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HEMORRAGIA DIGESTIVA

ÂNGULO DE TREITZ

HDA

DUODENO
JEJUNO

HDB
INTRODUÇÃO

▪ HDB corresponde de 10 a 15% dos casos de hemorragia digestiva


▪ HDA alta é a principal causa
▪ Nem toda HDA se apresenta com melena, pois 10 a 15% das
hematoquezias são de origem acima do Treitz
▪ Hemorragias volumosas são “irritantes” para o TGI e aceleram o trânsito

Melena Hematoquezia Enterorragia

• Sangue • Fezes com • Eliminação de


digerido nas sangue vivo sangue vivo
fezes (preto) misturado pelo reto
ETIOLOGIA

▪ Adultos < 60 anos:


▪ Doença diverticular dos cólons (DDC)
▪ Doença inflamatória intestinal (DII)
▪ Neoplasias
▪ Adultos > 60 anos:
▪ Doença diverticular dos cólons
▪ Angiodisplasias
ETIOLOGIA

▪ Doença Diverticular dos Cólons


▪ 30-50% das HDB – Principal causa em > 50 anos
▪ Sangramento em 15% das diverticuloses
▪ 70-80% são sangramentos autolimitados
▪ Sangramento arterial
▪ Angiodisplasia
▪ Mal formação vascular
▪ 20-30% das HDB em adultos
▪ Locais mais comuns: ceco e colo ascendente
▪ Sangramento venoso
QUADRO CLÍNICO

▪ Hematoquezia
▪ Sangue vivo ou misturado nas fezes
▪ Fazer diagnóstico diferencial com doenças orificiais
▪ Enterorragia
▪ Sangramento abundante
▪ Instabilidade hemodinâmica
▪ Melena
▪ Borra de café
▪ Mais comum em lesões altas
▪ ID e cólon direito
CONDUTA FRENTE A UMA HDB

1. Estabilização hemodinâmica
▪ AVP calibroso
▪ Tipagem sanguínea
▪ Reposição com cristaloides e transfusão S/N
▪ SVD (diurese)
▪ SNG
2. Investigação diagnóstica
3. Tratamento específico
CONDUTA FRENTE A UMA HDB

1. Estabilização hemodinâmica
2. Investigação diagnóstica
▪ Excluir HDA e doenças anorretais ENDOSCOPIA ALTA
▪ EDA ▪ Primeiro exame a ser
solicitado
▪ Anuscopia
▪ HDA é a principal causa de
▪ Localização do sítio sangrante hemorragia digestiva
▪ Colonoscopia ▪ 10-15% das hematoquezias
▪ Arteriografia são de fontes acima do
Treitz
▪ Cintilografia
3. Tratamento específico
CONDUTA FRENTE A UMA HDB

1. Estabilização hemodinâmica
2. Investigação diagnóstica
▪ Excluir HDA e doenças anorretais COLONOSCOPIA
▪ EDA ▪ Realizar entre 4-12h após
hemorragia → identificar
▪ Anuscopia ponto sangrante
▪ Localização do sítio sangrante ▪ Diagnóstico e terapêutico
▪ Colonoscopia ▪ Ausência de foco de
▪ Arteriografia sangramento não exclui
diagnóstico
▪ Cintilografia
3. Tratamento específico
CONDUTA FRENTE A UMA HDB

1. Estabilização hemodinâmica
2. Investigação diagnóstica
▪ Excluir HDA e doenças anorretais
LABORATORIAIS
▪ EDA
▪ Hemograma
▪ Anuscopia
▪ Tipagem sanguínea
▪ Localização do sítio sangrante ▪ Coagulograma completo
▪ Colonoscopia
▪ Arteriografia
▪ Cintilografia
3. Tratamento específico
CONDUTA FRENTE A UMA HDB

1. Estabilização hemodinâmica
2. Investigação diagnóstica
3. Tratamento específico
▪ DDC
▪ Angiodisplasia
▪ Neoplasia
▪ Sem melhora da estabilidade hemodinâmica → cirurgia exploradora
FISIOPATOLOGIA

▪ FORMA HIPERTÔNICA

▪ FORMA HIPOTÔNICA
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

▪ A irrigação da víscera oca


ocorre de fora pra dentro
▪ Os cólons tem maior camada
muscular que o delgado,
porém, essa musculatura é
PERFURADA pelos vasos
sanguíneos
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

