Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Designer Educacional:
vale a pena ser vivida.” Clovis Ribeiro do Nascimento Junior
© Direitos reservados à UNINGA - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
Centro Universitário
ENSINO A DISTÂNCIA
01
UNIDADE
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
DA INOVAÇÃO
PROF. ME. VICTOR VINICIUS BIAZON
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................04
CONCEITOS: EVOLUÇÃO DA INOVAÇÃO .............................................................................................................. 05
MULTIDISCIPLINARIDADE TEÓRICA E RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO ..................... 09
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 15
WWW.UNINGA.BR 3
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nessa primeira etapa, vamos começar “do princípio”. É importante que saibamos respon-
der à pergunta que certamente paira sobre sua mente: O que é inovação?
Inovação é, por natureza, um fenômeno interdisciplinar e complexo no qual interagem
diversos agentes. Vamos buscar compreender também quais as possibilidades de inovar que te-
mos dentro da nossa empresa, no ambiente em que vivemos. Aliás, é muito positivo se, ao passo
que você avançar nesse conteúdo, possa, simultaneamente, transportá-lo para seu mundo, seu
entorno, seu produto.
Nós sabemos que a concorrência está por toda parte e que não podemos permanecer
inertes a esse processo de ocupação do mercado, logo, saber como modificar o futuro é uma boa
forma de estar sempre a frente. Afinal do que adianta inovar se não for para ficar à frente dos
concorrentes?
Todos sabemos que nossas empresas atuam num mercado que, por sua vez, está contido num
ambiente e que quanto mais diferenciações são oferecidas, mais possibilidade de ganhar a prefe-
rência dos clientes, e por consequência estar à frente, na liderança. É o que você deseja? Então,
conheça melhor o ambiente tecnológico o seu setor.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 4
ENSINO A DISTÂNCIA
Caro aluno, vamos iniciar nossos estudos compreendendo de forma abrangente e com
diversos entendimentos o que é inovação para que possamos encontrar as melhores formas de
desenvolvê-la em nós mesmos e nas organizações em que atuamos.
Dando início a esse entendimento, vamos compreender que inovação é um conjunto de
processos estratégicos relacionados ao desenvolvimento e renovação dos produtos, processos,
serviços, modelos de gestão e de negócios que a organização oferece ao mercado, e as maneiras
como o faz, de forma a obter vantagem competitiva (STOECKICHT, 2005, p. 33).
Para galdo (2016, p. 34), utilizando os conceitos de Meira (2013, p. 400), “inovação é
de onde vem o desenho do futuro”. O termo inovação deriva do latim “Innovare”, que significa
“renovar”. No dicionário Aurélio, “inovar” significa, também, “introduzir novidades em”, que po-
dem ser os mercados, processos, empresas, o mundo, entre tantas outras possibilidades.
Ou seja, segundo a pesquisa do IBGE, citada por Gurgel (2006), a inovação tecnológica
se refere a um produto ou processo novo ou substancialmente aprimorado para a empresa, não
sendo, necessariamente, novo para o mercado, pois pode ter sido desenvolvida pela empresa ou
por terceiro.
Gurgel (2006, p. 70) diz que a há outras formas de conceituar inovação e apresenta a
ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Ino-
vadoras, por exemplo, que define inovação como a aplicação do conhecimento no desenvolvi-
mento de novos produtos, processos e serviços, ou na melhoria destes, de forma que gere valor
social, econômico ou diferencial competitivo.
Porter (1985, p. 36) diz que inovação:
Para Schumpeter (1988 apud GURGEL, 2006), a inovação é um conjunto de novas fun-
ções evolutivas que alteram os métodos de produção, criando novas formas de organização do
trabalho e, ao produzir novas mercadorias, possibilita a abertura de novos mercados através da
criação de novos usos e consumos. A inovação pressupõe a entrada de cinco novos fatores:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 5
ENSINO A DISTÂNCIA
Complementando essa ideia, temos outros tópicos apresentados por Stoeckicht (2005,
p. 33). Segundo o autor, devemos entender que o resultado dos processos de inovação deverá se
traduzir em, pelo menos, um de cinco tipos de iniciativas:
Tidd; Bessant e Pavitt (2008 apud MACEDO et al., 2015) definem a inovação como um
processo de mudança e apresentam o conceito dos 4 P’s da inovação. Os autores classificam em
inovação de produto, de processo (que inclui tanto alterações nos processos produtivos e admi-
nistrativos da instituição), de posição (cujo conceito é similar à definição de inovação de marke-
ting apresentada no Manual de Oslo), e de paradigma (mudanças no modelo de negócio da
empresa).
Conforme os autores, assim, a inovação pode ser entendida como a introdução no mer-
A inovação cria uma vantagem competitiva quando uma diferença é criada entre a em-
presa inovadora e seus competidores. Essa inovação gera uma reação dos competidores que ten-
tam imitar o inovador. “Os esforços dos competidores visam cobrir a diferença de conhecimento
existente. Quanto maior a diferença, maior a vantagem a ser explorada” (CHIESA e MANZINI,
1998 apud COUTINHO, 2004, p. 27)
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 6
ENSINO A DISTÂNCIA
Galdo (2016, p. 37-38) conclui que a “inovação vai muito além da produção e consumo
de novos produtos e serviços inovadores”. Ao longo do tempo, a inovação vem transformando
o modo de vida das sociedades humanas, a ponto de marcarem períodos históricos e todo um
modo de vida: de produção, de trabalho, de relações familiares. Foi como na era industrial que
teve na combinação entre os motores a vapor e processos mecânicos seu símbolo tecnológico e
como na era digital que tem nas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) o símbolo das
grandes transformações ainda em curso.
Inovar pode ter vários significados como: um novo produto; um novo pro-
cesso de produção; uma nova aplicação; a produção de um dado produto
a partir do uso de materiais mais baratos; a reorganização da produção, de
funções internas ou da distribuição levando a um aumento de eficiência
REFLITA sob a forma de maior produtividade ou redução de custos; ou ainda uma
melhoria em instrumentos ou métodos no processo de inovação. (COUTI-
NHO, 2004, p. 31).
De acordo com Guimarães (2010, p. 19) a inovação pode ser entendida de uma maneira ampla
como um processo no qual as firmas aprendem e introduzem novas práticas, produtos, desenhos
e processos que são novos para elas, para o universo e ainda para o país.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 7
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 1: Modelo de inovação de primeira geração. - Fonte: Macedo et al. (2015, p. 165-168)
Figura 2: Modelo de inovação de segunda geração. - Fonte: Macedo et al. (2015, p. 165-168)
Figura 3: Modelo de inovação de terceira geração. - Fonte: Macedo et al. (2015, p. 165-168)
Foi o primeiro modelo não linear, sendo sequencial e dividido em fases distintas, mas que
interagem entre si. O foco está no feedback entre o P&D e o marketing.
Macedo et al. (2015) dizem que o modelo de inovação de quarta geração (1980 - 1990)
tem como principal característica a integração e o desenvolvimento paralelo das atividades de
criação de um produto. Além dos fortes vínculos com os fornecedores, integrando-os ao estágio
inicial de desenvolvimento de produtos, os diferentes departamentos da empresa trabalham si-
multaneamente no projeto. O modelo de inovação de quinta geração ou modelo de rede (após
1990) enfatiza o aprendizado que surge dentro de organização e entre empresas, sugerindo um
processo de rede distribuída.
O sexto modelo de inovação, o Chain-link, enfatiza a interação constante entre as oportu-
nidades de mercado, a base de conhecimentos e competências da empresa.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 8
ENSINO A DISTÂNCIA
O Chain-link consiste em um modelo de inovação não linear, cujo ponto principal está
na interação entre as demandas do mercado, os conhecimentos, habilidades e competências da
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 9
ENSINO A DISTÂNCIA
Galdo (2016) compartilha conosco sua pesquisa dizendo que a partir de leituras e visões
disciplinares diversas, incluindo biografias de inventores e personagens inovadores, compreen-
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 10
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 11
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 12
ENSINO A DISTÂNCIA
De acordo com Kotler (2000) uma das forças que afetam a vida das pessoas é a tecnologia.
