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ÓRTESES E TECNOLOGIA

ASSISTIVA
PROF A. PATRÍCIA SOUZA
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Primeiramente, deixo uma frase de Novakowski
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios
não vale a pena ser vivida.” PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Cada um de nós tem uma grande Diagramação:
responsabilidade sobre as escolhas que Edson Dias Vieira
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Thiago Bruno Peraro
acadêmica e profissional, refletindo diretamente
em nossa vida pessoal e em nossas relações Revisão Textual:
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação Camila Cristiane Moreschi
e conhecimento advindos de profissionais que Danielly de Oliveira Nascimento
possuam novas habilidades para liderança e Fernando Sachetti Bomfim
sobrevivência no mercado de trabalho. Luana Luciano de Oliveira
De fato, a tecnologia e a comunicação Patrícia Garcia Costa
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Renata Rafaela de Oliveira
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Produção Audiovisual:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Adriano Vieira Marques
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, Márcio Alexandre Júnior Lara
capaz de formar cidadãos integrantes de uma Osmar da Conceição Calisto
sociedade justa, preparados para o mercado de
trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Gestão de Produção:
Que esta nova caminhada lhes traga Cristiane Alves
muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA

CONCEITUALIZAÇÃO DE TECNOLOGIA
ASSISTIVA
PROFA. PATRÍCIA SOUZA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................4
1. QUAL O OBJETIVO DA TA?.........................................................................................................................................5
2. QUEM PODE APLICAR A TA?...................................................................................................................................6
3. COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO NA TECNOLOGIA ASSISTIVA................................................................................8
4. ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO COMPUTADOR OU TABLET................................................................................. 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 13

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada
à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida
e inclusão social (CAT, SEDH, 2008).

Em 2006, foi instituído o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), através da Portaria nº 142,
estabelecido pelo Decreto nº 5296/2004, com a finalidade de aperfeiçoar e dar transparência e
legitimidade ao desenvolvimento da Tecnologia Assistiva (doravante, TA) no Brasil.
A apropriação do termo e conceito de TA no Brasil se deu em 1996, com a argumentação
de Romeu Sassaki (1996 apud GALVÃO FILHO, 2009), que explica que o termo Assistiva não
compreende o vocabulário português; contudo, Assistive também não compõe o vocabulário
inglês. Dessa forma, complementa que tal termo torna-se cada vez mais popular e técnico em

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nosso universo profissional. Ele ainda vai além na conceitualização, lançando mão de uma
explicação literal da palavra, usando o sufixo -tiva como alvo para a compreensão do termo. “É,
pois, um fenômeno rotineiro nas línguas vivas. Assistiva (que significa alguma coisa ‘que assiste,
ajuda, auxilia’) segue a mesma formação das palavras com o sufixo ‘tiva’, já incorporadas ao léxico
português” (SASSAKI, 1996 apud GALVÃO FILHO, 2009).
Anteriormente, os termos permeavam entre “Ajudas Técnicas” (oriundo da língua
espanhola) e “Tecnologia de Apoio”, na tradução de Portugal para Assistive Technology. Através
do CAT, ficou definitivamente estabelecida a expressão “Tecnologia Assistiva” no Brasil.

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1. QUAL O OBJETIVO DA TA?


A possibilidade de poder propor às pessoas com deficiência autonomia e independência
de expressão e mobilidade em sua rotina diária tornou-se um grande avanço e desafio aos
profissionais que os acompanham. É um direito adquirido pelas pessoas com deficiência para
alcançarem sua autonomia e independência em todos os aspectos de suas vidas. Sendo assim, é
necessário assegurar isso em bases iguais para que todos tenham o devido acesso.
Deve haver o desenvolvimento de recursos e demais elementos que propiciem a integração
e a inclusão das pessoas com deficiência através da promoção de seus direitos humanos. Assim,
em 2008, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (tratado da Organização
das Nações Unidas (ONU)) simbolizou a determinação da comunidade internacional acerca do
tema das pessoas com deficiência na agenda global.
O Brasil, por sua vez, instituiu o tema em seu ordenamento jurídico, conferindo-lhe
equivalência constitucional, promovendo e garantindo condições de acessibilidade à pessoa com
deficiência. No período entre novembro de 2006 a outubro de 2008, foram realizados estudos e
conceituação das normas. Contudo, o Decreto nº 3298, de 1999, já listava as ajudas técnicas para
a devida concessão.

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I - Próteses auditivas, visuais e físicas;
II - Órteses que favoreçam a adequação funcional;
III - Equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação da pessoa
portadora de deficiência;
IV - Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente
desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de deficiência;
V - Elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para facilitar
a autonomia e a segurança da pessoa portadora de deficiência;
VI - Elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a
sinalização para pessoa portadora de deficiência;
VII - Equipamentos e material pedagógico especial para educação, capacitação e
recreação da pessoa portadora de deficiência;
VIII - Adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria
funcional e a autonomia pessoal; e IX - bolsas coletoras para os portadores de
ostomia (BRASIL, 1999).


Em 2004, surge novo decreto, sob o nº 5296, que regulamenta a Lei nº 10.098, de
dezembro de 2000, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para a promoção e prioridade
de atendimento e de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

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2. QUEM PODE APLICAR A TA?

A TA abrange pesquisa, confecção, uso de equipamentos, recursos ou estratégias para


potencializar as habilidades ou o potencial residual da pessoa com deficiência. Dessa forma,
incluem-se diversos profissionais para a TA ocorrer.
De tal modo, pode-se considerar que todos os profissionais podem prescrever uma TA
para a pessoa com deficiência, contudo, ressalte-se que o profissional que avalia a capacidade
funcional para o desenvolvimento das Atividades de Vida Diária da pessoa com deficiência é o
Terapeuta Ocupacional. A Resolução nº 316/2006 (que dispõe sobre a prática de Atividades de
Vida Diária, de Atividades Instrumentais da Vida Diária e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta
Ocupacional) traz, em seu Artigo 1°, que é de exclusiva competência do Terapeuta Ocupacional,
no âmbito de sua atuação, avaliar as habilidades funcionais do indivíduo, elaborar a programação
terapêutico-ocupacional e executar o treinamento das funções para o desenvolvimento das
capacidades de desempenho das Atividades de Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais
de Vida Diária (AIVDs) para as áreas comprometidas no desempenho ocupacional, motor,
sensorial, percepto-cognitivo, mental, emocional, comportamental, funcional, cultural, social
e econômico de pacientes. Ou seja, todos os demais profissionais contribuem para propor,

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confeccionar e, até mesmo, indicar; contudo, somente o Terapeuta Ocupacional está apto para
avaliar a real necessidade e o tipo de TA mais indicado para cada sujeito usuário, conforme a sua
funcionalidade e de acordo com o seu desempenho ocupacional.
Ainda nos referindo à legislação, temos a Resolução nº 458, de 2015, que assim dispõe:

Art. 2º O terapeuta ocupacional é o profissional competente para selecionar,


indicar, treinar e acompanhar o uso de Tecnologia Assistiva que auxiliará o
desempenho ocupacional, promovendo conforto físico e mental e favorecendo o
engajamento nas Atividades de Vida Diária (AVDs).
[...]
Art. 5º Compete ao terapeuta ocupacional o uso da Tecnologia Assistiva, em suas
diferentes áreas de aplicação, com os objetivos de:
a)   Desenvolver produtos, recursos e estratégias para auxiliar no desenvolvimento
de Atividades de Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diária
(AIVDs);
b) Prescrever, orientar, executar programas e ações que utilizem metodologias,
práticas e serviços de Tecnologia Assistiva que favoreçam a saúde, a qualidade do
viver e a participação social das pessoas;
c)  Criar equipamentos, adaptações e softwares de forma a possibilitar e favorecer
a comunicação, a educação e a integração das pessoas à sociedade;
d) Prescrever, desenvolver e confeccionar órteses, próteses e meios auxiliares
de locomoção, visando maximizar o processo de recuperação do paciente,
minimizar sequelas e prevenir deformidades;
e) Orientar e treinar usuários e familiares quanto à utilização de recursos de
Tecnologia Assistiva;
f) Prescrever, orientar, executar e desenvolver serviços de adequação postural
visando maximizar o desempenho ocupacional das pessoas em seu cotidiano;
g) Prescrever e desenvolver recursos para adequar unidades tecnológicas e
informatizadas de controle ambiental;
h) Prescrever, orientar, executar e acompanhar, junto aos órgãos competentes,
programas e ações que promovam a adequação de espaços públicos e privados,
urbanos e rurais, de forma a favorecer a acessibilidade desses ambientes e a
locomoção das pessoas;
i) Prescrever, desenvolver, orientar e promover adaptações estruturais em
ambientes domésticos, laborais, espaços públicos e de lazer (COFFITO, 2015).

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Todos os profissionais são importantes nesse processo, pois cada um, dentro de sua
especificidade, contribuirá para que a TA esteja mais adequada à realidade inclusiva e autônoma
da pessoa com deficiência.
A equipe compreende desde o médico (fisiatra, neurologista, traumatologista etc.) até
fisioterapeutas, fonoaudiólogas, assistentes sociais, bioengenheiros, engenheiros de produção,
designers, técnicos de órteses e próteses, pedagogos, dentre outros. Todos, juntos, avaliam a partir
da avaliação da terapia ocupacional.
Avalia-se a capacidade funcional do possível usuário através da Classificação Internacional
de Funcionalidade (CIF), por qualquer membro da equipe envolvida. E a avaliação especifica
o grau de dependência do sujeito ao serviço de Terapia Ocupacional, usando protocolos de
funcionalidade e independência, como: a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional
(MCDO) e a Medida de Independência Funcional (MIF). Assim, verifica-se a necessidade de
qual tipo de equipamento será necessário, sendo esse padrão modificado ou confeccionado de
forma personalizada.
Quais recursos definem o fato de um equipamento ser uma TA? O Americans with
Disabilities Act (ADA), de 1990, define da seguinte forma:

O termo recurso de TA significa qualquer item, peça de equipamento ou um

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sistema de produto, quer seja adquirido comercialmente, modificado ou
customizado que é usado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades
funcionais de indivíduos com deficiências. O termo serviço de TA significa
qualquer serviço que diretamente assiste um indivíduo com uma deficiência na
seleção, aquisição ou uso de um recurso de TA (ADA, 1990).

