Você está na página 1de 86

GESTÃO DE PROJETOS

PROF. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ


Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios Diagramação:
não vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande
responsabilidade sobre as escolhas que Revisão Textual:
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Gabriela de Castro Pereira
acadêmica e profissional, refletindo diretamente Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
em nossa vida pessoal e em nossas relações Mariana Tait Romancini
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação Produção Audiovisual:
e conhecimento advindos de profissionais que Heber Acuña Berger
possuam novas habilidades para liderança e Leonardo Mateus Gusmão Lopes
sobrevivência no mercado de trabalho. Márcio Alexandre Júnior Lara

De fato, a tecnologia e a comunicação Gestão da Produção:


têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis.
Fotos:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a
Shutterstock
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade,
capaz de formar cidadãos integrantes de uma
sociedade justa, preparados para o mercado de
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PROJETOS

INTRODUÇÃO À GESTÃO
DE PROJETOS
PROF. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - CONHECENDO OS CONCEITOS DE PROJETOS .................................................................................................. 6
2 - AS DIMENSÕES, FASES E A ELABORAÇÃO DE PROJETOS ............................................................................ 10
3- JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS E RESULTADOS ESPERADOS DE UM PROJETO ............................................... 15
3.1. INTEGRAÇÃO ...................................................................................................................................................... 16
3.2. ESCOPO .............................................................................................................................................................. 17
3.3. TEMPO ............................................................................................................................................................... 17
3.4. CUSTO ................................................................................................................................................................. 17
3.5. QUALIDADE ....................................................................................................................................................... 18
3.6. RECURSOS HUMANOS .................................................................................................................................... 18

WWW.UNINGA.BR 3
3.7. COMUNICAÇÃO .................................................................................................................................................. 18
3.8. RISCOS .............................................................................................................................................................. 19
3.9. FORNECIMENTO ............................................................................................................................................... 19
4 - APROFUNDANDO ................................................................................................................................................ 21
5 - RESUMO ............................................................................................................................................................. 23

WWW.UNINGA.BR 4
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Percebe-se um grande crescimento nas organizações baseadas em projetos,
independentemente do tipo de organização – pública ou privada – existe uma mudança na forma
de gerir pessoas e organizações, principalmente em uma sociedade voltada à aprendizagem e ao
conhecimento.
Os projetos precisam ser vistos como uma forma essencial para o crescimento empresarial,
sem esse recurso, as organizações passam a se estagnar e parar de crescer podendo até mesmo
fechar suas portas.
A gestão de projetos é uma matéria de caráter multidisciplinar, cuja importância se
revela a cada dia. Sua relevância é percebida desde as ideias que surgem no chão de fábrica
das empresas, passando pelas inovações tecnológicas, até o desdobramento do planejamento
estratégico de qualquer organização, afinal, todas essas fontes precisam da visão de projetos
para se transformarem em resultados, pois com a utilização de uma metodologia para gestão
de projetos pode-se trabalhar de maneira uniforme e gerar indicadores de gestão para facilitar a
tomada de decisão.
Aproveite este estudo para compreender esses aspectos sobre projetos, buscando se inserir
nessa dinâmica que objetiva levar as organizações a se tornarem empresas que desenvolvem

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


potencialidades com foco em melhor se posicionarem em um mercado competitivo.

WWW.UNINGA.BR 5
ENSINO A DISTÂNCIA

1 - CONHECENDO OS CONCEITOS DE PROJETOS


Percebemos que na atualidade, nos diversos cenários – locais, regionais ou até mesmo
nacionais – existem diversos tipos de projetos com foco na educação, no uso de novas tecnologias,
na comunicação, na formação, na capacitação profissional, para que seja possível desenvolver
potencialidades dos colaboradores. Esse desenvolvimento de projetos leva a organização a
um crescimento mais fortalecido, pois cria alicerces e conhecimento dentro da organização,
melhorando todo o clima organizacional.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


Figura 1 – Projetar. Fonte: Google Images.

O grande crescimento das atividades, com base em projetos educacionais corporativos,


surge devido a diversos motivos, sendo um deles visto como um caminho seguro para que a
organização consiga implantar mudanças e inovações em seu contexto. Isso faz com que as
pessoas deixem de ser meras cumpridoras de funções para serem geradoras de ideias e conceitos
diferenciados, melhorando a competitividade que é essencial no mercado atual.
Isso demonstra que, na atualidade, as organizações precisam estar em equilíbrio
nos diversos ambientes envoltos em tecnologia, informação e comunicação, levando-nos a
compreender que a organização de sucesso será aquela que consiga planejar, controlar, executar
e avaliar as atividades voltadas a projetos.
Hoje, podemos ver a palavra “projeto” sendo empregada em vários contextos, como:
• Projeto arquitetônico (arquitetura).

• Projeto de lei (jurídico).

• Projeto pedagógico (educação).

• Projeto elétrico, hidráulico, mecânico, aeronáutico, naval etc. (engenharia).

• Projeto de software (informática).

• Projeto de marketing (administração).

• Projeto de pesquisa (educação, ciência, tecnologia).

WWW.UNINGA.BR 6
ENSINO A DISTÂNCIA

• Projeto de tese (educação).

• Projeto educacional (educação), etc.

Ao buscar a origem da palavra “projeto”, temos uma visão do termo em diversos contextos,
segundo o Dicionário Aurélio (s.p.):

Projeto {Do lat. projectu, ‘lançado para diante’.}


1. Ideia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano, intento,
desígnio.
2. Empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema (por
exemplo: Projetos Administrativos, Projetos Educacionais).
3. Redação ou esboço preparatório ou provisório de um texto (por exemplo:
Projeto de Estatuto, Projeto de Tese).
4. Esboço ou risco de obra a se realizar.
5. Arquit. Plano geral de edificação.

Porém, mesmo conhecendo a origem da palavra “projeto”, se faz necessário entender


seus conceitos e suas aplicações. Na visão de Maximiano (1997), Projeto é visto como um
empreendimento que tem fim e possui objetivos bem claros e definidos para solução de um
problema, aproveitar uma oportunidade, ou para sanar os interesses de umas pessoas ou de uma

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


organização.

Projeto é uma sequência de tarefas com um início e um fim que são limitadas
pelo tempo, pelos recursos e resultados desejados. Um projeto possui um
resultado desejável específico; um prazo para execução; e um orçamento que
limita a quantidade de pessoas, insumos e dinheiro que podem ser usados para
completar o projeto. (BAKER & BAKER, 1998, p. 5)

Já Weiss e Wysoki (1992) afirmam que um projeto deve ser visto como um empreendimento
complexo, que tem fim, com recursos limitados e deve haver envolvimento entre os setores e
funções da organização com foco em atingir objetivos que solucionem os problemas encontrados
ou criem inovação na organização. Estes conceitos devem ser vistos dentro da organização, com
foco na educação corporativa, gerando aprendizagem, desenvolvimento interno, inovação e
competitividade, por melhor aproveitar as potencialidades dos colaboradores. Neste sentido,
podemos encarar o projeto como algo voltado à pedagogia do projeto, visto como um projeto de
trabalho com foco em desenvolver conhecimento e melhora as habilidades individuais.
Podemos, então, definir o Projeto Educacional como um empreendimento que tem
um fim definido, e objetivos claros e bem definidos, que visam solucionar problemas, gerar
oportunidades, sanar necessidades dentro de um sistema organizacional que visa a geração de
educação e conhecimento, para a melhoria e formação das habilidades e potencialidades humanas
nos mais diferentes níveis de aprendizado.
Com isso, entendemos que os projetos educacionais não focam apenas em instituições de
ensino, pois podem ser aplicados em empresas, sendo elas públicas ou privadas, além de serem
benéficos para toda a sociedade, afinal, quando uma empresa consegue gerar conhecimento, pode
agregar valor em todo o entorno onde está inserida. Entenda, todo projeto com fins educacionais,
sendo ou não dentro de uma escola ou universidade, pode ser considerado um projeto de ensino
e aprendizagem.

WWW.UNINGA.BR 7
ENSINO A DISTÂNCIA

Podemos perceber que, na atualidade, as organizações têm buscado especialistas em


educação e projetos educacionais para desempenharem funções de planejamento, gestão
e avaliação de projetos dentro das empresas. Se uma organização quer crescer e continuar
competitiva, necessita da educação para um aprendizado constante e manter o conhecimento
como foco central de uma gestão coerente e voltada para resultados.
Surge nesse novo contexto o chamado Capital Intelectual, que nada mais é do que um
valor agregado que constrói, por meio de projetos educacionais, aprendizagem e conhecimento
nos indivíduos que estão em atuação dentro de um contexto organizacional. Este capital
intelectual pode ser visto com um diferencial competitivo das organizações, pois as pessoas são
únicas e não podem ser copiadas. Este capital pode ser desenvolvido por meio de projetos de
formação profissional continuada, cursos específicos, treinamentos e desenvolvimento de ações
que geram novos conhecimentos.

Sabemos que o capital intelectual é visto na atualidade como um recurso


econômico, devido a vivermos em uma sociedade baseada em informação e
conhecimento. A alta competitividade do mercado exige que as organizações
tenham esse capital intelectual, atuando de forma eficiente e ajudando nas

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


tomadas de decisão estratégicas das empresas e organizações.
Quando aliamos as tecnologias, a informação, o conhecimento e as pessoas,
temos um conjunto de elementos que formarão nosso capital intelectual, um
tema que tem sido alvo de estudos e pesquisas para buscar a melhoria da gestão
do conhecimento nas organizações, pois esse capital intelectual é capaz de gerar
lucros para as empresas.
A gestão do conhecimento possibilita identificar e mapear os talentos, a criatividade
e a capacidade de cada indivíduo dentro de uma organização, possibilitando,
assim, o desenvolvimento contínuo das pessoas. Tudo isso, é visto de forma
estratégica pelos pesquisadores atuais, e demonstra que o capital intelectual é o
grande diferencial competitivo em nosso contexto econômico.
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/qual-e-o-
verdadeiro-significado-de-capital-intelectual/62410/

É fato que também existem projetos que ajudam a organização no contexto ambiental,
quanto ao melhor consumo de energia, além de questões sociais, como cidadania, sociedade e
desenvolvimento sustentável, e projetos que são voltados para a formação e o desenvolvimento
social e humano.
Veja que, na atualidade, várias mudanças vêm ocorrendo nas organizações e resultando
em melhorias da gestão de pessoas, gerando capital intelectual. As organizações têm buscado
cada vez mais Treinamento e Desenvolvimento para geração de conhecimento e aprendizagem
constantes.
A Educação Corporativa deve ser um projeto constante e bem aplicado dentro das
organizações que querem continuar competitivas e que consigam se desenvolver constantemente
para gerar inovação.

WWW.UNINGA.BR 8
ENSINO A DISTÂNCIA

As empresas precisam entender que o capital humano só se desenvolve com investimento


da educação e no desenvolvimento das potencialidades, buscando sempre atingir vantagem
competitiva por meio da adaptação nas mudanças do mercado.

Figura 2 – Organização. Fonte: Google Images (2018).

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


A gestão da organização tem buscado levar as pessoas, tanto com títulos acadêmicos como
os que têm experiências a serem compartilhadas, a buscar formas de aprendizagem constantes
para o alcance dos objetivos organizacionais.
A liderança não pode ser controladora, e sim, motivadora, por meio do envolvimento
de todos em reuniões, treinamentos, seminários, ou até mesmo, por meio da criação de uma
universidade corporativa, sempre visando a educação continuada.
Em uma economia que trabalha de forma global, o dinheiro não é mais visto como o
mais importante, mas sim o conhecimento e a inovação, que têm o capital humano gerador de
inovação e vantagem competitiva.
Só tome cuidado para não entender esse contexto de projeto educacional como algo
apenas que visa o treinamento ou a qualificação da mão de obra, visto que temos que entender que
a educação corporativa está relacionada a uma nova maneira de pensar e agir, com foco em uma
aprendizagem contínua, tendo metas e objetivos bem traçados e agregando valor a organização.
Segundo Eboli (2002), o projeto educacional nas empresas tem por objetivo a criação de
um sistema eficiente e eficaz que gera aprendizagem humana, e que desenvolve competitividade
de mercado e criação de estratégias empresarial diferenciadas. Somando com esses conceitos,
Meister (1999) afirma que a educação corporativa é o arcabouço estratégico que visa desenvolver
e educar os funcionários, clientes, fornecedores e comunidade como foco em atingir as estratégias
organizacionais.
Na visão de Quartiero & Cerny (2005), os projetos educacionais estão centrados em
uma sociedade do conhecimento, onde existe a transformação do indivíduo social por meio do
conhecimento.
O novo gestor e colaborador trabalha focado nas competências individuais e no melhor
desempenho dos trabalhos em grupo, de forma interligada, responsável, solucionando problemas,
com isso gerando conhecimento, crescimento e vantagem competitiva.

WWW.UNINGA.BR 9
ENSINO A DISTÂNCIA

Um outro conceito importante dentro do ambiente de projetos é o do Gerenciamento do


Conhecimento, que visa avaliar as informações históricas e as novas informações da organização,
para a geração contínua de aprendizagem e estratégicas que leva a organização ao objetivo traçado.
Perceba que os principais conceitos sobre projetos visam a melhoria no processo de
aprendizagem e geração de conhecimento, sempre com vistas em um aprimoramento na gestão
do capital humano e intelectual da organização.
Os projetos voltados para a educação corporativa devem ser vistos como ferramentas
estratégicas que levam a empresa a um patamar diferenciado e que desenvolve potencialidades
pessoais que geram um diferencial competitivo em um mercado altamente exigente e em
constante mudança.

http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/capital-
intelectual-e-sua-importancia-para-as-organizacoes/27681/

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


2 - AS DIMENSÕES, FASES E A ELABORAÇÃO DE
PROJETOS

Quando pensamos em um projeto, é possível perceber duas dimensões que o permeiam:


O Planejamento e a Gestão. Por definição, um planejamento é visto como a preparação
antecipada de um trabalho ou ação por meio de busca de informações e metodologia que leve
a um resultado satisfatório. Já a gestão ou administração, é vista como a capacidade de levar
um processo, trabalho, pessoas ou recursos até o fim de algo que foi planejado com foco em
resultados. Essas dimensões são essenciais e precisam ser compreendidas e dominadas para que
um projeto aconteça com qualidade e eficiência, sempre focado na geração de conhecimento
organizacional.
Para que tenhamos esses resultados de forma eficiente, primeiramente, precisamos
entender o foco do projeto. Definimos, então, qual o problema a ser resolvido, qual a importância
do projeto e como ele pode transformar a realidade, com isso, começamos a entender os caminhos
que devemos seguir na sua elaboração.
O bom planejamento é essencial para que um projeto aconteça, além da boa gestão desde
o início do projeto, até o seu término, sempre visando corrigir possíveis falhas e implementar
ações, quando necessárias, para que o foco do planejamento possa ser atingido. Essa gestão
precisa estar voltada para a inovação, deve ser flexível e estar preparada para encarar as mudanças
constantes no ambiente interno e externo da organização.
Os projetos voltados para a educação corporativa precisam ter alto grau de inovação,
desde o seu planejamento, passando pela execução, sendo bem aplicado na implementação até o
seu fechamento.

WWW.UNINGA.BR 10
ENSINO A DISTÂNCIA

A implementação deve ser gerida de forma contínua e eficiente, visando levar o projeto
ao seu objetivo previsto no planejamento.
Por definição, a gestão de um projeto é vista como a ação e técnica de gerenciamento
que controla e conduz o projeto até o seu objetivo. É fato que dentro desse conceito, a gestão não
é apenas executar algo que está planejado, mas deve ser encarada como algo que pode modificar
e adaptar situações para o melhor rendimento do processo. Essa gestão é necessária para que
exista uma estrutura de controle, e processos com a finalidade de atingir resultados traçados
anteriormente no planejamento.

Figura 1 - A correta gestão de projetos. Fonte: o autor.

Esta preocupação com a gestão pode levar a organização a resultados excepcionais, que
agregam valor e geram conhecimento constante.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


Lembre-se que os projetos podem ser aplicados em diversas áreas e geram enormes
benefícios, quando bem aplicados e planejados.

Tipos de projetos Exemplos


Administração Campanha de redução de custos
Construção Prédio, usina siderúrgica
Eventos Feiras, shows
Manutenção Revisão de aeronaves
Pesquisa e desenvolvimento Novos produtos
Qualidade Implantação de ISO 9000

Tabela 1 - Tipos de projetos. Fonte: o autor.

Dentro do enfoque de nosso estudo, o projeto tem por objetivo criar um resultado único
e diferenciado, proporcionando agregação de valor, conhecimento e aprendizado contínuo na
organização. Um projeto não é feito só de boa vontade, e sim, por meio de dedicação constante,
planejamento, gestão e foco em resultados. Para tanto, vamos conhecer quais são as fases de um
projeto e sua importância no contexto do planejamento e gestão do projeto.

WWW.UNINGA.BR 11
ENSINO A DISTÂNCIA

Figura 2 - Fases de um projeto. Fonte: o autor.

Existem algumas variações nos nomes destas fases de projetos, porém não alteram sua
compreensão ou definição. Estudos indicam que os projetos podem apresentar 5 fases, que
demonstram como um projeto é executado e precisa de planejamento e cuidados em cada uma
dessas fases.
Essas fases, conforme a figura anterior, são as seguintes, na visão de Dinsmore (1992, p.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


22-23):

Concepção: busca identificar as necessidades da organização, avalia as questões de


viabilidade, pensa em alternativas para o projeto, além de buscar orçamentos e cronogramas para
uma boa execução do projeto. Nesta fase, também se faz necessário definir a equipe de trabalho.

Planejamento: aqui se faz necessário programar o capital intelectual (recursos humanos),


os materiais e as finanças; e, se necessário, gerar protótipos, analisar e aprovar a execução.

Execução e Controle: precisa cuidar das atividades programadas, monitorar e controlar


cada ação, e se preciso for, fazer os ajustes necessários para que tudo ocorre com eficiência e
qualidade.

Final: o caminho depois de percorrido chega ao encerramento do projeto, observando


se houve resultados positivos ou negativos, treinando e realocando recursos, se necessários, para
uma continuidade em busca dos objetivos organizacionais.

Essa sequência também leva o nome de Ciclo de Vida de Projetos, pois demonstra como
acontece o projeto do começo ao fim. Lembrando que um projeto pode ser aplicado novamente,
desde que ao final se busque informações para avaliar se o projeto foi um sucesso completo ou
precisa de alguma mudança para ocorrer novamente.
Precisamos, é claro, tomar cuidado, pois essas fases acabam demonstrando que um
projeto só funciona de forma linear e não tem flexibilidade para pular, ou até mesmo, alterar fases,
quando necessário. Podemos perceber que o planejamento não é interrompido em nenhuma das
fases, pois se faz necessária a implementação constante do projeto para que ele atinja os objetivos.
As interações em cada fase servem para corrigir ou adaptar o que for preciso dentro do contexto
do projeto, lembre-se, o foco sempre é atingir os melhores resultados possíveis. O mercado, as
pessoas e a organização são flexíveis e mudam constantemente, logo, os projetos não podem ficar
de fora desse contexto.

WWW.UNINGA.BR 12
ENSINO A DISTÂNCIA

Para cada fase, podemos identificar algumas atividades essenciais para seu bom
andamento:

1. Concepção: Desenvolvimento da visão geral do projeto.


• Reconhecer que vale a pena efetuar um Projeto

• Identificar e definir o problema ou situação geradora

• Determinar o que o Projeto vai realizar

• Definir a abrangência do Projeto

2. Planejamento: Definição dos objetivos, resultados esperados, recursos necessários,


custos e prazos.
• Refinar e detalhar o escopo do Projeto

• Listar as atividades e tarefas necessárias aos resultados desejados

• Sequenciar as atividades da maneira mais eficiente possível

• Definir um cronograma e atribuir recursos a cada atividade programada

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


3. Execução: Organização, coordenação e direcionamento de equipes
• Organizar e coordenar equipes; atribuir tarefas

• Resolver conflitos e problemas

• Manter comunicação efetiva com os envolvidos no projeto

• Garantir o provimento de recursos para realizar o planejamento

4. Controle: Acompanhamento da execução do projeto


• Monitorar a execução e identificar desvios em relação ao plano

• Adotar ações corretivas para manter o curso planejado

• Reescalonar as atividades, na medida do necessário


Adequar recursos disponíveis e/ou abrangência do projeto

5. Final: Avaliação dos resultados do projeto


• Verificar, analisar e avaliar os resultados alcançados

• Elaborar relatórios finais

• Disseminar os resultados alcançados

• Consolidar o aprendizado como projeto; formular novas propostas

WWW.UNINGA.BR 13
ENSINO A DISTÂNCIA

É preciso tomar muito cuidado com o controle em todos os processos do projeto, para
que o que foi planejado não se perca no caminho ou nem seja executado. Os projetos passarão
por diversas variáveis e por isso esse controle é essencial, nos mínimos detalhes, pois sem controle
isso pode impactar na má execução do projeto ou na sua inviabilidade.
Um projeto só atinge seu objetivo quando consegue cumprir prazos e orçamentos,
ter qualidade e satisfazer as expectativas os envolvidos com o projeto. Um bom controle e
planejamento leva a organização ao sucesso e à maximização de seus resultados em um mercado
altamente competitivo.
Podemos entender que em um projeto existem fatores que levam ao sucesso, ou também,
podemos chamar de Fatores Críticos de Sucesso (FCS). Esses fatores podem variar de organização
para organização, porém, são fatores que precisam ser cuidados e avaliados constantemente.

