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Gerenciamento de
Projetos (PMO)
outra marca
Escritórios de
Gerenciamento de
Projetos (PMO)
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
SENAI/DN
Universidade Corporativa (UNINDÚSTRIA)
FICHA CATALOGRÁFICA
S491
CDU:
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte
Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel.: (61) 3317-9000 Serviço de Atendimento ao Cliente - SAC
Fax: (61) 3317-9994 Tels.: (61) 3317-9989 / 3317-9992
http://www.portaldaindustria.com.br/senai/ sac@cni.org.br
Guia de Referência para Implantação e Operação 5
Sumário
1 Introdução 9
2 Objetivos do Guia 11
6 Referências Bibliográficas 63
Sumário de Figuras
Sumário de Quadros
1
Introdução
Figura 1
Rede de Institutos SENAI
de Inovação
Fonte: SENAI/DN
10 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
2
Objetivos do Guia
Este documento tem como objetivo geral fornecer diretrizes para facilitar a im-
plantação de Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO na sigla em inglês
- Project Management Office), bem como disponibilizar algumas diretrizes de ge-
renciamento de projetos que possam servir como referência para operação dos
referidos escritórios, devendo ser adaptado às necessidades e realidades locais.
13
3
Conceitos do Gerenciamento
de Projetos
3.1 Projeto
Planejamento Figura 2
> Definir atividades e metas PDCA
Execução
> Treinar e executar as atividades planejadas
Verificação
> Medir os resultados das atividades
Ajuste
> Corrigir, aprender e melhorar
Figura 3
Transição de um estado organizacional por meio de um projeto
ORGANIZAÇÃO
VALOR DE NEGÓCIO
ESTADO FUTURO
Atividades do Projeto
> Atividade A
> Atividade B
> Atividade C
ESTADO ATUAL
> etc.
TEMPO
Fonte: PMBOK 6
O ciclo de vida do projeto é definido por meio de uma série de fases pelas quais
um projeto passa, desde a sua negociação, início e até à sua conclusão. A fase
de um projeto é um conjunto de atividades relacionadas de maneira lógica que
culmina na conclusão de uma ou mais entregas (PMBOK 6).
O ciclo de vida do projeto pode e normalmente é influenciado pelos aspectos
da organização. O ciclo de vida fornece uma estrutura básica para o gerencia-
mento do projeto, independentemente do trabalho específico envolvido. A figura
6 demostra de forma mais genérica uma proposição de ciclo de vida que pode
ser aplicado a projetos de qualquer natureza:
16 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
Fonte: PMBOK 6
Figura 4
Representação genérica
Fases genéricas do ciclo de vida
4
Passos para Implantação de
Escritório de Gerenciamento
de Projetos
1 PLANO DE AÇÃO
1.1 Mapear processos existentes
1.2 Mapear estrutura existente
1.3 Mapear sistemas de gestão existentes
1.4 Mapear profissionais e competências existentes
1.5 Mapear inventário de projetos
1.6 Aplicar questionário de maturidade
1.7 Elaborar plano de ação
Realizar reunião para apresentação dos resultados e levantamento das Expectativas da
1.8
Direção Regional
2 INICIAÇÃO E PLANEJAMENTO
2.1 Planejar e realizar reunião de Abertura
Realizar planejamento detalhado das ações de implantação com base nas expectativas
2.2
e definição conjunta do tipo de PMO a ser implantado
2.3 Definir metodologia/ processos padrão para gestão de projetos
2.4 Definir indicadores de projetos
2.5 Definir sistema a ser utilizado
3 EXECUÇÃO
3.1 Disseminação da cultura
3.1.1 Elaborar peças publicitárias para endomarketing e divulgação na intranet
3.1.2 Incluir tema como pauta das reuniões fixas do DR/ ISI
Realizar workshops, treinamentos e/ou palestras com profissionais de referência em
3.1.3
gestão de projetos para toda a força de trabalho.