A tecnologia gerou maravilhas e também horrores como a bomba atômica, assim como alguns
benefícios duvidosos como o automóvel e o videogame.
O Ambiente Tecnológico é uma força extremamente significativa para as companhias.
Novas tecnologias surgem a cada minuto e podem influenciar tanto processos internos das em-
presas, como também mercados e pessoas.
Cada nova tecnologia é uma “destruição criativa” porque cada coisa nova criada destrói
a tecnologia anterior. A taxa de crescimento da economia é afetada pelo número de novas tec-
nologias importantes que são desenvolvidas. E é comum quando se fala em tecnologia pensar
em produtos de última geração, máquinas, robôs, mas não falamos necessariamente em grandes
inovações, algumas “simples” modificações também são inovações para o mercado, por exemplo:
o café embalado a vácuo e o xampu 2 em 1 revolucionaram e ganharam mercado. O telefone fixo
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 13
ENSINO A DISTÂNCIA
Sugiro, então, que vejam cada uma destas fases com exemplo bem conhecido e já citado
(Iphone) como funciona esse ciclo de vida do produto:
Vale ressaltar que os empresários que pretendem investir em empresas de alimentos, por
exemplo, precisam estar atentos com as licenças de funcionamento. A tecnologia está avançada,
porém, à medida que os produtos e máquinas estão se tornando mais complexos, é necessário
garantir a segurança dos compradores e usuários.
Para Coutinho (2004, p. 55), a inteligência tecnológica deve responder a questões como:
que novas tecnologias vão surgir em um futuro próximo que podem afetar nosso negócio? Quais
os avanços que estão sendo feitos em nossas tecnologias essenciais? Quais as nossas tecnologias
maduras e que devem ser substituídas? Quais as capacitações de nossos competidores e como
elas podem ser usadas contra nós? Quem está trabalhando em tecnologias que poderiam nos ser
úteis e como podemos acessá-los? Busca-se, a partir do conhecimento das respostas a estas ques-
tões, dotar a empresa de uma capacidade para identificar e compreender com certa antecedência
as mudanças em seu ambiente tecnológico. Esta antecipação permite que sejam desenvolvidos
planos e políticas capazes de garantir sua sobrevivência e adaptação a um novo ambiente compe-
titivo.
A concepção econômica evolucionista é um processo dinâmico no qual sempre está pre-
sente a noção de desequilíbrio, ao invés de equilíbrio e previsibilidade. Esta corrente é denomi-
nada evolucionista por se inspirar na teoria da evolução das espécies de Darwin que demonstrou
que as mutações são fenômenos endógenos influenciados pelo ambiente, promovendo a seleção
natural.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 14
ENSINO A DISTÂNCIA
Em uma analogia com a teoria biológica, mudanças econômicas se dão a partir da intro-
dução de inovações pela organização empreendedora e sofrem processo de seleção por meio da
concorrência (FAGERBERG, 2003; CÁRIO, 2008 apud GALDO, 2016).
O Manual de Oslo (OECD, 1997, apud STOECKICHT, 2005) acrescenta que, atualmente,
é amplamente aceito que o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias são essenciais para
o crescimento da produção e o aumento da produtividade, mas que o nosso entendimento do
processo de inovação e seu impacto econômico ainda é deficiente. Você concorda?
Abordando o conceito de Sistemas de Inovação, Galdo (2016, p. 40) respaldado em diver-
sos autores, se refere à inovação como um “fenômeno sistêmico e interativo” e, segundo o ranking
mundial de inovação do Global Innovation Index Report de 2015, o Brasil ocupa a 70ª posição no
índice geral, tendo caído nove posições em relação ao Global Innovation Index de 2014 em que
aparecia na 61ª posição.
A autora se coloca na pesquisa com uma observação na qual defende pessoalmente o
papel do Estado como protagonista na promoção do bem-estar social, entretanto, sua função não
deveria jamais limitar a atividade econômica e empreendedora, por natureza, fomentadora de
desenvolvimento socioeconômico para o país e sociedade. Em cenários de crise, não é pouco co-
mum que empresas optem por cortar justamente os investimentos em inovação. E não só empre-
sas. É o que vem fazendo o governo federal brasileiro ao optar por corte de verbas em Educação
e em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 15
ENSINO A DISTÂNCIA
02
UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 17
TIPOS DE INOVAÇÃO ............................................................................................................................................ 18
ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO ................................................................................................................................ 25
LIDERANÇA POR DIFERENCIAÇÃO ...................................................................................................................... 28
LIDERANÇA EM CUSTO/PREÇO MÍNIMO ........................................................................................................... 29
ENFOQUE/SEGMENTAÇÃO ....................................................................................................................................29
ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS ............................................................................................................................. 30
BENCHMARKING .................................................................................................................................................... 31
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................ 35
WWW.UNINGA.BR 16
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro aluno, agora que você já sabe o que é inovação, vamos trabalhar as possibilidades
de inovar. Já entendemos que qualquer ação que diferencie um produto, um serviço ou processo
pode ser entendida como inovação. Neste momento, sugiro que você comece a se questionar:
minha empresa é inovadora?
Aliás, você sabe o que seria uma empresa inovadora? E também, você sabe diferenciar a
inovação tecnológica da atividade inovadora? Caso não, avance na leitura e logo descobrirá.
A literatura nos traz alguns tipos de inovação que não se limitam a produto ou serviço. E conhe-
cendo as diferentes possibilidades, teremos mais facilidade para elaborar estratégias de como
inovar.
Claro que precisamos relembrar o que é estratégia, recorrer as forças de Porter, para de-
pois embarcar nos nossos planos e metas. Ter estratégias de inovação, de diferenciação, podem
dar para as empresas grande vantagem diante dos concorrentes.
Vamos citar aqui a diferenciação e a liderança de custos como opções estratégicas para
obtenção de vantagem competitiva além de entender que o Benchmarking pode ser uma excelen-
#partiu
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 17
ENSINO A DISTÂNCIA
TIPOS DE INOVAÇÃO
A literatura nos apresenta alguns tipos de inovação que podem ser destacadas e poten-
cialmente utilizadas pelas empresas. Mas antes de conhecermos esses tipos, vamos compreender
o que seria uma empresa inovadora.
Stoeckicht (2005), com auxílio de autores como Drucker (1989) e Barbieri (2003), Siman-
tob e Lippi (2003) e ainda se fundamentando nos conceitos apresentados pelo Manual de Oslo,
entende uma empresa inovadora como aquela que, durante um determinado período, desenvol-
veu e implantou produtos e processos, modelos de gestão, de marketing e de negócios, ou, ainda,
uma combinação destes, tecnologicamente novos ou significativamente aprimorados.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 18
ENSINO A DISTÂNCIA
A inovação, ou processo de mudança tecnológica, pode ser classificada ainda como ino-
Outra forma de apresentar diferenças entre inovação de produto e de processo se faz ne-
cessária. Por isso, observe o Quadro 1:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 19
ENSINO A DISTÂNCIA
Agora que vimos as diferenças, vamos focar um pouco em processos, visto que podem
gerar muitas vantagens para as empresas. Para facilitar a aprendizagem, segue um diagrama que
mostra essencialmente o que está presente em um processo de inovação. O diagrama dos re-
quisitos essenciais do processo de inovação consiste em uma definição geral, mais genérica e
abrangente, do processo de inovação, apresentando o processo como um esquema não linear que
pode ser iniciado a partir de diversas fontes e áreas da organização. O processo oferece uma visão
multidisciplinar que apoia e melhora a geração de inovações.
Veja a Figura 2:
Figura 2: Diagrama de requisitos essenciais do processo de inovação - Fonte: Macedo et al. (2015).
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 20
ENSINO A DISTÂNCIA
Para entendermos melhor, Macedo et al. (2015, p. 164) apresentam que essas fases com-
preendem os passos dados durante um processo de inovação. O contexto social compreende
qualquer agente que interfere no processo de inovação (sejam pessoas, organizações ou fatores
ambientais); o bloco dos meios de inovação estão relacionados aos recursos necessários para que
a inovação ocorra; a natureza da inovação consiste no grau de novidade (radical, semi-radical e
incremental); o tipo de inovação está relacionado ao resultado da inovação, ou seja, o objeto da
inovação (produto, processo, marketing e organizacional); e o objetivo consiste no resultado que
a empresa quer alcançar ao desenvolver uma inovação, tendo relação com os objetivos estratégi-
cos empresariais.
