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ENGENHARIA ECONÔMICA

PROF. DR. RICARDO CARDOSO DE OLIVEIRA


Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Primeiramente, deixo uma frase de Novakowski
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios
não vale a pena ser vivida.” PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Cada um de nós tem uma grande re- Diagramação:
sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Alan Michel Bariani
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica Thiago Bruno Peraro
e profissional, refletindo diretamente em nossa
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Revisão Textual:
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
e busca por tecnologia, informação e conhec-
Fernando Sachetti Bomfim
imento advindos de profissionais que possuam Marta Yumi Ando
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho. Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
De fato, a tecnologia e a comunicação Márcio Alexandre Júnior Lara
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Osmar da Conceição Calisto
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Gestão de Produção:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali- Aliana de Araújo Camolez
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
ENGENHARIA ECONÔMICA

SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


E COMPOSTO
PROF. DR. RICARDO CARDOSO DE OLIVEIRA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................4
1. PORCENTAGEM E REGRA DE TRÊS.........................................................................................................................5
2. SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES............................................................................................................... 11
3. SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO........................................................................................................... 15
4. TAXAS EQUIVALENTES NO SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO E RENDIMENTO REAL....................20
5. OPERAÇÕES DE DESCONTO...................................................................................................................................25
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 31

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Saber investir e planejar-se financeiramente é fundamental para a realização de planos
e concretização de projetos. O curso de Engenharia Econômica proporciona a você, futuro
engenheiro, a capacidade de analisar a viabilidade econômica de projetos e comparar opções de
investimento por meio do cálculo do valor de prestações e do saldo devedor de financiamentos.
Nesse sentido, os engenheiros, no exercício de sua função, deverão tomar decisões
acerca de em quais projetos investir, ou ainda, acerca de quando um dado equipamento deve ser
substituído por outro. Além dos aspectos técnicos, o engenheiro deve fazer, também, a análise
de viabilidade econômica. A engenharia econômica e a matemática financeira fornecem, assim,
ferramentas úteis para que você, futuro engenheiro, tome essas decisões de forma correta.
Prezado aluno, na nossa primeira unidade, apresentar-se-ão informações básicas que serão
úteis ao entendimento e conhecimento da Engenharia Econômica. Estudaremos porcentagem,
sistema de capitalização simples, sistema de capitalização composto, operações de desconto e as
taxas equivalentes. Sejam bem-vindos à Unidade I e bons estudos!

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1. PORCENTAGEM E REGRA DE TRÊS


A ideia de porcentagem tem sido empregada desde épocas distantes, a exemplo do antigo

Império Romano. O imperador Augusto cobrava um imposto de sobre o preço da venda de


todos os bens. No século XV, manuscritos italianos utilizavam expressões como “20 p 100” e
“XX p cento” para indicar vinte por cento. Em 1650, o sinal “per ” era utilizado para indicar
porcentagem. Posteriormente, esse sinal entrou em desuso, até que sobreveio o sinal que se utiliza
atualmente: “%”.
Diversos assuntos ligados à Matemática Financeira requerem o uso de porcentagem,
a exemplo de cálculo de juros em compras financiadas ou empréstimos bancários.
A porcentagem é uma fração cujo denominador é 100 e sua utilização se faz por regra de
três simples. Assim:
• 50% é a mesma coisa que 50/100 ou 0,5.

• 30% é a mesma coisa que 30/100 ou 0,3.

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• 70% é a mesma coisa que 70/100 ou 0,7.

Seguindo o raciocínio anterior, para se calcular a porcentagem de um número total,


considerando o “universo”, basta multiplicar a fração (porcentagem) pelo total.

Exemplo 1
“Na semana passada, o dólar ultrapassou a cotação de R$ 4 pela primeira vez na história,
devido a preocupações com o ajuste fiscal no Brasil e à possibilidade de o Federal Reserve,
o banco central dos Estados Unidos, elevar a taxa de juros do país.” Com base nisso, ana-
lise o gráfico da Figura 1.

Figura 1 – Variação do valor do dólar. Fonte: Adaptado de G1 (2015).

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Com base nessas informações, marcar C para as afirmativas certas e E para as erradas.
Após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
( ) O aumento percentual no preço do dólar, de 21/09 para 23/09, foi superior a 4%.
( ) De 23/09 a 25/09, houve desvalorização do preço do dólar superior a 4,5%.
( ) De 21/09 a 28/09, o dólar sofreu valorização superior a 4%.
(A) C - C - E.
(B) E - C - C.
(C) C - E - E.
(D) E - C - E.
(E) nenhuma das alternativas anteriores.
Solução: De 21/09 a 23/09, o dólar sofreu um aumento, em relação ao preço do dia 21/09,
de

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ou seja, superior a 4%. Logo, a primeira afirmação está certa. De 23/09 a 25/09, houve
desvalorização do preço do dólar e essa desvalorização foi, em relação a 23/09, de

ou seja, desvalorização inferior a 4,5%. Portanto, a afirmação está errada. De 21/09 a 28/09,
o dólar sofreu valorização de

ou seja, a valorização foi inferior a 4%. Logo, a afirmação está errada. Portanto, alternativa
(C).

A regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvem
quatro valores, dos quais três são conhecidos. Assim, determina-se um quarto valor com
base nos outros três já conhecidos. Para resolver uma regra de três, usa-se o seguinte
roteiro:
(1º) Construir uma tabela, agrupando-se, em colunas, as grandezas da mesma espécie e
mantendo-se, em linha, as grandezas de espécie diferentes em correspondência.
(2º) Verificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
(3º) Montar a proporção e resolver a equação.

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Exemplo 2

(CESGRANRIO)

Figura 2 – Produção e reciclagem de lixo. Fonte: Adaptado de Veja (2011).

Os gráficos da Figura 2 apresentam dados sobre a produção e a reciclagem de lixo em

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algumas regiões do planeta. Baseando-se nos dados apresentados, qual é, em milhões
de toneladas, a diferença entre as quantidades de lixo recicladas na China e nos EUA em
um ano?
(A) 9,08 (B) 10,92 (C) 12,60 (D) 21,68 (E) 24,80

Solução: Usando regra de três simples, temos que a quantidade de lixo, em milhões de
toneladas, reciclada pela China é dada por:

ou seja,
milhões de toneladas
Analogamente, temos que a quantidade de lixo, em milhões de toneladas, reciclada pelos
EUA é

milhões de toneladas
Assim, a diferença entre as quantidades de lixo recicladas pela China e EUA, em milhões
de toneladas, é dada por . Portanto, alternativa (A).

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Exemplo 3

Vinte e quatro operários fazem uma tarefa industrial em 5 dias. Em quantos dias quarenta
operários, igualmente capacitados, fariam a mesma tarefa industrial?
(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4 (E) 4,5

Solução: Seja X o número de dias que os quarenta operários gastarão para concluir a obra.
Segue do enunciado que

Observe que, ao aumentar o número de operários, o tempo necessário para concluir a


obra será diminuído, ou seja, trata-se de grandezas inversamente proporcionais. Ou seja,
invertemos uma coluna para resolvermos a regra de três. Assim,

Portanto, alternativa (C).

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A regra de três composta é usada em situações-problema com mais de duas grandezas,
sejam elas direta ou inversamente proporcionais. Trata-se de um processo prático para se
resolverem problemas que envolvem N valores, dos quais é conhecido um total de N-1 desses
valores. Assim, determina-se um valor com base nos outros N-1 já conhecidos.

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Exemplo 4

Admita que 4 máquinas de terraplanagem, todas com a mesma capacidade operacional,


sejam capazes de nivelar uma superfície de 4.000 metros quadrados em 4 dias, se fun-
cionarem ininterruptamente durante 4 horas por dia. Nas mesmas condições, quantos
metros quadrados poderiam ser nivelados por 8 daquelas máquinas em 8 dias de tra-
balho e durante 8 horas por dia de funcionamento ininterrupto?
(A) 16.000 (B) 32.000 (C) 64.000 (D) 78.000 (E) 84.000

Solução: Vamos montar uma tabela colocando, em cada coluna, as grandezas de mesma
espécie.

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O aumento no número de máquinas aumenta a área de terraplanagem; logo, as grande-
zas são diretamente proporcionais. O aumento no número de horas diárias trabalhadas
aumenta a área de terraplanagem; logo, as grandezas são diretamente proporcionais. O
aumento no número de dias trabalhados aumenta a área de terraplanagem; logo, as gran-
dezas são diretamente proporcionais. Assim, a tabela é a mesma.

Logo, x = 32.000 m2. Portanto, alternativa (B).

Quando uma mercadoria sofre n acréscimos de taxas i1, i2, ..., in, cada um deles calculado
sobre o valor anterior, diz-se que a mercadoria sofreu acréscimos sucessivos. Assim, o valor final
(VF), depois de cada acréscimo, passa a ser o valor inicial (VI) do acréscimo seguinte. Logo, o
valor final, após os n acréscimos, é apresentado pela Eq. (01).

Eq.(01)

Quando uma mercadoria sofre n abatimentos de taxas i1, i2, ..., in, cada um deles calculado
sobre o líquido anterior, diz-se que a mercadoria sofreu abatimentos sucessivos. Assim, o valor
final, depois de cada abatimento, passa a ser o valor inicial do abatimento posterior. O valor final
é calculado pela Eq.(02).

Eq.(02)

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Exemplo 5

As ações de uma empresa em crise do Vale do Silício desvalorizaram 20% a cada mês,
por três meses seguidos. Quanto foi a desvalorização total dessa empresa nesses três
meses?
(A) 60%. (B) 56,6%. (C) 53,4%. (D) 51,2%. (E) 48,8%.
Solução: Segue do enunciado que a desvalorização é de 20% em cada um dos três meses.
Assim,

Ou seja, as ações valem 51,2% do preço inicial, e isso representa desvalorização de


48,8%. Portanto, alternativa (E).

Exemplo 6

Um bem de consumo durável apresentou, em seu preço, dois aumentos sucessivos de

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30% e 40%. O aumento total no preço desse bem corresponde a um acréscimo de:
(A) 70%. (B) 75%. (C) 78%. (D) 80%. (E) 82%.
Solução: Segue do enunciado que, primeiro, ocorre a valorização de 30% e, depois, de
40%. Assim,

Ou seja, o valor final está acrescido de 82%. Portanto, alternativa (E).

Exemplo 7

O preço de uma commodity subiu 10% ao mês, em cada um dos dois primeiros meses
do ano, e caiu 10% ao mês, em cada um dos dois meses seguintes. Ao fim desses quatro
meses, o preço dessa commodity sofreu variação de, aproximadamente,
(A) menos 4%. (B) menos 2%. (C) 0%. (D) mais 2%. (E) mais 4%.
Solução: Segue do enunciado que , , e .
Assim, o valor final será

ou seja,

Ou seja, o valor final é 98,01% do valor inicial, e isso significa que o preço do barril de
petróleo sofreu redução de menos de 2%. Portanto, alternativa (B).

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2. SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES


A capitalização é uma operação de adição de juros ao capital. Dessa forma, o sistema de
capitalização simples é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial, e os juros
devidos a um período não rendem mais juros.
Considere o capital inicial PV aplicado no sistema de capitalização simples em uma taxa
i por período, durante n períodos. Lembrando-se de que, no sistema de capitalização simples, os
valores devidos a juros incidem sempre sobre o capital inicial, pode-se escrever a Tabela 1.

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Tabela 1 – Planilha de monitoramento de capital no regime de capitalização simples. Fonte: O autor.

A soma de todos os elementos da terceira coluna da Tabela 1 resulta na equação para


cálculo de juros J no sistema de capitalização simples:

Eq. (3)

No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos
juros produzidos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado
Valor Futuro, FV. Logo, tem-se:

Eq. (4)

A equação (4) é básica tanto para o cálculo do valor futuro como para o cálculo do valor
presente, período de aplicação e taxa de juros por meio de manipulação algébrica dos valores
financeiros. Assim, obtém-se:

Eq. (5)

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Eq. (6)

Eq. (7)

No sistema de capitalização simples, os acréscimos de juros são constantes, pois a taxa incide
sempre sobre o valor inicial de aplicação - o que faz com que a série dos montantes se comporte
como uma progressão aritmética. Dessa forma, a representação gráfica do comportamento do
valor futuro se dá por uma reta, como mostra a Figura 3.

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Figura 3 – Comportamento gráfico do sistema de capitalização simples. Fonte: O autor.

No sistema de capitalização simples, duas taxas de juro, e , são consideradas


equivalentes quando, ao se aplicarem dois capitais iniciais iguais, digamos , por dois
períodos distintos de capitalização, digamos e , os montantes finais resgatados são iguais
após determinado período de tempo, ou seja:

Eq. (8) Eq. (9)


Como os montantes são iguais, podemos igualar as equações (8) e (9). Assim,

Eq. (10)

Depreende-se da equação (10) que existe relação de proporcionalidade entre as taxas de


juros e . Assim, pode-se transformar a taxa de juros, no sistema de capitalização simples,

dividindo-se a taxa de juros dada pela constante proporcional de períodos .