3.2 Processos e Estrutura
3.2.1 Escrever metodologia / processos e publicar no sistema da qualidade
3.2.2 Implantar sistema definido
3.2.3 Implantar indicadores definidos
3.3 Capacitação
Planejar capacitações gerais de conceito e capacitações específicas do processo por
3.3.1
papéis e responsabilidades
3.3.2 Planejar método de avaliação e acompanhamento das pessoas capacitadas
3.3.3 Executar capacitações
3.3.4 Realizar monitoramento das pessoas capacitadas
3.4 Piloto
3.4.1 Escolher projeto do DR ou ISI para ser considerado piloto
3.4.2 Enquadrar projeto nos padrões da metodologia definida
3.4.3 Cadastrar projeto piloto no sistema de gestão definido pelo projeto de implantação
Realizar acompanhamento do projeto piloto por meio dos padrões estabelecidos na
3.4.4
metodologia, dos indicadores e dos sistemas definidos
Guia de Referência para Implantação e Operação 21
4 ENCERRAMENTO
4.1 Registrar lições aprendidas
Atualizar / Ajustar o que for necessário na metodologia, no sistema e nos indicadores
4.2
com base nos feedbacks e lições aprendidas
Gerar relatório da implantação com análise crítica, benefícios gerados no período,
4.3
feedbacks das pessoas envolvidas, utilização dos sistemas, estrutura e indicadores
Realizar reunião de fechamento do projeto com apresentação do relatório de
4.4
implantação
A seguir serão detalhados algumas das principais esferas necessárias para re-
alizar a implantação de um PMO:
Figura 5
Big Picture DN - Maturidade PMO
Guia de Referência para Implantação e Operação 23
O PMO pode ter o papel de liderar este projeto, o qual possui como
Seleção e Priorização de Projetos objetivo verificar a aderência do projeto em análise à luz da Estratégia
Organizacional. Ferramentas para seleção do portfólio podem ser usadas.
O Portfólio de projeto é monitorado em tempo real por meio de
ferramentas (acesso dinâmico pelos técnicos, Líderes dos Projetos e
Monitoramento e Controle do Portfolio
gestores organizacionais). Os líderes dos projetos se responsabilizam por
de Projetos
gerir os projetos de suas responsabilidades e o PMO visualiza os principais
gargalos dos projetos, apoiando para resolver, escalar e reportar.
As ferramentas utilizadas para monitoramento e controle do Portfolio
devem facilmente verificar o monitoramento do progresso dos projetos,
dando visibilidade às lideranças organizacionais e stakeholders, em
tempo real, utilizando ferramentas de Business Intelligence (BI) em
dashboards dinâmicos (preferencialmente com acesso em várias
plataformas, incluindo mobile) que permitam ao usuário o detalhamento
Visibilidade às lideranças organizacionais de dimensões e projetos, se desejado. Torna-se necessária a definição do
e stakeholders nível de detalhamento de informações para cada grupo de stakeholder.
Define e mantem a estrutura de comunicação sobre status e informações
dos projetos e portfólios.
Durante as reuniões de projeto definidas na Metodologia de
Gerenciamento, recomenda-se que reports e materiais extras não sejam
produzidos, e sim que sejam utilizados os dashboards disponibilizados
de forma online.
PMO deve assegurar processos e ferramentas para que as informações
relacionadas aos projetos e portfolios sejam devidamente registradas,
armazenadas nos locais apropriados, resguardadas quanto à sigilo e
confidencialidade, bem como sejam estruturadas de forma a gerar
conhecimento a ser disseminado.
Além disso, atribuição extremamente relevante consiste em prover para
a instituição todos os dados estatísticos relacionados aos seus projetos,
Gestão do Conhecimento
portfolios e programas, no que tange, por exemplo, ao número, valores,
características, etc dos projetos ao longo dos tempos, em diversas
dimensões a serem definidas e geridas. Essa atribuição confere à
instituição a facilidade de reportar em tempo real informações requeridas
pelos seus stakeholders, bem como utilizá-las como inputs para tomadas
de decisão. Em um nível mais avançado, a Inteligência Artificial pode ser
aplicada para o apoio a tomada de decisões.
PMO deve assegurar que sejam definidos os KPIs e seus métodos de
mensuração. Além disso, os Benefícios futuros dos projetos devem
ser claramente definidos. Deve-se ter a definição de como esses serão
Monitoramento dos Benefícios
medidos e com qual regularidade. O processo de checagem entre
expectativa e alcance dos benefícios deve também ser claramente
estipulado pelo PMO.
A definição dos níveis superiores e inferiores para os critérios acima devem ser
definidos por cada instituição de acordo com a sua Estratégia, características e
peculiaridades do seu Portfolio.
