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INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
Prof. ME. Arthur Felipe Echs Lucena
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Fernando Sachetti Bomfim
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Olga Ozaí da Silva
mento advindos de profissionais que possuam Simone Barbosa
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho. Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
De fato, a tecnologia e a comunicação Márcio Alexandre Júnior Lara
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Osmar da Conceição Calisto
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Gestão de Produção:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino Cristiane Alves
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
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UNIDADE Ensino a distância
01
DISCIPLINA:
ORÇAMENTO E INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
sumário da unidade
Introdução.............................................................................................................................................................. 4
1. CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................................................ 5
1.1 Tipos de Contratos......................................................................................................................................... 6
1.2 Referências Legais e Normativas............................................................................................................. 7
2. AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DE CONSTRUÇÕES.................................................................................................... 7
2.1 Definição do Custo Unitário Básico de Construção......................................................................... 7
2.2 Cálculo de Áreas........................................................................................................................................... 10
2.3 Definição do Custo Global de Construção e Rateio.........................................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 12
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Introdução
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1. CONCEITOS BÁSICOS
[...] pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que embora não efetuando
a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno
objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações
a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que
meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e
levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela
entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas
(BRASIL, 1964).
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De acordo com o artigo 32, da Lei 4591/64, para negociar as unidades autônomas da
edificação construída, o incorporador deve realizar, dentre outras análises, o cálculo das áreas
das edificações e a avaliação do custo global da obra, sendo ele calculado com base nos custos
unitários básicos de construção (BRASIL, 1964). Veremos de que forma a NBR 12721:2006
orienta que sejam realizadas essas análises.
Vale salientar que tais análises são produzidas de forma bastante preliminar ao
detalhamento do projeto em si, assumindo uma função de estimativa (superficial e sujeita a
variações) para que os agentes envolvidos no processo de incorporação imobiliária possam
decidir pela continuidade da ideia ou não.
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O cálculo do CUB se inicia pela análise do tipo de edificação a qual se deseja investigar. Isso
porque, conforme definição anterior, o parâmetro é calculado para diferentes tipos de projetos-
padrão (ABNT, 2007). Assim, para cada padrão de edificação, deve ser calculado um parâmetro
CUB distinto. Naturalmente, edificações de padrão baixo terão CUB inferior àquelas de padrão
elevado. A ideia, como veremos posteriormente, é que, ao se cogitar construir um imóvel, seu
custo seja estimado ao se comparar com a referência do CUB de um projeto de padrão similar ao
que se pretende construir.
A NBR 12721:2006 apresenta diversos projetos-padrão que precisam ser considerados
pelos sindicatos para o cálculo do CUB e suas respectivas características. A seguir, são apresentadas,
nos Quadros 1 e 2, as características de alguns projetos-padrão de residências unifamiliares e
multifamiliares, respectivamente.
Residência padrão baixo Residência padrão normal Residência padrão alto (R1-
(R1-B) (R1-N) A)
Residência composta de dois Residência composta de três Residência composta de
dormitórios, sala, banheiro, dormitórios, sendo um suíte quatro dormitórios, sendo
cozinha e área para tanque. com banheiro, banheiro um suíte com banheiro e
Pavimento térreo: hall de entrada, elevador, escada e quatro apartamentos por andar, com dois
dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área para tanque. Na área externa, estão localizados o
cômodo de lixo e 32 vagas descobertas.
Pavimentos-tipo: hall de circulação, escada e quatro apartamentos por andar, com dois
dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área para tanque.
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Uma vez definido o padrão do projeto sobre o qual se está calculando o CUB, o passo
seguinte consiste em determinar quanto custa produzir um metro quadrado daquele tipo de
imóvel. Para isso, a NBR 12721:2006 fornece a relação de insumos e as respectivas quantidades
estimadas de serem utilizadas por metro quadrado de construção. Na Tabela 1, apresentam-se
exemplos de alguns insumos e suas respectivas quantidades a serem utilizadas para projetos
residenciais de baixo padrão.