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Exemplo 8

Aldo realizou uma aplicação de R$ 25.000,00 pelo prazo de 6 meses e, ao final da apli-
cação, obteve um lucro de R$ 1.500,00. Para que isso ocorresse, a taxa de juros simples
mensal usada na aplicação foi
(A) 1,00%. (B) 1,25%. (C) 1,33%. (D) 1,50%. (E) 1,66%.
Solução: As informações dadas foram: PV = 25.000,00, n = 6 meses e J = 1500,00. Substi-
tuindo os valores na Eq. (3) obtemos:

Portanto, alternativa (A).

Exemplo 9

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(FGV) Francisco estava devendo R$ 2.100,00 à operadora do cartão de crédito, que
cobra taxa mensal de juros de 12%. No dia do vencimento, pagou R$ 800,00 e prometeu
não fazer nenhuma compra nova até liquidar a dívida. No mês seguinte, no dia do venci-
mento da nova fatura, pagou mais R$ 800,00 e, um mês depois, fez mais um pagamento,
terminando a dívida. Sabendo-se que Francisco havia cumprido a promessa feita, o valor
desse último pagamento, desprezando-se os centavos, foi de:
(A) R$ 708,00 (B) R$ 714,00 (C) R$ 720,00 (D) R$ 728,00 (E) R$ 734,00
Solução: Segue do enunciado que Francisco estava devendo R$ 2.100,00, pagando R$
800,00. Assim, sua dívida com a operadora de cartão de crédito ficou em R$ 1.300,00.
Após um mês, sua dívida com a operadora de cartão de crédito é de

Como no dia do vencimento ele pagou R$ 800,00, segue que sua dívida, agora, é de R$
656,00. Após um mês, sua dívida é de

Logo, o valor do último pagamento, desprezando-se os centavos, é de R$ 734,00. Portan-


to, alternativa (E).

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Exemplo 10

(FGV) O número de anos para que um capital quadruplique de valor, a uma taxa de 5%
ao mês, juros simples, é de
(A) 6,00. (B) 4,50. (C) 7,50. (D) 3,8. (E) 5,0.
Solução: As informações dadas foram: i = 5% a.m. Note que o valor do capital não foi
fornecido, porém, sabemos que ele será quadruplicado. Assim, se X for o capital inicial
(PV = X), então o valor do montante será 4.X (FV = 4.X). Substituindo essas infor-
mações na Eq. (6), obtemos:

Portanto, alternativa (E).

Exemplo 11

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(CESGRANRIO) Um aplicador obterá de resgate em um título o valor de R$ 30.000,00.
Sabendo-se que a operação rendeu juros simples de 5% ao mês, por um período de 6 me-
ses, o valor original da aplicação foi, em reais, de
(A) 21.066,67 (B) 21.500,00 (C) 22.222,66 (D) 23.076,93 (E) 23.599,99
Solução: Segue do enunciado que , e O valor
original da aplicação pode ser calculado usando a equação (5). Assim,

Portanto, alternativa (D).

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Exemplo 12

(FGV) Para pagamento de boleto com atraso de período inferior a um mês, certa institu-
ição financeira cobra, sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de mora
por dia de atraso no regime de juros simples. Um boleto com valor de R$ 500,00 foi pago
com 18 dias de atraso. O valor total do pagamento foi, em reais,
(A) 542,00. (B) 546,00. (C) 548,00. (D) 552,00. (E) 554,00.
Solução: Segue do enunciado que o valor da multa é de 2% sobre o valor do boleto. As-
sim, o valor da multa é de Temos, agora, que o valor dos juros
devido aos 18 dias de atraso é Logo, o valor do
pagamento é dado por Portanto, alternativa (B).

Exemplo 13

(FGV) A taxa de juros simples de 0,05% ao dia equivale à taxa semestral de:

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(A) 15%. (B) 1,5%. (C) 18%. (D) 9%. (E) 12%.
Solução: No sistema de capitalização simples, as taxas de juro são proporcionais. Foi infor-
mada a taxa de 0,05% ao dia. Aplicando a equação (10), segue que

Logo, a taxa é de 9% ao semestre. Alternativa (D).

3. SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO


O sistema capitalização composto é o mais comum no sistema financeiro e, portanto,
o mais útil para resolução de problemas do dia a dia. Nesse sistema de capitalização, os juros
gerados em cada período são incorporados ao capital inicial e usados para o cálculo dos juros do
período seguinte; ou seja, o juro do período é incorporado ao valor do capital e passa a render
juros. Matematicamente, o cálculo a juros compostos é conhecido por cálculo exponencial de
juros.
Considere o capital inicial PV aplicado no sistema de capitalização composto, em
uma taxa i por período, durante n períodos. Lembrando-se de que, no sistema de capitalização
composto, os valores devidos a juros de um período são acrescidos ao capital e passam a render
juros no período seguinte, pode-se escrever a Tabela 2.

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Tabela 2 – Planilha de monitoramento de capital no regime de capitalização composto. Fonte: O autor.

Na Tabela 2, tendo-se que o último elemento da coluna refere-se ao saldo devedor ao final
de cada período, obtém-se a seguinte equação:

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Eq. (11)

A equação (11) é básica tanto para o cálculo do valor futuro como para o cálculo do valor
presente, período de aplicação e taxa de juros por meio de manipulação algébrica dos valores
financeiros. Assim, obtém-se:

Eq. (12)

Eq. (13)

Eq. (14)


A Eq. (14) é empregada quando . Para o caso de empregar-se-á a Eq. (15):

Eq. (15)

No sistema de capitalização composto, os acréscimos de juros não são de valores constantes,


pois o capital no início de cada período é corrigido pelo acréscimo dos juros (cobrados sobre
capital + juros do período anterior). Isso faz com que a série dos montantes se comporte como
uma progressão geométrica. A representação gráfica do comportamento do valor futuro se dá
por uma curva exponencial, como mostra a Figura 3.

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Figura 4 – Comportamento gráfico do sistema de capitalização composto. Fonte: O autor.

Exemplo 14

Uma dívida de R$ 500,00 será quitada, e uma de juros compostos de 10% ao mês será
cobrada. Após três meses, o valor dessa dívida é, em reais,

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(A) 675,00. (B) 650,00. (C) 665,50. (D) 680,50. (E) 645,50.
Solução: Do enunciado, obtemos as seguintes informações: PV = 500, i = 10% a.m., n = 3
meses. Note que o período de capitalização e o período da taxa estão na mesma unidade.
Aplicando a equação (11), obtemos:

ou seja,

Portanto, alternativa (C).

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Exemplo 15

(FCC) O montante referente à aplicação de um capital, durante 2 anos, a uma taxa de juros
compostos de 10% ao ano, apresentou o valor de R$ 15.125,00. O valor dos juros desta
aplicação foi, em reais,
(A) 3.125,00. (B) 2.625,00. (C) 2.500,00. (D) 2.250,00. (E) 1.825,00.
Solução: Do enunciado, obtemos as seguintes informações: FV = 15.125, n = 2 anos e i
= 10% ao ano. Note que o período de capitalização e o período da taxa estão na mesma
unidade. Aplicando a equação (12), obtemos

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Lembrando-se de que a diferença entre FV e PV resulta no total de juros obtido pela apli-
cação, então Portanto, alternativa (B).

Exemplo 16

Se um engenheiro aplicar R$ 50.000,00 por um prazo de 150 dias, que taxa mensal de
juros compostos precisará obter para dobrar o capital?
(A) 25,99% (B) 25,67% (C) 23,33% (D) 22,50% (E) 16,67%
Solução: Do enunciado, obtemos as seguintes informações: PV = 50.000, n = = 150 dias =
3 meses e FV = 100.000. Aplicando a equação (14), obtemos

Portanto, alternativa (A).

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Exemplo 17

Uma pessoa aplicou R$ 1.000,00 recebendo um montante de R$ 1.331,00, à taxa de 10% ao


semestre. Calcule o tempo, em semestre, durante o qual esse capital ficou aplicado.
Solução: Segue do enunciado que , e Aplicando a
equação (13), segue que

Portanto, o tempo de aplicação foi igual a 3 semestres.

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Exemplo 18

(FCC) Um capital é aplicado, durante 8 meses, a uma taxa de juros simples de 15% ao ano,
apresentando um montante igual a R$ 13.200,00 no final do prazo. Se esse mesmo capital
tivesse sido aplicado, durante 2 anos, a uma taxa de juros compostos de 15% ao ano, então
o montante, em reais, no final deste prazo seria igual a
(A)17.853,75. (B)17.192,50. (C)16.531,25. (D)15.870,00. (E)15.606,50.
Solução: Do enunciado, obtemos as seguintes informações: PV = X, n = 8 meses, i = 15%
a.a = 1,25% a.m. e FV = 13.200, em que X denota o valor, em reais, do capital aplicado.
Aplicando a equação (12), segue que

Ainda, depreende-se do enunciado que, para a aplicação no sistema de capitalização com-


posto, i = 15% a.a e n = 2 anos. Assim, aplicando a Eq. (11)

Logo, o montante será igual a R$ 15.870,00. Portanto, alternativa (D).

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Exemplo 19

(FCC) Uma pessoa aplicou metade de seu capital, durante um ano, a juros simples e com
uma taxa de 0,75% ao mês, verificando que, no final do período, o total dos juros foi
igual a R$ 1.350,00. O restante do capital ela aplicou, também durante um ano, a juros
compostos e com uma taxa de 4% ao semestre. O valor do montante, em reais, referente
à aplicação a juros compostos, no final do período, foi igual a
(A)16.150,00. (B)16.168,50. (C)16.187,00. (D)16.205,50. (E)16.224,00.
Solução: Digamos que o valor do capital dessa pessoa seja PV = 2X. Para a aplicação a
juros simples, temos as seguintes informações: J = 1.350; PV = X; n = 1 ano = 12 meses e
i = 0,75% a.m. Assim, aplicando a equação (3), encontramos o valor dos juros no sistema
de capitalização simples. Daí,

Por outro lado, para a aplicação a juros compostos, temos as seguintes informações:
PV = 15.000; n = 1 ano = 2 semestres e i = 4% a.s. Assim, aplicando-se a equação (11),
encontramos o valor do montante a juros compostos. Daí,

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Portanto, alternativa (E).

Quando o período de pagamento de uma dívida for não inteiro, utiliza-se o sistema
de capitalização composto na parte inteira e o sistema de capitalização simples
para a parte não inteira. Isto é o que chamamos de Capitalização Mista. Mesmo o
prazo não sendo um número inteiro, é possível utilizar a capitalização composta em
todo o período. Chamamos esse tipo de capitalização de Convenção Exponencial.

4. TAXAS EQUIVALENTES NO SISTEMA DE


CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO E RENDIMENTO REAL

Em transações comerciais e bancárias, a taxa é empregada em diferentes situações no que


diz respeito ao conceito. A taxa de juros é o coeficiente que determina o valor do juro a ser cobrado
e está sempre em uma unidade de tempo. No sistema de capitalização composto, as taxas de juro
devem ser observadas com muita atenção. Isso porque, no sistema de capitalização composto,
elas ocorrem na forma nominal ou efetiva. Diz-se que duas taxas de juro são equivalentes no
sistema de capitalização composto quando, aplicadas a um mesmo capital ( ) por período
equivalente, geram o mesmo montante.

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Considere que o capital é aplicado por um ano a uma taxa anual . O montante ,
ao final do período de um ano, será, no sistema de capitalização composto, igual a

Eq. (16)

Considere, agora, que o mesmo capital PV é aplicado por 12 meses a uma taxa mensal
igual a . Ao final do período de 12 meses (equivalente a um ano), o montante será igual a

Eq. (17)

Segue da definição de taxas equivalentes que . Logo,

Eq. (4.3)

Analogamente, pode-se mostrar que

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Eq. (18)

em que é a taxa anual; é a taxa semestral; é a taxa quadrimestral; é a taxa trimestral;


é a taxa bimestral; é a taxa mensal (considerando o mês comercial, com 30 dias) e é a taxa
diária (considerando o ano comercial, ou seja, com 360 dias).

Exemplo 20

(FGV) A taxa de juros compostos anual equivalente à taxa de 30% ao quadrimestre é


(A) 114,70%. (B) 107,55%. (C) 109,90%. (D) 90,00%. (E) 119,70%.
Solução: Temos a taxa de 30% a.q. e queremos obter a taxa equivalente anual. Usando a
equação (16), escrevemos

Portanto, alternativa (E).

Ao adquirir um empréstimo em uma instituição financeira, o indivíduo é informado de


que a taxa de juros anual é de 12% a.a., com capitalização composta trimestral. Nessa situação,
o indivíduo terá de pagar juros compostos, sendo que o acréscimo dos juros ao montante será
realizado trimestralmente.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Assim, diz-se que uma taxa de juros é nominal quando o período de capitalização dos
juros não coincide com o período de capitalização da taxa. São exemplos de taxas nominais: (i)
7% ao ano capitalizado semestralmente, (ii) 30% ao semestre capitalizados bimestralmente.
Para a situação descrita acima, sendo a taxa nominal de juros igual 12% a.a. e visto que a
capitalização é trimestral, a pergunta que surge é: qual é a taxa de juros paga em cada trimestre?
O cálculo é simples.
Veja: como um ano tem quatro trimestres, a taxa de juros trimestral é obtida efetuando-se
o quociente do valor da taxa nominal por 4. Assim, 12% 4 = 3%; ou seja, diz-se que a taxa de
juros é igual a 3% a.t. Note que a taxa de juros nominal é uma taxa proporcional, uma vez que a
taxa de juros 12% a.a. com capitalização trimestral pode ser obtida a partir da soma da taxa de 3%
a.t. para cada trimestre durante um ano (lembrando 1 ano = 4 trimestres). Assim, 3% a.t. + 3% a.t.
+ 3% a.t. + 3% a.t. = 12 % a.a com capitalização trimestral.
A taxa nominal não é empregada nos cálculos financeiros. Para essas situações, faz-se o
uso da taxa efetiva. Diz-se que uma taxa de juros é efetiva quando o período de capitalização
dos juros coincide com o período de capitalização da taxa, ou seja, um indivíduo que adquiriu
o empréstimo com taxa de juros de 12% a.a., com capitalização composta anual, deverá pagar
juros compostos, sendo que o acréscimo dos juros ao montante será realizado anualmente.
São exemplos de taxas efetivas: (i) 7% ao ano capitalizados anualmente, (ii) 30% ao semestre
capitalizados semestralmente.