Quanto MAIOR o volume fecal, MENOR a força peristáltica


para locomover esse bolo fecal
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

Quanto MENOR o volume fecal, MAIOR a força peristáltica


para locomover esse bolo fecal
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

Hábito alimentar: quanto maior a quantidade de fibras, maior o


bolo fecal e menor força peristáltica necessária
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

Devido o aumento de pressão, haverá uma pulsão em zona frágil


(local de penetração da artéria)
Ocorre uma herniação da mucosa e submucosa através da
muscular e formam-se os divertículos
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)
FISIOPATOLOGIA (HIPERTÔNICA)

▪ Local mais comum: SIGMOIDE


▪ Menor calibre
▪ Fezes já formadas
▪ Maior pressão intraluminal
FISIOPATOLOGIA (HIPOTÔNICA)

▪ Em massa simples
▪ Distribuição por todo o cólon
▪ Fraqueza da camada muscular por
alteração na composição das fibras
colágenas
CONCEITOS BÁSICOS

DOENÇA
DIVERTICULOSE DIVERTICULITE
DIVERTICULAR
• Presença de • Divertículos • Inflamação dos
divertículos sintomáticos divertículos
assintomáticos

- Forma mais comum - Dor em QIE - Complicação mais


- Achado em exame - Flatulência comum
de imagem - Constipação e diarreia
- Sigmoide palpável e doloroso
DIAGNÓSTICO DO DIVERTÍCULO

TOMOGRAFIA RNM
DIAGNÓSTICO DO DIVERTÍCULO

ENEMA OPACO
COLONOSCOPIA
TRATAMENTO DA DOENÇA DIVERTICULAR

▪ Aumentar ingesta de fibras


▪ Psillium e metilcelulose
▪ Ingerir grande quantidade de líquido
▪ Responder prontamente aos estímulos intestinais
▪ Evitar força pra evacuar
▪ Controle do estresse
▪ Exercícios físicos regulares
DIVERTICULITE

▪ Complicação mais comum


▪ Patogênese
▪ Restos alimentares obstruem
▪ Ocorre perfuração do divertículo
▪ Extravasamento de fezes
▪ Infecção pericólica
DIVERTICULITE
▪ Quadro clínico
▪ Dor em QIE contínua (que pode piorar com a defecação)
▪ Dor à palpação em FIE
▪ Massa palpável
▪ Sinais de irritação peritoneal
▪ Irradiação p/ região supra púbica, inguinal esquerda ou dorso
▪ Alteração do hábito intestinal
▪ Febre
▪ Geralmente baixa: < 38,5º C
▪ Se febre alta, sugere complicações
▪ Náuseas, vômitos, anorexia
▪ Sangramento geralmente não está associado à diverticulite
QUANDO DEVO
SUSPEITAR DE
DIVERTICULITE??
▪ Dor em QIE
▪ Irritação peritoneal
▪ Alterações do hábito
intestinal
▪ Febre
▪ Massa palpável
▪ Leucocitose + neutrofilia
▪ Aumento de PCR
COMPLICAÇÕES DA DIVERTICULITE
▪ DIVERTICULITE + ABSCESSO PÉLVICO
▪ Dor à palpação em FIE e baixo ventre
▪ Massa palpável em hipogástrio
▪ Toque retal ou vaginal evidenciando massa pélvica dolorosa
▪ DIVERTICULITE + PERITONITE GENERALIZADA
CÂNCER COLORRETAL
▪ Dor abdominal difusa c/ sinais de irritação peritoneal
▪ Sinais de sepse ▪ Mesma faixa etária
▪ Dx diferencial
▪ DIVERTICULITE + OBSTRUÇÃO importante
▪ Dor à palpação em FIE ▪ Atenção se:
▪ Distensão abdominal emagrecimento,
massa palpável,
▪ Hipertimpanismo hematoquezia
DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR
▪ Rx de abdome
▪ Presente na rotina de abdome agudo
▪ Demonstra íleo localizado e graus variados de obstrução colônica
▪ USG de abdome
▪ Limitado devido distensões de alça
▪ TC de abdome
▪ Exame de escolha para confirmar o diagnóstico
▪ Localiza a infecção, identifica abscessos, avalia comprometimento de outros
órgãos, fístula colovesical, pode excluir CCR
▪ Enema opaco e colonoscopia
▪ Devem ser evitados no quadro agudo
▪ Risco de perfuração
▪ Fazer colonoscopia após 4-6 semanas p/ excluir neoplasia
MODALIDADES TERAPÊUTICAS

