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STAKEHOLDERS
PROF. ME. PAULO PARDO
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretor de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof. Me. Fábio Oliveira Vaz
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Diagramação:
vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Revisão Textual:
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
Gabriela de Castro Pereira
e profissional, refletindo diretamente em nossa
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
Mariana Tait Romancini
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
e busca por tecnologia, informação e conheci-
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger
mento advindos de profissionais que possuam Leonardo Mateus Gusmão Lopes
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Márcio Alexandre Júnior Lara
cia no mercado de trabalho.
Gestão da Produção:
De fato, a tecnologia e a comunicação Kamila Ayumi Costa Yoshimura
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Fotos:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Shutterstock
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PESSOAS E STAKEHOLDERS
A GESTÃO DE PESSOAS EM UM
AMBIENTE COMPETITIVO
PROF. ME. PAULO PARDO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - A MODERNA GESTÃO DE PESSOAS E OS STAKEHOLDERS ............................................................................. 5
1.2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................... 12
1.3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ........................................................................................................................... 16
1.3.1 SELEÇÃO DE PESSOAS .................................................................................................................................... 19
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Prezado (a) acadêmico (a), nesta unidade abordaremos conceitos inerentes à moderna
gestão de pessoas e seus stakeholders e seus complexos desafios para se atingir os objetivos
organizacionais. Estudaremos acerca da evolução no tocante à matriz mental dos integrantes
das cúpulas empresariais, que mantém o foco no lucro, porém, reconhecem o grande valor
humano para as organizações. Veremos as distintas funções da área de recursos humanos e seus
desdobramentos com o intuito de acompanhar as mudanças impostas pela globalização e pelas
constantes inovações tecnológicas e suas implicações jurídicas.
Abordaremos também sobre a importância do planejamento estratégico de gestão de
pessoas, possibilitando a compreensão de termos como o negócio, a missão, a visão e os valores
organizacionais, além dos desdobramentos do planejamento estratégico em tático e operacional,
com suas respectivas características e horizontes temporais.
Concluindo nossa unidade, abordaremos importantes conceitos no tocante ao
recrutamento e seleção de pessoas, bem como suas características intrínsecas.
A seguir são apresentados os tópicos que você estudará nesta unidade: A moderna gestão
de pessoas e os stakeholders; Planejamento estratégico de gestão de pessoas; Recrutamento e
seleção.
Espero que você possa, além de absorver tais conteúdos, aplicá-los no seu cotidiano. Bons
estudos!
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Porém, o mundo muda com intensidade e volume incríveis. Em uma época não muito
distante, as áreas de produção e marketing eram consideradas as meninas dos olhos dos
empresários, preocupados única e exclusivamente com os lucros. No entanto, essa realidade
mudou consideravelmente a ponto da área da organização que passou a ser vista como um
essencial centro de custo é a de Gestão de Pessoas, passando a ser conhecida também como
Gestão de Recursos Humanos, Gestão com Pessoas, Gestão de Talentos Humanos, Gestão de
Competências ou ainda Gestão do Capital Intelectual.
Podemos ilustrar a enorme mudança que houve na forma de gerir pessoas da era taylorista/
fordista para as organizações do século XXI através do quadro 1, a seguir:
Quadro 1 - Impacto na gestão de pessoas
Conforme Mósca, Cereja e Bastos (2014), essa mudança é forçada pela própria evolução
da visão dos modelos de gestão e configuração das organizações, que passaram de um conceito
mecanicista (Taylor/Ford) para uma visão de organizações orgânicas, inovadoras e ecológicas.
Nesse contexto, Chiavenato (2014, p. 2) enfatiza que o termo RH com suas distintas definições:
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Um fator importante que impulsionou mudanças na área de Gestão de Pessoas, foi sem
dúvida, o advento da tecnologia. Como já citei anteriormente, algumas atividades de empresas
consideradas de ponta, há cerca de 30 anos, eram a máquina datilográfica, o telex ou ainda o
famoso aparelho de fax. Se você nunca ouviu falar disso, não se assuste! Esse fato indica que você
é uma pessoa relativamente nova (na idade).
De acordo com Bohlander, Snell e Sherman (2003), a tecnologia está transformando
a imagem da Gestão de Recursos Humanos, alterando os métodos de coletar informações de
trabalho e emprego, acelerando o processamento desses dados e aperfeiçoando o processo
de comunicação interna e externa. Devido a essas implicações, os gerentes de RH e de linha
deveriam planejar conjuntamente sua implementação. Ao analisar a necessidade de um Sistema
de Informações de Recursos Humanos, os gerentes, especialmente nas pequenas empresas,
devem considerar os seguintes fatores:
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Muitos sistemas utilizados pelas organizações só podem ser utilizados via web, ou seja,
estão alojados em determinado provedor ou em nuvens (cloud), podendo ser acessados so-
mente se a empresa dispor de internet banda larga. A experiência indica que nem todas são tão
“largas” assim, apresentando baixa velocidade, “travando” e trazendo transtornos ao pessoal do
RH.
Recentemente, me curvei à utilização de um aplicativo de celular para solicitar uma piz-
za. Para minha estranheza, a pizza foi entregue no local e no tempo certo. O entregador levou
uma “maquininha” para que eu pudesse realizar o pagamento. Por que citei esse exemplo? Você
percebeu uma nova tarefa que o entregador teve que desempenhar? Será que ele recebeu algo
mais por isso?
