
o Estudos mostram aumento da ativação em participantes com MDD

5. Ciúme
Definição
• Pensamentos ou sentimentos de insegurança, medo e preocupação por uma
relativa falta de posses → observado em crianças com apenas cinco meses
• Evoluída para maximizar o sucesso dos nossos genes: é uma emoção
biologicamente baseada para fomentar a certeza sobre a paternidade da própria
prole.
• Expresso através de diversas emoções e comportamentos
• A experiência comum de ciúmes para muitas pessoas pode envolver:
o Medo da perda
o Suspeita ou raiva sobre uma traição percebida
o Baixa autoestima e tristeza pela perda percebida
o Incerteza e solidão
o Medo de perder uma pessoa importante para outra
o Desconfiança

6. Inveja
Definição

• Ocorre quando uma pessoa não tem a qualidade superior, realização ou posse de
outro e quer ou deseja que a outra não a tenha.
o Há sempre algo para trabalhar, e nunca se tornar complacente com a vida
o Pode dizer-lhes quem admiram, o que querem e onde podem crescer
• A teoria socio-evolutiva prevê que os seres humanos se comportem de formas
que melhorem a sobrevivência individual e a reprodução dos seus genes → a
experiência e expressão da inveja, como enraizada em impulsos biológicos para
a sobrevivência e a procriação
• Schadenfreude significa ter prazer no infortúnio dos outros e pode ser entendido
como um crescimento da inveja em certas situações

7. Elevação
Definição

• Resposta emocional à beleza moral


• Testemunhando atos virtuosos de notável bondade moral
• Sentimento distinto de calor e expansão que é acompanhado pela apreciação e
afeição pelo indivíduo cuja conduta excecional está a ser observada
• A elevação motiva quem a experimenta a abrir-se, afilar-se e ajudar os outros;
faz um indivíduo sentir-se levantado e otimista sobre a humanidade
• Leva a comportamentos altruístas

8. Orgulho
Definição

• Um estado emocional derivado de um efeito positivo do valor percebido de uma


pessoa ou coisa com a qual o sujeito tem uma ligação íntima.
• Um sentimento de apego de conteúdo para com as escolhas e ações de alguém
ou de outro, ou para com um grupo inteiro de pessoas
• É um produto de louvor, autorreflexão independente, e um sentimento de
pertença.
• Expressão de orgulho como meio de enviar um sinal funcional, automaticamente
percebido de alto estatuto social
• E.g., correlatos neurais com a ativação quando fãs de futebol observam um jogo

VII. Amor e Apego: fundamentos psicobiológicos


A. Definições
Apego

• Uma ligação emocional duradoura a uma pessoa especial, caracterizada por uma
tendência para procurar e manter a proximidade, especialmente em momentos de
stress a uma pessoa específica
• A primeira relação especial que experimentamos desenvolve entre pai e filho
• Acredita-se que esta relação influenciará o desenvolvimento das nossas relações
futuras

B. Teorias do Apego
1. Teoria Psicanalítica de Freud
Definição

• Centra-se em unidades inatas e na procura do prazer


• Proporcionar gratificação da unidade inata do bebé para obter prazer de chupar e
outras formas de estimulação oral
• Bebé fica preso ao peito e depois à mãe
• Ligação do bebé à mãe impulsionada pela libido – necessidade de alimentar,
chupar o peito é uma expressão de sexualidade infantil
• Libido não descarregada leva a experiências de tensão como ansiedade

Contributos

• Importância da experiência precoce


• Ênfase nas necessidades e sentimentos internos
• Foco na mãe - interação infantil
• Interesse estimulado e investigação nesta área

Limitações

• Não explica o behaviorismo

2. Behaviorismo
The Mokey Love Experiments (Harlow, 1959)

Harlow avaliou se a alimentação ou o conforto de contacto eram mais importantes para


o acessório infantil.

• Os animais jovens foram "criados" por dois tipos de máquinas-mãe de macacos


substitutos → macia vs arame
• mostrou que a necessidade de afeição criou uma ligação mais forte entre mãe e
filho do que as necessidades físicas (alimentos)
• Outras experiências em condições abusivas mostraram que, por muito abusivas
que fossem as "Donzelas de Ferro", os macacos bebés voltavam sempre e
mostravam afeto por eles.
• Mesmo perante os abusos, a necessidade de amor era esmagadora.

