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PROJETOS
PROF. ME. JULIANO
BERTOLOTTI MOURA
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
GESTÃO DE PROJETOS
PROF. ME. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
SUMÁRIO
AULA 01 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PROJETO 06
INTRODUÇÃO
Ao olharmos para um produto, não fazemos ideia de quantos recursos são utilizados
para que ele esteja disponível em um mostruário de loja ou em uma página de internet
para o atual comércio digital.
A gestão de projeto é a disciplina responsável por fazer com que todos os recursos
necessários para o desenvolvimento de um produto sejam levantados, organizados e
disponibilizados. Além disso, esta gestão trata de todos os assuntos que envolvem a
comunicação com as partes interessadas, levantamento dos riscos de processos e do
projeto, levantamento e organização dos custos, entre outras atividades relacionadas
ao desenvolvimento das atividades.
Ao longo desta disciplina, você irá conhecer algumas das atividades mais importantes
para o desenvolvimento de uma gestão de projetos eficiente e que te possibilite alcançar
satisfatoriamente os objetivos propostos no escopo do projeto e no atendimento dos
requisitos do cliente.
Nesta disciplina, você irá conhecer um pouco da história e como é a concepção
de um projeto. Além disso, irá aprender os passos para um bom planejamento dos
requisitos e atividades a serem desenvolvidas, de forma que atinjam os objetivos
estabelecidos.
Você também irá conhecer as funções e estrutura organizacional que envolve a
gestão de projetos. Neste caso, a atribuição das funções para cada atividade e a
determinação das responsabilidades para cada uma delas.
Outro assunto abordado nesta disciplina é como se inicia o projeto e como se
desenvolve a estrutura analítica do projeto. Nesta estrutura, é possível verificar quais são
as atividades a serem desenvolvidas de forma clara e objetiva, pois são desmembradas,
permitindo uma análise mais detalhadas dos pacotes a serem entregues ao final de
cada atividade.
Você também irá aprender sobre a gestão de custos, gestão de comunicação,
gestão da qualidade, gerenciamento da qualidade, além da gestão de tempo, gestão de
riscos, e finalmente, você irá aprender sobre a gestão ágil e encerramento do projeto.
Assim, ao final desta disciplina, você estará apto a encarar os desafios de uma
gestão de projetos com muita tranquilidade, eficiência e profissionalismo.
Bons estudos!
O autor.
AULA 1
INTRODUÇÃO À
GESTÃO DE PROJETO
1.3 Século XX
ANOTE ISSO
Henry Gantt foi um dos precursores desta evolução devido ao desenvolvimento das
primeiras técnicas de planejamento e controle de projetos.
Ainda no século XX, houve um outro evento que marcaria a história do gerenciamento
de projetos, o desenvolvimento da energia atômica e nuclear pelos Estados Unidos a
partir dos anos de 1940. Outro marco da época foi o projeto Manhattan entre os anos
de 1942 e 1945, sendo este pioneiro em pesquisa e desenvolvimento para a produção
das bombas atômicas. Este projeto envolveu aproximadamente 125 mil trabalhadores
com o custo de aproximadamente dois bilhões de dólares (CAMARGO, 2018).
Mais tarde, além dos projetos nucleares, nos anos de 1950 foram desenvolvidos
projetos da conquista espacial com o surgimento da NASA. Em 1958, surge o Program
Evaluation and Review Technique (PERT), desenvolvido pela marinha americana como
parte do programa do míssil do submarino nuclear Polaris. Nos anos de 1960 surgiram
grandes projetos nas áreas da construção civil, bélica e aeroespacial. Este período foi
marcado também pelo reconhecimento o profissional denominado Gerente de Projeto.
O Project Management Institute (PMI) foi umas das primeiras instituições a padronizar
os processos de gerenciamento de projetos (CAMARGO, 2018).
De acordo com Carvalho (2021), até a década de 1980, a gestão de projetos estava
em uma fase chamada “embrionária”, espalhadas em diversas áreas até atingir a sua
identidade. As boas práticas de gerenciamento de projetos foram sendo consolidadas
ANOTE ISSO
AULA 2
CONCEPÇÃO DE UM PROJETO
As fases que compõe o ciclo de vida de um projeto não geram uma linha reta, pois
cada fase é desenvolvida de forma interativa e possuem estruturas diferentes, sendo
umas mais estruturadas e outras menos. De acordo com Menezes (2018, p. 58), o
Menezes (2018) apresenta quatro fases que compõe um ciclo de vida de um projeto,
sendo:
I. Fase conceitual;
II. Planejamento;
III. Execução;
IV. Conclusão.
FASE I – Conceitual
FASE II – Planejamento
a proposta do projeto tenha sido aprovada, assim, inicia-se o detalhamento por meio
de um plano para a execução operacional. As atividades comuns desenvolvidas nesta
fase, de acordo com Menezes (2018, p. 61), são:
Detalhamento das metas e objetivos a serem alcançados, com base na proposta
aprovada.
Definição do gerente do projeto.
Detalhamento das atividades e estruturação analítica do projeto.
Programação das atividades no tempo disponível e/ou necessário.
Determinação dos resultados tangíveis (marcos ou “milestones’’) a serem alcançados
durante a execução do projeto.
Programação da utilização e aprovisionamento dos recursos humanos e materiais
necessários ao gerenciamento e à execução do projeto.
Delineamento dos procedimentos de acompanhamento e controle a serem
utilizados na implantação do projeto.
Estabelecimento da estrutura orgânica formal a ser utilizada para o projeto.
Estruturação do sistema de comunicação e de decisão a ser adotado.
Designação e comprometimento dos técnicos que participarão do projeto.
Treinamento dos envolvidos com o projeto.
FASE IV – Conclusão
Esta é a fase que evidencia o final ou o término do projeto. Ela é marcada pela a
manutenção das atividades estabelecida no planejamento e pelo desligamento gradual
de empresas e técnicos envolvidos no projeto. Nesta fase, de acordo com Menezes
(2018, p. 62), são comuns as seguintes atividades:
Aceleração das atividades que, eventualmente, não tenham sido concluídas.
Realocação dos recursos humanos do projeto para outras atividades ou projetos.
Elaboração da memória técnica do projeto.
Elaboração de relatórios e transferência dos resultados finais do projeto.
Emissão de avaliações globais sobre o desempenho da equipe do projeto e os
resultados alcançados.
Acompanhamento ex post.
ANOTE ISSO
profissional deve colher os lucros com o sucesso do projeto, fazendo com que seja
impulsionado e se torne um forte apoiador para o seu desenvolvimento. Neste caso,
embora o patrocinador não tenha atuação direta nas atividades realizadas no dia a
dia do projeto, deve estar envolvido genuinamente em seu sucesso, influenciando
estrategicamente em sua condução. Neste caso, esta influência pode vir em forma de
auxílio na manutenção da prioridade dele na organização, ajuda em dirimir conflitos de
relacionamentos interpessoais, facilitando e garantindo a distribuição dos recursos de
maior criticidade. Um patrocinador conduz suas atividades para facilitar a condução
de um projeto, porém, não é este quem fomenta financeiramente o projeto (MENEZES
2018).
• Gerente do Projeto: normalmente a pessoa responsável pela gerência do projeto é
definida na fase de planejamento, no entanto, esta definição é feita no início. O papel
do gerente é conduzir a entrada e a participação dos diversos especialistas, além
de responder pelos resultados obtidos durante a realização das atividades, sejam
resultados bons, ruins, intermediários ou resultados finais. Este é o tipo de profissional
que deve ser escolhido de forma criteriosa, pois são de grande relevância e importância
as atividades que desenvolve, além das responsabilidades que lhe é atribuída. Um
dos critérios a serem atendidos é a habilidade e a capacidades de se comunicar de
forma oral e escrita, já que nos dias atuais a maioria das comunicações são feitas via
e-mail. Nas comunicações orais é importante que o gerente entenda a importância
das palavras, da entonação e da linguagem paralingual, assim como a linguagem
corporal (caras e bocas), que possam ser feitas durante o desenvolvimento do projeto.
Outras questões que envolvem o gerente de projeto é a habilidade de negociação,
pois durante as atividades esta habilidade será de grande valia devido às situações
de negociações que irá se envolver. O conhecimento de ferramentas para a solução
de problemas é outro quesito importante para este profissional.
ANOTE ISSO
O PMI apresenta três áreas de competência que devem ser levadas em consideração
para a escolha do gerente de projetos. São elas:
• Habilidade técnica: envolvem o conhecimento específico para a gestão de portfólios,
programas e projetos;
• Liderança: liderar a busca de resultados para a empresa ou organização;
• Habilidade estratégica e gestão de negócios: gerar melhores níveis de performance
ao longo do desenvolvimento do projeto (MENEZES, 2018).
• Equipe básica: Esta equipe deve ser formada por especialistas que possam ajudar
a definir o escopo do projeto. No entanto, encontrar especialistas que atendam as
necessidades do projeto, não é uma tarefa fácil, mas, por mais que estes profissionais
não irão desenvolver o projeto, é importante reuni-los para que auxiliem o gerente na
definição do escopo do projeto com maior propriedade, o que deverá ser feito, os métodos
a serem utilizados entre outros. São os membros da equipe e os seus subordinados,
parte importante para auxiliar também nos prazos e recursos a serem alocados no
projeto. Ao alocar os especialistas, estes recebem o projeto com a aprovação de outros
especialistas, que normalmente são especialistas mais experientes, facilitando assim
a anuência (aprovação) àquilo que precisa ser feito. Embora a maioria das empresas
formam equipes temporárias, o correto é formar uma equipe básica definitiva, pois a
transição entre equipes ou pessoas, demanda tempo para que se inteirem do andamento
das atividades já realizadas, fazendo com que o andamento do projeto se torne lento
(MENEZES, 2018).
A Figura 17 apresenta um resumo dos agentes importantes no início do projeto.
Vimos nesta unidade como um projeto se inicia, ou seja, como é a sua concepção
e as principais fases do ciclo de vida, tanto do projeto como do produto. Também
vimos a importância das pessoas envolvidas no desenvolvimento do projeto desde a
alta administração até as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento das atividades,
incluindo a importante participação e envolvimento dos stakeholders. Assim, a visão
do ciclo de vida de um projeto é útil para entendermos as principais atividades
desenvolvidas, bem como uma ferramenta que permite vislumbrar e estimar prazos
e custos para alcançar os objetivos com eficiência e eficácia.
AULA 3
PLANEJAMENTO DO PROJETO
Fonte: encurtador.com.br/jpPU8
ANOTE ISSO
Um bom planejamento deve obedecer a uma hierarquia que contribui para que o
projeto obtenha sucesso no que foi proposto.