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Exemplo 21

(FCC) Um contrato de financiamento de imóvel foi celebrado considerando-se uma taxa


anual nominal de 12%, capitalizada quadrimestralmente. A taxa efetiva anual é de
(A) 12,49%. (B) 12,55%. (C) 13,00%. (D) 15,12%. (E) 16,99%.
Solução: Temos uma taxa nominal igual a 12% ao ano, capitalizada quadrimestralmente,
e queremos determinar a taxa efetiva anual. Assim, a taxa de 12% ao ano é proporcional
à taxa de 4% ao quadrimestre (12% 3 quadrimestres). Agora, temos uma taxa de 4% ao
quadrimestre com capitalização quadrimestral (que é efetiva) e vamos determinar a taxa
efetiva anual. Usando a equação (18), segue que

Portanto, alternativa (A).

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Exemplo 22

(CESGRANRIO) Qual é a taxa efetiva trimestral correspondente a juros de 30% ao tri-


mestre com capitalização mensal?
(A) 30% (B) 31% (C) 32,5% (D) 32,8% (E) 33,1%
Solução: Temos uma taxa nominal igual a 30% ao trimestre, capitalizada mensalmente, e
queremos determinar a taxa efetiva trimestral. Assim, a taxa de 30% ao trimestre é pro-
porcional à taxa de 10% ao mês (30% 3 meses). Agora, temos uma taxa de 10% ao mês
com capitalização mensal (que é taxa efetiva) e vamos determinar a taxa efetiva trimestral.
Usando a equação (4.3), simplificada para os expoentes, segue que

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Portanto, alternativa (E).

Exemplo 23

(FCC) Um principal de R$ 600,00 é aplicado, por um ano, a juros compostos de 40% a.a.,
com capitalização semestral. Sabendo-se que foi utilizado o regime de capitalização com-
posta, conclui-se que o montante produzido, após um ano, em reais, é de
(A) 864,00 (B) 840,00 (C) 784,00 (D) 720,00 (E) 624,00
Solução: A taxa de 40% a.a. com capitalização semestral é uma taxa nominal e é equiva-
lente à taxa efetiva de 20% a.s. com capitalização semestral. Assim, temos as seguintes
informações: PV = 600; i = 20% a.s; n = 1 ano = 2 semestres. Aplicando a equação (11)

Logo, o montante será igual a R$ 864,00. Portanto, alternativa (A).

A inflação é um processo em que ocorre aumento generalizado nos preços de bens e


serviços, o que, por sua vez, provoca perda do poder aquisitivo da moeda. Tal processo faz com
que o dinheiro valha cada vez menos, sendo requisitada, portanto, uma quantidade cada vez
maior dele para que se adquiram os mesmos produtos. A taxa real de juros é a apuração do ganho
ou perda em relação à taxa de inflação, ou seja, a taxa real mede o verdadeiro ganho financeiro.

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Digamos que um investimento de $ 100 tenha rendido 20% num período e que, nesse
período, a inflação tenha sido de 5% (ou seja, o investimento desvalorizou-se em 5%). Assim,
temos que o montante, ao final do período, referente à taxa de 20% é igual a $120 e o montante
de correção em relação à inflação no período é igual a $105. Observe que o ganho real foi de $15
e pode-se determinar o ganho real efetuando-se a divisão entre o ganho real e o montante de
correção da inflação, que, nesse caso, será igual a 14,3%. Nessas condições, diz-se que a taxa de
20% é a taxa aparente de juros referente ao rendimento.
Podem-se determinar a taxa real de juros, a taxa aparente e a inflação de uma forma
simples, utilizando-se da seguinte expressão matemática:

Eq. (19)

em que é a taxa real de juros no período; é a taxa de inflação no período e i


é a taxa aparente de juro no período.

Exemplo 24

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(CESGRANRIO) A política de aumento salarial de uma empresa fez com que, em dez
anos, os salários dos seus funcionários aumentassem nominalmente 274%. Se, nesse
mesmo período, a inflação foi de 87%, o ganho real foi de
(A) 87%. (B) 100%. (C) 187%. (D) 200%. (E) 215%.
Solução: Temos que i = 274% no período e = 87% no período. Usando a equação
(19), segue que o ganho real será

Portanto, alternativa (B).

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Exemplo 25

(FCC) Uma pessoa aplicou R$ 25.000,00 em certa data e resgatou o respectivo montante
depois de um determinado período. A taxa de inflação no período de aplicação foi igual
a 3%, e a taxa real de juros correspondente foi igual a 10%. O montante resgatado foi, em
reais, de
(A)28.650. (B)28.500. (C)28.250. (D)28.325. (E) 28.000.
Solução: Temos que PV = 25.000, = 3% no período e = 10% no período.
Para o cálculo do montante no final do período, precisamos do valor da taxa aparente.
Usando a equação (19), segue que

Usando a equação (11) para o cálculo do valor montante, com n = 1, referente a um

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período, segue que

Portanto, a alternativa (D).

Um aspecto interessante sobre a taxa real de juros é que ela pode ser, inclusive,
negativa. Isso ocorre quando a taxa de inflação é maior que a taxa do investimento
no período. Nessa situação, dizemos que o capital sofreu depreciação.

5. OPERAÇÕES DE DESCONTO
Desconto é a denominação dada a um abatimento que se faz quando um título de crédito
é resgatado (pago) antes do vencimento. É uma operação habitual no mercado financeiro e
no setor comercial, por meio da qual o portador de um título de crédito (tais como letras de
câmbio, notas promissórias, cheques pré-datados, dentre outros) pode levantar fundos em um
banco descontando o título antes da data de vencimento. O banco, a factoring ou financeira,
naturalmente, liberam uma quantia menor do que o valor nominal FV do título. Assim,

Eq. (20)

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Existem duas formas de proceder a este desconto: uma é levando-se em consideração o


sistema de capitalização simples, e outra é levando-se em consideração o sistema de capitalização
composto. Ambas as metodologias de desconto podem, ainda, ser classificadas como racional (ou
“por dentro” ) e comercial (ou “por fora”).
O desconto racional simples, DRS, é a modalidade de desconto aplicado sobre o valor
líquido do título, VL, utilizando-se para o cálculo uma taxa efetiva no sistema de capitalização
simples. O cálculo desse desconto funciona analogamente ao cálculo de juros no sistema de
capitalização simples. Dessa forma:

Eq. (21)

em que i é a taxa de desconto a juros simples e n é o número de períodos em que o título


negociado é descontado antes de seu vencimento.
No entanto, não conhecemos, a priori, o valor líquido (VL) do título. Para resolver a
situação, vamos nos valer do fato de que, na modalidade de DRS, vale a equação que descreve o
sistema de capitalização simples, efetuando-se as substituições FV por VN e PV por VL. Assim,

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Eq. (22)

em que VN é o valor nominal do título.


Combinando as equações (21) e (22) obtém-se:

Eq. (23)

Exemplo 26

Um título de valor nominal igual a R$ 50.000,00 foi descontado 4 meses antes do seu ven-
cimento, à taxa de 5% ao mês. Determine o valor do descontado e o valor líquido do título,
considerando a metodologia de desconto racional simples.
Solução: Temos as seguintes informações: VN = 50.000,00, i = 5% e n = 4 meses. Para o
cálculo do DRS, usaremos a equação (23) e, assim, obteremos:

Já para o cálculo do VL, usaremos a equação (20). Assim,

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O desconto comercial simples, DCS, é a modalidade de desconto aplicado sobre o valor


nominal do título, VN, utilizando-se, para o cálculo, uma taxa efetiva no sistema de capitalização
simples. Dessa forma,

Eq. (24)

O valor líquido recebido pode ser obtido substituindo-se a equação (24) pela equação
(20). Efetuando-se algumas manipulações algébricas, tem-se:

Eq. (25)

Exemplo 27

Um título de valor nominal igual a R$ 50.000,00 foi descontado 4 meses antes do seu ven-
cimento, à taxa de 5% ao mês. Determine o valor do descontado e o valor líquido do título,
considerando a metodologia de desconto comercial simples.

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Solução: Temos as seguintes informações: VN = 50.000,00, i = 5% e n = 4 meses. Para o
cálculo do DCS, usaremos a equação (25) e, assim, obteremos:

Já para o cálculo do VL, usaremos a equação (20). Assim,

O desconto racional composto, DRC, é a modalidade de desconto aplicado sobre o valor


líquido do título, VL, utilizando-se para o cálculo uma taxa efetiva no sistema de capitalização
composto. O cálculo deste desconto funciona analogamente ao cálculo de juros no sistema de
capitalização composto. Dessa forma,

Eq. (26)

Combinando as equações (20) e (26), obtemos:

Eq. (27)

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Exemplo 28

Um título de valor nominal igual a R$ 50.000,00 foi descontado 4 meses antes do seu ven-
cimento, à taxa de 5% ao mês. Determine o valor do descontado e o valor líquido do título,
considerando a metodologia de desconto racional composto.
Solução: Temos as seguintes informações: VN = 50.000,00, i = 5% e n = 4 meses. Para o
cálculo do VL, usaremos a equação (27) e, assim, obteremos:

Já para o cálculo do VL, usaremos a equação (20). Assim,

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O desconto comercial composto, DCC, é a modalidade de desconto aplicado
sucessivamente sobre o valor nominal do título, VN, utilizando-se para o cálculo uma taxa efetiva
no sistema de capitalização composto. Nessa modalidade de desconto, a taxa de juros composta
De acordo com o exposto, o DCC apresenta os seguintes resultados para a imediata sucessão de
períodos, como mostrado na Tabela 3

Tabela 3 – Planilha de monitoramento de desconto comercial composto. Fonte: O autor.

Assim, escrevemos a equação (28):


Eq. (28)

Agora, combinando as equações (20) e (28), escrevemos:
Eq. (29)

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Exemplo 29

Um título de valor nominal igual a R$ 50.000,00 foi descontado 4 meses antes do seu ven-
cimento, à taxa de 5% ao mês. Determine o valor do descontado e o valor líquido do título,
considerando a metodologia de desconto comercial composto.
Solução: Temos as seguintes informações: VN = 50.000,00, i = 5% e n = 4 meses. Para o
cálculo do DCC, usaremos a equação (29) e, assim, obteremos:

Já para o cálculo do VL, usaremos a equação (20). Assim,

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A Tabela 4 apresenta os resultados de valor descontado e valor líquido para os exemplos
referentes às operações de desconto.

Metodologia de desconto Valor descontado Valor líquido


Desconto racional simples (DRS) 8.333,33 41.666,67
Desconto comercial simples (DCS) 10.000,00 40.000,00
Desconto racional composto (DRC) 8.864,88 41.135,22
Desconto comercial composto (DCC) 9.274,69 40.725,31
Tabela 4 - Planilha de monitoramento de descontos. Fonte: O autor.

A análise da Tabela 4 permite afirmar que, do ponto de vista de quem liberará o recurso
financeiro, a modalidade de desconto comercial simples é a mais vantajosa, pois o valor descontado
é maior e, consequentemente, o valor pago é menor. Por outro lado, sob a ótica de quem receberá
o recurso financeiro, a modalidade de desconto racional simples é a preferida, porque o valor
descontado é menor e, consequentemente, o valor recebido é maior.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Você, certamente, já se deparou com estas siglas: CDB, CDI,


SELIC, LCI, LCA, LC, FGC, COE. Aprenda, de uma vez por todas,
o que significam as siglas mais comuns que encontramos
no mundo dos investimentos no vídeo Siglas Financeiras, de
Bruno Perini. O vídeo está disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YFtVqRts-Ic .