Nesse sentido, podemos verificar alguns possíveis Fatores Críticos de Sucesso:

• Administrar conflitos;

• Aprimorar as habilidades comportamentais;

• Concentrar-se em garantir adequada comunicação entre as interfaces;

• Continuidade do pessoal do projeto (baixa rotatividade).

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


• Controlar e avaliar resultados;

• Dar respostas rápidas aos clientes;

• Elaborar planos de contingências;

• Estabelecer metas claras para atingimento;

• Garantir gerente de projeto competente;

• Garantir mecanismos de ataque de problemas;

• Garantir mecanismos de controle;

• Garantir membros do grupo de projeto competentes;

• Manter canais de comunicação adequados;

• Planejar e definir marcos intermediários;

• Preocupar-se em montar a melhor equipe possível;

• Preparar-se para o inesperado;

• Ter adequado apoio da alta administração;

• Ter capacidade de realimentação;

• Ter suficiente alocação de recursos.

WWW.UNINGA.BR 14
ENSINO A DISTÂNCIA

Aqui, começamos a entender a importância de um bom planejamento e gestão de um


projeto, principalmente, com foco educacional dentro da organização. Para que um projeto
nasça e tenha sua vida plena e bem utilizada, é necessário ter um foco principal, que visa o
desenvolvimento de vantagem competitiva e crescimento intelectual da organização. Em projetos
genéricos, podemos verificar que o foco pode ser:
• Produtos melhorados: a exigência de mercado pede evolução constante dos produtos,
sempre com controle e planejamento.

• Novos produtos: às vezes, se faz necessário desenvolver novos produtos para atingir os
objetivos do mercado exigente.

• Mudanças na organização: em certos momentos, é necessário que haja mudanças,


alianças estratégicas com outras organizações, ou mudanças na estrutura, para que seja possível
atingir os objetivos traçados no planejamento organizacional.

• Gestão estratégica: para sanar as constantes exigência do mercado, é necessário um foco


estratégico, atentando-se aos desejos e necessidades do mercado, além de entender as pessoas que
permeiam a organização na execução do projeto.

• Melhorias organizacionais: é essencial que as organizações tenham uma orientação


que vise aprimoramento de processos. Isso gerará resultados positivos ao final do projeto.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


A elaboração de um projeto acontece quando problemas, necessidades, oportunidades e
desafios surgem, porém, esses fatores estão ligados a algumas circunstâncias que deram origem a
esse projeto – que começa a ser elaborado quando surge uma necessidade específica, ou surge a
buscar para aproveitar uma oportunidade mercadológica. Isso demonstra que um projeto vem ao
encontro das necessidades do novo gestor, que busca gerar conhecimento e aprendizagem dentro
de sua organização, com objetivo de sanar as necessidades e desejos de seu mercado consumidor
de produtos ou serviços.

3- JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS E RESULTADOS


ESPERADOS DE UM PROJETO
Vimos até aqui as definições e a importância dos projetos, mas também precisamos
entender que o que justifica um projeto é a necessidade de encontrar soluções para problemas
que surgem durante a vida de uma organização, podendo ser com o desenvolvimento de novos
processos ou produtos até mudanças estruturais com foco em maximizar resultados.
Outro detalhe que precisamos perceber é que um projeto também pode surgir a partir
de interesses e conhecimentos individuais ou coletivos. Com isso, percebemos que um projeto
surge pela necessidade de resolver um problema que será resolvido e desenvolvido por um grupo
empreendedor.
Vários problemas podem justificar o surgimento dos projetos, e cada um desses
problemas leva o nome da fonte geradora do projeto, que só será efetivamente realizado se o
grupo empreendedor entender a real necessidade de sua execução.

WWW.UNINGA.BR 15
ENSINO A DISTÂNCIA

Dentro do contexto de Educação Corporativa, Eboli (1999) afirma que o desenvolvimento


de um projeto de educação corporativa só acontece se todos compreendem a importância da
educação e do aprendizado dentro da organização.
Lembre-se que dentro das organizações existem interesses em jogo, desejos e experiências
diferentes, e isso deve ser levado em conta, ao desenvolver um projeto, pois se faz necessário
deixar claro o motivo pelo qual ele será elaborado e aplicado na organização.
Precisamos, primeiramente, ter clareza na definição dos problemas ,para justificar a
elaboração de um projeto, principalmente, se voltado para as questões de educação corporativa.
Todo problema tem suas causas, mas também tem efeitos que, se mal trabalhados, podem
criar problemas de clima organizacional, relacionamentos internos e, até mesmo, acabar com a
autoestima dos colaboradores.
Freire (2003) afirma que o ato de ensinar não é apenas passar conhecimento, mas desenvolver
a possibilidade do indivíduo produzir seu próprio conhecimento com experiências que vivencia.
No ambiente empresarial, este autoconhecimento pode acontecer pela disponibilização de
práticas educacionais que melhoram a comunicação, melhoram os relacionamentos e estimulam
a aprendizagem, por meio de treinamentos e práticas que levam as pessoas a aprenderem e gerar
conhecimento.
De acordo com o Project Management Institute (PMI), o “Universo de Conhecimento”
necessário para se gerenciar projetos é composto por nove áreas distintas. Porém, não existe
uma concordância irrestrita a respeito, mas uma tentativa para se organizar o conhecimento
necessário ao bom gerenciamento de projetos.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


Figura 3 – Project Management Institute. Fonte: Google Images (2018).

3.1. Integração
• Tabela Geral do Projeto (esquema genérico);

• Lista Preliminar do Escopo;

• Plano de Gerenciamento do Projeto;

• Dirigir e Gerenciar a Execução do Projeto;

• Monitorar e Controlar o Projeto como Trabalho;

• Acompanhar o Projeto o Tempo Todo;

• Controlar as Mudanças Integradas;

• Finalizar Processos do Gerenciamento do Projeto.

WWW.UNINGA.BR 16
ENSINO A DISTÂNCIA

3.2. Escopo
• Estabelecer fronteiras entre determinadas tarefas, atividades, contratos, atribuições,
responsabilidades e missões (término e início de um trabalho);

• Deve ser gerenciado por planejamento, interface e documentação dos itens que passam
de uma área para outra;

• Coordenação diária com reuniões periódicas;

• Acompanhamento contínuo (follow-up) para não se perder o foco do projeto;

• A gerência do escopo do projeto ajuda a definir exatamente o que precisa ser feito por
parte de cada elemento que atua no projeto.

3.3. Tempo
• A corrida contra as datas estabelece o ritmo de trabalho em projetos;

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


• O tempo é um padrão importante para avaliar o sucesso;

• A correta administração do tempo (juntamente com o controle sobre os custos) tem


feito a diferença entre o bom e o mau resultado na implementação de um projeto;

• No planejamento e no controle das atividades do projeto, principalmente aqueles mais


complexos, algumas técnicas de rede com uma relação de interdependência, tais como PERT/
CPM, são utilizadas com maior frequência.

3.4. Custo
• Pode-se expressar um projeto, em números, somando-se os custos em equipamentos,
materiais, mão de obra, assistência técnica, bens imóveis e financiamentos;

• Até o tempo pode ser ali representado e, por conseguinte, ser agregado;

• A gerência de projetos é responsável pelo controle dos custos globais para mantê-los
dentro dos limites orçamentários;

• Projetos resumem-se em Dinheiro;

• É o dinheiro que faz com que o projeto progrida e é a razão da sua existência (gerar mais
dinheiro ou benefícios para o proprietário ou organização patrocinadora).

WWW.UNINGA.BR 17
ENSINO A DISTÂNCIA

3.5. Qualidade
• Uma das metas principais: qualidade (veja o posicionamento no mercado);

• Nos projetos industriais, os padrões são ditados por especificações, que são utilizadas
no monitoramento do desempenho do projeto;

• Onde não existem especificações tão detalhadas para se estabelecer padrões de qualidade,
espera-se um mínimo de qualidade funcional;

• Se não for apresentado um mínimo de qualidade funcional, não somente o projeto, mas,
também, produto e/ou serviço estarão fora do mercado;

• A defesa da qualidade de um projeto permanece como uma das responsabilidades


primordiais de um Gerente de Projetos.

3.6. Recursos Humanos


Precisa ser gerenciada de três formas diferentes:

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


• Administrativa: atender às necessidades burocráticas do funcionário tais como
recrutamento, salário, férias e demais benefícios;

• Alocação de mão de obra: quantidade, qualificação e tempo necessário;

• Motivação e comportamento: atenção gerencial por meio de treinamento e


desenvolvimento.

3.7. Comunicação
• São de extrema importância para um bom entendimento e desenrolar das atividades do
projeto;

• Comunicações Formais atendem ao planejamento organizacional, ao planejamento


estratégico, ao planejamento do projeto propriamente dito, às normas, aos padrões e aos
procedimentos;

• Comunicações Interpessoais também requerem atenção, para que se possa interagir


com eficácia;

• Comunicações com a Comunidade fazem parte das relações públicas e visam não só
quebrar resistências, mas também influenciar o público.

WWW.UNINGA.BR 18
ENSINO A DISTÂNCIA

Note que a Comunicação de Informações Gerenciais é também muito importante


para que cada um na organização saiba, de forma oficial, qual a real situação do
projeto, de cada área e de cada pessoa envolvida, se for o caso. Dessa forma, deve
acabar, ou pelo menos diminuir, com os rumores provenientes da chamada “rádio
peão”.

3.8. Riscos
Em um ambiente estável, as decisões podem ser baseadas em experiências, em dados
históricos e conhecimentos práticos;
Regras simples: Se acontecer “A” faça “X”, se acontecer “B” faça “Y”, isto significa uma
atenção e preparo constantes de todos os envolvidos;
Decisões tomadas em condições de risco ou incerteza não são programáveis, portanto, a
equipe deverá se adaptar à nova situação;

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


Flexibilidade (e não o personalismo) é característica mandatória para que o grupo
apresente bom desempenho.

3.9. Fornecimento
No gerenciamento de projetos, é necessário tratar com terceiros que fornecem serviços,
materiais e equipamentos;
O destino do projeto depende da capacidade de bem escolher os fornecedores e os
prestadores de serviços, com termos contratuais adequados;
A coordenação das atividades de terceiros, seu acompanhamento e avaliação de
desempenho são de suma importância.

Perceba que a busca para atuar nessas áreas do conhecimento gera uma “justificativa”
para elaborar um projeto, podendo levar a empresa, e todos os envolvidos, a desenvolver
aprendizagem e conhecimento, por meio de novas experiências que serão criadas a partir do
projeto. Fato que gera a necessidade de compreender o que é essa justificativa de um projeto.
Principalmente, porque um projeto só deve acontecer se sua justificativa for clara e bem definida.
Diante disso, podemos afirmar que a justificativa é um elemento essencial na negociação e
aprovação de um projeto junto aos envolvidos com a sua realização, visto que tem o foco de criar
fundamento e aprofundamento do contexto do projeto, e ajuda na compreensão do motivo da
existência do projeto. A justificativa irá apresentar mais dados sobre o projeto: material teórico,
dados estatísticos, dados que apresentam a situação antes do projeto. Com isso, será possível
avaliar os resultados que serão alcançados após a execução do projeto.
Após entender a importância da justificativa do projeto, precisamos compreender quais
são os objetivos do projeto elaborado, e isso deve ser visto como de extrema importância dentro
do planejamento do projeto.

WWW.UNINGA.BR 19
ENSINO A DISTÂNCIA

Ao tratar da produção de bens, prestação de serviços ou geração de educação corporativa,


há uma grande necessidade de melhorar de forma contínua para atender as necessidades variadas
que surgem nas organizações e no mercado consumidor. Essa melhora nos leva a desenvolver
projetos que consigam sanar essas necessidades que surgem diariamente, com isso, temos
objetivos a atingir com a elaboração de projetos.
Na visão de Slack (2002, p. 119), existem cinco objetivos que precisamos atingir com a
gestão de projetos: Qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Esses objetivos
devem servir de base para a elaboração dos projetos e dentro da educação corporativa. Deve
haver qualidade do início ao fim do processo de desenvolvimento de conhecimento, sem perder
tempo (rapidez), mas gerando confiança entre os envolvidos no processo.
Entendo que as pessoas são diferentes e tem necessidades específicas, nos levando a ter
flexibilidade dentro do contexto. Claro que tudo isso deve ser avaliado e calculado para que os
custos estejam dentro de um planejamento viável para a empresa.
Definir quais vão ser os objetivos de um projeto é algo de extrema relevância dentro
do planejamento. Dentro dessa aula, podemos perceber que um objetivo é visto como ter um
propósito, uma intenção, algo que se deseja atingir por meio do projeto a ser realizado. Com
isso, podemos dividir os objetivos em geral e específicos.
Na visão de Oliveira (2010, p. 36) “o objetivo geral precisa dar conta da totalidade do
problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo
uma possível distorção na interpretação do que se pretende pesquisar”. Olivera (2010, p. 37)
ressalta que “os objetivos específicos fazem o detalhamento do objetivo geral e devem ser iniciados

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


com o verbo no infinitivo”. Podemos utilizar como verbos para construir os objetivos gerais:
Analisar, Avaliar, Caracterizar, Discutir, Diagnosticar, Investigar, Implantar, Estudar, Promover,
Pesquisar, Realizar, Determinar.
-Já dentro dos objetivos específicos se costumam utilizar os seguintes verbos: Indicar,
Desenhar, Colaborar, Cotejar, Descrever, Desenvolver, Utilizar, Divulgar, Elaborar, Empreender,
Explicar, Evidenciar, Facilitar, Focalizar, Fornecer, Identificar, Interpretar, Investigar, Levantar,
Localizar, Promover, Realizar, Reconhecer, Reunir, Sugerir, Traçar, Verificar.
Um detalhe importante é que precisamos entender que os objetivos estão diretamente
ligados com os resultados que se esperam ao realizar um projeto. É muito raro pensarmos em
objetivos sem ligá-los a algum resultado que estamos esperando conquistar.
Porém, algo que devemos entender é que um projeto pode chegar ao seu final e não
conseguirmos perceber se os resultados foram atingidos. Com isso, podemos perceber que os
resultados são consequências do projeto que dependem das variações em sua execução e isso
acaba sendo incontrolável e impreciso, pois envolvem pessoas e ambientes dinâmicos.
É fato que sobre os produtos ou serviços que são projetados temos o controle direto, o
que não controlamos são seus resultados e impactos dentro do contexto do projeto. Por isso,
precisamos diferenciar produtos e serviços de resultados e impactos, veja a seguir um exemplo:
- Situação geradora: baixo rendimento dos alunos em matemática no Programa de
Educação de Jovens e Adultos.
Objetivo geral: contribuir para a melhoria do rendimento dos alunos em matemática, no
programa de Educação de Jovens e Adultos.
- Objetivo específico: desenvolver metodologia de ensino baseada em jogos matemáticos
visando à melhor aprendizagem dos alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos.
- Processo (ações previstas, dentre outras): atividade de desenvolvimento de jogos
matemáticos, usando materiais disponíveis na escola, experiência do corpo docente, realização
de cursos etc.
- Produto esperado (dentre outros): jogos matemáticos desenvolvidos, construídos,
testados e aplicados em sala de aula.

WWW.UNINGA.BR 20
ENSINO A DISTÂNCIA

- Resultado esperado (dentre outros): alunos com maior motivação e melhor


desempenho no estudo e aprendizagem de matemática.
- Impacto (dentre outros): aumento do interesse dos alunos pela leitura de textos de
matemática e participação em eventos educacionais envolvendo conhecimentos de matemática.

Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, ter objetivos claros e projetos
voltados para a educação corporativa é essencial para o crescimento das pessoas envolvidas
e da maximização dos resultados dentro da organização. Todo projeto precisa ser visto como
ferramenta que pode causar diferenciação e vantagem competitiva, além de enxergar as pessoas
como diferencial estratégico e não apenas como um recurso limitado.

4 - APROFUNDANDO
Buscar uma educação corporativa é criar uma mudança comportamental nas pessoas,
para que possam pensar de forma crítica, tendo a capacidade de desenvolver o autogerem
ciamento e o aprimoramento da inteligência emocional (capacidade de lidar com as emoções de
forma estratégica), buscando a cada dia melhorias nos processos. Isso passa por avaliar valores
próprios, princípios éticos e seu relacionamento com os colegas de trabalho e a comunidade onde
a empresa está inserida.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


Para que as organizações consigam aplicar essa Educação Corporativa, é possível criar
parcerias com universidades, escolas ou centros de treinamentos, desta forma, conseguindo levar
ensino e aprendizagem aos colaboradores por meio do ensino e aprendizagem, unindo teoria e
prática, gerando um aprimoramento e aumento de desempenho de cada pessoa.
A educação corporativa tem o foco de desenvolver a empresa ou organização como um
todo, envolvendo empregados, fornecedores, clientes, gestores, acionistas e demais interessados.
Essa educação visa colocar em prática as estratégias empresariais alavancando oportunidades e
aumentando a chance de inserir-se em novos mercados e tendo uma visão maximizada de futuro
para a organização.
Nessas parcerias entre empresas e instituições de ensino, pode haver vários formatos de
educação, que seguirão leis e regras específicas para atender exigências da empresa, mas sem
deixar de lado as regras e leis vigentes. As formas de educação podem ocorrer:

• Ensino à Distância;

• Educação Profissional;

• Pós-graduação em nível de especialização;

• Pós-graduação em nível de Mestrado Profissional;

• Cursos e treinamentos dentro da própria empresa.

As organizações que têm obtido sucesso nesse mercado altamente competitivo são aquelas
que direcionam suas ações em desenvolver as habilidades e potencialidades de seus colaboradores
por meio de treinamentos e ensino personalizado e específico. As instituições de ensino buscam
atender todas essas demandas trabalhando todos os aspectos organizacionais como: finanças,
tecnologia, marketing, recursos humanos, contabilidade, logística, entre outros.

WWW.UNINGA.BR 21
ENSINO A DISTÂNCIA

O projeto de educação corporativa deve ter claramente definido a missão, os objetivos e


as estratégias de ação para executar dentro de um cronograma as ações necessárias para atingir
o desenvolvimento de conhecimento entre os colaboradores. Isso gerará um fortalecimento da
cultura organizacional, tornando a empresa mais dinâmica e focada em melhorias contínuas.
Quando o foco da organização é a educação contínua e não apenas um treinamento,
o efeito é duradouro e de longo prazo. Porém, precisamos estar cientes de que nem todos irão
mudar em um primeiro momento, pois é necessário mostrar às pessoas a importância e vantagem
dessa mudança. Lembre-se, as pessoas não gostam de mudanças, e isso pode ser a grande barreira
nesse processo.
Os treinamentos de curto prazo apenas visam a competição momentânea, sem a
preocupação de desenvolver um mecanismo contínuo de desenvolvimento humano. A educação
corporativa visa a competitividade por meio do desenvolvimento das pessoas, de forma eficiente
e enxergando que as pessoas são um diferencial competitivo e capital humano.
Lembrando que esse novo modelo educacional não é milagroso, pois precisa que todos
os envolvidos estejam comprometidos com todos os processos e que queiram desenvolver suas
competências, por meio do ensino-aprendizagem, gerando conhecimento. Isso é uma mudança
de cultura organizacional, com foco na continuidade da organização durante o tempo.
Na atualidade, temos várias tecnologias que facilitam que as pessoas tenham acesso
à informação, isso também traz uma grande responsabilidade, pois com mais informação
circulando, maior é a responsabilidade das pessoas em trabalhar essas informações para ter
resultados positivos.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


As organizações de sucesso buscam cada vez mais o desenvolvimento e um processo
educacional, retendo talentos e gerando a possibilidade de desenvolver profissionais preparados
para as mudanças futuras.
A educação corporativa é uma ferramenta estratégica e deve ser utilizada para criar um
diferencial competitivo, por meio do melhor uso do capital humano da empresa atendendo com
isso as grandes exigências do mercado.

Título: Trabalhando com Projetos


Autor: Barbosa, Eduardo Fernandes / Moura,Dácio G.
Editora: Vozes
Sinopse: Este livro é uma contribuição literária para
os educadores que buscam informações sobre
gestão de projetos educacionais. A obra se concentra
especificamente no “plano” e no decorrer dos capítulos
perpassa a “concepção”, o “planejamento”, a “execução”,
o “controle” e o “encerramento”. É um texto repleto de
teoria e exemplificações.
Além de ser destinado a professores, promete interessar os estudantes das
ciências humanas e sociais.