Alguns conceitos são importantes para refletir sobre as questões que envolvem a
missão, visão e metas da empresa ou da organização, pois são pontos que interferem
diretamente em seu processo de evolução. Neste sentido, é necessário que de forma
consciente ou não, do tipo de estilo adotado, forma de fazer as coisas, vida e existência,
as empresas ou organizações tenham sua missão muito bem definida, sendo estas
particularidades que são a base para a sustentação e envolvem todas as demais
definições da filosofia empresarial. De acordo com Molinari (2010, p. 149), “Não importa
quão desafiador seja, a missão indica o motivo pelo qual as coisas devem ser feitas”.
A visão é um fruto do entendimento da missão da empresa. Podemos perceber
que ao termos propostos um motivo ou objetivo a ser alcançado, somos motivados a
sonhar, idealizar o cenário futuro. Neste caso, a visão se resume ao que queremos ser
no futuro, sendo a missão o combustível para que se atinja a visão a empresa. Para
Molinari (2015), as metas são o que direcionam os objetivos a serem alcançados pelas
áreas/setores em curto prazo e devem ser acompanhadas e ajustadas frequentemente,
de forma a garantir que o que foi idealizado seja realizado. Para muitas pessoas, estes
conceitos podem parecer confusos. Porém, as empresas que se propõem a estas
práticas, e de fato as adotam, tendem a ter maiores chances de obtenção de sucesso.
O que possibilita alcançar este sucesso é o fato de ter os caminhos bem definidos,
ter uma visão clara das etapas e desafios a serem percorridos, bem como os meios
de acompanhar e adequar quando entender que é necessário.
De acordo com Madureira (2015), os objetivos e requisitos gerais no desenvolvimento
de um planejamento do projeto são importantes e possuem forte independência e
devem ser estabelecidos de forma que, de comum acordo, todas as áreas da empresa
adotem como meta comum de trabalho, tais como a caracterização do produto e do
mercado, estabelecimento de prazo para a execução do projeto, previsão do ciclo de
vida do produto, entre outros, os quais, dentre outros, veremos com maior detalhamento
a seguir.
• Caracterização do produto
• Caracterização do mercado
A redução do tempo do projeto é mais comum, embora não devesse ser assim,
porém, os prazos são impostos pela alta administração em todos os níveis do projeto,
gerando, segundo Madureira (2015), uma grande mentira, pois é do conhecimento
de todos os envolvidos que não há tempo hábil para realizar as atividades dentro do
prazo determinado. O problema de um mau resultado é que a empresa, ao invés de
cumprir os objetivos do projeto e ampliar a sua participação no mercado, acaba abrindo
espaço para os concorrentes, o que também faz com que a sua imagem seja, de
certa forma prejudicada. Para melhorar o gerenciamento das etapas estabelecidas no
planejamento, é importante que se utilize softwares específicos de gestão de projetos.
Um software para ser utilizado no desenvolvimento do cronograma do projeto é o
ProjectLibre e pode ser baixado gratuitamente na internet. A interface do ProjectLibre
do Smartsheet é muito parecida ao que é disponibilizado pelo MS Project, sendo este
o programa mais utilizado pelas empresas mundiais.
Segundo Camargo (2018), é por meio do cronograma que as atividades a serem
desenvolvidas no projeto são definidas. Estas definições são feitas com base na
decomposição de trabalho. Primeiramente, durante o planejamento define-se as
atividades ou tarefas a serem desenvolvidas ou realizadas. Após as definições deve
ser feito a identificação e um sequenciamento lógico das atividades propostas.
Posteriormente ao sequenciamento deve ser determinado o tipo e quantidade de
A duração das atividades não pode ser calculada de forma isolada, ou seja, é
importante que se considere a duração quanto aos recursos que irão pôr em prática
as atividades do projeto. Vejamos um exemplo para esta questão.
Uma atividade demanda de 24 horas para ser realizada, porém o recurso só é
disponibilizado por 4 horas para atuar nesta atividade. Neste caso, a atividade ou a
tarefa não irá precisar de 3 dias (caso o recurso fosse trabalhado em período integral
de 8 horas dia), mas irá precisar do dobro, ou seja, 6 dias (neste caso o recurso trabalha
somente meio período por dia). É importante que os gestores do projeto estejam
atentos a estes detalhes para que não colocar em risco os prazos estabelecidos para
a conclusão do projeto.
Previsão do ciclo de vida do produto: O ciclo de vida de um produto compreende o
período entre o seu lançamento e a sua retirada do mercado. Neste sentido, é importante
para as empresas que este ciclo seja o mais longo possível de forma que possibilite
à recuperação dos investimentos e a maior lucratividade. Este é um período que a
empresa deve prever para o produto a ser lançado, devido o grau tecnológico que será
incorporado ao produto. Ainda, segundo Madureira (2015), o ciclo de vida estabelecido
pela empresa pode fugir ao seu controle, seja para mais ou para menos, e isso se dá
em função da reação e evolução do mercado e eventualmente uma obsolescência
técnica do produto. A Figura 22 traz uma representação do ciclo de vida do produto.
AULA 4
FUNÇÕES DE GESTÃO
EM PROJETOS
Fonte: encurtador.com.br/vGQW5
projeto, devido aos diferentes níveis de autoridade e responsabilidade, tem uma forma
diferenciada de tratar os seus liderados, tendo influência da escola da administração
em que foram formados.
ANOTE ISSO
Em outros casos, envolvendo projetos de grande porte, o gerente possui uma função
fixa, sendo ocupada pela mesma pessoa.
De acordo com Keelling e Branco (2018), a delegação de autoridade no desenvolvimento
de um projeto (empowerment), se baseia em pesquisas que apresentam as necessidades
das pessoas no controle de seu próprio ambiente e importantes aspectos do trabalho.
Aquelas pessoas que consegue fazer isso são tendenciosas a desprenderem maiores
esforços no desenvolvimento de suas habilidades e consequentemente aumentam as
suas chances de sucesso. Neste sentido, esta prática é útil para a melhoria da qualidade
e para que as dificuldades imprevisíveis sejam superadas. A Figura 23 apresenta um
fluxograma para a delegação de autoridade no ambiente de projeto.
Fonte: encurtador.com.br/glmK2
ANOTE ISSO
Competência é uma palavra que vem do latim “competere”, que quando decomposta
significa, “com” – conjunto e “petere” – esforço, ou seja, podemos dizer que a palavra
competência significa “esforço conjunto”. A competência também pode ser entendida
como: saber agir, responsável e validado. Assim, esta palavra implica em mobilizar,
integrar, transmitir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valores
econômicos para a organização e valores sociais aos indivíduos (CARVALHO, 2021).
Dimensões
organizacionais Noções Abrangência
da competência
São as competências que dife-
Devem estar presentes em todas as
renciam a empresa perante con-
Essenciais áreas, grupos e pessoas da organiza-
correntes e clientes e constituem
ção, embora em níveis diferenciados.
a razão de sua sobrevivência.
São as competências específi-
cas a cada uma das áreas vitais Estão presentes entre os grupos e pes-
Funcionais
da empresa (vender, produzir, soas de cada área.
conceber, por exemplo).
Apesar da dimensão individual, podem
São as competências indivi- exercer importante influência no desen-
Individuais duais e compreendem as com- volvimento das competências dos gru-
petências gerenciais. pos ou até mesmo da organização. É o
caso das competências organizacionais.
Quadro 1. Dimensões organizacionais da competência
Fonte: Carvalho (2021, p. 307).
Segundo Carvalho (2021), alguns questionamentos podem ser feitos para avaliar as
competências de todas as partes interessadas no desenvolvimento de um projeto. No
que diz respeito às competências individuais podem ser feitos alguns questionamentos,
tais como:
- Nossos profissionais estão fazendo o melhor trabalho possível?
- Eles estão qualificados?
Já sobre as competências da equipe, os questionamentos podem ser:
- Estamos trabalhando com uma equipe de alta performance com toda a eficiência?
- A equipe nos incentiva a produzir soluções mais rápidas, baratas e melhores que
levem à satisfação dos clientes?
Sobre a competência organizacional as questões a serem feitas podem ser:
- A organização oferece um ambiente que promova o incentivo na condução de
projetos de forma eficaz?
O estudo da profissão de gerente de projeto já vem de longa data. Diversos autores
tem a preocupação com a clareza dos papéis e responsabilidades deste profissional
pelo fato de não haver planos de cargos e nem tampouco carreira nas empresas.
O código de ética de um gerente de projeto é composto de quatro artigos, que tem
como preâmbulo:
[...] no exercício da profissão, aos gerentes de projetos afetam
a qualidade de vida de todas as pessoas em nossa sociedade.
Portanto, é fundamental que eles conduzam seu trabalho de maneira
ética a fim de ganharem e manterem a confiança dos membros da
equipe, colegas, empregados, empregadores, clientes e do público
(CARVALHO, 2021, p. 308).
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46
GESTÃO DE PROJETOS
PROF. ME. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
Habilidades Características
1. Liderança Capacidade de estabelecer metas e de fazer cumpri-las.
2. Administrador do cronograma Capacidade de gerenciar o prazo das atividades do projeto.
Capacidade em negociar com as várias entidades que partici-
3. Negociador
pam do projeto.
4. Técnico Capacidade em definir o objetivo e escopo do projeto.
5. Comunicação Capacidade em estabelecer um sistema de informação.
Capacidade em contratar fornecedores e de se relacionar com
6. Relação com cliente
clientes.
Capacidade em gerenciar as relações humanas, resolvendo
7. Relação humana
conflitos e estimulando as pessoas.
Capacidade em elaborar e gerenciar planos financeiros e de
8. Orçamento
desembolso do projeto.
Quadro 3. Oito habilidades do gerente de projeto
Fonte: Carvalho (2021, p. 309).
AULA 5
ESTRUTURAS
ORGANIZACIONAIS
ANOTE ISSO
Observe que a EAP estabelece pacotes para cada equipe, ou seja, cada equipe que
tem sob sua responsabilidade o desenvolvimento de uma determinada atividade terá
seu pacote de entrega no prazo estabelecido no cronograma do projeto. Neste caso,
dependendo do nível do projeto, poderão ser utilizados alguns critérios baseados no
planejamento do projeto, conforme apresentado a seguir.
Conforme podemos observar na Figura 30, cada fase do projeto é distinta e as pessoas
são agrupadas de acordo com a sequência das etapas do ciclo de vida. Em cada grupo
pode haver pessoas com especialidades técnicas similares. Por exemplo: as pessoas
ANOTE ISSO
Assim, com este tipo de estrutura, há uma abertura para a possibilidade de negociação
entre o gerente do projeto e o responsável por cada área funcional, para que este
administre as atividades pertinentes a sua área, desde a escolha até a atribuição de
responsabilidade das pessoas selecionadas (MAXIMIANO, 2014). A Figura 32 apresenta
um modelo de organização funcional para a equipe de projeto.