▪Ambulatorial
▪Internação hospitalar
▪Tratamento cirúrgico
TRATAMENTO AMBULATORIAL
▪ Indicação
▪ Ausência de sinais sistêmicos
▪ Ausência de vômitos
▪ Sem dor intensa ou peritonite localizada
▪ Entendimento do paciente
▪ Tratamento
▪ Dieta líquida sem resíduo
▪ Antibiótico
▪ Analgesia
▪ Sucesso de 70-100% dos casos
TRATAMENTO HOSPITALAR
▪ Jejum
▪ Hidratação venosa
▪ Antibiótico (ceftriaxona + metronidazol)
▪ Analgésicos, AINES
▪ Plasil, omeprazol, morfina
TRATAMENTO CIRÚRGICO
▪ Indicações de cirurgia de urgência
▪ Peritonite generalizada
▪ Perfuração livre
▪ Piora com tratamento clínico
▪ Obstrução
▪ Imunocomprometidos
▪ Tipos de cirurgia
▪ Sigmoidectomia à Hartmann (de escolha na emergência):
▪ Sigmoidectomia + colostomia + fechamento do coto retal
▪ Menor mortalidade
▪ Anastomose primária
TRATAMENTO CIRÚRGICO
CONDUTA NA PRÁTICA...

A SEVERIDADE DO PROCESSO INFLAMATÓRIO É


QUE VAI DETERMINAR O TRATAMENTO DA
DIVERTICULITE. ENTÃO, É PRECISO DEFINIR O TIPO
DE DIVERTICULITE...

NÃO
COMPLICADA COMPLICADA
AVALIE O PACIENTE

Poucos sinais inflamatórios Inflamação exuberante,


Paciente estável e esclarecido leucocitose c/ desvio, febre,
descompressão dolorosa em QIE

Tratamento ambulatorial (dieta


sem resíduos, analgésicos, ATB) Internação hospitalar

Melhora importante Sem


DIVERTICULITE em 48-72h melhora/piora
NÃO COMPLICADA
DIVERTICULITE
COMPLICADA?
CLASSIFICANDO AS COMPLICAÇÕES...
Classificação realizada pela TC que avalia a Abscesso
gravidade e orienta o tratamento

CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY

ESTÁGIO I Abscesso pericólico Internação + ATB < 2 cm > 2 cm

ESTÁGIO II Abscesso pélvico Drenagem

Peritonite purulenta ATB + cirurgia Drenagem


ESTÁGIO III eletiva
(abscesso perfurado) Cirurgia de
Peritonite fecal urgência
ESTÁGIO IV
(divertículo perfurado) Percutânea guiada
por USG/TC
(escolha)
FÍSTULAS
▪ Colovesical é a mais comum
▪ Principalmente no sexo masculino
▪ Quadro clínico
▪ Pneumatúria no final da micção
▪ Fecalúria
▪ ITU de repetição
▪ Exame de imagem
▪ Tomografia computadorizada (demonstra ar dentro da bexiga) – principal
▪ Clister opaco
PÓLIPOS INTESTINAIS
▪ Histologicamente benignos
▪ Pólipos adenomatosos (mais comuns) → lesões pré-malignas
▪ Antecedem o adenocarcinoma em cerca de 7-10 anos
▪ Tempo de evolução: adenoma → adenocarcinoma
▪ Pólipo = polipectomia
PÓLIPOS INTESTINAIS
MALIGNOS
(adenoCA)
NEOPLÁSICOS
BENIGNOS
(adenoma)