CATEGORIA
CARACTERÍSTICAS (PELO MENOS DOIS DOS CRITÉRIOS IDENTIFICADOS)
DO PROJETO
Porte financeiro mediano; média complexidade tecnológica; média complexidade de gestão; grau
Categoria 2
de risco mediano.
Porte financeiro baixo; baixa complexidade tecnológica; baixa complexidade de gestão; reduzido
Categoria 3
grau de risco; cliente não faz parte do rol da carteira estratégica.
Guia de Referência para Implantação e Operação 27
4.4 Indicadores
Existem diversos artigos e livros que tratam sobre os fatores críticos de sucesso em
projetos que enfatizam, de maneira geral, as áreas de prazo, custo, escopo e quali-
dade como críticas. De uma forma geral, é possível medir o desempenho, monito-
rar e controlar os projetos confrontando o que foi planejado com o que está sendo
executado. No entanto, também é necessário olhar em uma perspectiva maior de
longo prazo e alinhada às estratégias organizacionais. Desta forma, em uma orga-
nização, a escolha de quais indicadores medir e monitorar estarão vinculados a uma
decisão anterior relacionada à estratégia de competição da empresa e aos Fatores
Críticos de Sucesso (BARBOZA FILHO; CARVALHO; RAMOS, 2009).
O problema de definir sucesso como a concretização do prazo programado,
dentro do orçamento e com o nível de qualidade desejado é que todos estes in-
dicadores constituem uma definição interna de sucesso, sem considerar o cliente
final. Uma maneira utilizada atualmente para medir sucesso de projetos considera
fatores primários e secundários (KERZNER, 2007). Como:
• Reputação da empresa;
• Alinhamento dos funcionários;
• Conduta ética (KERZNER, 2007).
CRITÉRIOS DE
INDICADOR RELACIONADO DESCRITIVO
SUCESSO
Quantidade de Líderes de
Número de pessoas capacitadas pelos cursos do PMO
Projetos e Líderes Técnicos
em um determinado período de tempo.
treinados
Na esfera do projeto foram tratados como critérios de sucesso 3 (três) dimensões que serão deta-
lhadas abaixo juntamente com os indicadores relacionados.
> Índice de Desempenho de Custo (IDC) > Número de dias de atraso no projeto
> Número de entregas em atraso > Percentual de projetos concluídos com êxito
> Indicador de Desempenho a Geral do Projeto (IDGP) > Quantidade de mudanças realizadas no projeto
> Índice de satisfação do cliente/projeto > Quantidade de aditivos de prazo realizados sem aumento valor
> Índice de Desempenho de Prazos (IDP) > Quantidade de mudanças solicitadas pelo cliente
SUCESSO DA
EXECUÇÃO
DE PROJETOS
Figura 6
Dimensões
SUSTENTABILIDADE BENEFÍCIOS
FINANCEIRA ESPERADOS
DOS PROJETOS
> Total de receita acumulada (planejado; realizado) > Grau de maturidade tecnológica dos projetos
> % Receita de Fomento (planejado; realizado) (TRL - Technology Readiness Levels)
> % Receita de empresas clientes (planejado; realizado) > Produtos e processos lançados no mercado (pós projeto)
> Valor de receitas não recebidas por aprazo de entregas > Projeto realizados em rede SENAI
> Resultado financeiro dos projetos > Índice de Recompra
> Projetos por Setor da Indústria (CNAE)
5
Processos de Gerenciamento
de Projetos
Figura 7
50% 47% Abordagens de gestão adotadas
44% nas organizações
45%
40%
33%
35%
30%
25% 23% 23% 23%
20%
15%
10% 7%
4%
5%
0%
Abordagens Abordagens Abordagem Outros tipos
tradicionais/ Ágeis Híbrida de abordagem
preditivas
Figura 8
Funil da inovação
Fonte: Compilação dos Autores com base em imagem da internet disponível em: http://www.avantare.com.br/blog/arquivo/201407, acessado
em 04/05/2015
Matriz de Prioridades
Alta Potencial Ganhos
Futuro Rápidos
Projeto
D
Viabilidade
Projeto Projeto
C A Figura 9
Matriz de
Projeto prioridades
B
Projeto
E
Baixa Gerencie
Abandone o risco
Recursos Humanos:
- Identificar se as principais atividades requeridas, conhecimentos e competências
necessárias para execução do projeto estão disponíveis;
- Verificar se o Instituto dispõe de número suficiente de pessoas para executar
os projetos;
Recursos Financeiros: Avaliar a disponibilidade de recursos financeiros disponí-
veis para execução dos projetos e o retorno do investimento;
Infraestrutura: Identificar a infraestrutura física e tecnológica disponível para exe-
