Você está na página 1de 89

UFCD 3546

PREVENÇÃO E PRIMEIROS
SOCORROS - GERIATRIA

MARÍLIA COSTA
ISOLAMENTO E IMOBILIDADE
Conteúdos programáticos
 Isolamento e imobilidade

 Envelhecimento físico e psicológico


 Sedentarismo/desporto
 Hábitos culturais/animação
 Exercício físico e mobilidade
 Patologias várias
o Hipertensão arterial
o Diabetes
3
Marília Costa
Isolamento e imobilidade

4
Marília Costa
Isolamento
O isolamento é a falta de contacto social, principalmente:

 Ausência de contacto social ou familiar;


 Ausência de envolvimento na comunidade ou com o mundo
exterior;
 Ausência ou dificuldade no acesso a serviços.

5
Marília Costa
Isolamento
Fatores de risco:

 Doença crónica
 Mobilidade reduzida
 Incapacidade (por exemplo, surdez)
 Doença mental grave
 Dependência de substâncias psicoativas
 Ser um cuidador informal permanente
 Características específicas no local de trabalho
6
Marília Costa
Isolamento social = Solidão

7
Marília Costa
Isolamento social

Pode levar a:

Solidão
8
Marília Costa
Doença

Viver com
Viver só Solidão outros

Ser idoso
9
Marília Costa
Isolamento e solidão
Fatores de risco:

 Pobreza ou pressões financeiras: podem impossibilitar a realização


de atividades de convívio ou lazer;

 Institucionalização: a entrada de pessoas para instituições como


centros de reabilitação, centros de dia ou lares de idosos pode
dificultar a sua integração social;

 Diminuição do estado de saúde: a fraca mobilidade e acessibilidade


facilitam o isolamento social;
10
Marília Costa
Isolamento e solidão
Fatores de risco:

 Arquitetura residencial: a organização das habitações pode levar ao


isolamento físico das pessoas;

 A ausência do cônjuge, amigos ou colegas : as pessoas que não têm


filhos, se reformam, ficam viúvas, perdem outros familiares ou
amigos próximos, ou que são abandonadas pelos familiares,
sobretudo, se forem idosos, têm um risco acrescido de isolamento;

11
Marília Costa
Isolamento e solidão
Fatores de risco:

 Episódios súbitos negativos: por exemplo, o falecimento do cônjuge,


mudança de casa ou desemprego ou trabalho a partir de casa
podem desencadear o isolamento e solidão;

 Violência: pessoas que sofrem de maus tratos têm maior risco de


ficarem isoladas;

12
Marília Costa
Isolamento e solidão
Fatores de risco:

 Doença mental: a depressão, por exemplo, representa um fator de


risco de isolamento e de solidão;

 Cuidadores informais: estão mais expostos a situações de


isolamento, fraca saúde física e mental e distanciamento do
mercado de trabalho.

13
Marília Costa
Isolamento e solidão
Fatores de risco:

 Doença mental: a depressão, por exemplo, representa um fator de


risco de isolamento e de solidão;

 Cuidadores informais: estão mais expostos a situações de


isolamento, fraca saúde física e mental e distanciamento do
mercado de trabalho.

14
Marília Costa
Imobilidade
 O conceito de imobilidade é variável, associando-se intrinsecamente
ao movimento ou deslocamento no espaço, possibilitando a
independência do indivíduo.

 Por imobilidade entende-se qualquer limitação do movimento.

 Representa causa importante de comprometimento da qualidade de


vida

 O espectro de gravidade é variável e frequentemente progressivo.

 Está associada a múltiplas causas e com implicações físicas e


psicológicas que podem levar ao óbito.
15
Marília Costa
Imobilidade
 A imobilidade pode ser:

 Temporária  no caso de fraturas, cirurgias, internamentos,


doenças agudas e infeções

 Crónica  nos casos de demências, depressão grave, astenia,


doenças cardiorrespiratórias, dor crónica, neoplasias, fraturas e suas
complicações, distúrbios de marcha, fobia de queda e sequela de
AVC.

16
Marília Costa
Imobilidade
Fatores de risco:

 Polipatogenia
 Aspetos económicos
 Aspetos ambientais
 Aspetos psicológicos
 Aspetos sociais.