Cavalcanti e Silveira (2016, p 30) apresentam algumas vantagens para este tipo
de organização. São elas:
• Fácil controle de custo e orçamento.
• Especialistas agrupados em departamentos podem dividir conhecimentos e
responsabilidades.
• Boa utilização de pessoal especializado.
• Flexibilidade na utilização dos recursos humanos dentro dos departamentos.
• Continuidade das disciplinas funcionais, políticas e procedimentos ao longo do
tempo.
• Linhas de responsabilidade são facilmente definidas e compreendidas;
• Bom controle sobre o pessoal, pois cada funcionário tem uma, e apenas uma,
pessoa para reportar atividades.
• Canais de comunicação são verticais e bem estabelecidos.
• Capacidade de reação rápida em demandas internas a cada departamento.
Neste tipo de organização é possível que até as funções que servem de apoio para
a organização estejam subordinadas ao gerente de projeto. O gerente neste caso tem
autonomia para solicitar os recursos de outras áreas da organização para o andamento
do projeto. A equipe, normalmente fica localizada, facilitando e potencializando as
comunicações entre os membros do projeto. No entanto, segundo Keelling e Branco
(2019), o final do projeto pode representar uma ameaça e gerar uma certa insegurança
devido não haverem outros projetos e as possibilidades de demissão.
ANOTE ISSO
ou instrumento simples e que é muito utilizada nas empresas que trabalham com
projetos. Esta matriz é utilizada para dividir o trabalho e alocá-lo às pessoas que
participam do projeto, fazendo com que a relação das tarefas com cada pessoa seja
explícita. De um modo simples, a matriz de responsabilidade, embora não consiga
resolver os conflitos na interface do projeto, direciona as pessoas sobre os seus
compromissos com as atividades do projeto. Um exemplo dado por Menezes (2018),
conforme apresentado na Figura 37.
Legenda: GP – Gerente do Projeto; GF – Gerente Funcional; AA – Alta Administração; X – É consultado; 0 – Executa; # -Toma decisão.
AULA 6
INICIANDO O PROJETO
3. obter apoio; e
Um projeto, para que exista, é necessário que haja um termo de abertura oficialmente
autorizado, portanto, somente após a aprovação deste termo é que o projeto pode
ser iniciado. Este é um documento que contém a descrição minuciosa e de alto nível
do projeto e seus objetivos, e em alguns casos, pode apresentar uma visão geral
do business case, além das restrições e premissas importantes. O aspecto mais
importante do termo de abertura é que este documento confere ao gerente o projeto
a autoridade para gastar dinheiro e utilizar os recursos da organização para realizar
o projeto. Normalmente, todas as partes interessadas no projeto assinam o termo de
abertura, entre eles os clientes, patrocinadores gerentes seniores, bem como o gerente
do projeto. É importante destacar que um termo de abertura não é utilizado como
forma de gerenciar as mudanças no projeto. Caso haja alterações de grande impacto
no projeto e estas alterações tornarem o termo de abertura obsoleto ou desatualizado
deverá ser elaborado um novo termo. Caso o gerente do projeto sinta a necessidade
de atualizar o termo de abertura, este é um indício de que o projeto está obsoleto e
talvez seja necessário um novo termo (KANABAR; WARBURTON, 2012).
ANOTE ISSO
6.2 Escopo
Um projeto necessariamente precisa ter metas que sejam alcançáveis e bem definidas,
bem como um bom plano para que se alcance os objetivos propostos. Conforme já
citado, um projeto só é iniciado após a aprovação do termo de abertura, e após esta
aprovação, a tarefa mais importante para o gerente do projeto é a criação do escopo.
O escopo é o documento onde são definidos todos os produtos, serviços e resultados
a serem fornecidos na execução do projeto, por meio da declaração do escopo, sendo
este o documento mais importante para o projeto (KANABAR; WARBURTON, 2012).
Keelling e Branco (2018, p. 143), definem o escopo como sendo: “[...] o trabalho que deve
ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características
e funções especificadas”. De acordo com Menezes (2018), para o estabelecimento
do escopo é necessário fazer um detalhamento dos requisitos necessários durante o
planejamento do projeto. Vejamos um exemplo de alguns passos a serem seguidos
para o detalhamento do escopo.
eles. Os requisitos para o produto fazem a mesma função que as restrições fazem
para o projeto, e as declarações destes requisitos não devem fazer sugestões ou
implicar em soluções técnicas específicas para que sejam atendidos, mas somente
para garantir o desempenho ou característica desejada. A Figura 39 apresenta um
fluxo para a definição do escopo do projeto.
Segundo Cavalcanti e Silveira (2016), o gerente de projeto deve estar atento quanto
à quantidade de requisitos considerados não essenciais para o projeto. Portanto, é
importante que o gerente do projeto faça uma sondagem com o cliente quanto ao
nível de prioridade estabelecido para cada um dos requisitos e assim auxiliá-lo na
identificação do que realmente agrega valor para os seus objetivos. Nesta ação, a
classificação dos requisitos envolve, segundo Cavalcanti e Silveira (2016, p.58):
• Requisitos obrigatórios (“tem que ter”), que representam as
funcionalidades fundamentais, cuja ausência caracteriza o
não cumprimento do escopo ou da qualidade esperada, e, por
conseguinte, o fracasso do projeto.
• Requisitos necessários (“deve ter” ou “importante ter”), que podem
ser implementados após os obrigatórios serem concluídos.
• Requisitos desejáveis (“seria bom ter”), que ficam numa fila para
implementação se houver tempo e recursos, ou ficam para ser
implementados em um futuro projeto de aperfeiçoamento ou
continuidade de desenvolvimento do produto.
ANOTE ISSO
Há diversos caminhos para realizar a coleta dos requisitos, sendo o mais comum o
envolvimento das principais partes interessadas.
Bem, tratamos dos requisitos das partes interessadas, que servem como base
para a elaboração do escopo. A seguir, vamos entender quais são os elementos que
fazem parte do escopo.
Uma questão importante a ser considerada na definição do escopo é a especificação
e o controle do que será e do que não será incluído no projeto. No início de um projeto,
o escopo não contém muitos detalhes, porém, há um nível de detalhamento maior ao
passo que as características do projeto vão sendo refinadas. Assim, entende-se que
há uma evolução do escopo durante a evolução do projeto e uma parte importante
da gestão de projeto a ser destacada é a administração destas evoluções. É comum
clientes, usuários e até mesmo as pessoas que trabalham diretamente no projeto
tentarem acrescentar requisitos ao escopo por acharem que podem ser boas. Assim,
o gerente do deve estar alerta e atento quanto a isso e focar na definição de escopo
acordada no início do projeto para que assim possa refiná-lo. É no documento de
escopo que se pode consultar antes de tomar uma decisão no projeto. Portanto, ele
deve descrever claramente os limites do projeto e assim facilitar, tanto para o gerente
quanto para os membros da equipe, a identificação de todas as tarefas que devem
ser completadas. Kanabar e Warburton (2012) apresentam a descrição dos aspectos
de um projeto contidos no escopo, conforme iremos ver com detalhes a seguir.
6.2.1 Descrição
Este é o ponto central do escopo, pois é aqui que são estabelecidos os requisitos
do projeto. A descrição do produto ou serviço proporciona o entendimento das
características do projeto, bem como deixa claro a meta final. Esta clareza garante a
compreensão comum do produto ou processo final por todas as partes interessadas.
Para cada requisito do cliente é importante que se faça a seguinte pergunta: Como este
requisito será testado? Se não houver resposta para esta pergunta, entende-se que,
muito provavelmente a descrição do requisito é muito vaga. O mesmo ocorre com o
teste do requisito, pois, se o resultado do teste for muito complicado, provavelmente
haja um excesso no requisito, sendo necessário alguma simplificação para adequá-lo.
Os critérios que precisam ser cumpridos para conclusão do projeto com sucesso
são definidos por meio das metas e objetivos. Os objetivos precisam estar bem claros
para todas as partes interessadas e isso é para todo e qualquer tipo de projeto, se
não forem claros, as interpretações podem ser diferentes com relação às metas. Para
garantir a clareza dos objetivos é necessário assegurar que eles sejam específicos,
mensuráveis, atribuíveis, realistas e relacionados ao tempo. Outra questão importante
é que os objetivos do projeto devem estar de acordo com a missão da organização,
assim como as políticas e procedimentos estabelecidas por ela.
6.2.4 Entregas
6.2.5 Marco
6.2.6 Premissas
Limites e restrições, como o próprio nome sugere, são fatores que irão delimitar
um certo nível de opções para o projeto, tais como requisitos de desempenho como
cumprir com a legislação ambiental ou metas para reciclar os resíduos oriundos do
processo utilizado para a realização do projeto. Podemos dizer que cláusulas contratuais,
limitações de orçamentos e prazos, assim como as disposições jurídicas, contábeis
e recursos humanos são incluídos no que se refere a limites e restrições. Restrições
técnicas são normalmente decididas ou negociadas durante o desenvolvimento do
escopo. Já as cláusulas contratuais são normalmente incluídas na Declaração do
Trabalho (DT). Existe uma grande quantidade de restrições que podem estar presentes
ou geradas em um projeto, tais como a imposição de uma data para a sua conclusão,
já uma restrição de recursos poderia ser atribuída à disponibilidade de pessoal ou
recursos materiais; uma restrição de orçamento poderia comprometer a disponibilidade
de fundos. São muitas as restrições encontradas nos padrões industriais, tais como os
códigos de construção, regulamentações ambientais e padrões do American National
Standards Institute (ANSI), sendo estas normalmente não são incluídas no escopo,
porém são incorporadas por meio de referências. Ou seja, todas as vezes que um
Esta declaração é o que define quem fará o que e quando fará. Portanto, é uma
declaração de todos os produtos e serviços que serão fornecidos ao final do projeto.
Quanto à declaração do trabalho é possível sobrepô-la ao escopo do projeto, pois o
escopo define o que deverá ser feito enquanto que a declaração do trabalho define
as tarefas a serem executadas.
