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endócrino
Abordagem osteopática ao sistema endócrino
Índice
1 – GENERALIDADES ............................................................................................................................... 4
3 HIPOTÁLAMO ......................................................................................................................................... 8
7 - TIMO .................................................................................................................................................... 26
8 - BAÇO ................................................................................................................................................... 29
9 PÂNCREAS ............................................................................................................................................ 31
10 – SUPRARRENAIS .............................................................................................................................. 35
11 - GÔNADAS ......................................................................................................................................... 39
11.2 - Ovários......................................................................................................................................... 43
12 - FÍGADO ............................................................................................................................................. 47
13.5 Técnica de estimulação dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares superiores ........... 60
13.6 Técnica de inibição dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares superiores ................. 61
14 - Avaliação glandular e do sistema nervoso pelos testes de Cinesiologia Aplicada (Camirand, 2011) . 63
1 – GENERALIDADES
Para o tratamento das glândulas endócrinas é de extrema importância manter o
raciocínio clínico osteopático (com o olhar global e integrativo), pois diversas estruturas
podem interferir no funcionamento visceral e glandular.
Além disso, a própria víscera pode estar disfuncional nas suas diversas
possibilidades de movimento (peristaltismo, mobilidade, motricidade e
motilidade/MRP/IRC).
Pelo exposto, se faz necessária avaliação minuciosa do paciente para que sejam
diagnosticadas as principais disfunções somáticas, que vão direcionar o tratamento,
facilitando a escolha da técnica mais adequada.
O sistema endócrino, por sua vez, se comunica por sinais químicos (através dos
hormônios), que respondem mais lentamente e, normalmente, geram efeitos mais
prolongados.
3 HIPOTÁLAMO
Ocupa uma área pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com funções
relacionadas à atividade visceral. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na
face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos
mamilares.
Localização do hipotálamo
4 HIPÓFISE (Pituitária)
Pequena glândula ovoide (com tamanho de uma ervilha), com coloração cinza-
avermelhado, localizada abaixo do hipotálamo (fixada a ele por uma curta haste
denominada infundíbulo), posteriormente ao quiasma óptico, na sela turca do osso
esfenoide. É coberta superiormente pela dura mater (o diafragma da sela). Está dividida
em duas partes: uma anterior, a adeno-hipófise, e outra posterior, a neuro-hipófise. A
hipófise secreta oito hormônios e afeta quase todas as funções do corpo.
Hipófise
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, com uma mão faz
contato no occipital e C1 e a outra faz contato com os pilares externos do frontal.
A técnica consiste em gerar pressão com a mão intrabucal enquanto libera a mão
do vértex e em seguida gerar pressão no vértex enquanto libera a pressão intrabucal.
estas etapas são repetidas até que o movimento se torne mais amplo.
Glândula pineal
É irrigada pela artéria pineal, que é ramo da artéria cerebelar superior e drenada
pela veia pineal, que desemboca na veia cerebral magna -de Galeno (que se situa
superiormente ao cerebelo).
6 – TIREÓIDE E PARATIREÓIDE
A tireóide é uma glândula em forma de borboleta, que se localiza na região
anterior do pescoço. Pesa de 15 a 25 g no adulto.
Essa glândula é irrigada pela artéria tireóidea superior (ramo da carótida externa)
e artéria tireóidea inferior (ramo do tronco tireocervical) e drenada pela veia tireóidea
superior (que drena para a v. jugular interna) e pela veia tireóidea inferior (que drena
para o tronco braquiocefálico esquerdo).
Tem como função secretar a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Estes dois
hormônios participam da regulagem da velocidade do metabolismo. Quando em maior
concentração, aumentam a atividade das células.
A paratireoide está localizada junto à tireóide, porém são bem menores. São,
normalmente, 2 pares, cada uma pesando 30 mg, em média. Secreta paratormônio, que
tem como função mobilizar o cálcio no interior dos ossos e eliminar fosfato através da
urina, nos rins.
Nesta mesma posição, o osteopata pode usar uma técnica de Hoover (indireta)
onde todos os parâmetros (superior/inferior, translação direita / esquerda, rotação direita
/ esquerda, compressão / descompressão) são primeiramente testados e depois
acumulados. Em seguida, busca o Still point.
Nota: o frontal é utilizado para esta normalização porque está relacionado às emoções,
via suas conexões com o tálamo e hipotálamo e por conter o lobo frontal, responsável
pelo equilíbrio racional, instintivo e afetivo (Camirand, 2011).
7 - TIMO
Existem 2 órgãos linfoides primários- o timo e a medula óssea. O timo é uma
glândula que está localizada no tórax, entre os pulmões, à frente do coração
(superiormente pode chegar até a glândula tireoide, ao qual se liga pelo ligamento
tireotímico e inferiormente chega ao nível da 4ª cartilagem costal). É dividido em 2
lobos, que é revestido por tecido conjuntivo, que está conectado ao pericárdio fibroso.