17
Marília Costa
Imobilidade
Fatores de risco:
 Repouso prolongado no leito
 Doenças neurológicas que se acompanham de contraturas
 Limitação da marcha e do equilíbrio
 Depressão e demência
 Cardiopatias e pneumopatias crónicas, que restringem as atividades
 Doenças reumáticas  dor e deformidades
 Mau estado nutricional
 Uso excessivo de medicamentos
 História de quedas
18
Marília Costa
Imobilidade
 É importante reconhecer a natureza cíclica deste processo
patológico

 O repouso prolongado promove o descondicionamento de múltiplos


sistemas de órgãos  leva a uma perda da independência o que
conduz à imobilidade

19
Marília Costa
Imobilidade
Complicações da imobilidade:

 As complicações são do foro:

 Cardiovascular  taquicardia, hipotensão ortostática, episódios tromboembólicos


 Respiratório  dificuldade respiratória, pneumonia
 Musculosquelético  perda massa muscular, contraturas, osteoporose
 Metabólico  diminuição da disponibilidade proteica
 Geniturinário  formação de cálculos renais, infeções do trato urinário
 Gastrointestinal  perda de apetite e obstipação
 Neurosensorial  regressão intelectual, défices de atenção, falta de motivação
 Dermatológico  úlceras de pressão
20
Marília Costa
Imobilidade
Tratamento geral:

 Exercício físico/mobilizações/posicionamentos
 Suplementos nutricionais  + proteínas

21
Marília Costa
Imobilidade

22
Marília Costa
Imobilidade

23
Marília Costa
Imobilidade

24
Marília Costa
Imobilidade

25
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico

26
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
 O estudo do processo do envelhecimento ganha neste
século XXI um relevo e uma prioridade indiscutíveis.

 O aumento dos problemas relativos ao envelhecimento


tornam necessário conhecer melhor esta fase da
existência que também faz parte do ciclo de vida
humana.

 O envelhecimento é um processo que comporta ganhos


e perdas, para cuja adaptação concorrem variáveis de
natureza intrínseca e extrínseca ao indivíduo.
27
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
 Idade – tempo que vivemos desde que nascemos.

Idade cronológica

 A idade cronológica não explica por si só o processo do


envelhecimento  depende de outras variáveis (saúde, autonomia,
competência, etc.)

28
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
 Idade funcional – avalia a idade em termos de desempenho
funcional.

 A capacidade funcional da pessoa idosa é comparada com o padrão


de desempenho do adulto.

Idade cronológica Idade funcional

29
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
De acordo com a idade cronológica:

 Idoso jovem – 65-74 anos


 Idoso de meia-idade – 75 a 84 anos
 Idoso velho – mais de 85 anos

30
Marília Costa
71A 82A 94A
Envelhecimento físico e psicológico
As diferentes categorias de idade:

 1. Idade biológica – refere-se ao funcionamento dos sistemas vitais


do organismo humano  o funcionamento desses sistemas diminui
com o tempo  problemas de saúde.

31
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
As diferentes categorias de idade:

 2. Idade psicológica – refere-se às capacidades de natureza


psicológica que as pessoas usam para se adaptarem às mudanças
de natureza ambiental, o que inclui sentimentos, cognições,
memória, inteligência e outras competências que sustentam o
controlo pessoal e a autoestima.

32
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
As diferentes categorias de idade:

 3. Idade sociocultural – refere-se ao conjunto específico de papéis


sociais que os indivíduos adotam relativamente a outros membros
da sociedade e à cultura a que pertencem, idade essa que é julgada
com base em comportamentos, hábitos, estilos de relacionamento
interpessoal, etc.

33
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
Há 4 caraterísticas básicas do envelhecimento :
 O processo de envelhecimento é universal  todas as pessoas
envelhecem.

 O processo de envelhecimento é progressivo, mas nem todas as


pessoas mostram sinais de envelhecimento compatíveis com a
idade cronológica.

 O processo de envelhecimento é intrínseco à natureza: parece


originar-se de dentro do corpo (genes).

 O envelhecimento é afetado por fatores extrínsecos, que se


originam fora do corpo (ambiente, padrão de vida…). Marília Costa 34
Envelhecimento físico e psicológico
Dimensões biofisiológicas do envelhecimento :

 O processo de envelhecimento biológico é caraterizado pela


transformação e deterioração do organismo biológico e das
capacidades físicas dos indivíduos.