De acordo com o modelo europeu, são consideradas três grandes áreas de formação
em TA HEART (Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology): componentes
técnicos, componentes humanos e componentes socioeconômicos. Já a classificação de acordo
com o Departamento Nacional dos Estados Unidos integra recursos e serviços que englobam a
avaliação, customização e desenvolvimento de recursos pelo usuário, considerando sua concessão,
os elementos arquitetônicos, elementos sensoriais, computadores, hardware, software, sistemas
de controle do ambiente, vida independente, mobilidade, transporte (veículo motor, bicicleta),
órteses/próteses, recreação/lazer/esportes, móveis adaptados/mobiliário e serviços.
O CAT concluiu que não existe uma única forma de classificar a TA, e as várias classificações
existentes são aplicadas de acordo com os objetivos de catalogação de recursos, ensino, trocas de
informação, organização de serviços de aconselhamento e concessão. O importante é ter claro
o conceito de TA e os objetivos para os quais as classificações foram criadas. Assim, no Brasil,
não se trabalha com classificação específica dos recursos e serviços, mas, sim, com sistemas de
prestação de serviços.
Os serviços de TA têm por objetivo oportunizar, ao máximo, a prática para garantir os
resultados e a aceitação funcional. Está comprovado que o usuário que não recebe acompanhamento
do serviço ou recurso não adere ao uso da TA. Observa-se também que, quando a iniciativa
do uso da TA vem primeiramente do usuário, a aceitação e a funcionalidade tornam maior a
credibilidade na TA. A orientação adequada ao cuidador/familiar contribui também para essa
aceitação. Porém, cabe principalmente ao profissional avaliar a real necessidade do uso da TA
para cada usuário e orientá-lo quanto à prescrição individualizada de cada situação.

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3. COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO NA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Apesar de não haver uma classificação de acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas
(CAT), iremos estudar cada serviço ou recurso separadamente. Neste tópico, daremos atenção à
comunicação, em que se verifica maior envolvimento dos serviços de Fonoaudiologia, Pedagogia,
Psicologia, Psicopedagogia, Terapia Ocupacional (TO) e Serviços da Tecnologia da Informação
(TI).
A TA engloba a área de comunicação alternativa e aumentativa (também chamada de
ampliada, CAA ou suplementar CSA), que se destina a atender a defasagem de pessoas sem fala
ou escrita funcional quanto à sua necessidade comunicativa e habilidade em falar, escrever e/
ou compreender. Inclui adaptações de acesso ao computador, equipamentos de escrita, visão e
audição, além de promover a inclusão desses recursos em diferentes ambientes e situações.

A comunicação alternativa e ampliada é definida como uma maneira alternativa


a comunicação oral e escrita que compreende o uso de gestos, sinais manuais,
expressões faciais, pranchas com símbolos pictográficos, pranchas de alfabeto,
comunicadores de voz gravada ou sintetizada até sistemas sofisticados de

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computador (GLENNEN, 1997).

Para avaliar a real necessidade do uso de uma TA para comunicação, é necessário verificar
o quadro de dependência e funcionalidade do paciente para exercer tal função, bem como o
nível de integridade intelectual de acordo com a idade do beneficiário da TA. Deve-se avaliar
o potencial motor para identificar o modelo a ser indicado com vistas ao melhor desempenho
funcional com o uso da TA. Com essas informações, podemos analisar a melhor indicação
conforme a necessidade de cada usuário.
Na comunicação, faz-se uso de símbolos preestabelecidos para garantir unanimidade na
comunicação visual, assim como nas comunicações gestual e expressiva.
Os recursos são variados, podendo ser pastas, livros, fichários, coletes, aventais,
comunicadores (app) e os computadores e tablets.
A indicação do tipo de serviço pode ser realizada de acordo com algumas características
específicas de cada usuário. Estando o usuário em fase de alfabetização, serão usados os seguintes
critérios:
- Criança lenta
Ela é capaz de segurar o lápis e escrever conforme solicitação do professor. Apesar
da lentificação, conseguirá escrever todo o conteúdo que o professor lhe destinar, não sendo
necessário incluir recursos de TA para essa criança. Tão somente o professor lhe concederá um
pouco mais de tempo para a cópia do conteúdo. Caso essa criança não aprimore sua qualidade em
velocidade juntamente com seu controle de motor fino, dever-se-á reavaliar a (des)necessidade de
introdução de TA para facilitar o seu manejo escolar, sua comunicação com os colegas e qualificar
sua inclusão escolar.
- Criança muito lenta
Esta criança apresenta dificuldade para acompanhar o ritmo dos colegas, contudo,
consegue escrever todas as atividades propostas pelo educador. Esta criança requer auxílio, com
conteúdo previamente impresso pela professora e/ou uso de gravador, computador ou tablet para
facilitar o seu desempenho funcional, mantendo-o incluso no processo educacional e em sua
comunicação.

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- Criança que não consegue segurar o lápis


Importante, desde já, esclarecermos que não existe um protocolo predeterminado
segundo o qual crianças com alguma patologia ou deficiência tenham de fazer uso de alguma TA
para auxiliá-las na escrita. Antes de dissertar sobre qual perfil indica a necessidade de uso de TA
na escrita, é importante reafirmar que quem poderá avaliar o nível do desempenho motor fino
para o desenvolvimento adequado do tripé dinâmico é o Terapeuta Ocupacional.
Essas crianças apresentam distonia, discinesia ou déficit de força para poderem manter
o lápis na mão ou desenvolver a capacidade de cópia. Nesse caso, pode ser indicado o simples
engrossar do lápis, uma adaptação de substituição de preensão e/ou o desenvolvimento de uma
órtese para auxiliar na pinça.
Seguem exemplos de tais tecnologias assistivas:

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Figura 1 - Da esquerda à direita: engrossador pinça, mola aranha e órtese funcional (facilitador de pinça). Fonte: ITA
Assistiva (2021), AEE2013 Giovana (2013) e AEE2013 Letícia (2013).

- Criança que não apresenta escrita


Às crianças que não conseguem desenvolver a escrita (por seu déficit motor ser muito
acentuado, comprometendo a possibilidade de coordenação, necessária para a execução do
movimento com precisão), indicam-se recursos que substituem a escrita funcional.
Podem-se usar letras soltas (em EVA, papelão ou madeira) e palavras comuns da sua rotina
ou novas, conforme sua inclusão na alfabetização, assim como frases prontas. A criança poderá
formar as palavras ou frases conforme sua necessidade e capacidade motora. Caso a criança não
apresente desempenho motor para movimentar o material, ela ou a professora/monitora poderão
apontar para cada letra ou palavra que desejam.
Também pode fazer uso de material imantado, tablet, computador ou pranchas de
comunicação impressas ou digitalizadas (app).
Sempre se reforce que o professor deverá registrar o desempenho para poder ter material
para avaliação posterior da evolução cognitiva da criança e de seu processo de alfabetização.
Nesses casos, não somente o terapeuta ocupacional poderá avaliar o tipo de recurso, mas
também o fonoaudiólogo é de fundamental importância nessa informação. Ele poderá avaliar se
a criança possui alguma alteração a nível de afasia ou apraxia na escrita ou na leitura.
Seguem exemplos de recursos utilizados na comunicação e alfabetização:

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a b


c d e

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Figura 2 - (a) Avental; (b) Pastas; (c) Prancha personalizada; (d) Prancha com símbolos padrões; (e) Vocalizador.
Fonte: AEE2013 Raimunda (2013), Bengala Legal (2010) e Assistiva (2021).

4. ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO COMPUTADOR OU TABLET

Simples: são os próprios recursos de acessibilidade da plataforma Windows, Android e


IOS. São usados quando não há déficit motor que impossibilite o uso do teclado convencional,
porém, há lentificação ou realiza-se movimento discinético, causando acionamento de várias
teclas do teclado ou, ainda, apresenta-se baixa visão, sendo necessário ajustar o brilho e a fonte
do software, dentre outros recursos das plataformas
Há adaptações no próprio corpo do usuário, fazendo uso de órteses funcionais, pulseira
de peso, ponteiras e faixas para contenção de movimento discinético.
Fazem-se adaptações no próprio computador quando os recursos introduzidos no próprio
corpo não são suficientes. Pode haver o uso de colmeia no teclado, teclado alternativo ampliado
ou diminuído e acionadores ou uso de tela touch.
Quanto aos programas especiais ou aplicativos especiais, são usados os dispositivos
de entrada, como os teclados modificados, mouses especiais e acionadores diversos, software
de reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de cabeça,
movimento de olhos e ondas cerebrais, órteses e ponteiras para digitação, dentre outros. Como
dispositivos de saída, consideram-se os softwares leitores de tela para ajustes de cores e tamanhos
das informações, os leitores de texto impresso, impressoras braile, entre outros. Os aplicativos
mais usados são o Comunique, Imago e o LM Brain, boardmaker, EyeMax e pranchas dinâmicas
de comunicação no tablet.

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Seguem exemplos de recursos para o computador:

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Figura 3 - (a) Acionadores; (b) Apoio de teclado; (c) Plano inclinado; (d) Suporte para texto; (e) Ponteira de boca;
(f) Ponteira de cabeça; (g) Pulseira de peso; (h) Colmeia para teclado; (i) Teclado Intellikeys; (j) Teclado expandido.
Fonte: Clik (2021), Adequa (2021), Vanzetti (2021), Posturama (2021), Reab.me (2021), Mercur (2021), Acessibilidade
Legal (2008) e Terra Eletrônica (2021).

Referindo-nos à comunicação e alfabetização das pessoas com deficiência visual e


auditiva, ainda podemos fazer uso de outra gama de recursos de TA para contribuir para sua
autonomia e desenvolvimento social/inclusivo.
Deficiência visual ou baixa visão: auxílios óticos, lentes, lupas manuais e eletrônicas e
softwares ampliadores de tela. Ademais, material gráfico com textura e relevos, software de leitura
OCR para celulares.
Deficiência auditiva ou baixa audição: auxílios que incluem aparelhos para surdez; sistema
com alerta tátil-visual; celular com mensagens escritas e chamadas por vibração; software que
favorece a comunicação ao telefone celular, transformando em voz o texto digitado no aparelho e
em texto a mensagem falada; sistemas de legenda e livros impressos em língua de sinais (LIBRAS).

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Seguem exemplos de recursos:

a b c

d e

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Figura 4 - (a) Aparelho auditivo; (b) Scanner OCR; (c) App OCR; (d) Lupa manual; (e) Lupa eletrônica. Fonte:
Instituto Ouvir (2018), Fujitsu (2021), Gautam Gupta (2021), Shopee (2021) e Tecnovisão (2021).