WWW.UNINGA.BR 22
ENSINO A DISTÂNCIA

Título: Ser e Ter


Ano: 2002
Sinopse: Na zona rural da França, o professor Georges
Lopez educa 12 crianças, cujas idades variam de 4 a 11
anos de idade. Ao longo de um ano, Lopez, que está perto
de se aposentar, instrui todos em uma pequena sala de
aula com as ferramentas tradicionais de ensino francês:
repetição mecânica e ditado de passagens literárias
para copiar. Com o passar da temporada, Lopez deve
manter seus alunos disciplinados enquanto prepara as
crianças mais velhas para os exames que determinarão
seu futuro educacional.

EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Videoaula sobre Educação Corporativa e sua importância dentro do contexto

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1


mercadológico e profissional. Mostra como o mercado atual mudou e as empresas
precisam acompanhar essas mudanças por meio de uma educação diferenciada.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=orr5_260cOU>

5 - RESUMO
O grande crescimento das atividades, com base em projetos educacionais corporativos,
surge devido a diversos motivos, sendo um deles visto como um caminho seguro para que a
organização consiga implantar mudanças e inovações em seu contexto. Isso faz com que as
pessoas deixem de ser meras cumpridoras de funções para serem geradoras de ideias e conceitos
diferenciados, melhorando a competitividade, que é essencial no mercado atual.
Na visão de Maximiano (1997), Projeto é visto como um empreendimento que tem fim,
e possui objetivos bem claros e definidos para solução de um problema, visando aproveitar uma
oportunidade ou para sanar os interesses de umas pessoas ou organização. Podemos, então,
definir o Projeto Educacional como um empreendimento que tem um fim definido, assim
como objetivos claros e bem definidos, que visam solucionar problemas, gerar oportunidades,
sanar necessidades dentro de um sistema organizacional, que visa a geração de educação e
conhecimento, para a melhoria e formação das habilidades e potencialidades humanas nos mais
diferentes níveis de aprendizado.
A Educação Corporativa deve ser um projeto constante e bem aplicado dentro das
organizações que querem continuar competitivas e que consigam se desenvolver constantemente
para gerar inovação.

WWW.UNINGA.BR 23
ENSINO A DISTÂNCIA

As empresas precisam entender que o capital humano só se desenvolve com investimento


da educação e com o desenvolvimento das potencialidades, buscando sempre atingir vantagem
competitiva por meio da adaptação às mudanças do mercado.
A elaboração de um projeto acontece quando problemas, necessidades, oportunidades e
desafios surgem, porém, esses fatores estão ligados a algumas circunstâncias que deram origem a
esse projeto. Assim, um projeto começa a ser elaborado quando surge uma necessidade específica
ou busca aproveitar uma oportunidade mercadológica.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 1

WWW.UNINGA.BR 24
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

02
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PROJETOS

ELABORAÇÃO E PLANEJAMENTO
DE PROJETOS
PROF. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 26
1 - ELABORAÇÃO DE UM PROJETO ........................................................................................................................ 27
2 - PLANO E PLANEJAMENTO DE UM PROJETO .................................................................................................. 35
3 - CONTROLE E GESTÃO DE PROJETOS .............................................................................................................. 39
4 - APROFUNDANDO ............................................................................................................................................... 42
4.1. NÍVEL ESTRATÉGICO DO PROJETO ................................................................................................................. 43
4.2. NÍVEL TÁTICO DO PROJETO ............................................................................................................................ 43
4.3. NÍVEL OPERACIONAL DO PROJETO ............................................................................................................... 43
5 - RESUMO ............................................................................................................................................................. 45

WWW.UNINGA.BR 25
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Um projeto bem elaborado envolve funcionários, clientes, fornecedores e comunidade em um
processo de desenvolvimento educacional contínuo, cumprindo as visões estratégicas da empresa.
Projetos são fundamentais, principalmente em uma sociedade conhecida como “do
conhecimento”, em que o grande foco é transformar uma realidade em um futuro promissor. Por
isso, ao falar de elaborar projetos, estamos falando de planejamento, controle, gestão, ensino e
mudança de mente, com foco em gerar resultados de desenvolvimento humano e organizacional.
Por isso, precisamos compreender como funciona a elaboração de um projeto, principalmente
os de educação corporativa. Além disso, é importante entendermos que todo projeto precisa de
um plano de ação, ou vários, e um bom planejamento, pois, sem isso, se torna algo sem objetivo
sem nenhum valor para gerar desenvolvimento. É fato que não existe execução de projetos sem
que haja um controle adequado do projeto, avaliando cada fase e verificando a necessidade de
mudanças ou correções para que os objetivos planejados possam ser atingidos.
Isso tudo leva a compreender o contexto de uma gestão de projetos pautada em atingir
resultados maximizados e que criem mudanças de comportamento para que a empresa ou
organização esteja preparada para a luta diária que é atender o mercado com a qualidade que é

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


exigida.

WWW.UNINGA.BR 26
ENSINO A DISTÂNCIA

1 - ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
Já vimos o que é um projeto e como ele é importante dentro de um contexto organizacional
para o desenvolvimento das potencialidades, principalmente no tocante a projetos educacionais
corporativos.
Projetos são empreendimentos que fazem parte, consciente ou inconscientemente, do
dia a dia de qualquer organização. A visão da empresa influenciará sensivelmente no sucesso dos
projetos.
Um projeto possui algumas características pertinentes ao seu métier. Na visão de Vargas
(2003, p. 15), essas características são a temporalidade (início, meio e fim), individualidade
do produto ou serviço a ser desenvolvido (garantia de inovação), complexidade (clareza dos
objetivos, condução das atividades, emprego dos recursos) e acrescente-se a mobilidade de
certos parâmetros (prazos, custos, pessoal, material e equipamento e qualidade), constantemente
revisados.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2

Figura 1 - Áreas da gestão de projetos. Fonte: o autor.

Características que ajudam a determinar um projeto:


• Possui um objetivo – todo projeto deve possuir objetivos que justifiquem a sua existência
e que sirvam de norte para os trabalhos que serão desenvolvidos. Na verdade, o surgimento
do estudo sistematizado do gerenciamento de projetos se deve à necessidade de alcançar esses
objetivos da melhor maneira possível, com foco em resultados.

WWW.UNINGA.BR 27
ENSINO A DISTÂNCIA

• É temporário – todo projeto possui início e fim determinados. Isso é importante e


diferencia os projetos das atividades rotineiras. Muitos projetos fracassam porque os envolvidos
não conseguem determinar o seu encerramento, fazendo com que, no decorrer do tempo, os
objetivos iniciais se percam, ou o sentido do projeto mude e as justificativas da sua existência
deixem de ser importantes. Por exemplo: na operação diária de produzir camisetas brancas, não
existe apelo no prazo; já no desenvolvimento de um novo carro, o apelo existe porque a data de
lançamento já está agendada para o fim do ano.

• É único – cada projeto é inédito, diferente. Isso é facilmente observável porque tudo
muda no decorrer do tempo: as equipes mudam, os gestores mudam, assim como a tecnologia.
Enfim, todo o contexto em que os projetos estão inseridos está em constante mudança, e isso
torna a gestão de projetos ainda mais desafiadora. Utilizando o mesmo exemplo anterior: na
produção das camisetas brancas não existe nada de inédito em fabricar uma após a outra. No caso
do novo modelo de carro, essa característica de único fica muito bem representada.

• É restringido por recursos limitados – seria muito mais simples se, a cada novo
projeto, todos os recursos necessários estivessem disponíveis e dentro dos critérios desejados,
para se realizar o novo desafio. Mas isso normalmente não acontece, e exige dos gerentes de
projetos um conjunto de atividades e habilidades para buscar o sucesso do empreendimento.
Essa característica é tão marcante nas empresas atuais que muitas teorias e conceitos foram
desenvolvidos para gerir de maneira adequada os projetos. O conceito de “corrente crítica” é um

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


bom exemplo de teoria de gestão. Ele ganhou corpo nos últimos anos, graças aos trabalhos do
Prof. Eliyahu Goldratt, com seus livros A Meta e Corrente Crítica.
É realizado por pessoas – esta é uma característica gratificante e, ao mesmo tempo,
desafiadora. Remete à necessidade de competências comportamentais e de gestão, por parte dos
gerentes de projetos, e pode ser o fator determinante para uma gestão bem-sucedida.

• Coexiste com outros projetos – tal característica, que é negligenciada em muitas


definições, é uma das mais importantes e deve ser observada, atentamente, pelas pessoas que
trabalham com gestão de projetos. Além de exigir habilidades técnicas específicas, também exige
habilidades como negociação e comunicação, para que, assim, os objetivos dos projetos sejam
atingidos. Realmente, a vida dos gerentes de projetos seria muito mais simples se cada um pudesse
gerenciar apenas um projeto de cada vez, mas não é isso que acontece. Torna-se necessária, então,
uma visão corporativa que garanta a coexistência pacífica e organizada entre os diversos projetos
das organizações.

Um projeto precisa ser claro e objetivo, e de ter uma base empreendedora, isto é, um projeto
acontecerá por meio de um planejamento com foco em qualidade e avaliação de resultados. Para
a correta elaboração de um projeto, precisamos responder algumas questões importantes:
• O que se deseja? Definir o objeto almejado.

• Por que? Justificar o projeto.

• Para que? Definir os objetivos a serem atingidos.

• Como? Selecionar pessoas capazes de realizar o projeto; estabelecer formas de trabalho,


das atividades necessárias, de escolha e utilização dos recursos.

WWW.UNINGA.BR 28
ENSINO A DISTÂNCIA

• Quando? Determinar prazos para cada etapa de execução cuja flexibilidade viabilize sua
execução sem comprometer os resultados.

• Onde? Definir locais adequados e necessários.

• Valeu a pena? Realizar avaliação criteriosa dos erros e acertos para se garantir resultados
profícuos e positivos.

Claro que olhando, dessa maneira, parece simples, porém, é necessário ter
responsabilidade e fazer avaliações constantes para que seja possível implementar o projeto a
cada etapa. Adaptações, correções vão ser necessárias durante o processo, sempre objetivando
gerar conhecimento e inovação na organização. Foque sempre em potencializar as habilidades e
conhecimentos das pessoas que atuam dentro do projeto e da organização. “Um projeto é uma
máquina de mudança” (KEELING, 2006, p. 25), e essa mudança é rumo à geração de organizações
inovadoras, e isso dependerá de mudanças radicais na visão e comportamento das pessoas que
fazem parte deste contexto. O momento da elaboração do projeto deve acontecer após muita
pesquisa e planejamento, para que o resultado almejado seja atingido de maneira eficiente. Isso
deixa claro que para que um projeto seja concebido, é necessário que algumas regras e padrões
sejam seguidos, acompanhados e avaliados, ou seja, é preciso que ocorra, na visão de Campos
(2012, p.21):

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


a) Acordo entre equipe, clientes e gerência com relação aos objetivos: Objetivos claros,
bem traçados, de comum acordo entre as partes envolvidas;

b) Plano - caminho geral e responsabilidades: Que haja um plano bem estruturado,


estabelecendo diretrizes e responsabilidades a serem seguidas e respeitadas.

c) Comunicação constante e efetiva: Informativos claros que sejam feitos antes, durante
e depois das tarefas, visando esclarecer a todos, auxiliando no desempenho geral, e evitando
comentários inoportunos via “rádio peão”.

d) Escopo controlado: Diretrizes bem estabelecidas, acompanhadas e adequadamente


controladas para um resultado de comum acordo.

e) Apoio gerencial: Por meio de suporte e promoção de diálogos, com a participação


geral e, especialmente, visando assegurar que o que for estabelecido seja cumprido, isto é, posto
em prática.

Todas essas ações buscam atingir os objetivos organizacionais, porém, Campos (2012,
p.22) afirma que é necessário utilizar metodologias que sirvam para auxiliar esse processo, como:

a) Estratégia: É o meio que lida com problemas finitos. As técnicas da Administração


de Projetos foram desenvolvidas para lidar especificamente com Planejamento, Organização,
Direção e Controle de atividades, caracterizadas como projetos.

b) Doutrina: É a forma de raciocinar sobre a utilização de recursos e a realização de


objetivos, com os seguintes princípios:
É uma solução ou método de trabalho que se aplica a determinados problemas, situações
ou tipos de atividades;

WWW.UNINGA.BR 29
ENSINO A DISTÂNCIA

A aplicação do método depende da natureza intrínseca do problema ou da situação;


A tarefa básica da Administração de Projetos é assegurar a orientação para um resultado
que resolva um problema.
Controlar custos e prazos são condições básicas para se alcançar o resultado;
Os princípios da Administração de Projetos aplicam-se a todos os tipos de projetos. A
escala de sofisticação e técnicas varia com a dimensão de cada projeto em questão.

c) Habilidade: Todas as pessoas que participam de projetos, como gerentes de equipes


ou integrantes técnicos de equipes sem funções de chefia devem estar familiarizados com os
princípios, os conhecimentos e as técnicas da Administração de Projetos.
d) Disciplina: No final dos anos 80 ocorreu um movimento com o objetivo de se identificar
as áreas do conhecimento que concentravam as técnicas e os conceitos mais importantes para o
gerenciamento de projetos. Tal movimento, liderado pelo Project Management Institute (PMI),
produziu o Guia de Conhecimentos sobre Administração de Projetos, com o propósito de:
• Identificar e sistematizar as áreas mínimas de conhecimentos sobre AP, que os envolvidos
devem dominar;
• Contribuir para a formação de uma linguagem comum;
• Fornecer as bases para programas de treinamento e educação em Administração de
Projetos.

Keeling (2006, p. 39) destaca que a busca por apoio ou aceitação é um dos momentos

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


cruciais para que o projeto possa se tornar uma realidade e destaca uma série de regras que
devem ser observadas:
• Investir tempo e dinheiro “de antemão”, identificando interessados em suas preocupações;

• Identificar antecipadamente os interessados em potencial e, quando possível, envolvê-


los;
• Mostrar os benefícios em condições realistas, mas atraentes;

• Não menosprezar dificuldades ou problemas; avaliar os riscos e mostrar maneiras para


superá-los;

• Ser realista sobre custos e riscos, mas enfatizar os benefícios;

• “Cercar os graúdos” — obter apoio da cúpula — no máximo de áreas possível;

• Antecipar oposição e ficar de sobreaviso;

• “Dar uma tacada direta” – não encobrir problemas – apoiar-se em fatos concretos;

• Apoiar as propostas com estruturas de referência lógica que evidenciem premissas


importantes sobre as quais se baseiam as propostas do projeto e os resultados que se podem
esperar.
Algo que não podemos deixar de fora é o “Termo de Abertura”, do projeto, que é o
documento que formaliza um projeto por meio da autorização, para que, assim, o gerente de
projetos possa utilizar os recursos organizacionais para executar o projeto, e isso deve acontecer
antes de começar o projeto, visando que tudo ocorra dentro do planejado, segundo PMI (2004,
p. 81).

WWW.UNINGA.BR 30
ENSINO A DISTÂNCIA

Esse termo de abertura é um resumo que apresenta e formaliza a proposta do projeto e


serve de base para os interessados em observar o que será realizado com o projeto. Além disso,
para que seja desenvolvido, o documento do projeto servirá, de início, para a concretização de
sua ideia, transformando o conceito em prática e operacionalização.

“Para ser eficaz, o trabalhador do conhecimento deve, em primeiro lugar, fazer as


coisas certas acontecerem” (DRUKER, 2001).

Um detalhe importante é que ao elaborar o termo de abertura do projeto, é necessário


avaliar os envolvidos e englobar o ambiente interno e externo da organização, pois os dois irão, de
alguma maneira, influenciar no processo de execução do projeto. Em relação ao ambiente interno,
considerar: estrutura, diretrizes, normas, procedimentos, políticas, recursos humanos,

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


stakeholders internos, sistemas de informação, competências, conhecimentos já existentes na
organização (principalmente em relação a outros projetos já realizados), entre outros. Em relação
ao ambiente externo, considerar: normas e regulamentos setoriais, condições econômicas e
políticas, concorrência, stakeholders externos, projetos similares (benchmarking), condições
sociais, entre outros.

• Conteúdo do Termo de Abertura do Projeto

• Título do projeto;

• Responsável pelo projeto;

• Equipe do projeto;

• Justificativa – necessidade a ser atendida e/ou oportunidade a ser aproveitada;

• Objetivo geral e específico do projeto;

• Período de realização previsto;

• Público-alvo – pessoas ou organizações que serão atendidas pelo projeto, caso

necessário;

• Possíveis problemas ou restrições organizacionais, internas e externas;

• Orçamento previsto;

• Data e assinatura dos responsáveis.

Quadro 1 - Conteúdo do Termo de Abertura do Projeto. Fonte: PMI (2004, p. 82).

WWW.UNINGA.BR 31
ENSINO A DISTÂNCIA

Para facilitar sua aplicação, mostrarei um modelo de termo de abertura que pode ser
utilizado, modificado e aplicado por você:

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


Figura 2 - Termo de Abertura. Fonte: o autor

Perceba que elaborar um projeto é algo que exigirá muita pesquisa, análise, e claro,
muito planejamento. Mas tenha convicção de que é de extrema importância que as organizações
estejam abertas para as mudanças que o mercado exige e precisam se preparar para desenvolver
conhecimento e inovação constantes.

WWW.UNINGA.BR 32
ENSINO A DISTÂNCIA

Qual o papel do planejamento estratégico em gestão de projetos?

O planejamento estratégico é decisivo para que a gestão de projetos ofereça os


resultados esperados. Essa planificação deverá ser flexível, considerando-se a
necessidade de eventuais ajustes, bem como a expectativa de a empresa se manter
competitiva no mercado e seguir os princípios vigentes de sustentabilidade.

Veja o que considerar na hora de elaborar o seu planejamento estratégico e como


ele fará a diferença na gestão de seus projetos!

Entenda o planejamento estratégico e a gestão de projetos

O planejamento estratégico pode ser definido como um plano antecipado de tudo


o que será feito a um prazo mais longo. A estratégia está intimamente relacionada
à necessidade de desenvolver a empresa, fazendo-a crescer.

O projeto, por outro lado, apresenta a característica de ser um trabalho exclusivo e

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


temporário. Ele tem um começo e tem um fim que devem ser definidos claramente.
Outras coisas que devem ser definidas em um projeto são o alvo do trabalho, o
nível e desempenho que se pretende alcançar e, é claro, um orçamento.

Usando todos aqueles elementos, bem definidos, torna-se possível transformar a


estratégia em resultados efetivos.

A gestão de projetos, portanto, deve usar conhecimentos, capacidades, técnicas e


ferramentas para chegar aos resultados.

Relacione o planejamento estratégico à gestão de projetos

Considerando que o planejamento estratégico almeja o crescimento da empresa,


essa realidade só se tornará possível com a realização de novos empreendimentos,
os quais só podem existir a partir de projetos.

O planejamento estratégico criará objetivos que produzirão boas iniciativas; e


essas iniciativas motivarão atividades, cuja finalidade será atingir as metas da
empresa. Todas essas atividades consistem em projetos.

Na fase inicial, são considerados diferentes projetos, mas cabe ao planejamento


estratégico a decisão final sobre qual deverá ser levado adiante. É preciso avaliar
o nível de alinhamento de cada projeto com o planejamento estratégico — se o
projeto não corresponde à estratégia, deve ser deixado de lado e outro projeto
deve ser analisado.

WWW.UNINGA.BR 33
ENSINO A DISTÂNCIA

Veja os níveis do planejamento estratégico

Pode-se considerar que o planejamento estratégico divide-se em três níveis:

• De negócio;

• Funcional;

• Operacional.

No primeiro caso, o plano procura reforçar o potencial competitivo da empresa a


longo prazo, considerando o mercado em que ela está inserida.

No segundo nível, o planejamento estratégico refere-se a um setor específico dentro


da organização (ou a uma atividade específica), restringindo sua abordagem aos
limites desse setor ou atividade.

Já no terceiro nível, a estratégia refere-se às operações de rotina e à adequada


gestão das unidades operacionais.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


Você pode entender melhor a diferença entre os três lendo nosso artigo sobre os
tipos de escritórios de projeto (PMO) e suas diferentes atribuições.

A questão é que a gestão de projetos precisa implementar as ações baseando-


se nas estratégias desenvolvidas, contribuindo para que o desenvolvimento da
empresa aconteça nos três níveis.

Quando o projeto não executa as estratégias, a tendência é que os resultados não


sejam atingidos, ou seja, a empresa fracassa em sua tentativa de crescer mais e
revela-se incapaz de gerenciar projetos corretamente.

Descubra os pontos a considerar na gestão de projetos alinhada ao planejamento


estratégico

É necessário considerar pontos significativos, quando se trata de gerir projetos:

Alocar corretamente os recursos evita desperdícios e prejuízos (os recursos


podem ser simplesmente financeiros ou ser representados pela mão de obra e
equipamentos);

Definir cronograma (é preciso estipular um prazo para a realização do projeto e


esforçar-se para cumpri-lo ou mesmo concluí-lo antecipadamente);

Dividir corretamente as tarefas (as funções devem ser claramente definidas


entre os profissionais capacitados, evitando ao máximo conflitos, atividades mal
executadas e retrabalhos);

WWW.UNINGA.BR 34
ENSINO A DISTÂNCIA

Medir o desempenho por meio de indicadores precisos é importante para avaliar


o nível de produtividade;

Manter uma estrutura hierárquica bem definida, mas flexível e acessível.