Por fim, devem-se consultar os preços praticados desses insumos no mercado, e a sua
soma determinará, enfim, o CUB. A Tabela 2 apresenta os valores do CUB sem desoneração da
mão de obra, em R$/m², para projetos residenciais de baixo padrão, em dezembro de 2020, na
região Noroeste do Paraná.
Agora que você sabe como o CUB é calculado, será que a estimativa do valor
de um imóvel calculada por meio dele inclui todos os custos da construção da
edificação? O índice, de fato, deixa de considerar diversos elementos. A própria
NBR 12721:2006 estabelece que, ao publicar os valores do CUB, os sindicatos
devem esclarecer que não foram considerados componentes como fundações,
elevadores, equipamentos, playground, obras e serviços complementares, dentre
outros (ABNT, 2007). Assim, é necessário cautela no uso do parâmetro, sendo
que, para análises mais precisas e confiáveis, será necessária a elaboração do
orçamento, conforme discutiremos em unidades posteriores.
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a) produto da área equivalente em área de custo padrão global pelo CUB correspondente
ao projeto-padrão que mais se assemelhe ao da edificação objeto da incorporação;
b) parcelas adicionais relativas a elementos não considerados no CUB, como fundações
e elevadores;
c) impostos e taxas;
Em que:
• Cc é a cota de construção;
• AEqi é a área equivalente da unidade i considerada;
• AEqG é a área equivalente em área de custo padrão global da edificação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UNIDADE Ensino a distância
02
DISCIPLINA:
ORÇAMENTO E INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
sumário da unidade
Introdução............................................................................................................................................................. 14
1. NORMATIVAS VIGENTES...................................................................................................................................... 15
2. TIPOS DE ORÇAMENTOS..................................................................................................................................... 15
3. DEFINIÇÕES BÁSICAS.......................................................................................................................................... 18
4. CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS (CD)................................................................................................................. 19
4.1 Custo da Mão de Obra................................................................................................................................... 20
4.2 Custo de Equipamentos.............................................................................................................................. 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 26
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Introdução
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EDUCAÇÃO a distância
1. NORMATIVAS VIGENTES
2. TIPOS DE ORÇAMENTOS
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Nesse sentido, o orçamento avança à medida que o projeto também avança. Para diferentes
fases de projeto, existem diferentes tipos de orçamento que podem ser produzidos (ÁVILA;
LIBRELOTTO; LOPES, 2003). Na unidade anterior, estudamos aquele que enquadraremos em
um primeiro grupo: as avaliações e estimativas. Ávila, Librelotto e Lopes (2003) afirmam que
orçamentos desse tipo são pouco assertivos, com margem de erro que varia de 15 a 30%. Para
sua produção, todavia, são necessárias poucas informações técnicas sobre o projeto: área de
construção, padrão de acabamento, especificações genéricas e índices de referência, como o CUB.
À medida que o processo de incorporação imobiliária avança, os projetos tornam-se mais
detalhados. Nesse sentido, distinguem-se alguns tipos de projeto:
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Figura 1 – Cronologia de orçamentos e projetos. Fonte: Adaptado de Ávila, Librelotto e Lopes (2003).
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3. DEFINIÇÕES BÁSICAS
No tópico anterior, você deve ter notado diversas terminologias técnicas, principalmente
relacionadas ao mercado financeiro: custos diretos e indiretos, lucro, tributos, composições de
custos e preços, entre outros. A fim de prover maior transparência à nossa discussão, é necessário
que você compreenda claramente cada um desses termos. A seguir, são apresentadas diversas
definições, baseadas na norma IE 01/2011 (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2011) e nas
orientações de Ávila, Librelotto e Lopes (2003).