cução do projeto;
Balanceamento do Portfólio: Assegurar que o instituto disponha de um Portfó-
lio de Projetos equilibrado contendo projetos em que há o domínio das áreas de
atuação, com variados níveis de inovação e projetos em que a instituição ainda
não tenha o domínio do conhecimento e das novas tecnologias (projetos a longo
prazo - visionários). O equilíbrio do Portfólio de PD&I, deve auxiliar o instituto a
ser sustentável a curto prazo e também ser indutor de tecnologias de acordo com
as tendências do setor que atua. Esse fator leva em consideração na sua análise a
dependência por programas/convênios versus venda direta que permita desem-
penho financeiro e a sustentabilidade buscada. Tempo dos projetos considerando
prazo (maior rentabilidade/menor rentabilidade) e serviços especializados como
porta de entrada para projetos PD&I (integração de negócios).
Reuniões de
alinhamento
Figura 10
Fluxo Pré-Projeto
Iniciação &
Em prospecção Pré-projeto
planejamento
Proposta Planejamento
Prospecção Contratação
técnico-financeira da execução
Monitoramento
dos produtos
Gerenciamento do risco e processos
lançados
Satisfação cliente parcial no mercado
Entregas parciais
100% das
evidências Relatórios Relatório de
Relatórios Pesquisa de
pactuadas e técnicos do encerramento
gerenciais satisfação
termos de protótipo do projeto
aceites parciais
Figura 11
Big Picture Value Stream
DN 2019-2020
40 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
Reunião de kick-off
A reunião de kick-off deve ter como objetivo repactuar o planejamento preliminar
formalizado por meio do Plano de Trabalho gerando entendimento comum do
projeto junto às partes interessadas, discutir os requisitos já pactuados, apresen-
tar escopo do trabalho e próximas etapas, além de motivar as equipes antes de
começar o trabalho.
A apresentação da reunião deve conter os itens abaixo, mas não se limitam a:
Declaração de Escopo
A Declaração de Escopo descreve detalhadamente as entregas do projeto e o
trabalho necessário para criar as mesmas, além de conter as exclusões explícitas
do escopo que podem auxiliar o gerenciamento das expectativas das partes
Guia de Referência para Implantação e Operação 41
Dicionário da EAP
O Dicionário da EAP é o documento que descreve o trabalho a ser realizado nas
principais entregas, deixando claro o que será realizado e como será avaliada
cada entrega no projeto.
DICA: Uma boa prática é usar esse documento para revalidar os critérios de
aceitação de cada entrega com o cliente.
Cronograma
No processo de elaboração do cronograma acontece o detalhamento das ativi-
dades e seu sequenciamento, a alocação de recursos e definição das durações,
sugerindo-se a utilização do MS Project para realizar o planejamento e acompa-
nhamento da evolução do projeto.
A seguir será conceituado e compartilhado algumas boas práticas indicadas para
planejar as atividades e elaborar o cronograma de execução do projeto usando o
conceito do método hand-off que será melhor detalhado no capitulo Ágil.
Plano de Comunicações
Esse documento é uma ferramenta/técnica utilizada para que o Gerente do projeto
defina e gerencie o mapa de comunicação com as partes interessadas do projeto.
Plano de Pessoal
Esse documento é uma ferramenta/técnica utilizada para que o Gerente do Projeto
planeje as capacitações necessárias para eventuais entregas e indique as respon-
sabilidades no âmbito do projeto, além da identificação da equipe e competências.
Plano de Risco
O Plano de Risco é uma ferramenta/técnica utilizada pelo Gerente do Projeto para
identificar os principais riscos envolvidos no projeto e realizar a análise qualitativa,
definindo a probabilidade de ocorrência e o impacto dos riscos no projeto para
permitir o planejamento de respostas e de ações a serem tomadas. É importante
ter em mente que o risco é temporal e precisa de um responsável para realizar o
monitoramento continuo, mesmo aqueles riscos que são classificados com baixa
probabilidade de ocorrência, pois podem ocorrer fatores externos, fora do con-
trole da Gestão do Projeto, que interfiram a e aumentem sua probabilidade.