Existem organizações que somente operam com o uso de internet 24 horas por dia, ou
seja, totalmente dependente da tecnologia, como os bancos, por exemplo. Outros setores que
se renderam à utilização da tecnologia foram a logística e o agronegócio. Hoje, só para termos
uma ideia, um caminhão tem um custo mínimo de meio milhão de reais, tendo em vista a
moderna tecnologia embarcada. O homem do campo tem à sua disposição modernas colheit-
adeiras com computadores de bordo, que fazem a colheita com GPS (Global Position System).
Existem diversos setores que dependem fortemente da tecnologia, somente citei esses dois a
título de exemplo.
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Link:<http://www.mundorh.com.br/ferramenta-de-busca-de-empregos-do-google-
-foi-lancada-no-brasil/>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
Você já parou para pensar que em muitos casos, as pessoas passam mais tempo com
seus colegas de trabalho do que com seus familiares? Se considerarmos que a carga de trabalho
diária é de oito horas, um terço de nossas vidas passamos a serviço da empresa que trabalhamos.
Da mesma forma que as empresas têm características distintas, diferenciando-se em diversos
aspectos, as pessoas não fogem à regra.
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De acordo com Chiavenato 2014 (p. 6), “cada organização tem uma ideologia própria a
respeito do papel das pessoas na tarefa organizacional”. Nesse sentido, é importante que o papel
exigido seja explicitado antecipadamente, de modo ao rápido ajuste do colaborador ao ambiente.
Uma vez que se conhece a regra antecipadamente, a adaptação pode ser muito mais rápida ou,
ao contrário, também perceber rapidamente que não haverá adaptação. Isso porque, em alguns
casos, os objetivos das empresas não coincidem com os do colaborador.
Nesse contexto, Chiavenato (2014, p. 7) relaciona, de um modo bastante didático, por
meio do Quadro 2, a diferenciação de objetivos das organizações e dos indivíduos:
Quadro 2 – Objetivos organizacionais e individuais das pessoas
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Nesse aspecto, Gramigna (2007) enfatiza que, ao optar pelo modelo de gestão de pessoas
por competências, faz-se necessário revisar ou investir no realinhamento de quatro importantes
indicadores organizacionais:
• Definição do negócio.
• Definição da missão.
• Definição da visão de futuro.
• Identificação dos valores organizacionais (GRAMIGNA, 2007, p. 17).
A literatura e a prática indicam que a abertura de uma empresa deve ser precedida de um
planejamento estratégico, abrangendo todas as áreas da empresa, com a finalidade de se manter
no mercado. Nesse aspecto, é importante que conheçamos algumas definições, que são os pilares
do modelo de competências, elencados por Gramigna (2007, p. 17):
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A missão tem sido descrita pelos autores da área como sendo A RAZÃO DE SER da
organização, ou seja, porque ela foi estabelecida. É uma questão importante a se definir, pois
está intimamente ligada à própria definição do negócio. Após ter muito bem clara a questão do
negócio e da missão institucional, é preciso agora definir:
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Nesse sentido, Chiavenato (2014) enfatiza que a estratégia precisa ser planejada com
antecipação e deve ser estendida no longo prazo. Ela requer um planejamento estratégico para
ser colocado em ação. Em geral, o planejamento estratégico é desdobrado em planos táticos e
estes em planos operacionais:
Dessa forma, garante-se que todos os níveis da organização, desde a alta administração até
o nível operacional mais básico estejam alinhados à missão e visão organizacional, entendendo
perfeitamente o seu negócio e o papel que cada um desempenha para o atingimento desses
resultados. Isso implica em uma organização que seja composta por pessoas que tem um senso
de comprometimento e engajamento elevado, tarefa que exige um altíssimo nível de assertividade
na constituição do quadro de colaboradores, não concorda?
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De toda forma, essa linha de raciocínio se refere a um processo que, em muitos casos,
leva um determinado tempo para que a área de Gestão de Pessoas supra uma demanda da
organização por trabalhadores qualificados, além dos custos inerentes. Araújo e Garcia (2009,
p. 15, grifo nosso) apresentam o conceito de recrutamento, destacando que “é o processo de
identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos para poste-
riormente serem contratados para o emprego”.
No entanto, Chiavenato (2014, p. 101, grifo nosso) apresenta o conceito de recrutamen-
to com um detalhe divergente:
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Você talvez tenha percebido que a prática mostra empresas com preferência pelo
recrutamento externo, ou seja, independentemente da vaga aberta na organização, sempre
é contratado alguém de fora da empresa. Temos também algumas empresas que preferem o
contrário, ou seja, a preferência pelo preenchimento da vaga ocorre pelos talentos internos.
Assim, para essas últimas empresas, ao se criar uma vaga para níveis mais elevados, dispara-se um
processo de seleção interna, dando preferência para colaboradores que já pertençam ao quadro
próprio e que, na maioria das vezes, estão ocupando cargos de nível inferior e/ou em diferentes
áreas da organização. De todo modo, ambas as práticas têm seus prós e contras, vantagens e
desvantagens. Por meio do Quadro 5, Chiavenato (2014, p. 103), aponta os prós e contras do
Como consultor organizacional e gestor durante muitos anos, posso declarar que a prática
de recrutamento interno é altamente positiva, desde que as regras de seleção sejam bastante claras
e transparentes. Caso contrário, sempre haverá burburinhos e rumores de quem é escolhido para
ocupar o posto é favorecido por alguém, o famoso “queridinho do chefe” ou outros adjetivos
menos elogiosos que você provavelmente conhece.