É irrigado pelas veias torácicas internas e tireóidea inferior e drenado pelas veias
tímicas, que desembocam no tronco braquiocefálico esquerdo, torácica interna e
tireóidea inferior. É inervado pelo gânglio cervical inferior e nervo vago.
Timo
8 - BAÇO
Órgão oval, que pesa cerca de 150 g e se situa ao longo do eixo da 10ª costela
esquerda, entre a curvatura maior do estômago e a parede abdominal posterior,
superiormente ao polo superior do rim esquerdo. Está conectado ao diafragma
(ligamento frenoesplênico), estômago (ligamento gastroesplênico), flexura esplênica do
intestino grosso (ligamento colicoesplênico) e fáscia renal esquerda (fáscia de
Toldt/ligamento esplenorrenal).
É irrigado pela artéria esplênica (ramo da artéria celíaca) e drenado pela veia
esplênica, que desemboca na veia porta hepática.
É inervado pelo plexo esplênico, que recebe fibras simpáticas do gânglio celíaco
(T5 a T10) e parassimpática do nervo vago. Recebe também inervação aferente do
nervo frênico.
Baço
- destruir hemáceas velhas, que serão utilizadas pelo fígado para produção de bile
9 PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula digestiva com função endócrina e exócrina,
pertencente ao sistema digestório e endócrino.
Possui cerca de 15 cm de comprimento e localiza-se na região abdominal atrás
do estômago, entre o duodeno e o baço. É formado por três partes básicas: cabeça, corpo
e cauda e por dois tipos de células: os ácinos pancreáticos, que são responsáveis por
fabricar o suco pancreático e as ilhotas de Langerhans, que são responsáveis por
secretar os hormônios insulina e glucagon, que são liberados diretamente na corrente
sanguínea.
10 – SUPRARRENAIS
São glândulas que se situam acima dos rins (daí seu nome). A direita tem
formato triangular e a esquerda de meia lua. Participam na regulação do metabolismo do
sódio, do potássio, do carboidrato e da água, bem como do processo do estresse.
11 - GÔNADAS
São as glândulas sexuais- ovários nas mulheres e testículos nos homens. Além
de produzirem os gametas (óvulos e espermatozoides), também secretam hormônios.
11.2 - Ovários
São glândulas genitais femininas, em forma de amêndoa, de 4 cm de largura, 2
de altura e 1 de espessura, que pesam entre 6 a 8 gramas cada um.
O mesovário
O ligamento uterovárico (ou ligamento próprio do ovário) que une o pólo
inferior do ovário com o corno uterino
O ligamento tubo-ovárico
O ligamento lombo-ovárico (que se fixa em L2), que é o meio de fixação mais
importante e é contínuo à fáscia do psoas.
O ligamento apendiculo-ovárico, que une o ovário direito ao apêndice
O ligamento infundíbulo-cólico, que une o ovário esquerdo ao sigmóide
Pode haver um ligamento que une o ovário direito ao ceco (lig, de Clayet)
Ciclo menstrual
É dividido em 3 fases:
1- Fase folicular
Inicia-se no primeiro dia da menstruação e, dura entre 5 a 12 dias. Nesta fase a hipófise
aumenta a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH), que leva os ovários a
amadurecer seus óvulos. Com esse amadurecimento, o ovário começa também a liberar
maiores quantidades de estrogênio, responsável por tornar o revestimento do útero
pronto para uma possível gravidez.
2- Fase ovulatória
3- Fase lútea
Esta fase acontece, em média, nos últimos 12 dias do ciclo e, durante esses dias, o
folículo, deixado pelo óvulo dentro do ovário, começa a produzir progesterona em
maior quantidade, para continuar preparando o revestimento do útero para o caso de
uma possível gravidez. Além disso, também existe um aumento na produção de
estrogênio e, por isso, algumas mulheres podem apresentar sensibilidade nos seios,
mudanças de humor e até inchaço.
Quando a fecundação não acontece, o folículo vai regredindo dentro do ovário e, por
isso, os níveis de estrogênio e progesterona vão diminuindo até que o revestimento do
útero seja eliminado, dando início à menstruação e ao próximo ciclo menstrual.
Já se existir fecundação, o óvulo fica conectado às paredes do útero e o corpo começa a
produzir hCG (gonadotrofina coriônica humana), um hormônio que mantém o folículo
produzindo estrogênio e progesterona em níveis elevados para manter o revestimento do
útero até à formação da placenta.