O conhecimento acerca de finanças é de grande valia no mundo contemporâneo. O


artigo Matemática financeira: alguns elementos históricos e contemporâneos, dos
autores Neiva Ignês Grando e Ido José Schneider, aborda elementos históricos,

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a fim de que se possa compreender a origem da matemática financeira. Além
disso, faz-se uma discussão sobre alguns conceitos da matemática financeira,
correlacionando-os à atualidade. O artigo está disponível em:
https://bit.ly/2TrQSXX

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado(a) aluno(a), esta Unidade teve como objetivo explorar a origem e os fundamentos
da engenharia econômica. Estudamos sobre os sistemas de capitalização simples e composto,
além de termos aprendido as diferenças entre esses sistemas de capitalização. Estudamos e
aplicamos as operações de transformações de taxas de juros no sistema de capitalização composto
e discutimos as aplicações das operações de descontos. Todo o conteúdo estudado nesta Unidade
será aplicado nos capítulos seguintes, em particular, o sistema de capitalização composto.
Assim, finalizamos a Unidade I. Agora, você deve testar o conhecimento adquirido por
meio da resolução de alguns exercícios referentes a esta Unidade. Bons estudos e até à Unidade II.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

02
DISCIPLINA:
ENGENHARIA ECONÔMICA

SÉRIES DE PAGAMENTOS
PROF. DR. RICARDO CARDOSO DE OLIVEIRA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................33
1. CLASSIFICAÇÃO DAS SÉRIES DE PAGAMENTOS..................................................................................................34
2. SÉRIES UNIFORMES...............................................................................................................................................35
2.1 SÉRIES UNIFORMES POSTECIPADAS..................................................................................................................35
2.2 SÉRIES UNIFORMES ANTECIPADAS ..................................................................................................................42
2.3 SÉRIES UNIFORMES DIFERIDAS.........................................................................................................................46
2.4 SÉRIES UNIFORMES PERPÉTUAS.......................................................................................................................48
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................52

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Na Unidade I, estudaram-se situações em que o fluxo de caixa apresentava sempre dois
pagamentos, o capital (PV) e o montante (FV). Agora, na Unidade II, estudar-se-ão situações
em que há mais de um pagamento, isto é, operações em que há pagamentos e/ou recebimentos
periódicos.
Nessas situações de pagamentos e/ou recebimentos periódicos, podem-se levar em
consideração tanto o sistema de capitalização simples como o composto. No entanto, na Unidade
II, far-se-á a abordagem dos pagamentos e/ou recebimentos levando-se em consideração, tão
somente, o sistema de capitalização composto, por ser o mais empregado no mercado financeiro.
Nesta unidade, estudar-se-ão as séries de pagamentos uniformes antecipadas e
postecipadas, imediatas e diferidas, além das séries de pagamentos infinitos. Sejam bem-vindos
à Unidade II e bons estudos!

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. CLASSIFICAÇÃO DAS SÉRIES DE PAGAMENTOS


Define-se uma série de pagamentos como a sucessão finita ou infinita de recebimentos,
desembolsos ou prestações, dividida em um período de tempo. Por exemplo, empréstimos e
financiamentos de diferentes tipos costumam envolver uma sequência de desembolsos periódicos
de caixa.
Essas séries de pagamentos são classificadas com relação:
ao tempo:
(a) temporária - séries de pagamentos nas quais o número de pagamentos ou recebi-
(i) mentos é limitado.
(b) Infinita - séries de pagamentos nas quais o número de pagamentos ou recebimen-
tos é infinito.
ao valor dos pagamentos:
(a) uniformes - séries de pagamentos nas quais o valor dos pagamentos ou recebimen-
(ii) tos é igual.
(b) variáveis - séries de pagamentos nas quais o valor de pelo menos um dos paga-
mentos ou recebimentos não é igual aos demais.

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à periodicidade:
(a) periódicas - séries de pagamentos nas quais os intervalos de tempo de pagamento
(iii) são iguais.
(b) não periódicas - séries de pagamentos nas quais os intervalos de tempo de paga-
mento ocorrem de forma variável.

ao primeiro pagamento:
(a) imediatas - o primeiro pagamento ocorre no início ou final do primeiro período.
(iv)
(b) diferidas - o primeiro pagamento não ocorre no início ou final do primeiro perío-
do.

ao momento do primeiro pagamento:


(a) antecipadas - são séries cujo primeiro pagamento ocorre no início do primeiro
(v) período.
(b) postecipadas - são séries cujo primeiro pagamento ocorre no final do primeiro
período.

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2. SÉRIES UNIFORMES
Num primeiro momento, consideremos as séries de pagamentos ou recebimentos
uniformes, ou seja, aquelas nos quais os valores dos pagamentos ou recebimentos são iguais.
Podemos representar, graficamente, as séries uniformes como mostra a Figura 1.

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(a) (b)
Figura 1 – Representação gráfica das séries uniformes. Fonte: O autor.

2.1 Séries Uniformes Postecipadas


As séries de pagamentos ou recebimentos postecipadas são aquelas em que os pagamentos
ou recebimentos são efetuados ao final de cada intervalo de tempo, referentes à taxa de juros
considerada.
Consideremos, para demonstração das equações, uma série de recebimentos tal como
apresentado na Figura 1 (a). Nessa situação, temos as seguintes hipóteses:
(i) os valores dos pagamentos, PMT, são iguais e ocorrem em períodos iguais;
(ii) o número de pagamentos, n, é finito;
(iii) o primeiro pagamento ocorre no final do primeiro período;
(iv) o sistema de capitalização composto será considerado.
O cálculo do valor presente em uma série de pagamentos, como anteriormente
considerada, consiste em trazer cada um dos valores de PMT para o tempo focal zero e, em
seguida somá-los, como segue:

Eq. (1)


Simplificando a equação (1), temos:

Eq. (2)

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Note que a expressão entre colchetes ao lado direito da equação (2) é uma progressão

geométrica cujo primeiro termo é , a razão é e o número de termos é n. Substituindo-


se essas informações na equação para soma de uma progressão geométrica e realizando-se
manipulações algébricas, obtemos:

Eq. (3)

Exemplo 1

Um investimento apresenta horizonte temporal de 3 anos e com entradas postecipadas


anuais no valor de R$ 2.000,00 a cada ano. Considerando a taxa interna de retorno do in-
vestimento de 10% ao ano, a juros compostos, determine o valor do desembolso efetuado
na data zero, em reais.
Solução: Trata-se de uma série postecipada e temos as seguintes informações: n = 3 anos,

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PMT = R$ 2.000,00 e i = 10% ao ano. Desejamos determinar o valor presente, ou seja, o
valor do desembolso inicial. Para tal, empregaremos a equação (3). Assim,

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Exemplo 2

(CESPE-UnB) Uma pessoa comprou um veículo pagando uma entrada, no ato da com-
pra, de R$ 3.500,00, e mais 24 prestações mensais, consecutivas e iguais a R$ 750,00. A
primeira prestação foi paga um mês após a compra e o vendedor cobrou 2,5% de juros
compostos ao mês. É correto afirmar que o preço à vista, em reais, do veículo foi
(A) inferior a 16.800.
(B) superior a 16.800 e inferior a 17.300.
(C) superior a 17.300 e inferior a 17.800.
(D) superior a 17.800 e inferior a 18.300.
(E) superior a 18.300.
Solução: Nessa situação, temos uma entrada inicial de R$ 3.500,00, seguida de 24 paga-
mentos postecipados de R$ 750,00 cada. A taxa de juro considerada é igual a 2,5% a.m.
Usando a equação (3), determinaremos o valor presente desta série de pagamentos e, em
seguida, adicionamos o valor da entrada. Assim,

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Logo, o valor à vista do automóvel é . Portanto, al-
ternativa (B).

Manipulando-se algebricamente a equação (3), temos as seguintes equações,


respectivamente, para o cálculo do valor do pagamento e para o número de pagamentos em uma
série uniforme de pagamentos postecipados:

Eq. (4)

Eq. (5)

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Exemplo 3

Um empréstimo no valor de R$ 15.150,00 deverá ser pago por meio de duas prestações
mensais, iguais e consecutivas, vencendo a primeira após um mês da data da concessão do
empréstimo. A taxa de juros compostos referente a este empréstimo é de 2% ao mês. Com
base nessas informações, determine o valor de cada pagamento.
Solução: Trata-se de uma série postecipada e temos as seguintes informações: PV = R$
15.150,00, n = 2 anos, i = 2% a.m. Desejamos determinar o valor das prestações. Para tal,
empregaremos a equação (4). Assim,

ENGENHARIA ECONÔMICA | UNIDADE 2


Em algumas situações, estaremos interessados em calcular o valor futuro, ou seja, o valor

montante da série de n pagamentos uniformes. Lembrando que , substituindo na


equação (3), obtemos:

Eq. (6)

“Juros compostos são a 8º maravilha do mundo. Quem entende ganha. Quem não
entende paga” (EINSTEIN, A.).

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Exemplo 4

(CESGRANRIO) O montante, imediatamente após o último depósito de uma série de 3


depósitos mensais de R$600,00, a juros de 4% ao mês, em reais, é igual a

(A) 1.884,28.
(B) 1.872,96.
(C) 1.872,00.
(D) 1.856,00.
(E) 1.844,16.

Solução: Trata-se de uma série postecipada, e temos as seguintes informações: n = 3 me-


ses, i = 4% a.m e PMT = R$ 600,00. Desejamos determinar o valor montante. Para tal,
empregaremos a equação (6). Assim,

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Portanto, alternativa (B).

Manipulando algebricamente a equação (6), escrevemos:

Eq. (7)

Eq. (8)

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Exemplo 5

Uma pessoa aplica, ao final de cada mês, R$ 200,00 em um banco que remunera as apli-
cações em 5% ao mês. Quantos meses a pessoa deve aplicar esse valor para alcançar um
montante de R$ 7.701,04?
(A) 20 (B) 21 (C) 22 (D) 23 (E) 24
Solução: Trata-se de uma série postecipada e temos as seguintes informações: PMT = R$
200,00, i = 0,5% a.m., FV = 7.701,04. Desejamos determinar o número de pagamentos.
Para tal, empregaremos a equação (8). Assim,

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Logo, serão necessários 22 meses. Portanto, alternativa (C).

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Exemplo 6

(CESPE - UnB) Um servidor se aposentará daqui a 200 meses e pretende aplicar, durante
esse período, uma mesma quantia mensal em uma instituição financeira que paga juros
compostos mensais de 0,8%. Ele pretende obter, ao final desses 200 meses, um montante
que lhe permita fazer retiradas mensais de R$ 784,00 durante os 25 anos seguintes à sua
aposentadoria. Nessa situação, considerando 4,92 e 0,09 como valores aproximados para
1,008200 e 1,008-300, respectivamente, a quantia a ser aplicada mensalmente pelo servidor
durante os 200 meses deverá ser igual a
(A) R$ 212,00.
(B) R$ 202,00.
(C) R$ 192,00.
(D) R$ 182,00.
(E) R$ 172,00.

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Solução: Nessa situação, temos que o valor presente dos 300 recebimentos, no valor de R$
784,00, taxa de juro considerada é igual a 0,8% a.m. é dado por:

O valor presente de R$ 89.180,00 corresponde ao valor futuro de uma série de 200 paga-
mentos mensais, à taxa de 0,8%. Assim,

Portanto, alternativa (D).

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2.2 Séries Uniformes Antecipadas


As séries de pagamentos ou recebimentos antecipadas são aquelas cujos pagamentos ou
recebimentos são efetuados no início de cada intervalo de tempo a que se referir a taxa de juros
considerada. Comparando-se os diagramas de séries uniformes postecipadas com o de séries
antecipadas, percebe-se que o diagrama das séries antecipadas (Figura 1 (b)) possui igual número
de termos de pagamento. Assim, diz-se que a série antecipada é uma série de pagamentos com
uma entrada somada a pagamentos postecipados.
Vamos considerar, para demonstração das equações, uma série de recebimentos, como
apresentado na Figura 1 (b). Nessa situação, temos as seguintes hipóteses:
(i) os valores dos pagamentos, PMT, são iguais e ocorrem em períodos iguais;
(ii) o número de pagamentos, n, é finito;
(iii) o primeiro pagamento ocorre no início do primeiro período;
(iv) o sistema de capitalização composto será considerado.
O cálculo do valor presente de uma série de pagamentos, tal como considerada, consiste
em trazer cada um dos valores de PMT para o tempo focal zero e, em seguida, somá-los, como
segue:

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Eq. (9)

Simplificando a equação (9), temos:

Eq. (10)


Note que a expressão entre colchetes ao lado direito da equação (10) é uma progressão

geométrica cujo primeiro termo é , a razão é e o número de termos é n. Substituindo-


se essas informações na equação para a soma de uma progressão geométrica, e realizando-se
manipulações algébricas, obtemos:

Eq. (11)

Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência numérica onde cada termo
é igual ao produto de seu antecessor por uma constante, chamada razão da PG.

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Exemplo 7

Uma TV foi vendida em 10 prestações mensais de R$ 100,00 cada, dando-se o primeiro


pagamento no ato da compra. Sendo a taxa de juros para financiamento de 10% ao mês,
pode-se afirmar que o preço para pagamento à vista é:

(A) maior do que R$ 1.100,00.


(B) R$ 1.100,00.
(C) entre R$ 1.000,01 e R$ 1.999,99.
(D) R$ 1.000,00.
(E) menor do que R$ 1.000,00.

Solução: Trata-se de uma série antecipada, e temos as seguintes informações: PMT = R$


100,00, i = 10% a.m. e n = 10. Desejamos determinar o valor à vista. Para tal, empregare-
mos a equação (11). Assim,

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Portanto, alternativa (E).