Dando continuidade ao nosso tópico, você deve estar se perguntando, o que seria ino-
vação radical e incremental, não é mesmo? Gurgel (2006, p. 69) e Stoeckicht (2005) dizem que
ainda há diferentes formas ou tipos de inovação:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 21
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 4: Funil da inovação - Fonte: Galdo (2016)
Repare que há um funil fechado e um funil permeável que representa a Inovação Aberta,
ilustrando como a inovação desenvolvida em Departamentos de P&D fechados pode romper as
barreiras da confidencialidade, “vazando” para o mercado.
A autora ainda apresenta conceitualmente e com exemplos, em seu trabalho, as diferenças
entre inovação fechada e aberta, conforme o Quadro 2:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 22
ENSINO A DISTÂNCIA
Agora fica a pergunta: você, aluno, futuro gestor, acredita ser mais interes-
sante para o mercado adotar qual tipo de inovação?
REFLITA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 23
ENSINO A DISTÂNCIA
Da mesma forma, o manual define as inovações de produto como aquelas que envolvem a
implementação/comercialização de um produto com características de performance melhorada
capazes de proporcionar novos ou melhores serviços ao consumidor.
Atividade inovadoras: Atividades de inovação tecnológicas em produtos e processos são
todas as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que de fato
levam, ou pretendem levar, à implementação de produtos ou processos tecnologicamente novos
ou aprimorados. Algumas delas podem ser inovadoras por si mesmas, outras, embora não sejam
novidades, são necessárias para a implantação. As atividades inovadoras foram classificadas em
sete grupos:
1) Pesquisa e Desenvolvimento;
2) Engenharia Industrial;
3) Início da produção;
4) “Marketing” de novos produtos;
5) Aquisição de tecnologia intangível (patentes, licenças, “know how”, etc.);
6) Aquisição de tecnologia tangível;
7) “Design” (procedimentos, especificações técnicas e aspectos operacionais necessários
à produção do novo produto ou implementação do novo processo).
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 24
ENSINO A DISTÂNCIA
ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO
Fonte: https://static8.depositphotos.com/1229718/803/i/950/depositphotos_8037241-stock-photo-lead-
-and-learn-innovation-strategy.jpg
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 25
ENSINO A DISTÂNCIA
De acordo com Maximiano (2008), estratégia é a seleção dos meios para realizar obje-
tivos. A palavra foi herdada dos gregos e diz respeito ao cargo ou a dignidade de ministro da
guerra, ou seja, comandante de uma batalha, em que a realização de objetivos significa superar
um concorrente.
Fora do contexto militar, a palavra estratégia é de uso corrente e indica uma for-
ma de enfrentar um problema ou uma forma de realizar ou uma forma de reali-
zar objetivos. A ideia de estratégia está presente em qualquer situação que envol-
va a definição de objetivos e a escolha dos meios para realizá-los. Por exemplo:
estratégia de combate a uma epidemia, estratégia de uma instituição filantrópica,
estratégia para atrair clientes, estratégia de ensino de um curso e estratégia de
governo (MAXIMIANO, 2008, p. 133).
Porter (2004) define estratégia competitiva como a “busca de uma posição competitiva
favorável em uma indústria” visando “estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as
forças que determinam a concorrência na indústria”. O autor defende que a competição não de-
pende exclusivamente da atuação dos concorrentes, sendo que o grau de rivalidade é consequên-
cia de cinco forças competitivas conforme a Figura 2:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 26
ENSINO A DISTÂNCIA
O estudo de caso do Circo de Soleil vale a pena ser lido! Veja mais infor-
mações e detalhes no ANEXO A.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 27
ENSINO A DISTÂNCIA
Coutinho (2004) diz que a escola de administração estratégica surge no início dos anos
1980. Reconhecia que a implementação das estratégias era tão importante quanto sua formula-
ção. O autor aponta Igor Ansoff como um dos seus principais pensadores e sua ideia era de que a
administração estratégica seria uma combinação de planejamento estratégico, capacidade orga-
nizacional e gestão eficaz da resistência à mudança.
Porter (2004) procura identificar as fontes de vantagem competitiva da empresa, utilizan-
do o modelo da cadeia de valor como forma de análise sistemática de todas as atividades execu-
tadas por uma empresa, assim como o modo que elas estão ligadas entre si ou às atividades de
outras empresas (fornecedores, canais de distribuição, consumidores finais, etc). O autor procura
descrever o modo como uma empresa pode obter uma vantagem de custo sustentável ou dife-
renciar-se de seus concorrentes: A liderança de custo e a diferenciação pela qualidade acrescem
valor ao produto e proporcionam vantagem competitiva à organização no contexto da indústria
em que se insere.
Kotler (2006), afirma que o dever de qualquer negócio e fornecer valor ao cliente median-
te lucro.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 28
ENSINO A DISTÂNCIA
Desta forma, a empresa cria barreiras de entrada aos concorrentes em virtude da lealdade
obtida dos consumidores. Além disso, o poder de barganha dos compradores diminui à medida
que os mesmos são menos sensíveis ao preço e também por causa da escassez de alternativas que
atendam às suas necessidades de forma satisfatória. Mesmo não ignorando a questão relativa ao
preço baixo, a estratégia de diferenciação busca obter retornos acima da média, como modo de
defender sua posição na indústria perante as forças competitivas.
Em alguns tipos de negócio, para aumentar a satisfação do consumidor, o empresário
poderá oferecer ao cliente além do produto/serviço um BENEFÍCIO ADICIONAL.
Por exemplo: Num salão de beleza, o produto/serviço é o corte de cabelo, mas o salão
pode oferecer um ambiente climatizado, suco, torradinha, horários sem atrasos, atendimento
personalizado, cortes e tinturas atualizadas e da moda e sobrancelha por conta da casa. São deta-
lhes que cativam o cliente e farão a diferença entre a concorrência.
Estas atitudes fazem a diferença, portanto, é a chamada estratégia de DIFERENCIAÇÃO.
Enfoque/Segmentação
A estratégia de enfoque busca centrar as forças em um grupo específico de compradores,
ou em uma determinada área geográfica, e assim, o enfoque pode ocorrer de formas variadas.
Normalmente, as estratégias de custo baixo e diferenciação são aplicadas com ampla abrangência
em todo o setor. Entretanto, a estratégia de enfoque procura atender um alvo específico com alta
eficiência e, para que este objetivo seja atingido, todos os processos são definidos em conformi-
dade com este tipo de estratégia.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 29
ENSINO A DISTÂNCIA
Isto ocorre porque a empresa entende que é possível atender com maior precisão as ne-
cessidades de um público-alvo mais específico do que procurar atender às necessidades da in-
dústria como um todo. Assim, como nas estratégias de liderança no custo total e diferenciação, a
utilização adequada do enfoque também proporciona retornos acima da média, pois a empresa
pode atingir uma posição de baixo custo ou de diferenciação, ou ambas.
Estratégias competitivas
Desenvolver uma estratégia competitiva é determinar a maneira como uma organização
irá competir, suas metas e políticas para realizá-las. Para desenvolver uma estratégia competitiva
é preciso relacionar a organização com a sua indústria, a fim de que se possa compreender a con-
corrência e identificar as características estruturais que possibilitam a formulação de estratégias
para a obtenção da vantagem competitiva.
A escolha de uma estratégia competitiva baseia-se em dois aspectos importantes: na atra-
tividade da indústria em termos de rentabilidade; e na posição competitiva da empresa na indús-
tria. Esses dois aspectos são dinâmicos e mutáveis, visto que a escolha de uma estratégia compe-
titiva pode tornar uma indústria mais ou menos atrativa, como também pode alterar a posição
de uma empresa dentro da indústria.
O cliente irá fazer sua escolha baseado no local que oferecer um melhor
conjunto e sem dúvida os benefícios adicionais estarão inclusos.