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Como enfatizado pelo autor, a seleção é um processo e como tal, composta de distintas
fases para sua realização completa. Nesse sentido, Araújo e Garcia (2009, p. 25-27) destacam as
fases da seleção:
Caro(a) aluno(a), a seleção é, sem dúvida alguma, uma importante atribuição da Gestão
de Pessoas, sendo composta de várias técnicas, as quais objetivam a máxima obtenção de
informações dos candidatos, de acordo com as características do cargo a ser preenchido. Uma
prática muito utilizada atualmente, cujo objetivo é a redução da possibilidade de erros, consiste
na indicação (inclusive da concorrência).
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Figura 7 - Lições de Steve Jobs sobre como contratar o melhor. Fonte: Portal Tutano por Trampos (2018).
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PESSOAS E STAKEHOLDERS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 23
1 - CULTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................................................ 24
1.1 O PODER NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................................................................ 27
1.2 LIDERANÇA ........................................................................................................................................................ 30
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INTRODUÇÃO
Objetivos de aprendizagem
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1 - CULTURA ORGANIZACIONAL
Caro(a) aluno(a) o termo cultura organizacional sempre está presente nas rodas de
discussão de estudantes e profissionais da área de Gestão de Pessoas. A cultura organizacional
reflete a forma como as pessoas da organização agem e se comportam, seus hábitos e metodologias,
muitas vezes já impregnados na rotina das pessoas e da empresa. Quer um exemplo? É cultura da
empresa sempre contratar profissionais disponíveis no mercado de trabalho e nunca os talentos
internos. Percebeu? Esse padrão de conduta é habitual, metódico e as pessoas, muitas vezes, não
percebem.
A cultura organizacional está estritamente interligada com toda a organização, em todo
o ambiente corporativo, considerando ser um modo com que os dirigentes conduzem o negócio.
Rodriguez (2010, p. 50) assevera que “os valores e crenças se destacam, podendo ser os valores
considerados a essência que orienta a vida da organização”.
Dentro da organização faz-se necessário o delineamento adequado da cultura
organizacional, para que os colaboradores saibam como se conduzir e quais os objetivos principais
da organização, podendo, então, compartilhar as informações e os conhecimentos com demais
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Para Pagliuso; Cardoso e Spiegel (2010, p. 29) a cultura organizacional “tem sido objeto de
estudo diversos pesquisadores ao longo das últimas décadas. Resultado do aprendizado conjunto
que é acumulado pelos seus integrantes, em um aspecto comportamental, emocional e cognitivo”.
A cultura organizacional tem sua importância dentro da organização, pois quando disseminada
em todo o ambiente corporativo transparece a todas as pessoas quais os objetivos e visão, o que
inspira e direciona esforços para se alcançar os resultados planejados.
Matias-Pereira (2012); Santos e Freitas (2015) ponderam que uma vez adotada e
delimitada, a cultura organizacional ocupa lugar de destaque no âmbito das organizações e
estabelece características de como proceder nas questões operacionais, por meio de processos de
socialização tanto na esfera social quanto organizacional.
Caro(a) aluno(a), você deve estar se perguntando sobre quais são os elementos que
formam a cultura organizacional, não é mesmo? Nesse contexto, Araújo e Garcia (2009) definem:
Microculturas: a cultura é formada por diversas microculturas que têm uma filosofia
própria, mas, nem por isso, é contra os princípios da empresa. Assim, uma determinada
área entende a cultura organizacional diferentemente de outra área qualquer. Dessa forma,
determinadas atitudes e comportamentos vão se diferenciar dependendo da área, ou mesmo
das unidades da organização. Não poderíamos dizer no momento se a soma das microculturas
resultaria na cultura da organização como um todo.
Ritos: uma definição que oferece um grande auxílio ao nosso entendimento é a que
considera os ritos “atividades relativamente elaboradas e planejadas que combinam várias formas
de expressão cultural e muitas vezes têm consequências tanto práticas quanto expressivas.
Vejamos um exemplo do que estamos falando. Digamos que as pessoas de uma determinada
organização têm o costume de entrar pelos fundos por motivos diversos, porém esta atitude não
é combinada com as pessoas com certa antecedência; ela acontece naturalmente.
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Rituais: muitas são as pessoas que confundem ritos e rituais. O conceito de rituais é
bastante simples; ainda assim, requer perfeito entendimento do que são ritos. Portanto, não
hesite em retornar à leitura, pois neste momento, estamos tratando da realização dos rituais,
ou seja, dos “métodos e procedimentos detalhados seguidos fiel e regularmente. Além disso, os
ritos e rituais podem ser elaborados para atividades como trabalho, distração, reconhecimento e
reuniões das administrações.
