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UFCD – 6571-Técnicas de

posicionamento, mobilização,
transferência e transporte

1 - A consequência da imobilidade nos


sistemas orgânicos
“A inatividade torna patológico o
processo de envelhecer.”
1. A consequência da imobilidade
nos sistemas orgânicos
 A imobilidade não se associa apenas ao repouso
prolongado ----» os estilos de vida sedentários
também condicionam os efeitos nefastos no
organismos.

 A inatividade crónica redução da


atividade muscular alterações de
funcionamento de todos órgãos do corpo.
O levante precoce, após uma situação de
doença, é hoje reconhecido como essencial, para
minimizar as complicações da imobilidade.

Figura 1
Figura 2
➢ Mais suscetíveis de desenvolver os
efeitos adversos da imobilidade são:

 Pessoas que apresentam doenças crónicas.

 Portadores de algum tipo de deficiência.

 Idosos Falta de atividade física


Doença crónica Figura 3 Deficiência Figura 4

Idoso Figura 5
Fatores principais da inatividade:

 múltiplas patologias frequentemente


encontradas nesta faixa etária (osteoporose,
doença cardíaca, etc.)

 falta de apoio social e familiar, que


contribui para um isolamento e inatividade
progressivos.

 pouca tolerância ao esforço físico.


Figura 7

Múltiplas patologias

Falta de apoio social e familiar Figura 8


1.1. Efeitos da imobilidade no
sistema músculo-esquelético
Alterações a nível dos sistemas:
✓ ósseo,
✓ cartilagíneo,
✓ muscular
✓ tecidos moles.

atrofia,
fraqueza muscular,
contraturas
osteoporose…..
Imobilização
decréscimo da
contração máxima e
da resistência
muscular

1 a 2% perda da força
muscular por dia podendo

40% nos longos períodos


Músculos que se atrofiam mais
rapidamente:

❖ quadríceps
❖ flexoresplantares
❖ extensores da coluna

alterações bioquímicas, ocasionando o aumento


de ácido láctico nos músculos.
Figura 9
alteração da
homeostasia
Falta de
entre a
estiramento contratutras
formação e
muscular
reparação do
colagénio
Figura 10
 A imobilidade contribui também para uma
menor extensibilidade dos tecidos
conjuntivos peri-articulares.

 A cápsula articular permanente suscetível aos


efeitos adversos da inatividade, visto que a sua
nutrição é feita durante o movimento articular
e compressão.
Figura 11

Figura 12
 Os músculos mais afetados são os isquiotibais e
os músculos rotadores internos do ombro.

 A imobilidade contribui para importantes


modificações na remodelação óssea, com um
acréscimos da perda da massa óssea.

OSTEOPÉNIA
(osteoporose por imobilidade)
Figura 13

Diminuição de massa óssea, pela perda de cálcio e hidroxiprolina (aminoácido)


Figura 14
Figura 15
1.2. Efeitos da imobilidade no
sistema cardiovascular
 As alterações principais ocorridas na
sequência da imobilidade no sistema
cardiovascular são conhecidas como

Síndroma de adaptação cardiovascular.


A frequência cardíaca em repouso aumenta cerca de um
batimento por minuto, por cada dois dias de
inatividade.

Taquicardia Figura 16
 A restrição da atividade física também provoca
um declínio gradual da capacidade cardiovascular
máxima.

 Os fenómenos tromboembólicos, como a


trombose venosa profunda, também estão
diretamente relacionados com a imobilidade

Hiperviscosidade, associada à estase sanguínea


(fluxo sanguíneo) condicionada pela lentificação
dos membros inferiores.
Trombose venosa profunda
Figura 17

Fenómenos tromboembólicos
Figura 18
 Outro efeito da imobilidade é a hipotensão
postural.

Incapacidade do sistema
cardiovascular se ajustar
rapidamente à posição
ortostática (posição
ereta)
Figura 19

A pessoa ao erguer-se após um período longo de repouso


cerca de 500 ml de sangue desloca-se do tórax para os
membros inferiores Diminuição do retorno venoso
ao coração.
Perda da adaptação posição
ortostática
➢ pessoas saudáveis

perda após de 3 semanas de inatividade.

➢ pessoas idosas essa adaptação

perda antes de 3 semanas e a sua


recuperação exige um maior período tempo.
Numa pessoa sedentária, o sistema circulatório é
incapaz de desencadear uma resposta adequada
vasopressora e de manter a tensão arterial estável.

Pressão arterial instável Figura 20


1.3. Efeitos da imobilidade no
sistema respiratório
 Diminuição dos movimentos torácicos.

 Alterações da perfusão* sanguínea nas


diferentes regiões pulmonares induzidas pela
gravidade.

*Perfusão é a passagem de líquido através do


sistema circulatório ou linfático para um órgão ou
tecido.
 Aumento da pressão venosa nas diferentes regiões
pulmonares (gravidade),
 Alteração do equilíbrio entre a ventilação e a
perfusão.

Acumulação de secreções da mucosa


Tosse ineficaz (falta de mobilidade ciliar e fraqueza
dos músculos abdominais).

Broncopneumonia (afeta 15% das pessoas acamadas).


Broncopneumonia Figura 22
Efeitos da imobilidade no sistema
gastrointestinal e
genito-urinário
 Anorexia

- associada à diminuição da taxa de absorção,


- aparecimento de uma hipoproteinemia de causa
nutricional.

 Diminuição do peristaltismo e da função


secreção do trato gastrointestinal

- Obstipação

 Aumento da incidência das infeções urinárias e


da litíase urinária (pedra nos rins)
Anorexia Figura 23
Obstipação Figura 24
Peristaltismo no intestino grosso Figura 25

Infeção urinária Figura 26


Figura 27
Efeitos da imobilidade no sistema
endócrino
 Alterações das respostas hormonais.

 Intolerância aos hidratos de carbono.

 Os níveis de colestrol total também aumentam


com a imobilidade.
Colesterol Figura28
Efeitos da imobilidade no sistema
nervoso
 A imobilidade prolongada pode provocar:

❖ ansiedade,

❖ depressão,

❖ insónia,

❖ agitação,

❖ irritabilidade,

❖ desorientação no tempo e no espaço,


❖ diminuição da concentração
❖ diminuição da tolerância à dor.
Ansiedade Figura 29
Depressão Figura 30

Insónias Figura 31

Agitação Figura 32 Irritabilidade Figura 33


Desorientação Figura 34
Diminuição da concentração
Figura 35

Intolerância à dor Figura 36

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