 A fase em que o envelhecimento ocorre de uma forma mais


acelerada é designada por senescência, que pode ser entendida
como o processo natural do envelhecimento, o qual compromete
progressivamente fatores físicos e cognitivos.

 A senescência surge após os 65 anos de uma forma progressiva e


variável de indivíduo para indivíduo. Marília Costa 35
Envelhecimento físico e psicológico
Dimensões biofisiológicas do envelhecimento :

 Ao nível do envelhecimento biológico é importante que o indivíduo


procure ter um estilo de vida saudável desde a infância, pois é um
fator determinante para a forma como cada um envelhece.

 Fatores como o clima, o meio onde está inserido e as agressões


físicas do dia-a-dia, ou seja, tanto fatores internos como externos ao
indivíduo, influenciam todo o processo de envelhecimento.

 A probabilidade de adoecer e de morrer, mesmo sem a ocorrência


de patologias, aumenta com a idade.
36
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
Dimensões biofisiológicas do envelhecimento :

 Durante o envelhecimento o organismo humano sofre uma série de


alterações ao nível funcional:

 S. Respiratório  > capacidade  perde elasticidade


 S. Urinário
 S. Nervoso  alt. personalidade, comportamento e reação

A inteligência não regista qualquer diminuição da capacidade.


37
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
Fatores que tornam o idoso mais vulnerável:

 Acumulação de resíduos metabólicos e de radicais livres


 Exposição a acidentes e a acontecimentos stressantes
 Doenças e incapacidades
 Ambiente físico onde se vive
 Ambiente social e envolvimento em atividades culturais, religiosas e de
aprendizagem
 Estilos de vida quanto a nutrição, exercício, drogas, sono, atividade
sexual, lazer e atividades de risco
 Recursos cognitivos, materiais e ocupacionais disponíveis
 Atitude face à vida
38
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
Dimensões psicológicas do envelhecimento:

 Os processos psicológicos de mudança não seguem uma via


paralela às mudanças biológicas que se produzem ao longo da vida.

 A forma como envelhecemos tem a ver com a forma como nos


desenvolvemos  “as duas faces da mesma moeda”.

 O envelhecimento é a “contrapartida” do desenvolvimento.

39
Marília Costa
Envelhecimento físico e psicológico
Dimensões psicológicas do envelhecimento:
 A maioria dos indivíduos envelhece de uma forma satisfatória.
 Os padrões de envelhecimento dependem da interação entre vários
fatores:

 Ambientais  Demográficos
 Sociais  Saúde
 Psicológicos  Estilos de vida
 Comportamentais  Culturais
 Biofísicos  (…)

40
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto

TODO MOVIMENTO CONTA! Marília Costa 41


Sedentarismo | Desporto
Atividade
física

Exercício
Desporto
físico
42
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Diferença entre atividade física, exercício físico e desporto (DGS):

 Atividade física  contempla qualquer movimento realizado pela musculatura


esquelética do corpo (os principais músculos), que resulte num dispêndio
energético acima dos valores de repouso.

 Exercício físico  compreende toda a prática consciente de atividade física,


realizada com um objetivo específico (ex. melhorar a saúde) e bem delineada no
tempo, com ou sem prescrição. É geralmente uma prática planeada.

 Desporto  associa-se ao jogo e à competição, correspondendo ao sistema


organizado de movimentos e técnicas corporais executados no contexto de
atividades competitivas regulamentadas.
43
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações de atividade física das pessoas mais velhas (DGS):

 O movimento é essencial para que o idoso mantenha o equilíbrio fisiológico e


psicológico que lhe permita gozar uma velhice plena e manter-se autónomo e ativo.

 Se possível, a pessoa idosa deve participar em, pelo menos, 30 minutos de atividade
aeróbia de intensidade moderada (p.ex., caminhada), pelo menos 5 dias por
semana, ou 3 sessões de 20 minutos de atividade aeróbia vigorosa (ou uma
combinação de ambas), no sentido de promover a sua saúde e funcionalidade.