REFLITA
Coutinho (2004) cita Porter e seu pensamento de que o posicionamento estratégico cons-
tituiria a escolha de atividades que sejam diferentes das dos concorrentes, o que garantiria um di-
ferencial de competitividade. Daí a ideia de que inovar e fazer coisas diferentes dos concorrentes
pode ser uma forte maneira estratégica de se obter vantagem.
Diversos fatores estão levando a ambientes organizacionais cada vez mais complexos. Os
sobressaltos nos ambientes internos e externos das organizações, sujeitas a mudanças abruptas e
constantes na estrutura, na tecnologia e nos relacionamentos, dificultam a definição da estratégia
empresarial.
Esta dependência do ambiente externo e sua relação com aspectos organizacionais inter-
nos insere as organizações num processo que pode ser denominado estratégico
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 30
ENSINO A DISTÂNCIA
O autor diz ainda que recursos escassos e a natureza cumulativa do know how tecnoló-
gico enfatizam a necessidade de a empresa definir uma estratégia tecnológica capaz de elevar o
conteúdo das tecnologias existentes e de acessar e absorver tecnologias emergentes a um custo
mínimo.
Benchmarking
Uma estratégia de inovação que pode ser aplicada ao mundo corporativo é o ben-
chmarking. Muitos pensam que essa pratica é apenas usada pelos que não tem competência de
criar as próprias coisas e isso pode até ser verdade sob um certo aspecto, mas também requer in-
teligência e competência por parte dos gestores para observar estratégias de terceiros e perceber
que determinadas práticas podem ser empregadas com as devidas adaptações em sua empresa.
De acordo com Biazon (2015), o conceito e prática do Benchmarking está ligado a um
processo de observação, análise, comparação, aprendizagem e adaptação. Muitas empresas po-
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 31
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 32
ENSINO A DISTÂNCIA
No entanto, Porter (1996, apud Coutinho 2004, p. 26), alerta que nos dias globalizados
de hoje, não basta mais imitar outras empresas ou copiar o que os outros fazem, recomenda-se
buscar uma estratégia de diferenciação capaz de produzir produtos e serviços de maior valor
para os clientes ou ainda produtos de igual valor a custos menores. Isso significa estabelecer uma
vantagem competitiva sustentável no tempo.
Biazon (2015) complementa a ideia do benchmarking apontando a necessidade de ter
cuidado para não correr o risco de cópia/plágio, que a verificação junto ao INPI (http://www.
inpi.gov.br/) possa ser uma ação importante para averiguar a existência de patentes, e a “cópia
pela cópia” pode colocar a empresa em situação de antimarketing, ou seja, denotar uma falta de
capacidade tamanha que se faz necessário copiar exatamente o que o concorrente faz.
Deve-se, então, realmente adaptar e melhorar as ações e não apenas copiar. Penso que a
partir de uma prática observada, as mentes criativas disponíveis no mercado conseguirão desen-
volver mecanismos de melhoramento e desenvolver processos ainda mais fantásticos e o melhor,
voltados para a sua empresa.
Biazon (2015), em relação a ainda haver resistência por parte de uma parcela de empresá-
rios sobre falar abertamente que recorrem ao benchmarking, afirma que isso ocorre porque esses
empresários acreditam que irão passar um atestado de “não criativos” ou até mesmo serão acu-
sados de falta de competência para criar as próprias ações estratégicas. Todavia, o que se precisa
compreender e aceitar é que essa atitude é um exercício muito saudável: buscar inspiração, buscar
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 33
ENSINO A DISTÂNCIA
Stoeckicht (2005) com base em Barbieri (2003) e Drucker (1995), conclui que os empre-
endedores precisarão aprender a praticar a inovação sistemática. Ou seja, a partir das informa-
ções aqui apresentadas, verifica-se claramente que a inovação se tornou um meio de assegurar
vantagem competitiva e uma abordagem profícua no sentido de defender posições estratégicas.
Disponível em <https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/
view/1102> Acesso em: 01 ago 2017.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 34
ENSINO A DISTÂNCIA
CONCLUSÃO
Após essa unidade, é possível questionar se nossos processos organizacionais estão possi-
bilitando um ambiente que transforme a nossa empresa em inovadora. A partir da compreensão
de que ideias surgem a todo tempo, devemos possibilitar que estas abstrações sejam transforma-
das em realizações.
Para facilitar nosso entendimento, ao listar os diferentes tipos de inovação vistos, pode-
mos citar: inovação de produto, inovação de processo, inovação radical, incremental, inovação
em marketing, Inovação em Modelos de Gestão, Inovação em Modelos de Negócios, Inovação
Organizacional. Outra importante distinção que fizemos é na diferenciação entre inovação aber-
ta e fechada.
Entendendo que estratégia competitiva é o conjunto de ações de uma empresa para criar
uma posição sustentável no mercado, enfrentar as forças competitivas e obter retorno sobre o ca-
pital investido e tendo em vista estas possibilidades de inovar, poderemos desenvolver e escolher
dentre as estratégias de inovação e sair a frente, vencendo a disputa no mercado.
A partir das diversas estratégias citadas, cabe agora a você verificar qual delas é mais
adequada para a sua realidade, ou o momento em que se encontra. Enfim, estamos cada vez mais
próximos de estabelecer a tão sonhada vantagem diante dos concorrentes. Vamos em frente!
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 35
ENSINO A DISTÂNCIA
03
UNIDADE
PLANEJAMENTO, GESTÃO,
DIFUSÃO E APOIO À INOVAÇÃO
PROF. ME. VICTOR VINICIUS BIAZON
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 37
PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO ................................................................................ 38
INDICADORES DE INOVAÇÃO ................................................................................................................................. 42
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INOVAÇÃO ............................................................................................................... 44
INOVAÇÃO, COMPETITIVIDADE E SUA DIFUSÃO ................................................................................................. 45
O QUE É UM SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO (SNI) ...................................................................................... 51
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 54
WWW.UNINGA.BR 36
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro aluno, veja quanto já evoluímos em nosso conteúdo de inovação, perceba quanto
conhecimento estamos adquirindo. Agora nessa continuidade vamos tocar num assunto que to-
dos nós já ouvimos muito a respeito: PLANEJAR.
Nós planejamos nossas férias, nosso final de semana e também nossa carreira. Agora,
precisamos nos lembrar da ideia de “antecipar situações”, “prever”, “pensar agora o que faremos
adiante” para melhorarmos nossa plataforma organizacional. Para tanto, vamos conhecer alguns
modelos de processos, frutos de pensamentos e planejamentos organizacionais.
Além de idealizarmos, de projetarmos ações de inovação para evoluirmos com o mer-
cado, com os gostos e desejos dos clientes, também podemos pensar em inovar como forma de
redução de custos e melhoria dos processos, não é mesmo? Pois bem, devemos pensar nesse
planejamento e também na forma como vamos gerir as etapas, gerir as decisões que foram ante-
cipadas no plano e fazer, ou tornar possível sua efetivação.
Sobre isso, também é importante que tenhamos condições de acompanhar a evolução ou
não das nossas decisões, e como faremos isso sem estabelecer parâmetros, ou seja, indicadores?
Fonte: http://economia.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/planejamento-corporativo3/PLANEJA-
MENTO_ESTRATGICO_2.jpg
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 37
ENSINO A DISTÂNCIA
Para Kotler (2000), o processo de desenvolvimento de novos produtos começa com a bus-
ca de ideias. Os novos empresários devem definir que tipo de produto ou serviço vão oferecer e o
espaço que pretendem ocupar no mercado, assim como os objetivos da nova empresa. É preciso
estabelecer quanto esforço deve ser dedicado ao desenvolvimento de empresas cujos produtos ou
serviços ofertados sejam inovadores, ou se simplesmente irão montar uma empresa vendendo
coisas já existentes, ou ainda se irão modificar algo já existente, alterar para serem únicos no mer-
cado a partir de uma ideia modificada. As ideias de novos produtos podem vir de muitas fontes:
clientes, cientistas, concorrentes, funcionários, intermediários e gerência.