Fonte: https://www.euax.com.br/2017/06/qual-o-papel-do-planejamento-
estretegico-em-gestao-de-projetos/

2 - PLANO E PLANEJAMENTO DE UM PROJETO


Vimos que um projeto tem início, meio e fim, mas para que isso aconteça de maneira
eficiente, precisamos planejar cada passo e, assim, atingir os objetivos propostos. Antes de
começar o planejamento, é necessário definir o objetivo central do projeto, o que é importante
para que se possa definir os detalhes que farão parte do projeto, e assim, começar a tangibilizar

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


todo o processo de execução. Mas um planejamento só pode acontecer se estiver amparado por
um bom plano de projeto. Este plano será o documento que constará todos os detalhes para um
posterior controle de cada etapa do projeto.
Não existe a possibilidade de desenvolver um plano de ação sem saber os objetivos do
projeto, ou onde queremos chegar; não existe construção sem projeto, porém, não existe projeto
sem saber o que pretendemos construir. Lembre-se que elaborar o planejamento e o plano do
projeto pode levar o mesmo tempo de execução de um projeto ou até mais, pois planejar deve
ser de forma detalhada e minuciosa, para evitar problemas graves na execução. Para ajudar a
construir o plano de ação de um projeto, algumas perguntas precisam ser respondidas:
• Quais atividades serão necessárias para alcançar os objetivos e resultados esperados?
• Quando acontecerá cada atividade?
• Quais serão os responsáveis por sua execução?
• Quanto custará cada atividade?
• Qual a melhor sequência para a realização das atividades?
• Quais são as atividades críticas do projeto?
• Quais os produtos que serão gerados com a realização das atividades?
• Quais recursos serão necessários?

Com isso, percebe-se que o plano de ação deve apresentar os procedimentos e recursos
necessários para toda a execução do projeto e, para tanto, a equipe envolvida deve estar preparada
para isso. Ou seja, podemos entender o plano de ação de um projeto como um processo, em que
alguns aspectos devem ser observados, conforme apresenta Brito (2011, p. 35):

WWW.UNINGA.BR 35
ENSINO A DISTÂNCIA

• Planos de Ação são de natureza dinâmica e não estáticos: isso significa que todo plano
pode (e, muitas vezes, deve) sofrer mudanças ao longo da execução do projeto. É para isso que
serve a ação gerencial de controle.

• Planejamento é um processo criativo. Atividades baseadas em projetos lidam com o


desenvolvimento de processos, atividades e soluções novas. Por tal motivo, não se pode fazer uma
previsão de tudo. Eventualmente, um novo conjunto de informações, durante o desenvolvimento
do projeto, implica alterar decisões tomadas recentemente.

• Para ser efetivo, o Plano de Ação deve ser usado, revisado e mantido atualizado
constantemente. Isso parece óbvio, mas é raro encontrarmos equipes que se preocupam com
revisões e atualizações constantes dos projetos que desenvolvem.

• Planejar implica definir como, quando, onde e com que recursos algo pode ser feito
por meio de um projeto. Trata-se de um exercício de previsão de tempo e recursos, e requer,
muitas vezes, a elaboração de modelos de sistemas e processos, para ajudar na concepção do
caminho a ser percorrido com o desenvolvimento do projeto. Nesse contexto, torna-se útil a
comparação com projetos semelhantes e a colaboração de especialistas. Cabe acrescentar que o
planejamento não é uma ciência exata. Se duas equipes diferentes são chamadas para elaborar um
Plano de Ação para um mesmo projeto, podemos ter resultados bastante diferentes.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


Brito (2011, p. 36) afirma que em um processo de planejamento passaremos pelas
seguintes etapas:

1. Definição do escopo: o Plano de Ação tem por base a definição do escopo do projeto,
constituído da definição do problema ou situação geradora, objetivos, justificativa, resultados
esperados e abrangência do projeto. Essa definição é importante para futuras decisões durante a
realização do projeto.

2. Definição de ações, atividades e tarefas: nesta etapa, são identificadas e claramente


especificadas todas as atividades e tarefas que deverão ser conduzidas e levadas ao projeto, de
modo que apresente os resultados esperados.

3. Planejamento de recursos: consiste na definição dos recursos (pessoas, equipamentos,


materiais etc.) e o quanto de cada recurso será necessário para realizar as atividades previstas no
projeto.
4. Sequenciamento de atividades: identificação das interdependências entre as diversas
atividades e tarefas do projeto. Todas as atividades são listadas em sua sequência lógica, juntamente
com as atividades que antecedem (devem ser executadas antes) e que sucedem (devem ser
executadas depois). Quando não há relações de precedência, duas ou mais atividades podem
ser executadas de forma concorrente ou simultânea. Tais atividades ou ações devem ser também
identificadas.

5. Estimativa de duração das atividades: previsão de quanto tempo será gasto na execução
de cada atividade do projeto, tendo como base experiências anteriores, projetos similares ou
atividades afins já executadas pelas equipes envolvidas no projeto.

6. Estimativa de custo: consiste na previsão dos recursos financeiros que serão necessários
para completar todas as atividades do projeto.

WWW.UNINGA.BR 36
ENSINO A DISTÂNCIA

7. Desenvolvimento do cronograma: é feito com base na análise da sequência de


atividades, duração e necessidade de recursos, para criar um escalonamento lógico e organizado
para todo o projeto.

8. Estimativa de orçamento: é a distribuição dos recursos disponíveis para os diversos


itens de despesas do projeto.

9. Plano de Ação: o principal produto do processo de planejamento é o Plano de Ação


do projeto. É o documento formal contendo todas as informações necessárias para gerenciar,
controlar, monitorar e avaliar o projeto.

Na atualidade, há vários modelos de planejamento para um projeto, em que o PMI


(Instituto de Gerenciamento de Projetos) é destaque e mais utilizado. Porém, na visão de Moura
(2011), temos um modelo que é baseado no escopo do projeto, conhecido como Modelo de
Planejamento Orientado por Escopo (PPOE), que é estruturado com três componentes básicos:
Escopo, Plano de Ação e Plano de Controle Avaliação.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


Figura 3 - Elementos do Modelo de Planejamento de Projeto Orientado por Escopo. Fonte: Moura (2011).

Entre os diversos conceitos relacionados ao projeto, o de escopo “[...] talvez seja


um dos mais variados de todas as áreas de conhecimento, e refere-se ao trabalho
a ser realizado no âmbito do projeto, podendo estar ligado tanto ao produto
como ao projeto” (CARVALHO E RABECHINI JR, 2009, p. 126).

Na visão do PMI (2004), o escopo pode se referir a:


• Escopo do produto: refere-se às características e funções que descrevem um produto,
serviço ou resultado.

• Escopo do projeto: refere-se ao trabalho que precisa ser realizado para entregar um
produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas.

WWW.UNINGA.BR 37
ENSINO A DISTÂNCIA

Neste sentido, “gerenciar ou administrar o escopo do projeto inclui realizar


os processos necessários para garantir que o projeto inclua todo o trabalho
necessário, para terminar o projeto com sucesso, desse modo, trata da definição
e controle do que deve ser incluído no projeto” (PMI, 2004, p. 103).

O processo de planejamento pode contemplar o esforço feito por pessoas ou organizações,


com foco em modificar uma situação presente, almejando uma situação futura. Para conseguir
esta ação, Maximiano (2002) afirma que são necessárias algumas ações:

• Definir objetivos;

• Estabelecer meios para atingir os objetivos;

• Indicar um tempo para a execução;

• Tomar decisões no intuito de implementar o que foi estabelecido.

Neste sentido, algumas perguntas deverão ser respondidas durante o processo de


planejamento:
• Que atividades e tarefas deverão ser realizadas para atendimento do objetivo geral e
seus desdobramentos em termo de objetivos específicos?

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


• Que produtos serão fornecidos e/ou gerados pelo projeto?

• Em relação às atividades e tarefas definidas quais recursos (humanos, físicos, materiais,


equipamentos) serão necessários para sua realização?

• Quanto tempo será necessário para a realização de cada atividade e tarefa definida?

• Em que momento cada atividade e tarefa deverá acontecer? Qual a sequência mais
adequada dessas atividades?

• Quanto tempo será necessário para a realização total de todas as atividades e suas
respectivas tarefas?

• Quem serão os responsáveis pela realização das atividades e tarefas? • Qual o total
financeiro envolvido em cada atividade e tarefa específica?
Qual o valor total necessário para a realização do projeto?

WWW.UNINGA.BR 38
ENSINO A DISTÂNCIA

Etapas para um projeto bem-sucedido


1. Faça um escopo claro para o projeto. Coloque de forma clara o resultado
esperado com o projeto e a data para conclusão do mesmo, desta forma você cria
uma meta e estipula um prazo para execução.
2. Desenvolva objetivos para que seja definido os limites. No escopo não estão
inclusos todos os resultados esperados, por isso é importante aprimorar os alvos.
Por meio dos objetivos é possível elencar os passos a seguir e monitorar os
resultados a cada objetivo alcançado. Mesmo que os objetivos pareçam óbvios e
necessários na sua escrita, tudo que se visualiza se monitora e controla.
3. Elenque as tarefas de forma estruturada no projeto. Tendo o resultado esperado
e os objetivos em mãos é necessário elencar as tarefas necessárias para conseguir
atingir os objetivos, podendo ser desenvolvido um inventário das realizações que
precisam ser alcançadas.
http://stakeholdernews.com.br/artigo/planejamento-de-projetos/

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


3 - CONTROLE E GESTÃO DE PROJETOS
Quando falamos em controle de um projeto, estamos afirmando que será utilizado
métodos que consigam avaliar quando alguma situação sai do planejado, permitindo, com isso,
corrigir em tempo hábil, para que os objetivos planejados sejam atingidos.
É necessário, com controle, não só identificar o problema, mas também aplicar correções
sobre esses problemas. O bom controle é possível por meio da busca de informações e análise
dos fatos, que com base nessas informações será possível aplicar correções e implementações no
projeto para que tudo ocorra dentro do aceitável e planejado.

No Controle do Projeto, as ações desta fase devem garantir proativamente para as ações
previstas acontecerem como projetado; e às imprevistas serem avaliadas e incluídas, ou não, ao
projeto permitindo correções e redefinição de rotas, segundo Menezes (2003, p. 196), por meio
de:
A. monitoramento dos processos, ou seja, acompanhamento físico de sua execução;
B. análise das distorções,
C. apresentação de soluções;
D. replanejamento do projeto, se necessário.

Aquilo que não é controlado, não é administrado. Partindo dessa premissa básica,

um dos processos mais importantes do gerenciamento de projetos é, sem dúvida,


a verificação e controle do escopo por meio de revisões, devendo estas serem
planejadas de acordo com as necessidades de verificação do escopo traçadas no
planejamento (CARVALHO; RABECHINI JR, 2009, p. 134).

WWW.UNINGA.BR 39
ENSINO A DISTÂNCIA

Assim, a tarefa de controle é tão importante quanto a de planejamento e execução, e tem


como finalidade controlar os fatores que possam criar mudanças no escopo do projeto e, ainda,
possibilitar, de modo oportuno, a tomada de decisão para controlar o impacto dessas mudanças,
gerenciando-as no momento em que efetivamente ocorrem, segundo o PMI (2004).

Dentro do contexto de controle, temos mais duas palavras que precisamos entender:
Monitoramento e Avaliação. Com isso, vamos entender essas duas palavras:

• Monitorar: acompanhar e verificar alguma coisa, especialmente dados obtidos por


algum sistema de medição; acompanhar o comportamento de processos ou sistemas, visando a
detectar desvios.

• Avaliar: determinar o valor de algo, fazer a apreciação, analisar, julgar, ponderar.

Para melhor entendermos este contexto, principalmente, dentro dos projetos de educação
corporativa, temos as seguintes definições:
• Monitoramento: É o acompanhamento contínuo e sistemático das atividades previstas,
verificando se a execução do projeto está ocorrendo conforme o planejado; de modo que
acompanha o trabalho que está sendo realizado (entradas + processos + saídas), com foco na
eficiência do projeto. Ou seja, o monitoramento refere-se ao acompanhamento do trabalho
realizado, o que inclui os recursos necessários para este trabalho (entradas) e seus respectivos

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


produtos (saídas). Nesse caso, o monitoramento mede a eficiência do projeto e deve responder
a perguntas do tipo: Tudo que foi planejado foi realizado? Executamos bem o que foi planejado?

• Avaliação: É a análise dos resultados obtidos por meio da realização das atividades do
projeto, verificando em que medida os objetivos foram alcançados; mede os resultados e impactos,
com foco na eficácia (ou efetividade) do projeto. As ações de avaliação referem-se à análise dos
resultados e impactos produzidos pelo projeto, verificando em que medida os objetivos foram
alcançados. Nesse caso, a avaliação mede a eficácia do projeto e deve responder a perguntas do
tipo: Chegamos aos resultados esperados? Chegamos onde queríamos chegar? Se não, por quê?
Observe que podemos avaliar, também, resultados intermediários ou parciais, e resultados finais
de um projeto.

O monitoramento vai acontecer com base no plano de ação do projeto, já a avaliação


irá ter como norte o escopo do projeto, ou seja, o foco central do projeto elaborado. Esses dois
procedimentos de controle trabalham em parceria e não podem ser usados separadamente para
que o controle seja realmente eficaz.
O detalhe que não podemos deixar de fora é que, como em todo o projeto, o controle precisa
de informações sobre cada etapa do projeto, somente assim será possível avaliar o desempenho
e os resultados do projeto. Sem essas informações se torna impossível um controle e avaliação
eficientes. Além disso, para melhor controle, é possível utilizar indicadores que auxiliam na
quantificação dos recursos utilizados (indicadores de entrada); avaliação do trabalho (atividades
e tarefas) que está sendo realizado; os produtos ou serviços resultantes do trabalho realizado
(indicadores de saída); os resultados ou benefícios obtidos diretamente como consequência dos
produtos e serviços realizados (indicadores de resultados); e os impactos ou benefícios estendidos
que ocorrem como consequência dos resultados, observados ao longo do tempo no contexto
educacional (indicadores de impacto). Esses indicadores precisam ser elaborados com a equipe
de gestão do projeto, para que seja possível medir cada um dos indicadores de desempenho do
projeto.

WWW.UNINGA.BR 40
ENSINO A DISTÂNCIA

As organizações estão cada vez mais voltadas ao melhoramento contínuo de seus


processos, com foco em melhorar a competitividade e a inovação, por isso o controle com base no
planejamento estratégico preciso ser constante. Com isso, entendemos que o projeto bem gerido
irá buscar melhorias internas, mudanças organizacionais, geração de aprendizado e inovação,
ou seja, o projeto deverá transformar a realidade da organização. É fato que neste contexto de
gestão de projetos existe a figura do Gerente do Projeto, que na visão de Menezes (2003), é aquele
que estabelece o controle, assegurando o cumprimento dos prazos e orçamento determinados,
conduzindo à sua conclusão com a qualidade almejada.
O gerente de projeto é responsável por fazer com que o projeto seja executado com
eficiência, baseado no planejamento, e, segundo Esteves (2005), deve apresentar as seguintes
habilidades:
• boa comunicação: saber ouvir e persuadir;

• organização: planejar, estabelecer metas, analisar;

• formação de equipes: demonstrar empatia, criar motivação;

• liderança: estabelecer exemplos positivos, evidenciar energia, ser proativo, saber delegar;

• convivência: ser flexível, criativo, paciente, persistente;

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


• aptidão técnica: possuir experiência e conhecimento em projetos.

Com isso, conseguimos compreender que quando bem planejados, controlados e geridos,
os projetos levam a organização a grandes resultados. Assim, vemos que o gerenciamento dos
projetos é algo extremamente detalhado e que envolve custos, por isso é necessário dar a devida
importância para essa gestão.
Dentro do contexto dos projetos, a proatividade é fundamental entre os atuantes, com
foco em conseguir que as informações circulem com maior velocidade e tornando possível
corrigir problemas de forma mais rápida e eficiente.
Na visão de Vargas (2003), o fracasso de um projeto pode acontecer quando metas e
objetivos são mal elaborados, como o uso de metas muito altas, não avaliar questões financeiras
do projeto, informações insuficientes ou inadequados, e falta de conhecimento necessário para a
execução do projeto.
Verzuh (1998, p. 107) afirma que “o maior desafio da gestão de projeto é fazer a coisa certa
no tempo certo.” Por isso, precisamos entender que planejar é essencial para termos resultados
positivos em um projeto. Com isso, entendemos que um projeto só terá qualidade quando todos
os envolvidos focarem em executar o projeto com eficiência e com foco na satisfação de todos os
envolvidos com o projeto, de fornecedores a clientes.
Após entendermos a importância da gestão do projeto, podemos discutir sobre a fase
final do projeto, ou seja, o seu encerramento. Nesta fase, observamos que em projetos simples,
seu encerramento é simples, o que é totalmente contrário em projetos grandes. Em pequenos
projetos, podemos resumir em uma reunião com os envolvidos e gerar relatórios dos resultados
alcançados com o projeto. Já em grandes projetos, ou seja, mais complexos, outras atividades
e formalidades são necessárias, como documentos formais das etapas do projeto e relatórios
detalhados de todo o projeto.
Ao encerrar um projeto, podemos ter as seguintes atividades:

WWW.UNINGA.BR 41
ENSINO A DISTÂNCIA

• Reunião com os interessados no projeto (stakeholders),

• Encerramento de contratos abertos durante o projeto (consultores, ou fornecedores, ou


prestadores de serviços, etc.).

• Transferência de responsabilidades (membros da instituição devem cuidar de manter


novas funções, ou serviços, ou atividades, etc. – desenvolvidas com o projeto).

• Redistribuição de membros das equipes (em atividades funcionais ou em outros


projetos).

• Liberação de recursos físicos (infraestrutura), equipamentos e instalações específicas


utilizadas durante a execução do projeto.

• Fechamento da contabilidade do projeto (prestação de contas).

• Documentação dos resultados obtidos e recomendações para futuros empreendimentos.

Perceba que o projeto precisa ter início, meio e fim, e que deve ser detalhado, controlado
e com geração de relatórios específicos para que possa ser avaliado e implementado, caso seja
executado o projeto novamente.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


4 - APROFUNDANDO
Quando falamos sobre projetos, muitas pessoas ainda duvidam da importância do
planejamento para conseguir bons resultados, mesmo achando que isso é perder tempo. Pois
bem, sem planejamento, estamos correndo riscos imensos e todo o projeto pode ser perdido
devido à falta de preparação.
As pessoas acabam achando mais fácil começar logo a fazer do que parar para pensar
e avaliar as possibilidades, estimativas ou desenvolverem possíveis soluções de forma prévia.
Quando há preparado, é mais fácil passarmos pelos problemas, o contrário leva as organizações
a sofrerem por não estarem preparadas para os problemas que possam surgir. Isso só reforça que
planejamento é essencial. Podemos, então, entender que planejar é uma “vacina” que previne
a “doença”, evitando sofrimento e problemas. A fase de planejamento deve ser vista como um
investimento necessário para o sucesso de um projeto. Tendo esse cuidado, evitaremos o retrabalho,
perdas ou outros problemas que possam surgir na execução de um projeto, principalmente,
porque estamos lidando com um mercado volátil e imprevisível.
Vamos imaginar uma situação: Imagine-se tendo que lançar um novo produto no
mercado. Para que haja sucesso nisso, você irá passar por uma fase de 1 a 2 anos de planejamento,
após isso, seria possível lançar esse produto no mercado, que demoraria cerca de 1 a 2 anos para
se firmar, ou seja, em 4 anos, você estaria com o produto em plena venda. Porém, se a fase de
planejamento é pulada, não haverá preparo para implementar ou corrigir problemas que possam
surgir no decorrer do surgimento das exigências variáveis do mercado consumidor e do mercado
concorrente.

WWW.UNINGA.BR 42
ENSINO A DISTÂNCIA

O PMI (2004) afirma que os projetos devem produzir valor para os negócios, e isso só
é possível com planejamento adequado. Se as organizações visarem nos planejamentos, muitos
projetos seriam mudados antes do início, ou até mesmo, nem seriam iniciados, por não se
adequarem à realidade do mercado. Nesse sentido, podemos afirmar que todo projeto deve:

• Criar e agregar valor de negócio;

• Demonstrar claramente os benefícios que serão realizados;

• Oferecer flexibilidade na sua implementação; e

• Permitir agilidade na execução das tarefas.

Perceba que não estamos falando de qualquer coisa, estamos afirmando que o projeto
deve e irá agregar valor ao negócio, porém, isso só acontecerá com planejamento, análise e
implementação das ações.

4.1. Nível estratégico do projeto


• Definir objetivos pode ser qualitativo e norteia a abordagem de gerenciamento do

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


projeto, considerando, por exemplo, as dimensões do Modelo Diamante – NCTP, conforme
Shenhar e Dvir (2007).
• Estratégia consiste em definir regras e diretrizes para a tomada de decisão, de modo a
resultar em ações consistentes e coerentes na direção do objetivo traçado.