Conclusões

• Angústia da separação
• Preferência por mãe de pano não-alimentado
• Base segura para exploração do espaço
• Humanos: Os bebés formam ligações com os pais quando as mães são distantes
e sem resposta (Schaffer e Emerson, 1964)
3. Teoria de Vinculação de Bowlby
Definição

• Recém-nascidos geneticamente programados para se comportarem com a mãe


de forma a garantir a sobrevivência (teoria etnológica do apego)
• Mães geneticamente programadas para responder Ênfase ao papel ativo na
formação de acessórios desempenhados pelos sistemas de sinalização social para
bebés
• Comportamentos específicos da espécie para moldar/controlar o comportamento
do cuidador: amamentação, acariciar, olhar, sorrir, chorar

Comportamentos Vinculativos: resulte em uma pessoa que atinja/mantenha a


proximidade com o indivíduo preferido

Fases da Vinculação

• Fase pré-vinculativa: até 6 semanas


o Os bebés produzem sinais inatos (choro) que convocam os cuidadores e
são confortados por interações;
o Resposta social indiscriminada
• Attachment-in-the-making: até 6 a 8 meses
o Resposta preferencial a pessoas familiares;
o Sorri/balbucia mais para e é mais facilmente acalmado pelo cuidador
primário;
o Desenvolver uma sensação de confiança que o cuidador vai responder
quando sinalizado
o Não protesta se separado do cuidador
• Clear-cut attachment: até 1.5 anos
o Procurar contacto com o cuidador (comunicação intencional);
o Saudação feliz no reencontro;
o Ansiedade ou angústia de separação;
o Cautela de estranhos;
• Relações recíprocas
o O aumento das capacidades cognitivas permite-lhes compreender os
sentimentos/objetivos/motivos dos pais e organizar esforços para estar
perto dos pais.
o Relação mutuamente regulada.
o A angústia da separação diminui

4. Consequências da Vinculação no Desenvolvimento


• Ligação emocional duradoura entre criança e cuidador
• Internal Working Model: representação mental de si mesmo, figuras de ligação e
relacionamentos
• Crianças interagindo com cuidadores acessíveis e responsivos?
o Esperam que as relações interpessoais sejam gratificantes
o Sentem-se digno de receber cuidado e amor
o Procuraram e esperaram encontrar relações satisfatórias e de segurança
como adultos
• Crianças interagindo com cuidadores indisponíveis e sem resposta?
o Perceções negativas de si mesmos e relações com outras pessoas
• Impacto no ajustamento geral, comportamento social, perceções dos outros e
desenvolvimento da autoestima e sentido de si mesmo

5. Fatores que impactam a Vinculação


• Oportunidade de Vinculação
• Qualidade do cuidado parental
o Respostas rápidas, consistentes e sincronizadas com as necessidades do
bebé
• Características da criança
o Temperamento, necessidades especiais, prematuridade ou doença

6. Como medir a Vinculação (Ainsworth)


Vinculação Evitante/Insegura (15%)→ pouca ansiedade, mas muito evitamento

• Poucos sinais evidentes de angústia na separação, ignora a mãe no reencontro,


vigilante da mãe e inibida em jogo;
• Confortado por estranho ou parente

Vinculação segura (60%) → pouca ansiedade e evitamento

• Relação positiva e de confiança com a figura do apego;


• Normalmente angustiado pela separação, cumprimentar os pais na reunião,
receber conforto se necessário, voltar ao jogo animado/contended;
• Cuidador como base segura

Vinculação desorganizada (15%) →muita ansiedade e evitamento

• Nenhuma forma consistente de lidar com o stress da situação estranha;


• Comportamentos confusos ou contraditórios; parecer atordoado ou desorientado;
comportamentos incluem congelamento, movimentos estereotipados quando
reunir

Vinculação Ambivalente (10%) → muita ansiedade, mas pouco evitamento

• Colante e ficar perto;