Agora, vamos conversar sobre a disponibilidade desses recursos nas escolas. De acordo
com um estudo realizado pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), a exploração dos recursos de
Tecnologia Assistiva na Educação (TAE) ainda não se faz presente nas escolas. E, quando estão,
nem todos os professores sabem manejar ou indicar o recurso. Assim, o CAT percebeu que há a
necessidade urgente de introduzir e facilitar o acesso a esses recursos e capacitar os profissionais
para reconhecerem as necessidades e indicações deles.
De acordo com o censo escolar do MEC/INEP no ano de 2008, houve um aumento
crescente de matrículas de alunos com deficiência nas escolas regulares. No período entre 1998
e 2008, foram matriculados 695.699 alunos, sendo 54% (375.775) nas escolas públicas e 46%
(319.924) nas escolas privadas. Poder beneficiar um atendimento especializado aos alunos com
deficiência auxilia na identificação, elaboração e organização de recursos pedagógicos e de
acessibilidade, os quais eliminam barreiras para a plena participação dos alunos, considerando
suas habilidades individualizadas. Tornam-se imprescindíveis o acesso e a permanência dos
alunos com deficiência no sistema regular de ensino, devendo ser garantidos também por meio
de recursos de Tecnologia Assistiva.
O Decreto nº 3.298 de 1999, em seu Artigo 19, trata do direito do cidadão brasileiro com
deficiência às tecnologias assistivas. Esse decreto apresenta uma lista de itens cuja concessão é um
direito dessa população e, nessa lista, estão os equipamentos e materiais pedagógicos especiais
para educação. A atual política de Educação Especial do Ministério da Educação prioriza o
direito de todos à educação e garante o atendimento educacional especializado aos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Para isso, foi instituído o Programa Sala de Recursos Multifuncionais, que busca
implementar nas escolas públicas um local de recursos pedagógicos e de acessibilidade, com uma
lista básica de itens de tecnologia assistiva. Na sala de recursos multifuncionais, é realizado o
atendimento educacional especializado, com a atribuição de desenvolver o serviço de tecnologia
assistiva com foco específico na educação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta unidade apresentou a conceitualização e a apropriação da expressão “tecnologia


assistiva”, que ocorreu em 1996. No Brasil, em 2006, foi instituído o Comitê de Ajudas Técnicas,
que incorporou normativas sobre todos os recursos e leis de acesso. A multidisciplinaridade das
interações com o uso da TA é um campo vasto, porém, com necessidade de acompanhamento e
intervenções específicas da Terapia Ocupacional na abordagem diretamente com o paciente.
Abre-se a apresentação dos recursos através da comunicação alternativa e aumentativa
e suas possibilidades no contexto escolar. Além das inúmeras possibilidades de recursos para
pessoas com deficiências auditivas, visuais e físicas, temos a melhoria de leis que facilitam o
processo de inclusão escolar.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

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DISCIPLINA:
ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA

CONCEITUALIZAÇÃO DE TECNOLOGIA
ASSISTIVA
PROFA. PATRÍCIA SOUZA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................ 16
1. ÓRTESES.................................................................................................................................................................... 19
1.1 ÓRTESES PARA MEMBROS INFERIORES............................................................................................................. 21
1.2 ÓRTESES PARA MEMBROS SUPERIORES .........................................................................................................23
1.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ÓRTESES PARA A COLUNA VERTEBRAL........................................................................25
2. PRÓTESES................................................................................................................................................................27
2.1 DE ESTRUTURA.......................................................................................................................................................27
2.2 NÍVEL DE AMPUTAÇÃO.........................................................................................................................................28
2.3 ENCAIXES-TIPO.....................................................................................................................................................28
2.4 PÉS-TIPO................................................................................................................................................................28

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2.5 JOELHOS-TIPO.......................................................................................................................................................29
2.6 FUNCIONAIS...........................................................................................................................................................30
2.7 COSMÉTICAS..........................................................................................................................................................30
2.8 PARA AMPUTAÇÃO................................................................................................................................................30
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................34

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, vamos conversar sobre o que são órteses e próteses.


A órtese serve como um dispositivo externo aplicado ao corpo para modificar os aspectos
funcionais ou estruturais do sistema neuromúsculo-esquelético para obtenção de alguma
vantagem mecânica ou ortopédica, destinada a alinhar, prevenir ou corrigir deformidades ou
melhorar a função das partes móveis do corpo.
A prótese é um aparelho ou dispositivo destinado a substituir um órgão, membro ou
parte do membro destruído ou gravemente acometido.
A concessão desses equipamentos se dava de forma irregular conforme dados da história
do Sistema Público. Os recursos e equipamentos de Tecnologia Assistiva (órteses e próteses) se
apresentavam sem relação alguma com o processo terapêutico. Na década de 1970, a Previdência
Social, através dos Centros de Reabilitação Profissional (CRP), incorporou a concessão de
equipamentos de TA ao processo de reabilitação. A partir de 1992, o Sistema Único de Saúde
(SUS) padronizou a primeira tabela de concessão de Tecnologia Assistiva, universalizando esse

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procedimento. Assim, configurou-se a retirada da assistência à pessoa com deficiência da área da
filantropia, inserindo-se os cuidados na rede regular de saúde. Esse processo tem se baseado nos
princípios de universalidade, e a rede tem se instalado de maneira gradual, aperfeiçoando-se na
busca pela padronização de produtos e serviços e mantendo o SUS como o agente principal na
concessão.
De acordo com a Carta Magna, a saúde é direito de todos e dever do Estado. O SUS é
pautado pelos princípios da universalidade do atendimento, equidade dos serviços e integralidade
da assistência.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, instituída pela Portaria GM/MS
nº 1060, de 5 de junho de 2002, visa a reabilitar a pessoa com deficiência, potencializando a sua
capacidade funcional e desempenho humano de forma que possa contribuir para a sua inclusão
social e cuidar da sua saúde (e, também, a nível de prevenção de agravos que determinem o
aparecimento de deficiências). As diretrizes dessa política se definem da seguinte forma:
• Promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência;
• Prevenção de deficiências;
• Assistência integral à saúde da pessoa com deficiência;
• Organização e funcionamento dos serviços de saúde;
• Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;
• Capacitação de recursos humanos.
O atendimento à pessoa com deficiência no SUS deve ser realizado por equipe
multidisciplinar, atuando de forma a potencializar as habilidades funcionais, disponibilizando
às pessoas com deficiência a Tecnologia Assistiva, bem como as terapias especializadas para
adaptação de recursos e estabelecimentos de estratégias de reabilitação, fornecimento de órteses e
próteses, meios auxiliares de locomoção (OPM) e recursos óticos como procedimento integrante
do processo de reabilitação. Considera-se que somente a dispensação de órteses e próteses sem
os demais procedimentos de reabilitação não é favorável para trazer os benefícios desejados à
pessoa com deficiência.

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Quanto ao processo de tratamento ambulatorial, existem regras, tais como as publicadas


pelo Ministério da Saúde, que orientam os gestores estaduais, municipais e do Distrito Federal
na organização dos serviços de saúde do SUS, que comporão as Redes de Atenção à Pessoa com
Deficiência, a saber:

• Portaria MS/GM nº 818, de 5 de junho de 2001 – cria mecanismos para a organização e


implantação das Redes Estaduais de Assistência à Pessoa com Deficiência Física;
• Portaria MS/SAS nº 185, de 5 de junho de 2001 – inclui procedimentos de reabilitação e
altera procedimentos de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção ambulatoriais
da Tabela SIA/SUS para adequá-los à criação das Redes Estaduais de Assistência à Pessoa
com Deficiência Física;
• Portaria MS/GM nº. 2.073, de 28 de setembro de 2004 – institui a Política Nacional de
Atenção à Saúde Auditiva;
• Portaria MS/SAS nº. 587, de 7 de outubro de 2004 – determina que as Secretarias de
Estado da Saúde dos Estados e Distrito Federal adotem as providências necessárias à
organização e implantação das Redes Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva;

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• Portaria MS/SAS nº 589, de 8 de outubro de 2004 – define os mecanismos para
operacionalização dos Serviços de Atenção à Saúde Auditiva no Sistema de Informações
Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde – SIA/SUS;
• Portaria MS/GM nº 1.278, de 20 de outubro de 1999 – estabelece critérios de indicação
e contraindicação de implante coclear no Sistema Único de Saúde;
• Portaria MS/GM nº 1.635, de 12 de setembro de 2002 – inclui no sistema de informações
ambulatoriais do SUS os procedimentos específicos para o atendimento de pacientes com
deficiência mental e autismo;
• Portaria GM/MS nº 1.370, de 3 de junho de 2008 – institui o Programa de Assistência
Ventilatória Não Invasiva aos portadores de doenças neuromusculares;
• Portaria SAS/MS nº 370, de 4 de julho de 2008 – estabelece mecanismos para organização
do Programa de Assistência Ventilatória Não Invasiva aos portadores de doenças
neuromusculares;
• Portaria MS/GM nº 3.128, de 24 de dezembro de 2008 – regulamenta as Redes Estaduais
de Atenção à Pessoa com Deficiência Visual.
Com a implementação dos Serviços Especializados em Reabilitação Física (SERF)
e os Centros de Referência em Reabilitação Física (CER), esses equipamentos tornaram-se
mais próximos à população de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os serviços
são compostos por equipes interdisciplinares, incluindo médico fisiatra, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e nutricionistas, assim como
técnicos ortesistas e protesistas e assistentes sociais.
A dispensação dos equipamentos passa por avaliação médica, fisioterapêutica e da
terapia ocupacional. Após a concessão, o paciente é incluído no processo terapêutico para ser
reabilitado e orientado quanto ao uso e processo do equipamento que recebeu, com os demais
membros da equipe. Assim como, ao ser avaliado e constatada alguma imperícia do usuário, para
se beneficiar do recurso, ele também é encaminhado para os demais membros da equipe para que
seja preparado para o recebimento do equipamento.

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Esses recursos vêm, por sua maioria, contribuir ao processo de autonomia do usuário,
facilitando ou auxiliando nas suas Atividades de Vida Diária (AVD), sendo de fundamental
importância avaliar corretamente a pessoa com deficiência e seu histórico de vida para não haver
uma prescrição em que o usuário não fará uso do recurso por já estar apto ou adaptado ao seu
modo de vida. Por muitas vezes, eles vêm para o serviço de dispensação de OPM com uma ideia
fantasiosa de “cura” propiciada por tal recurso; contudo, pode haver frustração, e o recurso pode
não ser satisfatório ao que a pessoa estava em busca. O contrário também ocorre: pessoas já
conformadas com a sua situação de dependência e que rejeitam os recursos, por acreditarem
que eles não contribuirão em nada na sua rotina. Em ambas as situações, a adequada triagem e o
acompanhamento da equipe multidisciplinar farão diferença e manterão esse usuário mais bem
preparado para o uso dos recursos disponíveis.