 É ainda reforçada a importância de realizarem exercícios de equilíbrio, flexibilidade


e força envolvendo grandes grupos musculares, 2 a 3 vezes por semana.
44
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações  atividade física das pessoas idosas (OMS):

45
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações  atividade física das pessoas idosas(OMS):

46
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações  atividade física das pessoas idosas(OMS):

47
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações  atividade física das pessoas idosas(OMS):

48
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Recomendações  atividade física das pessoas idosas(OMS):

49
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Atividade física moderada e vigorosa (DGS):

 Qualquer atividade física pode ser classificada num nível de intensidade – desde
leve, até moderada, ou ainda vigorosa ou muito vigorosa – de acordo com o esforço
que requer aos sistemas muscular, respiratório e cardiovascular (entre outros).
 Uma atividade ou exercício moderado faz elevar a taxa respiratória e a frequência
cardíaca de forma sensível e acima do normal (repouso) e costuma provocar algum
aquecimento corporal.
 Habitualmente, uma pessoa consegue ainda manter uma conversa, mas já não
conseguiria cantar, quando envolvida numa atividade moderada.
 Um exemplo é caminhar rapidamente, tal como quando uma pessoa vai atrasada
para apanhar um transporte.
50
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Atividade física moderada e vigorosa (DGS):

 Atividade física ou exercício vigoroso  corrida, desportos muito ativos ou atividades


de ginásio  não são fundamentais para se obter benefícios para a saúde.

 Há benefícios para a saúde associados a todas as intensidade e tipos de atividade


física e por isso se recomenda que qualquer atividade física é melhor que nenhuma.

 Mesmo atividade leves, se repetidas frequentemente ou se interromperem períodos


longos de sedentarismo, contribuem para o dispêndio energético ao longo dia
(positivo para prevenir a obesidade) e ajudam os músculos a manter um
metabolismo mais saudável (positivo para prevenir a diabetes tipo II).
51
Marília Costa
Sedentarismo | Desporto
Atividade física e prevenção de doenças (DGS):

 São mais de 20 as doenças e condições relacionadas com a saúde para as


quais existe evidência científica de um papel positivo da atividade física
regular.

 A atividade física reduz as taxas de mortalidade por todas as causas,


doença coronária, a hipertensão, trombose (AVC), síndrome metabólico,
diabetes tipo II, cancro da mama e colorretal, depressão e quedas.

 Há, ainda, evidência forte para um efeito na aptidão cardiorrespiratória e


muscular, no peso e composição corporal, na saúde óssea, na
funcionalidade e autonomia física, e na função cognitiva.
52
Marília Costa
Hábitos culturais | Animação

53
Marília Costa
Hábitos culturais
 A cultura influencia o modo como os indivíduos e as populações envelhecem, pois
esta influencia todos os determinantes englobados no Envelhecimento Ativo, uma
vez que se destaca como um determinante transversal ao longo de toda a vida
(OMS).

 As tradições bem como os valores culturais ilustram a maneira como a sociedade vê


o processo de envelhecimento e os idosos.

 A cultura é vista como um pilar fundamental no convívio com as gerações mais novas
dentro da mesma habitação.

54
Marília Costa
Hábitos culturais
 Existe uma grande variedade de culturas dentro dos países e entre as variadas
regiões de cada país.

 São diversas as etnias que, por sua vez, veiculam uma multiplicidade de tradições,
valores e atitudes em relação aos idosos e ao processo de envelhecimento para além
da cultura predominante de uma região ou de um país.

 A questão do género é também vista como um fator transversal que proporciona


variadas escolhas políticas adequando o resultado destas ao bem-estar de mulheres
e homens.

55
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 A animação sociocultural deve ser bem pensada e bem estruturada, uma vez que
esta população tem características muito específicas.

 É importante conhecer o grupo com que se interage e, a partir daí, pensar nas
atividades mais apropriadas para o mesmo  contribuindo para uma valorização
pessoal, promoção da autoestima e a participação comprometida com um bem-estar
individual e coletivo.

56
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 As instituições destinadas à terceira idade são a principal ligação entre o trabalho em


animação sociocultural e os idosos.

 É nestes contextos que o trabalho pode ser desenvolvido mais eficazmente, na


medida em que se procura a melhor forma de os idosos se integrarem no espaço que
ocupam e na comunidade a que pertencem.

 Contudo, muitas vezes, estes espaços dedicam-se sobretudo a tratar das


necessidades básicas dos idosos, não os incentivando a procurarem novas formas de
intervenção na comunidade ou na sua vida pessoal.
57
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 As instituições deverão apoiar os idosos a tornarem-se mais autónomos e menos


dependentes de outros  combater o isolamento social.

