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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

Linfedema

Objectivos
Até ao fim da aula os estudantes devem
ser capazes de:
•Definir linfedema, compreender as suas
causas;
•Reconhecer a presença de linfedema
num doente, seu diagnóstico e tratamento
Linfedema

DEFINIÇÃO
O linfedema é um acúmulo de linfa nos
tecidos do organismo, que nada mais é do
que um líquido originado do sangue,
composto de água, proteínas, gorduras e
resíduos provenientes das células que
circula nos vasos linfáticos e transporta os
glóbulos brancos, que são responsáveis
pela defesa de nosso organismo.
Linfedema

Como não tem hemácias (glóbulos


vermelhos), a linfa é clara, incolor.
Esse fluido é responsável pela eliminação
de impurezas que as células produzem
durante seu metabolismo – existe mais
linfa do que sangue no organismo.
Linfedema

Fisiopatologia
O linfedema ocorre quando a linfa
corporal se acumula nos tecidos moles do
corpo, habitualmente no braço ou na
perna.
O sistema linfático é constituído por vasos
e gânglios linfáticos que se distribuem por
todo o corpo.
Linfedema

Os vasos linfáticos transportam a linfa


para os gânglios linfáticos, que filtram os
resíduos, devolvendo o líquido ao sangue.
Se os vasos ou gânglios forem lesados,
removidos ou se há uma obstrução
dificultando o retorno dessa linfa, ela
poderá acumular-se, provocando aumento
de volume dos braços ou pernas afectadas.
Linfedema

Tipos
Os linfedemas podem ser classificados de
duas maneiras:
•Primário ou congênito
•Secundário ou adquirido
Na maioria das vezes, as causas são má
formação das vias ou dos gânglios
linfáticos ou a total ausência de vias
linfáticas.
Linfedema

Linfedema primário ocorre antes dos 35


anos de idade na maioria dos afectados.
Eles aparecem sem um motivo, lesão ou
trauma, mas pelo facto de a pessoa ter
nascido já com o problema, que ao longo
dos anos teve tempo para aparecer.
Linfedema

Linfedema secundário
É aquele que teve uma causa conhecida
para o seu surgimento. As razões para seu
desencadeamento são variadas, incluindo:
•Inflamações que permitem mais formação
de líquidos do que as vias linfáticas
conseguem transportar
Linfedema

• Infecções no sistema linfático como


erisipela, que podem se repetir e deixar
lesões nos vasos linfáticos
• Lesões causadas por cirurgias - muitas
vezes surgem linfedemas nos braços de
mulheres depois de mastectomias, nas
quais os gânglios linfáticos são
removidos das axilas
Linfedema

• Tumores malignos com acúmulo de


células cancerígenas nos gânglios
linfáticos
• Lesões causadas por radiação nas quais
as paredes das vias linfáticas aderem
entre si.
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CAUSAS
•Quando a pessoa nasce com poucos
gânglios linfáticos e desde jovem já tem
manifestações de pernas inchadas – por
exemplo, quando viaja longos períodos,
toma muito sol ou tem conhecimento na
família de parentes com linfedema –, é
bom ficar atenta.
Linfedema

• No Nordeste do Brasil, e mesmo em


Moçambique, existe um mosquito
que, ao picar a perna de um indivíduo,
deposita uma larva que pode entrar no
sistema linfático obstruindo a
circulação linfática e desencadeando
um edema linfático, chamado de
filariase linfática.
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• Tão comuns quanto a filariose são as


erisipelas, infecções do sistema
linfático que ocorrem normalmente
quando temos uma lesão nas pernas ou
pés que serve como porta de entrada
para uma bactéria atingir o sistema
linfático e causar uma inflamação
importante que pode levar a
acometimento dos vasos linfáticos.
Linfedema

• A porta de entrada mais comum é a


frieira entre os dedos dos pés, mas
qualquer machucado na perna que fique
sujo pode inocular uma bactéria e
desencadear uma erisipela.
Linfedema

Podemos também ter edema linfático


eventual, por exemplo após queimaduras
solares, excesso de sal na dieta, ficar
parado muito tempo na mesma posição,
obesidade e varizes em membros
inferiores que dificultam o retorno venoso,
causando uma hipertensão venosa e
consequentemente aumentando a
dificuldade de drenagem linfática.
Linfedema

Sintomas de Linfedema
O sintoma principal do linfedema é um
inchaço que piora no final do dia.
Na maioria das vezes pode acometer os
dois membros, não causar dor e atingir o
dorso do pé.
Linfedema

Diagnóstico de Linfedema
O diagnóstico é feito clinicamente por
meio de uma avaliação laboratorial com
pedidos para excluir outras causas de
edema, como hipertensão arterial,
insuficiência renal, hepática, problemas de
tireóide, uso de alguns medicamentos que
podem inchar a perna.
Linfedema

Excluídas as causas mais comuns de


edema, é sempre bom fazer um doppler
colorido venoso dos membros inferiores
para descartar lesões do sistema venoso
profundo.
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Finalmente, caso não se encontre nenhuma


outra razão, pedimos uma
linfocintilografia, um exame no qual se
injeta um contraste no vaso linfático e
visualizamos sua subida através do
sistema linfático e vemos se há lesões e
retardo dessa subida.
Linfedema

Tratamento de Linfedema
Feito o diagnóstico, é hora de tratar. Como
em tudo na medicina, quanto mais cedo
descobrir o problema, mais fácil o
tratamento.
Devemos lembrar que o linfedema é uma
doença crônica, e o tratamento é paliativo,
visando sobretudo a evitar a piora ou
evolução do problema.
Linfedema

Quando o edema ainda regride, a maioria


das vezes resolvemos o problema com
atitudes saudáveis como manter o peso
equilibrado, atividade física regular,
colocar as pernas elevadas sempre que
puder, uso de meia elástica medicinal e
drenagem linfática.
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Para casos mais graves, além do que já foi


dito, podemos lançar mão da terapia física
complexa, que, além da drenagem linfática
manual, inclui compressão, exercícios
miolinfocinéticos e cuidados com a pele.
Também podemos usar medicação
linfocinética. Em casos extremos existem
opções cirúrgicas para retirar o excesso de
tecido formado.
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Prevenção
A melhor forma de prevenção é o
conhecimento. Percebendo um inchaço
persistente, que vem acontecendo com
regularidade e intensidade crescente,
procure um angiologista/cirurgião
vascular.

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