PÓLIPOS
HIPERPLÁSICOS

NÃO
INFLAMATÓRIOS
NEOPLÁSICOS

HAMARTOMAS
PÓLIPOS ADENOMATOSOS
▪ Classificação morfológica
▪ Tubular: mais comum e melhor prognóstico
▪ Viloso: pior prognóstico
▪ Tubuloviloso: prognóstico intermediário
▪ Aumentam o risco de malignização
▪ Tipo histológico viloso
▪ Tamanho > 2 cm
▪ Displasia de alto grau
SÍNDROMES HEREDITÁRIAS DE POLIPOSE
▪ Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)
▪ Doença hereditária, genética (HF importante)
▪ Presença de mutação do gene APC (que impede a formação do pólipo)
▪ Definição: mais que 100 pólipos adenomatosos no TGI
▪ Rastreio: pesquisa mutação gene APC e retossigmoidoscopia a partir 10 anos
▪ Tratamento: proctocolectomia profilática (p/ evitar o surgimento do CA)
▪ Variantes (Gardner e Turcot) não mudam o tipo de tratamento

SE UM PÓLIPO JÁ É FATOR DE RISCO PARA


O CCR, SE O PCT TEM CENTENAS, ELE TEM
100% DE CHANDE DE DESENVOLVER O CA
AINDA JOVEM (POR VOLTA DE 40 ANOS)
SÍNDROMES HEREDITÁRIAS DE POLIPOSE
▪ Síndrome de Peutz-Jeghers
▪ Pólipos hamatomatosos (problema estrutural)
▪ Podem apresentam pólipos em todo o TGI (da boca ao ânus)
▪ Marcador da doença: manchas melanóticas em pele e mucosas
▪ Pólipos mais comum em delgado, então o paciente pode ter:
▪ Intussuscepção intestinal
▪ Melena
▪ Anemia
▪ CA extraintestinal associado (50%)
INTRODUÇÃO
▪ Neoplasia mais comum do TGI
▪ Apresentações do adenocarcinoma:

HEREDITÁRIO HEREDITÁRIO NÃO


ESPORÁDICO
ASSOCIADO A PÓLIPOS POLIPOSE
•Tipo mais comum •Polipose adenomatosa •Síndrome de Lynch
•Não tem HF+ familiar (PAF) e suas
•Não há associação variantes
genética
•O primeiro caso de
CCR na família

Idade > 50 anos é o


principal fator de risco
INTRODUÇÃO
▪ 70% dos tumores se desenvolvem a partir de adenomas
▪ A maioria dos adenomas não se transformam em carcinoma

Mutação no gene APC


(supressão tumoral)

Crescimento desordenado da
célula, que se prolifera de forma
rápida e em grande quantidade
FATORES DE RISCO (ESPORÁDICO)
▪ Doença inflamatória intestinal
▪ História familiar positiva
▪ Dieta pobre em fibra, rica em gorduras
▪ Obesidade
▪ Sedentarismo IDADE > 50 ANOS
▪ Tabagismo e etilismo
▪ Colecistectomia
▪ Radioterapia
QUANDO DEVO
SUSPEITAR DE CCR??

▪ Dor abdominal de início


recente
▪ Mudança do hábito
intestinal
▪ Sangramento retal (25%)
▪ Perda ponderal
QUADRO CLÍNICO

CÓLON
CÓLON ESQUERDO
DIREITO

RETO
QUADRO CLÍNICO
1. Massa palpável (maior e mais invasivo)
▪ É uma região de maior diâmetro
▪ Recebe líquido do delgado, então é um local com maior
espaço para crescer (estica mais)
▪ Pode formar grandes massas ao longo do tempo sem fazer
CÓLON uma obstrução precoce
DIREITO 2. Anemia ferropriva
▪ O CA faz lesões e o paciente sangra em babação (perde
sangue cronicamente
Local mais comum ▪ Sangue oculto nas fezes
▪ Paciente > 50 anos + anemia ferropriva A/E = colonoscopia
até chegar ao cólon direito (local que mais sangra)
3. Diarreia
QUADRO CLÍNICO