4.2. Nível tático do projeto


• Desenvolver e manter o plano de gerenciamento do projeto atualizado, buscando
efetividade (eficácia + eficiência).

• Desdobrar a estratégia em pacotes menores de fácil implementação e gerenciamento.

4.3. Nível operacional do projeto


• Organizar o dia a dia das atividades, gerenciar recursos e liderar a equipe, bem como a
gestão de stakeholders.

• Prover informações de monitoramento e controle para o nível tático, permitindo a


atualização dos planos.

Conhecendo essa dinâmica, começamos a entender que planejamento envolve toda a


organização, e isso é fundamental para o sucesso ou fracasso de um projeto ou de um negócio.

WWW.UNINGA.BR 43
ENSINO A DISTÂNCIA

http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/108

Título: Elaboração e Análise de Projetos


Autor: José Wladimir Freitas da Fonseca
Editora: Atlas
Sinopse: A elaboração e análise de projetos é estudo
obrigatório nos cursos de economia, administração,
ciências contábeis, engenharia da produção, gestão
da informação, entre outros, e um tema com que se
defrontam os dirigentes e gestores das empresas,

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


sobretudo quando de uma tomada de decisão.
O objetivo deste livro é apresentar um roteiro
completo de como elaborar um projeto industrial. O
Capítulo 1 - O produto e o mercado - revela que um
projeto de viabilidade econômico-financeira se inicia
pelas especificidades do mercado. Na verdade, o estudo da oferta e da demanda
do produto a ser elaborado é a base de sustentação de um projeto de viabilidade.
O Capítulo 2 busca identificar o mercado de insumos e de matérias-primas,
bem como o mercado de mão de obra para a elaboração de um projeto. O texto
vai mostrar que a investigação desses mercados é fundamental em termos de
logística para o projeto. Já o Capítulo 3 analisa as etapas de se bem elaborar a
localização de uma indústria em face de suas variáveis determinantes.
Os aspectos técnicos do projeto são estudados no Capítulo 4, desde o processo de
produção até a etapa do orçamento operacional e caixa com as devidas projeções
de demonstrações de resultado e de balanços patrimoniais.
O quinto e último capítulo preocupa-se com os aspectos financeiros de um projeto,
identificando no final quais são as ferramentas fundamentais para se bem avaliar
seu resultado. Há ainda um espaço reservado para o anexo, onde são apresentados
ao aluno os demais orçamentos do modelo de projeto proposto, facilitando assim
a consulta teórica com a aplicação.
Livro-texto para as disciplinas Elaboração e Análise de Projetos, Administração
Financeira, Engenharia Econômica, Análise e Decisão de Investimentos e Custos
Industriais dos cursos de Economia, Administração de Empresas, Ciências
Contábeis, Gestão da Informação, Engenharia da Produção, Engenharia Civil,
Engenharia da Madeira, Engenharia Florestal, entre outras. É recomendado para
os programas de desenvolvimento profissional.

WWW.UNINGA.BR 44
ENSINO A DISTÂNCIA

Título: Onze Homens e um Segredo


Ano: 2001
Sinopse: Danny Ocean é um homem de ação. Menos de 24
horas depois de sair de uma penitenciária de Nova Jérsei,
o carismático ladrão já está traçando seu próximo plano.
Ele tem três regras: não machuque ninguém, não roube
de quem não mereça e jogue como se não tivesse nada a
perder. Danny orquestra o maior roubo a cassino da história.
Comentário: O filme é interessante para entendermos como
um bom planejamento nos leva a atingir os resultados
esperados.

e-Talks | Gestão de Projetos Inovativos


Karina Murgel, Gerente de Projetos da Integration, explica nesse e-Talk a

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2


importância dos projetos para criar um serviço ou produto único e inovador. Como
fazer um projeto com foco em gestão e inovação?
Descubra neste vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=zGxmcxodq5k>

5 - RESUMO
Um projeto possui algumas características pertinentes ao seu métier, na visão de Vargas
(2003, p. 15), essas características são a temporalidade (início, meio e fim), individualidade
do produto ou serviço a ser desenvolvido (garantia de inovação), complexidade (clareza dos
objetivos, condução das atividades, emprego dos recursos) e acrescente-se a mobilidade de
certos parâmetros (prazos, custos, pessoal, material e equipamento e qualidade), constantemente
revisados.
“Um projeto é uma máquina de mudança” (KEELING, 2006, p. 25), e essa mudança é
rumo a geração de organizações inovadoras, e isso dependerá de mudanças radicais na visão
e comportamento das pessoas que fazem parte deste contexto. O momento da elaboração do
projeto deve acontecer após muita pesquisa e planejamento para que seu resultado seja atingido
de maneira eficiente.
Na atualidade, existem vários modelos de planejamento para um projeto, em que o PMI
(Instituto de Gerenciamento de Projetos) é o de destaque e o mais utilizado. Porém, na visão de
Moura (2011), temos um modelo que é baseado no escopo do projeto, conhecido como Modelo
de Planejamento Orientado por Escopo (PPOE), que é estruturado com três componentes
básicos: Escopo, Plano de Ação e Plano de Controle Avaliação.

WWW.UNINGA.BR 45
ENSINO A DISTÂNCIA

O processo de planejamento pode compreender o esforço feito por pessoas ou organizações


com foco em modificar uma situação presente almejando uma situação futura. Para conseguir
esta ação, Maximiano (2002) afirma que são necessárias algumas ações, como:
• Definir objetivos;

• Estabelecer meios para atingir os objetivos;

• Indicar um tempo para a execução;

• Tomar decisões no intuito de implementar o que foi estabelecido.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 2

WWW.UNINGA.BR 46
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PROJETOS

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
E APRENDIZAGEM
PROF. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 48
1 - PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ................................................................................................................... 49
1.1. EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM ......................................................................................................................... 51
1.2. EDUCAÇÃO CORPORATIVA .............................................................................................................................. 55
1.3 UM PROJETO RARAMENTE ESTÁ SOZINHO ................................................................................................... 58
1.4. DEDICAÇÃO AOS PROGRAMAS ....................................................................................................................... 59
2 - APROFUNDANDO ............................................................................................................................................... 60
3 - RESUMO ............................................................................................................................................................. 62

WWW.UNINGA.BR 47
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
As organizações precisam desenvolver modelos pedagógicos de aprendizagem que
facilitem e levem as pessoas a buscar de gerar mudanças na realidade, maximizando os resultados
estratégicos da organização. Os programas de educação corporativa servirão para desenvolver
as competências humanas, criando uma empresa muito mais competitiva e dinâmica, capaz de
desenvolver inovação e conhecimento por meio das experiências que serão vividas.
O processo de aprendizagem acontece quando o indivíduo consegue assimilar e acumular
conhecimentos, tornando-se questionador da realidade, e começa a desejar mudanças e melhorias.
A Educação Corporativa surge em meio a essa necessidade de aprendizagem e conhecimento, com
foco em desenvolver as habilidades humanas para utilizarem dentro do contexto organizacional.
Quando isso ocorre a organização passa a ser mais competitiva e dinâmica, contribuindo em
atender as necessidades do mercado consumidor.
Todo esse modelo surge de uma necessidade que não conseguiu ser sanada pelo Estado, e
as organizações começam a buscar soluções de ensino e educação, para levar seus colaboradores
a serem o grande diferencial que eles precisam para se tornar empresas e organizações aptas a
atender o mercado competitivo.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3

WWW.UNINGA.BR 48
ENSINO A DISTÂNCIA

1 - PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Figura 1 – PPP. Fonte: Google Images (2018).

O Projeto Político-Pedagógico, também conhecido como Projeto Educativo, é visto


e entendido como o plano central da organização, e é visto como um processo que busca a
participação das pessoas em uma visão de aprendizagem organizacional para desenvolvimento

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


de conhecimento e inovação.
O PPP é executado de forma metodológica, teórica e prática, visando conquistar
mudanças na realidade atual da organização. Pode ser estratégico, quando usado para gerar
mudanças comportamentais e melhorias no processo de gestão.

O Projeto Político-Pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação


intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um
projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico
e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. [...] Na dimensão
pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola,
que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado,
crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e
as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua
intencionalidade. (VEIGA, 1995).

Libâneo (2004) afirma que o PPP é um documento que apresenta os objetivos, diretrizes
e ações necessárias do processo educativo a ser desenvolvido, adaptando para um ambiente
organizacional, com políticas e regras necessárias para desenvolver a educação dentro do contexto
organizacional.
O grande foco deve ser gerar interação e coletividade, por meio de geração de conhecimento
que auxilie na construção de uma nova realidade. Isso exige o trabalho de todos os envolvidos no
processo, como equipe, liderança, gestores, professores e a sociedade como um todo.
Uma questão importante é entender que podem surgir barreiras e resistências, por parte
de alguns envolvidos, e isso precisa ser tratado e planejado para que haja a geração de percepção
nas pessoas que resistem quanto a entender que as novas práticas servirão para melhorar o dia
a dia de todos, reduzindo trabalho e agilizando nos processos. Quando isso é demonstrado com
clareza, será possível a implantação de novas práticas educativas organizacionais.

WWW.UNINGA.BR 49
ENSINO A DISTÂNCIA

É fato que dentro de uma educação de ensino, esse projeto pedagógico tem o foco de geração
de aprendizagem aos alunos ou acadêmicos, envolvendo a comunidade, professores e gestores
da instituição de ensino. Porém, dentro do ambiente organizacional, temos o envolvimento dos
colaboradores, que serão o foco do contexto educacional para gerar melhorias nos processos
internos da empresa ou organização.
O PPP, dentro das organizações, deve ser visto como uma ferramenta de auxílio que
envolverá conteúdo, pessoas, salários, material didático, cultura e demais detalhes que compõem
a organização. Esse projeto deve trazer melhorias na organização, modificando a coordenação
dos processos internos, criando novas relações interpessoais e institucionais.
Nesse sentido, podemos pensar em alguns participantes do PPP, tais como:
• Colaboradores e funcionários;
• Gestores e líderes de cada setor da organização;
• Consultor, professor ou outro agente que trará ensino ou aprendizagem;
• Escola, universidade ou centro de ensino que será utilizado para geração da aprendizagem
e treinamento.

Para servir de base, podemos seguir um modelo proposto por Oliveira (2005) para a
elaboração de um Projeto Político-Pedagógico na organização:
• Folha de rosto do projeto (dados que identificam a instituição).

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


• Epígrafe (resumo).

• Sumário.

• Genealogia da instituição (sucinta descrição da história da instituição; sua infraestrutura;


recursos humanos e materiais.

• Concepção da educação.

• Fins e objetivos.

• Estrutura administrativa.

• Estrutura / dinâmica pedagógico-didática.

• Relacionamento com a comunidade.

• Currículo.

• Processo de avaliação do projeto.

• Referências.

É preciso entender que entrar nesse mundo de aprendizagem e desenvolvimento de


projetos é algo complexo, que exige pesquisas e análise de bibliografias. Porém, precisamos
entender que isso acontecerá melhor com a prática e desenvolvimento de objetivos claros.

WWW.UNINGA.BR 50
ENSINO A DISTÂNCIA

Ao desenvolver um projeto de ensino, de pesquisa, de produtos ou de qualquer outra área,


a organização precisa entender que o conhecimento gerado não será só utilizado pelas pessoas
que integram a empresa ou a organização, mas também, por outros interessados que acabarão
lendo ou pesquisando sobre o projeto executado. Por isso, um projeto, no caso, um pedagógico
corporativo, deve apresentar etapas claras para facilitar a compreensão por todos que estarão
envolvidos neste contexto. Para tanto, podemos seguir um modelo simples:

PROJETO
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
JUSTIFICATIVA
OBJETIVO GERAL
DESTINO/FINALIDADE/PÚBLICO-ALVO
ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS
METODOLOGIA/PROCEDIMENTO/DESCRIÇÃO DE TAREFAS
FASES / ETAPAS
Prévia, preparatória, implementação, conclusiva
CRONOGRAMA
RECURSOS

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


humanos, materiais, físicos e financeiros)
AVALIAÇÃO
modelos, normas, leis, formulários, etc.

Quadro 1 - Etapas de um projeto pedagógico corporativo. Fonte: o autor.

Sempre tenha em mente que todo cuidado é pouco. Planejamento, análise, desenvolvimento,
treinamento dos envolvidos, avaliar necessidades, entre outros fatores, se fazem necessários para
que um projeto de aprendizagem possa acontecer com qualidade e eficiência, independentemente
do tipo de organização. Este é um trabalho que exige participação de todos os envolvidos, e é
preciso proatividade e motivação para atingir os objetivos propostos pelo projeto.

Fonte: https://sambatech.com/blog/insights/educacao-corporativa/

1.1. Educação e aprendizagem


Dentro de um contexto organizacional, muitas vezes, pouco se fala das questões relativas
à educação e aprendizagem. Trabalhar projetos com foco pedagógico nas organizações, e até fora
delas, pode levar as pessoas a maximizarem resultados profissionais.

WWW.UNINGA.BR 51
ENSINO A DISTÂNCIA

Um grande questionamento que temos é se existe a possibilidade de ensino sem


aprendizagem. Podemos entender que cada pessoa aprende de forma diferente, algumas
assimilam assuntos com maior velocidade, o que pode não acontecer com outras. Isso, então,
nos leva a buscar formas que facilitem o aprendizado das diferentes pessoas existentes em um
ambiente de ensino e aprendizagem.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


Figura 2 – Aprendizagem. Fonte: Google Images (2018).

Armstrong (2001) afirma em seu livro, Inteligências Múltiplas em Sala de Aula, que cada
pessoa aprende de forma diferente e que possuem oito inteligências, em que algumas são mais
desenvolvidas que outras. As oito inteligências, segundo Armstrong (2001, p. 45) podem ser
resumidas assim:

• Inteligência linguística: capacidade de utilizar as palavras de forma efetiva, quer


oralmente (exemplo: contador de histórias, orador, político), quer escrevendo (exemplo: poeta,
dramaturgo, editor ou jornalista). Essa inteligência inclui a capacidade de manejar a sintaxe ou a
estrutura da linguagem, a semântica ou os significados das palavras. Alguns desses usos incluem
a retórica (usar a linguagem para convencer os outros a seguirem um curso de ação específica).
A mnemônica (usar a linguagem para lembrar-se de informações), a explicação (para informar)
e a metalinguagem (usar a linguagem para falar sobre ela mesma).

• Inteligência lógico-matemática: capacidade de usar os números de forma efetiva


(exemplo: matemático, contador ou estatístico) e para raciocinar bem (exemplo: cientista,
programador de computador ou lógico). Essa inteligência inclui sensibilidade a padrões e
relacionamentos lógicos, afirmações e proposições, funções e outras abstrações relacionadas aos
tipos de processo usados a serviço da inteligência lógico-matemática – categorização, classificação,
inferência, generalização, cálculo e testagem de hipóteses.

WWW.UNINGA.BR 52
ENSINO A DISTÂNCIA

• Inteligência espacial: a capacidade de perceber com precisão o mundo óptico-espacial


(caçador, escoteiro ou guia) e de realizar transformações sobre essas percepções (decorador de
interiores, arquiteto, artista ou inventor). Essa inteligência abrange a sensibilidade à cor, linha,
forma, configuração e espaço, e as relações entre esses elementos. Ela inclui a capacidade de
visualizar, de representar graficamente ideias visuais ou espaciais, e de orientar-se apropriadamente
em uma matriz espacial.

• Inteligência corporal-cinestésica: perícia no uso do corpo todo para expressar ideias


e sentimentos (ator, mímico, atleta, dançarino) e facilidade no uso das mãos para produzir ou
transformar coisas (artesão, escultor, mecânico ou cirurgião). Essa inteligência inclui habilidades
físicas específicas, tais como coordenação, equilíbrio, destreza, força, flexibilidade e velocidade,
assim como capacidades perspectivas.

• Inteligência musical: capacidade de perceber (aficionados por música), de distinguir


(crítico de música), de transformar (compositor) e de expressar (musicista) formas musicais.
Essa inteligência inclui sensibilidade ao ritmo, tom ou melodia e timbre de uma peça musical,
apresentando entendimento figural ou geral da música (global intuitivo), ou entendimento
formal, detalhado (analítico técnico), ou ambos.

• Inteligência interpessoal: capacidade de perceber e fazer distinções no humor, nas


intenções, nas motivações e nos sentimentos das outras pessoas. Isso pode incluir sensibilidade a

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


expressões faciais, voz, gestos, à capacidade de discriminar diferentes tipos de sinais interpessoais
e de responder efetivamente a esses sinais de maneira pragmática (influenciar um grupo de
pessoas a seguir a mesma linha de ação).

• Inteligência intrapessoal: autoconhecimento. Essa inteligência inclui possuir


uma imagem de si mesmo (das próprias forças e limitações), consciência dos estados de
humor, intenções, motivações, temperamento e desejos e a capacidade de autodisciplina,
autoentendimento e de autoestima.

• Inteligência naturalista: perícia no reconhecimento e na classificação das numerosas


espécies (da flora e da fauna) do meio ambiente do indivíduo. Inclui, também, a sensibilidade
a outros fenômenos naturais (formação de nuvens e montanhas) e, no caso das pessoas que
cresceram em um meio ambiente urbano, a capacidade de discernir entre seres inanimados
como: carros, tênis e capa de discos musicais.

Vendo essas explicações sobre as inteligências das pessoas, compreendemos que cada
pessoa pode conter combinações de inteligências diferentes, e fases de seu desenvolvimento
diferentes das outras pessoas, mesmo estando sobre os mesmos estímulos. Isso deixa claro a
premissa de que “ninguém é igual a ninguém”, isso em todos os sentidos. E é por isso que dentro de
uma equipe de trabalho – ou seja, multidisciplinar – haverá pessoas que gostam mais de trabalhos
manuais, outras de trabalhar com números e dados, outras de liderar, outras de falar, etc. Por isso,
podemos afirmar que em uma sala de aula, ou em uma sala de treinamento organizacional, é
necessário encontrar as melhores estratégias para garantir o máximo aproveitamento de todos
os envolvidos.

WWW.UNINGA.BR 53
ENSINO A DISTÂNCIA

Quando a turma que está sendo treinada tem a vontade pela pesquisa e aprendizagem, isso
maximiza todos os resultados, porém, se a turma é apática, é necessário buscar compreender os
reais motivos que causam essa distância, e encontrar mecanismos que gerem maior participação.
Uma estratégia muito usada, dentro deste contexto, é o ensino por meio de projetos práticos, ou
seja, levar a equipe a buscar soluções para problemas apresentados, desta forma, valorizando cada
potencial individual e como esse potencial pode ajudar no conjunto para o sucesso organizacional.
Isso deixa claro que o sucesso de um pode ser, e deve ser, o sucesso de todos.
“O projeto é capaz de fornecer uma oportunidade para os estudantes disporem de
conceitos, habilidades previamente dominadas, a serviço de uma nova meta ou empreendimento”.
(GARDNER 1994, p.189). O ensino utilizando projetos práticos necessita de atenção especial aos
alunos ou treinados, que precisam ter orientação correta para atingir o conhecimento de forma
eficaz. Tudo isso é com dedicação aos estudos, práticas constantes, tempo de reflexão, leituras e
vários outros fatores que levarão o indivíduo a desenvolver suas potencialidades.
O gestor, docente ou treinador precisa estar preparado para sanar dúvidas que possam
surgir, reexplicar informações quando necessário e instigar os participantes a buscar e pesquisar
sempre, havendo, com isso, uma interação constante entre todos os envolvidos.
Não importa o sexo, idade, raça, cor, grau educacional ou classe social, o ensino e a
utilização de projetos prático levam os participantes a criar processos sistêmicos para a geração
de conhecimento. Conquistando seus sonhos e desejos por se tornarem melhores no que fazem
como profissionais.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


No ambiente empresarial, ensinar é disponibilizar práticas educacionais de fácil
uso e acesso, intensificar a comunicação e a interação, ampliar e qualificar a
rede de relacionamentos entre os públicos interno e externo; descobrir meios
de estimular e qualificar a aprendizagem, colocando em prática ações gerenciais
que motivem as pessoas a gerar, assimilar, comunicar e aplicar os conhecimentos
adquiridos (EBOLI, 2004. p. 25).

Isso nos leva a entender que este tipo de ensino visa desenvolver mudanças culturais, troca
de valores, trabalho com inovação, sempre com um objetivo a ser atingido. Aprender significa
compreender o conhecimento transmitido, contextualizá-lo na sua função dentro da empresa,
executá-lo na prática; criar soluções originais para os novos e constantes problemas que surgirão,
e compartilhá-lo” (CONTE, 2004. p.86).
Freire (2003) coloca que ensinar é buscar, é indagar, é pesquisar, e nesse processo, se
educar. A Educação é uma forma de intervenção no mundo, pois como um processo de formação
política, científica, tecnológica, de manifestação ética e capacitação técnica, coloca o ser humano
no centro das atenções e o influencia.