A orientação de marketing determina que as necessidades e os desejos dos clientes são o
ponto de partida para se começar a procurar ideias. A maior parte das ideias de novos produtos
se origina de consumidores. As empresas técnicas podem aprender bastante estudando seus lí-
deres de opinião, aqueles clientes que fazem o mais avançado uso dos produtos da empresa e que
reconhecem a necessidade de melhorias antes dos outros clientes.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 38
ENSINO A DISTÂNCIA
Para a criação de uma empresa é preciso saber o que vender. Sendo assim, a busca por
ideias criativas pode surgir de onde menos se espera. Muitas das melhores ideias surgem quando
os clientes descrevem os problemas que têm com os produtos atuais. Empresas de sucesso têm
estabelecido uma cultura empresarial que incentiva os funcionários a procurar novas maneiras
de melhorar a produção, os produtos e os serviços. E essas ações devem estar previstas dentro do
planejamento (periódico) das organizações.
Apresento aqui um esquema que pode ajudar você a pensar suas ações de planejamen-
to, lembrando que devemos ter objetivos e metas para alcançar e que as metas correspondem a
quantificação dos objetivos, veja:
Os gestores conduzem os processos de inovação na empresa inteira para criar valor e ess-
es processos incluem o desenvolvimento de uma inovação desde a concepção de uma ideia ainda
crua até o momento em que o produto ou serviço chega ao cliente final, que participa do processo
por meio de feedback ativo. Assim, estas empresas desenvolvem inovações conjuntamente com
seus clientes, criando produtos e serviços de alto valor agregado, forte fidelidade e patrimônio da
marca. Desenvolvem inovações junto com seus funcionários, utilizando fortes práticas de recru-
tamento, seleção e retenção, e oferecendo um ambiente propício à inovação. Desenvolvem ino-
vações junto com parceiros, através de alianças com fornecedores e complementadores (STOEC-
KICHT, 2005, p. 71).
Segundo Canongia et al. (2004 apud Gurgel, 2004), existem dois níveis de execução da
gestão da inovação:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 39
ENSINO A DISTÂNCIA
Gurgel (2006, p. 71) explica que o processo de inovação vem sendo um dos indicadores
mais utilizados para avaliar a competitividade, uma vez que seus resultados se encontram vincu-
lados à capacidade de acompanhar as mudanças e o desenvolvimento do mercado, bem como a
criação e ocupação de novos mercados – processo cada vez mais dinâmico.
O autor diz ainda que o processo de inovação se refere tanto às transformações de caráter
tecnológico, quanto às mudanças de expressão organizacional. O processo inovativo contribui
tanto para o desenvolvimento de novos produtos e processos, como para as formas de organiza-
ção da produção.
Disponível em http://economia.culturamix.com/negocios/planejamen-
to-corporativo-o-que-e-e-como-fazer Acesso em: 01 ago 2017.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 40
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 3: Modelo Interativo do Processo de Inovação - Fonte: Kline e Rosenberg (1986 apud GURGEL,
2006)
Para Kotler (2000), as empresas também encontram boas ideias ao analisar os produtos
e serviços de seus concorrentes. Elas podem aprender também com seus distribuidores, for-
necedores e representantes de vendas. Podem descobrir o que os clientes gostam e desgostam
nos seus próprios produtos e nos de seus concorrentes. Podem comprar os produtos de seus
concorrentes, desmontá-los e fazer produtos melhores.
Para o autor, os representantes de vendas e os intermediários são uma fonte particular-
mente boa de ideias visto que esses grupos têm contato direto com os clientes e frequentemente
são os primeiros a saber a respeito dos desenvolvimentos da concorrência. Um número cres-
cente de empresas incentiva representantes de vendas, distribuidores e revendedores a sugeri-
rem novas ideias e os recompensa por elas. Pensem nisso!!!
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 41
ENSINO A DISTÂNCIA
Indicadores de Inovação
Sabemos que a inovação causa impacto em nossa organização e no mercado como um
todo certo? Vamos clarificar essa ideia com alguns dados sobre quais os efetivos impactos.
Figura 4: Indicadores de Impacto das Inovações nas Micro e Pequenas Empresas - Fonte: Cysneiros (2014)
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 42
ENSINO A DISTÂNCIA
Porém, para verificarmos estes impactos e dados precisamos ter estabelecido algo que
possa nos dar ideia de resultado, ou seja, esses percentuais que vimos no infográfico precisa sig-
nificam algo, não é mesmo?
A ideia de indicadores de inovação vem dos resultados de pesquisa de Coutinho (2004, p.
84) que diz que a mensuração do processo de inovação tecnológica é um tema controverso e não
haveria consenso na literatura quanto a uma metodologia para mensurar a inovação. No entan-
to, Andreassi (1999 apud Coutinho, 2004) classifica os indicadores de inovação em seis grupos
distintos: estatísticas de P&D, patentes, indicadores macroeconômicos, monitoração direta da
inovação, indicadores bibliométricos e técnicas semiquantitativas.
O índice de gastos em P&D em relação ao faturamento bruto da empresa é o indicador
mais encontrado na literatura. Entretanto, é importante observar que o simples fato da empresa
gastar em P&D não leva por si só à introdução ou aperfeiçoamento de novos produtos ou proces-
sos. Além disso, um mesmo valor gasto com P&D em duas empresas do mesmo ramo pode levar
a inovações completamente distintas, ou seja, apenas mensurar o dispêndio em P&D de uma
empresa não permite uma apreciação qualitativa de seu grau de inovação.
Os indicadores macroeconômicos, de monitoração direta da inovação, bibliométricos e
as técnicas semiquantitativas são os menos utilizados. Envolveriam, respectivamente, valores re-
lativos a balança de pagamentos em tecnologia e a exportação de produtos de alta e média tecno-
logia, a contabilização e classificação de anúncios de descobertas de novos produtos publicados
No prefácio do Manual de Oslo (2004, p. 15, apud STOECKICHT, 2005, p. 13), apresenta-
-se o seguinte cenário. Apesar de haver uma importante revolução tecnológica, com “a economia
mundial sendo reconfigurada pelas novas tecnologias da informação e mudanças em campos
como a biotecnologia e a ciência dos materiais”, tais alterações não parecem estar se refletindo em
melhorais de produtividade do fator total e nas taxas de crescimento da produção. Assim, o desa-
fio apresentado no Manual encontra-se na tentativa de melhor entender o processo da inovação
e suas implicações para sustentar a elaboração de políticas de inovação.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 43
ENSINO A DISTÂNCIA
Exemplos de indicadores:
• gastos com P&D&I (% do faturamento);
• lançamento de novos produtos (% sobre o total do faturamento);
• número de patentes obtidos;
• projetos de Parceria com Universidades e Instituições de Pesquisa;
• qualificação dos recursos humanos (mestres, doutores);
• investimentos em capacitação de pessoal;
• grau de atualização da infraestrutura tecnológica.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 44
ENSINO A DISTÂNCIA
I) apoio direto: por meio do uso do poder de compra do Estado ou do aporte de recursos
sem retorno;
II) financiamento indireto: com base na concessão de incentivos fiscais, em geral, dedu-
ções do Imposto de Renda.
No que tange ao apoio indireto, MCT (2000) destaca que os incentivos fiscais em geral
somente são adequados para alcançar as grandes empresas, uma vez que as pequenas e médias
empresas não têm Imposto de Renda a pagar. Além disso, a criação dos Fundos Setoriais teve
como objetivo a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico.
Somam-se a estes esforços, a recente criação e aprovação da Lei de Inovação. O objetivo é
criar um ambiente propício para aumentar o envolvimento das empresas no desenvolvimento de
projetos inovadores que levem à novos produtos e processos. O que se espera é que as parcerias
entre empresas, universidades e institutos científicos e tecnológicos ganhem força e estimulem o
processo de inovação. A lei foi um importante passo e deve favorecer o investimento de empresas
em pesquisa científica e tecnológica no Brasil.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 45
ENSINO A DISTÂNCIA
A autora diz, apoiada em David Garvin (2001), que os focos adotados pelas empresas
para lidar com estes desafios têm sido inúmeros, desde reengenharia, programas de melhorias
contínuas (Kaizen), programas de captação de talentos, o desenvolvimento de competências or-
ganizacionais e individuais, assim como o comprometimento com o aprendizado, o autodesen-
volvimento e o empowerment, até a prospecção e a adoção do que há de mais moderno em tecno-
logias de ponta da informação.