▪ Alteração do hábito intestinal


▪ É o local onde as fezes já estão praticamente formadas
▪ Por isso é o local onde o hábito intestinal é afetado e o
paciente pode ter
▪ Diarreia CÓLON
▪ Constipação progressiva ESQUERDO
▪ Os tumores podem crescer até obstruir e se
apresentam como um quadro de abdome agudo
▪ Sigmoide tem calibre menor e é o local que mais obstrui
QUADRO CLÍNICO
▪ Hematoquezia (sangue vivo retal) → manifestação + comum
▪ As fezes já estão prontas e por vezes endurecidas
▪ Ao passarem por uma massa (tumor) no reto, podem lesionar e
gerar sangramento vivo, pois o CA é friável
▪ Tenesmo
▪ O tumor nesse local pode dar a falsa sensação de ampola retal
cheia de fezes
▪ O paciente apresenta uma urgência fecal, mas não sai nada
▪ Invasão adjacente
RETO ▪ Bexiga, útero e outros órgãos
▪ Se invadir o esfíncter anal → incontinência fecal, dor retal
SANGRAMENTO
=
TOQUE RETAL
Diagnóstico clínico de 75% dos tumores de reto médio e inferior
INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
▪ Exame físico + toque retal
▪ Colonoscopia + biópsia
▪ Padrão ouro
▪ Avalia tumores sincrônicos (em 2 locais diferentes)
▪ Retossigmoidoscopia
▪ Não é eficaz para avaliar tumores sincrônicos
▪ O diagnóstico pode ser incompleto
▪ CEA (antígeno carcino-embrionário)
▪ NÃO FAZ DIAGNÓSTICO E NÃO SERVE PARA RASTREAMENTO
▪ Serve para acompanhamento pós operatório e prognóstico
ESTADIAMENTO
▪ Principal objetivo: procurar doença à distância e avaliar prognóstico
▪ Principais locais de metástase: fígado e pulmão
▪ Exames de imagem solicitados:
▪ USG/TC de abdome
▪ Rx/RNM/Petscan/TC de tórax
▪ Presença de metástase hepática ou pulmonar NÃO contraindica a
cirurgia curativa, desde que sejam ressecáveis
RASTREAMENTO
▪ Para a população geral
▪ A partir de 45 anos
▪ Se HF+: ≥ 40 anos ou 10 anos antes do diagnóstico
▪ Métodos de escolha: Colonoscopia a cada 5-10 anos
▪ Outras opções:
▪ Retossigmoidoscopia de 5/5 anos
▪ Sangue oculto em 3 amostras anualmente (menor acurácia)
▪ Síndrome de Lynch:
▪ Idade ≥ 20 anos e repetir a cada 3 anos
▪ PAF:
▪ Idade ≥ 10 anos (pode iniciar o rastreamento com retoscopia)
TRATAMENTO
Depende da localização do tumor

CÓLON

RETO
TRATAMENTO
Colectomia com margem de segurança +
linfadenectomia
▪ Cólon direito/ceco: colectomia direita
▪ Ângulo hepático: colectomia direita estendida (remove
parte do transverso)
▪ Cólon transverso: transversectomia
CÓLON
▪ Ângulo esplênico: colectomia esquerda + cólon
transverso (poupando ângulo hepático)
▪ Cólon esquerdo: colectomia esquerda (junto com ângulo QT adjuvante se
espênico) + sigmoidemia + reto superior linfonodo (N) acometido

▪ Sigmoide: colectomia esquerda (poupa ângulo esplênico0


+ reto superior
TRATAMENTO
Excisão local transanal (ressecção de mucosa e
submucosa)
▪ Tumor até T1 (submucosa) e < 4 cm
▪ Ausência de acometimento linfonodal (N0)
RETO
▪ Tratamento via colonoscopia
▪ Acometimento < 40% da circunferência do cólon
▪ Até 6 cm da margem anal
TRATAMENTO
QT + RT neoadjuvante (TU reto baixo e médio) + cirurgia
+ QT adjuvante
▪ Terapia neoadjuvante (antes da cirurgia) diminui a massa
tumoral, melhora a técnica cirúrgica, preserva o esfíncter
anal (prevenindo incontinência) e diminui recidiva local
RETO
▪ Escolha cirúrgica (retosigmoidectomia):
▪ > 5 cm da margem anal: Ressecção Abdominal Baixa (RAB) +
anastomose colorretal
▪ ≤ 5 cm da margem anal: Ressecção Abdomino-Perineal (RAP) +
colostomia definitiva
INTRODUÇÃO
▪ Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU)
▪ São doenças crônicas, de etiologia desconhecida
▪ Compartilham muitas características: epidemiológicas, clínicas e
terapêuticas
▪ Processo Idiopático e inflamação sistêmica
▪ Gênese: distúrbio da regulação da imunidade da mucosa intestinal
que desencadeia o surgimento do processo inflamatório
CORRELAÇÕES IMPORTANTES
▪ História familiar positiva é o principal fator de risco conhecido
▪ Tabagismo
▪ Associado a DC
▪ Protege contra RCU
▪ Apendicectomia
▪ Protege contra RCU
▪ Hormônios femininos
▪ Algumas mulheres apresentam piora dos sintomas durante a menstrução
▪ Uso de ACO podem aumentar discretamente o risco de DII
▪ Apendicectomia prévia
▪ Parece proteger contra RCU
QUANDO DEVO
SUSPEITAR DE DII??