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1. ÓRTESES

Órteses são dispositivos externos aplicados ao corpo para modificar os aspectos funcionais
ou estruturais do sistema neuromusculoesquelético para obtenção de alguma vantagem mecânica
ou ortopédica, destinados a alinhar, prevenir ou corrigir deformidades ou melhorar a função das
partes móveis do corpo.
As órteses podem ser variadas, como óculos, marca-passo e órteses de posicionamentos,
a que nos deteremos nesta unidade. As órteses de posicionamento são indicadas para pacientes
neurológicos, reumatológicos e traumatológicos.

Em alguns distúrbios musculoesqueléticos, como a artrite e os traumatismos


cumulativos, as talas podem ser utilizadas para reduzir o estresse sobre as
articulações, como as talas de sustentação do punho em caso de dor da síndrome
do túnel do carpo e da artrite. As talas de polegar podem estar indicadas para
artrite das articulações carpometacarpianas ou tendinite de Quervain. As
talas também podem ser utilizadas para alinhar ou corrigir deformidades; por
exemplo, talas para desvio ulnar podem ser utilizadas por clientes com artrite
reumatoide (WILLARD; SPACKMAN’S, 2009).

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Patologias comumente indicadas para a ortetização são:
- Hipertonia ou hipotonia muscular por sequelas de doenças neurológicas centrais, como
AVC, TCE e PC, entre outras;
- Lesões ligamentares e/ou tendinosas, como tenossinovites e lesão do ligamento cruzado
anterior do joelho, dentre outras;
- Doenças neuropáticas periféricas, como síndrome do túnel do carpo;
- Doenças reumatológicas, como artrite, artrose e rizartrose, hálux valgo (joanete), dentre
outras.
A terapia ocupacional, assim como o fisioterapeuta, são os profissionais responsáveis
pela confecção das órteses de membros superiores. De acordo com a Resolução do COFFITO
nº 458, de 20 de novembro de 2015, Art. 5º, parágrafo d, poder-se-á prescrever, desenvolver e
confeccionar órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, visando a maximizar o processo
de recuperação do paciente, minimizar sequelas e prevenir deformidades. As órteses de membros
superiores são confeccionadas de forma personalizada e sob medida no membro do paciente.
Podem ser usados vários materiais para a sua confecção, como: o termomoldável, sendo os mais
conhecidos o Neoprene, velcro japão ou tipo FOAM; cano de PVC; alumínio; EVA.
No mercado convencional, encontramos as órteses pré-fabricadas, as quais não
acompanham as curvas dos arcos da mão e tampouco seguem as medidas de cada sujeito. Em
casos de pacientes neurológicos, essas órteses não fazem o bloqueio de movimento necessário
para que possam neutralizar o tônus e ajustar a Amplitude de Movimento (ADM). Isso também
se indica em órteses para MMII pré-fabricadas. Quando pensamos em pacientes traumatológicos
pós-fratura ou processo cirúrgico, o uso de uma órtese pré-fabricada pode danificar o processo
cicatricial e causar danos irreversíveis de funcionalidade. Por isso, nesses casos, o indicado é que
o equipamento seja confeccionado não somente pelo terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta,
mas também pelo especialista em terapia de mão.

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Quando indicar a órtese? A indicação sempre se dará quando houver alteração no


posicionamento do arco funcional da mão.

a b
Figura 1 - (a) Os arcos da mão; (b) Arco funcional da mão. Fonte: A autora.

As órteses de membros superiores podem ser estáticas de posicionamento, estáticas de


funcionalidade ou órteses dinâmicas funcionais. Sempre que posicionarmos uma órtese de função,
devemos considerar os movimentos do polegar visto que ele é a articulação correspondente à
possibilidade de garra funcional nos seres humanos. A oposição do primeiro dedo aos demais

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dedos facilitará o desenvolvimento funcional e autônomo do movimento necessário para ganchos
e pinças.

Figura 2 - Movimentos do polegar. Fonte: Silo.tips (2021).

As órteses de Neoprene são muito utilizadas para pacientes de traumato-ortopedia, bem


como para pacientes neurológicos com lesões paréticas. Elas possuem o objetivo principal de agir
de forma cinestésica para correção do posicionamento inadequado causado por espasticidade e,
assim, facilitar a intervenção terapêutica ocupacional em casos de negligência de hemicorpo.
Por vezes, deparamo-nos com processos clínicos sem a intervenção da terapia ocupacional
nas prescrições de órteses de MMII; contudo, a interação do atendimento em parceria com a
fisioterapia aprimora a análise da boa prescrição do equipamento. O uso das órteses de MMII
durante o desenvolvimento das AVD’s (incluindo a marcha, deambulação em escadas, entre outras)
contribui para melhorar o desenvolvimento de tais tarefas. Dessa forma, a interdisciplinaridade
apresenta-se, mais uma vez, como imprescindível para a boa qualidade do atendimento.

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Ferrigno (2007) relata que o tempo e a forma de uso serão variados de acordo com o
diagnóstico, evolução e objetivos do tratamento, assim como a tolerância do paciente. É dever
do terapeuta orientar o paciente quanto aos cuidados e uso do equipamento, períodos de
movimentação ativa e/ou uso espontâneo da mão, pois os efeitos da imobilização poderão ser
nocivos aos tecidos e causar deformidades e alterações do tônus. Quando a utilização da órtese
for de longo prazo, a sua manutenção e o controle terapêutico serão de total responsabilidade do
terapeuta.
As órteses são disponibilizadas pelo SUS, como podemos observar na cartilha do CAT,
disponibilizada pelo Ministério Público.
Os equipamentos mais disponibilizados são as órteses de posicionamento para os Membros
Inferiores (MMII) e Superiores (MMSS), assim como próteses para MMII. O AFO (também
conhecido na comunidade técnica como goteira ou botinha pelos usuários) é o mais dispensado,
seguido do abdutor de polegar (que não consta da tabela SUS sob essa designação). Importante
informar que as órteses de MMSS estão descritas na tabela SUS somente em dois nomes. As
demais órteses não constam da tabela e, devido a essa falta de atualização da tabela, assegura-se
aos centros de dispensação a possibilidade de entrega de outros modelos pelo faturamento dos
disponíveis na tabela.
Seguem os modelos e imagens das órteses e suas indicações.

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1.1 Órteses para Membros Inferiores
1. FO - foot orthosis - Órtese de pé: prescrita para estabilidade da articulação do tornozelo,
bloqueando os movimentos de inversão e eversão.
2. AFO - Ankle foot orthosis - Órtese de tornozelo e pé: mantém a estabilidade de
tornozelo, bloqueando os movimentos de inversão, eversão e plantiflexão.
3. AO - Ankle orthosis - Órtese de tornozelo: bloqueia a inversão e eversão.
4. KO - Knee orthosis - Órtese de joelho: bloqueia a flexão de joelho.
5. KAFO - Knee Ankle foot orthosis - Órtese de joelho, tornozelo e pé: bloqueia a flexão
de joelho, inversão, eversão e plantiflexão.
6. HO - Hip Orthosis - Órtese de quadril.
7. HKAFO - Hip Knee Ankle Foot Orthosis - Órtese de quadril, joelho, tornozelo e pé:
bloqueia a flexão de quadril e joelho, inversão, eversão e plantiflexão.
8. THKAFO - Thunk hip knee ankle foot orthosis – Órtese de tronco, quadril, joelho,
tornozelo e pé: mantém a estabilidade de tronco, bloqueia flexão de quadril e joelho,
inversão, eversão e plantiflexão.

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Figura 3 - (a) AO; (b) AFO rígida e articulada; (c) KO; (d) KAFO; (e) HKAFO; (f) THKAFO. Fonte: Hidrolight
(2021), Orth Campus (2021), Medical Expo (2021), Orto-San (2021), Picuki (2021) e Ortopédica Curitiba (2021).

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1.2 Órteses para Membros Superiores


1. HO - Hand orthosis - Órtese de mão.
2. WO - Wrist orthosis - Órtese de punho.
3. WHO - Wrist Hand Orthosis - Órtese de punho e mão.
4. EO - Elbow Orthosis - Órtese de cotovelo.
5. EWHO - Elbow Wrist Hand Orthosis - Órtese de cotovelo, punho e mão.
6. SO - Shoulder Orthosis - Órtese de ombro.

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Figura 4 - WHO - órtese de mão e punho, popularmente conhecida como órtese noturna. Fonte: A autora.

Figura 5 - WO - órtese de punho, modelo comumente chamado de cockup. Fonte: A autora.

Figura 6 - HO - órtese de mão para rizartrose. Fonte: Fisiostore (2021).

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Figura 7 - EO - órtese de cotovelo articulada, com controle seriado do ângulo de amplitude de movimento. Fonte:
Fisiostore (2021).

Figura 8 - EWHO - órtese de mão, punho e cotovelo. Fonte: A autora.

Figura 9 - Órtese de ombro. Fonte: Magazine Luíza (2021).

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As ortéses para a coluna vertebral são muito específicas e necessitam de um cuidado maior
visto que interferem no posicionamento da coluna vertebral e todas as suas particularidades de
funcionalidade estrutural do funcionamento motor. Dessa forma, a prescrição deverá ser realizada
somente pelo médico ortopedista, devendo o terapeuta ocupacional e o fisioterapeuta somente
solicitar e indicar o modelo desejado ao paciente para que seja avaliada e prescrita corretamente a
confecção. Esta se dará após a análise de exames de imagem pelo médico ortopedista responsável
para, daí, serem realizados o molde e a confecção pelo técnico ortesista.

1.3 Classificação das Órteses para a Coluna Vertebral


1. HCO - Head Cervical Orthosis - contato com a cabeça e região cervical.
2. CO - Cervical Orthosis - contato com a região cervical.
3. HCTO - Head Cervical Thoracic Orthosis - contato com a cabeça, região cervical e
torácica.
4. CTO - Cervical Thoracic Orthosis - contato com a região cervical e torácica.
5. CTLO - Cervical Thoracic Lumbar Orthosis - contato com a região cervical, torácica e

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lombar.
6. CTLSO - Cervical Thoracic Lumbar Sacral Orthosis - contato com a região cervical,
torácica, lombar e sacra.
7. TO - Thoracic Orthoses - contato com a região torácica.
8. TLO - Thoracic Lumbar Orthoses - contato com a região torácica e lombar.
9. TLSO - Thoracic Lumbar Sacral Orthoses - contato com a região torácica, lombar e
sacra.
10. LSO - Lumbar Sacral Orthoses - contato com a região lombar e sacra.
11. HCTLSO - Head Cervical Thoracic Lumbar Sacral Orthoses – contato com a cabeça e
região cervical, torácica, lombar e sacra.
12. SIO - Sacroiliac Orthoses - contato com a região sacra e ilíaca.