Figura 7: Tipos de pesquisa a partir dos elementos de marketing. - Fonte: Pietri (2017)
Gurgel (2006), apoiado em Kandybin (2004), diz que o processo de inovação depende
tanto de ideias criativas quanto de competências técnicas, e que ambos estão circundados por
fatores críticos como os próprios empregados da empresa, o conhecimento tácito da empresa, as
informações do mercado e os clientes.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 46
ENSINO A DISTÂNCIA
Os processos de inovação podem ser enxergados sob ótica da Cadeia de valor conforme
a Figura 8.
Figura 8: Cadeira de valor da Inovação. - Fonte: adaptado de Kandybin (2014 apud GURGEL, 2016)
Os gestores de todos os níveis devem lidar com os desafios que lhes são impostos pela
necessidade de inovar, desde um diretor que se vê frente à necessidade de desenvolver um novo
modelo de negócios ou de comercialização de seu produto, até os trabalhadores de chão de fábri-
ca cuja tarefa é buscar melhorias contínuas no processo produtivo.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 47
ENSINO A DISTÂNCIA
Para que a inovação seja difundida, disseminada e gere resultados ela precisa antes de
tudo encontrar um ambiente propicio. Pietrovski (2011) chama esse ambiente de habitat de ino-
vação, que procura unir efetivamente talento, tecnologia, capital e conhecimento para alavancar o
potencial empreendedor, acelerar a comercialização de tecnologia e encorajar o desenvolvimento
de novas empresas. Isso se dá sob uma variedade de nomes incluindo “incubadoras”, “centros de
inovação”, “centro comercial” e “centro tecnológico e empresarial”. Os habitats de inovação são,
portanto, ambientes propícios para difusão e promoção de desenvolvimento tecnológico de for-
ma sinérgica entre todos os agentes do sistema.
Além deste ambiente, é necessário ainda que as pessoas precisam buscar dinamismo e
ampliação de conhecimento. Terra (2001 apud STOECKICHT, 2005, p. 17) enfatiza que o recurso
do conhecimento precisa ser constantemente renovado e realimentado, caso contrário as posi-
ções e vantagens adquiridas são rapidamente perdidas para novos e velhos competidores mais
inovadores, criativos e eficientes.
As organizações no século XXI devem estar preparadas para renovar seus produtos, ser-
viços e processos, competências e desenhos organizacionais de forma contínua, a fim de garantir
sua adaptabilidade e consequente sobrevivência no mercado (STOECKICHT, 2005, p. 15-16).
Apesar da inovação indicar um caminho seguro para obter vantagem competitiva sustentável e
defender posições estratégicas no mercado, o seu sucesso não é garantido, necessitando assim
que os gestores conheçam e compreendam a dinâmica dos processos da gestão da inovação den-
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 48
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 49
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 50
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 51
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 52
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 53
ENSINO A DISTÂNCIA
Contudo, este arcabouço político que envolve a promoção da inovação tecnológica não
caminha por si só: é necessário que as empresas estejam engajadas. Elas precisam dispor de uma
gestão interna eficiente, que consiga reverter os esforços dessa política em vantagens reais. Não
que seja desnecessário, mas não basta um cenário propício ao investimento em P&D, sem que
por trás haja uma gestão que capte essas oportunidades e as transforme em algo tangível. Em úl-
tima análise, a pesquisa entende que é necessária uma gestão voltada à inovação para fazer valer
os benefícios desenvolvidos pelo governo.
CONCLUSÃO
Como vimos aqui é realmente importante antecipar pensamentos, colocar no papel ações
futuras, metas e objetivos para que possamos mais claramente acompanhar esses processos. Ou
seja, o planejamento, ainda que muito falado, é algo imprescindível para a condução dos negó-
cios, inclusive para ações de inovação.
Os modelos de gestão apresentados (lineares e interativos) relacionam setores, pessoas e
ambientes empresariais e identificamos a importância da pesquisa (inclusive a científica como
os trabalhos de conclusão de curso, por exemplo) como fontes de interação entre o mercado e as
criações da empresa.
Devemos ter em mente que para verificar evolução, competitividade, diferenciação, te-
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 54
ENSINO A DISTÂNCIA
04
UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 56
RECURSOS ORGANIZACIONAIS E VANTAGEM COMPETITIVA ........................................................................... 57
GESTÃO DE MUDANÇAS .......................................................................................................................................... 65
COMPETIÇÃO POR MEIO DA INOVAÇÃO ............................................................................................................... 67
INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUÇÃO .................................................................................................................. 68
TÓPICOS EMERGENTES EM INOVAÇÃO ................................................................................................................ 70
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 74
WWW.UNINGA.BR 55
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Meus nobres alunos, estamos chegando a última unidade de nosso material e aqui vamos
tratar de tudo que podemos utilizar a nosso favor como recurso de inovação e criação de vanta-
gem competitiva.
É claro que precisamos de dinheiro para incentivo às pesquisas, precisamos de instala-
ções físicas e também precisamos de gente. Isso mesmo, gente, pessoas, com cérebros ávidos por
descobrir novas coisas, novas formas e apresentar soluções. A gestão do capital intelectual pode
ser a chave para seu diferencial. E, nesse sentido, devemos ter em mente toda a questão de quem
vamos trazer para nossa equipe, o que mexe inclusive, com os mecanismos e subsistemas de ges-
tão de pessoas.
Evoluir é preciso, inovar é preciso e, para que possamos enxergar mais essa necessidade,
vamos exemplificar com a necessidade de inovar no setor produtivo e fecharemos a unidade com
alguns tópicos que podem ser considerados emergentes no setor de inovação.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 56
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 57
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 1: Criatividade para enfrentar a crise - Fonte: FIRJAM (2016 apud Costanski et al., 2017).
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 58
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 59
ENSINO A DISTÂNCIA
Terra (2001, apud STOECKICHT, 2005, p. 17) enfatiza que o recurso do conhecimento
precisa ser constantemente renovado e realimentado, caso contrário, as posições e vantagens ad-
quiridas são rapidamente perdidas para novos e velhos competidores mais inovadores, criativos
e eficientes. Alerta que a típica empresa brasileira necessita rever quase todas as suas práticas
gerenciais, valores fundamentais, estruturas e processos para sobreviver na “Economia do co-
nhecimento”. Afirma que as empresas necessitam de “(...) mais criatividade, mais aprendizado,
mais conhecimento, mais movimentação, mais inovação e mais empreendimento” (TERRA, 2001
apud STOECKICHT, 2005, p. 16), e que a maioria das grandes e médias empresas criadas na
“Era Industrial” terá que reinventar-se para sobreviver na “Era do Conhecimento”. Para ele, “a
inovação e a renovação de habilidades e desenhos organizacionais tornaram-se uma constante
necessidade para a sobrevivência”.
Stewart (1997 apud STOECKICHT, 2005, p. 53) coloca que o capital humano é formado
e empregado quando uma maior parte do tempo e do talento das pessoas que trabalham em uma
empresa é dedicada a atividades que resultam em algum tipo de inovação. Diz que o capital hu-
mano cresce de duas formas:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 60
ENSINO A DISTÂNCIA
Assim, para libertar o capital humano que já existe na organização é necessário minimi-
zar tarefas burocráticas e automatizar tarefas repetitivas. (Seria ótimo, não é mesmo?)
Com base em uma série de pesquisas e estudos de casos realizados Higgins (1995 apud
STOECKICHT, 2005, p. 56) diferencia empresas inovadoras das não inovadoras por meio de
uma série de características prontamente identificáveis, que podem ser diretamente relacionados
ao seu Capital Estrutural, o modelo dos 7 Ss:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 61
ENSINO A DISTÂNCIA
A autora ainda sugere que ao formular e executar as suas estratégias de inovação, as orga-
nizações não podem ignorar os sistemas nacionais de inovação nos quais estão inseridos. Estes
sistemas podem gerar oportunidades ou colocar restrições às inovações através da influência que
exercem sobre a demanda de mercado, o estabelecimento de condições competitivas, os recursos
tecnológicos e humanos que provêm, e as formas de governança corporativa que viabilizam. En-
tretanto, devemos lembrar que os sistemas nacionais de inovação podem influenciar, porém, não
necessariamente, determinar os rumos estratégicos adotados pela empresa.