WWW.UNINGA.BR 54
ENSINO A DISTÂNCIA

Nas palavras do educador Paulo Freire, não existe ensino sem aprendizagem.
Para ele e vários educadores contemporâneos, educar alguém é um processo
dialógico, um intercâmbio constante. Nessa relação educador e educando trocam
de papéis o tempo inteiro: o educando aprende ao passo que ensina seu educador
e o educador ensina e aprende com seu estudante.
Ainda para Freire, no processo pedagógico, alunos e professores devem
assumir seus papéis conscientemente – não são apenas sujeitos do “ensinar”
e do “aprender”, e sim, seres humanos com histórias e trajetórias únicas. Para
o educador, no processo de ensino-aprendizagem é preciso reconhecer o Outro
(professor e aluno) em toda sua complexidade, em suas esferas biológicas, sociais,
culturais, afetivas, linguísticas entre outras. O ensino-aprendizagem promove o
diálogo entre o conteúdo curricular (formal) e os conteúdos únicos (vivências,
história, individualidade) tanto do professor quanto do estudante.
Fonte: http://educacaointegral.org.br/glossario/ensino-aprendizagem/

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


Com isso, entendemos que o ensino e a aprendizagem, por meio metodologias e
ferramentas estratégicas, levam a organização a se tornar inovadora, levando os indivíduos
envolvidos no processo a enxergarem o mundo com outros olhos, gerando novas possibilidades
e, com isso, desenvolvendo novos conhecimentos.

1.2. Educação Corporativa


Este tema, Educação Corporativa, foi discutido, pela primeira vez, nos Estados Unidos
por volta de 1950, onde as empresas que queriam se tornar líderes de mercado começaram a
desenvolver um movimento para atingir vantagem competitiva com relação a concorrência,
segundo Quartiero e Bianchetti (2005).

Figura 3 – Corporação. Fonte: Google Images (2018).

WWW.UNINGA.BR 55
ENSINO A DISTÂNCIA

Porém, segundo Eboli (2004), no Brasil, esse movimento só começou a acontecer ao final
do século XX, onde a gestão de pessoas e a gestão de conhecimentos começaram a ser integradas
aos modelos de trabalho já existentes, com isso, otimizando as ações estratégicas, levando ao
desenvolvimento educacional dos colaboradores e funcionários, integrando fornecedores e
clientes nesse contexto, com isso, ampliando o alcance das estratégias desenvolvidas pelas
organizações.
Essa educação não é um simples treinamento ou qualificação de mão de obra, ela está
voltada a uma nova forma de pensar e trabalhar, formando um contexto de aprendizagem
contínua, tendo metas e objetivos a atingir, junto à organização, com isso, desenvolvendo valor a
empresa e desenvolvendo vantagem competitiva.

É um projeto desenvolvido pelas empresas, que tem como objetivo um sistema


eficaz de concepção, desenvolvimento e implementação de uma cultura
de aprendizagem voltada para a competitividade vinculadas às estratégias
empresariais. (EBOLI, 2002. p. 36).

De acordo com Meister (1999, p. 55), a Educação Corporativa é um “guarda-chuva


estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim
de cumprir as estratégias da organização”.

Este modelo é sustentado pela ‘sociedade do conhecimento’, que é a


transformação do indivíduo social por meio do conhecimento. Um novo perfil

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


de gestor/colaborador, com ênfase nas competências individuais, motivadas
e comprometidas na solução de problemas, trabalhar em grupo, pensar e agir
em sistemas interligados, assumir responsabilidades para a implementação dos
programas educacionais, quando identificadas as necessidades críticas para o
alcance da vantagem competitiva. (QUARTIERO & CERNY, 2005, p. 102).

A Educação Corporativa surgiu da necessidade de oferecer formação acadêmica de


qualidade e uma mão de obra capacitada para atuar nos ambientes organizacionais, visto que as
organizações percebem que o Estado não tem a capacidade de atuar nessa área com a qualidade
necessária. Isso leva as organizações a assumirem a responsabilidade, por meio de projetos
educacionais, de levar os trabalhadores a desenvolverem suas capacidades e gerando valor
agregado a organizações, além de levar as pessoas a buscarem realizar-se e sanar seus desejos e
necessidades.
Essa educação corporativa utiliza diversos tipos de ensino, como cursos técnicos,
educação básica, graduação, pós-graduação, coach, entre outros tipos. Isso tem demonstrado
que o processo de aprendizagem não deve mais ter o velho modelo com começo, meio e fim,
mas deve apresentar um modelo processual contínuo, gerando inovação e flexibilidade, que são
necessários no ambiente competitivo atual.

O foco era o desenvolvimento de qualificações isoladas, e hoje as organizações já


notam a necessidade da renovação para a criação de uma cultura de aprendizagem
contínua, para que o gestor/colaborador desenvolva qualificações mais amplas,
compartilhando inovações para contribuir com a estratégia empresarial, o
comprometimento da organização com a educação e o desenvolvimento das
competências individuais. (EBOLI, 2004, p. 58).

WWW.UNINGA.BR 56
ENSINO A DISTÂNCIA

Dentro da Educação corporativa, percebemos que o espaço físico é muito mais conceitual
do que realidade, pois hoje temos várias tecnologias que facilitam todo esse processo, como
o ensino a distância, o semipresencial e a presencial. Com o apoio de ambientes virtuais, é
possível trazer flexibilidade e liberdade às pessoas que irão passar por esse processo de ensino e
aprendizagem. Isso reforça o velho ditado que diz: “se Maomé não vai a montanha, a montanha
vai até Maomé”, ou seja, o conhecimento, hoje, vai ao encontro do indivíduo, gerando maior
participação e inclusão de pessoas que não conseguiriam ter esse tipo de ensino, graças à
acessibilidade à tecnologia.

Contudo, as organizações encontram dificuldades na certificação dos cursos


da chamada educação formal, pois essas certificações/diplomas só podem
ser emitidas por órgãos e instituições com credenciamento do Ministério
da Educação (MEC) ou secretarias de educação (Educação Básica). Para que
isso seja possível, as empresas investem em parcerias com as universidades
tradicionais públicas e privadas para a validação da certificação e/ou elaboração
dos cursos de educação corporativa (BRASIL, 2015).

Segundo Meister (1999, p. 25), a educação corporativa é vista como um processo evolutivo
na área de Gestão de pessoas, visando a qualidade da força de trabalho, no gerenciamento
estratégico da educação e treinamento. Todo esse processo de aprendizado contínuo por
meio da educação corporativa, que leva as organizações a entenderem que será exigido maior
comprometimento das pessoas e da organização para que esse processo possa acontecer com

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


eficiência.
As organizações precisam ser eficientes se querem ter sucesso em seus objetivos,
pois vivemos em um mundo de constantes mudanças, principalmente com as tecnologias de
informação e comunicação que surgem. Isso leva as organizações a terem colaboradores mais
competentes e comprometidos, para que seja possível a sobrevivência em um mercado altamente
competitivo. Essa qualidade e competência dos colaboradores é o que pode ser o grande diferencial
competitivo das organizações na atualidade.

Gerir o conhecimento de forma a favorecer a inteligência empresarial e o seu alto


desempenho, otimizando processos de pesquisa e validação do conhecimento,
de educação das pessoas para que assimilem os conhecimentos essenciais,
de divulgação dos conhecimentos organizacionais transformando-se em
inteligência empresarial e a aplicação de ações que estimulem as pessoas a atuar,
colocando em prática os conhecimentos assimilados, é neste momento que o
conhecimento torna-se competência. (EBOLI, 2004, p. 72).

Eboli (2004) afirma que nos Estados Unidos alguns setores se destacam no uso e
implantação de Universidades Corporativas, sendo o automobilístico, tecnologia de ponta,
saúde, serviços financeiros, telecomunicações e varejo. Já no Brasil, isso começa a ocorrer no
início de 1990, devido à necessidade de criar um diferencial competitivo. Porém, somente em
2003 é que cerca de 100 empresas no Brasil, do setor público e privado, começam a adotar o
modelo de educação continuada, com destaque ao setor financeiro que enxergou uma grande
vantagem nesse modelo. Exemplos como, Banco do Brasil, BankBoston, Real ABN Amro, Caixa
Econômica e Visa do Brasil, já implantaram seus sistemas de Educação Corporativa. Ainda
segundo a mesma autora, essa quantidade de Universidades Corporativas, no setor financeiro,
comprova que quanto maior a concorrência no setor, maior a necessidade de se diferenciar pela
qualificação das pessoas.

WWW.UNINGA.BR 57
ENSINO A DISTÂNCIA

Gerar conhecimento é um processo que incentiva as organizações e pessoas para agregar


valor por meio do aprimoramento do conhecimento sobre mercado e negócios. Para existir esse
processo, o envolvimento dos gestores e líderes é essencial, pois eles são os grandes agentes de
mudanças e que podem levar as pessoas à evolução do capital humano.
A Educação Corporativa surge como ferramenta estratégica para suprir uma necessidade
que ficou pendente por parte do Estado na educação tradicional, pois esse novo modelo visa
preparar e capacitar os profissionais para um desempenho superior em consonância com os
objetivos da organização.
Esse processo de aprendizagem é coletivo e precisa compreender toda a organização.
Porém, grandes desafios ainda existem, em relação à educação corporativa e à busca por vantagem
competitiva. As organizações precisam entender que será necessário investimento e mudança
cultural, para a geração de conhecimento, para a melhoria da comunicação interna e externa, e
para que haja inovação na estratégia organizacional.

1.3 Um projeto raramente está sozinho


Vale ressaltar que muitas empresas vivem de projetos, e estes não passam por um processo
de seleção, como acontece em projetos internos. Nesses casos, a proposta do PMI poderia sofrer
algumas adequações, mas, de qualquer forma, mesmo os projetos para clientes deveriam passar
por um processo de classificação e priorização, para uma gestão mais profissional.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


Figura 4 – Ensino. Fonte: Google Images (2018).

Com esse conjunto de projetos em andamento, torna-se necessário gerenciá-los com


práticas mais específicas do que aquelas utilizadas para acompanhar um único projeto. Muitas
decisões importantes para a organização só serão tomadas com uma visão corporativa dos
projetos.

WWW.UNINGA.BR 58
ENSINO A DISTÂNCIA

1.4. Dedicação aos programas


A gestão dos programas também tem suas particularidades e merece uma atenção
especial. Não é raro ver um conjunto de projetos bem-sucedidos não garantirem o objetivo do
programa que está inserido.

Um programa é um grupo de projetos relacionados e gerenciados de uma forma


coordenada, integrados por objetivos em comum. Pode não possuir uma data definida de
término, mas possui uma meta. O programa Fome Zero, do Governo Federal, ou um conjunto
de projetos orientados para a meta de exportação dos produtos de uma empresa, são bons
exemplos. Gerenciar um programa significa coordena-lo, de maneira centralizada, para atingir
seus objetivos estratégicos e benefícios.
Como você já viu, os projetos não são executados exatamente como foram planejados.
Diferentes tipos de mudanças e de situações ocorrem no meio do processo, e é justamente nesse
momento que a presença do gerente de projetos se faz necessária.
De maneira pejorativa, mas não fora da realidade, é comum ouvir que “gerenciar projetos
é a arte de dar respostas ruins a situações que, se não tiverem um tratamento adequado, terão
respostas ainda piores”.
Estatísticas em todas as partes do mundo mostram que um percentual representativo dos
projetos falha. Os motivos são os mais diversos, e talvez você se identifique com alguns itens da

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


relação a seguir:
- Má definição por parte do cliente.
- Definição de requisitos instável.
- Falta de controle de mudanças.
- Erro no design da solução.
- Estimativas imprecisas de recursos e/ou tempo.
- Recursos e gerente trabalhando em múltiplos projetos simultaneamente.
- Recursos insuficientes ou inadequados.
- Solicitações não razoáveis do cliente.
- Pressões e/ou falta de apoio da alta administração.
- Falta de planejamento.
- Metas e objetivos mal definidos.
- Imposição de prazos.
- Riscos não avaliados.
- Projetos sem dono, ou com muitos.
- Planejamento pobre – pressão para começar.
- Gerente ignora o patrocinador e os envolvidos.
- Falta de estratégia e cultura em projetos.
- Falta de estrutura, ferramentas e processos.
- Equipe despreparada.
- Constantes mudanças de escopo.

E esses motivos acabam gerando projetos intermináveis, orçamentos “furados”, clientes


insatisfeitos e retrabalho para a equipe. Para que o gerenciamento de projetos ganhe uma dimensão
profissional e evite problemas como os que você acabou de conferir, é importante vislumbrá-lo
como um conjunto de processos.

WWW.UNINGA.BR 59
ENSINO A DISTÂNCIA

2 - APROFUNDANDO
Perceba que a educação corporativa é vista como uma forma de gerir as pessoas, o
conhecimento e a geração de estratégias de longo prazo para a empresa ou organização. Quando
uma empresa tem total conhecimento do que tem disponível, tanto em recursos materiais, quanto
em capital humano, será capaz de maximizar as habilidades individuais com foco no resultado
coletivo.
Compreendemos que, por definição, a educação corporativa é o processo que leva as
pessoas ao autoconhecimento, que facilita planejamentos de ações futuras. Pensando em Brasil,
esse conceito é muito novo, porém, as organizações têm buscado cada vez mais atingir melhores
resultados, por meio desse formato de educação. Sendo assim, a melhor forma de desenvolver
a educação corporativa é por meio do envolvimento de todos, colaboradores, líderes e gestores,
com acompanhamentos e ações que visem a união da equipe em prol de atingir as metas
organizacionais. A educação corporativa é um agente transformador do colaborador, que começa
a conhecer melhor suas potencialidades e consegue executar suas funções com maior eficiência e
qualidade. Isso facilita os indivíduos a entrarem em um processo motivacional que maximizará
os resultados nas empresas.
Essa educação, na organização, deve ser utilizada para conquistar resultados positivos,
além de ser facilitadora do compartilhamento dos conhecimentos com os trabalhadores, que

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


passarão a entender que o planejamento organizacional é importante e precisa ser executado com
qualidade.
As organizações, na atualidade, têm enxergado que existem falhas entre as práticas na
gestão e os reais interesses da empresa, onde a grande busca é por sobrevivência em um mercado
altamente competitivo, por isso os modelos precisam ser mudados para formatos que se adaptem
à realidade mercadológica.
Porém, não podemos deixar de entender que as novas práticas só serão efetivas com a
valorização das pessoas nesse processo, pois são elas que geram mudanças reais nas organizações
e que atenderão os clientes no mercado consumidor, suprindo as necessidades e desejos desses
clientes. Isso só serve de alerta para percebermos que sem as pessoas, não existe empresa, muito
menos, mercado, logo, os agentes causadores de mudanças são as pessoas ou o capital humano
da organização.
Com isso, percebe-se que a forma de controle, antes usada pelas organizações, passa a
ser trocada pela colaboratividade das pessoas dentro da organização. Isso levará as pessoas ao
desenvolvimento das competências e, por consequência, o desenvolvimento da organização.
Esse processo de aprendizagem e ensino deve ser constante e envolver a organização e as
pessoas. A geração de conhecimento precisa ser algo visto como estratégico e essencial dentro do
ambiente organizacional. Isso facilitará o enfrentamento dos desafios mercadológicos, por meio
da troca de experiências que cada pessoa passará, assim, gerando aprendizagem para continuar
enfrentando os novos desafios.
Apenas reforçando, que por competências se entende por um conjunto de habilidades,
conhecimentos e atitudes que um indivíduo desenvolve para exercer suas responsabilidades
no ambiente organizacional. Isso é um fator que agrega valor a organizações, quando essas
competências são diferenciais. Logo, o conhecimento adquirido pelo indivíduo passa a ser
transmitido à organização, gerando o conhecimento organizacional. Esse conhecimento leva a
organização a ser mais competitiva, mas preparada e geradora de inovação e de planejamentos
estratégicos capazes de maximizar seus resultados.

WWW.UNINGA.BR 60
ENSINO A DISTÂNCIA

Título: Educação Corporativa - da Teoria À Prática


Autor: Casarini, Fabiana Gradela / Baumgartner,Marcos
Editora: Senac
Sinopse: Nas últimas décadas, os chamados
sistemas de educação corporativa superaram o antigo
“treinamento e desenvolvimento” com base no conceito
de que cada pessoa é capaz de fazer a diferença no
desempenho de uma empresa. A partir dessa mudança
de nome, o desafio maior dos gestores passa a ser a
promoção de uma educação corporativa socialmente
responsável, em que o desenvolvimento do trabalhador
não se limite à mera instrumentalização para que
uma área de negócio obtenha determinada vantagem
competitiva. Essa obra é uma contribuição para que cada vez mais organizações
coloquem em prática uma outra mudança de denominação que, pelo menos na
teoria, já aconteceu: a transformação da “administração de recursos humanos”
em uma real gestão de pessoas.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


Título: Beleza Oculta
Ano: 2017
Sinopse: Howard entra em depressão após uma tragédia
pessoal e passa a escrever cartas para a Morte, o Tempo e
o Amor, algo que preocupa seus amigos. Mas o que parece
impossível, se torna realidade quando essas três partes
do universo decidem responder. Morte, Tempo e Amor vão
tentar ensinar o valor da vida para Howard.
Comentário: Um filme que mostra que nós somos
responsáveis pelas mudanças e não devemos achar
desculpas para os problemas que nos afligem, devemos
enfrentar e aprender com cada um deles.

Veja a entrevista de Daniel Orlean, especialista em Gestão do Conhecimento pela


COPPE/UFRJ e sócio-diretor da Affero, no programa Mundo Corporativo da rádio
CBN. Daniel fala sobre educação corporativa e projetos não convencionais de
treinamento e desenvolvimento de funcionários.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=r0CprbMY2LU>.

WWW.UNINGA.BR 61
ENSINO A DISTÂNCIA

3 - RESUMO
O Projeto Político-Pedagógico, também conhecido como Projeto Educativo, é visto
e entendido como o plano central da organização, de modo que se assemelha a um processo
que busca a participação das pessoas em uma visão de aprendizagem organizacional para
desenvolvimento de conhecimento e inovação.
O PPP é executado de forma metodológica, teórica e prática, visando conquistas e
mudanças na realidade atual da organização. Pode ser estratégico quando usado para gerar
mudanças comportamentais e melhorias no processo de gestão.
Podemos entender que cada pessoa aprende de forma diferente, algumas assimilam
assuntos com maior velocidade, o que pode não acontecer com outras. Isso então nos leva a
buscar formas que facilitem o aprendizado das diferentes pessoas existentes em um ambiente
de ensino e aprendizagem. Por isso, dentro de uma equipe de trabalho, ou seja, multidisciplinar,
haverá pessoas que gostam mais de trabalhos manuais, outras de trabalhar com números e dados,
outras de liderar, outras de falar, etc. Assim, podemos afirmar que em uma sala de aula, ou em
uma sala de treinamento organizacional, é necessário encontrar as melhores estratégias para
garantir o máximo aproveitamento de todos os envolvidos.
Uma estratégia muito usada dentro deste contexto é o ensino por meio de projetos
práticos, ou seja, levar a equipe a buscar soluções para problemas apresentados, valorizando,

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 3


assim, cada potencial individual e como esse potencial pode ajudar no conjunto para o sucesso
organizacional. Isso deixa claro que o sucesso de um pode ser, e deve ser, o sucesso de todos.
A Educação Corporativa surgiu da necessidade de oferecer formação acadêmica de
qualidade e uma mão de obra capacitada para atuar nos ambientes organizacionais. Isso leva as
organizações a assumirem a responsabilidade, por meio de projetos educacionais.

WWW.UNINGA.BR 62
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
GESTÃO DE PROJETOS

EDUCAÇÃO, CULTURA E
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
PROF. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 64
1 - UNIVERSIDADE CORPORATIVA ........................................................................................................................ 65
2 - SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E CULTURA ORGANIZACIONAL .............................................................. 72
3 - GESTÃO DE PESSOAS PARA TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO .......................................................... 75
3 - APROFUNDANDO ............................................................................................................................................... 78
4 - RESUMO ............................................................................................................................................................. 80

WWW.UNINGA.BR 63
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Os colaboradores precisam ser vistos como foco central e diferencial competitivo, por
isso que projetos para o desenvolvimento humano são essenciais para a geração de aprendizagem
organizacional e o desenvolvimento de inovação e conhecimento pessoal e organizacional.
Vivemos em uma sociedade que tem acesso a muitas informações, isso devido aos meios
tecnológicos que propiciaram um maior contato com informações e em tempo real, por isso é
preciso aprender como lidar com essa nova dinâmica em que as pessoas são mais críticas e muito
mais exigentes, o que reflete em como o mercado exigirá das organizações.
O próprio Eboli (2004) afirma que o sucesso das organizações está na educação
corporativa, com foco em Competitividade, Perpetuidade, Conectividade, Disponibilidade,
Parceria, Cidadania, Sustentabilidade. O desenvolvimento de ações para a criação da universidade
corporativa é algo essencial e estratégico ao mesmo tempo, tornando a organização mais
preparada para as novas dinâmicas do mercado. Por isso que a gestão de pessoas é essencial para
conseguirmos esses resultados esperados.
Girardi (2008, p. 69) segue afirmando que “toda organização depende do desempenho
humano, do capital intelectual para o seu bom desempenho”. Todos precisam estar envolvidos

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


em busca desse crescimento e dessas mudanças essenciais. A partir daqui, compreenderemos a
importância da Universidade Corporativa e da gestão de pessoas para cuidar do capital intelectual
das organizações.