Figura 10 - HCO. Fonte: Shopping Ortopédico (2021).

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Figura 11 - (a) CO; (b) HCTO; (c) CTO. Fonte: Fisiostore (2021).

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Figura 12 - (a) CTLSO; (b) TO. Fonte: Fisiostore (2021).

Figura 13 - (a) TLSO; (b) LSO; (c) SO. Fonte: Fisiostore (2021).

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2. PRÓTESES

A prótese é um aparelho que visa a substituir parte do corpo humano, podendo executar
funções da região do corpo afetada. Nos casos de próteses ortopédicas, o objetivo é executar os
movimentos de forma igual ou semelhante à do membro amputado. Os implantes dentários, em
que o dente natural é substituído por um artificial, são um tipo de prótese. As próteses podem
ser: de uso interno, para substituição de uma parte do segmento, como as próteses de encaixe de
quadril, joelho e coluna; e de uso externo, para substituição de um segmento todo, como próteses
de perna e braço.
A amputação ortopédica poderá ocorrer por patologias neuropáticas (diabetes,
toxicidade...), traumáticas e por osteossarcoma (CA) e congênitas. Os nascidos com deficiência
congênita apresentam um poder de resiliência superior para o desenvolvimento sensório-motor
e reconhecimento de autoimagem em relação aos que sofrem no decorrer do desenvolvimento da
vida, os quais se deparam com a necessidade de ajustes ao seu novo esquema corporal.
A intervenção clínica no processo de protetização pela terapia ocupacional se dá através
do preparo pré-protético, com estímulo sensorial para reconhecimento do novo esquema corporal
e dessensibilização de coto para uso da prótese e treinamento protético.

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A sensação de membro fantasma se caracteriza pela sensibilidade de dor e tato, do
reconhecimento da região do membro amputado. Essa sensação é comum e, com o decorrer
do processo terapêutico da protetização, essa sensibilidade vai diminuindo até cessar totalmente
ou aprender a conviver com o membro fantasma. Segundo Pedretti e Early (2004), a sensação é
indolor e, normalmente, não interfere na reabilitação protética.
A terapia ocupacional também deve participar da orientação quanto ao uso de
enfaixamento elástico para a manutenção do coto para que evite a deformidade e pontos de
pressão que possam causar rejeição do uso da prótese e/ou lesões durante o seu uso.
As próteses são confeccionadas por técnicos protesistas, com formação de ensino de nível
médio. Isso implica que terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas também possam confeccionar
as próteses; basta ter a formação técnica para tal função.
As próteses também são destinadas pelo SUS através dos Centros Especializados em
Reabilitação (CER). O sistema do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) também está
apto a fornecer os equipamentos de tecnologia assistiva quando necessário.
As próteses mais comumente entregues são as transtibiais. Seguem os modelos e imagens
das próteses de membros inferiores.
As próteses para amputação do membro inferior podem ser classificadas quanto ao tipo
de estrutura, nível de amputação, tipo de encaixe e de mecanismos protéticos.

2.1 De Estrutura
Exoesquelética -  revestimento e resistência da prótese, assegurados por uma estrutura
exterior laminada em resina, com um pigmento da cor da pele, que confere também o acabamento
cosmético.
Endoesquelética - a resistência da prótese é assegurada por uma estrutura interior tubular
em diferentes materiais, ajustados ao peso e atividade do amputado. A cosmética é assegurada
por um revestimento de espuma.

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2.2 Nível de Amputação


• Parcial dos dedos
• Lisfranc (secção da articulação tarso-metatarsiana)
• Chopart (médio-társica)
• Pirogoff (desarticulação do tornozelo)
• Syme (secção na porção distal da tíbia e do perônio, 5 cm acima da articulação do
tornozelo)
• Transtibial (1/3 inferior, 1/3 médio ou 1/3 superior, dependendo da zona da tíbia que é
conservada)
• Desarticulação do joelho
• Transfemural (1/3 inferior, 1/3 médio ou 1/3 superior, dependendo da zona do fêmur que
é conservada)

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• Desarticulação da anca (hemipelvectomia)

2.3 Encaixes-Tipo
• CAT/CAM - encaixe para amputação transfemural de contenção isquiática e contacto
total, que tem como principais vantagens ajudar a evitar o edema, melhorar a circulação
venosa e fornecer uma melhor perceção sensitiva.  
• Quadrilátero - encaixe para amputação transfemural de forma retangular na sua parte
proximal, sendo esta a mais importante para a distribuição das forças dentro do encaixe. 
• PTB - encaixe para amputação transtibial, de apoio no tendão rotuliano, que, em conjunto
com o cavado poplíteo, é utilizado para suportar o peso do corpo. 
• TSB - encaixe para amputação transtibial de contacto total, havendo, no entanto, um
mínimo de pressão aplicada ao membro residual.
• Modelos híbridos - combinação de dois tipos diferentes de encaixe.

2.4 Pés-Tipo
• Fixo - pé protético mais simples. Possui um calcanhar com diferentes graus de
compressibilidade (macia, média e dura). Tem como vantagens não possuir partes
articuladas e requerer pouca manutenção.
• Multiaxial - o seu movimento é o resultado produzido pela elasticidade dos diversos
componentes. Tem como vantagem absorver os movimentos de rotação criados durante
a marcha, reduzindo os efeitos de torsão do encaixe sobre o coto. 
• Articulado - tem uma articulação monocêntrica, que permite algum movimento na flexão
dorsal e plantar, resultado da compressão dos materiais que constituem a articulação. A
sua vantagem é o movimento na flexão dorsal e plantar.

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• Acumulador de energia - armazena energia para, depois, libertá-la durante a marcha.


Absorve o impulso do tacão quando ele contacta com o solo, reduzindo de forma
significativa a pressão no membro residual. Possui como vantagem uma marcha mais
natural e com menor dispêndio de energia.

2.5 Joelhos-Tipo

• Monoaxial - articulação do joelho em volta de um só eixo.


• Multiaxial - articulação em volta de mais do que um eixo.
Seguem exemplos dos tipos de próteses mais comumente dispensadas.

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Figura 14 - Parcial dos dedos. Fonte: Ortopedia Gonzalez (2021).

a b c
Figura 15 - (a) Chopart; (b) Transtibial; (c) Transfemural. Fonte: AACD (2021).

As próteses de membros superiores têm a mesma classificação quanto à estrutura,


mudando nos aspectos funcionais em virtude da maior mobilidade dos membros superiores,
principalmente mão e dedos. Devido a essa particularidade, a intervenção da terapia ocupacional
torna-se mais evidente visto que o treino de mobilidade funcional para a execução de suas
Atividades Diárias é essencial nesse tipo de protetização. Além da dessensibilização e do uso da
faixa elástica, há o reconhecimento do esquema corporal com o novo peso corporal do uso do
equipamento. Pode-se orientar quanto ao manejo do equipamento e adaptar recursos durante o
processo de treinamento até o total manejo da prótese.

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Na protetização de equipamentos com a tecnologia mioelétrica, a terapia ocupacional atua


diretamente no reconhecimento do grupo muscular que exercerá as funções da região do membro
amputado, fazendo o treino e reforço dessa região para o manejo adequado da prótese.

Seguem os tipos de próteses e modelos conforme os níveis de amputação.

2.6 Funcionais
Mecânicas - a função é assegurada por um mecanismo de tração, associado a cabos e
tirantes, que são acionados por movimento do corpo.
Elétricas - a função é assegurada por um mecanismo elétrico, constituído por eletrodos
(que captam sinal muscular), cabos e baterias (que asseguram a transmissão desse sinal) e a
movimentação da mão ou gancho elétrico.
Híbridas - a função é assegurada por uma combinação de sistema mecânico e elétrico.
Biônicas - a função é semelhante à de uma prótese elétrica, sendo a mão multiarticulada,
isto é, há articulação individual de todos os dedos.

2.7 Cosméticas

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Revestimento em silicone
Revestimento em PVC

2.8 Para Amputação


• Parcial dos dedos
• Parcial da mão
• Transcárpica
• Desarticulação do punho
• Transradial
• Desarticulação do cotovelo
• Transumeral
• Desarticulação do ombro
• Seguem modelos.

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Figura 16 - Transradial. Fonte: Lis Médica (2021).

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Figura 17 - Transumeral. Fonte: Centro Ortopédico (2021).

Figura 18 - Parcial dos dedos. Fonte: Ortopedia Gonzalez (2021).

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Figura 19 - Desarticulação de punho ou transradial. Fonte: OrtoLife (2021).

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Figura 20 - Transradial mioelétrica. Fonte: Alagoas 24 horas (2021).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Figura 21 - Desarticulação de ombro. Fonte: Loja Ortolab (2021).

As próteses funcionais mecânicas são ativadas por tirantes, fazendo uso da extensão e
flexão do restante do segmento remanescente. Por exemplo, a extensão do ombro realizará o
fechamento da mão, e a flexão daquele causará a abertura desta. Próteses funcionais elétricas são
ativadas por eletrodos posicionados nos pontos musculares que corresponderão aos movimentos
de abertura e fechamento da mão e dedos, como pelo grupo muscular que realiza o desvio radial e
ulnar do punho. Quando mover para o desvio radial, realizar-se-á a abertura da mão e, ao realizar
o desvio ulnar, acontecerá o fechamento da mão. O treino para o controle dos movimentos, tanto
da prótese mecânica quanto da elétrica, trará o controle para a execução correta dos movimentos
e sustentação do mesmo toda vez que houver necessidade funcional.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, estudamos sobre as órteses e próteses, seus tipos e aplicabilidades. As


órteses de membro superior são prescritas por médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais,
contudo, são confeccionadas somente por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Os recursos
utilizados são diversos, sendo mais comuns os de termomoldável e neoprene. Por sua vez, as
órteses de membros inferiores são confeccionadas por técnicos a nível de ensino médio, o que
não impossibilita sua confecção por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.
As próteses são prescritas por médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Sua
confecção se dá a nível técnico de ensino médio. O processo terapêutico, por sua vez, se dá na
diferenciação da terapia ocupacional da intervenção da fisioterapia, através do grau de dependência
no processo de uso do equipamento. Assim, após avaliação, os profissionais conseguirão definir
os papéis dos terapeutas no contexto da reabilitação.

ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA | UNIDADE 2

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVDS)


E CONTROLE DE AMBIENTE
PROFA. PATRÍCIA SOUZA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................36
1. ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVDS).....................................................................................................................37
2. SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE.............................................................................................................45
2.1 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS....................................................................................................................46
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 51

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O uso dos recursos de TA para ganho de autonomia transcende os processos de


posicionamento e comunicação, sendo fundamentais e originários nos processos de autonomia e
independência na rotina diária de cada tarefa executada, seja na alimentação seja na higienização.
Todos os recursos dirigidos que abordam os aspectos de ganho funcional no desenvolvimento das
atividades de vida diária ganham uma roupagem caraterística para o desempenho funcional de
cada pessoa com deficiência. Deve-se avaliar sempre a individualidade da prescrição do recurso
a ser mais bem utilizado.
Os recursos vão além de materiais como escovas, pratos e roupas: estendem-se também ao
ambiente onde tais tarefas são executadas. Deve-se observar o quão um ambiente está adequado
para receber uma pessoa com deficiência. Esse ambiente precisa se adequar não somente aos
quesitos de espaço, mas também ao mobiliário disponível para o uso das pessoas com deficiência.
Nesta unidade, vamos abordar essas questões e como a Terapia Ocupacional intervém
juntamente à equipe multidisciplinar.

ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA | UNIDADE 3

WWW.UNINGA.BR 36
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVDs)


As AVDs são a representatividade da autonomia e independência da pessoa com
deficiência, que poderá desenvolver a condição funcional necessária, sem (ou com pouca)
intervenção de terceiros.
As AVDs são o embasamento de todo o processo da terapia ocupacional. A Resolução
COFFITO 316/2006 regulamenta a prática da Terapia Ocupacional no ato de exercer a reabilitação
do sujeito quanto aos aspectos de sua rotina diária e especifica a exclusividade da ação do
terapeuta ocupacional em avaliar as habilidades funcionais do indivíduo, elaborar a programação
terapêutico-ocupacional e executar o treinamento das funções para o desenvolvimento das
capacidades de desempenho das AVDs e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) para
as áreas comprometidas no desempenho ocupacional, motor, sensorial, percepto-cognitivo,
mental, emocional, comportamental, funcional, cultural, social e econômico de pacientes.
Considerando tal exclusividade, devemos nos apropriar e demandar quanto aos aspectos
de avaliação, elaboração e prescrição de cada componente de tecnologia assistiva prescrito dentro
do complexo da multidisciplinaridade. A cada equipamento avaliado para ser indicado a uma
pessoa com deficiência, o olhar da terapia ocupacional fará o diferencial para o uso adequado e

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melhor aceitação do componente pelo paciente. Veremos aqui alguns recursos que podem ilustrar
a variedade de possibilidades de materiais, tanto de baixo como de alto custo.
O uso de termoplásticos facilita e abre uma extensão de possibilidades para a intervenção
clínica dentro das possibilidades de criação e elaboração. O fato de serem um material muito
maleável torna fácil o seu manejo - o que lhes confere uma melhor qualidade se comparados
aos materiais de baixo custo (que facilitam a rapidez da abordagem de elaboração, mas que,
esteticamente, deixam a desejar, o que acaba afastando muitas vezes o uso do equipamento pelo
paciente). A impressão 3D vem como a grande promessa para o uso nesses recursos: além de
manter a característica da individualidade do paciente, colabora esteticamente para a adesão ao
uso do equipamento.
Aqui, serão apresentados os recursos para alimentação, vestuário e higiene visto que a
mobilidade ganhou capítulo próprio. Os recursos de alimentação são, por muitas vezes, avaliados
com a participação da Fonoaudiologia em virtude de padrões reflexos ou disfagia (déficit em
deglutição). Esses recursos compreendem talheres, pratos, panelas, antiderrapantes, copos,
dentre outros utensílios. Alguns exemplos são: talher engrossado, usando alça de fixação, ou
não, para facilitar preensão; talher angulado para contribuir no manejo do movimento mão-
boca; copo recortado para auxiliar na medida com vistas a evitar crise disfágica e/ou controle de
hipersensibilidade ao toque, causando opistótono.

Opistótono: movimento involuntário que causa hiperextensão da cervical,


prejudicando a deglutição, causado por arco reflexo secundário a doenças
neurológicas centrais.
Disfagia: déficit no processo de deglutição, causado por hipotonia muscular
oriunda de doenças degenerativas, AVC, dentre outras doenças neurológicas
centrais e câncer de cabeça e pescoço.

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Os pratos com borda/apoio lateral proporcionam melhor controle do alimento,


conseguindo-se dosar e manter o alimento no talher. As alças das panelas podem ser indicadas
com o uso de baquelite para prevenir queimaduras, pela perda ou déficit sensorial tátil.

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Figura 1 - Porta-canudo. Fonte: A autora.

Figura 2 - Copo recortado, com alça. Fonte: A autora.

Figura 3 - Faca angulada. Fonte: Todos por Ela (2021).

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Figura 4 - Faca balanço. Fonte: Todos por Ela (2021).

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a b c
Figura 5 - Substituições de preensão em materiais variados: (a) em material de 3D; (b) termomoldável; (c) cadarço.
Fonte: Tetraplégicos (2014) e MN Suprimentos (2021).

Figura 6 - Talher engrossado com termomoldável, emborrachado e angulado. Fonte: A autora.

Figura 7 - Adaptações em termomoldável. Fonte: A autora.

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Figura 8 - Prato com borda removível de plástico, acrílico e prato com borda fixa. Fonte: BioFacilita (2021).

Quanto aos recursos para higiene, eles compreendem as cadeiras de banho (que estão
descritas na unidade sobre mobilidade), equipamentos para segurança no banheiro, incluindo
barras de apoio (que devem seguir os padrões de medida da ABNT e que estarão descritas
na unidade sobre controle de ambiente), e demais utensílios que auxiliam na autonomia do
desempenho de tarefas.
Escova de dente engrossada e/ou angulada deve seguir o mesmo raciocínio dos talheres, ou
seja, deverá ser avaliada, incluindo os controles sensoriais de cada pessoa, pois a hipersensibilidade
pode gerar outros movimentos indesejados para a execução adequada do movimento. Cite-se o

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fio dental, com uso de acessórios vendidos em lojas de materiais odontológicos. Há as escovas
de banho prolongadas ou com suporte para sabonete líquido, luvas de banho e ducha higiênica
(“chuveirinho”) para higienização após a evacuação. Ainda existem as possibilidades infinitas de
potes de xampus e sabonetes no mercado, que podem contribuir para o manejo mais autônomo
pelo usuário.

Figura 9 - Cadeira de banho. Fonte: DellaMED (2021).

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Figura 10 - Barra de apoio. Fonte: Magazine Luíza (2021).

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Figura 11 - Facilitadores de preensão em termomoldável e arame inoxidável e substituidor de preensão. Fonte:
Expansão (2021).

Figura 12 - Adaptador de fio dental. Fonte: Amazon (2021).

Figura 13 - Escova de banho, de borracha, elétrica e com cabo alongado. Fonte: AliExpress (2021).

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Figura 14 - Escovas importadas. Fonte: PratiFlex (2021).

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Figura 15 - Luvas de banho. Fonte: AliExpress (2021).

Figura 16 - Saboneteira escova. Fonte: AliExpress (2021).

Figura 17 - Cabo extensor para pente importado. Fonte: MN Suprimentos (2021).

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Figura 18 - Ducha higiênica. Fonte: Casa Fix (2021).

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Figura 19 - Saboneteiras de parede, de mesa e com sensor. Fonte: Leroy Merlin (2021).

Quanto ao vestuário, além das técnicas de manejo motor (orientadas para a realização da
troca de vestuário), também existem recursos que auxiliam no desempenho dessas tarefas, tais
como:

Figura 20 - Suporte para colocação de meias. Fonte: Loja da TO (2021).

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Figura 21 - Suporte para colocação de meia-calça e calças leves. Fonte: MN Suprimentos (2021).

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Figura 22 - Gancho para vestuário. Fonte: TO Assistiva (2021).

Figura 23 - Calçadeira com apoio. Fonte: AliExpress (2021).


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Figura 24 - Calçadeira de cabo longo. Fonte: Artrite Reumatoide (2021).

2. SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE

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Além de todo o conteúdo que já vimos sobre materiais, equipamentos e recursos
terapêuticos, a terapia ocupacional também avalia o ambiente em que o sujeito se encontra, seja
quanto ao tipo de piso, tamanho do local, disponibilidade de acessos ou comandos de controle de
iluminação, de som e visual. Este tópico visa a apresentar essas possibilidades de acesso inclusivo,
considerando as normas da ABNT que regulamentam e dão todo o embasamento para o processo
avaliativo e para a prescrição correta.
Teixeira et al. (2003) caracterizam a atuação da Terapia Ocupacional, em primeiro lugar,
por proporcionar ao indivíduo, de acordo com suas necessidades, potencialidades e possibilidades
socioeconômicas, o maior grau de independência possível, lançando mão de recursos como
adaptações e manobras, que, por facilitarem o potencial remanescente, propiciam o processo
de independência. Uma abordagem utilizada para que isso ocorra é a indicação de adaptações
ambientais e domésticas.
No Brasil, temos como normatização a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
que, por meio da NBR 9050, fixou padrões e critérios a serem considerados ao se planejar um
ambiente para propiciar às pessoas com deficiência condições de acessibilidade, definindo as
normas de acessibilidade a construções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Segundo a
referida Norma, promover acessibilidade significa remover barreiras arquitetônicas, urbanísticas
ou ambientais que impeçam a aproximação, transferência ou circulação. A NBR 9050 foi concebida
pelo Comitê Brasileiro 40 da ABNT, CB-40, que trata da acessibilidade espacial. Ela serve para
que arquitetos e engenheiros do ambiente possam conceber ambientes acessíveis no Brasil. Por se
tratar de uma norma que pretende assegurar qualidade ao meio construído em todo o território
nacional, é notório o seu alcance e importância social.

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Dentro da NBR, encontramos alguns conceitos que facilitam o processo de avaliação


padronizada diante da equipe multidisciplinar que irá acompanhar as adaptações. Vejamos
alguns desses conceitos:

➢ Acessível: espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,


informação e comunicação, inclusive seus sistemas, tecnologias ou elemento que possa
ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa.
➢ Adaptável: espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas
características possam ser alteradas para que se torne acessível.
➢ Adaptado: espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas
características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis.
➢ Adequado: espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas
características foram originalmente planejadas para serem acessíveis.
➢ Ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade relacionada à atividade
e à participação da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, visando à sua

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autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Esse termo também pode
ser denominado “tecnologia assistiva”.
➢ Área de transferência: espaço livre de obstáculos, correspondente, no mínimo, a um
módulo de referência, a ser utilizado para transferência por pessoa com deficiência ou
mobilidade reduzida, observando as áreas de circulação e manobra.
➢ Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem
utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico,
incluindo os recursos de tecnologia assistiva.
➢ Rampa: inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento, com
declividade igual ou superior a 5%.
Acompanhar se o ambiente está adequado, adaptado ou adaptável é o papel da terapia
ocupacional. O poder de orientar a equipe ou a família da pessoa com deficiência para que o
ambiente esteja de acordo com o desejado para o uso e manejo pela pessoa com deficiência
oportunizará o processo de autonomia e independência dessa pessoa. Esse olhar vai desde o piso
e alcance de tomadas até espaço de mobilidade. Para isso, seguimos padrões de medidas para
guiar o processo avaliativo.