O cliente precisa assinar o escopo. Com isso o gerente do projeto garante que o
cliente concordou com o que deve ser entregue ao final do projeto. Além disso, o
escopo ou a declaração do trabalho devem definir a interface com o cliente, no que
diz respeito às revisões necessárias, relatórios regulares do progresso e os critérios
de aceitação. Vemos que o escopo é composto de requisitos (o quê), design (como),
DT (quem e quando) e do contrato jurídico. Todos os estes documentos definem o
projeto e a forma como será desenvolvido. No escopo há também as justificativas de
negócios e as estratégias da empresa, restrições e premissas, critérios de aceitação e
os requisitos de aprovação. Também estão inclusos os riscos, cronograma, estimativas
de custos e limites de financiamentos, além dos critérios de controle de mudanças.
Assim, é de extrema importância a interface com o cliente e o cronograma de revisões,
por meio de reuniões mensais.
A distribuição das informações pode ser feita de várias maneiras, no entanto, devem
estar completas e incluídas em algum lugar dentro do projeto.
Vimos nesta aula a importância de algumas atividades relacionadas ao início do
projeto. Aprendemos que um projeto não pode ser iniciado sem que haja um termo
AULA 7
ESTRUTURA ANALÍTICA
DO PROJETO (EAP)
Fonte: encurtador.com.br/rFJX6
De acordo com Kanabar e Warburton (2012), uma estrutura EAP tende a crescer
muito rápido e, neste caso, é melhor dividi-la em subárvores e apresentá-las de forma
separada. Construir uma EAP em uma única folha não é uma tarefa fácil, no entanto
é uma maneira excelente de para comunicar os níveis mais altos do projeto para
clientes, gerência e demais partes interessadas.
ANOTE ISSO
ANOTE ISSO
Para que se possa definir o escopo do projeto, com certeza conta-se com o auxílio
de especialistas em cada área de abrangência do projeto e a multidisciplinaridade na
hora de definir o escopo é imprescindível para seu sucesso. Um escopo que é definido
exclusivamente pelo gerente do projeto ou por uma equipe pequena poderá ter uma
visão parcial, além de tender ao trabalho que deve ser desenvolvido e que terá como
consequência um projeto problemático e poderá fracassar. Deste modo, a primeira
ação a ser tomada é a de estabelecer uma equipe que irá ajudar a definir o escopo do
trabalho. Para isso é necessário avaliar as áreas de conhecimento necessárias para
desenvolver o projeto e defina juntamente com as partes interessadas quais serão
as pessoas que irão participar da atividade de mapeamento e definição do escopo.
Após a escolha da equipe, comunique toda equipe o termo de abertura, explique que
irão colaborar com o projeto e esteja disponível para tirar dúvidas e responder aos
possíveis questionamentos que porventura possam aparecer. Deverão ser realizadas
reuniões estruturadas como oficinas e devem ser mediadas pelo gerente do projeto.
Nestes casos, segundo Branco et al. (2016), é recomendado que estejam disponíveis
as ferramentas de comunicação visual, tais como um quadro branco, flipchart, notas
adesivas, folhas em branco são muito importantes para o alinhamento da equipe a
no esclarecimento do que precisa ser definido. Estando a estrutura disponível, deve-
se deixar que os próprios membros participem ativamente das reuniões e que eles
mesmos desenhem. Assim, ainda é recomendado que os membros, ao passo que vão
desenhando, sejam orientados a fazer registros dos principais pontos da reunião, tais
como definições, decisões específicas sobre os aspectos do projeto, novas premissas,
restrições e exclusões que surgirem, entre outras observações que se fizer necessário.
Além de todos os recursos já citados anteriormente, outra boa prática é a utilização
de notas adesivas para montar a EAP, conforme apresentado de forma ilustrativa na
Figura 45.
ANOTE ISSO
Outra questão importante a ser tratada com relação aos pacotes de trabalho, é o seu
tamanho. Um dos problemas que se observa no desenvolvimento de projetos é que os
pacotes de trabalho se tornam grandes demais, acabam sendo difíceis de controlar.
Se são um pouco mais administráveis, demandam mais tempo do que o planejado
para serem concluídos. Porém, existem diretrizes que auxiliam na manutenção de
um tamanho de pacote que seja adequado para o projeto e que permite que seja
administrado eficientemente e que irá ser completado no tempo planejado. Uma prática
comum é garantir que o pacote de trabalho não demore mais do que o tempo entre
os relatórios de status. Isso pode ser identificado em reuniões semanais realizadas
para avaliar os pacotes de trabalho. Por exemplo: imagine que no planejamento do
escopo, foram definidos pacotes de trabalho semanais. Portanto, entende-se que
os pacotes devem ser completados e entregues semanalmente, se passar de uma
semana para ser completado, este atraso irá indicar problemas no seu desenvolvimento,
gerando assim uma ação corretiva para avaliar o problema. De acordo com Kanabar
e Warburton (2012), os pacotes devem ser fáceis de acompanhar e fáceis de atribuir
responsabilidades. Caso não seja assim, o pacote de trabalho pode ser grande demais
ou não há uma definição clara de entrega.
Uma outra forma de avaliar o tamanho dos pacotes de trabalho é avaliar se eles
estão totalmente decompostos. Para essa tarefa, Kanabar e Warburton (2012, p. 63)
apresentam algumas características que devem ser observadas.
Veja que estabelecer um determinado nível de controle não é uma tarefa tão simples
quanto parece. O estabelecimento de uma EAP para as fases de desenvolvimento de
um projeto, requer atenção e qualidade técnica das pessoas que compõe a equipe e
principalmente, um bom planejamento e organização das tarefas.
Como visto nesta aula, os componentes que formam a EAP auxiliam as partes
interessadas em visualizar e comunicar as entregas do projeto. Ao definir o produto
pode-se monitorar e controlar o trabalho planejado contido nos componentes
de nível mais baixo da EAP, denominados pacotes de trabalho (work packages).
Estes sim é que deverão ser decompostos em atividades. Para aprofundar ainda
mais seus conhecimentos sobre o assunto, leia o artigo: Aplicação da técnica de
Estrutura Analítica de projeto para o subprojeto do Catálogo de Sites da Biblioteca
Virtual em Saúde: Enfermagem. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reben/a/
YTTWgqQRNmNDT4MDvpKFMdb/?lang=pt>. Acesso em 13 de ago. de 2021.
AULA 8
GESTÃO DA COMUNICAÇÃO
Fonte: encurtador.com.br/gFS68
onde o projeto se encontra e para onde está indo. Em aulas anteriores vimos alguns
exemplos de comunicação, tais como: o termo de abertura do projeto, a declaração
do escopo, o planejamento, entre outros.
As atividades que envolvem a gestão da comunicação buscam estabelecer a
administração das partes interessadas, fazer a distribuição das informações do projeto
no tempo certo, motivar as equipes de trabalho, bem como resolver os possíveis
conflitos que possam surgir. A gestão da comunicação é de responsabilidade do gerente
do projeto e tem, além de outras, a tarefa de determinar qual o tipo de informação
deve ser comunicado, incluindo o nível de detalhamento e a frequência com que deve
ocorrer (KANABAR; WARBURTON, 2012).
De acordo com Molinari (2010, p. 115), o conceito de comunicação vem do latim
“communicare”, que significa tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões,
conferenciar. Ou seja, comunicação implica na participação, na troca de mensagens,
em emissão ou recebimento de informações.
Assim, um processo de comunicação, impreterivelmente deve ter um emissor e um
receptor, onde esta ação deve ser feita de forma clara, tanto pela pessoa que emite a
mensagem, quanto para a pessoa ou equipe que irá receber a mensagem.
Fonte: encurtador.com.br/xzJU3
ANOTE ISSO
1. Análise das partes interessadas: esta análise busca identificar os grupos-alvo, dos
quais, considerados típicos, estão os clientes, patrocinadores, equipe, escritório
do projeto ou qualquer outra pessoa, área ou setor que necessita de informações
para poderem tomar decisões ou contribuir com o andamento do projeto. Neste
caso, uma ferramenta simples para fazer uma análise inicial das necessidades das
principais partes interessadas no projeto é apresentada na Figura 46.
5. Responsabilidade e cronologia: esta é uma ação que determina quem irá enviar a
informação. Em alguns casos, a responsabilidade de envio é do gerente do projeto
ou do escritório o projeto. Neste caso, deve ser estabelecido um cronograma
contendo a frequência adequada para a distribuição das informações. Um
exemplo de plano de comunicação é apresentado no Quadro 6.
Quais Método de
Público-alvo Quando? Fornecedor
informações comunicação
Relatórios e
E-mail e cópia Gerente do pro-
pautas de status Equipe e cliente Semanal
física jeto
do projeto
Relatório de Registrador da
Equipe e cliente Semanal E-mail
questões equipe
Desempenho de Gerente do
Equipe e cliente Bimensal Reunião
terceirização projeto
Escritório do projeto,
Solicitações de gerência sênior, cliente, A qualquer mo- E-mail e cópia Departamento de
mudança aceitas estafe e gerente do mento física design
projeto
Decisões de Relatório de Grupo de
Gerência sênior e gerente Conforme for
barreira de reunião por supervisão ou
do projeto preciso
supervisão e-mail escritório de projeto
Quadro 6. Plano de comunicação de projeto.
Fonte: Larson e Gray (2016, p. 101)
ANOTE ISSO
Imagine, por exemplo, que no projeto você tenha que se comunicar com 8 pessoas.
Quantas linhas de comunicação seriam necessárias?
Substituindo os valores na fórmula, temos que:
LC = 8 (8 - 1) / 2
LC = 8 (7) / 2
LC = 56 / 2
LC = 28
De acordo com o resultado, se você tivesse que se comunicar com 8 pessoas
durante as atividades do projeto, teriam que ser abertas 28 linhas de comunicação.
Veja que se acrescentar uma pessoa à equipe, teremos que estabelecer um total de
36 linhas de comunicação, ou seja, seriam mais oito linhas a serem acrescentadas.
Esta complexidade é o que motiva os gerent1es de projeto dividirem as equipes em
grupos de três membros quando as atividades são complexas, fazendo com que
as linhas de comunicação sejam limitadas. Assim, com três pessoas na equipe, a
quantidade de linhas de comunicação se resume a somente três, tornando o processo
de comunicação muito mais fácil e eficaz.
Vejamos alguns processos-chave para a comunicação em projetos.
A primeira meta a ser alcançada, quando se fala em comunicação é compartilhar as
informações com todas as partes interessadas. Seguir os processos e comunicação irá
assegurar que este compartilhamento irá ocorrer quando necessário. Segundo Kanabar
e Warburton (2012, p. 119), são quatro os processos-chave para a comunicação.
1. Planejamento da comunicação: determinar as necessidades de informação e
comunicação do projeto.
2. Distribuição das informações: tornar as informações necessárias disponíveis
para as partes interessadas do projeto em tempo hábil e responder a solicitações
inesperadas de informações.