Heróis: são aquelas pessoas que, devido às repetidas situações de sucesso, representam
os pilares da organização de uma forma positiva tanto para o ambiente interno, como para o
externo. Consequentemente, “não só eles preservam o que torna a organização especial, mas
também estabelecem padrões altos e são excelentes para criar um ambiente motivador.
Símbolos: muitas vezes, passam despercebidos, porém são de extrema importância para
que se possa compreender a cultura de uma organização. Por exemplo, existem empresas em que
o superior de uma unidade tem uma sala exclusiva, enquanto outras adotam a política de “portas
abertas” e situam a pessoa ocupante desta mesma posição em baias ou estações de trabalho,
como os demais que ali trabalham. Atente para o significado que tem em você isolar o superior
ou colocá-lo no grupo.
Mas como perceber a qualidade do ambiente empresarial? Uma forma simples é analisar
se vamos à empresa empolgados e alegres, pois quando agimos de forma contrária, significa que
o clima não é bom. Você já passou por isso. Analise também pelo lado da empresa, que tem em
seu bojo diversos talentos, com características e objetivos diferentes. Não é fácil agradar a todos.
No dia-a-dia das empresas é possível aferir o clima organizacional por meio de fatos
cotidianos das organizações.
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Para Luz (2003, p. 38), o clima organizacional pode ser verificado através de determinados
indicadores, tais como: “turnover, programa de sugestões, greves, desperdícios de materiais,
absenteísmo, queixas no serviço médico, pichações nos banheiros, pichações nos banheiros,
conflitos interpessoais e interdepartamentais, avaliação de desempenho”.
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O poder fascina, encanta, é objeto de desejo de muitos colaboradores. Mas para que as
pessoas querem tanto o poder? Para responder à essa importante indagação, Araújo e Garcia
(2009) esclarecem:
• Para autopromoção: esta é uma visão bastante egoísta, na qual a pessoa quer
o poder para se autopromover; este ideal é totalmente contrário à democracia,
na qual o poder é oferecido a uma pessoa para que ela represente o interesse dos
demais e não somente o seu. Todavia, vivemos em uma sociedade extremamente
individualista, sendo, infelizmente, natural esta preocupação com o “eu”.
• Para disseminar seus valores: pessoais, religiosos e sociais. Este motivo
demonstra duas preocupações antagônicas de quem busca o poder. Uma diz
respeito ao caso em que a pessoa não é maquiavélica e consegue firmar seus
valores, fazendo com que outras pessoas acreditem neles também, o que
chamamos de poder de persuasão. Uma forma não vista com bons olhos consiste
na imposição de valores por parte de quem visa o poder.
• Par obter apoio à sua visão de mundo: a palavra apoio já demonstra
preocupação maior com a democracia. Neste caso, não é sugerido que o poder
seja conquistado e mantido a qualquer custo; ao contrário, a pessoa busca o
poder para conseguir disseminar o seu modo de enxergar o mundo (ARAÚJO e
GARCIA, 2009, p. 331).
No ambiente organizacional, o que os gestores utilizam para fazer com que as ordens
emitidas e os objetivos sejam alcançados? Qual o mecanismo inibe a desobediência dos
colaboradores? O que realmente os funcionários respeitam? A resposta para essas perguntas é: o
poder. Mas quem efetivamente está investido de poder?
É fundamental destacarmos que são as pessoas que exercem o poder, fazendo-se valer de
estruturas, estratégias, objetivos e de informações para aplicá-lo efetivamente. Araújo e Garcia
(2009) apontam três fontes de poder que habilitam aqueles que podem desfrutá-lo:
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Caro(a) aluno(a), não é difícil identificarmos no mercado organizações que dão muita
liberdade a seus colaboradores, chegando ao ponto de se confundir com libertinagem. Existem
também aquelas empresas mais rigorosas e exigentes, estabelecendo tarefas e cobrando metas.
Outras ainda agem por meio da coerção, chegando a fazer ameaças aos colaboradores, caso as
metas não sejam atingidas.
A primeira ação de um colaborador recém-contratado é descobrir quem é o seu chefe
imediato, ou seja, de quem ele receberá ordens, ou ainda, quem terá autoridade sobre ele. É
Complementando esse rol de tipos de poder, Araújo e Garcia (2009) apresentam uma
lista onde é possível identificar os tipos de poder listados anteriormente, acrescidos de outros:
• Coercitivo.
• Compensatório (ou de recompensa).
• Condicionado (ou legítimo).
• Poder de especialização.
• Poder de referência.
• Poder do autoconhecimento.
• Poder do autodesenvolvimento.
• Poder da comunicação interpessoal.
• Poder da burocracia (ARAUJO e GARCIA, 2009, p. 336).
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1.2 Liderança
Caro(a) aluno(o), o termo liderança há vários anos vem sendo enfatizado no âmbito
das organizações, como essencial para o atingimento dos objetivos organizacionais. Você
provavelmente já ouviu ou leu algo a respeito das diferenças entre o líder e o gerente. Que o líder
é aquele que se faz respeitar por seus subordinados pelo exemplo e não pelo poder. Todas essas
máximas fazem sentido e ainda hoje são aplicadas no cotidiano empresarial.