WWW.UNINGA.BR 64
ENSINO A DISTÂNCIA

1 - UNIVERSIDADE CORPORATIVA

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


Figura 1 – educação. Fonte: Google Images (2018).

Quando falamos em educação entendemos que é algo essencial para a sociedade, pois
por meio dela é possível a produção do conhecimento, o que por consequência desenvolve as
habilidades individuais. Eboli (2004) afirma que no ambiente corporativo não é diferente, onde as
empresas percebem a necessidade dessa educação continuada para aumentar a competitividade
no mercado.
Ao final do século XX surge o conceito de Universidade Corporativa, com um grande
crescimento no meio do ensino superior. Na visão de Meister (1999) isso ocorreu devido a cinco
forças:
• Organizações flexíveis;

• Era do conhecimento;

• Rápida obsolescência do conhecimento;

• Empregabilidade;

• Educação para a estratégia global.

A universidade corporativa surge no cenário onde a competitividade e a


sustentabilidade determina o investimento mais adequado para desenvolver
competências de forma contínua e de acordo com o modelo de gestão adotado,
sendo uma alternativa para as organizações que cuja prática e modelo de gestão
por competências consideram a aprendizagem contínua uma estratégia capaz de
desenvolver competência necessária para a competitividade e sustentabilidade,
bem como complemento estratégico (RAMOS, 2008, p. 11).

WWW.UNINGA.BR 65
ENSINO A DISTÂNCIA

Dentro desse conceito começamos a entender a importância da Universidade


corporativa, que é vista como um “guarda-chuva estratégico para desenvolvimento e a educação
de funcionários, clientes e fornecedores, com o objetivo de atender às estratégias empresariais de
uma organização” (MEISTER, 1999, p. 29).
Já para Amaral (2003, p. 42):

A universidade corporativa é, na verdade, o formato que alguns executivos


estabeleceram para viabilizar, de forma mais atual, a questão da sobrevivência
empresarial em um novo ambiente de negócios, no qual deter bons conhecimentos
e habilidades, bem como atitudes adequadas, é diferencial competitivo.

Segundo Eboli (2004, p. 48) que a Universidade Corporativa possui como finalidade
“formar e desenvolver os talentos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento
organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação), por meio de um processo de
aprendizagem ativa e contínua”. O foco central da Universidade Corporativa é o desenvolvimento
de um ambiente que propicie o alcance de novas oportunidades e novos mercados, além de
melhorar relacionamentos com os clientes, que são o foco central de qualquer organização. Isso
leva-nos a pensar que a empresa ou a organização deve estar voltada a uma gestão que pensa em
um futuro novo e melhorado.
Eboli (2004) enfatiza algumas metas globais que as Universidades Corporativas buscam:

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


1. Difundir a ideia de que capital intelectual será o fator de diferenciação das empresas;

2. Despertar nos talentos a vocação para o aprendizado e a responsabilidade por seu


processo de autodesenvolvimento;

3. Incentivar, estruturar e oferecer atividades de autodesenvolvimento;

4. Motivar e reter os melhores talentos, contribuindo para o aumento da realização e


felicidade profissional.

Meister (1999) ressalta que o sucesso da implantação da Universidade Corporativa precisa


adotar alguns componentes importantes, tais como:

• apoio da cúpula;

• controle;

• visão/missão;

• fontes de receita;

• organização;

• partes interessadas;

• produtos/serviços;

• parceiros de aprendizagem;

• tecnologia, avaliação;

• comunicação constante.

WWW.UNINGA.BR 66
ENSINO A DISTÂNCIA

Para obter o sucesso nessa implantação, podemos seguir os sete princípios propostos por
Eboli (2004), conforme o quadro a seguir:

“Valorizar a Educação como forma de desenvolver o capital


intelectual dos colaboradores, transformando-os efetivamente
em fator de diferenciação da empresa diante dos concorrentes,
Princípio nº 1:
ampliando assim sua capacidade de competir. Significa buscar
Competitividade
continuamente elevar o patamar de competitividade empresarial
por meio da implantação, desenvolvimento e consolidação das
competências críticas empresariais.”

“Entender a educação não apenas como um processo de


Princípio nº 2: desenvolvimento e realização do potencial existente em cada
Perpetuidade colaborador, mas também como um processo de transmissão de
herança cultural, a fim de perpetuar a existência da empresa.”

“Privilegiar a construção social do conhecimento, estabelecendo

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


Princípio nº 3: conexões e intensificando a comunicação e a interação. Objetiva
Conectividade ampliar a quantidade e a qualidade da rede de relacionamentos
com o público interno e externo.”

“Oferecer e disponibilizar atividades e recursos educacionais de


Princípio nº 4: fácil uso e acesso, propiciando condições favoráveis para que os
Disponibilidade colaboradores realizem a aprendizagem a qualquer hora e em
qualquer lugar.”

“Estimular o exercício da cidadania individual e corporativa,


formando atores sociais, ou seja, sujeitos capazes de refletir
Princípio nº 5:
criticamente sobre a realidade organizacional, de construí-la e
Cidadania
modificá-la, e de atuar pautados por postura ética e socialmente
responsável.”

“Entender que desenvolver continuamente as competências


Princípio nº 6: dos colaboradores é uma tarefa complexa, exigindo que se
Parceria estabeleçam parcerias internas (com líderes e gestores) e externas
(instituições de nível superior).”

“Ser um centro gerador de resultados para e empresa, procurando


Princípio nº 7: sempre agregar valor ao negócio. Pode significar também buscar
Sustentabilidade fontes alternativas de recursos que permitam um orçamento
próprio e autossustentável.”
Quadro 1 - Os sete princípios de sucesso. Fonte: Eboli (2004).

WWW.UNINGA.BR 67
ENSINO A DISTÂNCIA

Eboli (2004) associa, ainda, algumas práticas a cada um dos sete princípios de sucesso de
um sistema de Educação Corporativa, como mostra o quadro a seguir:

• Obter o comprometimento e envolvimento da alta cúpula com o


sistema de educação.
• Alinhar as estratégias, diretrizes e práticas de gestão de pessoas
Princípio nº1:
às estratégias do negócio.
Competitividade
• Implantar um modelo de gestão de pessoas por competências.
• Conceber ações e programas educacionais alinhados às
estratégias do negócio.

• Ser veículo de disseminação da cultura empresarial.


Princípio nº 2:
• Responsabilizar líderes e gestores pelo processo de
Perpetuidade
aprendizagem.

• Adotar e implementar a educação “inclusiva”, contemplando o


público interno e externo.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


• Implantar modelo de Gestão do conhecimento que estimule o
compartilhamento de conhecimentos organizacionais e a troca de
Princípio nº 3:
experiências.
Conectividade
• Integrar sistema de educação com o modelo de gestão do
conhecimento.
• Criar mecanismos de gestão que favoreçam a construção social
do conhecimento.

• Utilizar de forma intensiva tecnologia aplicada à educação.


• Implantar projetos virtuais de educação (aprendizagem mediada
Princípio nº 4:
por tecnologia).
Disponibilidade
• Implantar múltiplas formas e processos de aprendizagem que
favoreçam a “aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar”.

• Obter sinergia entre programas educacionais e projetos sociais.


Princípio nº 5: • Comprometer-se com a cidadania empresarial, estimulando
Cidadania a formação de atores sociais dentro e fora da empresa; e a
construção social do conhecimento organizacional.

• Parcerias internas: responsabilizar líderes e gestores pelo


processo de aprendizagem de suas equipes, estimulando a
Princípio nº 6: participação nos programas educacionais e criando um ambiente
Parceria de trabalho propício à aprendizagem.
• Parceria externa: estabelecer parcerias estratégicas com
instituições de ensino superior.

WWW.UNINGA.BR 68
ENSINO A DISTÂNCIA

Tornar-se um centro de agregação de resultados para o negócio.


Implantar sistema métrico para avaliar os resultados obtidos,
Princípio nº 7:
considerando-se os objetivos do negócio.
Sustentabilidade
Criar mecanismos que favoreçam a auto sustentabilidade
financeira do sistema.

Quadro 2 - Os sete princípios da educação corporativa e suas práticas. Fonte: Eboli (2004).

Com isso, percebemos que quando temos uma educação corporativa isso transforma
todo o ambiente organizacional, gerando pessoas diferenciadas e capazes de ser críticos sobre
toda a realidade organizacional e mercadológica.
Por isso que as Universidade Corporativas têm despertado tanto interesse nas empresas,
pois têm se mostrado como grande ferramenta de mudança e inovação organizacional, levando
os colaboradores a pensar de maneira estratégica. As organizações entendem, hoje, que esses
modelos de treinamentos e educação empresarial aumenta o envolvimento dos colaboradores
nos processos organizacionais, além de maximizar resultados de talentos humanos dentro das
empresas.
Se pensarmos historicamente o tema Universidade Corporativa remete-se ao ano de 1955,

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


em que a General Electric criou a Crotonville Management Development Institute, com objetivo de
complementar o desenvolvimento educacional dos funcionários. Porém, foi só na década de 1980
que surge o conceito de maneira mais expansiva. Em 1988, já existiam 400 empresas com centros
de estudos de alto nível, já em 1998 eram 2000 empresas.

WWW.UNINGA.BR 69
ENSINO A DISTÂNCIA

O termo “universidade corporativa” pode trazer imagens de treinamentos chatos,


mas quando bem executadas podem ser um fator importante para a produtividade
e retenção dos funcionários.
Enquanto você espera que seus contratados venham preparados e prontos para
realizar suas tarefas, a verdade é que o que eles aprenderam nas universidades
pode não ser suficiente para a vida em uma organização de alto nível. Da
aprendizagem contextual à cultura de uma organização, há coisas que os
funcionários simplesmente não conseguem aprender em um ambiente tradicional
de universidade. Além do mais, muitos funcionários vêm para o trabalho querendo
aprender e melhorar a sua posição.
É verdade que as universidades corporativas foram mal executadas no passado,
mas a geração atual de aprendizado e certificação no trabalho deu um grande
passo à frente, com empresas que estão desenvolvendo bem esse conceito. Do
Google à Apple, as universidades corporativas têm mais conteúdo que apenas
uma tarde assistindo vídeos obrigatórios de tutoriais. Como uma universidade
tradicional, essas versões corporativas procuram tornar os funcionários mais
preparados, mais instruídos e mais confiantes no trabalho. Ao seguir o exemplo

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


dos melhores, qualquer organização pode abandonar a aprendizagem chata por
algo mais significativo e, finalmente, mais eficaz.
Fonte: http://talent.efix.net/gestaodetalentos/o-que-e-e-quais-os-beneficios-
da-universidade-corporativa/

No Brasil, temos várias empresas pioneiras nesse segmento educacional, como: Accor
Brasil, Algar, Amil, Brahma, BankBoston, Elma Chips, Ford, McDonald’s e Motorola.
A missão de uma Universidade Corporativa visa formar talentos humanos para que
consigam gerenciar as organizações com eficiência e qualidade, gerando conhecimento e
inovação. Já seu objetivo busca o desenvolvimento profissional, técnico e gerencial com base nas
estratégias organizacionais.
Eboli (2004) afirma que para o sucesso das Universidades Corporativas em um mercado
global e competitivo, é preciso:
• Oferecer oportunidades de aprendizagem que deem sustentação às questões empresariais
mais importantes da organização;

• Considerar o modelo da Universidade Corporativa um processo e não um espaço físico


destinado à aprendizagem;

• Elaborar um currículo que incorpore os três Cs: Cidadania Corporativa, Estrutura


Contextual e Competências Básicas;

• Treinar a cadeia de valor e parceiros, inclusive clientes, distribuidores, fornecedores


de produtos terceirizados, assim como universidades que possam fornecer os trabalhadores de
amanhã;

WWW.UNINGA.BR 70
ENSINO A DISTÂNCIA

• Encorajar e facilitar o envolvimento dos líderes com o aprendizado;

• Criar um sistema de avaliação dos resultados obtidos e também dos investimentos;

• Passar do modelo de financiamento corporativo por alocação para o “autofinanciamento”


pelas unidades de negócio;
• Assumir um foco global no desenvolvimento de soluções de aprendizagem;

• Utilizar a Universidade Corporativa para obter vantagem competitiva e entrar em


novos mercados.

as empresas que aplicam os princípios evidentes nas Universidades Corporativas


estão olhando além dos programas de educação de funcionários, à procura de uma
população-alvo – funcionários internos – e criando sistemas de aprendizagem
que reúnem clientes, funcionários e a cadeia de fornecimento em busca do
aperfeiçoamento constante. O desafio é criar um ambiente de aprendizagem
no qual todos funcionários da empresa compreendam a importância da
aprendizagem contínua vinculada às metas empresariais (MEISTER, 1999, p.
85).

Podemos perceber que o uso desse conceito de educação, além de estratégico é


fundamental para que as empresas consigam se posicionar de forma eficiente neste mercado

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


altamente competitivo e voltado para uma dinâmica global.

WWW.UNINGA.BR 71
ENSINO A DISTÂNCIA

2 - SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E CULTURA


ORGANIZACIONAL
Na atualidade, até mesmo pelas questões tecnológicas, existe uma vasta disponibilidade
de informações circulando no mundo todo e sobre o mundo todo, a um clique de distância. Com
isso, as pessoas passam a ver muitas coisas ao mesmo tempo, isso demonstra que a informação
pertence a todos e está ao alcance de todos. Mas isso não é o suficiente para gerar conhecimento,
se faz necessário absorver as informações importantes e transformá-las em conhecimento e
inovação, segundo afirma Bresciani (1999).

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


Figura 2 – Conhecimento. Fonte: Google Images (2018).

Na atualidade, até mesmo pelas questões tecnológicas, existe uma vasta disponibilidade
de informações circulando no mundo todo e sobre o mundo todo, a um clique de distância. Com
isso, as pessoas passam a ver muitas coisas ao mesmo tempo, isso demonstra que a informação
pertence a todos e está ao alcance de todos. Mas isso não é o suficiente para gerar conhecimento,
se faz necessário absorver as informações importantes e transformá-las em conhecimento e
inovação, segundo afirma Bresciani (1999).
Já na visão de Pagnozzi (2002), o conhecimento é algo valioso e mais poderoso do que os
recursos naturais, industriais ou dinheiro. As empresas de sucesso são aquelas que conseguem
trabalhar com as melhores informações e as utilizam de maneira estratégica e eficaz.
No novo modelo de negócios, a informação se tornou recurso econômico gerador de
receitas e benefícios, ou seja, a boa informação vale mais do que dinheiro. Isso demonstra que
as pessoas são as geradoras de diferencial competitivo para as organizações, pois são elas que
absorvem e transformam as informações e ações estratégicas e conhecimento.
Na visão de Eboli (2004), o conhecimento é fonte de vantagem competitiva para as
organizações que querem uma gestão sustentável e duradoura. A visão é que gerar e transferir
conhecimento na empresa é um processo de aprendizagem, que deve ser contínuo.
Eboli (2004, p. 56) afirma que

WWW.UNINGA.BR 72
ENSINO A DISTÂNCIA

Gerir o conhecimento de forma a favorecer a inteligência empresarial e o seu alto


desempenho, otimizando processos de pesquisa e validação do conhecimento,
de educação das pessoas para que assimilem os conhecimentos essenciais,
de divulgação dos conhecimentos organizacionais transformando-se em
inteligência empresarial e a aplicação de ações que estimulem as pessoas a atuar,
colocando em prática os conhecimentos assimilados, é neste momento que o
conhecimento torna-se competência.

O conhecimento deve ser o foco central das organizações, sem essa busca, é muito difícil
uma empresa obter sucesso em seus empreendimentos. Devemos encarar que as pessoas são as
grandes geradoras de diferencial competitivo e, por isso, precisamos investir em educação para
gerar diferenciais utilizando os potenciais profissionais que existem dentro de nossa organização.
A figura a seguir demonstra o ciclo da gestão do conhecimento, conforme Eboli (2004),
enfatizando que esse processo é contínuo e não pode parar.

Figura 3 - Ciclo de Gestão do Conhecimento. Fonte: Eboli (2004) GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4

Eboli (2004) continua explanando que este ciclo de gestão do conhecimento precisa de:
• pesquisa para gerar conhecimento;

• educar para as pessoas compreenderem conceitos e técnicas que permitam desenvolver


determinada atividade;

• divulgar o conhecimento estimulando a comunicação para levar à inteligência


empresarial e aplicar para as pessoas colocarem em prática os conhecimentos, gerando resultados.

WWW.UNINGA.BR 73
ENSINO A DISTÂNCIA

A gestão do conhecimento não é uma prática nova, pois, na visão de Devenport e Prusak
(1998), mesmo antes de se falar nesse tema, muitos gestores já enxergavam e valorizavam o
know-how e a experiência de seus colaboradores. Somente na década de 1990 que a gestão do
conhecimento foi vista como estratégia organizacional.

As organizações passaram a valorizar e ter essa nova postura devido a diversos fatores,
que podemos destacar:
•o aprofundamento do processo de globalização, que caracteriza-se pela internacionalização
das economias, a queda das barreiras alfandegárias e o surgimento de grandes blocos econômicos
regionais.

• o advento das tecnologias de informação e comunicação (TICs), que passaram por um


processo acelerado de aperfeiçoamento técnico e trouxeram uma maior facilidade de ordenar,
armazenar, recuperar e disseminar informações. O desenvolvimento de redes de computadores e
softwares de gerenciamento permitiu que isto ocorresse com custos relativamente baixos.

• a emergência de novos formatos de organização do trabalho e da produção, com a


adoção de estruturas mais flexíveis e horizontais no lugar dos ícones da era industrial, como
a especialização, produção em escala e padronização, comando baseado na hierarquia e
verticalização da produção.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


• a incorporação de inteligência a um conjunto crescente de produtos e serviços, o que
por sua vez provoca um declínio relativo na importância dos ativos convencionais (capitais
físicos) como geradores de riqueza e atribui maior peso aos ativos intangíveis (softwares, patentes,
royalties, marcas, relacionamento, talentos, habilidades, experiência, etc).

Na visão de Bresciani (1999), o conhecimento é o resultados de um processo complexo,


que envolve valores dos indivíduos e do seu ambiente cultural, onde o fluxo de informações é
diverso, formando o perfil de cada colaborador da empresa, isso leva a formação da cultura
organizacional. Esta cultura é formada por comportamentos e valores, que são compartilhados
entre as pessoas ou grupos, gerando comportamentos específicos e diferenciados de empresa
para empresa.
Carvalho (2001) afirma que para compreendermos a cultura organizacional, é necessário
entender que a organização é uma formação cultural que varia, dependendo do ambiente,
agregando valores, crenças, diferenças regionais e de nacionalidades, entre outros fatores.
Dependendo de como é a cultura organizacional de uma empresa, pode haver uma
facilitação na implantação de um projeto de educação corporativa. Nesse sentido, Tanure (2006)
comenta que existem organizações que iniciam tais processos de aprendizado e para mudar a
realidade, tendo as seguintes premissas como foco:
• Gestão do equilíbrio;

• Criação de um novo ambiente revitalizador;

• Construção de relações de confiança e percepção de justiça.

As organizações perceberam que a educação precisa ser contínua, com foco na


competitividade, na agilidade, visando no cliente, e buscando pela gestão sustentável, compromisso
e apoio, além de colaboratividade para atingir resultados maximizados.

WWW.UNINGA.BR 74
ENSINO A DISTÂNCIA

Por isso, muitas empresas começam a investir em projetos para transformação da cultura
organizacional, com foco em mudar os comportamentos individuais e criar um ambiente
proativo para eficiência no atendimento às necessidades do mercado consumidor. Essa mudança
só acontece quando todos compreendem que é necessário que haja mudança, de modo que os
líderes e gestores passam a ser educadores de uma equipe que está aberta a mudanças, gerando
conhecimento e melhor assimilação das informações.
Um projeto de educação corporativa pode levar a empresa a desenvolver uma cultura
organizacional flexível e preparada para um mercado que exige mais e precisa de atendimento
diferenciado. Eboli (2004) afirma que a educação corporativa leva a um fortalecimento, integração
e disseminação de uma cultura organizacional participativa, colaborativa e proativa, em que os
valores e a ética são pautadas como diferenciais no atendimento ao consumidor que deseja um
atendimento que supra seus desejos e necessidades.
Percebemos que a educação e o conhecimento são geradores de mudanças extremamente
positivas em um ambiente organizacional, valorizando cada pessoa, mas também agregando
valores no grupo que atuará no processo organizacional. Isso só reforça que nesse modelo de
educação a empresa passa a ter comportamentos estratégicos e vantagem competitiva perante
seus concorrentes.

3 - GESTÃO DE PESSOAS PARA TREINAMENTO E

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


DESENVOLVIMENTO

Figura 4 – Desenvolvimento. Fonte: Google Images (2018).