3. Relatório de desempenho: coletar e distribuir informações de desempenho; inclui
relatório de status, medição do progresso e previsões.
4. Administração das partes interessadas.
Gerenciar as expectativas não é uma tarefa tão simples quanto parece, pois os
clientes julgam, considerando a capacidade de estabelecer e gerenciar as expectativas.
Neste sentido, tenha certeza que suas ações e palavras estejam alinhadas com a
suas intenções, ou seja, quantas vezes se diz sim quando na realidade a intenção é
dizer não.
ANOTE ISSO
Gerenciar as expectativas não é uma tarefa tão simples quanto parece, pois
os clientes julgam, considerando a capacidade de estabelecer e gerenciar as
expectativas.
Portanto, é preciso primeiramente conhecer o seu nível para que possa tomar alguma
ação posterior. Assim, Molinari (2010, p. 119), sugere sejam realizadas as seguintes
ações:
• Conduza uma análise de desvios entre as expectativas existentes e as expectativas
realistas. Com base nesse resultado, se for o caso, estabeleça um plano de ação
para trazê-las a patamares razoáveis.
• Use as premissas para estabelecer e manter expectativas realistas.
• Use o Project Charter como referência no estabelecimento de um patamar a partir
do qual o cliente e a equipe de projetos compartilhem expectativas comuns.
• Use o processo formal de gerenciamento de mudanças. Ele o auxiliará no
gerenciamento das expectativas do que será́ ou não será́ produzido, o quanto
irá custar e quanto tempo demorará para ficar pronto.
• Use as reuniões de reporte de status do projeto para realinhar expectativas. A
cada comunicação com os stakeholders o Gerente de Projetos tem a oportunidade
Figura 48. Diagrama de fluxo o gerenciamento das expectativas das partes interessadas
Fonte: PMI (2017, p. 262)
AULA 9
GESTÃO DA QUALIDADE
DO PROJETO
ANOTE ISSO
Observe na Figura 50 que existem diversos requisitos que precisam ser trabalhados
para que se alcance os objetivos de qualidade propostos no projeto. Ao olhamos vemos
que é fundamental que haja uma organização dos requisitos a serem atendidos. No
entanto, para que o processo todo funcione é importante estabelecer o caminho a ser
percorrido dentro de princípios de inter-relação dos processos para atingir os objetivos.
A Figura 51 apresenta um esboço destas inter-relações, de acordo com o PMI (2017).
A Figura 51 apresenta uma visão geral das principais entradas e saídas ocorridas
no processo de gerenciamento da qualidade do projeto, bem como as inter-relações
desses processos.
Todas as áreas do conhecimento precisam estar atentas às questões que envolvem
a qualidade, principalmente quando esta qualidade é exigida pelo cliente. Neste caso
uma questão que precisa ser respondida é se as pessoas ou as organizações estão
interessadas em atender ou superar as expectativas dos clientes?
De acordo com Branco et al. (2016), a qualidade, seja em projeto ou produtos,
não significa a melhor qualidade, mas sim o cumprimento dos quesitos que estão
intrínsecos em seus requisitos ou nas especificações.
Gerenciar a qualidade de um projeto, como vimos é uma tarefa complexa e envolve
várias atividades. Portanto, para que se possa gerenciar, antes deve existir. Neste
caso, um bom planejamento do gerenciamento da qualidade se faz importante para
que não se percam as informações necessárias para alcançar os objetivos propostos.
9.1.1 Entradas:
As técnicas utilizadas para coletar dados que podem ser utilizadas neste processo
incluem: benchmarking, brainstorming e entrevistas. Observe que estas ferramentas
são advindas da área de gestão da qualidade.
9.1.2.7 Reuniões
9.1.3 Saídas
Vimos nesta aula alguns conceitos sobre a gestão da qualidade e o seu planejamento
em um ambiente de projeto. Vimos o quanto é importante planejar as ações para
que a qualidade seja presente no desenvolvimento do projeto. Quando de se trata de
qualidade, o assunto é muito extenso e requer muita atenção, pois a aplicação destes
conceitos de qualidade pode representar ganho de tempo e redução de custos para
o projeto. Assim, daremos continuidade neste assunto na próxima aula.
AULA 10
GERENCIAMENTO E
CONTROLE DA QUALIDADE
EM PROJETO – PARTE 1
Gerenciar a qualidade, como vimos, envolve diversos fatores que, se não nos
atentarmos durante o desenvolvimento de um projeto, há grandes possibilidades
de não alcançarmos os objetivos propostos e nem tampouco atender os requisitos
estabelecidos pelos clientes. A qualidade é algo extremamente importante para que
tudo saia de acordo com o que foi estabelecido no planejamento do projeto.
De acordo com o PMI (2017), o gerenciamento da qualidade é traduzir o plano de
gerenciamento da qualidade em atividades executáveis envolvendo as políticas da
qualidade da organização no projeto. Os benefícios principais neste processo é o de
aumentar a probabilidade de que os objetivos da qualidade serão cumpridos, bem
como a de que os processos ineficazes e resultados de má qualidade dos processos
e produtos sejam identificados. Para controlar a qualidade são utilizados os dados e
resultados obtidos do processo, possibilitando fazer uma avaliação sobre a situação
geral da qualidade do projeto para as partes interessadas.
ANOTE ISSO
10.1.1 Entradas
AULA 11
GERENCIAMENTO E
CONTROLE DA QUALIDADE
EM PROJETO - PARTE 2
11.1.1 Auditorias
etapas do projeto, quanto do produto final. Utilizar métodos estruturados irá eliminar
o problema, fazendo com que a solução encontrada seja duradoura. Normalmente,
nos métodos utilizados na solução de problemas seguem os seguintes critérios:
• Definir o problema,
• Identificar a causa-raiz,
• Gerar soluções possíveis,
• Escolher a melhor solução,
• Implementar a solução, e
• Verificar a eficácia da solução (PMI, 2017, p. 295)
ANOTE ISSO
11.2 Saídas
Saídas são resultados gerados por meio da realização de uma atividade desenvolvida
no projeto, sejam de etapas distintas ou resultado final. Normalmente as saídas
envolvem a emissão de documentos e registros utilizados para avaliar o status do
projeto, atualizações necessárias, solicitação de mudanças entre outros. São as
saídas que irão direcionar as tomadas de decisão pelo gerente do projeto para o
desenvolvimento das etapas seguintes do gerenciamento da qualidade do projeto.
São documentos gerados com base nas necessidades do setor e modelos adotados
pela organização. Os testes e avaliações são entradas para o controle da qualidade e
utilizados na avaliação do cumprimento dos objetivos da qualidade. Nesse documento
podem estar contidas as listas de verificação e matrizes de rastreabilidade dos requisitos
de forma detalhada.
As solicitações de mudanças devem ser emitidas caso haja uma alteração que
cause impacto em qualquer um dos componentes pertinentes ao gerenciamento do
projeto, sejam eles, documentos, processos entre outros. Neste caso o gerente do
projeto deve emitir uma solicitação de mudanças e realizar o processo.
Os documentos gerados por meio das atividades do projeto podem ser atualizados.
Os documentos que podem ser atualizados incluem o registro das questões, o registro
das lições aprendidas com processos de gerenciamento da qualidade anteriores e o
registro dos riscos identificados durante os processos.
Com este assunto, encerramos o processo de gerenciamento da qualidade. Porém,
é necessário que a qualidade seja controlada, pois este controle é necessário para
que o nível da qualidade seja mantido de acordo com as especificações e requisitos
estabelecidos pelas partes interessadas. Assim, a partir de agora, o assunto que iremos
tratar é sobre as entradas, ferramentas e técnicas e saídas para o desenvolvimento
do controle da qualidade em projeto, conforme estabelecido pelo PMI.
ANOTE ISSO
11.3.4 Entregas
Qualquer produto, resultado ou capacidade única e que possa ser verificável para
realizar um serviço no qual a execução para a conclusão de um processo, fase ou um
projeto, seja uma exigência. As entregas são inspecionadas e comparadas de acordo
com os requisitos e critérios estabelecidos no escopo do projeto.
Este tipo de dado contém informações sobre o status do produto, tais como métricas
da qualidade, resultado de observações, medições para o desempenho técnico, bem
como as informações de qualidade do projeto, cronograma e custos.
Assim, coletar dados é fundamental para que se possa fazer uma avaliação constante
do que entra, do que se processa e do que sai de uma atividade. As técnicas de coleta
de dados para o controle da qualidade em projetos incluem, entre outras ferramentas,
a lista de verificação, já citada anteriormente, as folhas de verificação, a amostragem
estatística, os questionários de pesquisa, entre outros.
As folhas de verificação, de acordo com Toledo et al. (2017), são formulários
disponibilizados em formato impresso ou digital, onde os responsáveis pelo processo
registram os dados obtidos durante a realização de suas atividades. Os dados
registrados nas folhas de verificação são utilizados como base de informações para
a análise do desenvolvimento do processo. A Figura 66 apresenta um exemplo de
folha de verificação contendo a frequência ou consequência de defeitos coletados
em um determinado lote de produto.
O resultado total de cada defeito observado pode ser utilizado para plotar um
histograma, por exemplo.
11.4.3 Inspeção
11.4.6 Reuniões
11.5 Saídas
de validação do escopo para que as entregas sejam aceitas formalmente. Caso haja
alguma solicitação de mudança ou de melhoria relacionadas às entregas, estas podem
ser alteradas, inspecionadas e reavaliadas.
AULA 12
CUSTOS DO PROJETO
• Bottom-up (de baixo para cima): são desenvolvidos por componente pacote de
trabalho ou atividade. Neste método os custos são mais detalhados.
• Paramétrica: são desenvolvidos por meio do emprego de relações estatísticas
entre os dados históricos e outras variáveis (metros quadrados de construção,
linhas de código de software etc.) para poder calcular as estimativas.
Iremos destacar as suas primeiras formas: top-down e botton-up
• Top down: trata-se de uma estimativa desenvolvida por analogia que utiliza os
parâmetros declarados no escopo do projeto e leva em consideração o tempo, os
requisitos, as especificações, restrições e o nível de complexidade encontradas
em projetos anteriores, semelhantes e reais, para obter uma referência para a
estimativa do projeto atual. Neste tipo de estimativa, segundo Carvalho (2018),
são encontradas algumas vantagens e desvantagens. São elas:
- Vantagens: mais rápido e fácil de trabalhar, diminuição dos esforços, nível de
detalhamento baixo, facilidade de entendimento do projeto, foco nas informações
essenciais e básicas, apresentação do panorama geral dos custos do projeto,
fornece aos gestores uma visão mais abrangente sobre os níveis de expectativas
dos clientes.