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DIRETOS INDIRETOS
Custos da obra Despesas indiretas da construtora
Diretos Indiretos
Mão de obra direta Taxas e documentações Marketing institucional
Pedreiros Engenheiro responsável Retirada de diretores
Carpinteiros Vale-transporte Salário de funcionários da sede
Serventes Aluguel de equipamentos Aluguéis
Mestres de obras Impostos sem faturamento IPTU
Matéria-prima Alimentação em canteiro Livros e publicações
Projetos Propaganda e vendas Conservação e limpeza Honorários
Aquisição de Controle tecnológico Juros de mora
terrenos Vigilância Assistência médica
Demolições Despesas com almoxarifado Conservação e limpeza
Encargos sociais Água e luz industrial Livros, jornais e revistas
Equipamentos Assistência médica Despesas bancárias
Combustíveis e lubrificantes Manutenção de veículos
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Você tem alguma ideia de como esse custo horário é calculado? Será que basta
considerar o salário que o trabalhador recebe ou existem outros gastos? De fato, é
comum analisarmos a situação do ponto de vista do trabalhador e lembrar somente
do salário que é pago a ele. Contudo, na perspectiva das empresas, existem
diversas outras despesas a serem consideradas, especialmente associadas a
encargos trabalhistas demandados pela legislação vigente.
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• Previdência social;
• Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS);
• Seguro contra os riscos de acidentes de trabalho;
• Outros.
No grupo dos encargos sociais que recebem incidências dos encargos básicos, destaca-
se (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2011):
• 13º salário.
No grupo dos encargos sociais que não recebem incidências dos encargos básicos,
destacam-se (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2011):
• Depósito por despedida injusta: taxa de 40% sobre o valor do Fundo de Garantia, de
recolhimento obrigatório aos empregadores quando dispensam empregados sem justa
causa;
• Férias;
• Aviso prévio.
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• Vale-transporte;
• Vale café da manhã;
• Vale almoço ou jantar;
• Vale lanche da tarde;
• Seguro de vida e acidentes em grupo.
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Para fins didáticos, adotaremos a referência de 150% como total de encargos sociais e
complementares neste material.
Ainda existem outros adicionais que podem ser incorporados ao custo da mão
de obra, dependendo da situação de trabalho a que ela está exposta. São eles
(INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2011):
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É essencial que haja uma padronização na forma como os orçamentos são elaborados.
Assim, garante-se maior assertividade e precisão nas informações constantes no documento,
contribuindo para melhor gestão das empresas construtoras.
Nesta unidade, vimos que os orçamentos variam em nível de detalhamento e precisão
de acordo com o avanço no desenvolvimento do projeto do empreendimento e demais decisões
e documentos técnicos. Também identificamos diversas definições técnicas, essenciais para a
compreensão de orçamentos e elaboração destes. Por fim, discutimos como determinar custos
diretamente associados à construção do empreendimento, especialmente aqueles correlatos à
mão de obra e equipamentos.
Esse conhecimento é fundamental para a formação profissional do(a) engenheiro(a)
civil, visto que ele(a) é um dos principais profissionais responsáveis por esse processo. Além da
clara importância para a área de gestão da construção civil, habilidades para a elaboração de
orçamentos também são relevantes para diversas outras áreas de atuação desse profissional.
Contudo, vale ressaltar que o presente material abordou o assunto de forma básica, sem
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03
DISCIPLINA:
ORÇAMENTO E INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
sumário da unidade
Introdução............................................................................................................................................................. 28
1. ETAPAS DO PROCESSO DE ORÇAMENTAÇÃO.................................................................................................... 29
2. DEFINIÇÃO DO ESCOPO DE PROJETO................................................................................................................ 29
2.1 A Estrutura Analítica do Projeto (EAP)................................................................................................ 30
2.2 Exemplo Prático............................................................................................................................................ 31
3. COMPOSIÇÕES DE CUSTOS UNITÁRIOS........................................................................................................... 34
3.1 A Planilha de Composições de Custos Unitários.............................................................................. 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 37
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Introdução
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a) Itemização e discriminação dos serviços que compõem o projeto, com suas respectivas
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A seguir, vamos discutir um exemplo prático de elaboração de uma EAP para uma obra
de construção civil. Naturalmente, precisaremos relembrar diversas etapas da construção de uma
edificação, que você já deve ter estudado em disciplinas anteriores. Então, prepare-se para uma
grande revisão!