Para Drucker (1996 apud STOECKICHT, 2005, p. 45) a inovação sistemática requer o
monitoramento de sete fontes para oportunidades inovadoras. Ele menciona que as primeiras
quatro fontes estão dentro da instituição, seja esta de caráter privada ou pública, do setor indus-
trial ou de serviços, estando assim, visíveis, principalmente para quem se encontra dentro destes
setores. Ele cita estas quatro fontes como sendo:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 62
ENSINO A DISTÂNCIA
O segundo grupo de fontes para oportunidades inovadoras, segundo Drucker (1996 apud
STOECKICHT, 2005), implica em mudanças fora da empresa ou do setor e se resumem às:
1. mudanças demográficas;
2. mudanças em percepção, disposição e significado; e
3. conhecimento novo, tanto científico quanto não-científico.
É importante que seja avaliado o potencial criativo e inovador dos candidatos, assim
como a sua propensão à experimentação, a assumir riscos, pensar sob pressão, seu nível de pró-
-atividade e empreendedorismo, a capacidade de trabalhar em equipes reais e virtuais de alto
desempenho, a persistência e capacidade persuasiva, a capacidade de liderança, negociação e ad-
ministração de conflitos, de administrar a diversidade intercultural e interdisciplinar, o incentivo
para a aprendizagem e o autodesenvolvimento, assim como a resolução criativa de problemas e a
lateralidade de pensamento.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 63
ENSINO A DISTÂNCIA
E vamos fazer uma pausa aqui para refletir sobre a falta de capacidade
das pessoas se relacionarem com as outras. Percebo nos ambientes (aca-
dêmico, por exemplo) pessoas individualistas, com falta de entusiasmo e
REFLITA propensas e discordarem de tudo que a façam sair da sua comodidade.
Imagine como essas pessoas vão se relacionar em equipe no mundo or-
ganizacional?
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 64
ENSINO A DISTÂNCIA
GESTÃO DE MUDANÇAS
Uma importante parte deste material está justamente em compreender que faz parte de
pessoas inovadoras, alunos inovadores, empresas inovadoras a capacidade de lidar com mudan-
ças, até porque sabemos que as coisas mudam independente da nossa vontade, o mundo evolui,
mas parece que a parte mais difícil de encaixar nas mudanças são as pessoas.
As pessoas, por vezes, apresentam um comportamento teimoso e resistente a mudanças
que surgem a todo momento provocadas por inovações dos setores onde estão atuando. Aqui
mesmo no ambiente acadêmico, percebemos dificuldade por parte de muitos ao se deparar com
Stoeckicht (2005, p.108-109) aponta que outro elemento de gestão organizacional impor-
tante para a gestão estratégica do capital humano com foco na inovação, trata da implementação
bem-sucedida de novos processos internos e de novas soluções para atender às demandas orga-
nizacionais e mercadológicas. Isto depende, fundamentalmente, da capacidade de gerenciamento
de projetos e da habilidade das lideranças em gerir mudanças dentro da organização.
Considerando que muitas inovações em processos implicam em mudanças na “maneira
como a empresa faz as coisas”, é fundamental que os gestores e seus colaboradores abordem ques-
tões relativas às mudanças culturais implícitas na implementação de novos processos e gerenciem
as resistências que possam surgir internamente na organização. Para tal, é importante que a em-
presa envolva todas as pessoas que serão afetadas pela implementação dos novos processos na
formulação e discussão de estratégias voltadas à implementação destes.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 65
ENSINO A DISTÂNCIA
De forma a lidar com a resistência interna e externa tão comum à implementação de no-
vos processos organizacionais e à introdução de novos produtos e serviços, é fundamental que as
lideranças e os gestores preparem os seus funcionários e colaboradores, parceiros e clientes, atra-
vés de treinamento, programas de sensibilização, workshops e através da criação de um ambiente
aberto para a livre expressão das ansiedades e receios que possam, eventualmente, surgir.
Algumas perguntas podem ser feitas pelos gestores para antecipar a ação dos funcioná-
rios e ao apresentar as mudanças, já podem apresentar as suas razões, acompanhando os 7 R’s da
gestão da mudança:
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 66
ENSINO A DISTÂNCIA
De acordo com Hooley (2009), as pressões incluem aquelas derivadas de uma concor-
rência intensa, de clientes cada vez mais exigentes, e do avanço tecnológico que encurta cada vez
mais os ciclos de vida dos produtos.
Para Mattos (2005), os empresários bem-sucedidos, embora não sejam os únicos prati-
cantes da inovação, raramente se detêm para examinar com fazem. A maioria continua simples-
mente criando valor por meio da exploração de alguma forma de mudança na tecnologia, nos
materiais, nos preços, em aspectos tributários, em questões demográficas ou na geopolítica. Eles
geram, assim, novas demandas ou uma nova maneira de explorar um mercado existente. O em-
presário movimenta recursos econômicos de uma área de produtividade baixa, para uma área de
produtividade mais alta e de maior rendimento.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 67
ENSINO A DISTÂNCIA
Para Guimarães (2010), o estudo de sistemas de inovação é baseado em duas ideias que
devem ser distinguidas: a primeira é que a inovação precisa ser vista como o resultado da intera-
ção de diferentes tipos de organizações e não como o resultado exclusivo da atividade da firma.
A abordagem deve ser sistêmica, incluindo diferentes atores e modos de interação. A se-
gunda ideia refere-se à importância do papel das instituições como tal na definição dos sistemas
de inovação. A referência a instituições geralmente abrange dois aspectos complementares: o
primeiro refere-se ao papel do que pode ser chamado de arquitetura organizacional que constitui
a natureza dos diferentes tipos de organizações e agências envolvidas no processo de inovação e
os modos de coordenação entre elas. Esta arquitetura varia em cada país. Freeman (1987 apud
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 68
ENSINO A DISTÂNCIA
Sendo assim, se não evoluíssemos nos diversos setores, não tivéssemos competência para
melhorar, otimizar e inovar nos diversos setores, muitos produtos não seriam possíveis, em larga
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 69
ENSINO A DISTÂNCIA
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 70
ENSINO A DISTÂNCIA
Para uma empresa nascente (startup), quando ainda não existe uma marca, produtos e
processos estabelecidos, o erro é uma condição natural para empreender. Toda nova empresa
nasce com o fantasma do insucesso e precisa provar sua condição de competir no mercado. Dessa
forma, lançar um produto para validação (mínimo produto viável) coloca em risco pouca coisa,
já que não existem ativos como marca e portfolio a serem atingidos por um eventual fracasso.
De fato, a ideia de desenvolver uma versão rápida não tem como objetivo avaliar o sucesso ou
fracasso, mas sim aprender o mais rápido possível para ajustar a versão final
Para uma grande empresa isso significa mudar a cultura de desenvolvimento. Significa
controlar o processo de desenvolvimento priorizando o aprendizado rápido. Significa que o óti-
mo pode ser inimigo do bom nessa fase. Ao invés de ficar meses refinando algo internamente
em busca da suposta perfeição (gerando muitas vezes produtos muito caros, complicados ou
diferentes da expectativa do mercado), deve-se priorizar a ação e validação rápida de maneira
controlada e aberta para ajustes.
Existe uma frase famosa em um cartaz no escritório da Facebook: feito é melhor que per-
feito. Minimize o risco, aprenda rapidamente e barato para atingir o sucesso. Esses são os mantras
da inovação enxuta. Tudo isso é impossível com as normas e regras tradicionais dos negócios,
portanto demanda uma nova visão de gestão da inovação.