No tocante à diferenciação das definições de líder e de gestor, Araújo e Garcia (2009)
apresentam as principais diferenças entre esses termos:
Quadro 1 – Definições de líder x gestor
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Perceba que o objetivo do líder e do gerente, conceitualmente tomando por base o descrito
no Quadro 1, é o mesmo, ou seja, atingir os resultados através das pessoas. A grande diferença é
que o líder convence, inspira, engaja, o que reduz a necessidade de usar ferramentas puramente
gerenciais – que também são eficazes, é claro – para atingimento desses mesmos resultados.
Veja um campo específico que é a administração pública, uma área sensível para
o exercício da liderança e da gestão. No que concerne a postura gerencial que precisa ser
Para Ferreira, Kanaane e Severino (2010), o líder será um mediador que elucida e leva o
entendimento comum a toda organização, ajudando a transformar informação em conhecimento
fazendo devidas adequações sempre que preciso. Desta forma, consegue visualizar e mostrar aos
demais membros da equipe que ele faz parte do todo, bem como os auxilia a entender o todo da
organização/setor.
A comunicação é ferramenta essencial na liderança de pessoas por contribuir no processo
de interrelação profissional. A presença da comunicação eficaz precisa ser semeada e ampliada
para o gestor saber lidar com seus colegas de trabalho extraindo e apresentando informações do
cotidiano organizacional, interagindo e compreendendo a importância dos processos de trabalho
(FERREIRA; KANAANE; SEVERINO, 2010).
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Bowditch e Buono (2002) salientam que um líder é bem mais que um superior hierárquico
por possuir sabedoria, conhecimento e técnicas para desenvolver e motivar pessoas, sabendo
criar um ambiente no qual a comunicação, a coesão, a criatividade e o trabalho em equipe estejam
sempre presentes e interligados.
Ser um líder implica em um conjunto amplo de funções associadas entre si, e nessa
perspectiva, Ferreira, Kanaane e Severino (2010, p. 77) pautados na linha de raciocínio de Robbins
(2003) caracterizam quatro tipos de líderes:
Link:<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tres-estilos-de-li-
deranca-e-os-impactos-junto-aos-colaboradores,1cdea5d3902e2410VgnVCM-
100000b272010aRCRD>.
Acesso em 20 Abr. 2018
Segundo Houaiss e Villar (2009, p.1323), motivação é “ato ou efeito de motivar [...]
conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e
uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual”.
Em consonância ao entendimento de Houaiss e Villar, Robbins (2009, p. 48) define
motivação como “um comportamento externado. As pessoas motivadas dedicam um esforço
maior ao seu desempenho do que as desmotivadas”. Assim, em virtude das singularidades
humanas, identificar e criar condições para que outros se motivem se constitui em tarefa difícil
para os líderes.
Segundo Ferreira, Kanaane e Severino (2010) as pessoas são motivadas de maneiras
diferentes, como:
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Tais sugestões devem ser observadas por empresa pública ou privada, por conviverem
com fatores oscilantes, mas que precisam acompanhar e motivar o comportamento humano nos
diversos setores organizacionais.
É importante salientar que, embora sejam práticas que visam estimular no indivíduo
Este vídeo é indicado para complementar o tema liderança abordado nesse tópico.
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=4050phc9YUU>.
Acesso em 20 Abr. 2018
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PESSOAS E STAKEHOLDERS
A EVOLUÇÃO DE T & D
PROF. ME. PAULO PARDO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 35
1 - TREINAMENTO ................................................................................................................................................... 36
1.2 DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS .................................................................................................................. 42
1.3 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ......................................................................................................................... 45
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INTRODUÇÃO
Objetivos de aprendizagem:
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1 - TREINAMENTO
Caro(a) aluno(a), quantas vezes não fomos convidados ou convocados para participarmos
de treinamentos em nossas empresas, não é mesmo? Nesse assunto, me sinto bastante confortável
na abordagem, pois além de participar como aluno dos treinamentos nas empresas onde trabalho
ou já trabalhei, também ministro diversos treinamentos na área de gestão como instrutor
convidado.
Sou muito favorável a treinamentos para todos os níveis da organização, pois somente
dessa maneira é que se sincronizam os talentos em prol de um objetivo comum. No entanto,
devido a falhas de planejamento, tais treinamentos passam a ser enfadonhos e acabam perdendo
o sentido. Mas afinal, qual o significado e o sentido de um treinamento?
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a) Leituras - é uma das técnicas mais utilizadas onde o instrutor expõe uma quantidade
máxima de conhecimentos em determinado período, mas uma de suas desvantagens é a não
aplicação da teoria com a prática;
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De acordo com Chiavenato (2014), o treinamento pode ser focado na preparação das
pessoas para o trabalho em si – em função do cargo – ou para fornecer valor agregado e resultados
para a organização – em função das competências a serem criadas ou desenvolvidas. O foco na
preparação para o trabalho tende a ceder espaço para o foco nas competências.
Outro fato interessante é que, na maioria das vezes, o que se planeja em termos
de treinamento, não é o que ocorre na prática. Existem fatores nas empresas que afetam
significativamente o alcance dos objetivos de T&D, conforme descreve Chiavenato (2014), por
meio do Quadro 1:
Quadro 1 – Fatores que afetam o T&D
• Apoio da alta administração: este é o requisito fundamental para o sucesso dos esforços
de T&D. Sem ele, qualquer programa de T&D se transforma em tempo, esforço e dinheiro jogados
fora. O apoio deve ser real e constante e deve ser comunicado e enfatizado a toda a organização.
