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LINFÁTICA
Fernanda Ribeiro
de Oliveira
Patologias do
sistema linfático
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste texto, você verá que o edema é um líquido que atua no espaço
intercelular. Ele pode ser classificado de acordo com sua extensão e
também dividido de acordo com os sintomas que provoca em nosso
organismo. O edema tem muitas variações, entre elas o linfedema, alte-
ração importante que surge especialmente depois que ocorre lesão em
algum componente do sistema linfático.
Tipos de edema
Edemas dinâmicos
Os edemas dinâmicos, também conhecidos como linfodinâmicos, estão rela-
cionados com processos alérgicos, inflamatórios, traumas, alterações cardíacas,
hepáticas, renais e venosas. São edemas que não apresentam melhora com
a drenagem linfática manual (DLM) — sendo, inclusive, contraindicada em
muitos desses casos. Veja quais Sanches e Elwing (2014) lista como edemas
dinâmicos:
Linfedema primário
Linfedema secundário
Alguns autores, como José Godoy, referem-se à elefantíase também como o último
estágio do linfedema congênito ou adquirido. Isso fica ainda mais evidente quando há
presença de um edema mais duro, que ocorre porque há hiperplasia em decorrência
de obstrução da circulação linfática.
Os principais sintomas da filariose, que podem surgir entre um mês e dez anos
após a picada do inseto, são: dores musculares, reações alérgicas, asma, febre,
aumento dos linfonodos linfáticos, inchaço de membros, mamas ou saco escrotal.
Erisipela
A erisipela é uma doença infecciosa causada pelo Streptococcus Pyogenes,
que tem como porta de entrada rachaduras, ferimentos, cortes e arranhões.
Apresenta feridas avermelhadas e doloridas devido à inflamação, não é con-
tagiosa, e atinge, em sua maior, parte membros inferiores.
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, exames físicos e com
base nos sintoma apresentados. Quando tratada de início, a doença dificilmente
haverá complicações, porém, se não for tratada, pode evoluir para úlceras e
tromboses.
O tratamento pode ser feito com medicamentos, limpeza adequada e re-
pouso com membros inferiores elevados, e alguns autores também indicam a
drenagem linfática. A DLM é indicada para que haja uma melhor circulação
linfática local, porém, requer muita atenção. Ela será adotada somente se a
erisipela não estiver com a infecção latente, por isso é importante que sempre
se solicite a prescrição médica.
Figura 3. Erisipela.
Fonte: DonyaHHI/Shutterstock.com.
8 Patologias do sistema linfático
Linfangioma
O linfangioma, mesmo sem causa definida, é classificado como congênito.
Ele é considerado um tumor benigno e é resultado de uma alteração da rede
linfática. É dividido em três tipos principais:
Como o sistema linfático está presente em todo o nosso corpo, essa pa-
tologia pode afetar qualquer órgão ou tecido, mesmo tendo sua evolução de
forma mais lenta. Ela se apresenta na forma de microcistos ou cistos maiores,
preenchidos por linfa e às vezes por sangue.
O diagnóstico dessa patologia é realizado por meio de exame clínico, porém
pode ser necessária a realização de exames de imagens para a verificação
da extensão da doença — estruturas acometidas e profundidade das lesões.
O tratamento é feito com remoção cirúrgica, que pode trazer consequências
funcionais e estéticas.
Linfoma
O linfoma é um tumor maligno que tem origem no sistema linfático. A doença
se desenvolve nos linfonodos, principalmente nas axilas, pescoço e na virilha.
Na maior parte dos casos, a causa do linfoma não é conhecida; seu início pode
ocorrer devido a uma mudança nos genes dos linfócitos. O linfoma aumenta
consideravelmente a probabilidade de infecções, pois as células de defesa são
afetadas e não funcionam corretamente.
Há dois tipos de linfoma: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O
que difere um do outro é a célula acometida pela doença, diagnóstico que é
dado pelo médico após exames, tomografia e biopsia. Os principais sintomas
são febre persistente ou recorrente sem motivo aparente; coceira persistente
em todo o corpo; manchas vermelhas; aumento de gânglios; suores noturnos;
cansaço e mal estar; perda de peso. O linfoma pode ser tratado com radioterapia
e quimioterapia.
Patologias do sistema linfático 9
Linfangiossarcoma
O linfangiossarcoma é um tumor raro e bem específico do sistema linfático.
Ele acomete as células endoteliais dos vasos linfáticos e é caraterizado pela
presença de nódulos avermelhados e duros, sendo mais frequente em membros
superiores e em especial no período pós-mastectomia.
As causas podem estar relacionadas a complicações decorrentes de linfe-
dema local. O tratamento é feito com radioterapia, quimioterapia e, às vezes,
até mesmo com amputação (mais indicado).
Referência
SANCHES, O.; ELWING, A. Drenagem linfática manual: teoria e prática. São Paulo:
Senac, 2014.
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Leituras recomendadas
ATLAS do corpo humano: sangue, sistema linfático e imunidade. São Paulo: Abril
Coleções, 2008.
WITTLINGER, H. et al. Drenagem linfática: método Dr. Vodder. Porto Alegre: Artmed,
2011.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.