Manipulando algebricamente a equação (11), escrevemos as equações seguintes:

Eq. (12)

Eq. (13)

Em algumas situações, estaremos interessados em calcular o valor futuro, ou seja, o valor

montante da série de n pagamentos uniformes. Lembrando que , substituindo na


equação (11), obtemos:

Eq. (14)

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Manipulando algebricamente a equação (14), escrevemos:

Eq. (15)

Eq. (16)

Exemplo 8

Um aparelho celular custa R$ 1.344,00 à vista. O mesmo aparelho pode ser comprado a
prazo, com juros de 10% ao mês, em dois pagamentos mensais iguais: um, no ato da com-
pra, e outro, um mês após a compra. Determine o valor de cada um dos pagamentos, em
reais.
Solução: Trata-se de uma série antecipada, e temos as seguintes informações: PV = R$

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1.344,00, i = 10% a.m. e n = 2. Desejamos determinar o valor de cada prestação. Para tal,
empregaremos a equação (12). Assim,

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Exemplo 9

Uma instituição financeira negociou um empréstimo de R$ 30.785,18 a ser pago em pres-


tações mensais e sucessivas, sendo a primeira prestação paga no ato da tomada do em-
préstimo. O valor de cada prestação é igual a R$ 1.500,00. O regime é o de capitalização
composta, com taxa de juros de 2% ao mês. Determine o número de prestações desse
empréstimo.
Solução:
Trata-se de uma série antecipada e temos as seguintes informações: PV = R$ 30.785,18, i
= 2% a.m. e PMT = R$ 1.500,00. Desejamos determinar o número de prestações a serem
pagas. Para tal, empregaremos a equação (13). Assim,

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Exemplo 10

(CESGRANRIO) Uma loja oferece duas opções de pagamento na compra de uma bicicle-
ta: R$ 200,00 à vista, ou a prazo, em duas prestações mensais iguais de R$ 120,00, sendo
a primeira delas paga no ato da compra. Tomando-se a opção de pagamento à vista como
referência, a taxa mensal de juros cobrada pela loja na venda a prazo é
(A) 20%.
(B) 25%.
(C) 40%.
(D) 50%.
(E) 60%.
Solução:
Trata-se de uma série antecipada e temos as seguintes informações: PV = R$ 200,00, PMT
= R$ 120,00 e n = 2 meses. Desejamos determinar a taxa de juro dessa venda. Para tal,
empregaremos a equação (11). Assim,

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ou seja,

ou seja,

Daí,

o que resulta em ou . Como não nos interessa, concluímos que


ou 50%. Portanto, alternativa (D).

2.3 Séries Uniformes Diferidas


As séries diferidas são aquelas em que o primeiro pagamento ou recebimento só é
efetuado depois de decorrido período de tempo a que se referir a taxa de juro considerada, ou
seja, o primeiro pagamento é subsequente ao primeiro período. Esse tempo em que não ocorre
pagamento é denominado carência e será representado pela letra k.
As séries uniformes diferidas são, quase que exclusivamente, praticadas em operações de
amortização, embora sejam também empregadas, ainda que muito raramente, em operações de
capitalização nos mesmos casos previstos para as séries imediatas. A representação gráfica dessa
modalidade de série de pagamento ou recebimentos é ilustrada pela Figura 2.

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Figura 2 - Representação gráfica de série uniforme com período de carência. Fonte: O autor.

A equação (14) permite o cálculo do valor presente PV de uma série de pagamentos com
período de carência k.

Eq. (14)

Exemplo 11

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(CESPE-UnB) Observe o seguinte anúncio, feito por uma loja:
Compre tudo em 36 parcelas iguais e mensais e comece a pagar somente em abril de 2007.
Considere que um cliente comprou uma geladeira nessa loja, no dia 31/12/2006, em 36
prestações de R$ 120,00, com o primeiro pagamento para 1º/4/2007. Se a taxa de juros re-

gularmente praticada pela loja é de 5% ao mês e assumindo-se que , o valor


atual da geladeira na data da compra era igual a
(A) R$ 840,00.
(B) R$ 1.400,00.
(C) R$ 1.680,00.
(D) R$ 4.320,00.
Solução: Segue do enunciado que PMT = R$ 120,00, n = 36 meses, k = 3 meses e i =
5%a.m. Aplicando a Eq. (14), temos

Logo, o valor à vista da geladeira é R$ 1.680,00. Portanto, alternativa C.

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Exemplo 12

(CESGRANRIO) Um empréstimo no valor de R$ 50.000,00 será pago em dez prestações


mensais iguais, vencendo a primeira delas 180 dias após a liberação dos recursos. Se a
taxa de juros compostos do financiamento é de 5% a.m., o valor das prestações, em reais,
é mais próximo de
(A) 8.677,00.
(B) 8.264,00.
(C) 6.475,00.
(D) 6.166,00.
(E) 4.613,00.
Solução: Segue do enunciado que PV = R$ 50.000,00, n = 10 meses, k = 6 meses e i = 5 %
a.m. Aplicando a Eq. (14), temos

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Logo, o valor mais próximo das prestações é R$ 8.677,00. Portanto, alternativa A.

2.4 Séries Uniformes Perpétuas


As séries uniformes perpétuas são aquelas em que o número de pagamentos ou
recebimentos é infinito. Assim, como o número de pagamentos é infinito, não tem sentido o
cálculo do montante, mas podemos calcular o valor presente. Para obtermos o valor presente de
uma série perpétua, basta fazermos nas equações que fornecem o valor presente das séries
uniformes.
Assim, fazendo na equação (3), escrevemos a seguinte equação:

Eq. (15)


O limite da equação (15) pode ser resolvido aplicando-se a regra de L´Hôpital, o que
resulta em:

Eq. (16)

A equação (16) permite o cálculo do valor presente de uma série de pagamentos perpétua

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postecipada. Por outro lado, fazendo na equação (11), escrevemos a seguinte equação:

Eq. (17)

O limite da equação (17) pode ser resolvido aplicando-se a regra de L´Hôpital e resulta
em:

Eq. (18)

A equação (18) permite o cálculo do valor presente de uma série de pagamentos perpétua
antecipada.

Exemplo 13

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(CESGRANRIO) Considerando-se as taxas de 0,1% a.m. e 0,5% a.m., respectivamente,
quanto deve Pedro aplicar hoje em um fundo de investimento para que obtenha uma ren-
da perpétua mensal de R$ 20.000,00, atualizados monetariamente, em reais, começando
dentro de 1 mês?

Solução: De acordo com o enunciado, trata-se de uma série perpétua postecipada. Assim,
o valor a ser aplicado em cada situação será:
(i) para taxa de 0,1% a.m.

(ii) para taxa de 0,5% a.m.

Portanto, alternativa (D).

Exemplo 14

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(FGV) Um indivíduo recebeu como herança um título perpétuo que paga R$ 2.000 por
trimestre. Esse indivíduo quer vender o título. Sabendo que a taxa de juros semestral, ju-
ros compostos, é de 44%, o valor presente de venda desse título é
(A) R$ 2.880,00.
(B) R$ 4.545,45.
(C) R$ 10.000,00.
(D) R$ 16.547,85.
(E) R$ 50.000,00.
Solução: Segue do enunciado que PMT = R$ 2.000 por trimestre. A taxa de remuneração
é de 44% a.s. Note que, primeiramente, temos que transformar a taxa efetiva semestral em
taxa efetiva trimestral. Assim,

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Daí,

Portanto, alternativa (C).

Caiu na lábia do gerente do banco e fez a previdência privada para garantir o


futuro? Pode ser que você esteja garantindo apenas o futuro dele no banco! No
vídeo 5 PEGADINHAS DA PREVIDÊNCIA PRIVADA! são apresentados os truques
das instituições financeiras para te vender o tal plano. Vale a pena ficar esperto
nessas situações! O vídeo está disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=JHzG5Ghm37Q .

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A previdência privada é uma aposentadoria que não está ligada ao sistema do


Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela é complementar à previdência
pública. O artigo Entenda o que é a Previdência Privada explica o que é e quais os
tipos dessa modalidade de plano de previdência. O artigo está disponível em:
https://economia.uol.com.br/guia-de-economia/guia-entenda-o-que-e-a-
previdencia-privada.htm .

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado(a) aluno(a), esta Unidade teve como objetivo estudar e aplicar a teoria acerca
de séries de pagamentos. Começamos a unidade diferenciando e classificando as séries de
pagamento. Em seguida, discutimos e aplicamos as séries de pagamentos uniformes postecipadas
e antecipadas e suas interpretações em um fluxo de caixa finito ou infinito. O entendimento desses
fluxos de caixa será de grande importância em Engenharia Econômica quando do momento das
tomadas de decisão, pois toda a análise será realizada a partir do diagrama de fluxo de caixa.
Assim, finalizamos a Unidade II. Agora, você deve testar o conhecimento adquirido por
meio da resolução de alguns exercícios referentes a esta Unidade. Bons estudos e até à Unidade
III.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
ENGENHARIA ECONÔMICA

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
PROF. DR. RICARDO CARDOSO DE OLIVEIRA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................54
1. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS - SISTEMA PRICE.................................................................................55
2. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE - SISTEMA SAC................................................................................ 61
3. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO - SISTEMA SAM........................................................................................69
4. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO - SISTEMA SAA...............................................................................72
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................74

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Intuitivamente, definimos sistema de amortização como um plano de pagamento de uma
dívida. Esses planos podem assumir diferentes formas, porém, estão estruturados na unidade
anterior, sobre séries de pagamentos ou anuidades.
Os sistemas de amortização foram desenvolvidos para operações de financiamentos
e empréstimos de longo prazo. A característica fundamental dos sistemas de amortização
apresentados aqui é a aplicação do sistema de capitalização composto, ou seja, a aplicação de
juros compostos sobre o saldo devedor.
Esses sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos dizem respeito à forma
como o capital e os encargos financeiros serão restituídos ao credor do capital. Para o entendimento
dos sistemas de amortização, é importante que sejam feitas algumas definições úteis:
• Saldo devedor - representa o valor do principal da dívida, em determinado momento,
após a dedução do valor já pago pelo credor a título de amortização.
• Juros ou encargos financeiros – representam os juros da operação, caracterizando-se

ENGENHARIA ECONÔMICA | UNIDADE 3


como custo para o devedor e retorno para o credor.
• Amortização – refere-se exclusivamente ao pagamento do capital emprestado (principal),
o qual é efetuado, geralmente, através de parcelas periódicas.
• Prestação - é composta do valor da amortização somado aos juros (encargos financeiros)
devidos em determinado período de tempo.
Sejam bem-vindos à Unidade III e bons estudos!

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS - SISTEMA


PRICE
O sistema de amortização francês (Sistema PRICE) estabelece que as prestações sejam
iguais, periódicas e sucessivas durante todo o prazo da amortização. Normalmente, este sistema
é utilizado para financiamentos de carros, eletrodomésticos ou empréstimos bancários de curto
prazo.
Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes, e as parcelas de
amortização assumem valores crescentes. Em outras palavras: no Sistema francês, os juros
decrescem enquanto as amortizações crescem ao longo do tempo. A soma dessas duas parcelas
permanece sempre igual ao valor da prestação, ou seja,

Eq. (1)

O cálculo do valor das prestações é feito segundo uma série uniforme de pagamentos

ENGENHARIA ECONÔMICA | UNIDADE 3


uniformes e postecipados, a partir da equação (2):

Eq. (2)

em que PV é o valor financiado, i a taxa de juros do financiamento e n é o número de


pagamentos a serem efetuados.
No cálculo dos diversos parâmetros que compõem o sistema, consideraremos
a existência de um mercado de capitais perfeito, em que há somente uma taxa i tanto para os
financiamentos como para os excedentes de poupança postos à disposição dos ofertantes de
recursos. Desse modo, admitindo o fluxo de caixa a seguir para um valor financiado PV e as
correspondentes n parcelas de pagamento PMT, para esse sistema, no tempo t tem-se:

Eq. (3)

Eq. (4)

Procedimento para montagem da tabela de financiamento:


Cálculo:
(i) Calcule o valor da prestação constante (como uma série uniforme).
(ii) Calcule o valor dos juros do período pela aplicação da taxa do contrato sobre os
valores do saldo (remanescente do principal) no início do período.
(iii) Calcule o valor da amortização do principal pela diferença entre o valor da prestação
e o valor dos juros do período.

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Exemplo 1

Uma pessoa contraiu um empréstimo de $20.000,00 para ser pago ao longo de cinco anos
com prestações semestrais (sistema francês) à taxa de 18% ao semestre. Elabore a planil-
ha financeira.
Solução:
1º Cálculo do valor da prestação:

2º Montagem da planilha:

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Veja, abaixo, na Figura 1, o comportamento gráfico da planilha de amortização, consider-


ando o sistema PRICE:

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Figura 1 – Comportamento gráfico dos valores da amortização, juros e prestação pelo PRICE. Fonte: O
autor.

Observações:

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(i) Os juros incidem sobre o saldo atual.
(ii) A amortização é a diferença entre a prestação e os juros.
(iii) O saldo atual consiste na diferença entre o saldo atual anterior e a amortização.
(iv) O saldo devedor consiste na soma do saldo atual mais os juros.

O conceito subjacente [...] é que o valor do dinheiro tem uma dimensão temporal,
isto é, um dólar a ser recebido amanhã não possui o mesmo valor de um dólar
recebido hoje” (JOHNSON, R.W.).

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Exemplo 2

(CESGRANRIO) Um empréstimo no valor de R$ 20.000,00 será pago em 8 prestações


mensais calculadas pela Tabela Price, sendo a primeira prestação paga 30 dias após a libe-
ração do empréstimo. Se a taxa de juros é de 10% a.m., o valor da 2ª amortização mensal,
em reais, é mais próximo de
(A) 3.748,00 (B) 2.000,00 (C) 1.923,00 (D) 1.825,00 (E) 1.748,00
Solução:
1º Cálculo do valor da prestação:

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2º Montagem da planilha:

Assim, o valor referente à 2ª amortização é igual a R$ 1.923,77. Logo, alternativa (C).