• A exploração é inibida porque fica muito perturbada quando deixada sozinha;
• Não facilmente confortado; procurar conforto e resistir tentativas de confortá-
los; procurar contacto, mas resistir, por exemplo, chutando, batendo fora
brinquedos oferecidos;
• Alterna entre raiva e agarrar-se à mãe

7. Bases Neurais da Vinculação


Mudanças hormonais durante a amamentação e a vinculação

• Excitatório para a mãe


o Opioides
o Estrogéneo
• Leva a produção no leite
o Prolactina
o Oxitocina
8. Quais os fatores que impactam a Vinculação?
Cultura

• Japão
o Ênfase no vínculo materno-infantil
o Muito poucas crianças no Japão estavam na creche e tinham experiência
de separação da mãe
o Pais podem estar auto-conscientes/inibidos
o Estudo recente sobre comportamento de reunião entre crianças japonesas
de 6 anos que tinham experimentado o pré-escolar: não aumento da
proporção de crianças com apego inseguro (Behrens et al., 2007)
• A segurança da vinculação (mãe como base segura) é um fenómeno universal
o Itália/Portugal: mais propensos a manter contacto físico
o Colômbia/Peru: menos provável (Posada et al., 2013)

Abandono

• Estudo Longitudinal crianças adotadas e em instituições (Rutter et al., 2004)


o Relativa falta de diferenciação na resposta a diferentes adultos
▪ simpatia indiscriminada / falta de seletividade
▪ tolo, exagero, ou comportamento exaltativo
▪ falta de relações confidenciais próximas
o Tendência para sair com estranhos
o Não procura ajuda do progenitor em situações de ansiedade provocando
comportamentos de chamada de atenção
▪ 22,4% romenos vs. 3,8% Reino Unido
▪ Persiste após a adoção

9. Vinculação nos Adultos


Diferenças individuais nos modelos representativos de relações próximas

Originárias de interações precoces com cuidadores, permanecem relativamente estáveis


ao longo da vida (Waters et al. 2000)

Aplicar a relações românticas adultas (Hazan e Shaver, 1987)

Frequentemente conceptualizado ao longo de dimensões da vinculação, ansiedade e


evitamento (Fraley et al. 2000)

C. Existem diferentes tipos de amor?


1. Luxúria/ Sexo
Definição

• Sexo não seletivo, qualidade do parceiro numa perspetiva a longo prazo não é
importante
• Motiva o sexo "com qualquer membro apropriado da espécie" (Fisher et al,
2002)

Bases neurais e neuroquímicas

• ROI’s
o Insula Média
o Cingulado anterior
o Hipotalamus
o Nucleo Accumbens
o VTA
o Comparação ativação neural entre orientação sexual (c.f., PP6, 24)
• Testosterona
o Aumenta a excitação sexual em homens e mulheres
• Estradiol
o Associado a uma maior atividade sexual nas mulheres
o Taxas de masturbação mais elevadas
o Preferência por rostos "viris"
• Dopanina e Norepinefrina

2. Paixão (enfatuation/ amor romântico)


Definição

Consiste em "saudade intensa" e "excitação fisiológica" (Aronson, Wilson, & Akert,


2010)

• Entusiamo e euforia

Bases Neurais e Neuroquímicas

• Sistemas de Recompensa, Motivação e Emoção Associados com amor


romântico intenso em estágio inicial
• ROI’s
o Anterior cingulate
o Hippocampus
o Nucleus accumbens
o Hypothalamus
o VTA
o Caudate nucleus
o Prefrontal córtex
o Observa-se mais ativação em homens monogâmicos do quem em não
monogâmicos (c.f., PP6, 26)
• Excitatório
o Feniletilamina
▪ Apaixonar-se envolve a secreção desta substância nos primeiros
2-4 anos de relação
▪ Cria uma euforia que ajuda a ignorar os defeitos do parceiro
potencial
▪ Aumenta o desejo sexual e pensa-se que seja a hormona da libido
▪ Habituação progressiva → efeito vais se esvanecendo
o Dopamine, norepinefrina, etc
• Inibitório
o Seretonina

3. Companionate love (vinculação)


Definição

• Tipo mais calmo de amor, ligação emocional


• Intimidade e compromisso
• Não implica necessariamente paixão

4. Amor Materno

VIII. Neurociência Social e Afetiva


A. Introdução
Evolução do Ser Humano

Porque são os comportamentos pró-sociais úteis?