▪ Diarreia crônica
▪ Sangue e muco nas
fezes
▪ Dor abdominal
▪ Perda de peso
▪ Febre
▪ Dor retal
▪ Doença anorretal
ANATOMOPATOLOGIA
RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN
1. Exclusiva do cólon 1. Acomete qualquer parte do TGI
2. Acomete mucosa e submucosa 2. Acometimento transmural (fístulas)
3. Ascendente e contínua 3. Acometimento descontínuo e focal
(lesões salteadas)

Tende a poupar o ânus Acometimento comum


ANATOMOPATOLOGIA
RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN
1. Acometimento de todo o cólon é 1. Aspecto “pedras de calçamento”
chamado de pancolite 2. Aprofundamento das camadas,
2. Mucosa inflamada, friável, erosões resultando em fístulas
e ulcerações, exsudato 3. Histológico: granuloma não caseoso
3. Mucosa pálida/atrófica: cronicidade
4. Histológico: abscesso de criptas
QUADRO CLÍNICO
RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN
1. Diarreia invasiva (muco, sangue e 1. Diarreia invasiva (se sangue→cólon)
pus nas fezes) 2. Dor abdominal (piora ao evacuar)
2. Dor abdominal 3. Maior acometimento do íleo cecal
3. Urgência e incontinência 4. Febre em 20-50% (inflamação)
4. Tenesmo 5. Perda de peso
5. Perda de peso 6. Déficit de crescimento e retardo da
6. Febre é pouco comum e maturação sexual
demonstra doença grave 7. Doença perianal (pode ser a primeira
7. Doença cursa com exacerbação e manifestação)
calmaria
8. Maior risco de evolução p/ câncer
DIAGNÓSTICO
▪ Colonoscopia com visualização de íleo terminal (ileocolonoscopia)
▪ Autoanticorpos
▪ ASCA: Crohn (60%)
▪ P-ANCA: RCU (70%)
▪ Calprotectina fecal
▪ Marcador de inflamação intestinal
▪ Importante na avaliação e diagnóstico diferencial de outras diarreias
crônicas (SII)
TRATAMENTO

▪ Aminossalicilatos (sulfassalazina)
▪ Corticoides (prednisona/budesonida/hidrocortisona)
▪ Imunossupressores

INDUZIR A
REMISSÃO MANTER A
REMISSÃO
▪ Aminossalicilatos
▪ Imunossupressores (azatioprina)
▪ Anticorpos monoclonais (infliximabe/adalimumabe)
MANUTENÇÃO DA REMISSÃO

Terapia biológica
(DC)

Aminossalicilatos Imunossupressorres

Cirurgia (RCU)

PARA DETERMINAR A
ATIVIDADE DA DOENÇA
Hemograma
PCR/VHS
Contagem de plaquetas
Calprotectina
CIRURGIA
Curativa Não curativa

RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN


1. Intratabilidade clínica 1. Oclusão intestinal
2. Displasia de alto grau / carcinoma 2. Perfuração com peritonite
3. Sangramento maciço (raro) 3. Colite fulminante
4. Megacólon tóxico 4. Megacólon toxico
5. Estenose (pensar em tumor) 5. Intratabilidade clínica
6. Dependência a corticóides
7. Manifestações extraintestinais de
difícil controle
MANIFESTAÇÕES EXTRAINTESTINAIS

R Resposta imune (febre, leucocitose, aumento PCR)

C Colangite esclerosante (RCU)

U Uveíte/conjuntivite

E Eritema nodoso (DC) e pioderma gangrenoso (RCU)

D Dor articular/espondilite anquilosante (DC)

C Cálculos renais e biliares (DC)

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