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Exemplo 3

(CESPE - UnB) Um empréstimo de R$ 65.000,00 foi pago pelo sistema francês de amor-
tização (tabela Price) em 4 meses, com juros de 5% ao mês. Na tabela a seguir, em que
apenas alguns valores estão explícitos e que corresponde à planilha de amortização do
referido empréstimo, k representa o mês a partir do mês 0 correspondente à tomada do
empréstimo; Pk é a prestação paga no mês k; Ak é o valor da amortização no mês k; Jk é o
valor dos juros pagos no mês k; e Dk é a situação da dívida no mês k.

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Acerca dessa situação, é correto afirmar que, no mês k = 2, a parcela amortizada foi
(A) inferior a R$ 15.300,00.
(B) superior a R$ 15.300,00 e inferior a R$ 15.400,00.
(C) superior a R$ 15.400,00 e inferior a R$ 15.500,00.
(D) superior a R$ 15.500,00 e inferior a R$ 15.600,00.
(E) superior a R$ 15.600,00.
Solução: Segue, do enunciado, que a taxa do financiamento é de 5% ao mês. Completando
a tabela para k = 1 e k = 2, fazendo uso das equações (3) e (4), segue que

Logo, o valor amortizado na segunda parcela foi de R$ 15.697,50. Logo, superior a R$


16.500,00, ou seja, alternativa (E).

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Exemplo 4

(CESGRANRIO) Um imóvel foi financiado pelo Sistema Francês de Amortização (Tabela


Price), em 150 prestações mensais, com taxa de juros, no regime de juros compostos, de
4% ao mês. As prestações são consecutivas e iniciaram-se um mês após o recebimento
do financiamento. A fração da dívida amortizada na metade do período, isto é, depois de
paga a 75a prestação, é, aproximadamente, de
Dado:
(A) 5%. (B) 25%. (C) 50%. (D) 75%. (E) 95%.
Solução: Segue do enunciado que n = 150 meses, i = 4% a.m., e deseja-se descobrir a fra-
ção da dívida amortizada quando t = 75. O saldo devedor para qualquer período t num
financiamento pelo sistema PRICE pode ser determinado por meio da equação (3):

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Temos, ainda, que o valor das prestações pode ser determinado por meio da equação (2):

Substituindo a equação (2) na equação (3), segue que o saldo devedor em qualquer perío-
do t pode ser calculado por meio de:

Assim, substituindo-se os valores fornecidos, segue que:

Simplificando a expressão, temos:

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Foi dado que , o que resulta em e Substi-


tuindo na expressão, temos:

ou seja,

Assim, concluímos que o saldo devedor é 95% do valor inicial da dívida, o que significa
que foram amortizados 5% do valor da dívida inicial. Portanto, alternativa (A).

2. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE - SISTEMA


SAC

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O Sistema de Amortização Constante (SAC), como o próprio nome indica, tem como
característica básica serem as amortizações do saldo devedor sempre iguais (ou constantes) em
todo o prazo da operação.
O valor da amortização é facilmente obtido mediante a divisão do capital emprestado
pelo número de prestações, como apresentado na equação (5):

Eq. (5)

Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o pagamento
de cada amortização, assumem valores decrescentes no período. Em consequência do
comportamento da amortização e dos juros, as prestações periódicas e sucessivas do SAC são
decrescentes em progressão aritmética.
Os juros são calculados para um período t por meio da equação:

Eq. (6)

Uma progressão aritmética (PA) é uma sequência numérica em que cada termo,
a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior a uma constante. Essa
constante é chamada de razão da progressão aritmética.

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O valor da prestação no período t é dado por:

Eq. (7)

Procedimento para montagem da tabela de financiamento:


(i) Calcule o valor da amortização do principal, que tem valor constante em todas as
prestações, por meio da divisão do principal pelo número de prestações.
(ii) Calcule o valor dos juros do período, pela aplicação da taxa do contrato sobre o valor
do saldo (remanescente do principal) no início do período.
(iii) Calcule o valor da prestação pela soma da amortização do principal com os juros do
período.

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Exemplo 6

Uma pessoa contraiu um empréstimo de $20.000,00 para ser pago ao longo de cinco anos
com prestações semestrais (sistema SAC) à taxa de 18% ao semestre. Monte a planilha
financeira.
Solução:
1º Cálculo do valor da amortização:

2º Montagem da planilha:

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Veja, abaixo, na Figura 2, o comportamento gráfico da planilha de amortização, conside-


rando o sistema SAC:

Figura 2 – Comportamento gráfico dos valores da amortização, juros e prestação pelo SAC. Fonte: O autor.

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Observações:
(i) Os juros são obtidos sobre o saldo devedor anterior ao período de apuração do
resultado.
(ii) A prestação é a soma da amortização com os juros calculados no período.
(iii) O saldo devedor é a soma dos juros com o saldo anterior.
(iv) O saldo atual é a diferença entre o saldo devedor e a prestação.

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Exemplo 7

(FCC) Uma dívida referente à aquisição de um imóvel deverá ser quitada por meio de 25
prestações mensais e consecutivas, vencendo a primeira um mês após a data em que foi
contraída a dívida. Sabe-se que foi adotado o sistema de amortização constante (SAC) a
uma taxa de 2% ao mês e o valor da 20a prestação foi igual a R$ 5.376,00. O valor da dívida,
no início, é igual a
(A) R$ 160.000.
(B) R$ 150.000.
(C) R$ 140.000.
(D) R$ 120.000.
(E) R$ 100.000.
Solução: Aplicando a equação (7.6), segue que

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Assim,

Logo, o valor à vista do imóvel foi de R$ 120.000,00. Portanto, alternativa (D).

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Exemplo 8

(FCC) Fábio Silva efetuou um empréstimo no valor de R$ 240.000,00 junto a um banco


comercial para financiar a aquisição de sua casa própria, o qual deverá ser amortizado
em 75 prestações mensais e consecutivas, vencendo a primeira 1(um) mês após a data da
realização do empréstimo, à taxa de 2% ao mês. Sabendo-se que foi utilizado o Sistema de
Amortizações Constantes (SAC), o valor da quadragésima primeira prestação (em R$) É

(A) 4.800,00.
(B) 5.440,00.
(C) 5.760,00.
(D) 6.080,00.
(E) 6.200,00.

Solução: Segue do enunciado que PV = 240.000,00, n = 75 meses e i = 2% a.m. O valor da


41º prestação será calculado usando a equação (7.7), com t = 41. Assim,

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Portanto, alternativa (B).

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Exemplo 9

(CESPE - UnB) Um empréstimo de R$ 54.000,00 foi pago pelo sistema de amortização


constante (SAC) em 6 meses, com juros de 12% ao mês. Na tabela a seguir, em que apenas
alguns valores estão explícitos e que corresponde à planilha de amortização do referido
empréstimo, k representa o mês a partir do mês 0 correspondente à tomada do emprésti-
mo; Pk é a prestação paga no mês k; Ak é o valor da amortização no mês k; Jk é o valor dos
juros pagos no mês k; e Dk é a situação da dívida no mês k.

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Com relação a essa situação, é correto afirmar que o total das prestações pagas e o total dos
juros pagos foram iguais, respectivamente, a

(A) R$ 74.680,00 e R$ 20.680,00.


(B) R$ 75.680,00 e R$ 21.680,00.
(C) R$ 76.680,00 e R$ 22.680,00.
(D) R$ 77.680,00 e R$ 23.680,00.
(E) R$ 78.680,00 e R$ 24.680,00.

Solução: Segue do enunciado que PV = 54.000, n = 6 meses, i = 12% a.a. O valor das
amortizações será de R$ 9.000 por mês. Calculando o valor dos juros devidos e o valor das
prestações utilizando-se das equações (7.6) e (7.7), temos:

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Logo, os valores das prestações somam R$ 76.680,00, e os juros somam R$ 22.680,00.
Portanto, alternativa (C).

Exemplo 10

(CESGRANRIO) Considere um financiamento de R$ 100.000,00, sem entrada, a ser


pago em 100 prestações mensais, pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Saben-
do-se que a taxa de juros, no regime de juros compostos, é de 1% ao mês, a prestação
inicial, se o prazo de pagamento for duplicado, será reduzida em
(A) 100%. (B) 50%. (C) 25%. (D) 10%. (E) 5%.
Solução: Para a primeira situação descrita, temos: PV = 100.000,00, i = 1% a.m. e n = 100
meses. Assim, o valor da primeira prestação será, de acordo com a equação (8.1), calcu-
lada como:

Daí,

Duplicando o prazo, o valor da prestação será:

Assim, em relação ao valor original, temos uma redução de 25%. Portanto, alternativa
(C).

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O Excel é um software que nos auxilia na construção das


planilhas de amortização. O vídeo Tabela Price e SAC – Formas
de Amortização , por sua vez, nos auxilia na construção dessas
planilhas empregando o Excel. O vídeo está disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=hhM8T5WrOyY .

3. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO - SISTEMA SAM

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O Sistema de Amortização Misto (SAM), segundo a própria denominação sugere, é um
processo de amortização híbrido entre o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema
de Amortização Francês (PRICE).
No SAM, o valor das prestações é pago por parcelas periódicas cujos valores correspondem
à média aritmética simples, obtida a partir dos valores das prestações dos Sistemas PRICE e SAC.
Como as prestações do SAM são médias aritméticas dos sistemas SAC e PRICE, os juros
também serão obtidos calculando-se as médias aritméticas dos juros correspondentes dos dois
sistemas. A cota de amortização e o saldo devedor são obtidos por meio do cálculo das médias
aritméticas correspondentes.

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Exemplo 11

Uma pessoa contraiu um empréstimo de $ 20.000,00 para ser pago ao longo de cinco anos,
com prestações semestrais (SAM) à taxa de 18% ao semestre. Monte a planilha financeira.
Solução: De posse das planilhas de amortização dos exemplos 1 e 6, monta-se a planilha
de amortização do sistema de amortização misto, fazendo-se a média aritmética simples.

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Veja, na Figura 3, o comportamento gráfico da planilha de amortização, considerando o


sistema SAM:

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Figura 3 – Comportamento gráfico dos valores da amortização, juros e prestação pelo SAM. Fonte: O autor.
Observações:
(i) Os juros cobrados e o valor das prestações são decrescentes.
(ii) O valor da cota de amortização é crescente.

Exemplo 12

(CESPE - UnB) Uma empresa, com o objetivo de captar recursos financeiros para am-
pliação de seu mercado de atuação, apresentou projeto ao Banco Alfa, que, após análise,
liberou R$ 1.000.000,00 de empréstimo, que deverá ser quitado em 12 parcelas mensais, a
juros nominais de 18% ao ano, capitalizados mensalmente. Com base nessas informações
julgue o item abaixo:
( ) Se a quitação do empréstimo seguisse o sistema misto de amortização, em que os
juros são calculados sobre o saldo devedor remanescente, os valores das prestações seriam
decrescentes.
Solução: A prestação no sistema de amortização misto é obtida pela média aritmética
entre os valores das prestações dos sistemas PRICE e SAC. No sistema PRICE, as presta-
ções são constantes, e, no SAC, as prestações são decrescentes. Assim, ao efetuar a média
aritmética entre as prestações dos sistemas PRICE e SAC, constatar-se-á que o valor das
prestações será decrescente. Portanto, a afirmação está CERTA.

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Qual método de amortização proporciona maior retorno financeiro às instituições


financeiras ao consignarem empréstimos de curto prazo? A resposta a essa
questão é o cerne do artigo Métodos de Sistemas De Amortização: Dívidas de
Curto Prazo, de Monise Capra, publicado em 2015, pela Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). O artigo encontra-se disponível
em: https://bit.ly/2VONo39

4. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO - SISTEMA


SAA

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No Sistema de Amortização Americano (SAA), o valor do principal é restituído por meio
de uma única parcela ao fim da operação. Os juros podem ser pagos periodicamente (o que é
mais comum) ou capitalizados e pagos juntamente com o principal ao fim do prazo acertado.
Trata-se de um sistema de amortização muito empregado em transações internacionais.