• The Mathusian Curve: prevê que com o aumento da população a produção de
comida estagne o que teria como consequência a escassez de alimento
o Solução → O comportamento pró-social é um dos pré-requisitos para o
crescimento e prosperidade das sociedades e é submetido a mecanismos
de aprendizagem inatos

B. “O cérebro Social”
1. Funções do cérebro Social
Consciência Social

• Empatia
• Precisão empática
• Escuta
• Cognição social

Gestão das relações

• Sincronia de interação
• Auto-presentação
• Influencia
• Preocupação pelos outros

2. Neurociência Social
Definição

• Neurociência social integra ideias de múltiplas áreas de investigação em


psicologia e neurociência para abordar questões sobre processos sociais na
mente e cérebro (desde cerca de 2005)
• A Neurociência Social fornece insights sobre a capacidade das pessoas de
entender os estados mentais e partilhar os sentimentos dos outros.
• Three Streams of Research in Social Neuroscience
o Ex de teorias Theory of Mind (TOM), Mentalizing, Empathy, Imitation
(Mirror Neurons) Prosocialitym, etc

Pesquisa em Neurociencia Social

• O dilema do prisioneiro
o Tarefas de tomada de decisão económicas
o Comportamento avaliado de acordo com o contexto e um conjunto de
regras conhecidas pelos participantes
o A Cooperação recíproca recruta regiões cerebrais envolvidas no sistema
de recompensa (e.g., córtex orbitofrontal, VS e lobo paracentral)
• Hyperscanning
o Dois ou mais indivíduos são examinados durante interações em tempo
real (e.g., EEG, fMRI, etc)
• Estudos de pharmaco-neuroimaging
o MDMA aumenta a cooperação e o recrutamento de áreas sociais do
cérebro ao jogar jogadores de confiança no dilema de um prisioneiro
o Um alelo comum no gene recetor da oxitocina (OXTR) tem impacto no
temperamento pró-social e na estrutura e função hipotalâmica-límbica
humana

3. Importância da Oxitocina na interação social


Funções Gerais da Oxitocina

o Atividade do útero durante o parto


o Libertar leite durante a lactação
o Chupar → resposta do hipotálamo → estimula a glândula pituitária
posterior (oxitocina) e anterior (prolactina) → oxitocina leva a que a
mama relaxe o leite e a prolactina leva à produção adicional de leite

Rede Neural

o Produção no núcleo paraventricular e no núcleo supraóptico


o Libertado na glândula pituitária posterior

Como se estuda o sistema da oxitocina em humanos?

o Genetic Profilling
o Manipulação direta
o Medidas do plasma
o Disfunção durante uma doença

Papel da Oxitocina na regulação da cognição social humana

• Trends in Cognitive Sciences (2011)


o Regulação de Afetos Negativos
▪ Inibe a rede ligada à reatividade emocional (e.g., ACC, AI)
▪ Estimula a regulação emocional (e.g., regiões do PFC)
▪ permite a adaptação social (e.g., diminui o withdrawal social)
o Promoção da motivação social
▪ Estimula a rede de recompensa (e.g., VTA)
▪ permite a adaptação social (e.g., motiva, internalização de
interações sociais)
o Facilita a saliência social
▪ Estimula a rede de saliência (eg., amigdala, AI, etc)
▪ permite a adaptação social (e.g., aumenta a atenção e perceção de
sinais sociais)
• Existe diferenças de gênero (Psychoneuroendocrinology. 2014)
o OT intranasal aumenta atividade cerebral nos homens
o Mas não tem efeito ou diminui nas mulheres

IX. Empatia e Comportamento Pró-social


A. Definição
Bernhardt & Singer, 2012

• Partilhar os estados afetivos de outros (os mais próximos ou estranhos)