 É importante trabalhar nos domínios:


 Social  que tem em conta a comunidade com que o idoso interage
 Cultural  que tem em vista o incentivo de atividades culturais
 Educativo  que dá a conhecer um tipo de intervenção social, como a participação em
voluntariado ou em Universidades Seniores.

 É importante ter também em conta as experiências pessoais de cada um.


58
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 As instituições deverão apoiar os idosos a tornarem-se mais autónomos e menos


dependentes de outros  combater o isolamento social.

 É importante trabalhar nos domínios:


 Social  que tem em conta a comunidade com que o idoso interage
 Cultural  que tem em vista o incentivo de atividades culturais
 Educativo  que dá a conhecer um tipo de intervenção social, como a participação em
voluntariado ou em Universidades Seniores.

 É importante ter também em conta as experiências pessoais de cada um.


59
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 A intervenção nestes domínios ajuda à participação na comunidade e à comunicação


entre os idosos e outros grupos  torna esta idade um espaço e um tempo positivos
para aumentar as possibilidades de educação permanente.

60
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos

 As instituições pensadas para os idosos têm de evitar o isolamento social e a solidão


e motivá-los a encontrarem ocupações diversas, o que faz com que o trabalho em
animação sociocultural seja importante.

61
Marília Costa
Animação
Animação sociocultural com idosos: as 7 faces

 Animação motora  trabalhar a parte física do idoso para evitar a inatividade


 Animação cognitiva  cuidar do melhor funcionamento do cérebro através da concentração, da
observação, do raciocínio, da imaginação e da criatividade
 Expressão plástica  mostrar a característica artística dos idosos (plasticina, barro, papel…)
 Comunicação  incentiva os idosos a falar e a contar histórias
 Desenvolvimento pessoal e social  a integrar o idoso num grupo para que possa existir um
autoconhecimento e para melhorar, ou criar, competências sociais e pessoais
 Lúdica  promover o convívio, divertir e criar momentos de lazer e brincadeira
 Comunitária  incentiva os idosos mais autónomos a envolverem-se na sua comunidade

62
Marília Costa
Animação
 Os diferentes tipos de atividade devem acontecer de forma integrada e não avulsa,
pois a animação sociocultural é um processo complexo que pode envolver diferentes
dimensões.
 O trabalho com idosos deve colocar de lado a falta de atividade, juízos de valores,
estereótipos e preconceitos, criando mais autonomia e mais autoestima a uma
população que, por vezes, se sente marginalizada, criando as condições para que
daqui a alguns anos possamos ter uma nova geração de idosos:
 menos depressivos,
 menos solitários,
 menos dependentes de medicação
 uma velhice mais bem disposta e mais ativa
63
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade

64
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
 A estimulação da saúde física e mental da pessoa idosa está associada a uma
redução dos efeitos adversos do processo de envelhecimento, podendo ser até
considerada como sinónimo de melhoria da capacidade funcional e um aumento da
qualidade de vida.

 Esta abordagem de carácter preventivo, é promotora de um envelhecimento mais


ativo, saudável, participativo e inclusivo, e pode significar uma redução dos custos de
saúde, devido à sua característica não farmacológica.

65
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
 O conceito de exercício físico define-se como o desencadeamento dinâmico de
movimentos planeados e repetidos que pretendem manter ou melhorar uma ou
mais componentes da condição física.

 A pessoa idosa com fragilidade depara-se com uma crescente perda das suas
capacidades locomotoras que em parte, está associada à perda de massa e tónus
muscular, da força e à diminuição do equilíbrio e da resistência.

 Os programas de exercício físico que profissionais de saúde ou cuidadores formais ou


informais podem implementar com a pessoa idosa com fragilidade devem ser
estruturados e adaptados à sua condição específica, através do reajuste do volume e
intensidade dos exercícios.

66
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
 O exercício físico orientado, estruturado e acompanhado representa uma das
melhores estratégias para preservar os níveis de funcionalidade e independência da
pessoa idosa com fragilidade.

 A implementação de programas de exercício físico aponta para benefícios na função


e aptidão física com repercussões no estado cognitivo, salientando-se também
benefícios cardiovasculares e melhorias substanciais nos perfis metabólico,
inflamatório e lipídico.