A maneira mais eficaz é a participação ativa dos executivos nos programas de treinamento.
• Avanços da tecnologia: nenhum fator tem influenciado mais o T&D do que a tecnologia.
O computador e a Internet estão afetando profundamente todas as funções de negócios e
mudando completamente a maneira como o conhecimento está sendo divulgado às pessoas. E
essa mudança está continuamente sendo expandida.
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Uma vez concluído o treinamento, o próximo passo é aferir a sua efetividade, ou seja,
aferir se realmente atendeu às necessidades da empresa. É fundamental que se realize a avaliação
do programa de treinamento. Nesse aspecto, Chiavenato (2014) destaca as principais medidas
para avaliar o treinamento:
Essa avaliação pode começar pelos próprios colaboradores que participaram dos
treinamentos, por exemplo, por disponibilizar fichas para avaliação do impacto para que eles
preencham ao final do evento. Perguntas como: “O conhecimento adquirido é prático para suas
atividades” podem trazer respostas importantes para direcionar novas ofertas.
Caro(a) aluno(a), tornou-se um lugar comum dizer que o ambiente atual, no qual as
empresas estão inseridas, tentando sobreviver, é de competição acirrada, de mudanças constantes.
Isso não é mais novidade para ninguém. Esse cenário, contudo, exige que tanto as empresas quanto
os indivíduos sejam flexíveis e se adaptem rapidamente aos novos tempos. Para fazer frente a esses
desafios, as empresas investem, via de regra, em treinamentos, porém, essa medida pode não ser
suficiente, pois os treinamentos focam no curto prazo. É preciso ir além. É fundamental focar no
desenvolvimento de pessoas, que está relacionado no longo prazo, no crescimento pessoal.
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Posições de assessoria: significa dar a oportunidade para que a pessoa, com elevado
potencial, trabalhe provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem-sucedido em diferentes
áreas da organização. Trabalhando como assistente de staff ou em equipes de assessoria direta, a
pessoa pode desempenhar diferentes tarefas sob a condução apoiadora de um gerente.
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Coaching: o gerente pode integrar vários papéis, como líder renovador, preparador,
orientador e impulsionador para se transformar em um coach. O coaching significa o conjunto de
todas essas facetas.
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Araújo e Garcia (2009) enfatizam que a saúde apresenta como formação e complementação
de seus objetivos três conceitos que explicam de forma direta e transparente alguns critérios
básicos sobre sua aplicação:
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Caro(a) aluno(a), não é difícil imaginarmos que, para que as legislações pertinentes à
segurança no trabalho fossem implantadas e constantemente atualizadas, muitos trabalhadores
sofreram ou até perderam suas vidas. À medida que inobservâncias legais por parte das empresas
são detectadas, os órgãos competentes entram em ação para inibi-las e propõem alterações nas
leis e normas.
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O estresse nas empresas pode ser causado, entre outras coisas, pelo autoritarismo do chefe,
desconfiança, pressão das exigências e cobranças, cumprimento do horário de trabalho, chatice
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A motivação das pessoas no trabalho está ligada à sua satisfação com a empresa, uma vez
que as organizações funcionam por meio de pessoas. É por meio delas que se torna possível a
Os diversos treinamentos que são oferecidos aos colaboradores por seus empre-
gadores, são considerados investimentos ou despesas?
Assista o vídeo de Charles Chaplin – Tempos Modernos para ter uma noção do
sofrimento do trabalhador no auge da produção em massa.
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=FpdtN-9NdMc>.
Acesso em: 20 Abr. 2018
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PESSOAS E STAKEHOLDERS
AVALIAÇÃO E GESTÃO DE
DESEMPENHO
PROF. ME. PAULO PARDO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 52
1 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DESEMPENHO ...................................................................................................... 53
1.1 QUEM DEVE AVALIAR O DESEMPENHO? ........................................................................................................ 57
1.2 AMBIENTE DE INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................................... 60
1.2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PARA INOVAÇÃO ...................................................................................... 62
1.2.2 TIPOS DE INOVAÇÃO E DE INOVADORES .................................................................................................... 65
1.3 PLANO DE INCENTIVO ÀS PESSOAS ............................................................................................................... 66
1.3.1 NOVOS MÉTODOS DE REMUNERAÇÃO ........................................................................................................ 68
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INTRODUÇÃO
Objetivos de aprendizagem:
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Um importante ponto a ser considerado é que não pode haver um processo de avaliação
de desempenho descasado da estratégia empresarial. Na verdade, o que se busca sempre nas
organizações, além de eficiência e eficácia, é a efetividade, ou seja, produzir o maior impacto
positivo nos stakeholders com as ações derivadas do planejamento estratégico. Assim, a avaliação
de desempenho deve ser uma ferramenta que contribuía para isso aconteça. Essa questão fica
muito clara quando desdobramos os objetivos estratégicos da organização até que alcance o
indivíduo, ou seja, o colaborador, que é peça-chave na consecução da estratégia. Veja:
Figura 2 - Objetivos organizacionais desdobrado ao nível individual. Fonte: Malheiros e Rocha (2014, p.
88).