Você já deve ter reparado que a construção da nossa EAP no exemplo prático adota
diversas simplificações e não segue necessariamente uma ordem cronológica da
execução do empreendimento. Por exemplo, os serviços de superestruturas e de
paredes e painéis foram dispostos em etapas separadas, de forma a parecer que
as paredes e painéis são executados apenas após a conclusão dos serviços de
superestrutura. Na prática, não é isso o que acontece – muitas vezes, enquanto a
superestrutura está sendo executada em pavimentos superiores, a alvenaria está
sendo assentada em pavimentos inferiores, cuja estrutura já está concluída.
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Será que esse tipo de simplificação no orçamento traz algum tipo de prejuízo para
a sua assertividade e precisão?
Certamente, sim. Isso porque a ordem com que certas atividades são executadas
pode gerar serviços adicionais, que têm impacto direto no orçamento. Por essa
razão, existe atualmente uma vertente de estudos denominada “orçamento
operacional”, que busca elaborar o orçamento em ordem perfeitamente cronológica
e prever devidamente essas atividades adicionais que são geradas, garantindo
maior assertividade ao resultado final.
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Entretanto, caso o concreto a ser utilizado seja do tipo dosado em central, tem-se uma
composição bastante distinta (Tabela 4). Portanto, conhecer em detalhe as especificações dos
serviços a serem executados tem grande impacto na assertividade do orçamento, conforme
discutimos anteriormente.
PINI. Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. 13. ed. São Paulo: Pini,
2010.
Ainda que a TCPO e o SINAPI forneçam informações bastante relevantes, seu uso não
é unanimidade no mercado. Isso porque os parâmetros veiculados nessas bases fornecem uma
estimativa bastante próxima da realidade, mas empresas de construção de maior porte e bem
estruturadas muitas vezes preferem levantar seus próprios índices de consumo, praticados em
obras anteriores. Dessa forma, ao terem como base seus próprios processos produtivos, têm
maior assertividade nos valores adotados e maios segurança em sua política de preços (TISAKA,
2006).
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Note ainda que o total de cada composição unitária constitui o custo unitário de produção
do serviço em questão. Por exemplo, se a composição unitária apresentada na Tabela 3 se referisse
à produção de concreto, o valor de R$ 11,00 (total apresentado na Tabela 3) seria o custo de
produção de 1 m³ de concreto, portanto, seu custo unitário. Voltaremos a discutir essa relação na
próxima unidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É essencial que haja uma padronização na forma como os orçamentos são elaborados.
Assim, garante-se maior assertividade e precisão nas informações constantes no documento,
contribuindo para a melhor gestão das empresas construtoras.
Nesta unidade, vimos que o processo de orçamentação se inicia com a definição do
escopo do projeto, devidamente especificando os serviços que devem ser executados para a
realização do projeto. Concluímos que um recurso interessante para estruturar de forma lógica
o escopo é a chamada Estrutura Analítica de Projeto (EAP), o que ficou bastante evidente na
realização de um exemplo prático de elaboração de EAP para uma obra de construção civil. Por
fim, procedemos à elaboração de composições unitárias para cada item do escopo, de forma a
listar todos os insumos, em termos de materiais, mão de obra e equipamentos necessários para a
produção de uma unidade de determinado item do escopo.