67
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
As especificidades da condição de fragilidade tornam a intervenção complexa e geram a
necessidade de ter em conta precauções que atendam a condicionantes geriátricas:

 Condição médica e patológica debilitada


 Condições clínicas instáveis
 Efeitos secundários da medicação
 Perda da capacidade cognitiva (memória, atenção, etc.)
 Dificuldades de comunicação (habilitações literárias, dicção, etc.)
 Perda sensorial (visão, audição, proprioceção, etc.)
 Sedentarismo
 Perda de massa muscular e força (sarcopenia)
 Perda de autonomia da marcha e utilização de equipamentos de apoio
 Labilidade emocional (ex.: sintomatologia depressiva, isolamento, solidão)
 Equipamentos de assistência de saúde permanentes e específicos 68
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade

Monitorização

Motivação Segurança

69
Marília Costa
Segurança Exercício físico e mobilidade
Medidas ambientais de segurança:

 Garantir que o programa de exercício físico seja implementado num espaço amplo cujo
pavimento não seja escorregadio ou esteja molhado
 Garantir que todos os obstáculos (ex. cadeiras, tapetes ou mesas) sejam removidos ou
garantir que estes estejam a uma distância consideravelmente segura
 Garantir uma boa acústica do espaço
 Garantir uma temperatural ambiental amena e de preferência com luminosidade natural
 Garantir a ventilação do espaço
 Garantir o bom estado dos materiais a serem utilizados (ex. cadeiras, material técnico de
exercício, dispositivos auxiliares de marcha).
70
Marília Costa
Segurança Exercício físico e mobilidade
Medidas de segurança para o praticante/ pessoa idosa com fragilidade:

 Garantir que a pessoa idosa possui roupa e calçado adequados à prática de exercício físico
 Garantir a proximidade do dispositivo auxiliar de marcha, no caso de a pessoa utilizar um,
durante a prática de exercício físico
 Manter o controlo postural na cadeira e garantir que a cadeira tem os quatro apoios no solo
 Manter as mãos apoiadas, ou na cadeira ou nas pernas, durante o exercício
 Não promover a competição entre participantes para a execução dos exercícios
 Conhecer e respeitar as suas capacidades individuais e as dos outros participantes
(Cont…)

71
Marília Costa
Segurança Exercício físico e mobilidade
Medidas de segurança para o praticante/ pessoa idosa com fragilidade:

 Garantir que não efetua uma elevação dos pés ao mesmo tempo para ambos os membros
inferiores
 Respeitar os limites articulares
 Garantir a hidratação ao longo da sessão
 Conhecer o que são sensações corporais normais durante o exercício físico e aprender a
identificar aquelas sensações que podem representar sintomas de exaustão.

72
Marília Costa
Segurança Exercício físico e mobilidade
Medidas de segurança para o instrutor, profissional ou cuidador que aplica o programa:

 Garantir que a pessoa idosa está clinicamente estável


 Garantir que a pessoa idosa com fragilidade não tem prescrição médica que contraindique a
prática de exercício físico
 Garantir que a pessoa idosa tem o seu regime medicamentoso regularizado
 Monitorizar os sinais vitais antes e após a realização do exercício físico e sempre que for
necessário
 Garantir que é capaz de identificar níveis elevados de fadiga a partir de padrões vitais e
expressões corporais (postura corporal, expressões faciais, etc.)
(Cont…)

73
Marília Costa
Segurança Exercício físico e mobilidade
Medidas de segurança para o instrutor, profissional ou cuidador que aplica o programa:

 Garantir que o padrão respiratório da pessoa idosa está normal ao longo de toda a sessão, isto é,
que não demonstra hiperventilação ou bloqueios
 Reduzir os exercícios realizados com os membros superiores acima da cabeça, isométricos ou
com mudanças bruscas de direção
 Garantir que nenhum exercício produz uma elevada sensação de dor
 Consciencializar o movimento controlado e lento da região cervical e ombros.

74
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
 Um dos fatores mais importantes no acompanhamento do exercício físico em pessoas
idosas com fragilidade é atender às suas características individuais de forma a garantir o
sucesso da intervenção e o máximo de adesão coletiva.

 O responsável pela implementação do programa de exercício deve conhecer e identificar


os limites de cada participante e ser capaz de ensinar, instruir e treinar a pessoa idosa a
controlar os movimentos corporais solicitados com as devidas adaptações dos exercícios
propostos.

75
Marília Costa
Motivação Exercício físico e mobilidade
 O sucesso da aplicação do programa, requer igualmente uma forte componente
motivacional, de forma a garantir o melhor desempenho durante as sessões.