2.1 Parâmetros Antropométricos


O que é antropometria? De acordo com o dicionário, é uma parte da antropologia que trata
da mensuração do corpo humano ou de suas partes; somatometria; registro das particularidades
físicas dos indivíduos.
Assim, para poder realizar uma avaliação precisa de um ambiente, devemos seguir alguns
padrões de antropometria para poder avaliar o espaço adequado em que o sujeito irá conviver e
se estabilizar. A seguir, seguem as dimensões necessárias para cada situação ambiental.

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- Dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé:

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Figura 25 - Pessoas em cadeira de rodas. Fonte: ABNT (2015).

Figura 26 - Área de circulação e manobra. Fonte: ABNT (2015).

As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são: para
rotação de 90° = 1,20 m × 1,20 m; para rotação de 180° = 1,50 m × 1,20 m; para rotação de 360°
= círculo com diâmetro de 1,50 m.

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Figura 27 - Altura recomendada para controles e comandos. Fonte: ABNT (2015).

Figura 28 - Pisos e edificações. Fonte: ABNT (2015).

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Figura 29 - Pisos. Fonte: ABNT (2015).

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Figura 30 - Dimensões. Fonte: ABNT (2015).

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- Sanitários: os banheiros devem estar com dimensões mínimas de 1,50m por 1,70m.
As bacias sanitárias devem ser elevadas. Áreas de transferências e barras de apoio devem estar
posicionadas de lados diferentes e respeitando uma área de transferência mínima de 0,80 por
1,20.

Figura 31 - Banheiros. Fonte: ABNT (2015).

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- Mobiliário: mobiliários com altura entre 0,60 m e 2,10 m do piso podem representar
riscos para pessoas com deficiências visuais, sobretudo caso tenham saliências com mais de 0,10
m de profundidade. Quando da impossibilidade de um mobiliário ser instalado fora da rota
acessível, ele deve ser projetado com diferença mínima em valor de refexão da luz (LRV) de 30
pontos em relação ao plano de fundo, conforme definido em 5.2.9.1.1, ser detectável com bengala
longa ou atender ao descrito em 5.4.6.3.

Figura 32 - Mobiliário. Fonte: ABNT (2015).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, estudamos sobre as indicações possíveis de recursos que possibilitam


as atividades de vida diária das pessoas com deficiência. Possibilita-se a utilização de forma
generalista ou personalizada conforme as demandas de déficits físicos e/ou sensoriais dos
usuários. Isso pode, juntamente à equipe multidisciplinar, contribuir à avaliação e prescrição do
ambiente adequado para a realidade de cada indivíduo.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVDS)


E CONTROLE DE AMBIENTE
PROFA. PATRÍCIA SOUZA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................53
1. MOBILIDADE.............................................................................................................................................................54
2. ADEQUAÇÃO POSTURAL.........................................................................................................................................59
3. CURVATURAS ANATÔMICAS..................................................................................................................................60
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................68

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INTRODUÇÃO
A capacidade funcional da pessoa com deficiência é que irá caracterizar o grau de
necessidade de um aparelho para auxílio de mobilidade funcional. Fala-se da potencialidade para
poder manter-se em pé, realizar marcha com pouco ou muito apoio ou a total dependência para
o desenvolvimento de marcha, de forma temporária, para grandes percursos ou permanente.
Essa capacidade de mobilidade, seja reduzida seja total, será avaliada pela equipe de
reabilitação, que irá prescrever o modelo de equipamento mais indicado. Deve-se sempre
observar se o quadro é temporário ou permanente. Em sendo temporário, dever-se-á avaliar se
o paciente está em processo de reabilitação para ganho funcional para, assim, poder indicar, ou
não, o equipamento.
Em caso de cadeira de rodas, é importante ela estar adequada, dentro dos padrões
anatômicos do paciente. É muito comum que pacientes com lesões severas apresentem
deformidades instaladas por péssimo posicionamento, seja pelo fato de a cadeira não ser
prescrita no modelo adequado, seja por se manterem muito tempo no leito. Nessas situações
de deformidades, faz-se necessário avaliação do serviço de Terapia Ocupacional para realizar a

ÓRTESES E TECNOLOGIA ASSISTIVA | UNIDADE 4


adequação postural personalizada.
Apresentar uma estrutura de assento e encosto que propicie estabilidade e conforto
contribui para ter um bom desempenho funcional, avaliando suas medidas, peso, flexibilidade
ou suas alterações músculo-esqueléticas preexistentes.
O uso de almofadas no leito ou estabilizadores ortostáticos também é considerado recurso
de TA.
Importante enfatizar que a avaliação postural, quando realizada precocemente, auxilia na
prevenção de deformidades estruturais.
A prescrição de cadeiras de rodas motorizadas, ou as scooters, deve ser enquadrada no
processo avaliativo complexo, não somente considerando as medidas e estruturas físicas da
pessoa, mas também a sua capacidade intelectual, sua acuidade visual e auditiva e seu potencial
de coordenação motora para o desempenho da função de manejar o equipamento com total
precisão e segurança.
Para a prescrição de equipamentos de mobilidade, deve-se também avaliar a condição de
moradia, incluindo não somente a casa, mas também a rua, bairro e meios de transporte coletivos
e privados. Por muitas vezes, podemos nos deparar com uma barreira arquitetônica que impede
o manejo eficiente do recurso, sendo assim, desfavorável àquela pessoa e devendo ser reavaliada
a logística para um melhor aproveitamento da TA.
A mobilidade funcional da pessoa com deficiência pode ser auxiliada por bengalas,
muletas, andadores, carrinhos, cadeira de rodas (manual ou elétrica), scooters ou outros veículos
adequados e elevadores para cadeiras de rodas.
Muitos desses recursos de mobilidade estão disponíveis na tabela SUS através dos Centros
Especializados em Reabilitação (CER), a que o usuário tem acesso após prescrição realizada por
um médico, terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta credenciado pelo SUS, realizando o registro
da prescrição juntamente à Secretaria de Saúde do município.

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1. MOBILIDADE

A mobilidade visa a possibilitar a habilidade física/motora de realizar movimentos que


permitam autonomia e independência em suas atividades diárias. Para tanto, a tecnologia assistiva
apresenta possibilidades diversas de cadeiras de rodas, desde as mais simples às mais complexas,
como as motorizadas. Ainda existem as variedades de andadores, muletas e bengalas, que são
chamadas de baixa mobilidade ou mobilidade reduzida.
A baixa mobilidade se caracteriza por marcha funcional, mas com necessidade de apoio
e/ou segurança. Já os casos de perda de mobilidade caracterizam-se por pacientes com lesões de
perda de função motora ativa funcional.
Vejamos alguns desses recursos de baixa mobilidade, como bengalas, muletas e andadores.
Eles têm como finalidade dar apoio a um movimento discinético, com força muscular baixa ou
ausência de um membro. A prescrição se dará após se avaliar o quadro motor, incluindo base de
equilíbrio, força e mobilidade em MMSS.
• Quanto às bengalas, podemos encontrá-las em três tipos de apoios:
• A tradicional, a qual tem o apoio da mão em forma de “U” ou de gancho.

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• Em formato T, que tem o apoio da mão em um formato que se assemelha a um “T”,
oferecendo mais sustentação e dificultando que a mão escorregue.
• Bengalas dobráveis ou articuladas.
• Com base alargada, que possui vários apoios nos pés, conhecidas como quatro apoios.

Figura 1 - Bengala em “U”, bengala TIPO “T”, bengala dobrável e bengala com base alargada. Fonte: FisioFernandes
(2021).

As muletas são facilmente encontradas em dois tipos:


• Axilares, que compreendem o apoio nas axilas, dando maior sustentação e equilíbrio ao
usuário.
• Canadenses, com apoio no antebraço e mão, podendo possuir uma alça de apoio para
deixar a mão livre, em descanso da muleta.

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Figura 2 - (a) Muleta canadense; (b) Muleta axilar. Fonte: Jaguaribe (2021).

Andadores, por sua vez, também possuem variabilidade de formatos e funções:


- Andador frontal sem rodas;

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- Andador frontal com rodas dianteiras;
- Andador posterior com rodas;
- Andador posterior com adaptação (tipo Pacer).

Figura 3 - (a) Andador comum; (b) Andador frontal com rodas dianteiras; (c) Andador posterior; (d) Andador
posterior com adaptação. Fonte: Kapra (2021).

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As cadeiras de rodas são indicadas para pessoas com baixa mobilidade ou com perda
funcional de marcha. Após a avaliação motora, indica-se o modelo adequado para cada situação.
Lesões de perda de funcionalidade baixa receberão um tipo de equipamento mais simples e
funcional, buscando o máximo de conforto e autonomia do sujeito. Já as lesões de alta perda de
funcionalidade receberão um modelo também priorizando o conforto, contudo, sem o objetivo
principal de autonomia e, sim, de manutenção para prevenção de deformidades estruturais da
coluna e articulações. Seguem alguns modelos de cadeiras mais comumente prescritas:

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a b

c d
Figura 4 - (a) Cadeira de rodas infantil; (b) Cadeira de rodas convencional; (c) Cadeira de rodas reclinável; (d)
Cadeira de rodas motorizada. Fonte: Ortobras (2021).

Para a prescrição correta de uma cadeira de rodas, é necessária a realização de avaliação


das medidas antropométricas do usuário, alterações de curvaturas e articulações estruturadas ou
não, além do grau de funcionalidade autônoma do mesmo para, assim, dar-se a escolha correta
do modelo de cadeira. Após a escolha do modelo, definem-se as necessidades básicas e adicionais
a essa cadeira para a particularidade do indivíduo que se beneficiará do equipamento.

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A avaliação antropométrica considera as medidas do usuário referentes à altura, largura


e peso. As medidas básicas são:

Figura 5 - Medidas para avaliação antropométrica. Fonte: Pedretti e Early (2004).