Com tudo que vemos sobre gestão estratégica e educação corporativa, começamos
a perceber a real necessidade da correta gestão de pessoas com foco em gerir e direcionar os
colaboradores ao objetivo e metas da empresa ou organização. Chiavenato (1999) afirma que o
foco de uma correta gestão de pessoas é alinhar todos os processos e pessoas com as estratégias
da organização.
O treinamento e desenvolvimento dos colaboradores está atrelado a um modelo de gestão
com foco na educação contínua e na valorização das pessoas, como diferencial competitivo da
organização, ou seja, isso é uma mudança completa de cultura organizacional, com foco em
inovação e conhecimento.

WWW.UNINGA.BR 75
ENSINO A DISTÂNCIA

Se voltarmos aos primórdios da utilização da gestão de pessoas, percebemos que,


anteriormente, os processos e treinamentos eram voltados muito mais para os processos e
operações do que propriamente para as pessoas. Na visão de Chiavenato (1999), foi só a partir da
evolução dos modelos de gestão que o foco passa a ser nas pessoas, e, diante disso, desenvolveu-
se programas que buscam o desenvolvimento humano e profissional, por meio de treinamentos
bem elaborados e planejados.
Segundo Marras (2001, p.145), “Treinamento é um processo de assimilação cultural a
curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas
diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”. Robbins (2002, p. 469)
comenta que “A maioria dos treinamentos visa à atualização e ao aperfeiçoamento das habilidades
técnicas dos funcionários”. Entende-se que o treinamento é uma forma de valorizar as pessoas e
suas potencialidades, que podem ser utilizadas na organização, para um melhor atendimento aos
clientes, sendo visto como capital humano da organização, que nunca é igual, pois as pessoas são
diferentes e isso reflete nos resultados da organização.

Já o desenvolvimento é conceituado por Chiavenato (2009, p. 39) como “educação que


visa ampliar, desenvolver, e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissional em determinada
carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e produtivo em seu cargo”.
Para Vargas (1996, p. 126):

Treinamento e desenvolvimento são a aquisição sistemática de conhecimentos

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


capazes de provocar, a curto ou longo prazo, uma mudança na maneira de ser e
de pensar do indivíduo, por meio da internalização de novos conceitos, valores
ou normas e da aprendizagem de novas habilidades.

Assim, o treinamento envolve a busca pela melhoria do comportamento das pessoas por
meio de processos sistemáticos, já o desenvolvimento traz técnicas e procedimentos que possam
levar as pessoas a crescerem dentro da organização, o que, por consequência, traz melhores
resultados para a empresa.
A grande competição do mercado tem exigido das organizações uma busca por gerir
seus negócios, com foco estratégico. Por isso, a gestão de pessoas é vista como a forma de
conseguir fazer com que as estratégias sejam executadas com eficiência, por meio da utilização
das potencialidades de cada pessoa dentro de um grupo de trabalho.
Segundo Girardi (2008, p. 67) “A atuação estratégica integra o contexto organizacional
atual, dinâmico e competitivo, resultando no desempenho eficaz e no desenvolvimento das
organizações”. E no caso da Estratégia Organizacional, esta “[...] está centrada nas pessoas, é
preciso valorizá-las, colocá-las diante de desafios e oportunidades reais de desenvolvimento, e
elas trarão competitividade à organização” (GIRARDI, 2008, p. 91). Ou seja, recurso humano é
fundamental para qualquer organização atingir os seus objetivos.
Eboli (2004) afirma que, cada vez mais, as pessoas são vistas como um diferencial,
isso é causado pela maior exigência e uma busca por indivíduos que tenham facilidade ao
autodesenvolvimento e a uma aprendizagem contínua. Ou seja, demonstra que, cada vez mais,
as pessoas precisam ser gestoras de seu trabalho e coordenadoras de seus próprios recursos,
informações e decisões.
Dentro deste contexto, percebe-se que um colaborador que não se prepara e busca
atualização, não consegue agregar valor à organização que faz parte, nem é um gerador de
inovação e conhecimento. O novo perfil do profissional é de ser alguém questionador, que muda
a realidade, sabendo enxergar um futuro melhor e diferenciado.

WWW.UNINGA.BR 76
ENSINO A DISTÂNCIA

As pessoas, na atualidade, precisam buscar, constantemente, o autodesenvolvimento, com


foco no crescimento de suas qualificações e no alcance de melhores patamares em sua carreira.
Isso reforça que a educação precisa ser constante, pois a mudança do mundo e do mercado
também é constante.
Como afirma Freire (1996), a educação e a formação constante precisam estar unidas,
com o objetivo da geração do conhecimento e da aprendizagem. Isso só reforça que quem precisa
mudar somos nós – as pessoas –, para que sejamos os agentes transformadores da realidade
social e organizacional. Desenvolver pessoas não é apenas transferir informações, mas é o
aprendizado de novos conhecimentos para tornar as pessoas mais eficientes em suas funções.
Esse aprendizado leva os indivíduos a uma mudança de postura, em que deixamos de ser passivos
e começamos a ser ativos – transformadores de realidade. E é exatamente isso que as empresas
buscam constantemente nesse mercado tão competitivo.
Quando as empresas e organizações incentivam o aprendizado de cada pessoa, consegue
desenvolver as potencialidades individuais e, assim, haverá uma partilha de conhecimentos entre
cada pessoa, agregando valor e gerando um diferencial competitivo. Eboli (2004) afirma que
essas atitudes levam as pessoas a desenvolver o processo motivacional, gerando, assim, resultados
maximizados dentro das organizações.
Chiavenato (2009) enfatiza que, ainda, na atualidade, existem empresas que não tem a
visão correta de gestão de pessoas, ainda focadas nos processos e não valorizando as pessoas
como diferencial competitivo, isso acaba desmotivando as pessoas e gerando uma empresa
travada e pouco competitiva.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


O novo modelo de organização exige que seus colaboradores e gestores sejam rápidos,
flexíveis, proativos e criativos para lidar com as dinâmicas complexas do mercado atual. A
educação corporativa veio como ferramenta essencial para o treinamento e desenvolvimento do
capital intelectual e do conhecimento com objetivo de melhores resultados.
A Gestão de Pessoas deve ser uma forma de completar a área de treinamento, valorizando
o capital humano. Com isso, podemos citar Abbad e Vargas (2006) que elencam cinco conceitos
que estão conectados com a aprendizagem e que melhoram o processo de treinamento de
desenvolvimento:
• Informação;

• Instrução;

• Treinamento;

• Desenvolvimento;

• Educação.

Esse desenvolvimento humano pode acontecer por meio de diversas ferramentas que
devem ser utilizadas nessa educação contínua, como: leitura, observação, pesquisas, conversas,
viagens, salas de aula, por meios eletrônicos. Tudo sendo usado para desenvolver o aprendizado.
Isso só demonstra que as organizações precisam renovar a gestão de pessoas e o
treinamento e desenvolvimento, pois não devemos apenas treinar, mas sim levar as pessoas a
pensar e desenvolver suas competências por meio da educação corporativa.
Meister (1999) afirma que o aprendizado contínuo com a educação corporativa exige que
as pessoas e a organizações estejam comprometidos com ensino, aprendizagem e educação, com
vistas ao desenvolvimento das pessoas.

WWW.UNINGA.BR 77
ENSINO A DISTÂNCIA

As empresas e organizações precisam de maior eficiência se querem se manter nesse


mercado tão dinâmico e complexo, principalmente com as tecnologias que têm transformado os
clientes em pessoas mais exigentes e com informações mais detalhadas ao alcance de um clique
na internet. Precisamos de colaboradores com maior competência e qualidade para gerarmos
diferencial competitivo em relação aos concorrentes.

3 - APROFUNDANDO
A gestão de pessoas e do conhecimento tem sido a grande busca das organizações
como forma estratégica para atingir melhores resultados no mercado competitivo. Por meio
da implantação de uma gestão voltada à educação corporativa, isso tem mudado radicalmente,
e várias organizações têm conseguido maximizar seus resultados e criando aprendizado e
conhecimento dentro de seus ambientes.
Por definição, a Gestão do Conhecimento é vista como um conjunto de estratégias que
levam à criação e compartilhamento de conhecimento e fluxos de informações para gerar novas
ideias e solucionar problemas, para uma melhor tomada de decisão. Ao mesmo tempo, a Gestão
de Pessoas é buscar qualidade, formação de habilidades e aumento de desempenho para geração
de uma melhor capacitação profissional.
Essas duas visões precisam trabalhar juntas para que a organização tenha uma postura

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


estratégica e inovadora perante o mercado e concorrentes. O desafio é gerar o anseio por parte
dos colaboradores em querer desenvolver suas competências e desenvolver um indivíduo que
trabalhe de forma proativa e colaborativa, visando atingir os resultados planejados pela empresa
ou organização. Isso nos leva a entender que a gestão de pessoas e do conhecimento busca
desenvolver as pessoas. Tudo isso só acontece por meio de muito planejamento e em paralelo
com os interesses da organização, de forma que o ambiente propicie que as pessoas desenvolvam
seu processo motivacional e atinjam melhores resultados.
O foco das organizações deve desenvolver as pessoas de forma contínua, gerando o
desenvolvimento das habilidades e competências, de forma a gerar melhores relacionamentos e
trabalhos em equipe, com isso, fortalecendo toda a organização.
As empresas precisam ter um bom sistema de recrutamento e seleção, para que já sejam
filtradas as pessoas que querem fazer a diferença. Com isso, percebe-se que existem várias
formas de gerenciamento, exatamente pelas diferenças existentes entre as pessoas e os ambientes
organizacionais. Mas, mesmo com toda essa diversidade, é necessário buscar a geração de
conhecimento e o desenvolvimento contínuo das competências dos indivíduos, e, com isso, será
possível chegar a resultados muito maiores e melhores.

WWW.UNINGA.BR 78
ENSINO A DISTÂNCIA

Título: Gestão do Conhecimento, Educação


e Sociedade do Conhecimento
Autor: Tavares, Wolmer Ricardo
Editora: Ícone
Sinopse: Em nossa contemporaneidade, alguns
acontecimentos nos fazem refletir sobre a maneira de
ser, pensar e agir. Essa reflexão nos remete a gestão
do conhecimento e a educação na sociedade do
conhecimento, sendo que essa sociedade nos leva a
uma visão mais crítica e clara desses acontecimentos
emergindo múltiplas visões e realidades.
Essas multiplicidades são oferecidas para quem
desenvolve um conhecimento essencial, e suas
ramificações estão ligadas à ação o que será oriunda de uma educação de
qualidade e transformadora, o que não se limitará apenas a um conhecimento
formal acadêmico.
A educação mais uma vez deverá ser vista como um agente determinante e o

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


principal responsável por impulsionar as transformações nas organizações e
deverá ser vista também como a chave mestra para o desenvolvimento do indivíduo
e a evolução da organização, para que esta sobreviva a um mundo sem fronteiras.
A sociedade ocidental algumas vezes ignora elementos como: conhecimento,
organização aprendente, monitoramento ambiental e educação, temas estes
que são de suma relevância para a sobrevivência de qualquer organização e/ou
profissional em um mercado de acirrada competitividade.

WWW.UNINGA.BR 79
ENSINO A DISTÂNCIA

Título: No Limite do Amanhã


Ano: 2014
Sinopse: A Terra está dominada por alienígenas e o major
Bill Cage, um relações públicas das Forças Armadas dos
Estados Unidos, é obrigado a ir para a linha de frente.
Inexplicavelmente, ele acaba preso em um ciclo do tempo,
revivendo repetidamente sua última batalha. No entanto,
quanto mais vezes ele luta, suas habilidades de guerreiro
melhoram e ele fica mais perto de descobrir como derrotar
o inimigo.

GESTÃO DO CONHECIMENTO: UMA MUDANÇA DE OLHAR


Pensar em gestão do conhecimento é pensar uma série de práticas de estímulo
ao compartilhamento, colaboração, armazenamento e proteção do conhecimento

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4


de sua empresa.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=y8mFqLUBRmQ>.

4 - RESUMO
No final do século XX surge o conceito de Universidade Corporativa, com um grande
crescimento no meio do ensino superior. Na visão de Meister (1999), isso ocorreu devido a cinco
forças:
• Organizações flexíveis;

• Era do conhecimento;

• Rápida obsolescência do conhecimento;

• Empregabilidade;

• Educação para a estratégia global.

O foco central da Universidade Corporativa é o desenvolvimento de um ambiente


que propicie o alcance de novas oportunidades, alcance novos mercados, além de melhorar
relacionamentos com os clientes, que são o foco central de qualquer organização.

WWW.UNINGA.BR 80
ENSINO A DISTÂNCIA

Isso leva-nos a pensar que a empresa, ou a organização, deve estar voltada a uma gestão
que pense em um futuro novo e melhorado.
No novo modelo de negócios, a informação se tornou um recurso econômico gerador de
receitas e benefícios, ou seja, a boa informação vale mais do que dinheiro. Isso demonstra que
as pessoas são as geradoras de diferencial competitivo para as organizações, pois são elas que
absorvem e transformam as informações e ações estratégicas e conhecimento.
Na visão de Eboli (2004), o conhecimento é uma fonte de vantagem competitiva para as
organizações que querem uma gestão sustentável e duradoura. A visão é que gerar e transferir
conhecimento na empresa é um processo de aprendizagem, que deve ser contínuo. A gestão do
conhecimento não é uma prática nova, pois, na visão de Devenport e Prusak (1998), mesmo antes
de se falar nesse tema, muitos gestores já enxergavam e valorizavam o know-how e a experiência
de seus colaboradores. Somente na década de 1990 que a gestão do conhecimento passou a ser
vista como estratégia organizacional.
Segundo Marras (2001, p. 145), “Treinamento é um processo de assimilação cultural a
curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas
diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”. Robbins (2002, p. 469)
comenta que “A maioria dos treinamentos visa à atualização e ao aperfeiçoamento das habilidades
técnicas dos funcionários”.
Já o desenvolvimento é conceituado por Chiavenato (2009, p. 39), como “educação que
visa ampliar, desenvolver, e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissional em determinada
carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e produtivo em seu cargo”.

GESTÃO DE PROJETOS | UNIDADE 4

WWW.UNINGA.BR 81
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
ABBAD. G. S.; VARGAS. M. R. M. Bases conceituais em treinamento, desenvolvimento e
educação – TD&E. In: BORGES-ANDRADE. J. E.; ABBAD. G.; MOURÃO. L. Treinamento,
desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de
pessoas. Porto Alegre: Artmed. 2006. p. 137–158.

AMARAL. H. H. O. Educação corporativa e suas dimensões: estudo exploratório sobre as


políticas e práticas em duas empresas brasileiras. Dissertação (Programa de Pós-Graduação
em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

ARMSTRONG. T. Inteligências Múltiplas em Sala de Aula. Porto Alegre: Artmed, 2001.

BAKER. S.; BAKER. K. E. Project management. New York: Alpha Books, 1998.

BRASIL. Educação Corporativa. Conceitos - Portal Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.
educor.desenvolvimento.gov.br/universidades>. Acesso em: 20 abr. 2017.

BRESCIANI. E. Processo de criação organizacional e processo de auto-organização. 1999.


Scielo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v28n1/28n1a02.pdf>. Acesso em: 20 jun.
2017.

BRITO. J. N. Elaboração e gestão de projetos educacionais. Sabariz. São João Del-Rei, MG:
UFSJ, 2011.

CAMPOS. L. F. R; BRASIL. C. V. M. Logística: teia de relações. Curitiba, IBPEX, 2012. 162p.

CARVALHO. M. M. RABECHINI JR. R. Gerenciamento de Projetos na Prática. 1. ed. São


Paulo: Atlas, 2009.

CARVALHO JÚNIOR, M. R. Gestão de Projetos da academia a sociedade. Curitiba, Editora


InterSaberes, 2012.

CARVALHO. R. P. Universidade Corporativa: Uma nova estratégia para a aprendizagem


organizacional. Universidade Federal de Santa Catarina, dissertação de pós-graduação na área
de Engenharia de Produção, Florianópolis, 2001.

CHIAVENATO. I. Gestão de pessoas: o novo papel de recursos humanos nas organizações.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CHIAVENATO. I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar


talentos na Empresa. São Paulo: Editora Manole, 2009.

CONTE. A. C. P. Educação Corporativa – Empresa, lugar de trabalhar e crescer. Universidade


Gama Filho, artigo de pós-graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, 2004.

DAVENPORT. T. H.; PRUSAK. L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam


o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

WWW.UNINGA.BR 82
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
DINSMORE. P. C. Gerência de programas e projetos. São Paulo: Pini, 1992.

EBOLI. M. Desenvolvimento e alinhamento dos talentos humanos às estratégias empresariais:


o surgimento das Universidades Corporativas. São Paulo: Schmukles Editores, 1999.
______. Educação Corporativa no Brasil: Mitos e Verdades. São Paulo: Editora Gente, 2004.
______. O desenvolvimento das pessoas e a educação corporativa. São Paulo: Ed. Gente, 2002.

Educação Integral. Ensino Aprendizagem. s/d. Disponível em <http://educacaointegral.org.br/


glossario/ensino-aprendizagem/>. Acesso em: 8 nov. 2017.

FREIRE. P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. (Coleção


Leitura). São Paulo: Paz e Terra, 1996.
_______. Política e Educação. (Coleção Questões da Nossa Época). São Paulo: Editora Cortez,
2003, 7ª edição. p 18 – 20.

FOGGETTI, C. Gestão Ágil de Projetos. São Paulo: Education do Brasil, 2014.

GARDNER. H. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1994.

GIRARDI. D. Da seção de pessoal à gestão estratégica de pessoas: consultoria interna de


recursos humanos. 1. ed. Florianópolis: Editora Pandion, 2008.

KEELING. R. Gestão de Projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2006.

LIBÂNEO. J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática, 5. ed. Goiânia, Alternativa,


2004.

MARRAS. J. P. Administração de recursos humanos: Do Operacional ao Estratégico. 4. ed.


São Paulo: Futura, 2001.

MAXIMIANO, A. C. A. Administração de projetos: transformando ideias em resultados. São


Paulo: Atlas, 1997.
__________. Administração de Projetos: como transformar ideias em resultados. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.

MEISTER. J. C. Educação corporativa: A Gestão do Capital Intelectual Por meio das Universidades
Corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.

MENEZES. L. C. M. Gestão de projetos. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MOURA. D. G.; BARBOSA. E. F. Trabalhando com Projetos: Planejamento e Gestão de


Projetos Educacionais. São Paulo: Vozes, 2011.

WWW.UNINGA.BR 83
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
OLIVEIRA. M. A. M. Gestão educacional: novos olhares, novas abordagens. Petrópolis: Vozes,
2010.

OLIVEIRA, G. B. de. Microsoft Project 2010 e Gestão de Projetos. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2012.

PAGNOZZI. L. Gestão do Conhecimento: Programa de Educação Corporativa como


diferencial competitivo na formação continuada de docentes. Universidade Federal de Santa
Catarina, dissertação de mestrado na área de Engenharia de Produção, Florianópolis, 2002.

PMI. Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em


Gerenciamento de Projetos. 3. ed. Pennsylvania: PMI, 2004.

QUARTIERO. E. M.; BIANCHETTI. L. Educação corporativa: mundo do trabalho e do


conhecimento: aproximações. São Paulo: Cortez, 2005.

QUARTIERO. E. M.; CERNY, R. Z. Universidade Corporativa: uma nova face da relação entre
mundo do trabalho e mundo da educação. In: QUARTIERO. E. M.; BIANCHETTI, L. Educação
corporativa: mundo do trabalho e do conhecimento: aproximações. São Paulo: Cortez, 2005.

RAMOS; H. C.; OLIVEIRA; R. Q. T.; SANTOS; J. A. N.; BOTELHO; E. N.; ZOTES; L. P. Transição
de treinamento e desenvolvimento (T&D) para Universidade Corporativa. In: IV Congresso
Nacional de Excelência em Gestão, 4., Niterói, 2008. Responsabilidade socioambiental das
organizações brasileiras. Niterói: Rio de Janeiro, 2008.

RODRIGUES, E. 21 Erros Clássicos da Gestão de Projetos, 1ª edição. Rio de Janeiro: Brasport,


2014.

SOLER, A. M. Gerenciamento de projetos em tirinhas: especialistas comentam a rotina de


Rosalina, a gerente de Projetos. RJ: Brasport, 2015.

SLACK. N.; CHAMBERS. S.; JOHNSTON. R. Administração da produção. 2ª ed. São Paulo:
Atlas, 2002.

TANURE. B. Entre o azedo e o doce. Revista HSM Management, mai./jun. 2006, vol. 3, nº 56.

VALERIANO, D. Moderno gerenciamento de projetos. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2015.

VARGAS. M. R. M. Treinamento e desenvolvimento: reflexões sobre seus métodos. Revista de


Administração, v. 31, n. 2, p. 126-136, abr./jul.1996.

VARGAS. R. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 5.ª ed. Rio


de Janeiro: Brasport, 2003.

WWW.UNINGA.BR 84
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
VEIGA. I. P. A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas:
Papirus, 1995.

VERZUH. E. MBA compacto, gestão de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

WEISS. I. W.; WYSOCKI. R. K. 5 - Phase project management. New York: Addison-Wesley,


1992.

WWW.UNINGA.BR 85

Você também pode gostar