• Ocorre quando a observação ou imaginação de estados afetivos em outros induz
estados compartilhados no observador
• Conhecimento de que o alvo é a fonte do estado afetivo no self → componentes
de partilha afetiva, autoconsciência, auto-distinção
• Permite-nos prever e compreender os sentimentos, motivações e ações dos
outros → crucial para a experiência emocional humana e interações sociais
• Distinções conceptuais:
o Contágio Emocional: tendência para adotar automaticamente o estado
emocional de outra pessoa
o Mimetismo: tendência para se sincronizar com as expressões afetivas,
vocalizações, posturas e movimentos de outra pessoa
o Simpatia: sentir pena de alguém, normalmente associado ao desejo de os
ver melhor e mais felizes
o Compaixão: estado emocional e motivacional caracterizado por
sentimentos de amor, bondade e desejo genuíno do bem-estar dos outros
o Preocupação Empática: estado emocional e motivacional caracterizado
pelo desejo de ajudar e promover o bem-estar dos outros

Lockwood, 2016; Fan et al., 2011

• Aspetos afetivos: um estado afetivo (como a experiência da emoção, dor ou


recompensa), causado pela partilha do estado de outra pessoa através da
observação ou imaginação da sua experiência
o dACC direito
o IA direita
o DMT direita
o Midbrain
o IA esquerda
• Aspetos cognitivos: vulgarmente referido como tomada de perspetiva,
mentalizing ou ToM
o OFC esquerdo
o aMCC esquerdo
o DMT esquerdo
o IA esquerda
• Plasticidade → Valk et al., 2017 (c.f., PP8, 20-21)

Como medir a empatia

• Podemos a medir empatia enquanto estado ou enquanto traço


• Através de auto-reporte
o e.g., Interpersonal Reactivity Index (IRI)
o Questionnaire of Cognitive and Affective Empathy (Reniers et al., 2011)

B. Bases Neurais da Empatia


Craig, 2009

As ativações em IA e ACC não implicam que estas regiões sejam regiões de empatia
por si só que participam numa multiplicidade de processos sensoriais, afetivos,
cognitivos e motivacionais (e na sua integração)
• Insula: papel na representação e integração de estados de sentimento interno e
emocional.
o Insula posterior → Mapeamento da informação sobre o estado
fisiológico do corpo
o Insula anterior → representação da informação que se torna
conscientemente acessível, permitindo uma experiência afetiva subjetiva
e estado de sentimento global.
• ACC: forma a contrapartida motivacional e relacionada com a ação
o Também associado a tarefas exigentes de um ponto de vista atencional e
cognitivo
• Conclusão: essas duas regiões em conjunto com outras (e.g., OFC, amígdala,
etc) formam uma rede coerente → Rede Interoceptiva
• Enquanto a IA forma uma região de entrada de um sistema que se baseia na
autoconsciência, estes estados de sentimento emocional global são, em última
análise, representados no ACC para controlar, selecionar e preparar respostas
apropriadas

Lamm et al., 2011

• Compreender ações → neurónios espelho → mais ativa em pistas


visuais/concretas (e.g., imagem de porta a fechar-se numa mão)
• Compreender estados mentais → mentalização → mais ativa quando pistas
indiretas/abstratas (e.g., expressão de dor)

C. Perturbações da Empatia
PEA, Bird e Viding, 2014

• Perturbação do desenvolvimento caracterizada por deficientes competências


sociais e de comunicação, e repertório restrito de interesses e atividades
• Indivíduos com pontuação de autismo mais baixo no Quociente de Empatia
(medida de auto-relatório) → Défice em ToM (que é importante para a empatia)
• Ainda pode mostrar respostas empáticas intactas através de contágio emocional
(que está intacto) As deficiências de empatia são mais severas quando as
deficiências de ToM são mais severas

Alexithymia, Bird e Viding, 2014


• Fenómeno sub-clínico marcado por dificuldades na identificação e descrição de
sentimentos, dificuldades em distinguir sentimentos das sensações corporais da
excitação emocional, e uma preocupação com o pensamento orientado
externamente (tipicamente avaliado através do auto-relatório).
o e.g., "Quando estou chateada, não sei se estou triste, assustada ou
zangada"
• Deficiência primária parece relacionada com o sistema de representação afetiva
→ impacto na empatia