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Perceba que é natural que o desempenho das pessoas seja mensurado, com base no que já
é medido nos níveis superiores (objetivos da organização e da unidade de negócio).
À primeira vista, a avaliação de desempenho parece ser utilizada para avaliar quem
está fazendo um bom trabalho, não é mesmo? Pode até mesmo soar como uma espécie de
auditoria. Na verdade, a ferramenta de gestão de desempenho, se bem utilizada, pode gerar um
ambiente agradável aos chefes e colaboradores. Mas afinal, quais são os objetivos da avaliação de
desempenho? Bohlander, Snell e Sherman (2003) nos fornecem importantes subsídios acerca dos
propósitos das avaliações de desempenho:
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• Comportamento: por mais óbvio que possa parecer, é fundamental saber que o
comportamento das pessoas afeta o ambiente em que estas se encontram, podendo, contudo,
influenciar, ou não, as duas perspectivas anteriores do exemplo com a família da Sylvia.
Prosseguindo com o exemplo da família, imagine a seguinte situação: no dia das compras do mês,
Joana briga com seu namorado, Gustavo, e se encontra totalmente desnorteada alegando que não
está em condições de executar qualquer tarefa, incluindo as compras do mês. Desta forma, seu
irmão fica responsável pela execução da tarefa, mas não aceita a ideia de que só porque a irmã
brigou com o “namoradinho”, ele vai ter que fazer compras e deixar de ir jogar o seu futebolzinho
sagrado. Transportando a atitude de nossas personagens para a realidade das organizações,
antes de julgar se o comportamento de Joana foi correto ou não, deve-se realizar uma análise
por múltiplas fontes (a famosa avaliação 360º graus). O objetivo deste tipo de procedimento é
o de minimizar a subjetividade da análise do comportamento, fruto de padrões definidos pela
empresa, por meio de diferentes visões, neste caso, de sua mãe, seu irmão e dela própria, de modo
a apresentar à pessoa avaliada a opinião de muitos a seu respeito (ARAUJO e GARCIA, 2009, p.
149-150).
Figura 4 - Medidas de avaliação de desempenho. Fonte: Mósca, Cereja e Bastos (2014, p. 44).
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Caro(a) aluno(a), nem tudo são flores quando falamos de avaliação de desempenho.
Algumas empresas de ponta do país simplesmente, ao final do ano, demitem aqueles 10% dos
colaboradores considerados substituíveis. Portanto, cuidado! Se você for considerado substituível
por seus pares e superiores hierárquicos, infelizmente fará parte desse percentual a ser demitido.
Nesse contexto, Bohlander, Snell e Sherman (2003) apontam as principais razões para
que os programas de avaliação de desempenho não atinjam os resultados esperados:
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Você concorda que esses termos, em um primeiro momento, nos causam dúvidas? Para
esclarecermos, é importante compreendermos a diferenciação entre esses termos, conforme os
conceitos apresentados por Tigre (2006):
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Dito de outra forma, é importante que você saiba que algo só pode ser considerado de
fato uma inovação se trouxer ganhos ou seja, resultados positivos para a organização. Freitas
Filho (2013) pontua que se pode apresentar o conceito de inovação, dentro dessa lógica, através
da seguinte equação:
Segundo esse autor, não se pode dizer que houve inovação se um dos elementos dessa
equação estiver ausente.
A inovação deve ser parte da cultura da empresa e permear todas as áreas da companhia.
Algumas empresas criam seus departamentos de inovação e podem, em dados momentos, alcançar
resultados significativos, acelerando processos e liderando mudanças. Entretanto, o ideal é que
a cultura organizacional incorpore de tal forma o espírito de inovação que os profissionais de
todas as áreas assumam a responsabilidade para inovar, seja nos laboratórios de P&D – Pesquisa
e Desenvolvimento, seja no atendimento ao cliente, no departamento de crédito e cobrança, e
assim por diante (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em alguma fase
da sua vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a necessidade é a mãe da imaginação”. Nesse
sentido, os elementos da inovação são descritos por Freitas Filho (2013) da seguinte forma:
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A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma forma que
merece destaque no cenário atual, é a obtenção de diferencial competitivo por meio da cadeia
de valor. A cadeia de valor é considerada uma importante ferramenta estratégica para identificar
oportunidades de inovação em diversos níveis da organização, melhorando a performance do
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Com relação à formação do Comitê Executivo, que é o grupo que irá definir as estratégias
de inovação da empresa e que irá monitorar os resultados, Freitas Filho (2013, p. 69) descreve:
De acordo com Tidd, Pavitt e Bessant (2008), a construção das organizações que sejam
abertas à mudança, ou seja, capazes de aprendizado contínuo, é uma das principais tarefas da
estratégia de inovação. P&D e outras funções relacionadas dentro da empresa são aspectos
fundamentais dessa capacidade de aprendizado. No entanto, conforme a tabela 1, a natureza e o
propósito das atividades tecnológicas das grandes empresas variam bastante. É possível comparar
as atividades de P&D de interesse para diferentes áreas da empresa:
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Os mesmos autores enfatizam que o equilíbrio dessas várias atividades é uma tarefa
extenuante que envolve escolhas entre (i) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhada
em divisões operacionais e no laboratório empresarial; (ii) P&D (e outras atividades tecnológicas)
desempenhadas no país de origem da empresa e em países estrangeiros. Até pouco tempo atrás,
um método prático bastante adotado para decidir as atividades de P&D que deveriam ser
desempenhadas era:
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De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro tipos de
inovação: de produto, de processo, organizacional e de marketing:
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Hoje, as empresas estão desafiadas a fazer com que seus colaboradores ultrapassem o
desempenho atual e passem a trabalhar com metas desafiadoras com vistas ao futuro, e não
somente pelo salário. Mas quais os tipos de salários existentes? Como as organizações chegam às
remunerações totais? Araújo e Garcia (2009) nos apresentam os diferentes tipos de salários:
Sabemos que a remuneração não é suficiente para motivar as pessoas, é preciso algo
mais, pois o ser humano é movido a desafios, à superação contínua. As empresas modernas
dispõem de sistemas de recompensas (incentivos para estimular comportamentos desejados
pela organização) e punições (visando coibir comportamentos indesejados). Mas qual o objetivo
das recompensas organizacionais? Chiavenato (2014, p. 266-267) nos apresenta os principais
objetivos das recompensas:
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• Remuneração variável.