- Desvantagens: menor precisão, informações e entendimento limitados sobre os
valores, maior dificuldade em entender os custos do projeto quando as incertezas
são elevadas ou acesso as estimativas requerem conhecimentos inacessíveis
quanto ao conhecimento adequado sobre a concepção e realização do projeto.
Nas fases iniciais do projeto é muito comum utilizar a estimativa por analogia, já
que as mudanças ocorrem com maior frequência nesse período.
• Bottom up: é uma metodologia que parte dos custos individuais relacionado aos
recursos utilizados nas atividades, no maior nível de detalhamento possível. A
partir daí estes valores são organizados e calculados para que se possa obter
a estimativa total do projeto. Neste processo, de acordo com Carvalho (2018), é
recomendável que se faça a estimativa por analogia primeiro, pois as vantagens
e desvantagens são praticamente o inverso das indicadas para a estimativa top
down, conforme apresentado a seguir.
- Vantagens: oferece maior precisão no desenvolvimento dos custos, melhor
detalhamento do projeto, requer engajamento e interação da equipe, o
detalhamento dos custos dos recursos por atividades é próximo do gerenciamento
dos custos e do gerenciamento do tempo.
ANOTE ISSO
Somente após ser criada uma estrutura analítica do projeto é que é possível
desenvolver a estimativa dos custos. Neste processo são utilizadas técnicas para:
• Estimar a duração do trabalho a ser feito: horas, dias ou semanas.
A ordem de grandeza do projeto pode ser criada somente após a criação do escopo
preliminar ter sido declarado. Esta é uma atividade que fornece uma linha de base para
o projeto e fornece ao gerente os parâmetros para poder se basear todo o trabalho
a ser realizado. Nesta fase, o gerente do projeto deve ser claro ao comunicar as
partes interessadas, no que esta estimativa está baseada. Assim, para que a ordem
de grandeza seja realista, é necessário que a declaração do escopo preliminar seja
avaliada e verificada de forma realística e que todos os problemas e premissas sejam
reconhecidas por todas as partes interessadas. O nível de exatidão neste tipo de
estimativa pode variar de acordo com o setor para o qual a estimativa está sendo
desenvolvida. Normalmente, a estimativa efetiva relacionada ao tempo, esforço ou
custo para uma estimativa de ordem de grandeza, o nível de exatidão varia entre -25%
e +75%. Assim, se fizermos uma estimativa de um determinado projeto que tem um
custo estimado em R$ 100.000,00, o custo real para este projeto pode variar entre
R$75.000,00 e R$175.000,00 (KANABAR; WARBURTON, 2012).
A estimativa de orçamento, por sua vez, é parte da atividade de planejamento e é
considerada mais confiável do que a estimativa de ordem de grandeza. Normalmente,
sua variação de exatidão no desenvolvimento do projeto encontra-se entre -10% a +25%.
Neste caso, se utilizarmos o valor de R$ 100.000,00, utilizado no exemplo anterior,
a estimativa de orçamento para o projeto teria uma variação de R$ R$90.000,00 e
R$125.000,00 (KANABAR; WARBURTON, 2012).
ANOTE ISSO
Com este resultado, é possível verificar que o somente 80% do projeto foi concluído
na semana, ou seja, está atrasado em 20%.
Neste caso, o ideal é que VA seja igual a CR, neste caso o valor de IDC seria igual
a 1. Porém, no caso apresentado, verifica-se que o projeto está com um custo real
maior do que o valor agregado.
O controle dos custos deve ser controlados mês a mês, pois assim, é possível fazer
uma previsão de desembolso e para o fluxo de caixa da empresa. Uma ferramenta
simples para o desenvolvimento desse controle é o Microsoft Excel, pois possibilita
a organização dos dados em forma de planilhas. No entanto, a empresa pode utilizar
recursos mais avançados, como sistemas ERP, por exemplo. A decisão pela utilização
dos meios de controlar os custos é do gerente de Projeto.
Na Tabela 3 são apresentados os custos com mão de obra. Deve-se levar em conta
os profissionais que irão integrar a equipe, o valor da hora trabalho de cada trabalhador
e a quantidade de horas e que cada um irá se dedicar durante cada mês.
RESMA DE
CABO LAPTOP
PAPEL
Custo unit. R$ 10,00 R$ 17,00 R$ 3.500,00 Total
AULA 13
GESTÃO DO TEMPO
Vamos iniciar esta aula falando de compromisso... o que tem haver compromisso
com o tempo, você pode estar se perguntando! E eu te respondo: Tudo! Veja a seguinte
situação.
Imagine que você seja fabricante de bicicletas e tenha um contrato com um cliente
para a entrega de cem (100) unidades no prazo de dois (02) meses, onde deverão
ser entregues vinte e cinco (25) unidades a cada quinze (15) dias. No entanto, as
bicicletas não são de um único modelo, são divididas em lotes de contendo oito (08)
bicicletas adulto masculina, sete (07) bicicletas adulto feminina, sete (07) bicicletas
infantil masculina e sete (07) bicicletas infantil feminina. A quebra deste contrato
implica em multas para a sua empresa e outras implicações, tais como a imagem da
empresa e a suspensão das remessas.
Para o exemplo acima, em bora seja uma situação hipotética, deve ser feito um
planejamento para que as entregas sejam feitas no prazo. Uma bicicleta é composta por
diversas partes e estas devem estar disponíveis para a montagem das mesmas. O atraso
de um fornecedor de corrente ou do quadro da bicicleta interfere consideravelmente no
tempo de execução da atividade, já que sem quadro não há bicicleta e sem corrente,
a bicicleta não funciona.
Assim, quando tratamos das questões que envolvem o tempo de um projeto, seja
ele qual for, independentemente do seu tamanho, estamos falando de prazos, tanto de
pacotes de atividades, quanto de entrega final do projeto. Assim, estabelecer o quando
fazer e em que ordem deve ser feito. Neste processo de organização, é importante
que, ao gerenciar o tempo, seja feito um acompanhamento para registrar as principais
decisões e as mudanças ocorridas.
Nesta atividade, se não houver muita atenção dos gerentes e um detalhe sequer for
perdido, pode ter um grande significado no desenvolvimento do projeto (MOLINARI,
2010).
Prazo ou tempo, pode ser conceituado como sendo os processos necessários para
garantir a conclusão das atividades no tempo em que foram planejadas. As principais
etapas são:
Observe que para se organizar os prazos das atividades estabelecidas para o projeto,
é necessário que se tenha uma certa atenção, além de envolver toda a equipe.
Segundo Kelling e Branco (2019), as abordagens adaptativas ou ágeis, desenvolvem
as atividades do projeto por meio das iterações em blocos que envolvem etapas de
planejamento, execução, controle e entregas que irão se repetir até o fim do projeto.
A natureza da atividade favorece a integração entre as fases de planejamento,
comunicação e controle do processo e a metodologia aplicada.
Para identificarmos o tempo das atividades desenvolvidas no projeto, iremos
primeiramente estabelecer o diagrama de redes, pois é através desta metodologia que
iremos estabelecer, de forma estruturada, os tempos de início, fim e a folga para cada
atividade. O resultado deste diagrama é o cronograma para todo o projeto. Porém, o
mais importante aqui, ainda mais do que o cronograma, é o conhecimento do caminho
crítico do projeto, pois é ele quem determina o cronograma.
ANOTE ISSO
De acordo com o PMI (2017), o método do diagrama de procedência (MDP), que nada
mais é do que um diagrama de rede, que se desenvolve por meio de nós que fazem a
ligação de um ou mais relacionamentos lógicos, estabelecendo uma sequência para
Vale aqui ressaltar que as atividades, embora não seja uma regra, são representadas
por meio de retângulos, enquanto que os círculos representam eventos entre uma
iteração e outra, conforme apresentado na Figura 71.
projeto. Neste caso, por exemplo, uma equipe não pode testar um equipamento
antes de este estar montado, assim, haveria uma dependência obrigatória interna.
A equipe do projeto é a responsável pela definição de quais dependências são
internas durante o processo de sequenciamento das atividades.
A organização dos dados na Tabela 7 demonstra que existe uma lógica para a
ordenação proposta. As letras identificam as atividades, embora não seja uma regra
para esta identificação, sendo a escolha feita de acordo com a equipe que irá realizar o
projeto. Ao fazermos uma análise rápida sobre o desenvolvimento das atividades, vemos
que a atividade “A” pode ser iniciada a qualquer momento, pois não tem predecessores.
Já as atividades “B” e “C” são atividades sucessoras da atividade “A”. Isso quer dizer
que, se “A” não for concluída, não haverá como preparar o alimento “B” e nem arrumar
a mesa “C”. estas duas atividades só poderão ser iniciadas após a conclusão da
atividades “A”. Com base na tabela podemos então construir o diagrama de rede,
conforme apresentado na Figura 72.
Ao observar as setas que fazem a conexão com cada atividade, como vimos na
Figura 72, significa que para que a atividade (B) seja realizada a atividade (A) precisa ser
concluída completamente, ou seja, é uma restrição “Término para o início”. O mesmo
ocorre de “A” para “C”. Já de “B” e “C” para “D” significa que a atividade “D” não pode
ser realizada se “B” e “C” não estiverem concluídas ou seja, não é possível comer se
o alimento não estiver pronto e a mesa não estiver arrumada.
A atividade “A” é tarefa que inicia o projeto, portanto, vamos iniciar nosso cálculo
por ela. Substituindo as informações apresentadas na Tabela 9, temos a seguinte
situação para o caminho de ida.
0 A 2
Comprar ingredientes
2
Tabela 9. Parâmetros do caminho de ida para a atividade A
Fonte: Adaptado de Kanabar e Warburton (2012, p. 69).
2 B 5
Preparar alimentos
3
Tabela 10. Parâmetros do caminho de ida para a atividade B
Fonte: Adaptado de Kanabar e Warburton (2012, p. 70).
Como já visto, a atividade “B” não pode ser iniciada antes do término da atividade
“A”, ou seja, não é possível iniciar o processo de preparo do alimento antes que a
compra deste seja concluída. O tempo para término mais cedo da atividade “A” é
de duas horas, assim o tempo de inicio mais cedo para a atividade “B” será de duas
Ao observarmos a Figura 75, vemos que a atividade “C” tem o tempo de início mais
cedo de 2 horas e o tempo de duração de 1 hora, assim o tempo de início mais tarde
(2+1) é de 3 horas. Para a atividade “D”, no entanto, como são duas as atividades
antecessoras “B” e “C”, utiliza-se o tempo da atividade que tem o maior valor de início
mais tarde para ser o tempo de início mais cedo em “D”. Assim, o tempo maior de
início mais tarde é o da atividade “B” com 5 horas. A atividade “D” tem a duração de
4 horas, assim, se somarmos as 5 horas com o tempo de duração de 4 (5+4), temos
que o tempo de início mais tarde de 9 horas. Como não há atividades sucessoras
para este projeto, conclui-se que o tempo de duração para a entrega do projeto é
de 9 horas. Portanto, considerando que a compra dos ingredientes teve início às 12
horas, somando as 9 horas de atividades do projeto (12+9), as pessoas irão terminar
de comer às 21 horas.