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Na Figura 5:
A- Largura do quadril
A1- assento a occipital
B- Profundidade do assento
C- Pé ao joelho
D- Tamanho do pé
E- Assento ao ombro
F- Largura dos ombros
G- Largura do tronco
Quanto às curvaturas, deve-se avaliar o quanto ainda se possui delas, dentro dos padrões
esperados das cifoses toracica e sacral e as lordoses da cervical e lombar. Havendo alterações de
hiper ou retificações (hipo) dessas curvaturas, deve-se rever o modelo da cadeira com acessórios
que possam corrigir ou fazer a manutenção para não haver piora do quadro avaliado. A escoliose,
que é uma curvatura patológica, deverá ser avaliada por imagens e pelo médico ortopedista
para ser posicionada para prevenção ou controle da mesma. Os posicionamentos articulares de
quadril são importantes também nesta avaliação, pois auxiliam não somente a um sentar mais
eficiente, mas também para corrigir padrões estruturais de tônus muscular que contribuem para
uma posição viciante. A retroversão e a anteroversão pélvica podem tanto levar a um sentar
viciante como causar danos às curvaturas da coluna vertebral.

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Figura 6 - Anteroversão pélvica e retroversão pélvica. Fonte: Mayer (2021).

As cadeiras de banho são indicadas conforme o grau de independência do usuário. Quanto


maior a sua funcionalidade ativa, mais recursos a cadeira irá oferecer, como a possibilidade
de toque autônomo e fechamento total da cadeira para deslocamento em viagens ou passeios.

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Seguem alguns modelos de cadeiras de rodas para banho.

a b c
Figura 7 - (a) Convencional; (b) Higiênica; (c) H3Reclinável. Fonte: CDS Cadeiras de Rodas (2021).


Figura 8 - (a) Adaptada; (b) Concha (banhita). Fonte: Vanzetti (2021).

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E ainda dentro da mobilidade urbana, temos os elevadores adaptados, os quais contribuem


para todo o processo de acesso em ambientes onde as escadas são predominantes ou as rampas
são extremamente íngremes. Os tipos mais comuns de elevadores são:

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Figura 9 - Elevadores adaptados. Fonte: Medical Expo (2021).

2. ADEQUAÇÃO POSTURAL

A adequação postural é uma área da Tecnologia Assistiva que avalia especificamente o


seating (assento) do usuário. Busca-se um seating terapêutico do indivíduo que permanece sentado
por longos períodos em suas cadeiras de rodas, tendo como objetivo promover o equilíbrio entre
o melhor alinhamento biomecânico, o conforto e a melhora das funções fisiológicas.
Mello (2015) nos convida a refletir quanto ao seating identificando as necessidades de
adequação postural dinâmica, com um olhar funcional, mantendo o equilíbrio entre a necessidade
e o conforto postural, priorizando a funcionalidade.
A  adequação postural  com prescrição adequada e com intervenção precoce pode
possibilitar suporte corporal, prevenir deformidades, favorecer a integridade da pele, melhorar
as funções fisiológicas, aperfeiçoar desempenho funcional, ampliar a liberdade de movimento,
economizar energia, facilitar o autocuidado e autoestima, otimizar a comunicação e socialização,
aumentar o nível de tolerância na postura sentada, promover o conforto, facilitar o transporte e a
acessibilidade, além de promover inclusão social.
Essa capacidade de mobilidade, seja reduzida seja total, será avaliada pela equipe de
reabilitação, que irá prescrever o modelo de equipamento mais indicado. Deve-se sempre
observar se o quadro é temporário ou permanente. Em sendo temporário, dever-se-á avaliar se
o paciente está em processo de reabilitação para ganho funcional para, assim, poder indicar, ou
não, o equipamento.
Em caso de cadeira de rodas, é importante ela estar adequada aos padrões anatômicos do
paciente. É muito comum pacientes com lesões severas apresentarem deformidades instaladas
por péssimo posicionamento, seja em cadeira não prescrita no modelo adequado, seja por se
manterem muito tempo no leito. Nessas situações de deformidades, faz-se necessário avaliação
do serviço de Terapia Ocupacional para avaliar o grau de ocupação e o nível de desempenho
funcional independente para a realização da adequação postural personalizada.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Apresentar uma estrutura de assento e encosto que propicie estabilidade e conforto


contribui para ter um bom desempenho funcional, avaliando suas medidas, peso, flexibilidade ou
suas alterações músculo-esqueléticas preexistentes. Importante enfatizar que a avaliação postural,
quando realizada precocemente, auxilia na prevenção de deformidades estruturais.

3. CURVATURAS ANATÔMICAS

Curvatura convexa anterior no pescoço (região cervical), convexa posterior


na coluna superior (região torácica), convexa anterior (região lombar) e levemente
convexa posterior na região sacral: essas podem ser descritas como leve extensão
do pescoço, leve flexão da coluna superior e leve extensão da coluna inferior.
As curvaturas anteriores (cervical e lombar) são denominadas lordoses, embora algumas
fontes usem lordose para denominar condições anormais. O correto é a denominação hiperlordose
lombar. As curvaturas posteriores (torácicas) são denominadas cifoses. Postura cifótica refere-se
a uma curvatura excessiva na coluna torácica, também chamada de giba.

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Figura 10 - Curvaturas. Fonte: A autora.

Figura 11 - Coluna vertebral e suas curvaturas. Fonte: Meireles (2008).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Curvaturas não anatômicas são deformidades permanentes ou flutuantes, que devem ser
consideradas patológicas. Para prevenção ou manutenção em caso de deformidade fixa, faz-se
necessário alinhar o corpo o mais próximo possível dentro dos padrões anatômicos para que
possam controlar as forças e não haver piora do quadro.
As deformidades mais comuns são as escolioses, as quais se faz necessário alinhar, dando
o suporte de três pontos de apoio para o equilíbrio das forças da coluna vertebral.

Figura 12 - Coluna normal e escoliose. Fonte: Meyer (2021).

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Para avaliar se há escoliose no quadro, solicita-se ao paciente para realizar a flexão de
tronco e, aparecendo alteração de elevação de um dos lados, caracteriza-se a escoliose.

Figura 13 - Escoliose. Fonte: A autora.

Ao se constatar a curvatura anormal, deve-se avaliar se é permanente, já com deformidade


óssea, ou se ela é flutuante, o que se identifica através da avaliação do tônus, manejando o paciente
com o apoio dos três pontos conforme se observa na Figura 13, pelo posicionamento das mãos
e das bases do colete de posicionamento. Essa curvatura causada pela hipotonia muscular pode
ser oriunda de uma rotação de quadril e tronco, que gera uma obliquidade pélvica, a qual causará
pressão sobre a tuberosidade isquiática e uma possível pressão na caixa torácica.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Figura 14 - Obliquidade pélvica. Fonte: Schmeler (2006).

Figura 15 - Forças de apoio corrigem as rotações. Fonte: Schmeler (2006).

Para corrigir, sugere-se a elevação do quadril que está recebendo a maior pressão, o que
proporcionará o alinhamento ou alívio da pressão, distribuindo as forças sobre toda a região
pélvica.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

As curvaturas anormais também podem surgir pela hipercifose sacral, causando a


retroversão. Atuando com uma pressão no sacro, aumenta o deslizamento no assento, que leva
a uma postura cifótica da coluna torácica. As forças externas causarão dificuldade de manter o
corpo na posição sentada. O controle de cabeça fica afetado devido à postura de hiperextensão de
quadril. Essa posição comumente leva a alterações de processo respiratório e digestivo.

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Figura 16 - Retroversão e forças de apoio para controle do posicionamento. Fonte: Schmeler (2006).

Confecciona-se almofada de assento para manutenção das forças, fazendo a elevação da


região das coxas, para quebrar o padrão extensor do quadril e mantê-lo em flexão. Caso a perda
de controle cervical seja por hipotonia, pode-se usar colar cervical para o posicionamento ou,
ainda, uso de equipamento com mola, que estimula o tônus para o controle do mesmo.

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a b
Figura 17 - (a) Colar cervical em espuma; (b) Equipamento com mola (headpod ou levitar). Fonte: Kapra (2021).

Dentro dos posicionamentos com anormalidade, ainda pode haver a anteroversão, que
causa pressão entre as cristas ilíacas ântero-superiores e as coxas. O centro de gravidade fica
anteriorizado e, geralmente, leva a um sentar dependente dos braços, causando hiperlordose.

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Figura 18 - (a) Anteroversão; (b) Hiperlordose. Fonte: Schmeler (2006).

A aplicação das forças nesse caso é no centro gravitacional da própria cadeira. Faz-se uso
de elevação na região sacral para acomodar a coluna lombar e estimular uma leve cifose para
reduzir a hiperlordose gerada.
Para iniciar essa avaliação e poder considerar o que deverá ser priorizado na adequação,
é necessário fazer as medidas antropométricas do usuário da cadeira de rodas.

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Figura 19 - Medidas antropométricas. Fonte: Pedretti (2005).

Após as medidas serem realizadas, avalia-se o quadro motor do paciente, se há


deformidades permanentes, hipotonia e perdas de amplitude de movimento (ADM). Ao serem
observadas deformidades permanentes e perdas significativas de ADM, o posicionamento deve
manter o conforto da posição e não ser provocado para uma correção, pois, além de não ser
redutível, poderá agravar as dores do paciente. Segue exemplo:

a b
Figura 20 - (a) Perda de ADM; (b) Posicionamento da giba. Fonte: A autora.

Ainda, deve-se observar o posicionamento isolado dos segmentos, adução e abdução de


quadril. Nesses casos, utilizam-se as forças para controlar e impedir o movimento anormal das
articulações que geram as alterações nos segmentos.

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Figura 21 - Corrigindo a adução de quadril e corrigindo a adução de quadril e perda de ADM. Fonte: Schmeler
(2006).

Além dos posicionamentos de assento e encosto das cadeiras, temos também os cintos,
que auxiliam na proteção e controle de forças.

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Figura 22 - Opções de cinto para auxiliar no posicionamento. Fonte: Schmeler (2006).

a b
Figura 23 - (a) Cinto de controle cervical; (b) Cinto de controle pélvico. Fonte: A autora.

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Figura 24 - Cintos para controle de adução. Fonte: CFCare (2021).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, foi possível estudarmos sobre os tipos de equipamentos que contribuem
para o deslocamento da pessoa com deficiência. Vimos desde a indicação de equipamentos
simples (como bengalas e muletas) a equipamentos complexos (como andadores e cadeiras de
rodas). Ainda, indicamos os demais equipamentos (elevadores motorizados e cadeiras de banho)
que contribuem para o ir e vir das pessoas.
Foi apresentado o estudo do posicionamento sentado, que garante a boa funcionalidade
clínica do corpo e a integridade articular, óssea e muscular da pessoa com deficiência. A adequação
postural vai além da cadeira de rodas, sendo muito importante nos posicionamentos de leito
(hospitalar e domiciliar).

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