Psicopatia, Bird e Viding, 2014

• Distúrbio de empatia arquetípica → redução da empatia e da culpa, a frieza, o


efeito superficial, bem como a redução do apego a pessoas significativas
• Experiência reduzida ou atípica da própria emoção (pelo menos medo e tristeza)
• Atividade atípica baixa amígdala e insula para a angústia de outras pessoas
• Dificuldade em reconhecer o medo e a tristeza nas expressões faciais e vocais
• Menor contágio emocional e empatia (auto-reporte) em resposta a histórias de
vinheta e clips de outras pessoas experienciando emoções (medo e tristeza)
• Capacidade de manipular os outros → ToM intacta
• Lockwood et al., 2013
o Crianças com problemas de conduta → menor ativação da IA, ACC e
giro fronta inferior (resposta empática à dor)

X. Emoções, Saúde e Bem-estar


A. Emoções e Consequências para a Saúde
Diener & Chan, 2011

• O bem-estar subjetivo (por exemplo, satisfação da vida, ausência de emoções


negativas, otimismo e emoções positivas) pode influenciar a saúde e a
longevidade.
o Estudos prospetivos a longo prazo
▪ Bem-estar subjetivo é preditivo da mortalidade (após o controlo
da saúde inicial)
▪ Depressão e ansiedade é preditiva de doença cardíaca coronária e
progressão da doença em pessoas com doenças cardiovasculares
▪ Emoções positivas (por exemplo, alegria) e variáveis como
satisfação da vida ou otimista estão associadas a um risco
reduzido ou mortalidade, longevidade e saúde física
▪ A evidência é mais forte para populações saudáveis típicas em
comparação com as que têm doenças existentes
o Estudos em que níveis naturais de (ou alterações) de bem-estar estão
relacionados com processos fisiológicos que podem afetar a saúde e a
longevidade
▪ Os humores e emoções estão associados a indicadores
fisiológicos em ambientes naturais (por exemplo, pressão arterial,
cortisol, inflamação)
▪ As alterações fisiológicas, por sua vez, relacionam-se com a
saúde: o efeito negativo (por exemplo, a ansiedade) está
associado a alterações negativas no sistema cardiovascular
▪ Bem-estar subjetivo também relacionado com o funcionamento
imunológico
▪ O efeito positivo está associado a fatores psicossociais e
comportamentais protetores (por exemplo, ligação social) e maior
probabilidade de comportamentos de saúde
o Estudos experimentais que envolvam manipulação de humores/emoções
e avaliação dos efeitos nas variáveis fisiológicas que possam afetar a
saúde
▪ A indução de humor positivo conduz a uma recuperação
cardiovascular mais rápida após uma tarefa stressante (em
comparação com o humor neutro ou negativo)
▪ Evidência meta-analítica: efeito positivo/bem-estar induzido
experimentalmente relaciona-se com resultados como a função
imunitária, a reatividade cardiovascular e a tolerância à dor
o Estudos com animais
▪ Condições suscetíveis de causar impacto negativo no stress na
saúde
▪ O stress crónico causado por fatores psicossociais suprime o
sistema imunitário
▪ Existem também associações entre efeitos positivos (e.g., jogo,
afiliação) e melhores respostas imunes e cardiovasculares
o Estudos quase experimentais em ambientes naturais
▪ Eventos emocionais e desastres estão associados a mudanças
cardiovasculares e mudanças no sistema imunitário
▪ Desastres (e.g., guerras, terramotos) podem ser associados a um
pico de mortes (não relacionadas com mortes diretas devido às
catástrofes)
▪ A sobrecarga de trabalho e a preocupação estão associadas a uma
maior resposta ao cortisol
o Intervenções experimentais
▪ Escrever sobre experiências intensamente positivas vs. tópico de
controlo: menos visitas ao centro de saúde para a doença durante
os 3 meses seguintes
▪ Os cuidados paliativos podem levar a menos sintomas
depressivos e tempo de sobrevivência médio mais longo
▪ A evidência do efeito das intervenções psicossociais em doentes
com cancro é ambígua
o Estudos sobre como os fatores de qualidade de vida (por exemplo, dor e
mobilidade) se relacionam com o bem-estar
o As emoções positivas estão relacionadas com a menor dor e maior
tolerância à dor
o Os efeitos do efeito positivo na dor provêm tanto de estudos
experimentais como de investigação realizada em contextos naturais
(auto-relato de tolerância à dor; medidas dependentes)
o O bem-estar subjetivo também pode prever a qualidade de vida e o
estado funcional no contexto da doença