Imagine que uma das pessoas que irão comer precise tomar um avião para um
compromisso que terá no dia seguinte em uma outra cidade e precise terminar de
jantar para se dirigir ao aeroporto as 19:30h. Neste caso, considerando que o término do
projeto é as 21h, como saber o tempo de início mais tarde para este projeto? Simples,
vamos fazer agora o caminho inverso para saber qual é esse tempo. Para isso, iremos
considerar que o tempo maior para o final do projeto seja de 9 horas. Assim, temos
que o tempo mais tarde para a atividade “D” é de 9 horas e o seu tempo de duração
é de 4 horas. Para acharmos o tempo de término mais tarde, fazemos a subtração
do valor do tempo de término mais cedo pelo tempo de duração. Vejamos os dados
distribuídos na Tabela 11.
Preparar alimentos
5 4 9
Tabela 11. Parâmetros do caminho de volta para a atividade D
Fonte: Adaptado de Kanabar e Warburton (2012, p. 72)
Observe que os dados de “tempo de término mais tarde” e o “tempo de início mais
tarde” estão dispostos na parte inferior da tabela. Esta disposição indica que o caminho
está sendo feito do final do projeto em direção ao seu início, ou seja, o caminho inverso.
Muito bem, conforme já explicado que o valor para o início mais tarde da atividade
“D” é calculado por meio da subtração dos valores de “término mais tarde” e o tempo
de “duração”, então temos que o valor para o início mais tarde é de (9 – 4 = 5), cinco
horas. Este valor é indicado no quadro inferior direito da tabela 11.
O mesmo processo ocorre para os cálculos das demais atividades, porém, como
visto, ao invés de somar, como é feito no caminho de ida, subtrai-se os valores. Assim,
a lógica para o processo é: o valor de “início mais cedo” de uma atividade é o valor do
“término mais tarde” da atividade seguinte.
“A” de zero (0). Sendo “A” a atividade inicial do projeto, completamos o caminho de
volta do projeto. Neste caso, como o tempo de início mais tarde é zero, e tem uma
pessoa que deve sair às 19:30h, é recomendado que a atividade “A” seja iniciada uma
hora e meia antes, ou seja, às 10:30h.
Vejamos o diagrama completo com os valores da ida e da volta para que você
possa avaliar.
13.4 Folgas
Este é o caminho que indica o tempo mais longo para o desenvolvimento do projeto.
Para termos um maior entendimento, utilizaremos o exemplo apresentado na Figura 8.
Observe que se somarmos os valores dispostos nos quadros superiores direito
(término mais cedo), das atividades A, B e D, temos um total de 16 horas. Se somarmos
os valores do término mais cedo das atividades A, C e D, temos um total de 14 horas.
No entanto, neste exemplo, podemos concluir que a atividade de arrumar a mesa “C”,
CRONOGRAMA
Horas
Atividade ID
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
A Coprar alimentos
B Cozinhar alimentos
C Arrumar mesa
D Comer
Quadro 8. Exemplo de cronograma de atividade
Fonte: Elaborado pelo o autor
AULA 14
GESTÃO DE RISCOS
Risco é algo que está presente em tudo o que fazemos. Costumo dizer que estamos
correndo riscos até mesmo quando estamos dormindo! Agora, imagine em quando
estamos a caminho do trabalho, da faculdade, ou quando estamos realizando uma
determinada atividade no trabalho, em casa, enfim... os riscos estão presentes em tudo
e temos que estar atentos a tudo.
Na gestão de um projeto não poderia ser diferente. Vimos em aulas anteriores a
quantidade de situações, pessoas, atividades, entre outros aspectos que envolvem
o desenvolvimento de um projeto e o que se espera é que estas atividades sejam
desenvolvidas com o menor risco possível. Mas o que representa o risco para um projeto?
De acordo com Molinari (2010, p. 127), o risco em projeto “consiste na probabilidade de
que um evento não desejado venha a ocorrer, ou seja, um problema potencial, o fracassa
de um ou mais dos componentes como prazo, custo, atividades”. Para Cavalcanti e Silveira
(2016, p. 157), o risco em projeto é: “um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá
um efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um objetivo do projeto, como prazo,
custo, escopo ou qualidade”. Estes riscos são oriundos da incerteza presente em todos
os projetos que geralmente são classificadas em riscos conhecidos ou desconhecidos.
Os riscos conhecidos são gerenciáveis, pois foram identificados e analisados. Os riscos
desconhecidos, ao contrário dos conhecidos, não são gerenciáveis proativamente, mas
é possível se preparar para eles. Assim, uma definição para o gerenciamento de riscos,
segundo Molinari (2010, p. 157) é: “Gerenciar riscos é estruturar a incerteza inerente a
qualquer projeto em partes identificadas, que possam ser analisadas e monitoradas,
para que respostas adequadas sejam definidas e executadas”.
Segundo Kelling e Branco (2019), em todos os projetos há um elemento de risco,
sendo alguns com uma probabilidade mínima de ocorrência e outros com uma forte
propensão de ocorrer ao longo do desenvolvimento do projeto. Os riscos podem ser
entendidos como eventos incertos e que podem trazer impactos positivos ou negativos.
O fato é todos os riscos devem ser analisados e os que forem considerados positivos
devem ser potencializados, caso sejam negativos, devem ser evitados.
O objetivo do gerenciamento de riscos em um projeto, de acordo com o PMI (2017,
p. 395), é: “[...] aumentar a probabilidade e/ou o impacto dos riscos positivos e diminuir
a probabilidade e/ou o impacto dos riscos negativos, a fim de otimizar as chances de
sucesso do projeto”.
ANOTE ISSO
Os riscos podem ser entendidos como eventos incertos e que podem trazer
impactos positivos ou negativos
De acordo com o PMI (2017), os processos para o gerenciamento dos riscos do projeto, são:
• Planejar o Gerenciamento dos Riscos - Definir como conduzir as atividades de
gerenciamento dos riscos de um projeto.
• Identificar os Riscos – Identificar os riscos individuais do projeto, bem como fontes
de risco geral do projeto, e de documentar suas características.
• Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos - priorizar os riscos individuais do projeto para
análise ou ação posterior, por meio da avaliação de sua probabilidade de ocorrência
e impacto, assim como outras características.
• Realizar a análise quantitativa dos riscos – analisar numericamente o efeito combinado
dos riscos individuais identificados no projeto e outras fontes de incerteza nos objetivos
gerais do projeto.
• Planejar as Respostas aos Riscos – desenvolver alternativas, selecionar estratégias
e acordar ações para lidar com a exposição geral de riscos, e também tratar os riscos
individuais do projeto.
• Implementar Respostas a Riscos – implementar planos acordados de resposta aos
riscos.
• Monitorar os Riscos – monitorar a implementação de planos acordados de resposta
aos riscos, acompanhar riscos identificados, identificar e analisar novos riscos, e avaliar
a eficácia do processo de risco ao longo do projeto.
Lima (2009, p. 60) declara que a ação tomada antes de um risco ocorrer, significa tomar
alguns cuidados e seguir boas práticas, dentre elas:
1. Ter em mãos os objetivos e as metas do projeto.
2. Ter em mãos todo o planejamento existente. Pelo menos é desejável
o que se segue:
a. termo de abertura do projeto ou equivalente;
b. declaração de escopo;
c. estrutura analítica do projeto;
d. dicionário da estrutura analítica ou memorial descritivo dos
entregáveis do projeto
e. cronograma;
f. orçamento;
g. equipe do projeto.
3. Planejar como os riscos serão gerenciados.
4. Identificar os riscos.
5. Analisar os riscos identificados.
6. Planejar como responder aos riscos analisados e aos riscos não
identificados. 7. Monitorar e controlar os riscos.
Esta lista, segundo Lima (2009), é o mínimo que se deve estabelecer de requisitos
para poder gerenciar os riscos de um projeto. Dependendo do tamanho do projeto e
da maturidade da equipe, bem como o nível de maturidade da empresa, pode fazer
com que esta lista cresça ainda mais.
De acordo com Branco et al. (2016), o estabelecimento de um número percentual
para conter os imprevistos de um projeto não tem mais espaço nos dias atuais. No
mundo globalizado e cada vez mais e competitivo, ganhar ou perder uma concorrência,
lucrar ou pagar para trabalhar, prosperar ou falir em um negócio, pode estar entre o
hábito de negligenciar uma abordagem sistemática para os riscos ou optar por analisar
sistematicamente todos os possíveis riscos de um projeto.
Ao se estabelecer um projeto, deve ser levado em consideração que existirão dois
níveis de riscos, sendo que, cada projeto contém riscos próprios, podem interferir no
desenvolvimento dos objetivos do projeto. O grau de risco atribuído ao projeto como
um todo, combinado com os riscos individuais do projeto, bem como de outras fontes
de incertezas, é um aspecto importante que deve ser considerado. De acordo com
PMI (2017, p. 397), os riscos gerais e individuais em um projeto, são definidos como:
• O risco individual do projeto é um evento ou condição incerta
que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo em
um ou mais objetivos do projeto.
• O risco geral do projeto é o efeito da incerteza do projeto no
seu todo, decorrente de todas as fontes de incerteza, incluindo
riscos individuais, representando a exposição das partes
interessadas às implicações de variações no resultado do
projeto, sejam positivas ou negativas.
Os riscos em um projeto, ao passo que este vai sendo desenvolvido, podem aparecer
ou desaparecer. Assim, o desenvolvimento de um planejamento de ações contínuas
de avaliação é essencial para manter os riscos sob controle. Para esse tipo de ação,
Cavalcanti e Silveira (2016), propõem um ciclo para o gerenciamento dos riscos,
conforme apresentado na Figura 80. Podemos associar o ciclo apresentado pelos
autores uma adaptação do PDCA.
É importante salientar que a Tabela 12 não apresenta os riscos em si, mas sim
as possíveis fontes de riscos para um projeto. Cada uma das possíveis fontes de
risco apresentada pode provocar em cada membro da equipe o pensamento em
possíveis riscos para o projeto, a identificação destes riscos, entre outros. Neste
caso, o responsável pelo gerenciamento dos riscos deve instigar a equipe para que as
sugestões de riscos sejam estruturadas de maneira adequada, conforme apresentado
na Tabela 12.