Plano de Aquisição
Esse documento é uma ferramenta/técnica utilizada para realizar o planejamento
detalhado do que é necessário comprar para o desenvolvimento do projeto, de
forma organizada, definindo prazos e prioridades. Esse documento deve ser ela-
borado com a participação ativa da equipe de Compras e deve conter itens como:
descrição do item a ser comprado; prioridade entre os itens; quantidade; prazo de
utilização no projeto; necessidades adicionais (ex. desembaraço aduaneiro, tra-
dução juramentada, valores de impostos, prazo máximo de entrega admitido no
projeto, necessidade de envolvimento jurídico etc) dentre quais mais itens forem
necessários para permitir maior assertividade no planejamento das aquisições.
Elaboração do
Reunião de Plano de Plano de Elaboração do Aprovação
Kick-off Gerenciamento Propriedade Cronograma Cliente
do Projeto Intelectual
Quando
aplicável
Figura 13 Disseminação
Fluxo Iniciação e para equipe
Planejamento do projeto
É a fase que consiste nos processos realizados para concluir o trabalho definido
na fase de planejamento, de forma a cumprir as especificações do projeto. Nesta
fase deve ser realizado o gerenciamento de pessoas e recursos assim como inte-
gração e execução das atividades do projeto, em conformidade com o Plano de
Gerenciamento do mesmo.
Durante a execução do projeto, deve ser previsto realizar o monitoramento
da satisfação do cliente com processo estruturado e envolvimento do setor de
Qualidade.
Nessa fase o Gerente de Projeto é o responsável, não se limitando a ele, pelo
monitoramento e controle físico e financeiro do projeto, agendamento de reuni-
ões periódicas de integração junto à equipe técnica, entre os núcleos de suporte
envolvidos, gerenciar conflitos, além de ser o responsável por realizar as comuni-
cações com o cliente e reportes internos à Instituição.
A metodologia de gerenciamento de projetos deve prever um calendário com
reuniões fixas para realizar o acompanhamento e monitoramento dos projetos do
portfólio. Essas reuniões podem ser, mas não se limitam a reuniões de status report,
reuniões de projetos críticos e reuniões de projetos que estão para encerrar, esta
última com o objetivo de identificar os esforços necessários para garantir o encerra-
mento do projeto e não deixar que este se prolongue na instituição.
Guia de Referência para Implantação e Operação 45
Figura 14
Acompanhamento Fluxo Execução,
periódico do Monitoramento e Controle
cronograma físico
Acompanhamento
Execução do Plano
periódico das
de Comunicação
receitas e despesas
Monitoramento Monitoramento
do Escopo dos Riscos
Figura 15 Implementar
Fluxo Solicitação de mudança no
Mudança projeto
46 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
5.1.4 Encerramento
Prestação de Contas
A ação de prestação de contas final significa realizar o fechamento contábil finan-
ceiro do projeto de acordo com as orientações do contrato/convênio/edital e em
conjunto com a equipe de Prestação de Contas.
Lições Aprendidas
O registro das Lições Aprendidas deve ocorrer durante todas as etapas do projeto
e de acordo com o seu acontecimento, porém a consolidação e disseminação deve
ocorrer na etapa de encerramento. O Gerente do Projeto deve ser o principal fo-
mento junto às equipes para garantir o registro das Lições Aprendidas no projeto.
As lições aprendidas são um dos ativos mais importantes gerados em um
projeto. Enquanto essa etapa não for finalizada sugere-se que o projeto continue
com o status em aberto ou atrasado. O Instituto ou DR não deve perder a gestão
do conhecimento gerado.
Reunião de Encerramento
A reunião de encerramento deve ocorrer com todas as partes interessadas para
apresentação da análise crítica e resultados do projeto. Essa reunião também deve
ser utilizada para feedback e compartilhamento das lições aprendidas.