Exemplo 13

Uma pessoa contraiu um empréstimo de $20.000,00 para ser pago em cinco anos, pelo sis-
tema americano de amortização, à taxa de 18% ao semestre. Monte a planilha financeira.
Solução: As informações dadas são: PV=20.000, n = 10 semestres e i = 18% a.s.. Pelo siste-
ma de amortização americano, o valor dos juros devidos em cada período é igual a:

Nesse sistema, não há amortização ao longo do período de empréstimo, e o valor das pres-
tações corresponde ao valor dos juros devidos no período. Assim, tem-se:

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Exemplo 14

(CESGRANRIO) Uma empresa solicita um financiamento de R$ 2.000.000,00 pelo prazo


de 360 dias, pagando, a cada mês, os juros correspondentes e devolvendo integralmente o
principal no fim do prazo contratado. Sabendo-se que o credor cobra uma taxa de juros de
3% ao mês, e o cliente, no ato da liberação do empréstimo, tem que pagar 1% de imposto
sobre o valor do empréstimo, o valor líquido recebido, o valor dos juros mensais e o valor
total pago além do principal, pelo cliente, são, em reais, respectivamente,
(A) 1.980.000,00; 60.000,00; 740.000,00.
(B) 1.970.000,00; 180.000,00; 210.000,00.
(C) 1.930.000,00; 85.000,00; 960.000,00.
(D) 1.920.000,00; 66.000,00; 668.000,00.
(E) 1.900.000,00; 720.000,00; 1.260.000,00.
Solução: Segue do enunciado que
(i) o valor liberado é igual a 99% de R$ 2.000.000,00, ou seja, R$ 1.980.000,00.
(ii) o valor dos juros devidos ao final de cada mês é 3% de R$ 2.000.000,00, ou seja,
R$ 60.000,00.
(iii) o valor total pago, além do principal, é de 740.000,00.
Portanto, alternativa (A).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado(a) aluno(a), esta Unidade teve como objetivo estudar e aplicar a teoria acerca
de sistemas de amortização. Os sistemas de amortização são empregados quando o número de
pagamento ou o valor do investimento são relativamente elevados e não é interessante o seu estudo
sob a ótica de uma série de pagamentos. Estudamos os principais sistemas de amortização nesta
Unidade e realizamos diversas aplicações em diferentes situações-problema. Outras modalidades
de sistemas de amortização existem e eu deixo a você que faça uma pesquisa acerca do assunto.
Assim, finalizamos a Unidade III. Agora, você deve testar o conhecimento adquirido por
meio da resolução de alguns exercícios referentes a esta Unidade. Bons estudos e até à Unidade
IV.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
ENGENHARIA ECONÔMICA

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO


PROF. DR. RICARDO CARDOSO DE OLIVEIRA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................76
1. PERÍODO DE PAYBACK............................................................................................................................................77
2. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)......................................................................................................................... 81
3. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR).......................................................................................................................84
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................95

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INTRODUÇÃO
Este capítulo é dedicado ao estudo de investimentos e de avaliação de projetos. Os métodos
mais comuns à análise de investimentos são: payback simples, payback descontado, valor presente
líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).

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1. PERÍODO DE PAYBACK
O payback (ou payback simples) é o período de tempo necessário para que as entradas
de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do
investimento realizado.
A maior vantagem dessa técnica consiste na facilidade em se efetuar o cálculo do período
do retorno do capital, uma vez que são considerados apenas os valores das entradas e saídas de
caixa. Por outro lado, uma das desvantagens dessa técnica é a não determinação do período de
retorno com exatidão, porque não se considera o valor do dinheiro no tempo. A outra desvantagem
é desconsiderar o fluxo de caixa após o período de payback.

Critério de decisão
Os projetos deverão apresentar um prazo limite para retornar os investimentos. Assim:

• Se o tempo de payback for menor que o período de payback pré-estabelecido,


aceita-se o projeto.

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• Se o tempo de payback for maior que o período de payback pré-estabelecido,
rejeita-se o projeto.


Como o prazo limite para o retorno do projeto é decidido de forma subjetiva, tal fato
consiste em mais uma desvantagem da técnica.
A técnica de análise de investimentos usando o payback é usada tanto por pequenas
empresas, ao decidirem sobre seus projetos, como por grandes empresas, ao decidirem sobre
projetos pequenos, em geral.

Exemplo 1

(CESGRANRIO) Uma das alternativas mais populares para a tomada de decisão de inves-
timentos é a regra do período de payback que
(A) compara as taxas de retorno de um investimento com a taxa de juros do mercado.
(B) determina o tempo necessário para que os fundos gerados sejam iguais ao valor apli-
cado inicialmente.
(C) avalia as alternativas de investimento pela ordem crescente das taxas de retorno in-
crementais.
(D) calcula o valor atual do fluxo de caixa futuro com uma taxa mínima de atratividade.
(E) calcula a taxa de juros que torna o investimento inicial equivalente ao fluxo de caixa
subsequente.
Solução: O período de payback consiste na técnica por meio da qual se determina o tempo
necessário para que se dê o retorno do investimento ao caixa da empresa. Assim, a respos-
ta correta é a alternativa (B).

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Exemplo 2

(CESGRANRIO) O método do payback para avaliação de alternativas de investimento


apresenta pelo menos três problemas, que devem ser identificados a seguir.
(A) Ignorar a distribuição dos fluxos de caixa após o período do payback, considerar os
fluxos de caixa antes do momento de recuperação do investimento e estabelecer um pa-
drão arbitrário do período do payback.
(B) Ignorar a distribuição dos fluxos de caixa dentro do período do payback, ignorar os
fluxos de caixa após o momento de recuperação do investimento e estabelecer um padrão
arbitrário do período do payback.
(C) Descontar os fluxos de caixa usando a taxa mínima de atratividade, ignorar os fluxos
de caixa após o momento de recuperação do investimento e não estabelecer um padrão
do período de payback.
(D) Descontar os fluxos de caixa arbitrariamente, considerar os fluxos após payback e es-
tabelecer padrão arbitrário do período do payback.

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(E) Considerar a distribuição dos fluxos de caixa dentro do período do payback, conside-
rar os fluxos de caixa após o momento de recuperação do investimento e estabelecer um
padrão arbitrário do período do payback.
Solução: A técnica do payback apresenta algumas desvantagens, tais como: (i) estabelece
um padrão arbitrário do período de recuperação do capital, (ii) ignora a distribuição do
fluxo de caixa dentro do período de recuperação do capital e (iii) ignora o fluxo de caixa
após o período de recuperação do capital. Portanto, alternativa (B).

Exemplo 3

(FCC) A empresa Metropolitana de Transporte Ltda irá adquirir um equipamento de ma-


nutenção de trilhos no valor de R$ 360.000,00, o qual propiciará uma economia de R$
90.000,00 por ano com gastos com mão de obra e com despesas de manutenção. Pelo
método payback de avaliação do investimento de capital, o tempo necessário para que os
fluxos de caixa esperados paguem os desembolsos do investimento será de
(A) 4 anos. (B) 3 anos. (C) 7 anos. (D) 6 anos. (E) 5 anos.
Solução: Tem-se investimento inicial de R$ 360.000,00 e economias anuais e iguais de
R$ 90.000,00. Para se determinar o payback, basta dividir o total investido pela econo-
mia anual, que teremos determinado o tempo de retorno. Assim,
anos. Portanto, alternativa (A).

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Exemplo 4

(CESGRANRIO) Determinado projeto gera um fluxo financeiro que implica um dispên-


dio inicial de R$ 1.000,00, seguido de receitas consecutivas, nos anos subsequentes, de R$
300,00 no primeiro ano, R$ 500 no segundo ano e, a partir do terceiro ano (inclusive),
receitas de R$ 100,00 por cinco anos. O período de payback do projeto, em anos, é:
(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4 (E) 5
Solução: Segue do enunciado que o fluxo de caixa não apresenta todas as entradas iguais.
Para a situação descrita, o fluxo de caixa é apresentado na Figura 1.

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Figura 1 – Fluxo de caixa. Fonte: O autor.

A partir do fluxo de caixa, constata-se que, para recuperar o capital de R$ 1.000,00, serão
necessários 4 anos, pois a soma das receitas, , totaliza o
valor do investimento inicial. Portanto, alternativa (D).

O conceito de payback descontado é basicamente o mesmo do payback simples, porém, o


fator tempo no valor do dinheiro é levado em consideração, uma vez que traz a valor presente os
valores futuros do fluxo de caixa. Ou seja, os valores do fluxo de caixa são tratados considerando
uma taxa de desconto de acordo com as expectativas de quem estiver fazendo a análise, sejam
os analistas sejam os investidores. Essa taxa, em geral, é a taxa mínima de atratividade. Assim,
o payback descontado é definido como o período necessário para recuperar o investimento dos
fluxos líquidos de caixa descontados. A vantagem dessa técnica é que ela leva em consideração o
custo do capital.
Assim como ocorre com a técnica do payback simples, o payback descontado ignora
os fluxos de caixa que são pagos ou recebidos após o período de payback, sendo essa uma das
desvantagens. Sem contar que se faz necessária, também, a escolha um tanto mágica de um
período máximo arbitrário para critério de decisão.

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Exemplo 5

Um analista de projetos, ao avaliar a viabilidade econômico-financeira de um projeto, de-


para-se com os seguintes dados: o investimento inicial será de R$ 38.000,00, e a vida útil
do projeto é de 3 anos. O custo de oportunidade do capital aplicado é de 10% ao ano. A
tabela abaixo apresenta o fluxo de caixa. Determine o valor do payback descontado desse
investimento.

Solução: Descontando as entradas nos anos de um a três à taxa de 10%, temos que:

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Note que a recuperação do capital investido ocorrerá ao final do segundo ano, pois a soma
dos fluxos de caixa descontado resultará em R$ 38.000,00. Portanto, o payback descontado
desse investimento é igual a 2 anos.

O período de payback é largamente utilizado tanto por empresas de grande porte


para avaliar pequenos projetos como por empresas de pequeno porte para avaliar
a maioria de seus projetos.

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2. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)


A técnica do cálculo do Valor Presente Líquido, VPL, para análise dos fluxos de caixa é
calculada pela diferença entre o valor presente dos benefícios (ou prejuízos) previstos no fluxo
de caixa (descontados à taxa mínima de atratividade (TMA)) e o valor presente do investimento
inicial. Assim,

Eq. (1)

em que é o valor monetário do investimento inicial, e é o valor do benefício


previsto pelo fluxo de caixa.

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A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de juros que representa o mínimo
que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo
que uma pessoa se propõe a pagar quando faz um financiamento.

Exemplo 6

(CESGRANRIO) Considere o projeto de investimento, em reais, com seguinte fluxo anual


de caixa:

Sendo 10% a taxa de desconto sugerida, o valor presente líquido desse projeto, em reais, é:
(A) 58.000,00
(B) 44.088,00
(C) 38.000,00
(D) 19.088,00
(E) 13.000,00

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Solução: Aplicando a equação (1), tem-se que

ou seja,

Logo, alternativa (E).

Critério de decisão para VPL


Para determinada taxa de desconto do fluxo de caixa, a regra para a decisão, usando-se do
método do VPL, será a seguinte:
• Se VPL > 0,significa que o projeto é viável, ou seja, o valor presente das entradas

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de caixa é superior ao valor presente das saídas (ou do investimento inicial). Nesse
caso, o projeto oferece ganho ao investidor.
• Se VPL = 0, significa que investir no projeto é indiferente, ou seja, o valor presente
das entradas de caixa é igual ao valor presente das saídas (ou do investimento
inicial). Nesse caso, o projeto não oferece ganho ou prejuízo ao investidor.
• Se VPL <0, significa que o projeto é inviável, ou seja, o valor presente das entradas
de caixa é inferior ao valor presente das saídas (ou do investimento inicial). Nesse
caso, o projeto oferece prejuízo ao investidor.

A técnica do Valor Presente Líquido tem como vantagens:


−− todos os capitais do fluxo de caixa são incluídos na análise;
−− pode ser aplicado em qualquer fluxo de caixa;
−− informa se o investimento aumentará o capital da empresa;
−− é considerado o risco das estimativas futuras do fluxo de caixa, uma vez que há uma Taxa
Mínima de Atratividade (TMA);
−− podem-se somar os VPLs de projetos individuais.
−− Por outro lado, tem as seguintes desvantagens:
−− conhecimento prévio da TMA;
−− o método retorna um valor numérico e, não, uma taxa de juros - o que dificulta
comparações.

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Exemplo 7

(CESGRANRIO) Uma empresa está analisando as seguintes alternativas de investimento:

Sabendo-se que a taxa esperada pela empresa é de 10% ao ano e que somente um proje-
to será implementado, o Valor Presente Líquido (VPL) da opção que deve ser escolhida
monta, em reais, a

Dados: (1,1)−1 = 0,91, (1,1)−2 = 0,83, (1,1)−3 = 0,75

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(A) 19.000,00.
(B) 51.000,00.
(C) 126.000,00.
(D) 134.000,00.
(E) 185.000,00.

Solução: Devemos determinar o VPL de cada alternativa de investimento. Assim, de acor-


do com os dados da tabela, segue que o VPL do projeto A é:

ou seja,

Agora, o VPL do projeto B:

Assim, a opção a ser escolhida é aquela que maximiza a receita, ou seja, a alternativa que
resulta em maior valor do VPL, que, na situação descrita pelo problema, é a alternativa de
investimento B. Portanto, alternativa (E).

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Exemplo 8

Uma empresa, cuja taxa mínima de atratividade é de 12% ao ano, avalia a possibilidade
de investir em um novo projeto. O fluxo de caixa previsto, obedecendo à convenção: o
investimento inicial de X reais, e as duas entradas de caixa: a primeira de R$ 1.120,00, após
um ano, e a segunda de R$ 1.254,40, no segundo ano. Utilizando-se do método do valor
presente líquido, VPL, o projeto é economicamente viável se, e somente se, o investimento
inicial, X, for
(A) maior do que R$ 2.000.
(B) maior ou igual a R$ 2.000.
(C) igual a R$ 2.000.
(D) menor ou igual a R$ 2.000.
(E) menor do que R$ 2.000.
Solução: O projeto será economicamente viável se VPL > 0. Assim, aplicando a equação
(8.1), tem-se que

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ou seja,

ou seja,

Portanto, o projeto será economicamente viável quando o valor investido for inferior a R$
2.000,00. Logo, alternativa (E).

3. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

A taxa interna de retorno, TIR, é considerada uma técnica sofisticada de análise de


investimento. Ela é usada para avaliar a viabilidade de projetos ou acompanhar e comparar a
rentabilidade de investimentos.
A TIR é definida como a taxa necessária para igualar os fluxos de caixa ao valor presente
do investimento, ou seja, trata-se da taxa que iguala o valor do VPL a zero.

Eq. (8.2)

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Para entender o conceito da TIR, considere o investimento e o fluxo de caixa descrito na


Tabela 1.

Ano Valor (R$)


0 - 10.000,00
1 1.500,00
2 2.000,00
3 3.000,00
4 3.500,00
5 4.500,00
6 5.000,00
7 6.000,00
Tabela 1 – Fluxo de caixa de um investimento hipotético. Fonte: O autor.

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O VPL desse investimento descontado a diferentes taxas é apresentado na Tabela 2.

i (%) 0 5 10 15 20 25 30 35
VPL (R$) 15.500 10.235 6.356 3.445 1.220 - 507 - 1868 - 2955
Tabela 2 – Valor do VPL em diferentes taxas de desconto. Fonte: O autor.

Representando graficamente os dados contidos na Tabela 2, tem-se:

Figura 2 – Gráfico de taxa versus VPL. Fonte: O autor.

Note que, quando a taxa é inferior a 23,4%, o VPL do investimento é positivo. Quando o
valor da taxa é superior a 23,4%, o VPL torna-se negativo e, quando a taxa é exatamente igual a
23,4% (intercepto do gráfico com o eixo da taxa de desconto), o VPL é nulo. Essa taxa de 23,4%,
que torna o VPL nulo, é denominada taxa interna de retorno.

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Critério de decisão para TIR


Conhecida a TMA, tem-se que:

• se TIR > TMA, então o investimento deverá ser aceito, uma vez que o VPL será
positivo.
• se TIR < TMA, então o investimento não deverá ser aceito, uma vez que o VPL
será negativo.
• se TIR = TMA, então é indiferente investir.

Exemplo 9

(CESGRANRIO) A figura mostra como o valor presente líquido (VPL) de um projeto de


investimento varia de acordo com a taxa de desconto usada para calculá-lo.

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O exame da figura permite concluir que o(a)
(A) projeto é viável se o custo de capital para executá-lo for maior que 4% ao ano.
(B) VPL é igual a R$ 4,00.
(C) VPL é sempre positivo.
(D) VPL avaliado à taxa interna de retorno é positivo.
(E) taxa interna de retorno é igual a 4% a.a.
Solução: A análise do gráfico nos permite afirmar que o VPL é positivo quando descon-
tado até à taxa mínima de atratividade inferior a 4%. Quando a taxa de desconto é igual a
4%, temos VPL = 0, ou seja, a TIR do projeto de investimento é igual a 4% a.a. Para taxas
de descontos superiores a 4%, segue que o VPL é negativo. Logo, alternativa (E).

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Exemplo 10

(CESGRANRIO) O gráfico abaixo mostra como o valor presente líquido (VPL) de um


projeto varia com a taxa de desconto usada para calculá-lo.

Tal gráfico mostra que o projeto


(A) tem uma única taxa interna de retorno positiva.

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(B) envolve gastos líquidos em períodos posteriores a períodos com recebimentos líqui-
dos.
(C) tem valor presente líquido sempre positivo.
(D) apresenta o mínimo valor presente líquido, quando a taxa de desconto se situa entre
3% e 5% ao ano.
(E) tem um período mínimo de payback de 3 anos.
Solução: Diz-se que um fluxo de caixa é simples quando o mesmo é composto por um in-
vestimento inicial em t = 0 e vários recebimentos futuros. Esse tipo de fluxo de caixa tem
apenas uma taxa interna de retorno (TIR), isto é, um único valor de taxa de desconto, em
que o VPL é igual a zero. No caso do gráfico, temos três pontos onde o VPL é igual a zero
(TIR = 3%, TIR = 5% e TIR = 7%). Isso nos indica que não se trata de um fluxo simples,
mas, sim, de um fluxo que contém investimentos, gastos e desembolsos adicionais, e não
somente o investimento inicial. Por isso, alternativa B.

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Exemplo 11

(CESGRANRIO) Dois navios X e Y são adquiridos simultaneamente por um armador,


que pretende explorá-los economicamente por um período de 10 anos. A avaliação eco-
nômica desses navios mostrou os seguintes resultados:

Se o custo de capital (K), considerado na avaliação, foi de 16% ao ano, qual navio NÃO

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deveria ter sido adquirido?
(A) X, pois TIRx < K.
(B) X, pois TIRx < TIRy.
(C) Y, pois VPLy > VPLx.
(D) Y, pois TIRy > TIRx.
(E) Y, pois a TIRy > K.
Solução: Para a situação descrita, temos que TMA = 16% ao ano. A TIR do navio X é de
14% ao ano, ou seja, inferior à TMA, que, segundo o critério de decisão, deverá ser rejeita-
da. Portanto, NÃO se deve adquirir o navio X, pois TIRx < K. Logo, alternativa (A).

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Exemplo 12

(CESGRANRIO) O investimento necessário para montar uma pequena empresa é de R$


10.000,00. Esse investimento renderá R$ 6.000,00 no final do primeiro ano, e R$ 5.500,00
no final do segundo. Depois desses dois anos, o dono dessa empresa pretende fechá-la. A
taxa interna de retorno (TIR), anual, desse projeto é
(A) 1%. (B) 1,5%. (C) 5%. (D) 10%. (E) 15%.
Solução: Para a situação descrita, temos o seguinte fluxo de caixa:

Aplicando a equação (8.2), tem-se que:

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A equação acima pode ser reduzida à seguinte equação quadrática:

O que resulta em TIR = -1,5 (que não convém) ou TIR = 0,10 ou 10%. Portanto, alterna-
tiva (D).

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Exemplo 13

(FCC) O gráfico abaixo representa o fluxo de caixa referente a um projeto de investimento


com a escala horizontal em anos.

Se a taxa interna de retorno correspondente é igual a 20% ao ano, então X é igual a


(A) R$ 21.600,00.
(B) R$ 20.000,00.
(C))R$ 18.000,00.
(D) R$ 15.000,00.
(E) R$ 14.400,00.
Solução: Aplicando a equação (8.2), com TIR = 20% a.a., tem-se que

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o que é uma equação algébrica. Resolvendo a equação para X,

obtemos

Portanto, alternativa (C).

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Exemplo 14

(CESGRANRIO) Um engenheiro avalia a compra de um equipamento cujo investimento


é de 300 mil reais (alocados no ano zero) para melhorar a produção em uma determinada
planta industrial. O tempo de vida útil do equipamento é de 2 anos, e, com a utilização
desse equipamento, os fluxos esperados de receitas e despesas, considerando compra, ma-
nutenção e operação, em milhares de reais, estão representados na Tabela a seguir.

Considerando que os fluxos de caixa anuais do projeto sejam obtidos exclusivamente pela

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diferença entre receitas e despesas, a taxa interna de retorno esperada para esse investi-
mento é de, aproximadamente,
(A) 5%.
(B) 8%.
(C) 10%.
(D) 12%.
(E) 15%.
Solução: Para determinar a taxa interna de retorno (TIR) devemos fazê-la com o fluxo de
caixa líquido. Assim, temos:

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Usando a definição de TIR, segue que

o que resulta em

ou seja, TIR = 0,10 ou 10% a.a ou TIR = -17,3 ou - 173 % a.a , a qual não convém. Por-
tanto, alternativa (C).

Exemplo 15

(CESGRANRIO) Dois projetos de investimentos, A e B, têm o mesmo prazo total de 2

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anos e o mesmo valor de investimento inicial. Os diagramas abaixo mostram os fluxos
financeiros de cada projeto. Nesses diagramas, as setas para baixo, com suas respectivas
quantias, indicam gastos; e as setas para cima e suas quantias indicam recebimentos.

Sabe-se que:
(i) A tem taxa interna de retorno maior ou igual que a de B;
(ii) B tem valor presente líquido maior ou igual que o de A, valores presentes ava-
liados à taxa de desconto de 0% ao ano.
Considerando-se taxas de juros compostos anualmente, determine, justificando, o valor
mínimo e o valor máximo de x, de modo a satisfazer às condições (i) e (ii) expressas
acima.
a) Valor mínimo de x.
b) Valor máximo de x.

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Solução:
a) Segue do enunciado que o quando avaliado a taxa de 0%. Assim,

e,

Daí,

o que resulta em

Assim, o valor mínimo de x é 10.

b) Primeiramente, vamos determinar a taxa interna de retorno do projeto A. Assim, apli-

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cando a definição de TIR, temos que

ou seja,

que resulta em: ou


, a qual não convém. Dessa maneira, a TIR do projeto B deverá
ser inferior a 10% a.a. O máximo valor de x é determinado avaliando o fluxo de caixa do
projeto B à taxa de 10% a.a. Assim,

o que nos leva a

Logo, o máximo valor de x é 20.

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Exemplo 16

(CESGRANRIO) Um gestor de projetos defende a aprovação de um projeto W, que prevê


um investimento inicial de R$ 2.000.000,00 e apresenta uma Taxa Interna de Retorno
- TIR de 21% a.a. Ele alega que o projeto Z, concorrente, necessita de um investimento
inicial 50% maior e apresenta uma TIR de 18% a.a. Sabe-se que a empresa havia orçado
R$ 3.000.000,00 para investir nesse tipo de projeto. Nesse caso, o gestor de projetos está
(A) certo, pois o seu projeto exige um investimento menor.
(B) certo, pois a TIR de seu projeto é maior.
(C) certo, pois o orçamento ainda ficará com folga.
(D) errado, pois ele não considerou o custo de capital.
(E) errado, pois a TIR dos dois projetos são interessantes.
Solução: Para a situação descrita, temos que, para efeitos de comparação de TIR, deve-
mos ter a TMA para efetuar a comparação. Assim, o gestor de projetos está errado, uma
vez que ele não considerou o custo de capital da empresa. Portanto, alternativa (D).

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No vídeo Cálculo do VPL, TIR, Lucratividade e Payback no
Excel - Planilha Automatizada, você aprenderá a construir uma
planilha automatizada no Excel para calcular os indicadores
financeiros de um projeto: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa
Interna de Retorno (TIR), Taxa de Lucratividade e Tempo de
Payback. O vídeo está disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=SmTMBj2cPwQ .

As técnicas de Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL) são
instrumentos de análise de investimento, com vistas a se determinar a viabilidade
de um empreendimento ou aquisição de ativos tangíveis e intangíveis. O artigo
Utilização das técnicas TIR e VPL como análise de investimento: um estudo de
caso numa empresa do ramo de autopeças teve como objeto de estudo a aplicação
dessas técnicas à empresa que planeja expandir seu volume de negócios por meio
da implantação de uma unidade fabril voltada à produção de autopeças.
Disponível em: https://docplayer.com.br/74554344-Utilizacao-das-tecnicas-tir-e-
vpl-como-analise-de-investimento-um-estudo-de-caso-numa-empresa-do-ramo-
de-autopecas-1.html .

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado(a) aluno(a), esta Unidade teve como objetivo estudar e aplicar as principais
técnicas de análise em investimentos de capitais. Estudamos a técnica de análise de investimento
mais simples, conhecida como payback, que quantifica o período necessário para o retorno do
capital. Em seguida, estudamos as técnicas do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna
de Retorno (TIR), que são técnicas mais precisas e amplamente utilizadas por engenheiros no
momento da análise de viabilidade econômica de projetos.
Assim, finalizamos a Unidade IV e a nossa disciplina. Espero que você tenha aproveitado
ao máximo. Agora, você deve testar o conhecimento adquirido por meio da resolução de alguns
exercícios referentes a esta Unidade. Bons estudos.

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REFERÊNCIAS
5 pegadinhas da previdência privada! Me Poupe! Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=JHzG5Ghm37Q. Acesso em: 24 fev. 2020.

ANDRADE, E. DE. Tabela Price e SAC - Formas de Amortização. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=hhM8T5WrOyY. Acesso em: 24 fev. 2020.

Cálculo do VPL, TIR, Lucratividade e Payback no Excel - Planilha Automatizada. Aprendendo


Gestão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SmTMBj2cPwQ. Acesso em: 24 fev.
2020.

CAPRA, M. Métodos de sistemas de amortização: dívidas de curto prazo. Disponível em:


http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/3093/Monise%20
Capra%20artigo%20final%2005.05.pdf?sequence=1. Acesso em: 24 fev. 2020.

Entenda o que é a previdência privada. UOL, 2019. Disponível em: https://economia.uol.com.br/


noticias/redacao/2019/12/27/previdencia-privada-como-funciona-rendimento.htm. Acesso em:
24 fev. 2020.

G1. Após bater R$ 4,14, dólar passa a cair em dia volátil. 29 set. 2015. Disponível em: http://
g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/09/cotacao-do-dolar-290915.html. Acesso em:
26 fev. 2020

GRANDO, N.I.; SCHNEIDER, I.J. Matemática financeira: alguns elementos históricos e


contemporâneos. Zetetiké - FE, Campinas, v. 18, n. 33, p. 43-62, jan./jun. 2010. Disponível em:
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PERINI, B. Siglas Financeiras. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YFtVqRts-Ic.


Acesso em: 24 fev. 2020.

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