12 - FÍGADO
A maior glândula do corpo, pesa cerca de 1.500 g e localiza-se nos quadrantes
direito e esquerdo superiores (principalmente no lado direito), inferior ao diafragma,
que o separa da pleura, pulmões, pericárdio e coração. Do lado direito está à altura
da 5ª costela e do lado esquerdo à altura da 6ª costela. O fígado possui uma face
diafragmática e uma face visceral, que são separadas anteriormente por sua margem
inferior, aguda.
Na região inferior, a margem anterior segue um trajeto oblíquo para cima e para
dentro do gradil costal, não ultrapassando o gradil, por isso só é palpável durante a
inspiração profunda. Cruza a região epigástrica seguindo uma linha que vai desde a
nona cartilagem costal direita até a oitava cartilagem costal esquerda.
Inervação do fígado
Os nervos do fígado são derivados do plexo celíaco. Ele consiste em fibras
simpáticas provenientes dos nervos esplâncnicos maiores (T6 à T9) e fibras
parassimpáticas provenientes dos nervos vagos.
O nervo frênico (C3, 4 e 5) inerva a cápsula do fígado (cápsula de Glisson).
Vascularização
Pela veia porta chega ao fígado todo material absorvido nos intestinos, com
exceção de parte dos lipídios que é transportada por via linfática. Graças a essa
característica, ele se encontra em posição privilegiada para metabolizar e acumular
nutrientes e neutralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas.
A veia porta do fígado, formada pelas veias mesentérica superior e esplênica,
divide-se em ramos direito e esquerdo que se ramificam dentro do fígado.
Além da veia hepática, também penetra no pedículo hepático o sangue arterial
proveniente da artéria hepática própria, originada no tronco celíaco. A artéria hepática,
um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em:
- artéria hepática comum – do tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal
- artéria hepática própria – da origem da artéria gastroduodenal até sua bifurcação em
ramos direito e esquerdo.
A artéria hepática conduz sangue bem oxigenado da aorta, e a veia porta do
fígado conduz sangue pouco oxigenado, porém rico em nutrientes a partir do trato
gastrointestinal para os sinusóides do fígado.
Vascularização do fígado
As funções do fígado são:
- Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase
- Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação
- Armazenar ferro e certas vitaminas (vitamina A, D, K) em suas células
- Metabolizar lipídeos
- Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras
- Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo
- Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
Relações do fígado
O fígado está ligado à parede anterior do abdômen pelo ligamento falciforme.
Posteriormente a este, temos o ligamento redondo do fígado. Na porção superior, quatro
ligamentos prendem o fígado ao diafragma: (1) ligamento coronário anterior direito, (2)
ligamento coronário anterior esquerdo, (3) ligamento coronário posterior direito, (4)
ligamento coronário posterior esquerdo. A união dos dois ligamentos coronários
esquerdos forma o ligamento triangular esquerdo; a união dos direitos forma o
ligamento triangular direito.
Já, a face visceral apresenta relação com outros sistemas:
As alterações das funções hepáticas podem ser geradas por disfunções somáticas
no fígado, por traumas locais, por intoxicação ambiental (poluição, por exemplo), stress
emocional e infecções. Além disso, alterações intestinais, como alergias, intolerâncias
alimentares e a disbiose intestinal (alteração na flora intestinal que dificulta a absorção
de nutrientes), podem gerar alteração no funcionamento do fígado.
A técnica consiste em gerar rotação interna num temporal enquanto gera rotação
externa no outro temporal. Para isto, o Osteopata deve bascular seu tronco para um lado
e depois para o outro. Se os movimentos são mais rápidos que o MRP/IRC, estimulam o
SN simpático (neste caso, os movimentos devem ser curtos). Se os movimentos são
mais lentos que o MRP/IRC, estimulam o SN parassimpático (neste caso, os
movimentos devem ser longos).
NOTA: para gerar inibição do gânglio cervical superior, realizar a técnica de inibição
dos suboccipitais.
Esta técnica pode ser realizada com os gânglios torácicos superiores- T1 a T5-
(neste caso a rotação da vértebra deve ser realizada a partir de um contato com
indicador e polegar no processo espinhoso da vértebra.
Teste de tônus da porção anterior do deltoide com toque no ponto reflexo do timo
predador) que são transmitidas para o cérebro, que recruta sistemas neurais e
neuroendócrinos (efetores) com a finalidade de minimizar o risco para o animal. A
resposta fisiológica ao estresse envolve um eficiente conjunto de sistemas interligados e
visa manter a integridade fisiológica mesmo nas mais exigentes circunstâncias.
16 – REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
American Association of Colleges of Osteopathic Medicine (AACOM).Glossary of
Osteopathic terminology. Nov 2011.
MOORE KL, DALLEY, AF. Anatomia orientada para clínica. 2007. Guanabara
Koogan.