Este conhecimento é fundamental para a formação profissional do engenheiro civil,
visto que esse é um dos principais profissionais responsáveis por esse processo. Além da clara
importância para a área de gestão da construção civil, habilidades para a elaboração de orçamentos
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UNIDADE Ensino a distância
04
DISCIPLINA:
ORÇAMENTO E INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
ORÇAMENTAÇÃO: QUANTITATIVOS,
PRECIFICAÇÃO E CRONOGRAMA PRELIMINAR
prof. mE. Arthur Felipe Echs Lucena
sumário da unidade
Introdução............................................................................................................................................................. 39
1. LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS................................................................................................................40
2. PLANILHA ORÇAMENTÁRIA GERAL E PRECIFICAÇÃO..................................................................................... 42
3. DEFINIÇÃO DO PREÇO DE VENDA......................................................................................................................44
3.1 Cálculo do BDI.................................................................................................................................................44
3.2 Definição do Preço Final de Venda......................................................................................................... 46
4. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO................................................................................................................. 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 49
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Introdução
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1. LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS
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Assim, para pequenos vãos (menores que 2,00 m²), torna-se mais razoável desconsiderar a
abertura, calculando o quantitativo como se o vão fosse totalmente preenchido (DE MORI,
2016). Assim, o quantitativo de alvenaria nessa parede se torna P3: 4,00 m x 2,70 m = 10,80 m².
Por fim, no caso da parede P4, tem-se uma abertura de maiores dimensões (4,00 m x 2,00
m), destinada à instalação de uma janela. Nesse caso, não é razoável considerar a abertura toda
como “cheia”, pois se espera que o gasto adicional de material e mão de obra por conta do recorte
do vão seja bastante inferior ao que seria gasto para o preenchimento total do vão com alvenaria.
Assim, recomenda-se que seja descontada, do levantamento quantitativo de alvenaria, a área do
vão excedente a 2,00 m² (DE MORI, 2016). Assim, o quantitativo de alvenaria nessa parede se
torna P4: (6,00 m x 2,70 m) – [(4,00 m x 2,00 m) – 2,00 m²] = 10,20 m².
Analogamente, outros itens do escopo possuem critérios de medição específicos. No
Quadro 1, apresentam-se alguns critérios de uso recorrente.
Quadro 1 – Critérios de medição para quantitativos de obras de construção civil.Fonte: Adaptado de Ávila, Libre-
lotto e Lopes (2003).
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Ainda que sejam adotados critérios padronizados de medição, será que ainda
existe variabilidade em orçamentos realizados por um ou outro profissional
orçamentista, dependendo das considerações feitas por cada um durante a
elaboração do orçamento?
Certamente, sim. Como vimos ao longo da nossa disciplina, muitas das decisões
ao longo do processo de orçamentação são subjetivas. Em tempos recentes, os
avanços de novas abordagens com o BIM (Building Information Modelling) têm
encontrado espaço justamente no setor de orçamentação, visto que o levantamento
de quantitativos se torna automático, com base nos elementos inseridos nos
projetos. Tais mudanças na forma de realizar quantitativos de projetos podem
trazer contribuições para maior padronização e menor variabilidade na realização
dessa atividade.
Quadro 2 – Modelo da planilha orçamentária geral, sugerido pela NBR 12721:2006.Fonte: Adaptado de ABNT
(2007).
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Quadro 3 – Modelo da planilha orçamentária geral, sugerido pelo autor. Fonte: O autor.
a) Coluna 1 (item): código criado pelo orçamentista para identificar o item do escopo
no orçamento. É recomendado que haja correspondência com os códigos adotados na
planilha auxiliar de composições unitárias.
b) Coluna 2 (descrição dos serviços): são os itens da EAP, com a devida especificação
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Em que:
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4. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
Uma vez finalizado o orçamento, é possível utilizá-lo para outras análises referentes à
gestão da obra. Nesse sentido, é comum que o documento sirva como base para a elaboração do
planejamento de execução do empreendimento, em que os mesmos itens da EAP do orçamento
são analisados na perspectiva temporal, levantando suas durações e interrelações. Nesta disciplina,
não é nosso foco estudar o processo de planejamento e gestão de obras em si. Assim, vamos nos
limitar a investigar algumas interrelações do orçamento com o processo de planejamento.