De acordo com PMI (2017), uma EAR auxilia a equipe a considerar todas as fontes
de onde possam surgir cada um dos riscos, podendo ser útil, tanto para identificá-los,
quanto para categorizá-los. O Quadro 9 apresenta uma exemplo de classificação dos
riscos por meio de uma estrutura analítica.
As técnicas utilizadas em forma de diagramas podem ser várias, dentre elas estão
o diagrama do tipo causa-efeito, fluxogramas, gravata borboleta e árvore de eventos.
Estes diagramas são úteis para que se possa avaliar as origens das informações e
os impactos de riscos.
O diagrama da gravata borboleta: utilizado para representar as causas e os impactos
dos riscos, conforme apresentado na Figura 83.
Como visto a matriz de probabilidade é fundamental para a análise das questões que
envolvem os riscos de um projeto. Esta matriz é dividida em três áreas para representar
a severidade do risco, sendo elas: muito baixo, baixo, médio, alto, e muito alto. De acordo
com PMI (2017), a priorização deve ser definida de acordo com as regras estabelecidas
pela organização antes do projeto e incluídas nos ativos de processos organizacionais,
podendo ser também adaptadas para o projeto específico. As oportunidades e ameaças
são representadas utilizando definições positivas de impacto e negativos. As definições
positivas são avaliadas de acordo com as oportunidades, e as negativas de acordo
com as ameaças.
Existem diversas ferramentas que possibilitam a identificação, análise, tratamento e
monitoramento dos riscos, tais como o FMEA, HAZOP, What if, entre outras. No entanto,
é praticamente impossível abordarmos todas elas em uma única aula. Portanto, nesta
aula, foi apresentado um resumo das principais ações para que os riscos de um projeto
sejam identificados para evitar problemas futuros e manter o riscos identificados sob
AULA 15
GESTÃO ÁGIL E O
ENCERRAMENTO DE PROJETO
515): “tenta percorrer a distância como uma unidade, passando a bola para frente e
para trás”. Esta metáfora foi ampliada e aprimorada até alcançar um modelo que teve
sucesso e projetos de alta tecnologia e desenvolvimento de software. O método Scrum,
assim como outros métodos, inicia com uma alta definição de escopo e estimativas
de referência de tempo e custo para o projeto, sendo que estas estimativas devem ser
suficientes para fazer com que a gerência esteja confortável. A Figura 88 apresenta
as fases de processo de desenvolvimento do Scrum.
informações de casos dos usuários finais. Estas informações são utilizadas para
negociar sprints (corrida rápida em pequena distância) e itens do backlog com a equipe
desenvolvedora, tendo nesta etapa a opção de mudanças dos atributos ou propriedades
ao final de cada sprint. Os donos do produto são árbitros finais quanto as questões que
envolvem os requisitos podendo aceitar ou não cada incremento no produto e, ao final,
é eles quem decidem quando o projeto é concluído, além de serem os responsáveis
pela guarda da concepção do produto e as sentinelas do custo do projeto.
o último Scrum? O que você fará no próximo Scrum? O que está impedindo que
você realize o seu trabalho com o máximo de eficiência?
Estas reuniões duram normalmente quinze minutos, e o local é equipado com
quadro branco, onde todas as informações são registradas.
• Revisão de sprint: Ao final de cada sprint, a equipe apresenta aos donos do
produto e as demais partes interessadas, os incrementos reais do trabalho feito
no produto. O dono do produto é quem declara quais itens estão feitos e quais
os itens ainda precisam realizar mais trabalhos, voltados ao backlog do produto.
Neste ponto a equipe tem a oportunidade de sugerir melhorias para o produto,
cabendo ao dono do produto aceitar ou não as sugestões. Nas reuniões de sprint,
abre-se a oportunidade para realizar um exame do produto e adaptá-lo à medida
que ele vai sendo desenvolvido e aprimorar iterativamente os requisitos chave,
sendo estes aprimoramentos os temas a serem discutidos na reunião seguinte.
• Retrospectiva de sprint: esta atividade tem o objetivo de fazer uma reflexão
sobre o que foi apresentado no sprint anterior e identificar as ações específicas
para que os próximos sprints sejam melhores. Neste caso, o mestre Scrum é
a pessoa que irá facilitar esta reunião, enquanto que a equipe decida quais
mudanças serão feitas no modo como os demais integrantes trabalham para o
próximo sprint. Esta retrospectiva irá refletir no comprometimento com a melhoria
contínua e o valor dado pelo Scrum no que diz respeito à melhoria não só do
produto, mas também da equipe e suas iterações.
ANOTE ISSO
Os retrabalhos são traduzidos em mais tempo e custos para que o que está com
problema seja consertado, além da perda de credibilidade da empresa diante das
partes interessadas. Branco et al. (2016), apresenta, no Quadro 10, um exemplo de
checklist de verificação final das atividades do projeto, de acordo com as áreas de
gerenciamento.
Área de
Checklist de verificação final
gerenciamento
• Todos os requisitos foram atendidos? Temos as provas e testes que comprovam isso?
• Cada item do escopo foi atendido?
• Mesmo aqueles que foram aditados ou alterados durante o projeto?
ESCOPO • Qual foi o percentual de mudanças em relação ao plano original?
• Todas as mudanças foram analisadas por equipe responsável?
• Todas as mudanças foram justificadas?
• As partes interessadas assinariam declarações formalizando as questões acima?
• O orçamento foi encerrado?
• Qual o percentual de defasagem entre o orçado e o realizado em termos de custos?
CUSTO
• O projeto atingiu seus objetivos financeiros, dentro de um fator de tolerância aceitável
para o projeto?
• Existe alguma atividade em aberto?
• O cronograma foi respeitado?
TEMPO • Qual o percentual de defasagem entre o estimado e o realizado em termos de prazos?
• O projeto cumpriu os prazos estipulados, dentro de um fator de tolerância aceitável
para o projeto?
• As entregas atingiram o nível de qualidade acordado?
• Na ótica das partes interessadas, todos os produtos ou serviços foram considerados
adequados ao uso?
QUALIDADE • Podemos afirmar que o projeto promoveu a satisfação do usuário?
• Atendeu às expectativas mínimas do cliente ou superou as expectativas?
• Qual foi o impacto do produto ou serviço para o cliente?
Esta é uma das últimas atividades a ser feita no projeto, antes de iniciar a organização
de todos os documentos para que seja feito o encerramento formal. Esta atividade é
fundamental, pois questões legais envolvem a celebração de contratos entre as partes
interessadas, tais como fornecedores, prestadores de serviços, entre outros. Neste
caso, um fornecedor, ao celebrar um contrato, passa a fazer parte do projeto, assim,
como o projeto está sendo encerrado, encerram-se todos os contratos. No entanto,
o encerramento de um contrato não está limitado ao encerramento do projeto, estes
podem ser encerrados ao longo do projeto, como por exemplo, a conclusão de entregas
de subprodutos de um determinado fornecedor (BRANCO et al., 2016).
ANOTE ISSO
Encerramos aqui esta aula. Vimos, de uma forma simples, como se desenvolve um
projeto utilizando metodologias ágeis, com o exemplo do método Scrum.
Em seguida aprendemos alguns pontos importantes para o encerramento do projeto,
de forma que não se perca informações e ao mesmo tempo seja garantido que as
especificações e requisitos estabelecidos pelos clientes e partes interessadas.
Espero que os assuntos abordados nesta aula despertem o seu conhecimento para
pesquisar e se aprofundar nas questões que envolvem o desenvolvimento de projeto.
Esta é uma área de conhecimento ampla e que requer estudos mais profundos e
complementares para que você, além de aprimorar os seus conhecimentos, agregue
valor à sua profissão.
CONCLUSÃO
Parabéns! Você venceu mais uma etapa rumo ao seu desenvolvimento profissional.
Vimos ao longo das aulas vários conceitos, métodos e formas de gerir um projeto
desde o seu contexto histórico até o encerramento do contrato.
Nas primeiras aulas você aprendeu como um projeto se inicia, a sua concepção e
as principais fases do ciclo de vida, tanto do projeto como do produto. Você também
aprendeu sobre a importância das pessoas envolvidas no desenvolvimento do projeto,
bem como a estrutura que envolve o seu planejamento.
Vimos que o estabelecimento das funções é fundamental para que os objetivos
estabelecidos no escopo sejam alcançados. Neste sentido você aprendeu que o
sucesso ou o fracasso de um projeto pode ser determinado na escolha do gerente
que irá desenvolvê-lo. Ao longo das aulas, também foi apresentada a importância
do estabelecimento e definição da estrutura organizacional para a definição das
responsabilidades pelo desenvolvimento das atividades.
Outro assunto importante que aprendemos sobre a gestão de um projeto foi sobre
como se inicia um projeto e que este início não pode ocorrer sem que haja um termo
de aprovação com a aprovação de todas as partes interessadas. Somente por meio
da aprovação é que o projeto pode ser iniciado. Neste mesmo contexto, vimos a
importância da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), onde as atividades são apresentadas
com maior detalhamento, facilitando assim o entendimento das partes interessadas.
Você também aprendeu sobre alguns princípios de gestão e os requisitos necessários
para que em todo o ciclo de vida do projeto, as atividades sejam desenvolvidas de
acordo com o que foi estabelecido no escopo, tais como a gestão da comunicação,
gestão da qualidade, do tempo, e dos riscos. Neste sentido, aprendemos que um
projeto que não tem um bom gerenciamento e uma gestão eficiente, tende a prejudicar
o andamento do projeto, podendo levá-lo ao fracasso.
Por fim, foi apresentada uma introdução sobre a gestão ágil do projeto e as etapas
a serem desenvolvidas para o encerramento do projeto.
A gestão de projeto é uma disciplina ampla e requer estudos mais aprofundados
e específicos para o seu pleno desenvolvimento. No entanto, espero ter contribuído
com esta introdução aos conceitos de gestão de projetos e para o seu conhecimento
pessoal e profissional, pois como vimos, o projeto está presente em tudo o que fazemos,
adquirimos etc., sejam simples ou complexos. O importante é compreender como o
projeto se desenvolve.
Desejo a você muito sucesso em sua jornada.
Um grande abraço
O autor.
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
FILME
REFERÊNCIAS
KEELLING, R.; BRANCO, R.H.F. Gestão de Projetos 4. ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2019.
MOLINARI, L. Gestão de projetos: teoria, técnicas e práticas 1. ed. São Paulo: Érica,
2010.
TOLEDO, J.C. de [et al.]. Qualidade: gestão e métodos. Rio de Janeiro: LTC, 2017.