Guia de Referência para Implantação e Operação 47
Figura 16
Ciclos de vida de
Preditivo Interativa Incremental Ágil projetos
Requisitos são definidos Requisitos podem ser elaborados Requisitos são elaborados com
previamente, antes dos início do em intervalos periódicos durante a frequência durante a entrega
desenvolvimento entrega
Entrega planos para a entrega Entregas podem ser divididas em Entregas acontecem com
final. Em seguida, entregar apenas subconjuntos de todo o produto frequência de acordo com os
um único produto final, no fim do subconjuntos avaliados pelo cliente
projeto de todo o produto
Mudanças são restritas tanto quanto Mudanças são incorporadas Mudanças são incorporadas em
possível periodicamente tempo real durante a entrega
Partes interessadas chave são Partes interessadas chave são Partes interessadas chaves são
envolvidas em marcos específicos envolvidas regularmente envolvidas constantemente
Riscos e custos são controlados Riscos e custros são controlados Riscos e custos são controlados na
pelo planejamento detalhado dos pela elaboração progressiva dos medida em que surgem requisitos
aspectos mais importantes planos com novas informações e restrições
O Project Model Canvas apresentado por Finocchio (2013) pode ser construído de
maneira colaborativa em uma única folha A1 pelos stakeholders. Essa folha gran-
de é dividida em blocos que representam os diversos conceitos que integram um
plano de projetos. O PM CANVAS é construído na mesma sequência em que são
apresentados os processos do PMI, só que agrupado em questões fundamentais,
conforme figura abaixo.
Figura 21
Questões fundamentais
de projetos
LINHA DO TEMPO
EQUIPE GRUPOS DE
ENTREGAS
BENEFÍCIOS
FUTURO
RESTRIÇÕES CUSTOS
LINHA DO TEMPO
EQUIPE GRUPOS DE
ENTREGAS
BENEFÍCIOS
FUTURO
RESTRIÇÕES CUSTOS
Para obter uma visão geral sobre o conteúdo de um plano de projeto será
apresentado um exemplo simples e que responde às perguntas fundamentais
passando por algumas das áreas de conhecimento.
POR QUE o projeto deve ser realizado? Essa é a pergunta primordial que de
certa forma subordina as demais perguntas. Para respondê-la deve-se examinar
a situação atual com dores, problemas e necessidades por atender e mostrar que
o projeto é o elemento de transformação que levará para uma realidade futura
melhor e com geração de valor.
- O produto do projeto é único no sentido que nunca foi feito exatamente dessa
maneira antes. Um projeto pode também gerar um serviço ou resultado único.
- Os Requisitos estão intimamente ligados com a qualidade que o produto,
serviço ou resultado que se precisa alcançar/ desenvolver para ter valor
para o cliente. Esses podem ser aspectos físicos ou funcionalidades que o
produto pode oferecer.
Para que uma equipe colabore com eficiência se faz prático que cada membro ou
grupos de membros tenham algo concreto de sua responsabilidade para entre-
gar. O projeto dessa maneira pode ser decomposto em entregas tangíveis, palpá-
veis, mensuráveis as quais podem, se necessário, ser decompostas em entregas
Guia de Referência para Implantação e Operação 51
- Riscos são eventos futuros e incertos que tem relevância para os objetivos
do projeto. Devem ser identificados, analisados e, para os mais significativos,
deve-se implantar respostas.
- Qual compromisso poderia ser estabelecido com a equipe sobre as entre-
gas ao longo da linha do tempo do projeto?
De origem japonesa, Kanban é uma palavra que significa cartão visual. É um mé-
todo originalmente criado para o sistema produtivo enxuto da Toyota, porém
também utilizado na gestão de projetos. O objetivo principal do método Kanban
é mapear o fluxo dos processos de desenvolvimento do projeto, de forma que
seja possível enxergar facilmente gargalos.
A base da metodologia Kanban é dividir o fluxo de trabalho através de uma
ferramenta visual, onde as etapas do processo são separadas em colunas, e
as demandas fluem ao longo delas, através de cartões visuais. Dessa forma, é
possível identificar o volume de trabalho em cada processo, permitindo focar
todos os esforços para eliminar os gargalos existentes. A ferramenta visual
utilizada pode ser desde um painel com post-it, até ferramentas online mais
sofisticadas.