É possível também pensar em inovação conceitual ou até mesmo inovar a forma de enx-
ergarmos itens essenciais das empresas como, por exemplo, o serviço. De acordo com Calabria et
al (2013), nos últimos dez anos, emergiram novos temas de estudos dentro da disciplina de Mar-
keting, com a perspectiva co-criativa do consumidor para a geração de valor e designs projetados
com base nessas experiências, além da preocupação com a qualidade de serviços; e, dentro da
disciplina de Operações, sob a ótica do provedor de serviços, novas estratégias de retenção e in-
ovação, além das preocupações tradicionais, como o enfoque em custos e produtividade.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 71
ENSINO A DISTÂNCIA
Um dos principais avanços metodológicos foi a criação de uma teoria alternativa de valor
que vê o cliente como parte integrante e não alienável do processo. Em outras palavras, valor é
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 72
ENSINO A DISTÂNCIA
Mais detalhadamente, segundo Calabria et al. (2013), o processo consiste em uma abor-
dagem colaborativa, um método que permeia as atividades de inovação com foco no ser humano,
que gera inovação através de interação e práticas criativas. É um processo de geração de ideias a
partir de agentes externos e alcança soluções inovadoras por meio da compreensão do contexto
em que um projeto de inovação é desenvolvido.
Ao desenvolver uma inovação, é preciso que ela seja tecnologicamente viável, condizente
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 73
ENSINO A DISTÂNCIA
CONCLUSÃO
Pensando na importância do capital humano, intelectual não é difícil concluir que as
instalações físicas, a infraestrutura em si seus concorrentes podem ter, até melhores que as suas,
mas o “cérebro”, as ideias, as soluções que sua equipe possui, isso é seu. Trate bem, não como um
simples recurso que você usa e descarta, faça dessa equipe, dessas pessoas, parceiros, companhei-
ros e entusiastas do seu crescimento, porque se um cresce, todos crescem juntos.
Sabemos, no entanto que quando as pessoas são apresentadas a mudanças, há um certo
desconforto, mas com gestão e apresentação das melhorias e na importância de cada um, estes
inputs serão mais facilmente assimilados. Foco nos resultados!
Viva a evolução, viva a inovação que nos permite acesso a produtos, serviços e experiên-
cias de consumo. Agora, nos resta, como acadêmicos, perceber como iremos usufruir daquilo
que já está criado e como evoluir para atender à necessidade dos nossos mercados e maximizar
nosso Market share e, consequentemente, nossa lucratividade.
Centro Universitário
WWW.UNINGA.BR 74
ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ABDE. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO. Conceitos De
Inovação. Disponível em: <http://www.abde.org.br/uploads/210120131655555703.%20
Apresenta%C3%A7%-C3%A3o%20conceitos%20inovacao.pdf> Acesso em: 01 ago. 2017.
ALVES, Ernani J.; MAÑAS, Antonio Vico. (2008) Estratégia por diferenciação: uma proposta de
vantagem competitiva através do composto de marketing e valor social. Disponível em <http://
revistas.pucsp.br/index.php/rad/article/download/2131/1285> Acesso em: 10 maio 2017.
ARAÚJO, Luiz César G. Gestão de Pessoas – Estratégias e Integração Organizacional. São Paulo:
Atlas, 2006.
BARBIERI, José Carlos e ÁLVARES, Antonio C. (Orgs). Inovações nas Organizações Empresariais.
In: Organizações Inovadoras: estudos e casos brasileiros. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2003.
BARROS, Ageu. Gestão estratégica nas pequenas e médias empresas. São Paulo: Ciência
Moderna, 2005.
BIAZON, Victor Vinicius. A inspiração vem da concorrência. In. Excelência na gestão: o que
fazer para alcançá-la. Revista ACIM, n. 552, v. 52, abr, 2015. Disponível em: <https://issuu.com/
acimvirtual/docs/revista_acim_-_abril_2015>. Acesso em: 10 maio 2017.
CARCERONI, Denise. Em qual oceano você navega? Estratégias para acabar com a concorrência.
2017. Disponível em: <http://www.fiqueinforma.com/personalacademiaecia/em-qual-oceano-
voce-navega-estrategias-para-acabar-com-a-concorrencia/>. Acesso em: 01 ago 2017.
WWW.UNINGA.BR 75
ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
CYSNEIROS, Flamarion. Indicadores de Impacto das Inovações nas Micro e Pequenas
Empresas. 2014. Disponível em: <https://flammarion.wordpress.com/2014/10/30/indicadores-
de-impacto-das-inovacoes-nas-micro-e-pequenas-empresas/>. Acesso em: 01 ago. 2017.
DOS REIS, D. R. dos. Gestão da Inovação Tecnológica. 2 ed. Barueri, SP: Manole, 2008.
DOS SANTOS, K. [et. al.]; coordenadores. Tarcísio Teixeira, Alan Moreira Lopes Startups e
Inovação: direito no empreendedorismo (entrepreneurship Law). Barueri, SP: Manoel, 2017.
FERREIRA, Getulio Apolinário. (2013) Gestão dos indicadores de inovação – dicas do consultor
3M. Gestão & Resultados. Disponível em: <http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/
gestaoeresultados/2013/08/23/gestao-dos-indicadores-de-inovacao-dicas-do-consultor-3m/>.
Acesso em: 01 ago. 2017.
GALDO, Alessandra Maria Ruiz. Capacidades dinâmicas para a inovação aberta: análise com
base no Capital intelectual. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis 2016, 328p. Disponível em: <http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/
Alessandra-Maria-Ruiz-Galdo.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017.
GURGEL, Marcos Freire. Criatividade & inovação: uma proposta de gestão da criatividade para
o desenvolvimento da inovação. Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em <http://inei.org.br/inovateca/dissertacoes/
Criatividade%20e%20Inovacao%20-%20Marcus%20Gurgel%20-%20COPPE%202006.pdf>
Acesso em:10 maio 2017.
WWW.UNINGA.BR 76
ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
KAYO, Ramon. O que é o Ciclo de Vida do Produto (CVP)? 2017. Disponível em <http://
ramonkayo.com/conceitos-e-metodos/o-que-e-o-ciclo-de-vida-do-produto-cvp> Acesso em: 04
ago 2017.
KLUYVER, Cornelis A. de. Estratégia: uma visão executiva. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10. ed., São Paulo: Prentice Hall, 2000.
KOTLER, Philip.; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12.ed., São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006.
MATTOS, João Roberto Loureiro de. Gestão da tecnologia e inovação: uma abordagem prática.
São Paulo, Saraiva, 2005.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2008
Pearson Education do Brasil. Criatividade e inovação. Academia Pearson. São Paulo, Prentice
Hall, 2011.
PIETRI, Erivaldo de. Pesquisa de Mercado (aula/slide). 2017 Disponível em: <https://
image.slidesharecdn.com/pesquisa-de-mercado-1219022207430314-8/95/pesquisa-de-
mercado-13-728.jpg?cb=1218997061>. Acesso em: 02 ago. 2017.
PIETROVSK, Eliane Fernandes. Habitats de inovação tecnológica. 2011. Disponível em: <http://
www.ct.utfpr.edu.br/deptos/ppgpgp/documentos/IX_HABITATS.pdf> Acesso em: 03 ago. 2017.
SCHERER, Felipe. Temas emergentes: o que é o lean innovation? 2017. Exame.com. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/blog/inovacao-na-pratica/temas-emergentes-o-que-e-o-lean-
-innovation/>. Acesso em: 10 maio 2017.
WWW.UNINGA.BR 77
ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
SCHIAVON, Adriana. Infográfico: Como inovar na sua empresa. 2014. Disponível em: <http://
blog.pr.sebrae.com.br/inovacao/infografico-como-inovar-na-sua-empresa>. Acesso em: 01 ago.
2017.
TODA, Diego. Infográfico mostra evolução do iPhone desde 2007. 2014. Disponível em:
<https://www.showmetech.com.br/infografico-mostra-evolucao-iphone-desde-2007>. Acesso
em: 4ago. 2017.
VICENZI, Luciano. Resenha do Livro: Inovação – quebrando paradigmas para vencer. 2010.
Líder estratégico. Disponível em: <https://liderestrategico.wordpress.com/tag/temas-
emergentes-em-inovacao/>. Acesso em: 10 maio 2017.
VIDAL, A. Agile Think Canvas: como inovar e criar negócios sustentáveis para obter melhores
resultados e minimizar riscos com o uso de Métodos Visuais e Ágeis em seus projetos. 1. ed.
Editora Brasport, 2017. 312 p.
WWW.UNINGA.BR 78