Uma das ferramentas que pode ser utilizada para realizar análises nesse contexto é o
cronograma físico-financeiro. A elaboração desse cronograma inclusive é prevista na NBR
16636-1:2017, que especifica que as atividades técnicas de projeto devem ser apresentadas em
cronograma físico-financeiro que informe os prazos necessários, as datas dos eventos e os seus
custos (ABNT, 2017).
Inicialmente, estima-se a duração de cada atividade da EAP anteriormente elaborada,
com base na experiência de projetos anteriores ou índices de produtividade da mão de obra
encontrados na literatura. Em seguida, as atividades da EAP são dispostas em uma espécie
de tabela, cujas linhas representam os serviços a serem realizados (itens da EAP) e as colunas
expressam uma linha do tempo da obra, divididas na unidade de tempo que for conveniente.
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No cruzamento entre cada linha e coluna, expressa-se o gasto esperado (de acordo com o
orçamento) para o serviço expresso na linha do cruzamento, no intervalo de tempo considerado
na coluna do cruzamento. Por exemplo, suponha que o primeiro item da EAP que elaboramos
na Etapa 3 “Serviços Iniciais” tenha seu custo e duração estimados em R$ 1700,00 e 2 semanas,
respectivamente. Supondo ainda que o gasto ocorre de forma constante ao longo da execução do
serviço. Tem-se a representação no cronograma físico-financeiro expresso na Tabela 2.
Contudo, é possível que haja itens da EAP cujos custos não se consolidem de forma
constante ao longo do tempo. Continuando o exemplo anterior, considere o serviço “Infraestrutura”,
que ocorre imediatamente após o item “Serviços iniciais”. Considere ainda que se estima gastar
Outra situação que pode ocorrer é que as atividades não necessitem aguardar o término
da sua antecessora para serem iniciadas, de tal forma que possuem outros vínculos. Nesse
sentido, imagine que, no exemplo anterior, haja um terceiro serviço “Superestrutura”, que se
inicia uma semana antes de o serviço anterior acabar. Nesse caso, o cronograma físico-financeiro
é representado conforme Tabela 4.
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Fonte: O autor.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É essencial que haja uma padronização na forma como os orçamentos são elaborados.
Assim, garantem-se maior assertividade e precisão nas informações constantes no documento,
contribuindo para melhor gestão das empresas construtoras.
Nesta unidade, vimos as etapas finais do processo de orçamentação, que consistem
no levantamento de quantitativos e precificação dos itens orçados. Uma vez que a conclusão
dessas etapas fornece apenas o total de custos diretos do empreendimento, compreendemos a
importância do BDI, que nos permite estabelecer uma relação percentual entre os custos diretos
orçados e os gastos indiretos esperados. Por fim, procedemos à análise das interrelações entre o
orçamento e o planejamento de obras por meio da elaboração do cronograma físico-financeiro,
documento que fornece detalhes sobre como os custos veiculados no orçamento serão aplicados
ao longo do tempo de execução do empreendimento.
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REFERÊNCIAS
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12721: Avaliação de
custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios
edilícios – Procedimento. Rio de Janeiro. 2007. Disponível em: https://central3.to.gov.br/
arquivo/176706/. Acesso em: 29 mar. 2021.
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REFERÊNCIAS
REIS, T. Incorporação imobiliária: entenda como funciona essa atividade. In: Suno. 2019.
Disponível em: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/incorporacao-imobiliaria/. Acesso
em: 29 mar. 2021.
TISAKA, M. Orçamento na Construção Civil: consultoria, projeto e execução. São Paulo: Pini,
2006.
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