 Identificam-se como estratégias para manter a motivação e adesão à prática:

 Conhecer os elementos do grupo e as capacidades individuais de cada elemento


 Relembrar os benefícios do exercício físico para o seu estado de saúde a curto, médio e
longo prazo
 Atender às atividades preferenciais do grupo
 Estabelecer objetivos reais para os participantes
 Associar exercícios com movimentos funcionais a fim de o programa ser direcionado para a
potenciação da capacidade funcional (ex.: os exercícios poderão ser representativos de
atividades de vida diária como vestir, caminhar, limpar o rosto, etc.).
76
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Estratégias de intervenção:

 MEMÓRIA:

 Recorrer a exercícios e tarefas motoras conhecidas


 Relembrar o nome associado com execução técnica visual
 Antecipar os movimentos

77
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Estratégias de intervenção:

 FOCO NA TAREFA:

 Repetir as instruções verbais e gestuais


 Recorrer a palmas, contagens, ritmos para captar a atenção

78
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Estratégias de intervenção:

 COMPREENSÃO:

 Instruções Diretivas, Simples e Claras


 Colocar o participante em posição que consiga ver o cuidador (atender a condições
especiais como cadeiras de rodas, pouca mobilidade cervical para poder estar
lateral)
 Projeção alta da voz, articulação das palavras
 Associar gestos à comunicação
 Recorrer a imagens do dia-a-dia, para a execução do movimento
79
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Estratégias de intervenção:

 RESPOSTA:

 Manter o contacto visual


 Atender à comunicação corporal
 Perceber sintomas ou comportamentos que demostram fadiga

80
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Estratégias de intervenção:

 ENVOLVIMENTO:

 Conhecer o nome e condições individuais


 Critérios de êxito gerais para as tarefas (sucesso)
 Momentos de interação com os participantes
 Encorajar e motivar para a prática

81
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Planificação, acompanhamento e monitorização das sessões:

 A calendarização das sessões deve ser adaptada a cada grupo de forma a


respeitar as suas atividades ocupacionais e tempos livres.

 Recomenda-se que as sessões de exercício físico sejam implementadas da parte


da manhã a fim de garantir uma maior capacidade de concentração da pessoa e
também uma maior capacidade energética.

82
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Planificação, acompanhamento e monitorização das sessões:

 A planificação das sessões pode estar afixada num local facilmente visível à
pessoa idosa com fragilidade.

 Posters ou cartazes devem também ser afixados, divulgados e distribuídos a fim


de sensibilizar os participantes para a prática de exercício físico.

 Todos os materiais didáticos e de apoio desenvolvidos deverão ter em conta


défices visuais geriátricos.

83
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Planificação, acompanhamento e monitorização das sessões:

 No decorrer de cada sessão, a pessoa responsável pela implementação do


programa de exercício físico deve efetuar um registo em diário de bordo de cada
uma das sessões, onde possa efetuar um registo presencial dos participantes, do
tipo de exercícios efetuados, bem como um registo de ocorrências adversas.

 Uma grelha de avaliação irá também permitir e acompanhar a evolução individual


e de grupo.

84
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Planificação, acompanhamento e monitorização das sessões:

 O acompanhamento e monitorização das sessões implica a existência de um


controlo da intensidade dos exercícios, pelo que é importante que a pessoa
responsável pela implementação conheça e identifique os sinais de esforço físico
(ex. respiração ofegante, aumento do batimento cardíaco, tonturas, tom
avermelhado).

85
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
Equipamento:

 O profissional deve preparar o material mais ajustado ao grupo e que pode ser
utilizado na instituição.

 Caso exista investimento em equipamentos, o profissional deve de optar por


material de pequenas a médias dimensões, com resistência leve ou elástica, e de
fácil manuseamento.

 Caso não existam materiais, podem ser utilizados recursos do dia a dia

86
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade

87
Marília Costa
Exercício físico e mobilidade
 O modo de exercício depende das habilidades funcionais, recursos disponíveis, e
da satisfação sentida pelos participantes.

 A apresentação dos exercícios sugere a intensidade de esforço correspondente,


contudo deve existir o alerta para a execução sempre abaixo dos limites de dor.

88
Marília Costa
Até ao próximo módulo!

89
Marília Costa

Você também pode gostar