• Plano de Bonificação Anual.
• Participação nos Lucros e Resultados.
• Distribuição de ações da empresa aos funcionários.
• Opções de compra de ações da companhia.
• Remuneração por competência.
Benefícios assistenciais: são benefícios que visam prover o funcionário e sua família de
condições de segurança e previdência em caso de imprevistos ou emergências, muitas vezes, fora
do seu controle ou de sua vontade. Incluem:
- assistência médico-hospitalar.
- assistência odontológica.
- assistência financeira por meio de empréstimos.
- serviço social.
- complementação de aposentadoria ou planos de previdência social.
- complementação do salário em afastamentos prolongados por doença.
- seguro de vida em grupo ou acidentes pessoais.
- creche para filhos de funcionários.
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- grêmio ou clube.
- áreas de lazer nos intervalos de trabalho.
- atividades esportivas e comunitárias.
- passeios e excursões programadas.
Planos supletivos: são serviços e benefícios que visam proporcionar aos funcionários
certas facilidades, conveniências e utilidades para melhorar a qualidade de vida. Incluem:
- Transporte.
- Restaurante no local de trabalho.
Caro(a) aluno(a), você deve estar se perguntando sobre o porquê de todo esse esforço
das organizações em oferecer salários acima do mercado e um programa de benefícios cada vez
mais amplo aos seus colaboradores, não é mesmo? A resposta é muito simples: globalização e
concorrência.
É importante fazer uma reflexão: em tempos de crise econômica, onde o desemprego
aumenta significativamente, é difícil pensar em grandes oportunidades de colocação profissional.
Até mesmo executivos e profissionais altamente qualificados são afetados por momentos de crise
econômica. No entanto, geralmente são esses profissionais com alta qualificação que conseguem
se recolocar mais rapidamente ou até mesmo iniciar um negócio por conta própria, tornando-
se seus próprios patrões. Buscar qualificação e desenvolver competências então, torna-se um
objetivo para cada profissional. Você tem esse objetivo?
Ademais, as empresas modernas têm consciência que um excelente profissional pode
ser facilmente absorvido pela concorrência e cuja substituição levará certo tempo e novos
investimentos. Toda a atenção dispensada ao colaborador não é suficiente, pois cada um é movido
por um interesse diferente dos demais.
Nesse aspecto, continua a conhecida máxima da Gestão de Pessoas: “o maior tesouro de
qualquer empresa é e continuará sendo por um longo tempo as pessoas!”
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Link: <https://www.youtube.com/watch?v=au305ttodNU>.
Acesso em: 20 Abr. 2018.
Link: <http://www.ibccoaching.com.br/portal/conheca-algumas-formas-de-incen-
tivo-para-os-seus-funcionarios/>.
Acesso em: 20 abr. 2018
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REFERÊNCIAS
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São Paulo: Atlas, 2009.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4.
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CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel das pessoas nas organizações. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008.
FREITAS FILHO, Fernando Luiz. Gestão da inovação: teoria e prática para implantação. São
Paulo: Atlas, 2013.
GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. 2. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
KRAUSZ, R.R. Compartilhamento do poder nas organizações. São Paulo: Nobel, 1991.
MALHEIROS, B. T., ROCHA, A. Coelho. Série MBA - Gestão de Pessoas - Avaliação e Gestão de
Desempenho. LTC, 09/2014.
MATIAS-PEREIRA, J. Manual de gestão pública contemporânea. 4. ed., São Paulo: Atlas, 2012.
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REFERÊNCIAS
MAXIMINIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade
na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MÓSCA, H. B., CEREJA, J. R., BASTOS, S. P., (org.) Série MBA - Gestão de Pessoas nas
Organizações Contemporâneas. LTC, 07/2014.
RIBEIRO, L. A., SANTANA, L. C. Qualidade de vida no trabalho: fator decisivo para o sucesso
organizacional. Revista de Iniciação Científica – RIC Cairu. Vol 02, n° 02, p. 75-96, Jun., 2015.
TIDD, Joe; BESSANT, John; PAVITT, Keith. Gestão da inovação. 3.ed. Porto Alegre: Bookman,
2008.
TIGRE, Paulo B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
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