52 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
Figura 17
Mapeamento dos
processos utilizando
Kanban
Fonte: smartsheet.com
Figura 18
Painel colaborativo
do Trello
Fonte: trello.com
Figura 19
Exemplo de detalhamento de
uma atividade no Trello
Fonte: trello.com
54 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
Figura 20
Fluxo do Scrum
Fonte: scrum.org
5.2.4 Takt Pm
HANDOFF
Esse diagrama modela o projeto como uma rede de processos e mostra todos
os handoffs do projeto ao longo de uma cadeia de valor. Um Handoff do projeto
acontece quando um membro da equipe no papel de fornecedor transfere deli-
verables produzidos para outro stakeholder no papel de cliente. O Handoff trans-
fere sempre uma quantidade discreta de deliverables podendo ser um entrega
única ou em múltiplos lotes.
Pacotes de Serviço
Os pacotes de serviço representam o trabalho num projeto e além de representar
horas de trabalho no projeto ele também pode ser interpretado como um proces-
so que recebe input de outro pacote de serviço fornecedor e realiza um processo
de agregação de valor produzindo o output que é entregue a um pacote cliente.
Se for possível enxergar os principais pacotes processos de um projeto funcio-
nado em rede ao longo da cadeia será possível enxergar todos os processos do
projeto. Essa é a ideia do handoff Network.
Figura 24
Handoff Network
Fonte: José Finocchio, 2018
Guia de Referência para Implantação e Operação 59
Nesse diagrama, que pode lembrar uma WBS, ao mesmo tempo em que os
elementos de menor nível são os tradicionais pacotes de trabalhos eles também
podem ser encarados como processos detalhados no formato S.I.P.O.C (Supplier-
-Input-Process-Output–Customer), para diferencia-los da definição original advin-
da das WBS e do modelo do PMI, nesta metodologia foi batizado de pacotes de
serviço. Eles herdam várias propriedades dos tradicionais pacotes, mas eles têm
propriedades explicitas de processos. No handoff network os pacotes de serviço
são modelados como clientes e fornecedores.
Detalha-se os macros processos do value stream, na forma de processos cons-
tituintes, representados em unidades discretas de trabalho que denomina-se pa-
cotes de serviço.
De uma maneira única no handoff network os pacotes de serviço são exibidos
numa maneira fornecedor-cliente, SIPOC, conforme figura:
Input Output
Supplier deliverable Work deliverable Customer
Work Package Package Work Package
Figura 25
SIPOC
60 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
4. MONTAR
1. ENROLAR 2. CORTAR 3. MONTAR POLÍGONOS ESTRUTURA FINAL
4.3 x1
1 FIM
GLO
Figura 26 Validar
Exemplo Handoff globo
Globo Geodésico
Ana Paula
Ocorrências
Na ilustração acima também é possível notar que no handoff existem ocorrências
do mesmo pacote de trabalho. Isto foi feito dada a regularidade vista – padrões
Guia de Referência para Implantação e Operação 61
Loopings e Retrabalhos
Por conta das ocorrências foram incluídos loopings e retrabalhos, pois alteram sig-
nificativamente a quantidade de fluxo. Eles são listados e associados com quanti-
dades previstas. Se estes itens não forem modelados será mais difícil mensurá-los
na hora de dimensionar recursos neste e nos próximos projetos.
Conforme figura, a produção de um deliverable fora de especificação é nota-
da por um superscrito numérico após o nome do deliverable. E, para conduzir o
retrabalho, é preciso consumir este item defeituoso produzindo um item bom.
O conceito aqui é modelar o fluxo do projeto mais próximo da realidade e na
forma de processo.
Solicitações de Mudanças
Nesta abordagem, as solicitações de mudança não são medidas na forma tradi-
cional como desvio de datas (no caso de um Gantt de controle ou os pulmões do
critical chain), mas como itens adicionais de trabalho, o que segundo a metodo-
logia é mais útil.
62 Escritórios de Gerenciamento de Projetos (PMO)
63 Guia de Referência para Implantação e Operação 63
6
Referências Bibliográficas
MASSARI, Vitor L. Gerenciamento Ágil de Projetos. 2ª ed. Rio de Janeiro. Brasport 2018.
HELDMAN, K. Gerência de projetos: guia para o exame oficial do PMI. 3ª ed. (Re-
visada e Atualizada). Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Bulan Design
Projeto Gráfico e Diagramação