Haase et al., 2016 – comportamentos emocionais intrapessoais e saúde física

• Estudo longitudinal (20 anos) → interação de conflito conjugal de 15 minutos


de casamentos de longa duração
o Comportamento da raiva aumenta nos sintomas cardiovasculares
o Comportamento de stonewalling à aumento dos sintomas músculo-
esqueléticos
B. Intervenções que Promovem o Bem-estar
1. Meditação e mindfulness
Definição e estudo - Tang et al., 2015

• Meditação como uma forma de treino mental que visa aumentar as capacidades
psicológicas, tais como a atenção e regulação das emoções
• Meditação mindfulness (deriva das tradições budistas):
o Atenção não-crítica às experiências do momento presente (requerem
regulação e atenção)
o Alto interesse em neurociência ao longo das últimas décadas
o Desafios na investigação:
▪ Replicação
▪ insider perspective
▪ preconceito de publicação
▪ desenhos transversais vs. longitudinal
▪ tamanhos da amostra

Alterações na estrutura cerebral - Fox et al., 2014

o Meta-análise de 21 estudos com diferentes técnicas, tradições, desenhos


diferentes, (principalmente provas transversais)
▪ metaconsciência (córtex frontopolar/BA 10)
▪ consciência corporal exteroceptiva e interoceptiva (córtices
sensoriais e insula)
▪ consolidação da memória (hipocampo)
▪ auto e regulação das emoções (córtex cingulado anterior e médio;
córtex orbitofrontal)
▪ comunicação intra-e interhemisférica (fasciculus longitudinal
superior; corpus callosum)

Mudanças na Função Cerebral – Tang et al., 2015

• Atenção
o Atenção dividida em subcomponentes (ANT – teste rede da atenção):
▪ Alerta
▪ Orientação
▪ Monitorização de conflitos.
o Melhorias após mindfulness meditation
▪ Na monitorização dos conflitos
▪ No alerta nos meditadores a longo prazo, mas não em períodos de
formação curtos;
o MAS
▪ Na orientação → conclusões mistas
o Efeitos do mindfulness na atenção ligados ao ACC mas também
encontrados no córtex pré-frontal dorsolateral e nas regiões parietais
• Regulação Emocional
o Vários efeitos positivos do mindfulness:
▪ Redução da interferência emocional por estímulos desagradáveis
▪ Diminuição da reatividade fisiológica (e regresso facilitado à
linha de base)
▪ Diminuição das dificuldades de autorregulação das emoções
▪ Menor intensidade e frequência do afeto negativo
▪ Melhores estados de humor positivo
o A regulação consciente das emoções poderia fortalecer os mecanismos
cognitivos pré-frontais e, assim, reduzir a atividade em regiões relevantes
para as emoções, por exemplo, o envolvimento límbico da amígdala à
frente relatada em alguns estudos, mas as associações com o
comportamento são escassas
o Ativação diminuída da amígdala em resposta a estímulos emocionais e
durante o estado de repouso à diminuição da excitação emocional
o Regiões pré-frontais:
▪ atividade reforçada em meditadores principiantes
▪ atividade reduzida em meditadores experientes
o Regiões de motivação e recompensa: atividade mais forte do putamen e
caudate durante o estado de repouso; ativação mais baixa no caudado
durante a antecipação da recompensa
• Autoconsciência
o Mais autorrepresentação positiva, maior autoestima, maior aceitação de
si mesmo
o Processamento autorreferencial distinto:
▪ Maior non-attachment
▪ Default mode network (DMN):
• Meditação → menos atividade nas regiões de DMN (PFC
medial e PCC);
• dados de conectividade funcional sugerem um maior
controlo cognitivo sobre o DMN
o Diminuição do processamento autorreferencial avaliativo; maior
consciência das experiências do momento presente
o Insula: ativação mais forte durante a meditação da compaixão e após o
treino de mindfulness à pode representar consciência amplificada da
experiência do momento presente
o A meditação pode alterar o modo autorreferencial: forma
narrativa/avaliativa anterior de autorreferencial substituído por uma
maior consciência

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